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UM CONHECIMENTO EXPERIMENTAL DE CRISTO

PELO QUAL SOMOS TRANSFORMADOS À SUA IMAGEM

John Owen

Trecho de sua obra “Cristologia”

Cristo é a imagem do Deus invisível, a imagem expressa da Pessoa do Pai; e o

objetivo principal de toda a Escritura, especialmente do evangelho, é declará-lO assim como
Ele é. O que Deus prometeu intermédio de Seus profetas, nas Sagradas Escrituras, a
respeito de Seu Filho, Jesus Cristo, está plenamente declarado no Evangelho (Romanos 1.1-
4). O evangelho é a declaração de Cristo como “o poder de Deus e a sabedoria de Deus” (1
Coríntios 1.23-24); ou uma representação evidente de Deus em Sua Pessoa e mediação para
nós (Gálatas 3.1). Portanto, três coisas devem ser consideradas aqui.

1. Ele é o objeto real e formal de nossa fé neste assunto. Esta é a Pessoa de Cristo,
o Filho de Deus encarnado, a imagem representativa da glória de Deus para nós; como foi
visto nos textos citados.

2. Ele é o meio de Sua revelação, ou a luz objetiva pela qual a percepção e o

conhecimento dela são transmitidos às nossas mentes. Este é o evangelho; ele é comparado
a um vidro por causa da perspectiva que temos da imagem de Deus nEle (2 Coríntios 3.18).
Mas sem Ele — por qualquer outro meio, que não seja Ele — nada podemos contemplar
desta imagem de Deus.

3. A luz interna da mente na iluminação salvadora do Espírito Santo, capacitando-

nos, por esse meio e no uso dEle, a espiritualmente contemplar e discernir a glória de
Deus na face de Cristo (2 Coríntios 4.6). Através de ambos, em seus vários modos de
operação, procede do objeto real de nossa fé (Cristo, como a imagem de Deus) um poder
transformador, pelo qual a alma é transformada na mesma imagem, ou é feita conforme a Cristo —
é para isso fomos predestinados.

[...]
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Por isso é que o conhecimento e a profissão da verdade, para muitos, é tão

infrutífero, ineficaz e inútil. [Ela] não é conhecida, nem entendida nem crida em sua relação
com Cristo. Somente por essas ações é que ela transmite luz ou poder à alma. Os homens
professam que conhecem a verdade; mas eles não a conhecem em sua devida ordem, em
sua harmonia e em seu uso. Ela não os leva a Cristo, não traz Cristo a eles. Assim, [tal
conhecimento] é sem vida e inútil.

Portanto, muitas vezes, ninguém está mais distante da vida de Deus do que aqueles que
têm muito conhecimento teórico das doutrinas das Escrituras. Pois todo esse conhecimento é inútil e
sujeito a abusos, se não for aplicado para formar Cristo na alma e transformar a pessoa inteira à Sua
imagem e semelhança. Isso eles não efetuarão onde sua relação com Ele não for compreendida
— onde tal conhecimento não for recebido e aprendido como uma revelação dEle, com o
mistério da vontade e sabedoria de Deus nEle.

Pois enquanto Ele é nossa vida (e em nosso viver para Deus, vivemos na medida em
que Ele vive em nós, e a vida que levamos na carne é pela fé nEle que vivemos), de modo
que não temos nem princípio nem poder de vida espiritual, senão nEle, por Ele e a partir dEle. Então,
qualquer que seja o conhecimento que tenhamos da verdade, se não efetuar uma união entre Ele e
nossas almas, será sem vida em nós e inútil para nós. Aprender a verdade como é em Jesus, o
único que renova a imagem de Deus em nós (Efésios 4.21-24). Naqueles em que isso é de
outra forma (onde os homens têm noções de verdades evangélicas, mas não conhecem
Cristo nelas), o que quer que eles professem, quando eles realmente se examinarem, eles as
acharão sem nenhuma utilidade para eles, senão que todas coisas entre Deus e sua alma
são declaradas na luz natural e presunções comuns.

Tradutor: Rev. Christopher Vicente, Editor.

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