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NADERE REFORMATIE PUBLICAÇÕES

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Sobre fazer Imagens de Cristo

John Murray

Editor: Christopher Vicente

Tradutor e Revisor: Christopher Vicente

Todas as citações de textos bíblicos foram extraídas da versão Almeida Revista e

Atualizada, salvo indicação contrária

MURRAY, John. Sobre fazer imagens de Cristo. Natal: Nadere Reformatie

Publicações, 2021.

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SOBRE FAZER IMAGENS DE CRISTO

John Murray

A questão da adequação das representações de imagens do Salvador é uma questão

que merece exame. Deve-se admitir que a adoração a Cristo é central em nossa santa

fé, e o pensar no Salvador deve ser sempre acompanhado pela reverência que pertence

à Sua adoração. Não podemos pensar nEle sem a apreensão da majestade que é dEle.

Se não admitimos o senso de Sua majestade, somos culpados de impiedade e O

desonramos.

Também será concedido que o único propósito que poderia ser, adequadamente,

servido por uma representação em imagem é que Ele nos transmitisse algum

pensamento ou lição que O representasse, consoante a verdade e promotora de

adoração. Portanto, a pergunta é inevitável: uma representação de imagem é uma

maneira legítima de transmitir a verdade sobre Ele e de contribuir para o culto que

essa verdade deveria evocar?

Todos estamos cientes da influência exercida pelas figuras na mente e no coração. As

imagens são meios poderosos de comunicação. Quão sugestivos são para o bem ou

para o mal e, ainda mais, quando acompanhados pelo comentário da palavra falada

ou escrita! É inútil, portanto, negar a influência exercida sobre a mente e o coração por

uma figura de Cristo. E se isso é legítimo, a influência exercida deve ser uma restrição

ao culto e à adoração. Reivindicar qualquer objetivo inferior ao servido por uma figura

do Salvador seria uma contradição do lugar que ele deve ocupar em pensamentos,

afeições e honra.

O apelo pela adequação das figuras de Cristo baseia-se no fato de que Ele era,

verdadeiramente, homem; que tinha um corpo humano; que era visível, em sua

natureza humana, aos sentidos físicos; e que uma figura nos ajuda a compreender
estupenda realidade de Sua encarnação – em uma palavra, que Ele foi feito à

semelhança de homens e foi encontrado em forma humana. Nosso Senhor tinha um

corpo verdadeiro. Ele poderia ter sido fotografado. Um retrato poderia ter sido feito

dEle e, se um bom retrato, teria reproduzido Sua semelhança.

Sem dúvida, os discípulos nos dias de sua carne tinham uma imagem mental vívida

da aparição de Jesus e eles não podiam deixar de reter essa lembrança até o fim de

seus dias. Eles nunca poderiam ter pensado nEle, como Ele havia permanecido com

eles sem algo dessa imagem mental e eles não poderiam ter entretido isso sem

adoração e culto. As mesmas características que eles lembraram teriam sido parte

integrante e remanescente da concepção deles sobre Ele, do que Ele tinha sido para

eles em Sua humilhação e na glória de Sua aparência de ressurreição. Muito mais pode

ser dito sobre o significado para os discípulos das características físicas de Jesus.

Jesus, também, é glorificado no corpo e esse corpo é visível. Também se tornará visível

para nós em Sua gloriosa aparição “Ele será visto pela segunda vez sem pecado por

aqueles que o procuram para a salvação” (Hebreus 9:28).

TRÊS BREVES ARGUMENTOS

O que dizer, então, de imagens de Cristo? Antes de tudo [em primeiro lugar], deve-se

dizer que não temos informações, com base nas quais, possamos fazer uma

representação [dEle em] imagem; não temos descrições de Suas características físicas

que permitam até o artista mais talentoso fazer um retrato aproximado. Em vista da

profunda influência exercida por uma imagem, especialmente na mente dos jovens,

devemos perceber o perigo envolvido em um retrato para o qual não há justificativa,

um retrato que é a criação da pura imaginação. Pode ser útil apontar a loucura de

perguntar: qual seria a reação de um discípulo, que, realmente, havia visto o Senhor

nos dias de Sua carne, a um retrato que seria obra de imaginação da parte de quem

nunca viu o Salvador? Podemos detectar, prontamente, qual seria a forma dele.
Nenhuma impressão que temos de Jesus deve ser criada sem os dados revelados

apropriados, e toda impressão, todo pensamento, deve evocar adoração. Portanto,

como não possuímos dados revelados para uma figura ou retrato, no sentido

apropriado do termo, somos impedidos de criar uma ou usar qualquer uma que tenha

sido criada.

Em segundo lugar, as imagens de Cristo são, em princípio, uma violação do segundo

mandamento. Uma imagem de Cristo, se serve a algum propósito útil, deve evocar

algum pensamento ou sentimento a respeito dEle e, em vista do que Ele é, esse

pensamento ou sentimento será venerável. Não podemos deixar de fazer a imagem

como um meio de adoração. Porém, como os materiais para esse meio de adoração

não são derivados da única revelação que possuímos a respeito de Jesus, a saber, as

Escrituras, a adoração é restringida por uma criação da mente humana que não tem garantia

revelacional. Isto é vontade de adorar. Pois o princípio do segundo mandamento é que

devemos adorar a Deus somente das maneiras prescritas e autorizadas por Ele. É um pecado

grave ter a adoração forçada por uma invenção humana, e é isso que uma imagem do Salvador

envolve.

Em terceiro lugar, o segundo mandamento proíbe se curvar à imagem ou semelhança

de qualquer coisa no céu acima, ou na terra abaixo, ou na água debaixo da terra. Uma

figura do Salvador pretende ser uma representação ou semelhança dAquele que está,

agora, no céu ou, pelo menos, dAquele quando peregrinou na terra. É, claramente,

proibido, portanto, curvar-se em adoração diante de tal representação ou semelhança.

Isso expõe a iniquidade envolvida na prática de exibir representações em imagens do

Salvador em locais de culto. Quando adoramos diante de uma figura de nosso Senhor,

seja na forma de mural, tela, vitral, estamos fazendo o que o segundo mandamento

proíbe expressamente. Isso fica ainda mais aparente quando lembramos que a única

razão pela qual uma imagem dEle deve ser exibida em um local é a suposição de que

ela contribui para a adoração daquele que é nosso Senhor. A prática apenas demonstra

quão insensíveis nos tornamos, prontamente, aos mandamentos de Deus e às


incursões da idolatria. Que as Igrejas de Cristo estejam acordadas para os expedientes

enganosos pelos quais o arqui-inimigo sempre tenta corromper a adoração do

Salvador.

CONCLUSÃO

Em resumo, o que está em jogo nesta questão é o lugar único que Jesus Cristo, como

Deus-homem, ocupa em nossa fé e adoração, e o lugar único que a Escritura ocupa

como a única revelação, o único meio de comunicação, no tocante Àquele a quem

adoramos como Senhor e Salvador. A Palavra encarnada e a Palavra escrita são

correlativas. Não ousamos usar outros meios de impressão ou sentimento, mas os de

sua instituição e prescrição. Todo pensamento e impressão dEle devem evocar

adoração. Nós O adoramos com o Pai e o Espírito Santo, um [único] Deus. Usar uma

representação de Cristo como um auxílio à adoração é proibido pelo segundo

mandamento, tanto no caso dEle como no do Pai e do Espírito.

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