Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GETÚLIO VARGAS
Alexandre Marcondes Filho
2 | ART. I o MÁRCIO MENDES GRANCONATO
TÍTULO I
INTRODUÇÃO
A CLT optou por considerar o empregador como sendo a empresa que ad
mite empregados. Não im porta para o legislador se a sua composição é indi
vidual ou coletiva, ou seja, se ela possui um proprietário (empresário) ou vá
rios sócios ou acionistas que adm inistram o negócio. Havendo empregados
prestando-lhe serviços, a empresa será empregadora.
O conceito de empresa é vago e envolve um conjunto de bens materiais e
imateriais organizados para a produção de bens e serviços e com o objetivo de
lucro. Assim, para ser qualificada como empregadora, é irrelevante se a empre
sa é regular ou irregular, se está ou não registrada nos órgãos competentes e se
tem ou não alvará de funcionamento. O conjunto acima verificado será sufi
ciente para a conformação legal.
O empregador também é aquele que assume os riscos da atividade econô
mica, o que significa que se o negócio passar por dificuldades ou mesmo falir,
os prejuízos não poderão ser repassados aos empregados.
Os riscos do empreendimento não podem ser transferidos para os trabalha
dores que estão a serviço da empresa, como, aliás, dispõe expressamente o art.
449 da CLT.
Mas o empregador não apenas admite empregados. Ele também detém o po
der de direção. É o empregador quem dita os rumos de seu negócio, direcionan
do a atividade produtiva segundo o seu entender. Esse seu poder não atinge a
pessoa do empregado, mas a forma como a atividade deverá ser desenvolvida.
E não se trata, o poder de direção, de um poder absoluto, pois ele encontra li
mites na lei, no contrato e na dignidade da pessoa humana, à medida em que
o trabalhador não perde sua cidadania ao passar pelas portas da empresa.
O dispositivo ainda faz referência a um dos requisitos para que o trabalha
dor seja considerado empregado. Trata-se da prestação pessoal de serviço. Só
é empregado quem presta serviços pessoais, ou seja, aquele trabalhador que
não se faz substituir. O contrato de trabalho é firmado intuitu personae em re
lação ao prestador de serviços. Substituições consentidas e esporádicas não
comprometerão esse requisito, mas se essa prática se tornar uma rotina, então
a relação de emprego não existirá entre as partes por ausência de um requisi
to essencial: a pessoalidade.
4 | ART.20 MÁRCIO MENDES GRANCONATO
§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou admi
nistração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer
outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego,
solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordi
nadas.
ção de coordenação entre elas, ainda que meramente de fato, já tem como pre
sente a figura do grupo econômico.
As empresas integrantes do grupo econômico responderão solidariamente
pelos débitos trabalhistas de seus empregados, ainda que não tenham todas elas
participado da fase de conhecimento do processo trabalhista. Assim, caso a em
presa demandada não salde sua dívida em uma execução, as demais empresas
integrantes do grupo econômico poderão ser chamadas a fazê-lo nesse m o
mento processual, assumindo as obrigações daquela.
Situação diversa se dá nos casos de terceirização, em que o tomador de ser
viços deve participar da relação jurídica processual desde o início para que seja
responsabilizado pelo pagamento da dívida, responsabilidade essa, aliás, sub
sidiária (Súmula n. 331, IV a VI, do Col. TST).
Seja como for, não se pode perder de vista o princípio da lex loci executionis,
de acordo com o qual deverão ser aplicadas à relação de emprego as leis do país
da prestação de serviços, e sequer olvidar das demais disposições da Lei n.
7.064/82, que cuida da situação dos trabalhadores contratados no Brasil por
empresa estrangeira ou transferidos por seus empregadores para prestar servi
ços no exterior.
Enfim, deve ficar claro que o legislador, atento às novas tecnologias, reco
nheceu a equiparação dos diversos meios de subordinação jurídica, como não
poderia deixar de ser, mas isso não pode ser traduzido como uma autorização
para o empregador ampliar seu poder de direção e, assim, não somente alterar
o contrato de trabalho de forma lesiva, como também desrespeitar os direitos
fundamentais de seus empregados.
A subordinação jurídica que pesa sobre o empregado faz com que o legisla
dor presuma a nulidade de qualquer ato seu de renúncia a direitos trabalhis
tas. Até mesmo uma simples alteração contratual que conte com a anuência do
empregado não será válida se lhe acarretar prejuízos, como dispõe o art. 468
da CLT.
Em uma dimensão ainda maior, o art. 9o da CLT dispõe que qualquer ato
praticado pelo empregador (ou por terceiros, como o tomador de serviços) que
objetive desvirtuar, impedir ou fraudar a legislação trabalhista não produzirá
efeitos, pois será nulo de pleno direito. O resultado será o afastamento daque
le pretenso empecilho para a aplicação das normas trabalhistas e a consequen
te incidência do texto consolidado e de todas as demais regras aplicáveis à es
pécie, como acordos ou convenções coletivas de trabalho, por exemplo.
Impera no direito do trabalho o princípio da primazia da realidade sobre a
forma, de tal modo que a aparência dada pela empresa a uma contratação, tal
como ocorre com a admissão de empregados por meio de cooperativas ou
pessoas jurídicas, não se traduzirá em impedimento para a aplicação de seus
preceitos à relação. Reconhecida a fraude, incidirão as normas de proteção em
favor do empregado, que fará jus a todas as garantias destinadas à sua cate
goria.
MÁRCIO MENDES GRANCONATO ARTS. 10 E 11 | 17
(art. 206, § 3o, V, do CC), por exemplo, o acidente de trabalho. A tese, no entan
to, só em parte foi acolhida pelo Col. TST. Para esse tribunal, se a lesão funda
mentada no CC ocorreu após a entrada em vigor da EC n. 45/2004, deve ser apli
cado o prazo prescricional previsto no art. 7o, XXIX, da CF, pois as indenizações
daí decorrentes constituem créditos trabalhistas sujeitos à incidência da norma
prescricional trabalhista. Ocorrida a lesão antes da EC n. 45/2004, aí sim é apli
cável o prazo contido no CC, observada a regra de transição de seu art. 2.028.
Apesar das opiniões em contrário, parcela considerável da doutrina e da ju
risprudência entende que o reconhecimento da prescrição de ofício pelo juiz,
na forma prevista pelos arts. 332, § Io, e 487, II e parágrafo único, ambos do
CPC/2015, não é aplicável na Justiça do Trabalho. Para essa corrente de pensa
mento, a CLT disciplina a matéria, ou seja, não é omissa, e referida norma não
é compatível com seus princípios de proteção (arts. 8o, parágrafo único, e 769,
ambos da CLT).
Este inciso não foi recepcionado pela CF, devido à redação que lhe foi dada
pela EC n. 28, de 25.05.2000, que equiparou a prescrição aplicável a trabalha
dores urbanos e rurais. Atualmente, os rurais têm dois anos para ajuizar a re
clamação trabalhista a contar da extinção do contrato de trabalho, porém
somente podem reclamar os direitos dos últimos cinco anos contados da dis
tribuição.
§ Io O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por ob
jeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social.
Parágrafo acrescentado pela Lei n. 9.658, de 05.06.1998.
§§ 2o e 3o (V e ta d o s .)
Parágrafos acrescentados pela Lei n. 9.658, de 05.06.1998.
TÍTULO II
DAS NORMAS GERAIS DE TUTELA DO TRABALHO
CAPÍTULO I
D A ID EN T IF IC A Ç Ã O P R O F ISSIO N A L
Seção I
Da Carteira de Trabalho e Previdência Social
Por força do disposto no art. J° do Decreto-lei n. 926, de 10.10.1969, que
instituiu a CTP5, que substituirá a Carteira Profissional, a Carteira de Trabalho
do M enor e a Carteira Profissional do Trabalhador Rural, substituím os todas
a s expressões anteriores alusivas a e sse docum ento pela nova nom enclatura
determinada, independentem ente de referência feita a e sse Decreto-lei.
ria ser adm itido caso não a possuísse ou não a apresentasse. Tal entendim en
to, contudo, não merece prosperar. A relação jurídica de emprego concretiza-
-se plenamente mesmo que o empregado não possua CTPS ou não a apresente.
Os direitos do empregado não ficam prejudicados pelo descumprimento des
se requisito, sob pena de enriquecimento sem causa do empregador (veja co
mentário ao art. 29).
Indisponibilidade. Podemos observar que o objeto da tutela jurídica a qual
o dispositivo legal em comento visa a assegurar envolve bens jurídicos de na
tureza diversa. De um lado, a tutela de ordem pública, que se manifesta, por
exemplo, na finalidade de a CTPS fornecer dados para o controle da empre-
gabilidade por parte do Estado, bem como servir como um dos meios de con
trole para o INSS fiscalizar a correição dos lançamentos tributários referen
tes às contribuições previdenciárias. De outro lado, podemos observar que a
regra visa igualmente a tutelar um interesse particular do trabalhador, qual
seja, o de possuir um atestado de trabalho com presunção relativa de veraci
dade. A conclusão que se tira das assertivas expostas é que a CTPS, nas hipó
teses em que a lei determ ina a sua obrigatoriedade, é irrenunciável por qual
quer das partes envolvidas na relação jurídica, quer seja em juízo quer seja
fora dele, bem como por sindicatos em acordos ou convenções coletivas. O
bem jurídico tutelado é de ordem pública e há direitos que envolvem tercei
ros (INSS). Ademais, as contribuições sociais, por terem natureza tributária,
devem ser cobradas mediante atividade adm inistrativa plenamente vincula
da (art. 3o do CTN). Assim, não havendo margem de discricionariedade se
quer para a Administração Pública, tanto menos haverá para o particular.
O módulo rural está definido no art. 4o, III, da Lei n. 4.504/64 (Estatuto da
Terra). O antigo M inistério do Trabalho e Previdência Social corresponde,
atualm ente, ao M inistério do Trabalho e Emprego.
xar espaços para a qualificação profissional, que deve ser preenchida no ato
de emissão, e perm anecer arquivada no órgão emissor.
§ 4o Na hipótese do § 3o:
Parágrafo acrescentado pelo Decreto-lei n. 926, de 10.10.1969.
I - o empregador fornecerá ao empregado, no ato da admissão, docu
mento do qual constem a data da admissão, a natureza do trabalho, o
salário e a forma de seu pagamento;
Inciso acrescentado pelo Decreto-lei n. 926, de 10.10.1969.
Seção II
Da Emissão da Carteira
de Trabalho e Previdência Social
Seção com denom inação dada pelo Decreto-lei n. 926, de 10.10.1969.
gãos emissores de CTPS. Os municípios têm sido fortes parceiros das Supe
rintendências Regionais do Trabalho e Emprego na emissão de CTPS.
Não há, atualm ente, exigência de haver data na foto, tam pouco que esta
seja atual.
§§ Io e 2o (R e v o g a d o s p e lo D e c r e to -le i n . 9 2 6 , d e 10.10.1969.)
Seção III
Da Entrega das Carteiras
de Trabalho e Previdência Social
Parágrafo único. Não poderão os sindicatos, sob pena das sanções pre
vistas neste Capítulo, cobrar remuneração pela entrega das Carteiras de
Trabalho e Previdência Social, cujo serviço nas respectivas sedes será
fiscalizado pelas Delegacias Regionais ou órgãos autorizados.
Parágrafo com redaçõo dada pelo Decreto-lei n. 229, de 28.02.1967.
Seção IV
Das Anotações
gado” por “trabalhador”, o que deixa clara a ideia de que há situações fora do
contrato de trabalho que ensejam a anotação na CTPS.
Preceito de ordem pública. írrenunciabilidade da anotação. A anotação na CTPS
é um a imposição de ordem pública e não um simples direito do empregado.
Assim, o empregador não pode escusar-se de anotar a CTPS do empregado por
solicitação deste, com o propósito de evitar descontos de natureza tributária,
obrigação imposta pela legislação ao empregador. Trata-se, como se vê, de um
direito irrenunciável. Nem mesmo a convenção coletiva ou o acordo coleti
vo podem flexibilizar essa exigência legal. Ressalte-se que há interesses de ter
ceiros - INSS, sindicatos, gestor do FGTS etc. - que ficariam prejudicados
com a relativização do dispositivo. O momento para a apresentação da CTPS
pelo empregado é o da admissão, ocasião em que o empregador deve ofertar
ao empregado recibo de sua entrega.
Prazo para devolução da CTPS. O prazo de 48 horas para a devolução da
CTPS pelo empregador é improrrogável. Apesar de não haver determinação
legal para tanto, o em pregador pode e deve exigir recibo de devolução da
CTPS, a ser passado pelo empregado, a fim de garantir-se contra eventuais e
futuras acusações de retenção indevida de documento. A violação do dispo
sitivo tem duas consequências previstas no ordenam ento jurídico. A prim ei
ra é adm inistrativa: o art. 53 da CLT prevê uma pena de m ulta para essa in
fração. A outra consequência é penal: a Lei n. 5.553/68, que dispõe sobre a
apresentação e uso de docum entos de identificação pessoal, estabelece, em
seu art. 3o, um tipo contravencional, punido com pena de prisão simples de
1 a 3 meses ou multa, que consiste na retenção da CTPS - à época, a denom i
nação carteira profissional era a utilizada e foi adotada pelo art. Io dessa lei. O
prazo limite para devolução é de cinco dias (art. 2o, caputyda Lei n. 5.553/68),
que, se for ultrapassado, configurará tipo contravencional. Ressalte-se ain
da que o prazo de 48 horas previsto no artigo não significa um período de
experiência, em que o empregado ficaria sem registro. Todo o período de ex
periência, independentemente de sua duração, deve ser anotado na CTPS do
trabalhador. Assim, apesar do prazo de devolução de 48 horas, a anotação do iní
cio do contrato de trabalho deve reportar-se à data em que o empregado iniciou
efetivamente a prestação de trabalho. Deve-se atentar, contudo, para a situa
ção do trabalhador eventual, cujo contrato de prestação de serviços não en
seja anotação na CTPS, por não se enquadrar no perfil dos arts. 2o e 3o da
CLT. Para distingui-lo dos contratos com prazo determ inado de curta dura
ção, mister se faz averiguar se o trabalho prestado insere-se na atividade nor
mal da empresa. Em caso negativo, deve-se considerá-lo trabalhador even
tual. Ao contrário, se positiva a resposta, é imprescindível considerá-lo em
34 I ART.29 FRANCISCO LUCIANO MINHARRO
var em conta: a) o tempo à disposição do empregador - valor por hora, por dia,
por semana ou por mês; b) execução de tarefas - especificação da tarefa e o va
lor a ela atribuído ou ainda o valor da tarefa e um percentual sobre ela aplicá
vel; c) por produção - valor da tarifa e a unidade de produção. Deve estar cla
ro na anotação qual o meio que será utilizado no pagamento ou, nos termos do
texto legal, “sua forma de pagamento”, que pode ser em pecúnia ou em utili
dades, hipótese na qual seu valor deverá ser especificado. O art. 457 da CLT
estabelece que as gorjetas compreendem a remuneração do empregado. O TST,
por meio da Súmula n. 354, interpreta o dispositivo, determ inando em quais
parcelas as gorjetas não integram a base de cálculo, e menciona aviso-prévio,
adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. Infere-se que,
para parcelas não mencionadas, as gorjetas integram sua base de cálculo, como
férias, 13° salário, depósitos do FGTS, contribuições previdenciárias etc. Impor
tante, assim, é saber qual a média das gorjetas recebidas pelo empregado para
efeito de cálculo dessas verbas, motivo este que levou o legislador a determinar
a anotação da média das gorjetas recebidas pelo empregado na CTPS. Em al
gumas convenções coletivas de trabalho, negociadas por sindicatos de catego
rias que, tradicionalmente, são remuneradas em parte por gorjetas, foram es
tabelecidas tabelas com estimativas de gorjetas, em face da dificuldade natural
que há em averiguar o montante recebido diariamente pelo empregado.
Este parágrafo foi acrescentado pela Lei n. 7.855/89, que inseriu o conteúdo
do antigo § 2o no atual § 3o, de forma a am pliar o texto deste último. O art.
12-A da Portaria MTPS/GM n. 3.626/91, acrescido pela Portaria n. 628/2000,
perm ite a adoção de um a Ficha de Anotações e Atualizações da CTPS, cuja
cópia deverá ser fornecida ao empregado, que deverá passar recibo. A cada
doze meses, no m áxim o - desde que o seja na data-base - , será fornecida có
pia dessa ficha ao empregado, e ela será parte integrante da CTPS do trabalha
dor. Caso o empregado necessite de cópia da ficha, para fins previdenciários
ou por sua solicitação, ser-lhe-á fornecida a qualquer momento. O emprega
dor, entretanto, continuará obrigado a efetuar as anotações na CTPS origi
nal quando da admissão, extinção do contrato de trabalho ou, se o emprega
do exigir, do últim o aum ento salarial.
a) na data-base;
Alínea acrescentada pela Lei n. 7.855, de 24.10.1989.
FRANCISCO LUCIANO MINHARRO ART. 29 | 37
Por força do disposto na Lei n. 7.855/89, este parágrafo resultou de uma fu
são dos antigos §§ 2o e 3o do art. 29 da CLT, que passaram a constituir o atual
§ 3o. A violação do disposto neste artigo pode ocorrer de duas maneiras: a)
pela falta completa de anotação na CTPS, cuidando-se de omissão de quem
deveria anotá-la e não o fez; b) anotação falsa ou fraudulenta, ou seja, uma
atitude comissiva do anotante, ao estabelecer um descompasso entre o que
foi anotado e a realidade dos fatos. A título de exemplo, poderiamos mencio
nar algumas dessas atitudes. A falta de anotação do contrato de trabalho na
CTPS é a mais com um das condutas infratoras. Ela pode ocorrer tanto pela
admissão de empregado que não possua CTPS como pela omissão da anota
ção relativa àqueles empregados que a possuam. O utra forma de violar o dis
positivo consiste na anotação de dados irreais, que pode ocorrer tanto por
dolo exclusivo do empregador como por conluio entre empregado e empre
gador, com o objetivo de cometer fraudes contra terceiros, sobretudo contra
o INSS, e obter vantagens pecuniárias. Um contrato de trabalho simulado -
às vezes chancelado pelo Poder Judiciário, em caso de ter sido ajuizada ação
trabalhista fraudulenta - pode levar ao recebimento de benefícios indevidos
à custa da coletividade.
Penalidade administrativa. As condutas infratoras anteriorm ente descritas
estão sujeitas à penalidade de multa administrativa. O valor da multa é atual
mente regulado pela Portaria MTb n. 290, de 11.04.1997, que aprova normas
para a imposição de multas administrativas previstas na legislação trabalhis
ta. Além disso, o fiscal do trabalho, funcionário com petente para lavrar o
auto de infração, deverá, de ofício, ou seja, sem necessidade de solicitação do
empregado, com unicar a falta de anotação ao órgão competente a fim de ins
taurar o processo de anotação. Trata-se a anotação do contrato de trabalho
na CTPS, como pudemos observar, de direito indisponível do empregado.
Consequências penais. Além da penalidade adm inistrativa pela prática dos
atos mencionados anteriorm ente, não se deve olvidar que algumas condutas
constituem tipos penais e estão sujeitas às respectivas sanções (veja comen
tário ao art. 49 da CLT).
Exceção à regra. Não se pode esquecer de que, nas localidades onde não hou
ver emissão da CTPS, poderá ser adm itido o exercício de emprego ou ativi
dade remunerada por quem não a possua, nos termos do art. 13, § 3o, da CLT
(veja comentário).
Este dispositivo trata das anotações que competem aos órgãos adm inistra
tivos fazer. As anotações que estão a cargo do empregador devem por ele ser
feitas. Entretanto, se a anotação for encargo legal da DRT ou do INSS, estes
não podem recusar-se a fazê-la. Fica vedada, igualmente, a possibilidade de
cobrança de valores ou taxas para que a anotação que lhes compete seja feita.
Art. 35. (R e v o g a d o p e la L e i n . 6 .5 3 3 , d e 2 4 .0 5 .1 9 7 8 .)
Seção V
D a s Reclam ações por Falta ou Recusa de Anotação
A via adm inistrativa não é uma opção que deve ser necessariamente esco
lhida pelo reclamante. O art. 5o, XXXV, da CF assegura-lhe o acesso ao Po
der Judiciário a fim de reparar a lesão de seu direito. Esse cam inho pode ser
diretam ente trilhado, independentemente da opção pela via administrativa.
A redação anterior do art. 36 da CLT estabelecia um prazo de dez dias para
o empregado apresentar a reclamação adm inistrativa. A contagem do prazo
iniciava após o escoamento das 48 horas que o empregador tinha para ano
tar a CTPS do trabalhador (art. 29, caput, da CLT). Tratava-se de prazo de-
cadencial do direito de reclamar adm inistrativam ente contra a falta de ano
tação ou contra o ato omissivo de devolver a CTPS no prazo legal, que foi
tacitamente derrogado pelo Decreto-lei n. 229/67. O empregado pode, tanto
individualmente como assistido por seu sindicato, interpor reclamação con
tra a falta de anotação ou contra a não devolução da CTPS. Caso opte por
fazê-lo individualmente, deverá comparecer pessoalmente perante a Delega
cia Regional para apresentar a reclamação, mesmo que seja assistido por ad
vogado. Somente a reclamação feita via sindicato dispensa o comparecimento
pessoal do empregado.
Este artigo trata de um segundo cam inho possível no processo adm inis
trativo, que se inicia com o comparecimento do empregador. Lavrar-se-á, des
ta feita, um termo circunstanciado com data, hora e local do comparecimento,
dados do em pregador etc. Duas são as vias que o empregador pode tom ar:
an o tar a CTPS, aceitando com o verazes as afirm ações do reclam ante, ou
recusar-se a fazê-lo. Na segunda hipótese, terá um prazo de 48 horas para
apresentar suas razões para não reconhecer o alegado pelo reclamante. Caso
o empregador utilize o prazo que lhe é concedido, a defesa deve ser escrita e
protocolada, um a vez que não há previsão de um a nova audiência para a sua
apresentação. Cumpre ressaltar que não há óbice para a apresentação da de
fesa por ocasião da audiência. Portanto, entendemos que as razões da recusa
poderão ser feitas no momento do comparecimento do empregador, na for
ma verbal, e apostas no próprio term o de comparecimento.
FRANCISCO LUCIANO MINHARRO ARTS. 38 E 39 | 45
Seção VI
D o Valor das Anotações
O art. 818 da CLT, que regula o ônus da prova no processo do trabalho, de
term ina que a prova das alegações incum be à parte que as fizer. Assim, co
48 I ART. 40 FRANCISCO LUCIANO MINHARRO
Seção VII
D o s Livros de Registro de Em pregados
Art. 47. A empresa que mantiver empregado não registrado nos termos
do art. 41 e seu parágrafo único, incorrerá na multa de valor igual a 1 (um)
salário mínimo regional, por empregado não registrado, acrescido de igual
valor em cada reincidência.
C a p u t com redação dad a pelo Decreto-lei n. 229, de 28.02.1967.
Art. 48. As multas previstas nesta Seção serão aplicadas pelas Delegacias
Regionais do Trabalho.
Seção VIII
D a s Penalidades
Regra instituidora de tipo penal. Estabelece este artigo um tipo penal que se
desdobra em cinco condutas detalhadas nos incisos subsequentes. O legisla
dor, apesar de descrever em minúcias as condutas típicas penais, preferiu reme
ter ao CP, mais precisamente ao seu art. 299, a quantificação da pena: reclusão
de um a cinco anos e multa, se o docum ento for público, e reclusão de um a
três anos e multa, se o docum ento for particular. Caso o agente seja funcio
nário público, que comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é aumen
tada de um sexto. Trata-se de tipo penal específico, com conduta típica sufi
cientemente descrita e, por consequência, não vinculada à conduta do tipo
penal geral de falsidade ideológica do art. 299 do CP. Somente a penalidade
é coincidente com a desse tipo penal. Verifica-se que o caput não distingue
falsidade material e ideológica. A distinção será feita pelos incisos, que des
crevem as diversas condutas típicas. Cum pre frisar ainda que a catalogação
das formas de falsidade nos cinco incisos im porta considerar como crim e
apenas essas cinco condutas. Não é possível considerar outras condutas de
falsidade relacionadas à CTPS como tipo penal em face dessa catalogação,
salvo se houver previsão da conduta em outro artigo do CP ou em legislação
penal esparsa. Só é possível com eter esse crim e na form a dolosa. A forma
culposa não é considerada crim e, por falta de expressa disposição legal. A
ação penal é pública incondicionada.
Competência para julgamento da ação penal. O processo e o julgamento do
crime de falsa anotação na CTPS é da competência da Justiça Estadual (Sú
mula n. 62 do STJ). Entretanto, se a falsificação for utilizada perante a Justi
ça do Trabalho, consistir crime contra a organização do trabalho ou ferir di
reitos dos trabalhadores considerados coletivam ente, a com petência para
processá-los e julgá-los será da Justiça Federal (art. 109, VI, da CF).
O tipo objetivo, neste caso, é servir-se de docum ento falso para produzir
efeitos na emissão, na substituição ou na anotação da CTPS. Essa conduta cons
54 I ART. 49 FRANCISCO LUCIANO MINHARRO
Art. 51. Incorrerá em multa de valor igual a 3 (três) vezes o salário míni
mo regional aquele que, comerciante ou não, vender ou expuser à venda
qualquer tipo de carteira igual ou semelhante ao tipo oficialmente adotado.
Artigo com redaçõo dada pelo Decreto-lei n. 229, de 28.02.1967.
Além de cometer o crime previsto no art. 49, IV, da CLT, aquele - não ne
cessariamente comerciante - que vende ou simplesmente expõe à venda CTPS
igual ou semelhante ao tipo oficialmente adotado - e, portanto, falsificada - ,
sujeita-se a uma penalidade administrativa que consiste em uma multa, atual
mente no valor de três vezes o salário m ínim o regional.
A culpa a que se refere o artigo deve ser entendida em seu sentido amplo,
ou seja, abrangente da situação de dolo e de culpa em sentido estrito - negli
gência, im prudência e imperícia. A m ulta não visa a reparar a lesão sofrida
pelo empregado. Trata-se de penalidade de caráter adm inistrativo.
Art. 54. A empresa que, tendo sido intimada, não comparecer para
anotar a Carteira de Trabalho e Previdência Social de seu empregado, ou
cujas alegações para recusa tenham sido julgadas improcedentes, ficará
sujeita à multa de valor igual a 1 (um) salário mínimo regional.
Artigo com redaçao dad a pelo Decreto-lei n. 229, de 28.02.1967.
Art. 55. Incorrerá na multa de valor igual a 1 (um) salário mínimo re
gional a empresa que infringir o art. 13 e seus parágrafos.
Artigo com redação dad a pelo Decreto-lei n. 229, de 28.02.1967.
FRANCISCO L. MINHARRO | CARLOS AUGUSTO M. O. MONTEIRO A R T S.55A 57 | 57
Ressalte-se que essa m ulta, que atualm ente corresponde a 378,2847 Ufirs
(veja art. Io da Lei n. 8.383/91 e Portaria MTb/GM n. 290/97), não se confun
de com aquela prevista no art. 47, caput e parágrafo único, da CLT, que se apli
ca ante à falta de registro interno do empregado. A multa prevista neste arti
go aplica-se às infrações ao dispositivo que obriga o uso da CTPS nas situações
descritas no art. 13 e seus parágrafos da CLT (veja comentários a esse artigo).
O valor dessa m ulta corresponde, atualm ente, a 1.134,8541 Ufirs (veja art.
Io da Lei n. 8.383/91 e Portaria MTb/GM n. 290/97). A conduta passível des
sa penalidade viola o art. 26, parágrafo único, da CLT, que proíbe a cobran
ça pelos sindicatos de qualquer rem uneração pela entrega das CTPSs - no
caso de solicitação pelas diretorias dos respectivos sindicatos para que efe
tuem a entrega da CTPS aos empregados da categoria profissional que repre
sentam. Ressalte-se que o sujeito passivo da penalidade é a pessoa jurídica do
sindicato, que não se confunde com as pessoas físicas de seus diretores.
CAPÍTULO II
D A D U R A Ç Ã O D O T R A B A LH O
Seção I
D isp osição Preliminar
O art. 57 é o prim eiro do Capítulo II, Título II, da CLT, que trata da dura
ção do trabalho. Este capítulo é dividido em: a) jornada de trabalho; b) pe
ríodos de descanso; c) trabalho noturno; e d) quadro de horário. Por este ar
tigo, temos que as regras de duração de trabalho previstas no capítulo em que
se insere aplicam-se a todas as atividades, à exceção daquelas especiais, pre
vistas no Capítulo I, T ítulo III, da CLT, relativas aos bancários (arts. 224 a
226), telefonistas (arts. 227 a 231), operadores cinematográficos (arts. 234 e
58 I AR TS.57E58 CARLOS AUGUSTO M. O. MONTEIRO
Seção II
Da Jornada de Trabalho
Este parágrafo foi incluído pela Lei n. 10.243, de 19.06.2001. A determ ina
ção prevista neste dispositivo já vinha sendo há muito aplicada pela jurispru
dência, tendo originado inclusive a Súmula n. 366 do TST. É o chamado “tem
po residual”. O lim ite de dez m inutos é lícito desde que sejam distribuídos
cinco minutos antes e cinco minutos depois da jornada. Se for ultrapassado, o
limite não será descontado para o pagamento de horas extras, ou seja, os m inu
tos totais ultrapassados são devidos ao empregado sem o desconto do limite.
Tal dispositivo é de suma im portância para empresas com grande núm ero
de funcionários, nas quais há necessidade de que o empregado chegue ao tra
balho minutos antes para proceder a anotação do controle de frequência. De
acordo com a Súmula n. 449 do TST, é inválida norma coletiva que elasteça
o limite de cinco minutos. Assim dispõe referida súmula: “A partir da vigên
cia da Lei n. 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § Io ao art. 58 da CLT,
não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que
elastece o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de traba
lho para fins de apuração das horas extras”.
O dispositivo é claro no sentido de que o local não deve ser servido por
transporte público, o que afasta o entendim ento de que, na hipótese de mera
insuficiência de transporte público, faria jus o empregado ao recebimento das
horas in itinere (Súmula n. 90, III, do TST), e, havendo transporte público em
apenas um a parte da trajetória, as horas in itinere só seriam remuneradas no
limite do percurso não alcançado pelo transporte público (Súmula n. 90, IV,
do TST). A incompatibilidade entre os horários de início e térm ino da jorna
da do empregado e os do transporte público regular é circunstância que tam
bém gera o direito às horas in itinere (Súmula n. 90, II, do TST). Se as horas
in itinere forem computadas na jornada, o tempo que extrapola a jornada le
gal é considerado extraordinário, e sobre ele deve incidir o adicional respec
tivo (Súmula n. 90, V, do TST).
Em que pese entendermos ser lícita a supressão das horas extras pelo empre
gador, o TST editou a Súmula n. 291, em substituição à Súmula n. 76, que es
tabelece: “A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplemen
tar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao
empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês
das horas suprim idas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual
ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada norm al. O
cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) m e
ses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da su
pressão”. Antes da Súmula n. 291 do TST, as horas extras prestadas habitual
mente por mais de dois anos não poderiam ser suprimidas. Após a súmula,
as horas extras prestadas com habitualidade poderão ser suprimidas, mas o
empregador terá de pagar um mês de salário para cada ano ou fração de ano
igual ou superior a seis meses de horas extras suprimidas.
O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos ha-
veres trabalhistas, independentemente da limitação prevista no caput do art.
59 da CLT (Súmula n. 376 do TST). “O cálculo do valor das horas extras ha
bituais, para efeito de reflexos em verbas trabalhistas, observará o número de
horas efetivamente prestadas e a ele aplica-se o valor do salário-hora da épo
ca do pagamento daquelas verbas” (Súmula n. 347 do TST).
O empregado remunerado à base de comissões tem direito ao adicional pelo
trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões rece
bidas no mês, considerando-se divisor o número de horas efetivamente tra
balhadas (Súmula n. 340 do TST).
O não atendim ento das exigências legais para adoção do regime de com
pensação de horário semanal não implica a repetição do pagamento das ho
ras excedentes, sendo devido apenas o adicional respectivo (Súmula n. 85, III,
do TST). O referido entendimento é aplicado tão somente quando não forem
atendidas as exigências legais para a adoção do regime de compensação, por
exemplo, o acordo escrito.
Conforme art. 7o, XVI, da CF, o adicional mínimo para a hora extra é de 50%.
O trabalhador comissionista terá direito tão somente ao adicional de hora ex
tra, que será calculado sobre o valor das comissões a elas referentes (Súmula
n. 340 do TST). Em caso de empregado que recebe por produção, tam bém é
devido apenas o adicional, exceto o cortador de cana, conforme dispõe a OJ
CARLOS AUGUSTO M. 0 . MONTEIRO ART. 59 | 65
n. 235 da SDI-1 do TST: “O empregado que recebe salário por produção e tra
balha em sobrejornada tem direito à percepção apenas do adicional de horas
extras, exceto no caso do empregado cortador de cana, a quem é devido o pa
gamento das horas extras e do adicional respectivo”.
tente, em razão do disposto no art. 7o, XIII, da CF. Ou seja, o entendim ento
era de que o dispositivo em com ento não havia sido recepcionado pela CF.
Pois bem, com o cancelamento da Súmula n. 349 do TST, volta a discussão
quanto à validade de acordo e convenção de trabalho para compensação de
jornada em ambiente insalubre. De acordo com referido dispositivo, é neces
sária a autorização da autoridade competente, e o entendimento atual (com o
cancelamento da Súmula) é de que não há qualquer inconstitucionalidade no
referido dispositivo. Isso porque o mesmo art. 7o da CF, no inciso XXII, estabe
lece que são direitos dos trabalhadores “redução dos riscos inerentes ao traba
lho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança”, razão pela qual a ne
gociação coletiva encontra limites nas norm as de segurança e medicina do
trabalho.
Em outras palavras, é inválida compensação de jornada em am biente in
salubre sem autorização prévia da autoridade competente.
Art. 62. Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:
C a p u t com redoçõo dad a pela Lei n. 8.966, de 27.12.1994.
É preciso destacar que o disposto neste inciso perdeu-se no tempo. Isso por
que, em 1943, data de sua redação, de fato não era possível realizar o efetivo
controle de jornada do trabalhador externo. Porém, hodiernamente, o dispos
to neste artigo não se coaduna com as relações da sociedade, eis que o contro
le da jornada pode se dar por diversos meios eletrônicos, razão pela qual o que
se deve verificar é se o empregador teria como controlar a jornada e não o fez
por opção.
da a gratificação de função por dez ou mais anos e a reversão ocorrer sem jus
to motivo (Súmula n. 372,1, do TST). M antido o empregado no exercício da
função comissionada, não pode o empregador reduzir o valor da gratificação.
Não sendo trabalhador m ensalista, a rem uneração por hora é obtida di
vidindo-se o valor recebido pelo número de dias trabalhados.
Seção III
D o s Períodos de Descanso
A Lei n. 605/49, que dispõe sobre o repouso semanal remunerado, foi re
gulam entada pelo Decreto n. 27.048/49. O art. Io da Lei n. 605/49 derrogou
de forma tácita o caput do artigo sob exame, pois determ ina o repouso dever
coincidir com o domingo, enquanto aquele dispõe o repouso dever ser “pre
ferencialmente” aos domingos, atendendo assim o disposto no art. 7o, XV, da
CF, que regula a matéria. Desse modo, a determinação de que as folgas deve-
riam ser aos domingos, salvo motivo de conveniência ou necessidade impe
riosa do serviço, não é mais exigível.
O cálculo da remuneração do repouso semanal é objeto do art. 7o da Lei n.
605/49, em que estão relacionadas as várias modalidades de remuneração e
indicadas as diferentes formas de cálculo. Todos os pagamentos de natureza
salarial são computados na remuneração dos repousos, inclusive aos comis-
sionistas (Súmula n. 27 do TST).
Se houver faltas injustificadas, o empregado perde o direito à remuneração
do descanso.
As gratificações de produtividade e por tem po de serviço, pagas m ensal
mente, não repercutem no cálculo do repouso semanal remunerado (Súmu
la n. 225 do TST).
Diante dos term os do art. 5o da Lei n. 605/49, esta não se aplica: aos fun
cionários públicos da União, dos estados e dos municípios e aos respectivos
extranum erários em serviço nas próprias repartições; e aos servidores de au
tarquias paraestatais, desde que sujeitos a regime próprio de proteção ao tra
balho que lhes assegure situação análoga à dos funcionários públicos. O art.
9o da Lei n. 11.324/2006 revogou a alínea a do art. 5o da Lei n. 605/49, que ex
cluía da sua aplicação os empregados domésticos.
Aos funcionários públicos que não estejam sujeitos ao regime do funcio
nalismo público, é devido o repouso semanal rem unerado (art. 4o da Lei n.
605/49).
Parágrafo único. Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com
exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida escala de revezamen
to, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização.