Você está na página 1de 154

UnB/FAV

Disciplina: Conservação do Solo e da Água (FAV 170186)


Professor: Wenceslau J. Goedert (Tel.: 307-2824 R22 e e-mail:
goedert@unb.br)
Horário: Terça-feira (8 às 12 horas)
Local: Fazenda Água Limpa - FAL/UnB

SUMÁRIO

Página
Programa da Disciplina .....................................................................02

Módulo 01 - Introdução .....................................................................................05

Módulo 02 - Erosão ............................................................................................08

Módulo 03 - Erosividade da chuva ....................................................................18

Módulo 04 - Erodibilidade do solo ....................................................................32

Módulo 05 - Modelos de predição de erosão .....................................................54

Módulo 06 - Práticas mecânicas de conservação do solo e da água ................71

Módulo 07 - Práticas edáficas ...........................................................................88

Módulo 08 - Sistema de plantio direto ............................................................. 98

Módulo 09 - Práticas vegetativas .....................................................................114

Módulo 10 - Capacidade de uso da terra e planejamento conservacionista ..126

Módulo 11 - Manejo integrado de bacias hidrográficas .................................144


UnB/FAV - 1º Semestre 2005.
Disciplina: Conservação do Solo e da Água (FAV 170186)
Professores: Wenceslau J. Goedert (Tel.: 307-2824 R 22 e e-mail: goedert@unb.br) e
Eiyti Kato (ramal 28)
Horário: Terça Feira (08 às 12 horas). Local: FAL.

I - PROGRAMA PARA O PRIMEIRO O SEMESTRE DE 2005

15/03 1 - Programa da disciplina e introdução . Prática: Paisagem e aspectos gerais


de erosão natural.

22/03 2 - Erosão: tipos e fatores que influenciam as perdas de solo e de água. Erosão
eólica. Desertificação. Prática: Observação de aspectos gerais de erosão no
campo.

29/03 3 - Erosividade da chuva. Prática: Influência da intensidade da chuva e da


cobertura do solo no processo erosivo.

05/04 4 - Erodibilidade do solo. Propriedades físicas do solo relacionadas com


erodibilidade. Matéria orgânica do solo.

12/04 5 - Modelos de predição de erosão e sua aplicação. Prática: Demarcação de


terraços.

19/04 6 - Práticas mecânicas de conservação do solo e da água. Prática: Construção


de terraços.

26/04 Primeira prova escrita (FAV - Local a definir)

03/05 Continuação de práticas mecânicas de conservação: Controle de enxurradas e de


voçorocas. Prática: Observações no campo.

10/05 7 - Práticas edáficas de conservação do solo e da água Prática: Compactação


do solo.

17/05 8 - Sistema de plantio direto. Prática: visita experimento.

24/05 9 - Práticas vegetativas de conservação do solo e da água.Prática: SAF

31/05 10 - Capacidade de uso da terra e planejamento conservacionista.

07/06 11 - Manejo integrado de bacias hidrográficas.

14/06 Manejo conservacionista em área de produção de grãos. Visita a uma


propriedade rural. Saída do ICC Sul, em horário a ser estabelecido.

21/06 2ª Prova escrita (local a definir - FAV ?)

28/06 Prova especial ? Encerramento do semestre


II - SISTEMA DE AVALIAÇÃO

A avaliação da disciplina será baseada em dois parâmetros:

1. Testes rápidos semanais (20%)


2. Duas provas escritas (80%)

1. Testes - Serão aplicados no início das aulas, constando de questões baseadas nas aulas
anteriores, nas leituras recomendadas e nos textos distribuídos. A média obtida nos testes
corresponderá a 20% da média final.
2. Provas – As duas provas serão aplicadas nos dias já determinados no programa da
disciplina. Serão baseadas no conteúdo das aulas (teóricas e práticas) e dos documentos
recomendados para cada tema. Corresponderão a 80% da média final.

III - LITERATURA BÁSICA

 BERTONI, J. & LOMBARDI NETO, F. Conservação do Solo. 4ª Edição. Editora ICONE. São Paulo.
1999. 355 p.
 CASTRO Fº, C.; MUZILLI, O. (ed.). Manejo integrado do solo em microbacias hidrográficas... Anais.
Congr. Bras. e Encontro Nac. de Pesq. sobre Conservação do Solo, 8. Londrina (PR), 1996, 312
p.
 DEDECEK, R.A. RESCK, D.V.S. FREITAS JR., E. Perdas de solo, água e nutrientes por erosão em
Latossolo Vermelho-Escuro dos cerrados em diferentes cultivos sob chuva natural. R. bras. Ci.
Solo, 10:265-272, 1986.
 Embrapa/CNPAF. Técnicas de Preparo do Solo. Circ. Técnica. 17. Goiânia. 1984. 26p.

 GALETI, P.A. Práticas de Controle à Erosão. Instituto Campineiro de Ensino Agrícola. São Paulo.,
1987. 278 p.
 GOEDERT, W. J. (ed.). Solos dos Cerrados. Tecnologias e estratégias de manejo. Embrapa/CPAC.
Nobel. São Paulo., 1986. 422 p.
 GUERRA, A.J.T. e outros (eds.) Erosão e Conservação dos Solos: conceitos, temas e aplicações.
Bertrand Brasil, RJ. 1999. 340p.
 RAMALHO FILHO, A. & BEEK, K.J. Sistema de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras. 3ª
Edição. Embrapa/CNPS. 1995. 65 p.
 SATURNINO, H.M. & LANDERS,J.N. (eds.) O meio ambiente e o plantio direto.
Embrapa/SPI, 1997. 116 p.
-Site na Internet: www.ufv.br/dea/gprh; www.ambientebrasil.com.br;
www.embrapa.br/plantiodireto, etc...

Obs.- Em adição a estes textos, serão revisados trabalhos publicados em revistas


especializadas, principalmente a RBCS.
UnB - Conservação do Solo e da Água
Ficha dos Alunos do 1º Semestre 2005 (teste 01)

1. Nome completo:

2. Matrícula:

3. Telefone ou e-mail:

4. Experiência pessoal na área agrícola:

5. Plano profissional para o futuro:

6. Sua expectativa em relação à esta disciplina:


CONSERVAÇÃO DO SOLO

MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO

1. Programa da Disciplina (página 2)


2. Conceituação Geral sobre Conservação do Solo
3. Conseqüências do processo erosivo
4. Aula Prática: Paisagem da FAL
CONSERVAÇÃO DO SOLO
(CONCEITOS)

SOLO - Camada superficial da crosta terrestre em


que se sustentam e se nutrem as plantas.
- Composto de fração sólida (mineral e
orgânica), água e ar.
- Perfil do solo (horizontes)

CONSERVAÇÃO DO SOLO - Proteger e


desenvolver, de modo sustentável, os
recursos naturais renováveis: solo, água,
flora e fauna.
- Meta final é assegurar a produção de
alimentos e de matérias primas para
satisfazer as demandas atuais e futuras da
sociedade.
SITUAÇÃO ATUAL

O Brasil perde, a cada ano, cerca 600 milhões de


toneladas de solo agrícola devido à erosão e ao mau
uso. Essa perda corresponde a cerca de 300 mil
hectares - ou seja, 0,5 % da área nacional ocupada
por lavouras permanentes e temporárias.
As possíveis conseqüências são:
- Declínio da produtividade e competitividade
- Colapso na agricultura e êxodo rural
- Assoreamento e poluição de cursos d’água
- Enchentes e destruições
- SUSTENTABILIDADE?
MÓDULO 2 - EROSÃO

1.- Histórico da erosão


2 - Agentes da erosão: chuva e vento
3 - Mecanismo básico da erosão
4 - Erosão geológica e acelerada
5 - Exploração agrícola e erosão
6 - Erosão hídrica
6.1 Impacto das gotas de chuva
6.2 Tipos de erosão hídrica
6.3 Fatores que influenciam a erosão hídrica
7. - Erosão eólica
8. - Leituras complementares
2.3 - MECANISMO DA EROSÃO

Etapas do processo de erosão:

1 - Desprendimento ou destruição dos


agregados do solo;

2 - Transporte das partículas;

3 - Deposição das partículas.


EQUILÍBRIO NATURAL

Exploração agrícola (rompimento)

DESEQUILÍBRIO

Manejo adequado Manejo inadequado

NOVO EQUILÍBRIO DEGRADAÇÃO

COLAPSO NA
EXPLORAÇÃO AGRICULTURA
SUSTENTÁVEL POLUIÇÃO
ÊXODO RURAL
ETAPAS DE DEGRADAÇÃO DO SOLO PELO USO INADEQUADO

100

75
Erosão
PRODUTIVIDADE OU EROSÃO RELATIVA (%)

Etapas 1 2 3
50
Prod
utivi
d ad e
25

0 35
5 10 15 20 25 30

ANOS DE CULTIVO

ETAPA 1 - M.O. e estrutura destruídas gradualmente. Erosão


em níveis tolerantes.

ETAPA 2 - M.O. baixa. Perda de estrutura. Surgimento de


camadas compactadas. Eficiência de adubação diminui

ETAPA 3 - Erosão acelerada. Abandono da terra. Exige


programa de recuperação.

w-4(WJG-17)
2.6 - EROSÃO HÍDRICA

IMPACTO DAS GOTAS  ENERGIA CINÉTICA

Energia = ½ m x v2

Ec = 12,18 + 8,88 log I

Ec em t.m/ha.mm

I em mm/h

Quadro 6.1. Velocidade terminal de gotas de chuva de vários


diâmetros

Altura da queda com a


Diâmetro da gota Velocidade qual a gota de água
de chuva terminal adquire 95% de sua
velocidade terminal
mm m/s m
1 4,0 2,2
2 6,5 5,0
3 8,1 7,2
4 8,8 7,8
5 9,1 7,6
6 9,3 7,2
TIPOS OU FORMAS DE EROSÃO

1 - Compactação ou selamento
superficial

2 - Erosão Laminar

3 - Erosão em Sulcos

4 - Voçorocas
FATORES QUE INFLUEM NA EROSÃO

1. Chuva - intensidade, duração e freqüência.

2. Natureza do solo - textura, estrutura, porosidade e


permeabilidade (capacidade de infiltração da água).

3. Topografia do terreno - declividade e comprimento de


rampa.

4. Cobertura vegetal - vegetação, viva ou morta, sobre a


superfície do terreno.

Obs. No processo de erosão, chuva e topografia introduzem


energia, enquanto solo e cobertura a dissipam.
2.7 - EROSÃO EÓLICA

MODELO DE PREDIÇÃO DE EROSÃO

E = f (I, K, C, L, V)

E = perda do solo

I = índice de erodibilidade do solo

K = rugosidade do terreno

C = fator climático (vento)

L = comprimento do campo

V = cobertura vegetativa

Modelo orienta as práticas de controle:

 Rugosidade da superfície

 Cobertura vegetal

 Barreira perpendicular à direção do vento


EROSÃO EÓLICA

Métodos de controle:

1 - Aumento da estabilidade do solo e da


rugosidade da superfície

2 - Cobertura da superfície do terreno


(vegetação, restos culturais, outros)

3 - Formação de barreiras perpendiculares à


direção predominante do vento.
2.8 - DESERTIFICAÇÃO

Conceito - processo de erosão avançado,


resultando em áreas/paisagens com
carência /ausência de solo, água e
vegetação. Geralmente associado a climas
áridos.

Áreas desertificadas no Brasil: Nordeste


(Pi, Ce e RN), Jalapão/To e Alegrete/RS.

Soluções:
 Prevenção (planejamento de uso)
 Recuperação ?
MÓDULO 3 - EROSIVIDADE DA CHUVA

1. Introdução
2. Água do solo e sua movimentação

3. Infiltração, percolação e lixiviação

4. Escoamento superficial

5. Manejo e conservação da água

6. Síntese

7. Literatura básica

8. Aula prática – Demonstração em microparcelas e


cálculo de perdas
3.1. EROSIVIDADE DA CHUVA

 Conceito
 Capacidade erosiva da chuva (depende
da intensidade, duração e freqüência das
chuvas)
 Capacidade de desagregação e de
transporte

 Avaliação da erosividade e sua aplicação


 EI30 = Ec x I30
Ec - Energia cinética
I30 - Intensidade máx. 30`

 Aplicação na previsão de erosão (fator


chuva nos modelos)

 Erosividade das chuvas na região


CONCEITOS

1.INFILTRAÇÃO - Água que penetra no perfil do solo.

2.PERCOLAÇÃO - Movimento descendente da água livre no


perfil do solo, liberando a superfície do solo e camadas
superiores da unidade supérflua (água gravitacional).

3.LIXIVIAÇÃO - Perda de sais solúveis através da água de


percolação, resultando em perdas de nutrientes (nativos ou
adicionados) e, possivelmente, poluição.

4.ESCOAMENTO SUPERFICIAL - Movimento da água sobre


a superfície do terreno, resultando em perda de água e
remoção do solo (erosão)
PERMEABILIDADE DE LATOSSOLO VERMELHO-ESCURO DOS
CERRADOS

Permeabilidade (mm/ha)
Profundidade (cm)
Solo virgem Cultivado 10 anos

0 - 10 182 34

10 - 20 312 96

20 - 30 153 48

30 - 40 115 58

40 - 50 48 36

50 - 60 82 46

Fonte: Embrapa/CPAC. 1994.


Perda média anual de nutrientes por percolação (média de 15
anos). Solo textura média

Condições N P205 K20 CaO MgO S03


do solo
........................ kg/ha/ano................
Desnudo 69 - 87 557 104 133

Rotação (G/L) 8 - 69 322 73 109

Gramínea 3 - 75 364 83 111

Fonte: Buckman e Brady, 1974.


3.5 - PRÁTICAS DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DA ÁGUA
FUNDAMENTOS DO MANEJO

A. Minimizar o impacto direto das gotas de chuva na


superfície do terreno

B. Maximizar a infiltração da água no solo e, como


conseqüência, minimizar o escorrimento superficial

C. Minimizar as perdas da água infiltrada e, como


conseqüência, maximizar a quantidade de água
disponível para as plantas.

D. Minimizar a capacidade erosiva da água que escorre

E. Minimizar os impactos negativos sobre a qualidade dos


mananciais de água.
A - MINIMIZAÇÃO DO IMPACTO DAS GOTAS

(Proteção da superfície do terreno)

 Cobertura vegetal (viva)

 Culturas anuais (período pré e pós plantio)


 Culturas perenes (período de formação)

 Cobertura morta

 Palhada (plantio direto)


 Outras
B - MAXIMIZAÇÃO DA INFILTRAÇÃO

 Eliminação de crosta superficial (escarificação)

 Manutenção da rugosidade da superfície do terreno

 Aumento da permeabilidade
 Preparo do solo

 Adubação orgânica (estrutura e porosidade)

 Eliminação de camadas compactadas (pé-de-grade)


 Subsolagem
 Diversificação de equipamentos de preparo do solo

 Minimização da velocidade da água que escorre

 Terraceamento em nível (canal)


 Outras práticas
C - MINIMIZAÇÃO DAS PERDAS DA ÁGUA NO SOLO

 Minimização da evaporação
 Cobertura vegetal
 Cobertura morta (Plantio Direto)
 Escarificação da superfície do terreno

 Minimização da percolação e lixiviação


 Aumento da capacidade de retenção de água
 Calagem (CTC)
 Matéria orgânica (CTC e estruturação)

 Enraizamento abundante e profundo


 Calagem e Gessagem
 Adubação (mineral e orgânica)
 Descompactação
D - MINIMIZAÇÃO DO ESCORRIMENTO E DE SEUS
EFEITOS EROSIVOS

 Proteção da superfície do terreno


 Drenagem ordenada (racional) da enxurrada (água e
sólidos) através de terraços e carreadores
 Acúmulo e re-aproveitamento da água

E - MINIMIZAÇÃO DOS IMPACTOS SOBRE A


QUALIDADE DOS MANANCIAIS DE ÁGUA

- Evitar assoreamento de rios, lagos, barragens, etc


- Evitar a eutrofização dos depósitos de água.
Perdas de água por erosão, em latossolo vermelho-escuro em 5,5% de
declive, sob diferentes cultivos (precipitação média = 1600 mm/ano)

Ano Solo Milho Arroz Soja Soja Pastagem


descoberto P. Direto
................. Perdas de água - mm .............

79/80 300 231 273 140 93 17

80/81 105 80 70 46 74 19

81/82 237 219 186 50 192 12

82/83 334 297 286 218 268 17

83/84 375 358 351 256 196 16

84/85 398 346 344 258 273 36

Média 291 255 255 161 182 20

Fonte: Dedecek et al. Embrapa/CPAC. 1986. Planaltina-DF.


50

PC
PD

30
(% da precipitação)
Escorrimento superficial total

10

10 30 50

PERCENTAGEM DE COBERTURA DO SOLO

Influência da percentagem de cobertura do solo sobre o


escorrimento superficial em Latossolo Roxo após preparo
convencional do solo (PC) e plantio direto (PD) (Roth, 1984)
POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS
(Lei 9.433 de 08.01.97)

 FUNDAMENTOS:
1. Água é um bem de domínio público
2. É um recurso natural limitado
3. Uso prioritário é o consumo humano e animal
4. A gestão deve proporcionar o uso múltiplo das águas
5. A bacia hidrográfica é a unidade territorial para
implementação da política
6. A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada

 OBJETIVOS
1. Assegurar à atual e às futuras gerações a disponibilidade
de água, com qualidade
2. Utilizar racional e integradamente os RH
3. Prevenir contra eventos hidrológicos críticos, naturais ou
decorrentes do uso inadequado
3.6 – SÍNTESE MÓDULO
 Água é o principal agente de perdas
 Percolação/lixiviação
 Escoamento/erosão
 Macro conseqüências da erosão hídrica
 Declínio da produtividade
 Colapso da agricultura/êxodo rural
 Enchentes e destruições
 Assoreamento e poluição

3.8 - EXERCÍCIO DE PERDAS

A) Dados experimentais obtidos nas microparcelas (2 m2) no período de


11/98 a 04/99 (primeiro ano após instalação do experimento):
- Precipitação pluviométrica : 862 mm;
- Sistemas testados: solo descoberto (SD), sistema de preparo
convencional (SPC) e sistema de plantio direto (SPD);
- Valores médios de perdas de solo e água nos sistemas
testados:

Sistema testado Solo em 250 ml de Enxurrada (l)


enxurrada (g)
SD 8 140
SPC 6 100
SPD 2 100

B) Calcular: perda de solo em cada sistema (t/ha), perda de água (m 3/ha)


e infiltração de água (%).
MÓDULO 4 - ERODIBILIDADE DO SOLO
(ROTEIRO)

1. INTRODUÇÃO
2. PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO
2.1 Textura
2.2 Estrutura e propriedades derivadas
3. ERODIBILIDADE E USO DO SOLO
4. MATÉRIA ORGÂNICA E CONSERVAÇÃO DO
SOLO
5. LITERATURA
4.1 - INTRODUÇÃO

Conceito de erodibilidade: vulnerabilidade ou


susceptibilidade do solo em erodir-se
ou
nível de resistência à erosão
(resistência ao impacto e ao
transporte)

 Fatores que influenciam: natureza do solo


(propriedades físicas e atividade da fração
orgânica) e manejo do solo.

 Propriedades físicas do solo relacionadas:

 Textura (proporções entre frações de areia,


silte e argila)

 Estrutura (arranjo entre as partículas do


solo) e suas propriedades derivadas:
estabilidade de agregados, porosidade/
permeabilidade e capacidade de retenção
de água.
4.2 - PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO

TEXTURA

 Classificação textural

 Primeiro índice de erodibilidade (1960):
areia + silte
 Textura k =
argila

 Os solos arenosos se caracterizam por:


 Trabalho mecânico mais leve
 Permeabilidade mais alta
 Capacidade de retenção de água baixa
 Erodibilidade: Solos arenosos são mais
frágeis e mais erodíveis (erosão hídrica e eólica). Solos
argilosos são mais suscetíveis à compactação.

ESTRUTURA E PROPRIEDADES DERIVADAS

 Conceitos e avaliações

 Estrutura = arranjo entre partículas formando


agregados. A estabilidade dos agregados é
função do grau de cimentação entre as
partículas

 Porosidade = volume do solo ocupado por ar


e por água. Relação entre macro (ar) e
microporos (água).

 Permeabilidade = taxa de penetração de água


no solo

 Capacidade de retenção de água = quantidade


de água adsorvida por unidade de solo. É
função do nível de atividade coloidal
(superfície específica e cargas)

 Avaliações
 Estrutura, erodibilidade e manejo do
solo
 Estabilidade de agregados (resistência ao
desmanche)
- Relação direta com primeira fase do processo de
erosão e com o grau de selamento superficial
- Em solos tropicais, é função do manejo da matéria
orgânica
- Uso continuado de preparo do solo (aração e
gradagem) desagrega ou pulveriza o solo.

 Porosidade e distribuição de tamanho de poros

Dr - Da
Porosidade (%) = x 100
Dr
- Equilíbrio entre volume de macroporos e de
microporos tem relação com a permeabilidade e
com a capacidade de reter água
- Compactação do solo causa desequilíbrio.
 Permeabilidade

- Função da quantidade de macroporos

- Diminuição da macroporosidade resulta


em menor taxa de infiltração e, como
conseqüência, em maior volume de
enxurrada ==> mais transporte de
partículas de solo ==> mais EROSÃO

 Capacidade de retenção de água

-Função da quantidade de microporos

-Diminuição da microporosidade resulta


em menor retenção de água disponível
para as plantas e em maior percolação de
água ==> mais lixiviação de nutrientes.
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS SOLOS DA REGIÃO DOS
CERRADOS

1. Solos predominantes
Latossolos 56%
Areias Quartzosas 20%
Litossolos, Lateritas, etc. 24%

2. Composição textural
Franco-arenoso 32%
Argiloso 26%
Franco-argilo-arenoso 16%
Franco argiloso 14%
Outras classes 12%

3. Teor de M. orgânica (%)


1,81 a 2,60 58%

4. Estrutura
Índice de agregação > 95%

5.Estabilidade de agregados - alta

6. Capacidade de infiltração de água > 70%

7. Porosidade total > 60%

8. Capacidade de retenção de água


Total < 15%
Disponível 1 mm/cm do solo
Características de um Latossolo Vermelho-Escuro dos Cerrados

Profundidade Densidade Porosidade Macroporosidad

V1 C2 V C V C
(cm) -----Mg/m3 ----- ----------------------- (%) -----------------
0-10 0,92 0,96 65 64 30 24
10-20 0,90 0,99 66 63 32 15
20-30 0,88 1,03 67 61 35 19
30-40 0,88 1,01 67 61 34 17
40-50 0,84 0,95 68 64 35 23
50-60 0,83 0,91 69 66 33 27

1
V - Solo Virgem. 2C - Cultivado por 10 anos
100

80

60
ÍNDICE DE AGREGAÇÃO (%)

40

20

0
cv 1 2 3 4 5 11

ANOS DE CULTIVO COM SOJA

Efeito dos anos de cultivo de soja nos índices de agregação


de um LV muito argiloso da região dos Cerrados.
4.3 - ERODIBILIDADE E USO DO SOLO

 Erodibilidade de um solo é dada por:

K = Perda de solo em terreno nu / Erosividade

 Práticas de manejo que afetam o grau de


resistência do solo à ação erosiva da chuva e do
vento:
 Cobertura vegetal (viva ou morta)
 Proteção contra impacto da chuva
(menos selamento, mais infiltração e menos
escorrimento na superfície do terreno)
 Agregação do solo (raízes e M.O.)
 Preparo do solo (rugosidade da superfície,
selamento e compactação)

 Tolerância de perdas de solo


 Nível de perda sem comprometer produções
futuras
 Função do tipo de solo e “negociação”
Erodibilidade dos principais solos (quadro 2.5 e
dados Dedecek et al.).
Quadro 2.5 - Erodibilidade média dos horizontes superficiais para várias
unidades de dois grandes agrupamentos de solos paulistas

Relação de erosão do
SOLO horizonte superficial “K”
(t.ha/j)

 Com B textural

Podzolizados com cascalho 53,7 0,054

Podzólico vermelho-amarelo 42,1 0,042

Terra roxa estruturada 18,1 0,018

 Com B latossólico

Latossolo vermelho-amarelo 21,7 0,022

Latossolo vermelho-escuro 15,5 0,016

Latossolo roxo 11,5 0,012

Fonte: Bertoni e Lombardi Neto, 1990.


Perdas de solo por erosão, em Latossolo Vermelho-Escuro com 5,5% de
declive, sob diferentes cultivos.

Ano Solo Milho Arroz Soja Soja Pastagem


descoberto P. Direto
................. Perdas de solo - t/ha .............

79/80 183 87 39 13 2 0,2

80/81 5 2 1 1 0,5 0,1

81/82 13 13 4 7 4 0,1

82/83 25 23 3 8 5 0,1

83/84 38 20 16 11 6 0,1

84/85 54 28 10 10 8 0,2

Total 318 173 73 50 25,5 0,8

Média 53 29 12 8 4 0,1
(ano)

Fonte: Dedecek et al. Embrapa/CPAC. 1986. Planaltina-DF.


TABELA 1. Perdas de solo e composição química dos sedimentos de um Latossolo
Vermelho-Escuro (LE), durante chuva de 30,5 mm, em 2,20 h.

Composição química do sedimento


Perdas Al Ca Ca+Mg P K Matéria
Tratamentos de solos ( me / 100 ml ) (ppm) orgânica
(t/ha) (%)

Solo descoberto 3,83 0,54 1,49 2,09 2,0 7 1,97

Milho/convenc. 1,13 0,47 2,10 2,47 4,6 27 2,41

Arroz/convenc. 0,60 0,38 2,09 2,54 5,6 29 2,23

Soja convenc. 0,62 0,41 2,00 2,44 5,8 27 2,10

Pastagem 0,01 0,47 2,10 2,41 4,6 27 2,41

Fonte: Dedecek, 1984


4.4 - MATÉRIA ORGÂNICA E CONSERVAÇÃO DO
SOLO

 Fontes e decomposição

 Humo
 Porção coloidal de M.O.
 Propriedades coloidais

 Influência nas propriedades do solo


 Propriedades químicas
 Capacidade de troca iônica

 Propriedades físicas
 Estrutura (estabilidade de agregados)
 Porosidade e permeabilidade
 Aeração
 Capacidade de retenção de água

 Atividade biológica e o uso sustentável do


solo.
 Dinâmica do MO em solos cultivados
 Desequilíbrio pelo cultivo
 Tendência natural
 Medidas preventivas

 Adubação orgânica
 Preparo e manejo do solo
 Manejo das culturas
 Restos da vegetação (cultivos e invasoras)
 Adubos orgânicos

 Adubação verde
 Conceito/princípios/objetivos
 Espécies mais utilizadas
 A.V. e fixação de N atmosférico
4

3
MATÉRIA ORGÂNICA, %

0
0 1 2 3 4 5

TEMPO DE CULTIVO (ano)

Degradação da matéria orgânica, com o tempo


de cultivo, em solos de cerrados (Embrapa/CPAC).

Latossolo Vermelho Amarelo, argiloso


Latossolo Vermelho Amarelo, médio
Areia quartzosa
Tabela 3. Teores de matéria orgânica nos diversos ecossistemas da região
dos Cerrados

Ecossistema Profundidade Teor de M.O


cm (%)

Cerradão 0-5 5,19


20-30 2,88

Braquiária 0-5 3,54


20-30 2,46

Eucalipto 0-5 2,78


20-30 1,98

Adubos verdes 0-5 2,09


20-30 2,01

Rotação soja/milho 0-5 2,40


20-30 2,30

Rotação arroz/milho 0-5 2,40


20-30 2,10
Fonte: Resck et al. (1988)
100
Retenção de água (%)

50

0
2 4 6 8 10

Matéria Orgânica (%)

Relação entre o teor de matéria orgânica e a


capacidade de retenção de água em solos tropicais
(Lal e Greenland, 1979).
6

4
CTC (me/100g)

4 3 2 1 0

Matéria Orgânica (%)

Relação média entre a capacidade de troca catiônica


(CTC) e a matéria orgânica em solos cultivados da
região dos cerrados (Embrapa/CPAC).
PRINCIPAIS FONTES DE ADUBOS ORGÂNICOS E SUA
COMPOSIÇÃO (valores médios)

Material M.O. N P2O5 K2O


............................... % ..............................
Esterco bovino 36 1,3 1,0 1,0

Esterco suíno 40 0,6 0,5 0,3

Esterco de aves 50 2,4 2,1 2,1

Composto 40 1,3 1,3 1,0

Lixo urbano 40 0,6 1,1 0,9

Vinhaça 5 0,8 0,2 4,0

Turfa 30 2,3 0,4 0,8

Fonte: Raij, 1991


Produção de matéria seca da parte aérea das principais leguminosas
utilizadas como adubo verde na Região dos Cerrados (Embrapa/CPAC,
1979).

Espécie kg/ha de MS

Crotalária (Crotalaria juncea) 10.500

Feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) 7.700

Macuna preta (Styzolobium atterrimum) 6.900

Munduvira grande (Crotalaria paulina) 6.800

Macuna rajada (Styzolobium deeringianum) 6.400

Feijão guandu (Cajanus cajan) 5.700

Lab-Lab (Dolichos lablab) 4.700


Dinâmica da matéria orgânica em solos tropicais

Processo

Reservatório orgânico

Efeitos na planta

Liteira

Micróbios Fauna

Decomposição Transporte
M.O. do Solo

Lábil

Troca de
Lento Estrutura do solo
íons

Passivo

Disponibilidade Quelação Disponibilidade


de nutrientes de água

Toxidez Erosão

Fonte: Swift and Woomer (1992)


MÓDULO 5 - MODELOS DE PREDIÇÃO DE
EROSÃO
(Roteiro)

4.1 - Introdução

4.2 - Equação Universal de Perdas de Solo


(USLE)

4.3 - Modelos recentes

4.4 Literatura básica

 Bertoni e Lombardi Neto, 1990


 Castro Filho e Muzilli, 1996
5 - PRINCIPAIS MODELOS DE PREDIÇÃO DE EROSÃO, SUA
CALIBRAÇÃO, VALIDAÇÃO E APLICAÇÃO NO BRASIL

5.1 - INTRODUÇÃO

 Antecedentes

 Conceito de modelo (simulação da realidade)

 Importância dos modelos de predição de erosão


 Pesquisa convencional é onerosa e demorada
 Extrapolação de resultados experimentais
 Visão do futuro

 Objetivos e aplicações dos modelos


 Antever perdas

 Escolher práticas de uso e manejo

 Planejar o uso de uma área

 Priorizar pesquisa

 Histórico dos modelos


5.2 - EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDAS DO SOLO (USLE)

 Relação entre as perdas (erosão) e os fatores que afetam estas perdas:


 Chuva (intensidade, duração e freqüência)
 Natureza do solo
 Topografia (declividade e comprimento de rampa)
 Manejo do solo e das culturas
 Práticas conservacionistas

- A equação desenvolvida por WISCHMEIER e SMITH (1960):

A=RKLSCP
onde:

A= perda de solo calculado por unidade de área (t/ha);


R= fator chuva: índice de erosão pela chuva (MJ/ha.mm/h);
K= fator erodibilidade do solo: intensidade de erosão por unidade de índice de
erosão da chuva, para um solo específico que é mantido continuadamente
sem cobertura, mas sofrendo as operações culturais normais, em um declive
de 9% e comprimento de rampa de 25 m, t/ha/ (MJ/ha.mm/h);
L= fator comprimento de declive: relação de perdas de solo entre um
comprimento de declive qualquer e um comprimento de rampa de 25 m
para o mesmo solo e grau de declive;
S= fator grau de declive: relação de perdas de solo entre um declive qualquer e
um declive de 9% para o mesmo solo e comprimento de rampa;
C= fator uso e manejo: relação entre perdas de solo de um terreno cultivado em
dados condições e as perdas correspondentes de um terreno mantido
continuamente descoberto, isto é, nas mesmas condições em que o fator K é
avaliado;
P= fator prática conservacionista: relação entre as perdas de solo de um terreno
cultivado com determinada prática e as perdas quando se planta morro
abaixo.
FATOR CHUVA (R)

 Índice numérico da capacidade erosiva da chuva (erosividade)

 Erosividade  energia cinética x intensidade máxima em 30`


(Ec) (I30)

Ec = 0,119 + 0,0873 log I

Índice de Erosão (EI30 = Ec x I30 )

Ec expresso em MJ/ha
I30 expresso em mm/h

 Valor R é a média dos valores anuais de EI, calculada para um longo


período (  20 anos)

 Resultados e aplicações (SP e DF)

 Esquemas experimentais (natural e simulação)


FATOR ERODIBILIDADE DO SOLO (K)

 Avaliação numérica da susceptibilidade do solo em erodir-se

 Proporcional a sua capacidade de infiltração e resistência a


dispersão/transporte

 Determinado experimentalmente em parcela de 25 m, com 9% de


declive, solo descoberto.

K = A/EI L=S=P=C=1

 Dados experimentais (SP e DF)

FATOR TOPOGRÁFICO (LS)

 Perda em relação à parcela unitária de 25m de comprimento, com 9%


de declive

 Determinado experimentalmente (SP)

LS = 0,00984 C0,63 .D.1.18

 Dados experimentais no Brasil


FATOR USO E MANEJO (C)

 Perda de um solo cultivado num determinado sistema em relação a


perda de solo descoberto, cultivado morro abaixo. Parcelas de 25m,
com 9% de declive.

 Dimensão de C varia de 0 a 1

 Variação de C em diferentes estágios do cultivo (5 estágios) - dados


DF

FATOR PRÁTICA CONSERVACIONISTA (P)

 Perda de solo de uma área cultivada com determinada prática em


relação a perda “padrão”

 Determinado experimentalmente

Prática P

Plantio morro abaixo 1,0

Plantio em contorno 0,5

PC + alternância capinas 0,4

PC + Cordões de vegetação permanente 0,2


APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO UNIVERSAL

 Definição do limite de tolerância de perdas

A = 4 a 15 t/ha/ano

 Fatores relacionados com o limite

 Aplicação no planejamento conservacionista

 Limitações do uso da equação universal

 Dificuldade de obter dados experimentais (parâmetros)

 Desenvolvido para declives baixos

 Predição de perdas médias, a longo prazo


APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO UNIVERSAL (Exemplo)

 Situação real

 Latossolo Roxo com 8% declive, 100m de rampa


 Cultivo rotação (pasto + pasto + milho + soja)
 Preparo do solo convencional, plantio em contorno

 Seleção de fatores
R = 6730 (figura)
K = 0,012 (tabela)
LS = 2,08
C = 0.1376
P = 0,5

 Perda de solo prevista = A = 11,6 t/ha/ano

 Nível de tolerância de perdas deste solo (12 t/ha/ano)


EXERCÍCIOS DE PREDIÇÃO DE PERDAS DE SOLO

Baseado na Equação Universal de Perda de Solo (modelo USLE) e


nos resultados experimentais obtidos por DEDECEK et al. 1986,
calcule, aproximadamente, a perda de solo prevista para os seguintes
sistemas ou situações:

1 - Cultura de soja, em LVE, terreno com 6% de declive e comprimento


de rampa de 100 m, utilizando preparo convencional do solo e plantio
morro a baixo.
2 - Idem situação 1, mas com plantio em contorno.
3 - Idem situação 2, mas com terraços espaçados a cada 25 m.
4 - Idem situação 3, mas com implantação do sistema de plantio direto.

Repita os cálculos acima, mas para a cultura do milho.

Como ficaria a previsão para uma rotação soja/milho?


Inserir as seguintes tabelas e figuras:

1 - Quadro 10.1 (Bertoni)


2 - Figura 1 (Dedecek et al, 1986)
3 - Figura 10.1 (Bertoni)
4 - Quadro 10.3 (Bertoni)
5 - Figura 10.4 (Bertoni)
Quadro 2.5 - Erodibilidade média dos horizontes superficiais para várias
unidades de dois grandes agrupamentos de solos paulistas

Relação de erosão do
SOLO horizonte superficial “K”
(t.ha/j)

 Com B textural

Podzolizados com cascalho 53,7 0,054

Podzólico vermelho-amarelo 42,1 0,042

Terra roxa estruturada 18,1 0,018

 Com B latossólico

Latossolo vermelho-amarelo 21,7 0,022

Latossolo vermelho-escuro 15,5 0,016

Latossolo roxo 11,5 0,012

Fonte: Bertoni e Lombardi Neto, 1990.


Perdas de solo por erosão, em Latossolo Vermelho-Escuro com 5,5% de
declive, sob diferentes cultivos.

Ano Solo Milho Arroz Soja Soja Pastagem


descoberto P. Direto
................. Perdas de solo - t/ha .............

79/80 183 87 39 13 2 0,2

80/81 5 2 1 1 0,5 0,1

81/82 13 13 4 7 4 0,1

82/83 25 23 3 8 5 0,1

83/84 38 20 16 11 6 0,1

84/85 54 28 10 10 8 0,2

Total 318 173 73 50 25,5 0,8

Média 53 29 12 8 4 0,1
(ano)

Fonte: Dedecek et al. Embrapa/CPAC. 1986. Planaltina-DF.


TOLERÂNCIA DE PERDA DO SOLO

é a quantidade de terra que pode ser perdida por


Conceito - erosão, sem refletir negativamente no potencial
produtivo do solo, por longo período de tempo.

Relação - Fatores físicos e econômicos


- Profundidade do solo
- Topografia

Limite (SP)

Solos Tolerância (t/ha/ano)

Com B textural (Podzólicos) 6 a 12

Com B latossólico (Latossolos) 10 a 15

Pouco desenvolvidos (Litossolos) 4a5


5.3 - MODELOS RECENTES

 RUSLE (Equação Universal Revisada)


Embasamento de modelos recentes:
 Análise do processo de erosão (sem empirismo), dentro e fora da
área
 Enfocados em predizer perdas por chuvas individuais
 Estruturas conceituais e computacionais

 Modelo GUEST (Griffith University Erosion System Template)

 Processo de erosão formado por cinco componentes: dispersão pela


gota de chuva, redispersão, deposição, embarque pelo fluxo e
desembarque

 Modelo ESEM (European Soil Erosion Model)


 Desenhado para operar nos eventos de chuva que mais contribuem
com a perda de solo.

 Modelo CREAMS (Chemicals, Runoff, Erosion from Agric. Manag.


Systems)
 Usado para avaliar perdas de poluentes das lavouras

 Modelo WEPP (Water Erosion Prediction Project)


 Esforço para substituir a Equação Universal
 Adaptado para terras cultivadas ou nativas

 Sistema de Informações Geográficas - SIG (Regional)


MODELO WEPP

 Modelo de predição de erosão baseado em processos e


computacionalmente intensivo

 Incorpora os processos básicos:


a) hidrológicos - precipitação, infiltração e escoamento
b) erosivos - destacamento, transporte e deposição

 Programa originalmente elaborado em FORTRAN-77, com seis


componentes: clima, hidrologia, crescimento vegetal, solos,
erosão e irrigação

 Modelo em três versões


 vertentes
 bacias hidrográficas
 grid (geoprocessamento)

 Vantagens do modelo:
 facilmente transferível para países tropicais
 exigência de séries de dados curta (1 ano)
 alta precisão de predição
 Calibração simples
ADAPTAÇÃO DO MODELO WEPP

A - Etapas para adaptação

 Arquivo de clima
 Arquivo de solo
 Arquivo do relevo
 Arquivo de uso e manejo

B - Calibração dos parâmetros do modelo

 Otimização interativa
 Experimentação com simuladores

C - Validação do modelo
SÍNTESE

 Erosão é um processo complexo e variável de local para local.

 Modelos serão extremamente úteis no futuro

 Planejamento conservacionista, em vários níveis

 Desenvolvimento sustentável

 Modelagem x informática

 Desafios tecnológicos

AULA PRÁTICA (Exercício preditivo)


MÓD. 6 - PRÁTICAS MECÂNICAS DE
CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA

1. INTRODUÇÃO
2. CLASSIFICAÇÃO DAS PRÁTICAS
2.1 Vegetativas
2.2 Edáficas
2.3 Mecânicas
3. TERRACEAMENTO
3.1 Terraços de base larga
3.2 Terraços de base estreita
3.3 Construção de terraços
4. OUTRAS PRÁTICAS MECÂNICAS
5. LEITURA (cap. 8 - BERTONI)
6. AULA PRÁTICA
6.1 PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS

Conceito - São técnicas utilizadas para aumentar a


resistência do solo e/ou diminuir as
forças do processo erosivo.

Classificação

- Vegetativas - utilização da própria vegetação


- Edáficas - manejo do solo
- Mecânicas - estruturas artificiais

Uso integrado
- Plano conservacionista
- Manejo integrado
PRÁTICAS DE CARÁTER MECÂNICO

Princípio - diminuir/quebrar a velocidade de escoamento da


enxurrada e facilitar a infiltração da água no solo.

Principais práticas:

a) Distribuição racional dos caminhos e sua conservação

b) Plantio em nível ou contorno (dados)

c) Terraceamento (detalhes)

d) Canais escoadouros

e) Controle de voçorocas (conjunto de práticas)


TERRACEAMENTO

Função - diminuir o comprimento das rampas  quebrar


velocidade da água.

Características - são estruturas físicas (canal + camalhão)


- alto custo de construção e manutenção
- eficiente, quando combinado com outras
práticas

Aplicabilidade - em função da declividade do terreno


(1 a 20%)

Tipos de terraço (ilustração):

a. Quanto ao destino das águas


- Retenção ( nível )
- Drenagem ( até 0,5 %o )
- Misto

b. Quanto a seção transversal (formato)


- Base larga (  6m )
- Base média ( 3 a 6m )
- Base estreita (  3m )
- Patamar
- Banqueta individual

c. Quanto ao processo de construção (figura)

- Tipo NICHOLS (canal + camalhão)


- Tipo MANGUM (canal + camalhão + canal)
TERRAÇO DE BASE LARGA

Características (6 a 12 m largura)

- Segurança
- Eficiência
- Ocupação de todo o terreno

Indicações: terrenos até 12% de declividade (ou mais)

Tipos:

- Retenção (em nível absoluto)


- Drenagem (em gradiente)

Espaçamento (distância entre terraços)

- Declividade do terreno
- Tipo de solo (permeabilidade) / Fator K
- Tipo de cultura

Recomendação de espaçamento (Bertoni)

EV = 0,4518.K.D 0,58
sendo:
EV - espaçamento vertical entre terraços (m)
D - declividade de terreno (%)
K - fator erodibilidade do solo (constante para cada
tipo de solo)
Espaçamentos para terraços nivelados, para culturas anuais, para a Região dos Cerrados

Declividade Terra arenosa Terra franco-arenosa Terra argilosa

(%) E.H. E.V. E.H. E.V: E.H. E.V.


............................................ m ...............................................

1 73 0,73 76 0,76 81 0,81

2 43 0,85 46 0,92 51 1,02

3 33 0,98 36 1,07 41 1,22

4 25 1,10 31 1,22 36 1,42

5 24 1,22 27 1,37 33 1,63

6 22 1,34 25 1,53 31 1,83

7 21 1,46 24 1,68 29 2,03

8 20 1,59 23 1,83 28 2,24

9 19 1,71 22 1,98 27 2,44

10 18 1,83 21 2,14 26 2,64

Fonte: Resck, 1992


TERRAÇOS DE BASE ESTREITA

Características: (2 a 3 m de largura)
 recomendado para maiores declives (10 a 20%)
 proteção de culturas perenes
 perda de área e dificuldade de tráfego de máquinas

Sinonímia
 cordões - em - contorno
 curvas de nível
CONSTRUÇÃO DE TERRAÇOS
(etapas)

1. Planejamento Tipo e espaçamento entre terraços


(função do tipo de uso a ser dado à área, da declividade e do
maquinário disponível)

2. Marcação no campo (equipamentos)

3. Construção p. dita

- Base estreita  arado terraceador


- Base larga  arado de discos ou patrol

4. Dimensionamento do canal (> volume da enxurrada que


chega no canal)

- chuva de máximo retorno


- área entre dois terraços
- capacidade de infiltração do solo

5. Revisão e manutenção dos terraços

6. Escoamento da enxurrada oriunda das estradas.


TERRAÇOS
(Dimensão do canal)

 Dimensão  volume de água que escorre na superfície ocupada


entre dois terraços

 Etapas

1. Cálculo do volume de água que escorre até o canal


Ex. Distância entre terraços = 30m
Comprimento do terraço = 500m
Chuva máxima = 50 mm/h
Capacidade de infiltração do solo = 40 mm/h
Volume = 30 x 500 x 0,010 = 150m3

2. Cálculo da área mínima da seção transversal da bacia de retenção


do terraço (canal)

150 m 3
A   0,3 m 2
500 m
ESCOLHA DA PRÁTICA DE ACORDO COM DECLIVE

Declive Prática conservacionista mais comum


(%) (aditivo)

0-2 Preparo de solo e plantio em nível. Exceção em longas


pendentes

2-6 Terraceamento em nível (base larga). Faixas de


retenção ou cobertura do terreno com palhada.

6 - 12 Terraceamento (base larga ou estreita), em nível ou


com gradiente, conforme o tipo de solo

12 - 18 Terraceamento (base estreita) e faixas de retenção

 18 Culturas perenes, com patamares ou banquetas


individuais
Efeito do comprimento de rampa nas perdas de terra, em toneladas por
hectare

PERDA
Comprimento Primeiro Segundo Terceiro Quarto 25
de rampa Média 25 metros 25 metros 25 metros metros

25 metros 13,9 13,9 - - -

50 metros 19,9 13,9 25,9 - -

75 metros 26,2 13,9 25,9 38,8 -

100 metros 32,5 13,9 25,9 38,8 51,4

Fonte: Bertoni e Lombardi Neto, 1990


MÓDULO 6 (continuação) – PRÁTICAS
MECÂNICAS. CONTROLE DE ENXURRADAS E
VOÇOROCAS

1. INTRODUÇÃO

2. TERRACEAMENTO

3. PLANTIO EM NÍVEL(em contorno)

4. DISTRIBUIÇÃO DE ESTRADAS E SUA

CONSERVAÇÃO

5. CANAIS ESCOADOUROS

6. CONTROLE DE VOÇOROCAS

7. LEITURA
PRÁTICAS MECÂNICAS (cont.)

 Plantio em contorno
 Estradas e carreadores
 Baciões
 Controle de voçorocas

PLANTIO EM CONTORNO
Conceito - Prática que consiste em dispor as fileiras
das plantas e executar todas as operações no sentido
transversal à pendente, em curvas de nível ou linhas
em contorno.
Efeito de práticas conservacionistas em culturas anuais sobre as perdas
por erosão

Perdas de
Práticas Solo Água
t/ha % da chuva

Morro abaixo 26,1 6,9

Contorno 13,2 4,7

Contorno + alternância de capinas 9,8 4,8

Cordões de cana-de-açúcar 2,5 1,8

Fonte: Bertoni e Lombardi Neto, 1990


ESTRADAS E CARREADORES

 Importância do planejamento
 Fatores: relevo e perímetro da gleba
 Princípios básicos:
a) Localização preferencial das estradas em
espigões (divisores de água)
b) Carreadores em nível, com inclinação
interna de 10%
c) Carreadores em pendente, descontínuos e
vegetados
d) Estradas com “grade”
e) Escoamento da água das estradas, através de
“bigodes” e “peitos de pomba”
f) Quando impossível escoar, construir baciões
BACIÕES

 A distância entre baciões é calculada em função


da declividade da estrada:

Declividade (%) Distância entre baciões


Até 5 8 x Largura da estrada
5 a 10 4 x Largura da estrada
10 a 15 3 x L, com ladrão
15 a 20 2,5 x L, com ladrão e/ou
baciões de segurança
Acima de 20 Idem anterior, mas com
baciões em série.

 O volume do bacião depende da maior chuva de


retorno (chuva de maior intensidade da região)
CONTROLE DE VOÇOROCA

1º - Evitar que ela se forme (prevenção)

2º - Aterrar a Voçoroca quando pequena

3º - Estabilizar ou conter seu avanço

 Interceptar e desviar a água na cabeceira


 Isolar a área
 Suavizar os taludes
 Revestir os taludes com vegetação (pastagem,
bambu, etc)
 Deixar a área para nichos ecológicos ou para
produção de madeira (bambu)
 Construir paliçadas ou anteparos para acumular
água e sedimentos
Módulo 7 - PRÁTICAS EDÁFICAS

Roteiro

7.1. Introdução

7.2. Processos de preparo do solo

7.3. Preparo convencional do solo

7.4. Compactação e Subsolagem

7.5. Síntese

7.6 Literatura básica

Embrapa/CNPAF, 1984
Bertoni e Lombardi Neto, 1990
Galeti, 1987
7 - DIFERENTES TIPOS DE PREPARO DO SOLO E SUAS
IMPLICAÇÕES NA CONSERVAÇÃO DO SOLO

7.1 - INTRODUÇÃO

 Antecedentes

 Objetivos do preparo do solo:

 Quebrar crosta superficial


 Aumentar aeração e infiltração
 Controlar plantas invasoras(espontâneas)
 Preparar “cama” para sementes

 Preparo x conservação do solo/água

 Custos
7.2 - PROCESSOS DE PREPARO DO SOLO

 Abertura de áreas novas

 Plano conservacionista
 Desmatamento do cerrado
 Enleiramento (em curvas de nível)
 Calagem/incorporação

 Sistemas de preparo

 Variável (específico para cada propriedade)


 Sistemas que envolvem trabalho intenso com o
solo (CONVENCIONAL)
 Sistema que visam não trabalhar mecanicamente
o solo (P. DIRETO)
 Evolução dos implementos
 Agricultura familiar x comercial
7.3 - PREPARO CONVENCIONAL DO SOLO

(Técnicas mais comuns nos Cerrados)

I. Preparo do solo com duas gradagens, com grade aradora


em solo seco.

II. Aração com arado de discos em terreno seco.

III. Trituração e pré-incorporação dos restos culturais e


posterior aração com arado de discos, em terreno seco.

IV. Trituração e pré-incorporação dos restos culturais e


aração de terreno úmido.
7.3 - PREPARO CONVENCIONAL DO SOLO
(Principais implementos utilizados)

1.Arado de aiveca - tombamento de leivas, incorporação de


restos de colheita e controle ervas daninhas

2.Arado de discos - mais usado nos cerrados. Grande adaptação


a vários tipos de solos. Menor custo por área.

3.Grade aradora - recomendado para incorporação de resíduos,


trituração e incorporação de invasoras e preparo de solos
recém-desmatados. Pouca profundidade.

4.Enxada rotativa - aração e gradagem numa só operação.


Desintegra agregados. Recomendado para horticultura.

5.Grades de acabamento - utilizados após a aração, para


destorroar, nivelar e adensar o solo. São úteis também para
picar a palhada, destruir ervas daninhas e enterrar sementes e
adubos aplicados a lanço.
PREPARO CONVENCIONAL E CONSERVAÇÃO
DO SOLO

1. Preparo com grade aradora

- Preparo superficial (até 15 cm)


- Decomposição de matéria orgânica é lenta
- Pulverização da estrutura na camada superficial
- Formação de camada compactada (pé-de-grade)
- Diminuição de permeabilidade/infiltração.

2. Preparo com aração convencional


O nível de efeitos é similar ao sistema anterior, porém em
menor intensidade.

3. Preparo com pré-incorporação de resíduos, seguido de aração

- Preparo do solo profundo (20 a 30 cm)


- Decomp. rápida de M.O
- Estruturação razoável
- Boa permeabilidade
w-11(WJG-17)
Quadro 2. Custo operacional dos diversos métodos convencionais
de preparo do solo

MODO DE PREPARO OPERAÇÃO

1. Preparo superficial em solo pesado 2 Gradagens pesadas (grades aradoras)


1 Gradagem leve

2. Aração direta em terreno seco Aração direta


3 Gradagens leves

3. Aração em terreno seco, após trituração dos 1 Gradagem pesada (grade aradora)
restos culturais
1 Aração

4. Aração em solo úmido, após trituração dos 1 Gradagem pesada (grade aradora)
restos culturais
1 Gradagem leve
1 Aração

Fonte: Embrapa/CNPAF. 1984. Goiania-GO.

w-11(WJG-17)
7.4 - COMPACTAÇÃO e SUBSOLAGEM

1 - Conceito de compactação

2 - Causas da compactação
 Movimento de frações finas no perfil do solo (Adensamento)
 Pressão de máquinas e implementos ou de animais
(Compactação)

3 - Processos para diagnosticar o estado de compactação


 Porosidade (densidade de partículas e do solo)
 Resistência mecânica à penetração (penetrômetro)

4 - Efeitos da compactação
 Nas plantas (< desenvolvimento radicular)
 No solo (< infiltração da água e > enxurrada)

5 - Soluções
 Medidas preventivas (< uso de máquinas,...)
 Práticas para leve compactação (plantas descompactadoras,...)
 Práticas para forte compactação (revolvimento e subsolagem)
 Implementos usados
 Vantagens/desvantagens

w-11(WJG-17)
7.5 - SÍNTESE
 Processo estreitamente relacionado à conservação
do solo e da água

 Tecnologia recente direcionada para rendimento


mecânico e economia

 Tendência do processo no cerrado

 Desafios tecnológicos

w-11(WJG-17)
Efeito de sistemas de preparo do solo sobre as perdas por erosão
(Bertoni e Lombardi Neto, 1990)

Sistema de Perdas por erosão


preparo do solo Solo Água
t/ha % % da chuva %
Duas arações 14,6 122 5,7 104
Uma aração 12,0 100 5,5 100
Subsuperfície 8,6 72 5,0 94

w-11(WJG-17)
Módulo 8 - SISTEMA PLANTIO DIRETO

8.1 - Introdução
8.2 - Requisitos básicos
8.3 - Tipos de plantio direto
8.4 - Resultantes positivos do sistema
8.5 - Desafios futuros
8.6 - Visita a uma propriedade rural

8.1 - INTRODUÇÃO

CONCEITO - sistema de cultivo baseado na


semeadura em solo não revolvido e
protegido por resíduos vegetais de
culturas anteriores, no qual as
sementes são colocadas em sulcos
ou covas.

Plantio direto x Cultivo mínimo

w-11(WJG-17)
Efeito de manejo dos restos culturais de milho sobre as perdas por
erosão

Perdas de
Sistema de incorporação Solo Água
t/ha % da chuva

Palha queimada 20,2 8,0

Palha enterrada 13,8 5,8

Palha na superfície 6,5 2,5

Fonte: Bertoni e Lombardi Neto, 1990

w-11(WJG-17)
8.2 - REQUISITOS BÁSICOS PARA INICIAR O
PLANTIO DIRETO

1. Aspectos administrativos e estruturais

 Administrador e equipe capacitados


 Estrutura de máquinas e implementos
(semeadora)
 Assistência técnica

2. Aspectos técnicos

 Terreno sistematizado
 Solo descompactado e corrigido (acidez e
fertilidade)
 Suprimento de palha (cobertura)
 Plano de rotação de culturas, incluindo cultivos
de cobertura
 Controle preventivo de plantas invasoras

w-11(WJG-17)
8.3 - TIPOS DE PLANTIO DIRETO (PD)
NOS CERRADOS

A. Plantio direto no mato


B. Plantio direto com semi-preparo (cultivo mínimo)
C. Plantio direto com safrinha
D. Plantio direto com safrinha e cobertura

A - P. Direto no mato
 Plantio sobre a resteva da cultura de verão anterior
Operações básicas:

 Colheita da cultura anterior - até maio


 Repouso/desenv. plantas invasoras - maio a outubro
 Aplicação de herbicidas
dessecantes e plantio - outubro a dezembro

 Requisitos básicos para adoção:


 Plantadeira específica de PD
 Colhedeira com esparramador de palha
 Cuidado com plantas invasoras perenes
 Análise econômica prévia

w-11(WJG-17)
B - P. Direto com semi-preparo (Cultivo mínimo)

 Plantio após um preparo parcial do solo (em certo


momento entre a colheita e o novo plantio)

 Operações básicas
 Colheita da cultura anterior até maio
 Repouso /desenv. plantas invasoras maio a set.
 Preparo parcial (gradagem) maio a set.
 Aplicação de herbicidas
dessecantes (?) e plantio out. a dez.

 Requisito básicos para adoção

 Preparo parcial no período seco


 Grade niveladora ou pesada
 Roçadeira?
 Plantadeira específica de PD

C - P. Direto com safrinha

w-11(WJG-17)
 P. direto após exploração de uma segunda lavoura
implantada no fim da estação chuvosa (safrinha)

 Operações básicas:

 Colheita da cultura de verão fev. a março


 Exploração da safrinha fev. a julho
 Repouso julho a set.
 Aplicação de herbicidas dessecantes
e plantio out. em diante

 Requisitos básicos:

 Plantadeira específica de PD
 Antecipação da cultura de verão anterior e/ou uso de
cultivares de diferentes ciclos
 Alta capacidade de colheita e secagem

D - P. Direto com safrinha e cobertura

w-11(WJG-17)
 PD após safrinha, mais cultura específica para produção
de massa no fim do período seco

 Operações básicas:

 Colheita da cultura de verão jan. a fev.


 Exploração da safrinha fev. a julho
 Plantio da cultura para produção
de massa agosto a set.
 Aplicação de herbicidas

dessecantes e plantio out. em diante

 Requisitos básicos

 Plantadeira específica de PD
 Antecipação da cultura de verão anterior e/ou uso de
cultivares de vários ciclos
 Alta capacidade de colheita e secagem
 Possível uso de herbicidas também na safrinha
 Ter opção de espécies para cultura de cobertura
(milheto)

w-11(WJG-17)
Tabela 15 - Esquema sugerido para planejamento de rotação
de culturas

Proporção Culturas de Época de Possíveis Época de


da área verão plantio culturas de plantio
“safrinha”
16% Soja precoce Até 20/out Milho
Sorgo Até 20/Fev
Milheto
50% Soja normal ou Novembro Sorgo Mar/Abr
tardia Milheto plantio
Aveia preta normal ou
Guandú sobre-
Crotalaria semeadura
Nabo forrageiro

14% Milho precoce Outubro Girassol Até 10/Mar


Sorgo Milheto
20% Milho normal Outubro Sorgo Mar/Abr
Milheto
Nabo forrageiro

Fonte: Adaptado da Revista Plantio Direto, 1995.

w-11(WJG-17)
8.4 - RESULTANTES POSITIVOS

1.Minimiza perdas de solo e de água


> Proteção superficial
> Infiltração de água no perfil

2.Melhora propriedades do solo (biologia -


QUADRO)

3.Minimiza uso de máquinas


< compactação
< custos
> período para semeadura

4.Torna a agricultura mais sustentável


- economia
- ambiente
- social

w-11(WJG-17)
Fauna do solo em sistemas de manejo convencional e mínimo na
sucessão sorgo/trevo.

Fauna Convencional Mínimo

Besouros 1,6 48,8

Aranhas 3,6 16,0

Outros Macroartrópodes 7,2 46,0

Minhocas 191,0 1.210,0

Ácaros 37.286,0 104.027,0

Colêmbolos 7.727,0 12.487,0

Insetos 1.070,0 2.594,0

Fonte: Pereira et al. 1994.

w-11(WJG-17)
SÍNTESE DAS VANTAGENS DO SPD
(Dados da APDC, 2002)

ITEM %
< Perdas por erosão 80 a 90
< Uso de mão-de-obra 40 a 50
< Combustível 50 a 60
< Calcário e fosfatos 15 a 25
< Água e energia, em áreas irrigadas 20 a 30
< Custo de produção geral 20 a 30

w-11(WJG-17)
8.5 - DESAFIOS PARA O FUTURO

Principais dificuldades registradas na


Região do Cerrado:

1 - Manejo da fertilidade do solo

2 - Produção de palha (cobertura do


terreno) e terraceamento

3 - Alternativas de safrinha

4 - Problemas de segunda geração


(QUADRO)

w-11(WJG-17)
Tabela 2. Motivos para sair do Plantio Direto e fazer preparo
convencional sob irrigação (Fonte: Boletim da ABPDC, 1999)

Razão do preparo do solo % relativa ao n


total de
entrevistados
Descompactação 51
Controle de doenças 39
Controle de lesmas 20
Nivelamento de rastros 20
Controle de ervas 20
invasoras
Incorporação de calcário 17
Controle de insetos 15
Plantio de tomate 10
Redistribuição de 10
nutrientes no perfil
Plantio de algodão 10

w-11(WJG-17)
PLANTIO DIRETO (Projeto Plataforma
2001)
www.embrapa.br/plantiodireto

Problemas de conservação de solo na


Região Brasil-Central

1.Adensamento e compactação do solo;


2.Desnivelamento do terreno no primeiro ano de
implantação do SPD;
3.Dificuldade de manutenção do SPD;
4.Estabelecimento de critérios para o
terraceamento em SPD; e
5.Manejo da área e preparo do solo para entrar no
SPD.

w-11(WJG-17)
PLANTIO DIRETO (Projeto Plataforma 2001)
Estabelecimento de critérios para o terraceamento
em SPD (Região Brasil-Central)

PROBLEMAS IDENTIFICADOS:
1. Eliminação de terraços
2. Falta de definição sobre a eliminação dos terraços
3. Necessidade de eliminação ou rebaixamento de
terraços
4. Perda de solo por erosão.

SOLUÇÕES INDICADAS:
1. Aumento de cobertura vegetal (palhada);
2. Em áreas com alta declividade fazer o desmanche
alternado dos terraços, desde que recomendado
pelos técnicos;
3. Planejamento da propriedade considerando a
declividade, índices pluviométricos e tipo de solo; e
4. Rebaixamento de terraços, se recomendado, para
facilitar operações e reduzir custos.

AÇÕES INDICADAS: Prover projetos de pesquisa de


monitoramento de áreas terraceadas, visando
estabelecer critérios técnicos para o espaçamento e
tipo de terraços, assim como a recomendação ou não
da retirada dos terraços.

w-11(WJG-17)
MÓDULO 9 - PRÁTICAS VEGETATIVAS
(Plantio  Colheita)

Princípio: Proteger a superfície do


terreno através do manejo da vegetação,
viva ou morta. (Sistema de plantio direto
utiliza este princípio !)

9.1 - Processos de plantio

9.2 - Sistemas de cultivo

9.3 - Agricultura sustentável

w-11(WJG-17)
9.1 - PROCESSOS DE PLANTIO
Estratégia: cobrir a superfície do terreno mais cedo e
de modo mais completo
Época
Densidade
Adubação
Plantio em contorno (sistemas convencionais)
Meta: obter maior índice de área foliar (IAF - gráfico)

Perdas de solo (média de 6 anos) por período do ano agrícola, em


Latossolo Vermelho-Escuro, em 5,5% de declive.

Período Índice de Solo des- Soja


erosividade coberto Convencional P. Direto Pastagem

t.m/ha. mm/h ................... Perdas de solo - t/ha ................


F (1/4 a 112 4 0 0 0
10/10)
1 (11/10 a
15/11) 81 1 1 1 0

2 (16/11 a
15/12) 54 1 1 0 0

3 (16/12 a
15/1) 133 11 3 1 0

4 (16/1 a
31/3) 425 36 3 2 0,1

Total 805 53 8 4 0,1


Fonte: Dedecek et al. Embrapa/CPAC. 1986. Planaltina-DF.

w-11(WJG-17)
9.2 - SISTEMAS DE CULTIVO
 Monocultura

 Rotação de culturas

 Consorciações de culturas anuais

 Sistemas agroflorestais ou silvopastoris

 Agricultura orgânica

 Permacultura

w-11(WJG-17)
COMPARAÇÃO DOS SISTEMAS DE CULTIVO

Sistema Aspectos positivos Aspectos negativos

1. MONOCULT  Maior população de  Desequilíbrio do solo


IVO microorganismos simbiontes ? (nutrientes)
(mesma espécie, ano  Menor variedade de  Proliferação de pragas e
após ano) implementos doenças
 Viável para espécies semi-  Não se beneficia das interações
perenes e perenes entre espécies

2. ROTAÇÃO DE  Melhora características  Complexidade de atividades


CULTIVOS físicas, químicas e biológicas  Maior variedade de
(diferentes espécies do solo implementos
em seqüência  Aumenta teor de M.O.  Possível efeito residual de
planejada)  Melhor aproveitamento de herbicidas
nutrientes  Requer planejamento a longo
 Controle de plantas invasoras, prazo (desvantagem ?)
pragas e doenças
 Diversificação de safras

3. ASSOCIAÇÃO  Melhor cobertura (proteção  Competição por luz e


DE CULTIVOS do solo) nutrientes (exaustão)
(mais de uma  Menor risco de perdas  Aplicável somente em pequenas
espécie, simulta-  Aplicável para sistemas áreas (c. anuais)
neamente, na agroflorestais
mesma área)

w-11(WJG-17)

Efeito de tipos de rotação de culturas na produção de milho

Tratamentos Produção
kg/ha %

Milho contínuo 3.782 100

Milho-algodão-amendoim 4.610 119

Milho-algodão-amendoim-pasto-pasto-pasto 3.788 98

Milho-algodão-amendoim-leguminosa-
leguminosa-leguminosa 5.830 151

Milho-algodão-feijão+amendoim 4.885 126

Milho-algodão-arroz 4.402 114

Fonte: Bertoni e Lombardi Neto, 1990.

w-11(WJG-17)
SISTEMAS AGROFLORESTAIS

Conceito - Agrofloresta é um sistema de uso da terra no


qual plantas perenes são cultivadas em associação planejada
com plantas herbáceas (anuais ou pastagem), resultando em
interações ecológicas e econômicas.

Principais vantagens para a conservação do solo:

 Cobertura vegetal (proteção ao impacto das gotas de


chuva);

 Infiltração da água da chuva;

 Variedade da microfauna;

 Exploração do perfil do solo e reciclagem de nutrientes;

 Controle da erosão eólica;

 Rompimento do ciclo da monocultura.

w-11(WJG-17)
AGRICULTURA ORGÂNICA (AO)

Conceito (método orgânico)

Justificativas do sistema (alimentos mais


saudáveis e uso racional de recursos naturais)

Fundamentos
 Manejo do solo (reciclagem de nutrientes)
 Manejo da água
 Associação de espécies vegetais e animais

AO e a conservação do solo e da água

AO e os sistemas convencionais de cultivo.

w-11(WJG-17)
PERMACULTURA

Conceito (ambientes humanos sustentáveis)

Origem e justificativas

Fundamentos
 Planejamento por zonas
 Manejo do solo
 Manejo da água

Relação com conservação do solo e da água

Comparação com agricultura convencional.

w-11(WJG-17)
9.3 - AGRICULTURA SUSTENTÁVEL

Sustentabilidade (conceito e princípios)

Planejamento de uso da terra (módulos 10 e 11)

Uso integrado e interativo das práticas


conservacionistas

Recuperação de áreas degradadas

Reciclagem de resíduos urbanos.

w-11(WJG-17)
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

 Conceito de degradação
 Origens
- Agricultura (erosão)
- Outros usos da terra ???

 Recuperação de áreas agrícolas


- Integração lavoura/pecuária
- Sistema Barreirão (pastagem degradadas)
- Outros processos (Sistema Santa Fé)

 Recuperação de áreas não agrícolas


- Eliminar a origem do problema
- Adicionar M.O. (resíduos urbanos)
- Estabelecer cobertura vegetativa
- Usar a área de modo planejado.

w-11(WJG-17)
SISTEMA BARREIRÃO

Conceito - sistema de reforma de pastagem degradada


utilizando associação cultura - forrageira

Fatores de degradação:
 Compactação de camada arável (aumento de densidade
aparente, redução de macroporos, diminuição de
infiltração de água)

 Aumento de ervas invasoras

Consórcio Arroz/Braquiária (etapas)

1.Análise do solo (0 a 40 cm)


2.Calagem
3.Aração profunda com arado de aiveca
4.Gradagem niveladora
5.Semeadura conjunta
- Arroz (2 a 3 cm)
- Braquiária + adubo (8 a 10 cm)
6.Tratos culturais/colheita do arroz
7.Vedação do pasto

w-11(WJG-17)
RECICLAGEM DE RESÍDUOS URBANOS

 Tipos de resíduos (lixo e esgoto)

 LIXO
 Possíveis destinos e conseqüências
 Uso para agricultura
 Uso para recuperação de áreas degradadas

 LODO DE ESGOTO
 Alternativas de disposição
 Aproveitamento (biossólido)?

 Aspectos econômicos, sociais e ambientais da


reciclagem (desenvolvimento sustentável)

w-11(WJG-17)
MÓD 10 - CAPACIDADE DE USO DA TERRA
E PLANEJAMENTO CONSERVACIONISTA

10.1 - Avaliação da capacidade de uso da terra

10.2 - Levantamento e planejamento


conservacionista

10.3 - Síntese

10.4 - Literatura básica

 Bertoni e Lombardi Neto, 1990


 Lepsch et al. 1983
 Ramalho Filho e Beek, 1995

w-11(WJG-17)
10.1 - AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE DE USO DO
SOLO

- INTRODUÇÃO

 Antecedentes

 Objetivos
 Conhecer possibilidades e limitações de uso
(agrícola e outros)
 Orientar a tecnologia de manejo e conservação

 Aplicações

 Planejamento em vários níveis e escopos


 Zoneamento agroecológicos (mapas)
 Utilização racional dos recursos naturais
(sustentabilidade)

 Terra x Solo

 Histórico dos sistemas de avaliação

w-11(WJG-17)
- SISTEMA AMERICANO DE CAPACIDADE DE USO
DAS TERRAS

 Características consideradas:

 Declive
 Textura/estrutura/permeabilidade
 Profundidade efetiva
 Erosão
 Pedregosidade
 Riscos de inundação
 Uso atual

 Agrupamentos básicos

 Classes - I a VIII (Quadro)

 Grupos - A, B e C (usos)

w-11(WJG-17)
SISTEMA AMERICANO - CLASSES DE CAPACIDADE DE
USO

Classe Características

I Terras com boa topografia, solos profundos e aptas para todas


as atividades agrícolas

II Similar a classe I, mas que requerem práticas conservacionistas


simples, face ao maior declive (até 5%)

III Terras com riscos de desgaste, com declividade até 12%,


indicadas para todas as atividades agrícolas, mas exigindo
práticas intensivas de conservação do solo

IV Terras com grandes limitações de uso, com declividade até


20%. Recomendadas para pastagem e culturas perenes,
exigindo práticas severas de conservação do solo

V Terras com impedimentos permanentes, sem possibilidade de


correção viável. Recomendadas para pastagem natural e
florestamento

VI Similar a classe V, com maiores limitações. Declive 40 a 50%

VII Terras impróprias para cultivo, podendo serem usadas


marginalmente para pastagem e florestas.

VIII Terras sem possibilidade de uso, devendo ser usadas para


preservação de fauna/flora, turismo e armazenamento d´água

w-11(WJG-17)
- SISTEMA BRASILEIRO DE AVALIAÇÃO DE
APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS

 Embasamento

 Níveis de manejo considerados


 A (Primitivo - baixa tecnologia)
 B (Pouco desenvolvido - tecnologia média)
 C (Desenvolvido - alta tecnologia)

 Fatores de limitações de uso das terras (Quadro)

 Grupos de aptidão agrícola (Quadro e Figura)


 Subgrupos (grupos + nível de manejo)

 Classes de aptidão agrícola


 Boa
 Regular
 Restrita
 Inapta

 Representação cartográfica
 Símbolos (números e letras)
 Cores (6)
 Convenções

 Condições agrícolas das terras

w-11(WJG-17)
TABELA 1. Fatores de limitação de uso das terras (sistema
brasileiro)

Símbolo Fator de limitação

f Deficiência de fertilidade

h Deficiência de água (hídrica)

o Excesso de água ou deficiência de oxigênio

e Susceptibilidade à erosão

m Impedimentos à mecanização

w-11(WJG-17)
SIST. BRASILEIRO - GRUPOS DE APTIDÃO AGRÍCOLA

Grupos Melhor aptidão/uso intensivo

1 Terras aptas para qualquer atividade agrícola, sem


limitações. Recomendado para culturas anuais

2 Terras aptas para qualquer atividade agrícola, mas com


leves limitações. Recomendado para culturas anuais,
com manejo médio

3 Idem, mas com manejo avançado

4 Terras com limitações de uso para culturas anuais, mas


aptas para pastagem

5 Terras inaptas para culturas anuais, com limitações


moderadas para pastagem, mas aptas para silvicultura ou
pastagem natural

6 Terras inaptas para cultivo, devendo serem reservadas


para preservação

w-11(WJG-17)
Aumento da intensidade
Grupo de
Aptidão Silvicultura Lavoura
Agrícola Preserva-
e/ou Pastagem
ção da flora Aptidão Aptidão Aptidão
pastagem plantada
e da fauna restrita regular regular
natural

3
Aumento da intensidade da limitação
Diminução das alternativas de uso

FIGURA 1. Alternativas de utilização das terras de acordo com


os grupos de aptidão agrícola

w-11(WJG-17)
CLASSES DE APTIDÃO AGRÍCOLA

As classes expressam a aptidão para um determinado


tipo de utilização (lavoura, pastagem plantada, silvicultura
e pastagem natural), com um nível de manejo definido:

Classe boa - terras sem limitações significativas para a


produção sustentada, sob manejo adequado.

Classe regular - terras com limitações moderadas, reduzindo


produtividade e elevando a
necessidade de insumos

Classe restrita - terras com limitações fortes, com uso


marginal

Classe inapta - terras sem condições de utilização (reservas)

w-11(WJG-17)
TABELA 2. Simbologia correspondente às classes de aptidão agrícola das terras.

Tipo de utilização
Classe de Lavoura Pastagem Silvicultura Pastagem
plantada natural
aptidão agrícola Nível de manejo Nível de Nível de Nível de
A B C manejo B manejo B manejo A

Boa A B C P S N

Regular a b c p s n

Restrita (a) (b) (c) (p) (s) (n)

Inapta - - - - - -

w-11(WJG-17)
TABELA 4. Convenção em cores na representação cartográfica
dos grupos de aptidão agrícola.

Grupo Cor

1 Verde

2 Marrom

3 Laranja

4 Amarelo

5 Rosa

6 Cinzento

w-11(WJG-17)
- USO DO SISTEMA BRASILEIRO

 Aplicação do sistema (passos metodológicos):

a) Listagem de atributos do solo e ambiente

b) Estimativa do potencial para uso agrícola,


considerando os fatores de limitação

c) Estimativa da melhoria conforme nível de


manejo

d) Definição da classe de aptidão através da


comparação com padrões (quadro-guia)

 Uso de Sistema de Informações Geográficas (SIG)

 Espacialização e cruzamento de dados


 Redução da subjetividade

 Zoneamentos agroecológicos

 Brasil (Mapa)
 Distrito Federal (mapa)

w-11(WJG-17)
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG)

 Sistema de geoprocessamento com o objetivo de armazenar,


recuperar e analisar mapas num ambiente computacional

 Principais características:
 Integrar informações espaciais (mapas, imagens, etc)
 Combinar informações
 Visualizar as informações

 Principal função: melhorar a capacidade de tomar decisões

 Aplicações na área de manejo e conservação do solo/água:

a) Avaliação da aptidão agrícola de terras

b) Planejamento conservacionista

c) Modelos de previsão de erosão

d) Manejo de bacias hidrográficas

w-11(WJG-17)
10.2 - LEVANTAMENTO E PLANEJAMENTO
CONSERVACIONISTA

- INTRODUÇÃO

 Antecedentes

 Objetivos
 Possibilidades e limitações de uso
 Sistema do uso racional da área

 Contexto (sustentabilidade)

 Âmbito
 Agronômico
 Econômico
 Ecológico
 Social (legislação)

 Abrangência
 País
 Região
 Bacia hidrográfica
 Propriedade agrícola

w-11(WJG-17)
- LEVANTAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

 Mapeamento

 Levantamento (distribuição no campo)


 Caracterização (gênese, morfologia e classificação)
 Elaboração de mapas ou cartas

 Caracterização das propriedades e limitações ao uso


 Natureza do solo (erodibilidade)
 Declividade do terreno e acidentes topográficos
 Drenagem da área
 Pedregosidade
 Forma e grau de erosão
 Uso atual da área
 Clima (erosividade da chuva)

- CLASSIFICAÇÃO DA APTIDÃO AGRÍCOLA

 Fatores de limitação
 Grupos de aptidão (1 a 6)
 Classe de aptidão (boa, regular, restrita, inapta)
 Aplicação do sistema (tradicional ou Sistema de
Informações Geográficas - SIG)

w-11(WJG-17)
POLÍTICA DE USO E MANEJO DA TERRA

 Premissa básica: a terra é um recurso básico de uma


nação. Seu uso inadequado causa degradação, afetando o
bem-estar de toda a sociedade.

 Princípios:

 Uso de acordo com sua capacidade


 Predominância de ações preventivas
 Equilíbrio entre objetivos econômicos e sociais
(sustentabilidade)
 O governo deve exercer a liderança, mas a
responsabilidade é de todos os atores do processo

 Situação atual no Brasil

 Legislação sendo atualizada.


 Conscientização crescente, mas...
 Desafios

w-11(WJG-17)
LEGISLAÇÃO

1. Código Florestal (Lei 7803/1989)

 Restrições de uso de margens de rios, lagos e divisores


de água, etc.

 Reserva legal de 20% da propriedade.

2. Política e conservação do solo (Lei 6.225/1975)

 Exigência de planos de conservação em regiões


discriminadas (zoneamento).

 Responsabilidade dos proprietários.

 Definição de instrumentos legais.

3. Política do uso da água (Lei 9.433/1997)

 Instituto Política Nacional de Recursos Hídricos


 Bacia hidrográfica como unidade

w-11(WJG-17)
10.3 - SÍNTESE

 Visão do futuro

 Valorização do fator de produção -


TECNOLOGIA

 Oportunidades profissionais

 Resultante: desenvolvimento sustentável

 Desafios

w-11(WJG-17)
MÓDULO 11 - MANEJO INTEGRADO DE
BACIAS HIDROGRÁFICAS
(Roteiro)

11.1 - Introdução

11.2 - Enfoque do trabalho em bacias hidrográficas

11.3 - Diagnóstico da situação atual e


potencialidades da microbacia

11.4 - Planejamento do uso global da microbacia

11.5 - Interferência técnica nos sistemas de manejo

11.6 - Política e diretrizes governamentais

11.7 - Síntese

11.8 - Literatura básica


 Assad et al. 1993
 Castro Filho e Muzilli, 1996
 Resck, 1992

w-11(WJG-17)
- MANEJO INTEGRADO DE BACIAS
HIDROGRÁFICAS

11.1 - INTRODUÇÃO

 Antecedentes

 Conceito de bacia hidrográfica (unidade de


paisagem delimitada pelos divisores naturais de
água)

 Objetivos: Uso racional de recursos


Produção sustentável
Planejamento integrado e interativo
Validação de pesquisa

 Estratégia (visão mais ampla)

 Proprietário  Comunidade

 Propriedade  Unidade
geográfica

 Ecossistema fechado e monitorável

 Aplicabilidade em microbacias

w-11(WJG-17)
11.2 - ENFOQUE DO TRABALHO EM BACIAS
HIDROGRÁFICAS

 Princípios básicos
 Adesão consciente dos produtores
 Diálogo construtivo entre administradores,
técnicos e produtores
 Organização da base comunitária

 Utilização na pesquisa
 Integração de tecnologias
 Teste de sistemas
 Validação/adoção de tecnologias e produtos

 Escolha de microbacias (até 1.000 ha)


 Representatividade/uniformidade
 Agricultura familiar/assentamentos
 Fonte de água de abastecimento
 Em processo de degradação
 Infra-estrutura (dados, acesso, etc)

w-11(WJG-17)
11.3 - DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL E DAS
POTENCIALIDADES DA MICROBACIA

 Caracterização sócio-econômica (entrevistas e


questionários)

 Caracterização fisiográfica (meio físico)


 Caract. geral (mapas e fotografias aéreas)
 Levantamento de solos (mapas, 1:20.000 ou
maior)
 Clima (erosividade da chuva)
 Cobertura vegetal
 Hidrologia (disponibilidade de água)

 Caracterização de uso e manejo


 Práticas de preparo do solo
 Sistemas de cultivo
 Áreas degradadas

w-11(WJG-17)
11.4 - PLANEJAMENTO DE USO GLOBAL DA
MICROBACIA

 Avaliação da capacidade de uso da terra


 Fatores de limitação ao uso
 Grupos e classes de capacidade de uso

 Planejamento conservacionista (mapa ou planta):


a) Locação ou ajustes de estradas
b) Sistemas de proteção de áreas agrícolas
c) Sistemas de manejo do solo
d) Sistema de cobertura permanente
e) Recuperação de áreas degradadas (voçorocas)
f) Obras comunitárias

 Monitoramento climatológico e hidrológico


 Instalação de estação climatológica e postos
pluvio e fluxiométricos (linígrafo)
 Medição de: - Parâmetros climáticos
Vazão e qualidade da água
Carreamento de sedimentos

w-11(WJG-17)
 Uso de Sistemas de Informações Geográficas (SIG)

11.5 - INTERFERÊNCIA TÉCNICA NOS SISTEMAS DE


MANEJO

 Transferência das práticas recomendadas aos


produtores
 Demonstração e/ou testes

 Capacitação
 Acompanhamento da adoção
 Monitoramento
 Perdas de solo/água/nutrientes
 Variações da fertilidade do solo
 Desenvolvimento radicular
 Produtividade das culturas
 Estratégia - estudo comparativo

 Estudo de caso (Experiência do Paraná, na Região do


Arenito Caiuá)
 Caracterização da área

 Plano de ação
a) Práticas de aumento da cobertura do solo
b) Controle do escorrimento superficial

 Experiências no DF (Taquara e Riacho Fundo)

w-11(WJG-17)
MICROBACIA RIACHO FUNDO - DF (Metas físicas)

ATIVIDADE TOTAL/UNID.
Terraceamento 30 km
Melhoria do leito das estradas 10 km
Const. de Bacias de Retenção 25
Recuperação das áreas erodidas -
Const. de canal escoadouro 5 km
Adubação orgânica 41 ha
Adubação química 270 ha
Canteiros em nível 41 ha
Aração e gradagem 270 ha
Proteção de Nascentes 01 ud
Controle de Voçorocas 05 ud
Análise d´água 12 ud
Análise do solo 15 ud
Demarcação de curvas nível 30 ha
Vacina 100 ud
Recuperação e Manutenção de Canal de Irrigação
6 km
Recuperação de Cascalheira 1 ud
Construção tomada d’água p/as propriedades 20 ud

w-11(WJG-17)
w-11(WJG-17)
11.6 - POLÍTICAS E DIRETRIZES GOVERNAMENTAIS

 Política de uso e manejo da terra


 Legislação
 Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas

11.7. SÍNTESE
 Visão de sistema mais amplo
 Envolvimento/integração da comunidade
 Efeito multiplicador
 Sustentabilidade
 Desafios tecnológicos

w-11(WJG-17)
PROGRAMA NACIONAL DE MICROBACIAS
HIDROGRÁFICAS (PNMH)
(Criado em 1987)

Objetivo: - Promover o planejamento e ocupação racional do espaço


rural, visando o desenvolvimento sustentado da agricultura
brasileira, envolvendo:

 Manejo integrado de solo e água


 Organização associativa de produtores

Metodologia operacional

1. Organização de base comunitária


2. Comissões de coordenação (municipal e estadual)
3. Elaboração dos planos de microbacias
 seleção
 diagnóstico
 plano de uso/atuação

Situação atual

 Projetos implantados no País: 640


 Projetos implantados nos cerrados: 66
 Microbacia piloto do DF - Taquara
 Principais ações: Depósito de lixo agrotóxico, estradas vicinais,
terraceamento, bacias de retenção, armazém e
viveiro comunitário.

w-11(WJG-17)
AULA PRÁTICA: Visita à Fazenda RIEDI

Localização: DF, próximo à Formosa-GO.

Características gerais da propriedade: cerca de 4000 ha, sendo 2200


destinados para produção grãos (terras do grupo 2 e 3), 1.000 para pecuária
(terras do grupo 4 e 5) e o restante para preservação ambiental (terras do
grupo 6). Solo predominante: Latossolo vermelho escuro.

Planejamento de uso: a abertura do cerrado foi feito de acordo com a aptidão


agrícola da terra.. A localização e construção de estradas e vias internas foi
executada em princípios conservacionistas. O terraceamento foi realizado de
acordo com a tabela adotada na região.

Principais culturas (produtividade média): soja (3000 kg/ha), milho (8500


kg/ha) e feijão (2500 kg/ha), cultivados em sistemas de rotação.

Histórico de uso: iniciou o cultivo ha cerca de 25 anos, com preparo


convencional. Face aos problemas advindos deste sistema de preparo,
introduziu o sistema de plantio direto, em 1994. Tal introdução foi feita
parceladamente, incorporando-se cerca de 300 ha por ano.

Sistema de plantio direto: simples, deixando-se a palha da cultura na


superfície e semeando-se o milheto, apenas para produção de palha. Em parte
da área é cultivada uma cultura de safrinha de milho, após o feijão das águas.

Situação atual da fertilidade do solo: saturação por bases entre 45 e 55%.


nível de nutrientes acima do crítico. O teor de matéria orgânica tem crescido,
lentamente, com o tempo de cultivo em plantio direto.

Terraceamento: após a introdução do sistema de plantio direto, os terraços


foram inicialmente rebaixados e posteriormente eliminados, nas áreas com
declives mais baixos. Nas áreas com declives mais altos ?

Principais dificuldades (desafios): manutenção de boa cobertura de palha,


início de compactação em virtude do tráfego de máquinas (4 a 7 vezes por ano
de cultivo), algumas pragas(lesma e coró), mudança na composição das
espécies de plantas invasoras,

w-11(WJG-17)

Você também pode gostar