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Aulas sobre o Oráculo de Ifá nas terras de Yorubá

1- Quem é Olódùmarè e seu significado: Olódùmarè é nosso máximo representação


espiritual no universo (Òrun) espaços abertos) arquiteto universal de nossa existência
material e espiritual nos mundos paralelos de Òrun Àiyé e de Ara Òrun e no àiyé como
matéria e em Ara Òrun como espírito.

O vocábulo de Olódùmarè está composto da seguinte forma.

a) Olo: Significa expansão, longevidade e poder;


b) Dun: Significa tempo e longevidade;
c) Má: Significa criação dos quatro pontos cardeais do universo representados pelos
quatro primeiros Odù, os quais representam as quatro matérias, os elementos que
formaram o mundo são: Ejioníle como gases ou reunião dos gases representando o sol
nascente. Ejilá ou Ìwòri como segundo elemento criado, representando o fogo, o poente.
Como o terceiro elemento criado, Ejioko, representando a massa, o norte. E Òdí Méjì, o
quarto elemento criado representando o sul que seria a água, este foi o princípio da
sílaba Ma, que foi a primeira criação de Olódùmarè, agora teremos o último vocábulo.
d) Re: significa estabilidade da força de realização, manter a estabilidade do que nasce,
cresce, reproduz-se e morre, este vocábulo é o significado de Deus dentro de nossa
religião Yorubá como força física de realização.

2 - Olórun como essência espiritual ou como força espiritual.

a) Olo: Como falamos anteriormente, grande extensão do começo ao infinito dos


espaços abertos aos quatro cantos do universo como força realizadora espiritual.
b) Run: Significa mistério incalculável da espiritualidade espalhada sobre toda sua
criação oculta e incontrolável.

2 - Ajalorun como prospecção e primeira criação de vigilância e administração de sua


força realizadora:

a) Aja: Significa guerreiro dos espaços abertos, que administra a justiça.


b) Lorun: Guerreiro dos espaços abertos, grande guerreiro do Òrun.

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1 – Odù de Èjíoníle

Èjíogbè ou Èjíonile Méjì

+ +

8 I I 8 8 I I 8
I I I I
I I I I
I I I I

Obá Odù menor pertencente à mão esquerda (no jogo do dilogun)

Simbologia de Ikin Simbologia de Opele Ifá

O primeiro Odù do Oráculo:

Significado e Composição:

Bàbá: Pai
Èjí: Girar, movimentar.
Ogbè: Cortar, dividir e multiplicar em partes iguais.

Babá: Pai
Èjí: Girar, movimentar.
Oni: Possuidor, dono.
Ilé: Casas ou moradias

Pai que gira, movimenta, corta e domina os problemas ou realizações em todas as casas
de seus descendentes e filhos. Este Odù está representado por massa funfun (grande
massa de gases), onde teve origem o universo (big bem, a explosão cósmica), a que deu
início a criação das galáxias com seus planetas, satélites, e os sistemas solares. Início da
vida (apere de Olódùnmarè) onde descansa ou onde se senta e observa sua criação.

Obs.: Todos os Odù são lidos de direita para a esquerda. A simbologia dos Odù (Os
hieróglifos ou signos de Ifá), estão baseados, afirmados ou representados pelas duas
pernas do Òpèlè Ifá: Onde estão constituídas as duas forças que deram origem ao
universo, trevas como massa funfun e luz, como força consumidora de massa
representada pelo fogo. Estas forças são representadas por positivo que são as trevas e
negativo, que é a luz.

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a) Pergunta: Qual seria a morada de Olódùmarè como força de criação?
Resposta: Trevas, como força criadora e positiva.

b) Pergunta: Qual é a morada de Olódùmarè como força energética de destruição?


Resposta: A força destruidora de Olódùmarè se origina da Luz.

Portanto, em Èjíogbè se encontram as duas forças de Olódùnmarè, a positiva e a


negativa, feminino como trevas e masculino como luz.

I I
I I
I I
I I
Primeiro Egún =88
ou primeiro nascido neste Odù:
Bàbá Gangan Enkio
Babá Èjíogbè ou Babá Èjíonile-Méjì
Méjì: Significado, duas forças que são, macho e fêmea, positivo e negativo, luz e trevas.

Oríkì (Rezas de Evocação dos Odù)

1- Alalekun omonilekun ajá lola onibakun omo onibode omo oni kose.
Kerense kamu lowo bomo elomire aun Bàbálàwo, lo difa fun landese impaparoro
timbam beledi agogo oni sinima iku funibuyema sinima sinini ano finibuyema sirima
sirima ano funibuyema sinima ofo funibuyema sirima.

2- Òrúnmìlà niodepere oderere layonieku niodere oderere layonieya.


Òrúnmìlà nioderere oderere layonieje Òrúnmìlà nioderere oderere layonieran onitokun.
Oniosan enlosorbo oniyori onla luofe èjè lomaro oni godowo apalokun banlu banloro
bobolowayo pekutiosorde lagale omo ariku babawa.

3- Okuatire okante okanlu akuko okan dilogunokan


(Existe um pau que vai da terra ao céu Òpasòrò)

4- Eko osejeku akasu odejega obenitodu osini lodafun Òrúnmìlà seke se insere òrìsà eji
ejele meni èfun aso pupa owo la meni.
(Tenha cuidado porque se não a risada te afoga).

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5- Bí e ba dele Assim que vocês chegarem de volta a terra
Bí e ba fe ní aya Se vocês desejassem casar
Eni ti e o ma bí nium É para estes (Ikín) que vocês devem perguntar sobre
seu futuro
Bí e ba dele Assim que vocês chegarem de volta a terra
Bí e ba fe bímo Se vocês quiserem procriar
Eni ti e o ma bí nium É para estes Ikín que vocês devem perguntar
Ile ni e ba fe ko laye Se é uma casa que vocês desejarem na vida eles falarão
como obtê-la
Eni ti e o ma bí nium E para estes Ikín que vocês devem perguntar
Ire gbogbo ti e ba fe se laye Se é dinheiro que vocês querem na vida
Eni ti e o ma bí nium E para eles que vocês devem perguntar
Todas as coisas que vocês meus filhos desejarem na
vida
E para esses Ikíns que vocês devem perguntar

Àdúrà a Orí

Bí wo ba jí lawuro Ao acordar de manhã


Ma gba orá, mi um Eu seguro e peço ao meu Orí
Or’s ení oun l`awure eni Você meu Orí é a maior fonte de minha sorte
Que eu tenho neste mundo. (Orí é o princípio e o destino de todo ser humano).

Se Elédá quisesse dar alguma coisa a seu filho e Orí não determinasse que fosse
aceitável para o Bára (da pessoa), esta coisa não chegaria à pessoa, pois Orí é nosso
primeiro Òrìsà tendo vida material, espiritual, e sua própria vontade (livre arbítrio).
Máximo presente de Olódùnmarè para cada Orí.

É por isso que sempre que venha o Odù de Babá Ègìogbè, tanto positivo quanto
negativo deve dar-se de comer a Orí:

Em Òrìsà, Borí realizado por Ìyálòrisa ou Bàbálòrìsà


Em Ifá pelos Bàbálàwò ou Òlúwò ou Apetebí seu nome em Ifá é Koborí.

Ese (Ditados)

8-1 – Èjíoníle - Òkànràn = Nascimento do Opon Ifá, o filho de Ifá ancestral (Omo
Olanfin).

8-2 – Èjíoníle - Ejioko = A pessoa tem tendência a masturbação, o ancestral (Omo


Sagrim).

8-3 – Èjíoníle - Ogundá = Cuidado para que não se fira com a mesma arma, o
ou Ogbejona ancestral é Omo Yalante.

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8-4 – Èjíoníle - Ìròsùn = Aqui a pessoa vem provar o pai de santo, o ancestral é
Omo kokonge.

8-5 – Èjíoníle – Òsé = É uma pessoa mentirosa e gananciosa com mania de


ou Ogbèsé grandeza e é revolucionária, ancestral é Omo Soia-Dan.

8-6 – Èjíoníle - Òbàrà = Tigre com luvas, a pessoa a qualquer momento pode fazer
uma traição, o ancestral é Omo Odolva.

8-7 – Èjíoníle - Òdí = Onde nasceu à pessoa que gosta de se fazer de melhor,
ou Ogbèdí Kana pessoa que se vende por qualquer coisa, onde se representa a
sabedoria do àse, onde nasce o amor, neste Odù a união de
Òrìsà Oko e Yemojá, o ancestral é Omo Ebuim.

8-8 – Èjíoníle - Méjì = A cabeça é quem conduz o corpo, o ancestral é Babá Gangan Ekio.

8-9 – Èjíoníle - Òsá = Onde as Ìyàmí atacam Òsalá. Diz que o mau que você
ou Ogbèsá fez uma vez não o repita, o òrìsà pede que a pessoa se
arrependa. Neste Odù é onde nasce as “sete árvores e as aves
sagradas”, sendo 3 da esquerda, 3 da direita e uma ao centro
também espírita – espírita ou Egúngún, tem que se fazer
assentamento de Egúngún e cultuá-lo, o ancestral é Omo
Silin.

8-10 – Èjíoníle - Òfùn = Decomposição do corpo em vida, o que se promete se


cumpre, o ancestral é Omo Kokonise.

8-11 – Èjíoníle - Oworin = Doença como câncer, como castigo na família, Omo Iro.

8-12 – Èjíoníle - Ejilá = Devemos agradecer às cabeças deste mundo que nos dão o
que comer, o ancestral é Omo Sakonan.

8-13 – Èjíoníle - Ìká = Calunia entre irmãos. De graças à lua (asupá) a pessoa
nasce para ser adivinho dentro da religião. Neste Odù foi
onde prenderam Òrúnmìlà, o ancestral é Omo Soia-Dan.

8-14 – Èjíoníle - Otúrúpòn = Os àse dos ancestrais e sua sabedoria lhes acompanham.
Aqui foi onde degolaram meninos os meninos inocentes.
Neste Odù se faz ebó com várias cabeças de animais e se
oferece a mulher de Ikú, chamada Olontarijí a única mulher
da morte a qual é uma Ìyàmí, o ancestral é Omo Morose.

8-15 – Èjíoníle - Òtúrá = Onde nasce o vendedor ambulante. Este é o caminho dos
fofoqueiros onde a cotia (Ekute) é amaldiçoada por Ifá e para
tirar a maldição dela tem que matá-la com um coco batendo
na cabeça, o ancestral é Omo Gea.

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8-16 – Ìrètè Méjì = Aqui fala nasceu para ser uma grande cabeça, porém
Merindilogun Méjì você deve aprender a escutar mais do
que perguntar. Aqui nasce o Arabá ou Omokolobá (nossa
máxima representação dentro da religião Yorubá – Nosso
Papa), as pessoas desse Odù sofrem perseguição política em
um período de sua vida, ou imposição de caminhos
diferentes aos escolhidos pela pessoa, o ancestral é Omo
Dejanisé.

Segredos deste Odù

Nascimento de Orí ao qual deu lugar ao Igbá Orí, lugar onde se alimenta e se cultua a
alma da pessoa a qual é gêmea com elédá.
Orí representa o material encarnado como quinto elemento criado e elédá a sua essência
espiritual criada, Orí contém os quatro elementos originais em porções diferentes.

Exemplo: Todo o corpo (Orí) contém em seu total de 70 a 75% de água e outros 25% são
repartidos entre massa, temperatura (como fogo) e gases, porém o filho ou Orí
descendente deste Odù possuiria mais gases ou o balanceamento dos gases em sua
origem. Se fossem negativos os seus gases trariam problemas para este Orí.

Como representação de Orí, culto a Orí e alimentação de Orí, nasceu o Igbá Orí ou
Iporí, o qual é muito mais elaborado e confeccionado por Bàbálàwo, sendo o Igbá Orí
cultuado ou cuidado pelo filho de òrìsà ou iniciado no òrìsà e do domínio de Bàbálòrisá.

Elementos Componentes do Igba Orí

Otá arredondado de cor branca natural ou bola de quartzo natural, mas uma bola de
marfim (dente de elefante), cinco búzios como representação de descendentes criados
no Àiyé de prosperidade e representação dos cinco Odù principais do Orí, que são:

1- Orí Inú (frente) para onde vamos.


2- Ipako (traz) de onde viemos, representação dos ancestrais.
3- Otún Orí Àiyé (direita da cabeça na terra), representação da masculinidade e
estabilidade do Orí como indivíduo.
4- Osí Orí Àiyé (esquerda da cabeça na terra), representação feminina do indivíduo na
terra, como criador.

Aqui temos os quatro Odù que representam os quatro pontos cardeais assim como os
quatro elementos primordiais.
E temos o quinto e último Odù como representação do elemento de origem deste Orí, o
qual nada mais é que seu elédá (anjo da guarda), o que representa uma matéria origem
do universo.

Agora passamos a outro segredo de Èjíoníle Méjì ou Babá Ègìogbé como Obá Odù.
Aqui nasce o Èsù Bára, o qual está representado pela dinâmica do corpo como as
reações positivas e negativas diante de estímulos, este Bára está representado por
quatro Odù, os quais podem estar positivos ou negativos.
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a) Um Odù que rege as mãos.
b) Um Odù que representa as pernas.
c) Outro Odù que representa os órgãos vitais; coração, fígado, rins, pâncreas e aparelho
digestivo.
d) Odù que representa o sexo, feminino e masculino.

Então dizemos que Orí e Èsù Bára possuem nove Odù que podem ser chamados de
nove chákras ou nove auras as quais se movem da direita para esquerda se são
positivas ou da esquerda para direita se são negativas. Estes nove Odù são os que
devem deter um sacerdote (Bàbálàwo) como mínimo e um Bàbálòrisá cinco Odù como
mínimo, estes Odù estão representados da seguinte forma, Ara Òrun como Orí e como
são os cinco espaços de Òrun: atmosfera, ionosfera, exosfera, extratosfera e mesosfera
como representação dos cinco Odù do Orí.
Ara Àiyé como Èsù Bára ou como Bára, representação: solo, subsolo, manto de rochas e
magma.

O ser humano como elemento procriado a semelhança ao Ara Òrun e Ara Àiyé como
representação do corpo da terra (tampa e panela), igual a nascimento de uma mulher
como elemento negativo e de um homem como elemento positivo.

Isto nos ensina e nos prova que mediante a realização natural das coisas perfeitas
criadas por Olódùmarè desde o início procriam e se multiplicam de forma natural
através do positivo e do negativo. Porém toda regra tem sua exceção e pode ser
quebrada fazendo uma criação individual do positivo ou do negativo, isto que vamos
revelar já estava previsto por Olódùmarè no nascimento e criação dos Odù, toda regra
está preivsta para ser quebrada através da inteligência e semelhança do homem com
Olódùmarè em sua expansão científica, mas isto foi previsto no segundo Odù do
Oráculo, onde através de magia (Oògùn) duas Ìyàmi (feiticeiras) lograram o nascimento
de uma terceira, isto foi possível no Odù de Òyèkú Méjì.

Voltando a Èsù Bára e sua representação através de Igbá, que pode ser feita pela parte
de baixo de uma cabaça (a panela), como também uma moringa de pescoço como
melhor representação do apere e do Bára. Dentro desta moringa para o culto do corpo
do Èsù Bára (dinâmica do corpo).

Nota: Este Èsù Bára só pode ser assentado por um Oluwo, Bàbálàwo e nunca por um
Babálòrisá.

Os segredos que compõe este Igbá são:

Èfun (representando os gases)


Lama (representando a massa)
Carvão (representando o fogo)
Òsun e dendê (representando a água)

E 16 búzios fechados representando os 16 Obá Odù, formando um total entre Orí e Bára,
os 21 caminhos de Èsù, os 21 nomes mais conhecidos. Em cima desta moringa para o
culto completo do Orí (como cabeça) e do Bára (como corpo), colocamos o Igbá Orí
fazendo o culto completo, desta forma estaremos cultuando ao Orí e o Bára como o

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corpo humano. Este Èsù também representa o Orí e o corpo da terra nos nove espaços
de Òrun, os quais são representados por duas entidades, a primeira Ìyábá é Oya
(Iansan), trazendo do centro da terra os gases até o Ara Òrun e o outro Òrìsà que
representa o elemento positivo é Aganjú, o qual representa a lava incandescente que
quebra a planície e forma um cone através dos séculos até chegar a estratosfera, estes
são os dois Òrìsàs que comandam os nove espaços do Òrun.
Também temos uma terceira entidade, esta representada pelo Òpasòrò de Òrìsànlá que
por sua vez contém a força dos quatro elementos da criação do mundo que, ao penetrar
no grande útero, que seria a terra, formaria o quinto elemento, o recorrido ao inverso,
porque o quinto elemento seria o sêmen do homem através do falo, Òpàsòrò, que em
sua composição contém os quatro elementos do universo, que são: gases, temperatura,
massa e líquido.

Este Odù aconselha muita calma, paciência infinita, pois ele significa o começo sem fim,
é representado por duas linhas paralelas com começo rumo ao infinito como também
pelo número 8 que não tem fim (sobe e desce sem fim), este Òpàsòrò ao penetrar pelos
cinco espaços de Òrun para introduzir-se nos quatro espaços de Àiyé deixou uma
janela, ou seja, um buraco pelo qual hoje em dia os homens saem de seu mundo Àiyé
(seu elemento habitável), através de criações originárias de sua própria inteligência,
como o foguete, e tem que regressar por essa mesma janela, isto em caráter
comparativo, pois o homem sempre tentará imitar seu pai celestial ou beneficiar-se de
seus caminhos.

Este Odù prevê a separação de dois grandes amigos, como também a separação do
menor com seu maior através de uma forma positiva e natural ou de uma forma
negativa, ou o marido da mulher e vice versa, positivamente ou negativamente, como a
separação do filho de santo de seu Bàbálòrìsà ou de seu Bàbálàwo, em busca de mais
conhecimentos, isto seria a forma positiva, a forma negativa seriam problemas de
desentendimento entre discípulos e mestre.

Exemplo: Culpado o Bàbálòrìsà o por não ensinar o seu discípulo, culpado o discípulo
por não tem paciência e esperar o momento e o tempo necessário para o seu
aprendizado.

Neste Odù as Ìyálòrisá não podem jogar búzios menstruadas assim como consulentes.
Ao aparecer este Odù isto está acontecendo, a Ìyálòrisá está menstruada neste momento
ou a consulente irá ficar menstruada naquele momento, se essa Ìyálòrisá iniciar o jogo
de Ifá nestas condições e se isso ocorresse durante o jogo deve-se por um algodão com
Orí èfun e èfun com uma folha de Sempre viva para assim, dessa forma não recolher o
negativo do cliente, se não seguir essas recomendações trará distúrbios para ambas.
Vindo este Odù em um Itá (a procura do Odù do iniciado), seja o Òrìsà que for, estará
bem feito na cabeça.

Esta pessoa nasceu para ter uma posição importante dentro de nossa religião, um
grande Bàbálàwó ou um grande Babálòrisá e nunca deve ser temido nem desprezado
pela grandeza de seu Odù, como tampouco com maldade deve ser trocado seu Odù.

Èjíogbè é um Odù masculino e deu origem as águas, palmeiras e as plantas revestidas


de espinhos.

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Em nós, seres humanos, este Odù deu lugar aos vasos sangüíneos, as veias e válvulas
do coração. Também deu lugar à formação dos ossos do Orí, a coluna vertebral e a todo
o esqueleto que está constituído por duzentos e oito ossos e trinta e dois dentes, que
somados dará um total de duzentos e quarenta ossos, como também a massa cefálica (a
qual se encontra dividida da seguinte forma), cérebro parte occipital (Ipako –
ancestralidade da pessoa) parte frontal (Orí Inu – futuro de Orí), paletal direito (Otún
Orí Àiyé – masculinidade do ser humano, estabilidade na vida - negativo), paletal
esquerdo (Osí Orí Àiyé – feminilidade do ser humano, positivo).

Aqui temos as quatro partes em que se dividem o cérebro, correspondentes aos quatro
Odù que representam os elementos que criaram o mundo, os quais são: gases, fogo,
massa e água.

Também encontramos no Orí mais duas partes: O cerebelo, que se divide em dois
hemisférios, positivo e negativo, que por sua vez representam as memórias genéticas de
nossa ancestralidade, que poderemos herdar de nossos antepassados masculinos ou
femininos, possuimos duzentos e quarenta ossos, mais seis partes de Orí somam
duzentos e quarenta e seis.

Agora temos mais dez sistemas vitais.

a- Sistema respiratório
b- Sistema sanguíneo
c- Sistema linfático
d- Sistema nervoso
e- Sistema ósseo
f- Sistema muscular
g- Sistema reprodutor
h- Sistema visual
i- Sistema auditivo
j- Sistema vocal ou palatino

Fazendo um total de duzentos e cinqüenta e seis diferentes pontos na constituição do


ser humano, onde o Oráculo está representado em cada um deles com seus duzentos e
cinqüenta e seis Odù.

Dezesseis Odù principais (Obá Odù), femininos e masculinos e duzentos e quarenta


Omo Odù femininos e masculinos.

Este Odù representa o ponto cardeal do Leste, chegada dos raios solares à terra regidos
pelo Sol, sua cor é branca.
Neste Odù se confecciona a verdadeira e autêntica coroa de Olófin ou Òrìsànlà

Essa coroa é feita com a metade superior de uma cabaça, essa parte pontiaguda ou em
formato de pênis se adornará com duzentos e cinqüenta e seis búzios em seu redor,
começando em forma de espiral com dezesseis penas de ekódídé em seu topo, e a
cabaça deve ser pintada com èfun diluído em Otí, forrada com o couro da cabra que ele
comeu e com algodão (Ouwo).

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Os filhos dos Òbàtàlá não jogam búzios, pois os búzios representam os descendentes
das Ìyábá que são os duzentos e quarenta Omo Odù e eles devem jogar Ikin, Òpèlè,
folhas, obí, aluobasa ou Abiawe, confeccionado com cascas de coco, conchas do mar ou
conchas feitas com prata pura.

Aqui foi onde Odùduà trocou com Òbàtàlá a prata por estanho, metal branco o qual
não lhe deve faltar em formato de corrente com o símbolo da criação (cruz ançada).

Neste Odù nasceu o culto ao Igbá de Ìyàmi, introduzido em seu apere contendo os
quatro poderes de sua coroa, dos quais um pertence à Èjíogbè, sendo (mulher ou
homem), pelo qual neste Odù todos têm o direito do culto as grandes mães, entre elas a
Funfun, as Pupá e as Dudu. Pois, no Odù Ogbèatè (Èjíonile Ìrètè) ela, a grande mãe Ìyá
Odù contrai matrimônio com Òrúnmìlà para assim poder cultuar as mães ancestrais.

Os filhos de Èjíogbè que forem Omo Fá, tem que ter dentro de seu Igbá Ifá dois caracóis
do mar carregados com terra do solo de sua casa, pó de chifre, obí, orobo, ouro, prata,
pó de ekuté (cotia), pó de ejá (peixe), pó de agbado (milho de galinha), as folhas de
Èjíogbè e areia de mar.

Orín de Èjíogbè

Asinima, asinima, ikú furubuyema Fora a morte;


Asinima, asinima, arun furubuyema Fora a doença;
Asinima, asinima ofo furubuyema Fora as perdas;
Asinima, asinima ejó furubuyema Fora os problemas e tragédias;
Asinima, asinima Ogú furubuyema Fora as bruxarias e feitiços;
Osemire, osemire, osemire Que òrìsà me proteja, que òrìsà me
proteja e me dê o bem.

Sempre que saí este Odù em uma consulta o consulente tem que dar um Borí (comida à
sua cabeça), para amenizar tudo de negativo que este Odù carrega, mesmo que ele
venha nos caminhos de Iré (caminhos do bem), pois ele traz consigo três Osogbo (3
negativos), quando sai este Odù (ewo), existem interdições ou proibições, não se comem
as seguintes frutas (fruta do conde, abacaxi, batata doce, jaca, graviola, cherimólia,
pêra). Esta proibição seria definitiva se a pessoa tivesse este Odù como guia de seu Orí.
Se fosse um consulente que não tem Òrìsà feito seria proibido somente por 21 dias.

Alimentos que não poderá ingerir ou que seriam proibidos se esse Odù fosse de cabeça
(de seu Orí), não se deve comer cabeça de nenhum tipo de bicho.

Exemplo: Eledé (porco), Agutan (carneiro), Ejá (peixe), Adié (galinha).

Grãos que não se podem comer: Feijão branco, grão de bico, ervilha, e feijão andu.

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Todas essas proibições são em um determinado momento, ou seja, em um ebó deste
Odù e poderão salvar a vida do consulente ou do iniciado, pois em um iniciado este
Odù permanecerá pelo resto de sua longa vida.

Òrìsà que falam neste Odù:

Os Òrìsà que falam neste odù são: Olódùmarè, todos os Òrìsà e filhos dos òrìsà como
ebóra e égúngún.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Èjíogbè são: Amendoeira ou chapéu de sombra, Ewé Karodo (Comelina


Elegans), Osibatá, Beldroega, Bredo de Santo Antonio, folha da costa, Saião, bacelina ou
frescurinha, coração de pomba, makasá, Orirí, anis, alfavaquinha, mentruz, bálsamo,
lágrima de nossa senhora, caruru, algodão, Ìròkò, paineira, baobá, Ewé Ògùngún (Folha
de Cola Gigantea var. Glabrescens, Sterculiaceae), Ewé Ègun (Folha de Zanthoxylum
Viride, Rutaceae), Èso èèrù (Fruto de Xylopia Aethiopica, Annomaceae (pimenta da
guiné).

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Tradução do verso para explicar o que aconteceu com a pessoa, o que está acontecendo
e o que acontecerá.

Fala Ifá que sua sorte foi muito grande ou está sendo muito grande, mas acontece que
as pessoas colocam às vistas sobre você em forma de inveja e em tudo que você faz, este
é o motivo de seus problemas ao ponto de você se ver prejudicado e desesperado
pensando em fugir ou fazer uma viagem sem volta jogando tudo para o alto. Porém,
disse Ifá que se acalme, pois você fará uma viagem que poderá ser curta ou longa e
encontrará uma pessoa que fará contato ou conversará com você, nesta pessoa você
pode confiar (se o Odù está positivo, senão o contrário). Prestar atenção em uma
oportunidade que virá através dela, não deve de ser falso com essa pessoa, pois ela
pode trazer-lhe a sorte ou uma fortuna que está destinada a chegar até você por
intermédio dela.

Disse Ifá que você deve controlar seu temperamento, você já abandonou uma pessoa
que você ama ou amou, ou foi abandonado por uma pessoa que você amou ou ama e
hoje você amaldiçoa esta pessoa ou ela lhe amaldiçoa, porém, se você vir essa pessoa
dê-lhe um dinheiro ou a ajude se ela precisar, faça uma boa ação, faça isto e não lhe
despreze. Faz muito tempo que você está lutando para ter uma verdadeira
tranqüilidade, mais sempre acontece alguma coisa que atrapalha os seus objetivos, pode
ser alguém da família ou algum amigo.

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Disse Ifá que às vezes você sente coisas estranhas na cabeça. Exemplo, devaneios ou
pensamentos absurdos, isto é devido a uma parte do cérebro que está enfraquecida e
também transmite para seu corpo um mal estar que não sabe explicar, deve procurar
em Ifá se é originado por uma entidade que pode ser um Egún, Òrìsà ou Deidades.

Você padece de dores de cabeça e dores musculares.

Disse Ifá que você teve um sonho que lhe deixou surpreso ao acordar, ou ficou
assustado, você raras vezes se lembra destes sonhos, às vezes lhe parece sonhar com
pessoas conhecidas, vivas ou falecidas, estando negativo este Odù, averiguar a
procedência deste Egún, pois este espírito pode estar pedindo para que você implore a
Òsalá e Olódùmarè por uma elevação, reze-lhe ou mande dizer-lhe missas ou faça um
ebó. Se este espírito for de luz e você cumprir com ele, sempre lhe dará sorte neste
mundo ao qual não chegou a ele.

Tenha cuidado para não enrolar-se com fofocas, pois isto pode levá-lo diante da justiça.
Em sua casa ou em sua família existe uma pessoa que às vezes chora ou ri sem motivos
aparentes, se for mulher tem problemas com sua menstruação ou com seu ciclo
menstrual. A morte está atrás desta pessoa, Ifá recomenda que se fale a esta pessoa de
não sair na rua durante sete dias ao cair da tarde, se este Odù estiver negativo a pessoa
fará inimigos com muita facilidade, mas se tiver positivo, acontece o contrário.

Fala Ifá que todo mal que pretenda fazer você será protegido por seu elédá (anjo da
guarda).
Você veio a este mundo para reinar e por não saber, foge de seu próprio destino, este
pode ser o destino pelo qual não se pode explicar o que esta lhe acontecendo.

Você precisa de tudo ou sempre estão precisando de você, deve tomar banho com ervas
de Òsalá e dar um borí com uma enguia, que você porá em frente à Òsalá em um Igbá
branco com água, depois de oito dias dá-se um Borí com este peixe, a pessoa é avisada
das coisas por um Egún familiar como também pode estar sendo perseguida por um
Egún nos caminhos de Obalúayé, a pessoa já teve quatro relacionamentos ou poderá
chegar a ter quatro relacionamentos, tem ou terá três filhas ou tem três irmãos, deve
fazer oferendas de graviolas com leite de cabra e mel para Òsalá. Fala também que uma
dessas mulheres que você já teve ou tem é muito revolucionária, outra lhe ama muito e
aceita tudo, entre elas a mais morena é a que mais gosta de você.

Em seu bairro ou na localidade onde você mora existe um zelador que se mete em tudo,
mais Èsù vai tirá-lo de seu caminho ou deste lugar, você tem um Èsù ao qual se
acostumou a tratá-lo de uma forma especial ou deve tratá-lo desta forma, senão o tem
assentado, deve assentá-lo tendo ou não santo feito, limpe sua casa com folhas de Òsalá.

Essa pessoa vê sombras ou vultos devido a um feitiço ou o envio de um Egún.


A pessoa precisa dar de comer a porta de sua casa ou alguma entidade que Ifá
recomende, deve-se dar ali um eleyé com seus temperos.

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Disse Ifá que se a pessoa tem um problema grande para resolver, deve dar de comer ao
lixo, à Èsù e a um Egún, este é um Èsù que come galo branco, você já teve uma queda
na qual você fraturou algum osso ou machucou sua coluna.

Coloque uma panela com água do mar e com Wàji para Yemoja com sete patinhos
artificiais.
Esta pessoa tem insônia e às vezes não tem vontade de sair da cama ou de sua casa,
estando completamente desanimada, esta pessoa não deve ir a hospitais, cemitérios ou
funerárias.

Esta pessoa não deve ficar a noite fora de sua casa, pelo menos durante oito dias, se for
uma mulher que estiver se consultando, mandou seu marido embora ou deseja separar-
se, mas Ifá lhe fala que não faça isso para que ela não passe por grandes dificuldades,
pode ser que você esteja jogando para uma pessoa iniciada dentro desta religião, se for
uma jovem alerte que ela pode ficar grávida de uma pessoa que não ama ou lhe trará
problemas, a esta pessoa tem que lhe dar três banhos seguidos em três tachos diferentes
com os elementos que indica Ifá, pode ser com ervas deste Odù, pode ser com areia de
praia ou banho de leite de cabra com ervas, Orí e èfun de Òsalá, esta pessoa fez
promessas que não cumpriu, tanto aos Òrìsà quanto as pessoas, ela deve cumprir com o
Òrìsà com as obrigações atrasadas ou dar um carneiro para Egúngún, este carneiro deve
ser enfeitado com oito sinos ou chocalhos no pescoço e um fole.

Não deve comer peixe e nada que seja em pó como farinha durante toda sua vida se for
esse seu Odù, ou por 21 dias se for um Odù que estiver de passagem, disse Ifá que
tenha cuidado para que sua risada não te afogue. Que o orgulho não conduz a nenhum
bom caminho e que se sua cabeça não a vende não há quem a compre, que empregue
bem seu Orí para evitar aborrecimentos, que para chegar a ser um Rei, não basta
somente à coroa.

Disse Ifá que a casa deve ser lavada com água e Wàji (anil). Todas as pessoas da casa
devem tomar também este banho com água de anil, pois esta família ou nesta casa
existe muita infelicidade, não há união, não há amor. Disse Ifá que existe a perseguição
de um Égún que pode vir nos caminhos de Obalúayé.

Os filhos deste Odù de dois em dois meses devem fazer ebó (Borí), ou aquilo que
indique Ifá, pois sua cabeça trabalha demasiada. Disse Ifá que também sempre devem
dormir com uma lamparina acesa dedicada a Òbàtálá em cima de um prato branco com
um ovo de pomba ao lado dentro de uma xícara branca com azeite de amêndoa dentro
ou Orí da costa, e escrever uma carta com seus problemas e dificuldades das quais
precisa se livrar dirigida a Òbàtálá (estes são 401 Òrìsà funfun, Òbàtálá ou podendo
especificar um deles), se o filho deste Odù fosse Bàbálàwo, deve viajar com seu rosário
de Ifá (Òpèlè Ifá).

O nascido neste Odù, ou Borí, Koborí feito neste Odù não deve oferecer o obí aberto
para louvar Orí.

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Disse Ifá que deve pintar um coco seco com uma mistura de èfun com gin e durante
dezesseis dias apresentá-lo a Òrun (deus), ao despertar e antes de dormir, e no fim dos
dezesseis dias brindar a Òbàtàlá em um morro na hora que o sol se põe, invocando ao
seu Orí, a Olódùmarè, a Òrìsàlá, a Ajáàlá, Odù, e a Fá, os quais são as entidades que a
alma do ser humano se ajoelha para adquirir seu Orí (destino), a qual é escolhida pelo
seu gosto e vontade diante das cinco entidades que criaram o universo.

Disse Ifá que este Odù vindo pelo lado negativo carrega cinco Osogbo diferentes, que
por sua vez são fatais. Deve ser investigado minuciosamente por um Bàbálòrisá ou
Ìyálòrisá de experiência, ou recorrer a um Obá Oríate, a um Aworosasá, um Bàbálàwo
ou Oluwo, pois este Odù pode estar (Otonú), que pode significar uma paralisação de
seu corpo por doenças degenerativas musculares, osteoporose, sangramentos pela boca
ou ânus, entupimentos das veias (trombose), perda de casa, família, trabalho, amor,
enfim todas as coisas essenciais para o bem estar humano.

Este Odù proíbe a pessoa de usar roupas listadas e não meter-se em assuntos que não
sejam de interesse próprio, não deve transmitir recados durante a noite.
Onde quer que chegue deve pedir licença para entrar ou para sentar-se à mesa para
ingerir alimentos, ou para discutir assuntos, esta pessoa pode relacionar-se com vários
cônjuges, nunca deve ser ímpar.

Disse Ifá que a borboleta queima suas asas é na luz e por curiosidade. Aqui foi onde os
Òrìsà comeram cotia (Ekuté) pela primeira vez. A Cotia foi sentenciada por Òbàtàlá a
morte, pois fazem Oògùn (magia), através de um coco seco quebrando ou esmagando
seu Orí, a mesma foi capturada por Òsóòsì e amaldiçoada por Òsun, devendo
menstruar igual às mulheres, isto aconteceu devido a cotia espiar Òbàtálá dentro do
mato e descobrindo a revelação de Olódùmarè para com este em Oní Bode (o mato).

O Bàbálàwo filho deste Odù pode ter o Igbá de Òrìsànlá no primeiro ano de sua
iniciação, o filho deste Odù sendo Omo Fá (Bàbálàwo, Oluwo, Arabá, ou Omokolobá –
Máximo sacerdote da religião Yorubá), deve oferecer na cerimônia de iniciação em Ifá
oferendas para Olófin no sexto dia de iniciado.

O filho deste Odù em seu Orí não deve praticar sexo oral nem anal com suas mulheres
ou concubinas as sextas feiras.

Os filhos de Odùduà não devem por motivo algum permitir que no ato sexual a mulher
em posição inversa, ou seja, fique em cima dele, pois ela sugaria sua energia espiritual e
passaria a dominá-lo e como castigo o filho de Odùduà ficaria impotente. Neste Odù
existe o segredo de preparar as vistas do Bàbálòrisá, Ìyálòrisá, Oba Oríate, Bàbálàwo,
Oluwo, Arabá e Omokolobá através do segredo das ervas de saião (Ewé dundun), limo
da costa, Igby branco e makasá. Através de um orikí secreto, que por sua vez dará visão
do além durante dezesseis dias, isto pode ser feito diante de Olófin, Òrúnmìlà e Ìyá
Odù. Nunca deve se fazer isto sem preparar ou alimentar antes seu Orí, pois a pessoa
pode ficar louca.

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Apatakí

1- Faziam várias noites que Òrúnmìlà não podia dormir por um ruído estranho que
escutava, porém confirmou perante Ifá que era um rato de grande tamanho que lhe
trazia mensagem. O rato se aproximou na noite seguinte e falou com Òrúnmìlà, vim
para dizer-lhe que chegarão a sua casa três pessoas ou três entidades, o primeiro lhe
dirá que passe a ocupar seu posto, este é Èsù. (Obs.: Se és filho de santo deveria dar
um cargo). O segundo dará ekúte e ejá, que é cotia e preá e peixe defumado, é um
Ògún ou seu filho. O terceiro que é mulher, preparar um sinsin ou omolokun para
Òsun porque esta pessoa é filha de Òsun e quer que você dê comida para ela.

2 - Olófin é um título de Òsalá “Òbàtàlá”, que representa na terra a palavra de


Olódùmarè queria abandonar a terra e retirar-se para o Òrun. Olófin ainda não sabia
para quem iria deixar o comando sobre os homens, plantas e animais. Apresentou-se
então Ikú “a morte” como também Òrúnmìlà para encarregar-se de dirigir a terra e os
Òrìsà. Então Olófin os colocou a prova, esta prova consistia em ficar “3” três dias sem
comer ou provar qualquer alimento. A pessoa deve rezar 3 dias em completo jejum
somente deve comer obí e tomar água, passando esses dias rezando os oríkì para os
Òrìsà com o objetivo de alcançar aquilo que deseja.

Obs.: É o ebo mais rápido e eficaz que existe.

O primeiro dia passou sem novidades, porém no segundo dia a fome era muito mais
forte e Òrúnmìlà estava sentado à porta de sua casa rezando e dando Oríkì a
Olódùmarè quando apareceu Èsù que era o vigilante que Olófin havia enviado.

Aqui neste Odù, através desta história se pode negociar ou neutralizar Ikú (a morte),
através de três ou sete ovos de pata, com os quais se limpa a pessoa e desta forma
tremerão as mãos de Ikú (a morte), não podendo utilizar a arma com a qual ela mata (o
alfange). Também se limpará a pessoa com um peixe (bagre), o qual se limpa e se
oferece a Ikú, donde Òrúnmìlà determina onde deve ser oferecido, se oferecerá galinha
preta para envergonhar a Ikú, por seu desespero faminto onde ele perdeu para
Òrúnmìlà o direito de governar o mundo e abo agutan (carneiro), donde através desta
oferenda se pode fazer uma troca de vida, a cabeça de um doente pela cabeça de uma
pessoa qualquer ou um iniciado na religião seja qual for sua hierarquia.

3- A cabeça se encontrava em uma feira, onde comercializava cocos, um dia ela se


apresentou a Sàngó, Òrúnmìlà e Eléguá ou Eléba, disse a eles que pegassem os cocos
que eles quisessem para que lhe ajudassem, porém nem um dos Òrìsà se compadeceu
da cabeça, enviando a cabeça a vários lugares para que resolvesse seu problema.
Acontece que um dia apareceu Orí na feira para comprar cocos e a cabeça ofereceu a Orí
os melhores cocos, porém com a condição que lhe ajudasse, Orí aceitou e disse,
“cabeça”, faça um Obí e coco. Obí de lola, lola significa rabo de animais, o ejé assim
como os cereais, “Inhame”, feijão e 16 kauri (búzios) que representavam na África o
dinheiro da época. A cabeça tendo aceitado os conselhos de Orí dirigiu-se a casa de
Òrúnmìlà para fazer o Bo-Orí, onde no espaço de 16 dias começou a criar as diferentes
partes do corpo, como tronco e extremidades, com os tubérculos, “cereais”, se formaram
as partes moles do corpo, as partes vitais e com os ossos dos animais os músculos
revestidos nos ossos, uma vez completa a obra do corpo, a cabeça ficou agradecida a

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Òrúnmìlà e a Orí, porque a cabeça veio ao mundo para dirigir e governar. Era
necessário fazer este ebo para ficar completa a obra divina de Olódùmarè, onde toda
pessoa para se ter um bom Orí deve alimentar-lhe assim como os demais membros do
corpo. Neste Odù deve-se dar um Bo-Orí nos 16 dias com diferentes coisas e todo este
ebó se leva em uma feira pública.

4- Okurin ou Okó e omo birin ou Ìyába, o homem e a mulher foram os dois primeiros
habitantes da terra, nascido o homem em Òkànràn e a mulher em Òyèkú. Foi dito por
Olófin fizessem ebó para que com a multiplicação da espécie não nascesse a ambição e a
guerra. A mulher seguiu o conselho de Ifá e fez o ebó, porém, o homem ocupado com o
seu trabalho não tinha tempo para fazer o ebó, e passando-se os seis dias que teria de
fazer o ebó devido ao seu trabalho, em seus descendentes começou a haver ambição, a
inveja, e a acusação de um contra o outro. Quando o homem percebeu o que estava
acontecendo dirigiu-se até a casa de Òrúnmìlà para jogar Ifá, quando veio este Odù de
Babá Èjíogbè ou Èjíoníle Méjì e lhe disse que já era tarde para fazer ebó e que o homem
iria sempre a guerra para alimentar com o seu sangue a Terra e a mulher por ter feito o
ebó daria seu sangue mensalmente através da menstruação.

5- Foi por este Odù que Olófin se afastou da terra porque suas criaturas (a raça
humana), faziam fogueiras como fonte de energia e de alimentação, assim como a
fumaça dos seus cachimbos em rituais (por isso não deve fumar a pessoa filha deste
Odù dentro do Ibodun Òrìsà ou Ibodun Ifá), em respeito a seu Odù, Orí e eléda (Awo
Olófin, Òsalá, Òbàtàlá, Obatoisá).

6- Este Odù é onde Òbàtàlá (Òrìsà Oko) foi à procura de Òsóòsì dentro das florestas
porque ele acreditava que não tinha nem mãe nem pai, pois sua mãe Ìyá Apaoká (uma
Ìyàmí), e Òrìsà Oko seu pai haviam feito um pacto de não divulgar o nascimento de seu
filho Èrinlé, para que desta forma não fosse nunca atacado por suas tias, as Ìyàmí, que
por sua vez haviam feito um pacto no Òrun antes de virem para o àiyé de que nunca
teriam filhos na terra. Pois quando tivessem que atacar a um ser humano, não teriam dó
deles e por isso ao unir-se Bàbá Osó (Òrìsà Oko, Òrìsà Funfun), e Ìyá Apaoká
secretamente das irmãs, nasceu Òsóòsì Èrinlé, que até então acreditava não ter nem mãe
nem pai neste mundo, indo este Òbàtàlá agricultor em sua procura para contar-lhe a
verdade.

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Alguns dos Ebó mais importantes de Èjíoníle

1- Ebó para tirar o atraso de vida “Otonun”

16 pedaços de coco
16 olhos de cabra
16 bolas de algodão “bolinhas com semente”
16 moedas de diferentes valores
16 cuecas com quatro cores
01 babydoll de quatro cores diferentes, azul, branco, amarelo e roxo” a pessoa deve usar
durante “9”dias apresentar a Obatalá.
01 Escada com 16 degraus.

Obs.: O ebo deve-se levar para o mar e que deve ser posto entre a água do mar e a areia
da praia, quando elas se encontram, é aonde a onda leva na hora da ressaca do mar, e
que se faz isso.

2- Ebó para a menstruação

02 romãs
02 quartinhas
02 paus
02 galos “perguntar a Ifá quem quer receber”.
02 galinhas
02 carvão “para despachar, perguntar a Ifá aonde”.

3- Ebó

16 pedras “as pedras se enterram diante da porta da casa”.


02 galos
04 bandeiras
4- Ebó

01 pomba branca (eleye)


01 codorna
01 preá ou cotia
01 enxada
01 facão
01 galinha

5- Ebó

01 cabeça de carneiro
01 xícara de areia
02 galinhas brancas
Obs.: A roupa que está no corpo, é colocada dentro do ebó, a pessoa fica nua dentro de
um taxo, coloque a areia dentro do carrego do ebó. Dar ao eleguá “Èsù do bem”
perguntar a Ifá onde se despacha.

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6 - Comida ao lixo, pergunta-se com quatro pedaços de coco se deve dar um galo
branco, para ganhar dinheiro ou um assunto que está pendente.

7- Ebó para oferecer Borí 16 dias consecutivos

Frutas
01 legume
01 galo (perguntar)
01 cabrito
01 pomba
01 peixe defumado
01 obí
01 peixe cru
01 carne de boi (eran malú)

Obs.: durante 16 dias uma coisa diferente. Perguntar a Ifá para quem serão dedicados
os diferentes Borí.

8- Ebó para a morte (Ikú) não identificar a pessoa.

01 cabeça de bode

Obs.: Queimar os pelos, faça um pó, passe no rosto e na porta. (barba e cabeça)

9- Ebó para levantar a pessoa.

01 carneiro à Olókun
03 tigelas
03 Bàbálàwo para levantar a pessoa

Obs.: Perguntar a Ifá se vai água, mel, dendê, farinha, dinheiro ou ouro.

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Alguns dos Èsù de Èjíogbè

1- Èsù Agrijelú

Confecção: Este é esculpido em um tronco de Ajuá com formato de ser humano. O qual
deve ter dois rostos no mesmo Orí. O de um homem e o de uma mulher (um na frente e
outro atrás), com suas partes genitais, este Èsù levará em sua cabeça um segredo, o qual
é composto pelo Orí de dois pombos, um macho e uma fêmea, Orí de ajapá fêmea e
macho, orí de ekuté fêmea e macho (cotia ou preá), peixe defumado o Odù de Èjíogbè
rezado em Òsun, Ìròsùn e Òfùn, junto com Ìròsùn Méjì. Um Otá de laterita (sedimento
superposto de poeira - Yangí), 21 búzios, pelos quais ele falará e 101 búzios que irão ser
incrustados na meia cabaça, na qual juntamente com 21 folhas de Èsù, 21 porções de
terra de diferentes locais, 21 insetos, terra de cupinzeiro e tabatinga branca, obí branco
de duas partes, obí vermelho de seis gomos ou quatro gomos, 21 atarê, 21 contas de
lágrima de nossa senhora, ouro, prata, estanho, chumbo, tudo isso é introduzido na
meia cabaça onde se encontra no centro o boneco esculpido em Ajuá (tipo de madeira),
e se cobrirão os pés com tabatinga branca e se firmarão os 101 búzios ao redor da
estátua, mais dezesseis moedas correntes de níquel, dezesseis de cobre ou bronze tudo
isto é massado na cabaça. Este Èsù recebe animais tanto brancos como pretos, se é com
Òsalá, brancos, se é com Odùduà, pretos, quando lhe dá pomba, deve-se colar em todo
Igbá sendo uma pena branca e uma pena preta, mas antes se deve consultar Ifá.

2- Barákesan ou Akesan

Confecção: Neste Akesan vão todos os segredos dentro de uma quartinha de louça
branca sem asa, onde se colocará um Orí confeccionado de tabatinga branca juntamente
com Orí èfun, èfun, ataré branca (lelecun), essa massa da cabeça também levará o ejé de
um Igby. Depois de confeccionado o rosto com suas orelhas, onde se encontram dois
búzios em seus orifícios, um de cada lado, dois na região dos olhos, dois na região das
narinas e dois em sua boca dando um total de oito búzios, se introduzirá um obí branco
na cabeça junto com massa de coco ralado juntamente com peixe defumado e cotia
defumada, um ekódíde na região frontal e uma lamina branca em sua cabeça, dentro da
quartinha leva uma bola de èfun, uma bola de Orí, uma bola de lama branca e Òsun,
Wàji, fava de Òsalá, erva de Òsalá e treze búzios embaixo, abertos dentro da quartinha,
16 moedas, pedaços de ouro, prata, chumbo e platina, óleo de amêndoa e óleo de oliva e
o corpo assado de uma pomba que será dada a Òsalá ou a Orí, terra de um morro, areia
de mar e de uma encruzilhada, tudo isto vai em cima de um prato branco ou de uma
travessa branca, este Èsù come pomba branca igual a Ijelú e quando se faz o Oro, se
cobre toda a quartinha com as penas, também leva dentro de si o Odù rezado em èfun e
em Ìròsùn, rezados no Ate ou Opon Ifá, depois que tudo for introduzido na quartinha, a
mesma é fechada com uma cabeça feita de lama, os animais que se dão, são brancos,
cabrito, galo, frango, preá e pomba, todos brancos.

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3- Èsù Akpelejo

Confecção: Coloca-se água, uma enguia viva e vários búzios, após a morte natural da
enguia, sacrifica-se em cima um casal de pombos brancos. (Separam-se as cabeças e as
penas dos dois pombos). A massa deverá ser preparada com a água, búzios, terra de
toca de caranguejo, terra de um poço seco, terra de formigueiro, terra de floresta, terra
do meio e do alto de uma montanha, terra de sepultura de um presidente ou general, 21
Ikíns, pó de chifre de boi, obí ralado, orogbo ralado, 21 atares, Òsun, pós de crânio
humano, cabeça e penas de coruja, 21 pimentas malagueta, 21 pimentas da guiné, 21
pimentas da china, pó de Ekú, pó de peixe, milho torrado, 7 favas de aberé, 7 anzóis, 1
ekódíde e epô pupa. Sacrifica-se sobre a massa um pinto e um ovo de galinha. Misturar
o eje, a gema e a clara do ovo a massa.

4- Èsù Obasin Laye

Confecção: Este Èsù recebe seus sacrifícios e também é cultuado sobre uma assadeira de
barro.
Este Èsù é comandado por Odùduà, sua morada é dentro de uma cabaça que é colocada
dentro de um alguidar.
Arruma-se um caramujo Ajê, o maior possível, este é lavado com omieró das folhas de
Òbàtàlá, deste Odù e de Èsù.

Se faz uma base de cimento no formato de um pé onde deverá se apoiar o caramujo,


esta base deverá ser enfeitada com 1 búzio. (A base é feita diretamente no caramujo, de
forma que fique presa a ele).

É colocada dentro da cabaça a carga que é composta de: Pimenta da costa, cabeça de
codorna, terra de lixeira, terra de cemitério, pó de casca de ovo de galinha, pó de casca
de ovo de pomba, três Ikín, miçangas das cores de todos os Òrìsà, cabeça e pés de
pombo, pó de Ekúte e de peixe, vinte e um grãos de milho, vinte e um ataré, vinte e
uma formigas saúva, um besouro, pedacinhos de raízes de Ewé orijé (vitex doniana),
aroeira (schinus mole, lin), ameixeira (Prunus doméstica, Lin), erva de passarinho
(Planta da família das lorantáceas), folha do fogo (Fleurya cuneata), Ewé egweniye
(Partenium hysterophorus) cardo santo, pata de galinha ou quimbansa (Eleusine), pega
pinto, Iroko, choupo, algodão, bredo branco e bambu.

Pedaços de madeira de amansaguapo (Kunino), vence-demanda, um pouco da


ramagem resultante da poda de qualquer árvore de cedro.

Rezas deste Èsù:

Osebili, Èsù Obasin-Laye, Ose Omolu Laroke Ogbè-Sá, Laroye !

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5 – Èsù Agabanikpe

Este Èsù fica dentro de dois alguidares emborcados.

Ingredientes: Terra de quintal, terra recolhida das solas dos sapatos da pessoa para
quem se vai assentar o Èsù, pó de cabeça de rato do mato, de cabeça de galo, de cabeça
de bode, 3 búzios para os olhos e a boca, 41 búzios para enfeitá-lo, terra de cupinzeiro,
21 ataré, pó de Ekúte, pó de Ejá, epó, otí, pó de crânio humano, de cabeça de periquito,
de penas de peru, feijão fradinho, Wáji, obí, osun, orogbo, aridan, uma pedra do alto de
um morro, raízes de Ìròkò e de figueira, 21 folha de cansação, folhas de sete arvores
frondosas (perguntar no jogo).

Recolhe-se terra de um cupinzeiro, juntam-se com 21 atare, epo, amalá, feijão fradinho e
milho. Sacrifica-se um pinto preto, despedaça-se o corpo e após isso, mistura-se com a
massa que será envolvida com um pano branco.

Coloca-se a massa dentro de uma cesta e a mesma é amarrada junto a um galo e a um


cabritinho ainda não desmamado. Pegam-se a cesta e os bichos e com os mesmos nas
mãos da-se três voltas e se entra na casa de Èsù.

Sacrifica-se o cabrito e o galo ao Elégbára do Iyàwo, deixando o ejé correr sobre o


embrulho de tecido branco, onde está a massa dentro do cesto.

Os animais podem ser servidos como comida, com exceção das cabeças, que serão
torrada e feitas em pó e acrescentadas à massa.

Modela-se a cabeça do Èsù com esta massa e dentro dela coloca-se um Otá. Coloca-se
em cima da cabeça uma pequena sineta com a boca voltada para o alto. Atrás da sineta
coloca-se um ekódíde, coloca-se também uma pequena lamina de faca na parte
posterior na altura do occipital. Enfeita-se com 41 búzios e se coloca um ileke de 32
contas de Òrúnmìlà em volta do pescoço.

Sacrifica-se um galo e uma galinha após tê-lo montado.

Esse sacrifício deve ser ofertado em um alguidar que deverá ser colocado antes sete
ataré, amalá, epo, pó de peixe, pó de ekúte e milho. Em cima de tudo isto é derramado o
ejé dentro do alguidar, em cima do Igbá são colocadas as cabeças dos animais.

Este Èsù tem que ser coberto com um alguidar e recoberto com Màrìwó.

21
Ebó do Ègún de Èjíogbè

Bàbá Gangan Ekio

1 moringa
1 alguidar
8 cabaças pequenas
8 akasás
8 velas
8 bolas de arroz
8 bolas de farinha
8 moedas
8 obís
água limpa, mel, azeite doce, vinho branco, rapadura ralada e gengibre ralado.

Procedimento:

Mistura-se a água, rapadura ralada, o gengibre ralado, o vinho e o mel, adicionar a esta
mistura 8 gotas de azeite doce.

Coloca-se dentro do alguidar grande a moringa e em sua volta as 8 cabaças pequenas,


enche-se a moringa com água limpa e coloca-se nas cabaças a mistura, nos espaços
vazios coloca-se os outros ingredientes.

Fim da aula de Èjíogbè

22
2 – Odú de Ejioko

Èjíoko Méjì ou Òyèkú Méjì

+ +

2 II II 2 2 0 0 2
II II 0 0
II II 0 0
II II 0 0

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Oba Odú pertencente à mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odú (Egún) Omo Voia

Oríkì

1 - Ariku madawa ewé ogun sigun mole pororo pororo yarun onipo um bàbálàwò.
Lordafun obe, oluwo agogô.
Koko igi male Sàngó abaki maleri alodafa ado alowin e Ewa lodafun pupuiro ada la owo
bayi um meriko ewo èfun eleye mefa oni adojo unko ile awawo ki Sàngó (apataki) onijo
ado unko ile awo ki sako.

2 - Adaku nadagua oyorin masoyo, oyigun sigun mole pororo pororo yarun aun bàbálàwò
adifa fun obe olue agogo iwire, oni akolun huon bàbálàwò, adifa yoko fun adoyo iwin laya
eyibonekua, owo Òbàtàlá, libe Òbàtàlá, uoronse sisalo òrun awo okùnko baye lokwa bobo
ikui atori lorubo, akikan eno lorubo ardie, meje ilu meji, epo, eni, abado, owo nilao.

3 - Antefa bere berearolda awa ju kwa bere bere, aroko ladifa ojo kanfu Òrúnmìlà luwa
aun afeje akuakua meje, pokwo bale.

4 - Awo bobo amani dodobaleamonety memuo orubó, auko, kekere, akordie, eku, ejá owo
la maro tontu ano. “(aqui a pessoa encontra-se desesperada), aqui a lagartixa está de
cabeça para baixo, se você fala sobre sua vida podem lhe prejudicar.

5 - Abutere kanle makaon muo alda adodo dói fiko iji kumbao owa moho, abebo ardie
meni, ija meni, emeni owo. (quando sai este Odù, a mulher terá dificuldade para
engravidar).

23
Orín – Òyèkú (Encantamento)

Iwo eji, emi eji


Bi eji ba di meji
A di Olodo
Oju Opon a kun soso
Adifafun fun Olori rere
Ko ni Ese rere

Tradução:

Você é dois, e eu sou dois


Quando aparecem os dois
Tornam-se verdadeiros
O Opon Ifá fica bem cheio
Foi feito um jogo adivinhatório para uma pessoa que tem sorte, porém não trás sorte aos
outros.

Esé (Ditados)

1 – Aquele que é julgado sem antes ser escutado (aquele que não tem o direito a uma
defesa justa).

2 – Òyèkú, nem mesmo sendo o mais velho, teve o direito de ser o primogênito, (gerado
pelas trevas).

3 - Briga entre irmãos pelo poder.

4 – Gerador de energia positiva e negativa que cria o fogo.

24
Observações do Odù - Segredos

Embora tenha sido o segundo Odù a chegar a terra e ser cultuado em Ifá, foi o primeiro
Odù gerado no Òrun. Òyèkú Méjì é representado por duas colunas de sinais duplos
superpostos.

Este Odù foi gerado por duas entidades femininas e foi concebido por elas de forma
inexplicável, este é um Odù feminino.

Apesar de ter sido o segundo Odù na ordem de chegada, este Odù é mais velho que seu
antecessor Èjíogbè. Este Odù representa as trevas, é o símbolo do surgimento da luz e da
vida, como é sabido as trevas antecedem a existência da luz.

Ikú, a morte foi introduzida no mundo por este Odù, por este motivo ele está ligado aos
mortos e a criação.

Òyèkú Méjì representa um dos quatro cantos do mundo, o oeste, o poente, o lado
ocidental da terra, representa a noite, a morte e as trevas.

Ele é o responsável pelos ritos fúnebres, mas com o auxílio de sua filha, Òyèkúbiká, ou
conhecida também como Òyèkúyeku.

Foi neste Odù que o ser humano começou a cobri suas partes íntimas do corpo, utilizando-
se inicialmente de folhas e peles de animais, que hoje são as roupas que usamos. Também
rege os nós das madeiras e o couro áspero dos crocodilos. Foi ele quem determinou que
cada Odù fosse responsável pelos quatro cantos da terra, conhecidos hoje por nós como
pontos cardeais. Foi determinado por Òyèkú Méjì que Èjíonìlè fosse responsável pelo
ponto leste, Ìwòri pelo ponto norte, Odì pelo ponto sul e ele mesmo com o ponto oeste.

Alguns dos Bàbálàwò mais antigos afirmam que Elégbára nasceu neste Odù.

Também neste Odù existe o mistério de um espírito ocupar dois corpos ao mesmo tempo,
aqui falam os Ìbèji.

Em Òyèkú Méjì estão contidos os segredos de Odùduà.

É padrinho de Irosá, o dono dos búzios.

Foi Òyèkú Méjì quem criou no homem o desejo de comer peixes, e também trouxe todas as
espécies de peixes existentes para a terra através de uma grande chuva.

Ele é representado pelas aranhas peludas. Dizem que quando elas emitem um som, uma
espécie de canto, Òyèkú Méjì se manifesta.

Neste Odù as duas Ìyàmi, a funfun e a dúdú criaram a Ìyàmi pupa.

25
Este Odù assinala o fim de todas as possibilidades de continuação, o que significa a
necessidade de mudança total. É o fim de uma situação, exige mudança total e imediata.
Neste Odù existe a necessidade de dependência total, de se viver em grupos.

Este Odù trás vida longa a quem o tem, porém existe a necessidade de se fazer
constantemente ebó para que essa situação sempre esteja favorável.

Os ebó tirados neste Odù devem ser despachados em uma casa em ruínas para apaziguar
os espíritos que ali residem para dar-lhe assistência.

Também podem ser enterrados em um buraco imitando uma sepultura aos pés de uma
árvore seca.

Neste Odù, para não serem cortadas as árvores fizeram ebó com dois galos, duas galinhas
pretas, dois preás, dois machados, dois eko, dois tambores e muitas moedas.

A pessoa é portadora de impaludismo, anemia, males do estômago e perigo de morte


originado em uma disputa qualquer.

Existe a necessidade de se fazer ebó constantemente para não ser desprezado pela sorte.
Proíbe que se comente de assuntos particulares com outras pessoas.

Os filhos deste possuem uma aura de proteção natural. Dificilmente são vencidos pelo
inimigo.

Um remédio importante para os filhos de Òyèkú Méjì consiste em um pouco de mel, que
depois de ser rezado no Opon Ifá, deverá ser exposto ao sol durante sete dias. Sempre que
a pessoa adoecer deverá tomar uma colher deste mel todos os dias em jejum.

Coloca-se no Igbá de Òrúnmìlà um alfanje pequeno de madeira.

O Elégbára deste Odù leva duas facas pequenas orientadas em sentido contrário uma da
outra.

Como Òyèkú Méjì é um Odù ligado às trevas, seus filhos têm um grande poder de
destruição. Se seus filhos visarem enriquecimento rápido, podem se tornar grandes e
perigosos. Onde esta pessoa pisar o solo apodrecerá devido à negatividade que esta
pessoa é portadora, a partir do momento em que opta pela prática da feitiçaria o poder
que lhe é delegado pelos Ajé e pelas Kennesy.

Disse Ifá que a terra apodrece por sua causa. Seus familiares não agiram corretamente com
você.
Você é portador de um instinto assassino. Não pise sobre quem está caído. Respeite seus
pais, jamais deverá levantar suas mãos contra eles.
Deve oferecer uma cabra à Òrúnmìlà para que afaste as Ajé de sua vida. Deve tomar
banho com quebra-demandas e ewé-esin.

Deverá tomar cuidado para não ser preso, pois você é ou será perseguido pela justiça.

26
Não coma carne de porco. A virtude de Òyèkú Méjì é oferecer porco assado ao seu guia
protetor.

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá Olófin, Ayala (Iyá Odù), Ifá, Iyanboro,
Bomboyoro (Estrelas e cometas), Olókun, Òlosá, Òbàtàlá Aboro, Òbàtàlá Iyalá, Òrìsà Okó,
Iyaganan Olókun, Òrànfé, Òrànmìyán, Djakuta, Olówu, Ònisabe, Òràngun, Óòni, Ajero,
Alaketu, Ògún, Sángó e seus doze ministros, Òsun, Èsù, Obalúayé e Egún.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Òyèkú Méjì são: Ewé èruwà akp (folha de Andropogon Gayanus, Gramineae),
Ewé Egbò Ìsá (raiz de Strophantus Hispidus, Apocynaceae), Ewé Egbo ìjòkùn ( raiz de
Mucuna P_ggei, Leguminosae Papilionoideae), Ewé Èso Èèrù (fruto de Xylopia
Aethiopica, Annonaceae (pimenta da guiné)), Òkúta ako mesan, (Nove pedras de fogo),
Ewé iyùn òrìsà (Folhas de Psorospermum Febrifugum, Hypericaceae), Ewé Imí ojó dudu
(Enxofre), Ewé Imí ojó pupa (Enxofre vermelho), Ewé Ègún igbágbó (Espinho de folha
caída de Zanthoxylum Viride, Rutaceae), Ewé Eyo ataare méje (Sete sementes de
Aframomum Melegueta, Zingiberaceae (amomo).

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá que onde mora o consulente existem duas outras pessoas que se queixam de
dores de barriga ou dores abdominais, uma delas teve um sonho com um Òrìsà (Santo),
jogar para saber o que esse Òrìsà quer e que mensagem ele traz. A pessoa tem uma roupa
nova guardada com a qual deve fazer ebó e evite se vestir com roupas pretas. Essa pessoa
passou por um perigo ou um acidente em que poderia ter sido morta.
Ela foi salva desse acidente por Sàngó. Na família dessa pessoa existem gêmeos ou
poderão gerar filhos gêmeos. Não deve se vestir com roupas listadas, se tiver algum
processo judicial em andamento e acredite que pode perdê-lo, deverá dar comida à Sàngó
que assim sairá vitoriosa desse processo.

Esta pessoa tem dupla personalidade ou vive em conflito consigo mesma. Essa pessoa
deve escutar os conselhos que lhe dão para não fracassar em sua vida, ela deve ser calma e
serena para poder alcançar os seus objetivos na vida. Ela deve ter certeza de sua
sexualidade, pois pode encontrar-se em um impasse consigo mesma.

Este Odù vindo positivo, a pessoa deve viver nas cidades, caso estiver negativo, deverá
viver no campo. Aquilo que começa deve terminar, as mudanças para os filhos desse Odù
são radicais, tanto para o bem quanto para o mau. Deve-se dar festa aos Ìbèji todos os
anos, para neutralizar o mau deste Odù, e se estiver positivo também deverá se realizar a

27
festa para se manter com os caminhos sempre voltados para o bem. É possível uma grande
riqueza depois de um grande sofrimento.

Se for mulher, existe a possibilidade de assentar Ìyàmi, para seu bem estar e saúde. Os
filhos deste Odù quanto estão nervosos ficam de cabeça quente e falam sozinhos. Se este
Odù vem pelo seu lado negativo e não pede para se tirar ebó a pessoa deverá se iniciar em
Òrìsà, pois sua virtude é grande dentro da religião. Se for homem, deverá fazer ebó para
Ìyàmi.

Apatakí

1 – Òyèkú era um personagem que encontrava-se mau de saúde e também passava por
dificuldades financeiras, foi visitar Ifá, este lhe aconselhou que para seu bem procurasse
trabalhar e morar no campo, pois lá sua saúde iria melhorar e voltaria a ter seu bem estar
econômico de volta, com o conhecimento que possuía em agronomia procurou um
fazendeiro para lhe oferecer seus serviços. O fazendeiro aceito seus préstimos devido a
experiência que ele possuía, em pouco tempo ganhou a confiança e o respeito do
fazendeiro. Porém o irmão gêmeo do fazendeiro, que era mal intencionado e que não
gostava de trabalhar, vivia desfrutando os recursos de seu irmão, ficou com inveja de
Òyèkú e começou planejar uma maneira de destruir a amizade entre seu irmão e Òyèkú.
Vendo que sempre quando Òyèkú recebia seu salário dirigia-se ao mato e após algum
tempo retornava, decidiu segui-lo na próxima que isso acontecesse. Vendo que ele se
abaixava dentre as raízes de uma árvore e ali enterrava alguma coisa, voltou para a
fazenda e acusou Òyèkú de roubar e enterrar o fruto do roubo em uma árvore. O
fazendeiro acreditando em seu irmão, procurou as autoridades para que prendessem
Òyèkú por roubo.

Após ser preso pelas autoridades, Òyèkú não pode se defender das acusações e foi levado
para a prisão, passado algum tempo ele foi levado diante do Rei para ser julgado, ali
podendo se explicar sobre o mal entendido, o Rei ordenou que Òyèkú fosse levado para
que fosse confirmado se ele estava dizendo a verdade, ou seja, que naquela árvore
guardava o pagamento de seu trabalho. Desta forma pode provar seus argumentos e
acusando o fazendeiro e seu irmão pelos danos e prejuízos sofridos.

Desta forma Òyèkú adquiriu a fazenda que anteriormente trabalhava, permanecendo rico
pelo resto de seus dias.

2 – Òyèkú tinha um amigo chamado Ire (bem), que lhe dava sempre bons conselhos,
porém Òyèkú não os seguia, pois pensava que Ire só queria lha mostrar sua grande
sabedoria, então Ire foi ver Òrúnmìlà e pediu a ele que aconselhasse seu amigo. Òrúnmìlà
assim o fez, dizendo-lhe que não se vestisse com roupas listadas e que não passeasse pela
praça, pois ali ocorreria um roubo por uma pessoa vestida como ele e lhe culpariam pelo
ocorrido e seria preso pelo que não fez e que até provar que não tinha sido ele a cometer o
crime sofreria muito. Mas depois de provar sua inocência iniciasse uma demanda contra
as autoridades e dessa forma iria adquirir uma grande soma em dinheiro.

28
Ebó do Odù de Òyèkú Méjì

1) Ebó conservar o poder

Coloca-se uma cabaça aberta diante de Òsànìyn. Dentro da cabaça coloca-se um peixe
fresco salpicado com pó de efun, faz-se um saraieié com uma franga carijó e em seguida
deverá ser esquartejada viva dentro da cabaça. Acrescenta-se obí com água e despacha-se
no mato.
Oferece-se a Ègún carne de porco assada, depois toma-se banho com água de rosas.

2 ) Ebó tornar a vida mais longa

Seis etun, seis tangerinas e muitas moedas. Depois do ebo as tangerinas são oferecidas à
Òrùnmìlá

Como assentar o Èsù de Òyèkú Méjì

Èsù Gbodé

Este é o Èsù que acompanha Egún.

Risca-se por dentro e por fora no fundo de um alguidar onde será depositada a massa, a
seguinte simbologia de Ègún:

+ +

II I 13-8 II II 2-2
I I II II
II I II II
II I II II

+ +

II II 10-10 I I 2-15
I I I II
II II I I
I I I I

29
Prepara-se a massa acrescentando-se ao barro os seguintes ingredientes:

Terra de cemitério
Azogue
Nove diferentes ervas: Afoman (Pithecolobium saman), Ewé-aye (Eupatorius odoratus),
Ewé corunlá (Abutilus trisulcatus), três cocos de isiegu (Cascaria sylvestris), guaribao
(Trophis racemosa) e arabá, raízes de arabá de orudan (Pitnecolobium arbores) e de
pinheiro. Nove favas de bejerekun, nove grãos de atare, nove sementes de ewe-
ewe( (Mirabilis jatapa), terra de quatro esquinas próximas de casa, pó de canela e de crânio
de Ègún masculino, um ikin furado por bicho, leri akikó e leri èlèyé.

Mistura-se tudo, modela-se o vulto do Exu, coloca-se formando os olhos e a boca, búzios
virados ao contrário. Cobre-se com pano branco e pano preto.

Ebó do Egún de Òyèkú Méjì

Omo Voia

2 bonecas de pano
2 akasá
2 pratos brancos
2 velas
2 folhas de peregun
2 gemas de ovo (a clara joga-se fora)
2 favas de Ògún
2 tiras de papel branco com o nome ou com o relato do que se vai pedir.

Procedimento: Colocar os bonecos em cima dos pratos(um em cada prato), abri-los pelas
costas, colocar as gemas, os akasá, as favas e as tiras de papel com os escritos, embrulhar
cada boneco em uma folha de peregun, arriar no mato com as velas acesas, fazendo seu
pedidos.

Fim da aula de Òyèkú Méjì

30
3 – Odù de Ìwòri Méjì

Ìwòri Méjì ou Èjìláséborà Méjì

+ +

12 II II 12 12 0 0 12
I I I I
I I I I
II II 0 0

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odù pertencente à mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odù (Égún) Omo Obá Ela Odi

Oríkì

1 - Osise kolori njelekan okoni finigoni bandu ardie oni bàbálàwo.


Lodifa fun arere oni Olókun omo aja arerelo Eleri Ipin kiolorun
Kama ebó, ekódíde, eku, ejá, epo, egbè Ifa owo cauri.

2 – Asese kolora alosi koni jeganaroni puru anagadi ibadu adiekun


Bàbálàwo lodifa fun arere oni Olórun ubeajarelo Eleri Ipin neja lenube
Kola nimbu abata sesin okuta were were lode emborunsola nata
Bere boro karun idefa fun agato ajere nitabin Olórun enwere lebo.

3 – Otigowe somo nide nangele odafun bule tiso moike alumbon aikodie
Méjì ebó owo la mejo tonti ejo asise omo alara otokini
Jegan Eleri Ipin ninpiani ibadun ardie aun Bàbálàwo lorda fun arere
Oni Olórun obejarelo Eleri Ipin ejá enu sola erben inala boro
Boro soko aja ota, adifa fun oko ajare arimu batialokun were were elebo.

Orín – Ìwòri Méjì (Encantamento)

Wa fi igba ota segun


Nje kini wa fí segun ota re
Igba ota ní wa fí segun ota re
31
Wa fí igba ota segun ota re
Igba ota
Ota re ko le rimi gbe se
Igba ota ni wa fí segun ota re
Igba ota.

Tradução:

Eu com 200 ota vencerei meus inimigos


Com que vencerei meu inimigos?
Com 200 ota eu vencerei meus inimigos
Com 200 ota eu vencerei meus inimigos
Com 200 ota
O meu inimigo não terá disposição para me atrapalhar
É com 200 ota que eu vencerei meus inimigos
Com 200 ota

Esé (Ditados)

1 – Quando há guerra o soldado nunca dorme (dorme com um olho aberto e outro
fechado).

2 – Na guerra como no amor toda arma é permitida.

3 – Uma luta entre cavalheiros se leva a espada em uma mão e o troféu na outra.

4 – Em uma guerra até o vencedor sai perdendo (pensar bem de começá-la).

5 – Na guerra é olho por olho, dente por dente.

Observações do Odù - Segredos

Este é um Odù masculino, filho de Tehitana e Houlogodo.

Este Odù determina que se resguarde a cabeça de sua acão de Anjo Exterminador.

O termo Ìwòri significa “cortar a cabeça”1 o que, pela influência deste Odù, é
determinado num plano de existência incompreensível e inacessível para nós.

Aqui nasceu a decapitação, os animais ferozes, as bestas ferozes que habitam as


florestas, principalmente a hiena que serve como seu símbolo esotérico.

Trouxe ao mundo o costume de comer carne.

32
Está ligado ao ponto cardeal Sul e, por isto, é um dos quatro principais Odù de Ifá.
Foi a este Odù que Olófin confiou o cutelo do carrasco.

Sua cor é o marrom-avermelhado e é através dele que se faz o mal às mulheres usando,
para este fim, panos sujos de seu sangue menstrual colocados dentro de uma cabaça
junto com pó de peixe e de preá e um peixe de água doce. Ao redor da cabaça, do lado
de fora, colocam-se cinco penas de ekódíde2.

Prenuncia a morte de uma criança.

A proteçâo deste Odù vem de um chifre de boi com seis barras de aço dentro,
envolvidas em pano preto e amarradas com arame de aço, que se põe aos pés do igbá de
Ògún.

Coloca-se, em Sàngó, folhas de uma espécie de cactos conhecido como esogí


(Hylocereus triangularis. L. Britton Rose.), que depois de seis dias são quinados em
água para tomar-se banho.

Sacrifica-se para Èsù, um frango bem novinho, que deve ser despachado na
desembocadura de um rio com o mar.

Tem-se que ter muito cuidado com doenças que provocam necroses e apodrecimento da
carne.

Não se deve participar de reuniões onde existam três pessoas.

Segurança que se faz neste Odù

Dentro de uma panela de barro com tampa coloca-se: folhas de ewé kokodí (Meíbomia
barbata. Lin.), quatro obí de quatro gomos, dezesseis pimentas-da-costa e dezesseis
pimentas-da-China. Enrola-se a panela com um pano de faixas pretas e brancas, leva-se
a um cemitério e ali, vai-se a uma sepultura e pergunta-se ao egún ali enterrado se quer
ser nosso aliado. Neste mesmo lugar abre-se a panela e sacrifica-se, em seu interior, um
filhotinho (pintinho) de garça branca e cobre-se com pó de èfun. Embrulha-se
novamente a panela, leva-se para casa e lá, sacrifica-se dentro, um pombo. Fecha-se a
panela, envolve-se com franjas de mariwo trançadas e enfeita-se com um fio de contas
pretas fechado com uma firma preta. Pega-se um vaso com terra e enterra-se a panela
dentro dele. Esta segurança protege o Awo durante suas viagens, assim como sua
família em sua ausência. Tem que ficar num lugar alto e não pode ser tocada por mãos
de mulheres.
Sempre que seu dono precisar viajar, tem que untá-la com azeite de dendê e rezar-lhe
Ìwòri Mèjí.

Òrìsà que falam neste Odù


33
Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá, Olókun, Dajkutá, Orungan, Òrànfé, Òrìsà
Okó, Odùduà, Òrànmìyàn, Oya, Òsun, Aganjú, Sàngó Ilufiran, Òsanyìn, Aróni, Ògún,
Èsù, Egún e as Ajé.

Ervas deste Odù – Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Ìwòri Méjì são: Ewé olówànràn sánsán (folha de Malvastrum


Coromandelianum, Mavaceae), Eésan gidi (Casca de amêndoa de Elaeis Guineensis,
Palmae (dendezeiro)), folha de mandioca, folha de urucum, folha pergun vermelho, folha
de louro, folha de sirigüela, folha de álamo, folha de pitanga e folha de fícus elegans.

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá, você tem o sangue muito quente, qualquer emoção lhe sobe a cabeça, tanto a
raiva como a alegria. Se for mulher está com problema na menstruação, se tiver mais de
trinta anos pode ser um período precoce de menopausa. Caso tenha prometido alguma
coisa para algum Òrìsà, cumpra com o que prometeu, pode ser que tenha problemas com
Òsun ou com Sàngó, pois estão exigindo o que lhes foi prometido, ou que cumpra com
suas obrigações que por ventura possam estar atrasadas, se caso o consulente seja homem,
sua esposa ou namorada possui um gênio muito forte e é autoritária, deve pensar bem
antes de começar uma discussão, pois ela nunca ficará por baixo. Por este motivo existe
antipatia entre a família do consulente e o seu cônjuge.

A pessoa possui uma língua felina, quando quer sabe ofender as pessoas. A pessoa deve
aprender boas maneiras e não falar tudo aquilo que pensa, pois poderá se arrepender mais
tarde. Disse Sàngó que tenha cuidado, pois seus inimigos podem se unir contra você.
Podem chegar a tentar colocá-lo na justiça, mais dando um agutan com todos seus
complementos (calçado), para Sàngó ou algum de seus parentes que exija essa oferenda,
você se livrará dessa guerra injusta, pois tentarão lhe derrubar de todas as formas
possíveis e só não conseguiram ainda porque seu elédá é muito forte.

Um lugar que você irá visitar para fazer algum trabalho ou presidir algum evento,
tentarão minar sua credibilidade. Antes de ir deverá fazer ebó (oferenda).
Cuide de suas vestimentas e as mantenha impecáveis, pois você nasceu para governar e
deve sempre ressaltar sua imagem.

Você já teve uma doença onde saíram vários furúnculos ou pequenos cistos, isso pode ter
sido por um trabalho feito contra você.

Disse Ifá que você é muito invejado até por seus parentes e que para você nada é
impossível, pois você tem muita garra e determinação para as coisas. Pode ser que uma
pessoa com muito dinheiro lhe faça uma proposta para que você administre seus bens ou
algum tipo de negócio ou alcançar algum objetivo, você terá que pensar se lhe convém ou
perguntar a Ifá.

34
Tenha cuidado para que não enterrem alguma coisa em frente sua casa ou seu trabalho,
pois poderá lhe prejudicar. Disse Sàngó que você ou alguém de sua família deve cultuá-lo
ou iniciar-se para ele. Pode ser que algum de seus ancestrais pode ter sido iniciado para a
família de Sàngó, assim como poderão ter tido militares ou políticos em sua família, talvez
você também possa chegar a ser um.

Cuidado, pois podem estar lhe observando por uma fresta na parede ou por um buraco de
fechadura. Tenha cuidado, pois poderá aparecer alguma mulher nua perante você e mais
tarde poderá lhe trazer problemas de acordo com sua atitude diante do ocorrido.

Disse Ifá que tenha cuidado com um roubo de quantia considerável, ou poderão lhe acusar
disso, mas também disse Sàngó que ele ou algum outro Òrìsà lhe trará uma grande sorte
para ver como você irá administrar essa sorte. Mais também disse Ifá que cuide de sua
saúde e o que e onde come.

Tenha cuidado, porque poderão lhe enganar em um assunto de herança ou um dinheiro


que lhe é devido pelo governo. Disse Sàngó que deve fazer sacrifícios à Èsù e oferecer
dinheiro junto aos ebó, para que quando você tenha dinheiro saiba investi-lo bem e não
tenha dor de cabeça por esse motivo.

Disse Ifá que muitas vezes você se viu apurado com necessidade de dinheiro, mais sempre
você termina alcançando seus objetivos com auxílio através de Egún e seus Òrìsà. Disse Ifá
que você sente dores muito fortes em seu Orí Ipako, deverá se tratar com um Onísogun ou
Bàbálòsanyìn, deverá perguntar se é cobrança de Egún. Disse que você não poderá
acreditar em fofocas que lhe fazem, pois poderá acabar enlouquecendo.

Disse Ifá que você deve evitar as discussões na hora em que estiver se alimentando, isso
para que a comida não lhe faça mal. Aqui amantes ou concubinas do passado poderão lhe
fazer feitiços e trazer-lhe problemas no presente. Você tem muitos pensamentos e projetos
em sua cabeça, tente resolver um de cada vez.

Apatakí

1- Òrìsà diz, "A benção do dinheiro"


Òrìsà diz, "A benção dos filhos"
Òrìsà diz, "A benção da longevidade"
Aonde aparecem as velhas divindades na peneira.
Òrìsà diz que esta pessoa deve ir e sacrificar à Sàngó
Òrìsà diz que deve levar doze orgbos,
E doze porções de amala,
E doze porretes,
E doze pedras,
E vinte e quatro mil búzios,
E dois galos,
e dois Pombos.
Você vê como Òrìsà diz isto?
"Firme com um barra de ferro"
35
Foi adivinhado para Awalawulu, filho de Ogbojo.
Jenrola, filho daquele que vê duzentos inimigos e conquista à todos.
Sango, o que deveria fazer para ter boa vida e seu destino em ordem?
Eles disseram que deveria ir e sacrificar.
O que deveria fazer?
O sacrifício ele deveria oferecer,
Sàngó ofereceu o sacrifício, ele ofereceu o sacrifício.
Pacificou as divindades.
Quando Sàngó chegou ninguém mais podia com ele.
Ele segurou o machado na mão.
Sàngó defendia-se de seus inimigos e viu o fim daqueles que odiava.
Sàngó dançava e ria.
Ele louvava os adivinhos e os adivinhos louvavam Òrìsà por que disseram a verdade.
"Firme como uma barra de ferro"
Foi adivinhado para Awalawulu, filho de Ogbojo.
Jenrola, filho daquele que vê duzentos inimigos e os conquista.
Eles cantaram:
"Sàngó, quando as coisas vão mau, carregue-me nas costas,
Você, duro, firme como uma bara de ferro,
Se as coisas vão mau, carregue-me nas costas,
Você, duro, firme, como uma barra de ferro"
Òrìsà diz que ajudará esta pessoa à derrubar seus inimigos, conforme Òrìsà disse.

2 – Gbalukogu, Gbalukogu e Ipakogunugun ja eru awon.


Foram eles que adivinharam para Èjí Koko Ìwòri no dia em que ele vinha para a terra
para ser o terceiro Odù.
Èjí-Ogbè disse que não aceitava sua vinda e que não o deixaria ficar, Òyèkú-Mèjí
também disse que não o deixaria ficar na terra.

Assustado com isso, Ìwòri-Mèjí foi então consultar seus adivinhos e lhes perguntou o
que deveria fazer para que Èjí-Ogbè e Òyèkú-Mèjí o deixassem viver na terra.

Disseram a ele que providenciasse os seguintes elementos para aumentar sua força:
folha de gbegbe, folha de tete, folha de ekuya e carneiro. Pediram que trouxesse
também um pilão de madeira e uma pedra grande. Com tudo isso em mãos, os
adivinhos começaram a fazer o ebó para ele.

Durante o ritual de ebó os adivinhos entoavam encantamentos para evocar os


princípios vitais dos elementos usados no ebó.

Assim eles prosseguiam dizendo:


O local em que não se quer que a folha gbegbe brote é ali mesmo que ela brota e fica.
O local em que não se quer que a folha tete brote é ali mesmo que ela brota e fica.
O local em que não se quer que a folha ekuya brote é ali mesmo que ela brota e fica até a
morte.

Afirmaram que por mais forte que seja um vento, ele não consegue levantar um pilão e
que vento algum poderá levar uma pedra.

36
Viveremos juntos nessa terra.

Busquei força vital para isso.

Viveremos juntos nessa terra.

Busquei força vital para isso.

É exatamente no local em que não querem que a folha gbegbe fique é ali que ela ficará.

Busquei força vital para isso.

Viveremos juntos nessa terra.

É exatamente no local em que não querem que a folha tete fique é ali que ela ficará.

Busquei força vital para isso.

Viveremos juntos nessa terra.

É exatamente no local em que não querem que a folha ekuya fique é ali que ela ficará.

Busquei força vital para isso.

Viveremos juntos nessa terra.

Nenhum vento consegue levantar um pilão.

Viveremos juntos nessa terra.

Nenhum vento consegue levar uma pedra.

Viveremos juntos, nessa terra.

3 – As Ìyába depois de haverem recebido rios de presente ofertados por Olókun ainda
continuaram lhe invejando, pois começaram a levantar falsos testemunhos sobre o
mesmo diante de Awo Olófin. Estes falsos testemunhos consistiam em que os peixes
dos rios eram proibidos por Olókun de entrarem no mar, caso eles tentassem, eram
afogados por ele.

Olófin indignado com o fato, determinou que Èsù o trouxesse Olókun à sua presença
para que o mesmo fosse julgado por seus atos. Porém Òrúnmìlà mandou informar à
Olófin que Olókun não poderia comparecer à sua presença porque ele estava fazendo
ebó com enure funfun (cabra branca) e abo agutan (carneiro). Depois de fazer essa
oferenda, Olókun se dirigiu ao palácio de seu irmão Òbàtàlá, ao chegar trazia dois
cestos, um em cada mão. As donas dos rios ao enxergar Olókun dentro do palácio
começaram uma algazarra acusando Olókun, mais o mesmo chegou e ocupou seu posto
designado pelo grande Òrìsà funfun, o qual mandou o seu Bàbálàwo jogar Ifá para

37
determinar quem era o culpado, vindo o Odù de Ìwòri Méjì, Olófin perguntou quem
havia feito ebó com duas cabeças e quem havia levado as cabeças, Olókun
reverenciando ao seu irmão Awo Olófin apresentou os dois Orí que levava nos cesto, ao
ver isso, o grande Òrìsà funfun sentenciou, cabeça trouxestes, cabeça do mundo serás e
por ser seu Orí tão grande nenhum ser humano em você iniciado será, assim como
também sentenciarás aqueles que em sua casa penetrarem.
Ebó do Odù de Ìwòri Méjì

Ebó para Problemas de Trabalho

Sete pedras de minério de ferro, um galo, doze grãos de pimenta-da-costa, uma corda
em forma de laço e um alguidar grande. Leva-se tudo aos pés de um ai aba, arruma-se
as coisas dentro do alguidar, sacrifica-se o galo em cima e tempera-se com dendê. mel e
aguardente.

Ebó do Odù de Ìwòri Méjì

1 Galo
1 Pombo
Pano branco e vermelho
1 Xícara de quiabo
Ekú
Ejá
Ekó
1 Coco
1 Agutan

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Ebó do Odù Ìwòri Méjì

1 Ajapá
2 Cocos
2 Obí
1 Galo
1 muda de roupa para seguir com o ebó

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

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Ebó do Odù Ìwòri Méjì

12 Pedaços de corda
12 Pedras
12 Quiabos
12 Bolas de farinha
12 Pombos
12 Galos
12 Espigas de milho
12 Ekuru
12 Eku
12 Peixes

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias. Devem-se fazer os carregos com comidas secas para seus antepassados.

Como assentar o Èsù do Odù de Ìwòri Méjì

Èsù Orí Omonifá

Talha-se, em madeira, um boneco com um galo nas mãos. Este boneco deverá ser preso
numa panela de barro, com tabatinga. Dentro da panela coloca-se: Um pedaço de osso
de crânio humano, um pedaço de osso de pé humano, um pedaço de marfim ou osso de
elefante, um crânio, um pé e uma pena de gavião, um pedaço de casca de ajapá, um
pedaço de osso de cabra que tenna sido sacrificada a Òrúnmìlà, um pedaço de osso de
bode, um crânio de galinha d’angola, um crânio de aparo, cabeça, nadadeiras e tripas de
bagre, cabelo da cabeça e das partes íntimas do Awo, unhas das suas mãos e dos seus
pés, um pedaço de sua roupa, terra de casa, três ikín lavados de Òrúnmìlà, um edun-
ará, duas penas de ekódíde, três cachorrinhos-do-mato, três formigas grandes, terra de
formigueiro, areia da praia, areia do fundo de um rio, terra de dentro de uma floresta,
terra do alto de uma montanha, obí, orogbo, orí-da-costa, èfun, milho torrado, moedas,
osùn, wáji, epó pupá, mel e aguardente. Folhas: Ewé Cuaribao (Trophis racemosa.
L.Urb.), Igisoró (Pêra bumelifolia. Gris.), ewé Iyunkagawa (Gaicum officinale), para-
raio, ewé fendebilo (Guarea Trichilliodes.Lin), orudan (Pithecolobium arbore), ewé
loaso (Amyris Balsamífera.Lin ), ewé yayá (Ozandra laceolata. asw. Benth.).

Com as folhas prepara-se um amasi com muito oro para Òsanyìn. Separa-se algumas
folhas de cada tipo para colocá-las inteiras no assentamento. Lava-se tudo bem lavado
com o amasi e antes de colocar no igbá, coloca-se no oponifá e se reza: Ìwòri Méjì, o
Odù do padrinho, do Ojugbona, Òsétúrá, Òtúrásé e osdezesseis Méjì.

39
Depois de arrumado, sacrifica-se um galo e uma codorna. Comem sempre junto com
Òsanyìn e Sàngó. Deve-se agrada antes de tudo à Egún.

Ebó do Egún de Ìwòri Méjì

Omo Oba Ela Odi

12 moedas
2 metros de morim branco
1 foguete de vara
1 alguidar
12 maçãs
12 pêras
12 akasás
12 acarajés
12 velas
12 orobôs
12 metros de fita nas cores branca, marrom, verde, azul, amarela e vermelha.
ebô
milho cozido
uva branca
12 doces brancos
12 cajus
12 goiabas
12 caixas de fósforo

Procedimento: Arrumar tudo bem arrumado dentro do alguidar, colocar sobre a


pessoa o morim branco, finque o foguete na terra para ser solto. A pessoa faz uma carta
pedindo tudo que está desejando, amarre na haste do foguete com linha e 1 retrós
branco.
NOTA: Está obrigação deverá ser feita em um morro que dê para o oceano, tire o
pano da pessoa, ponha-o no chão, coloque a obrigação em cima e solte o foguete para o
mar ( do monte para o mar ). Quando estourar, grite o nome do Odù e peça tudo.

Fim da aula de Ìwòri Méjì

40
4 – Odù de Òdí Méjì

+ +

7 I I 7 7 I I 7
II II 0 0
II II 0 0
I I I I

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odú pertencente a mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odú (Égún) Omo Oansi

Oríkì

1- Òdí Méjì asama aruma, kodimá ikú, kodimá sukurú, kurú kielé biti bití, kogobale ni
abití adifa fun àiyé, omó égan ekódíde lebé.

2- Asama aruma adima, adima kodima ikú, kodima aro, kodima sakurukuru oni kweran
yima, akama yorima oseran mama yeoníma, abití bití, kotobale, abití bití, adifa fun aye
omo oni jagun.

3- Olere orire, um ara oldilese asesola, olabá ola ofuale andifa falaoole odífa faldo yewa,
dowo tonlo losile, akodie meye, akuko, ikú, eja, epo.

Orín – Òdí Méjì (Encantamento)

Eni ko kí ní, ku abo


O padanu, e ku ile
Difa fun komomajogbo
To nho si ajo to jin
Bí ile ojo
Wan ni ki o kara nle
Ebo ni ki o yara se
Eni nile ena ku abo

41
Koromajogbo ku abo ode

Tradução:

Uma pessoa que não dá, não poderá ganhar;


Os adivinhos previram que koromajogbo faria uma viagem distante,
Como sol e a terra e pediram que ele fizesse ebo logo.
Você koromajogbo, fez a viagem e alcançou seus objetivos.

Esé (Ditados)

1 - Não saia de seus costumes, e não queira explorar coisas novas.

2 - Suas lágrimas nunca se converterão em diamantes.

3 - Nunca desista antes de chegar ao final.

4 - Cuidado com uma viagem que pode se converter em uma sepultura.

5 - O dinheiro obtido com prazer não esquenta o bolso.

Observações do Odù - Segredos

Este é um odù feminino, nascido de Ifá e Apeteku, o seu nome quer dizer duas nádegas.
Foi neste odù que nasceram os órgãos genitais femininos e também a raça negra, a
formação dos mares, enfim o nascimento dos oceanos, assim como a formação das costas
marinhas, a evolução das diferentes baleias, as galinhas se cobrem de penas, os
quadrúpedes, Ex: as cabras e os diferentes tipos de roedores, a transformação de réptil em
lagartos, as diferentes espécies de peixes a seres vivos em geral, assim como os diferentes
vegetais, milho, a cabaça, inhame, mandioca e outros. Neste odù nasce a lei do karma (a
trajetória de vida dos seres vivos). Também fala de práticas de perversão, prática do
espiritismo (culto a Ègùn).

As mulheres deste odù são quentes e muito sensuais, são cheias de malícias e costumam
ser infiéis. Aqui nasce a sodomia (prática sexual em grupo sem limitações). As pessoas
nascidas neste odù são muito ciumentas no sentido geral, intrigantes e gostam de se
intrometer em assuntos com os quais nada tem que ver. Aqui nasceu o sentimento
homossexual para os seres vivos. Este odù fala que toda vida que existe sobre à terra um
dia terá que morrer.
Neste odù a pessoa destrói aquilo que não ajudou a construir e gostam de gastar o que não
tem.

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Este odú fala de enfermidades nos ouvidos (otites), costumam ter dores no lado esquerdo
da cabeça. Nasce a leucemia e a diabete.
Indica problemas de loucura em família. Aqui a mulher aprende a lavar seus órgãos
genitais depois do sexo. Fala dos sacrifícios que as mulheres fazem por suas crias e
maridos. A pessoa deste odù tem que respeitar os mares e rios, pois podem entrar neles e
não sair.

Aqui neste odù a humanidade aprende a calçar seus pés. Neste odù nasce à guerra entre
os irmãos para adquirir terras. Aqui também nasceu Òsun Iyeye kare, uma Òsún que vive
em ilhas formadas por rios (Ijumú). Neste odù se faz a cerimônia de Iofa nas mulheres,
chamadas akofá. Nasceu o oráculo de ifá. Aqui nasceu o assentamento de Ègùn plantado
na terra, aqui se dá de comer a Ègùn na lixeira da casa. Aqui se dá de presente um pato
enfeitado com fitas para Yemoja. Neste odù não se come fruta do conde. Aqui se assinala
guerra com um bàbálòrìsà e um Osò (feiticeiro). A pessoa tem proteção incondicional de
Òlokun.
Neste odù não se oferece comida a Sàngó com as duas mãos, somente com a mão
esquerda, já que com a direita os seres humanos usam para limpar o ânus. Neste odù
Òrúnmìlà acalma as Ìyàmi quando ela vem para a terra, para que não matassem seus
filhos ao chegar.

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsàs que falam neste Odù são: Òbatalá aboro e yabá, Òlokun e Òlosá, Bokún e
Nànà (liza e mavu), oluwo (rei de ebá), Òní Sabé (rei de Sabe), Òrangun (Rei de ilá),
Ooní soberano (Rei de Ifé), Ajeró (Rei de Ijeró), Aláketú (Rei de ketú), Òrànmíyàn (Rei
de Oyo), estes são os filhos de Òrisàlà (Awo Olofín), Ìya Odú (Iyemowo). Yewá,
Obalúàyé, Èsùmàrè, Ikú, Ògún, Sàngó, Òsóòsì, Èsù, Ègùn, e as Eleye.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Òdí Mèjí são: atiponlá (mar passífico ou muraia, boévia difusia), e as
palmeiras, folhas de ogun gun (colia cordifolia–lin ), árvore da fruta do conde, folhas de
ogbo, folhas de cabaça de cipó, folha de orobo, folha de ájánréré, folhas de irokó, orokún,
folhas de ogun bereké, folhas de arere, folhas de ope seguisegui, folhas de akoko, folhas de
inhame, folhas de mandioca, folhas de abóbora, folhas de milho, folhas de anis, folhas de
cana de açúcar, folhas de bambu, folhas de cânfora, folhas de pimenta ataré, folhas da
costa ou ewé dúndún, folha de sálvia (babosa), folha de quiabo .

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse ifá que vigia você, para que você não se desencaminhe na vida. É para você cumprir
com Òbatala e se tem dívidas que pague ou lhe faça oferendas. Você tem alguma coisa que
está a ponto de perder, mas fazendo ebo recuperará. Disse ifá que você teve um sonho que
estava afogando-se, esse sonho é um aviso de alguma doença que está a caminho, ao todo
vocês são sete pessoas na família. Um dos irmãos mora longe, mas alguém de sua família
está querendo viajar para junto dele, você se preocupa mais com sua família que eles com
você. Tome cuidado com seu matrimônio, para que não haja separação por causa de

43
ciúmes, intrigas e fofocas. Nem todos em sua casa acreditam nesta religião. Cuidado com
um problema de roubo ou malversação, pois pode gerar um problema judicial para você
sem que saiba, ou para alguém de sua família, tem que perguntar sobre este detalhe.
Cuidado para não perder sua posição de trabalho ou de algum negócio. Você tem sorte no
jogo, mas não abuse.

Disse Òrúnmìlà que você tem que ser mais precisa em suas coisas, e não desistir enquanto
não alcançar seus objetivos, você tem problemas digestivos, não abuse de comidas pesadas
e de bebidas fermentadas, para que não venha a sofrer de hemorróidas, seus órgãos
sexuais são diferenciados, se for mulher, a vagina é muito curta ou muito longa, se for
homem, o pênis é muito avantajado, ou muito pequeno, como pode vir a ter fimose ou
outro tipo de problema nos testículos.

Você sonha com espíritos, se assusta facilmente, sempre está no meio de fofocas, você não
deve beber bebida alcoólica antes de se alimentar, pois você pode cometer atos
impensados que poderá se arrepender. Disse Ifá que é para você seguir os conselhos que
seus òrìsàs e espíritos lhe dão, para que não se perca na vida. Pois foi neste odù
Òlódùmàrè deu um grande presente à humanidade que foi a terra para plantar, a água
para regar e o sol para germinar. Pois aquele que na vida planta sempre terá o que colher.

Você tem sorte dada por Òlódùmàrè, mas divida sua sorte para que nunca lhe falte a
benção de deus e seus òrìsà. Afaste-se da corrupção do mundo, e viverá muitos anos com
saúde e bem estar.

Se uma pessoa estiver encontrando dificuldade em se estabelecer na vida e estiver se


mudando de casa em casa sem residência permanente, Òdí Méjì diz que a pessoa deve
retornar à cidade ou país de seu nascimento. Com o sacrifício apropriado ao Orí
(cabeça) ou elédá (criador) da pessoa, a vida poderá facilmente retornar ao normal.

No Odù de Òdí Méjì, Ifá vê boa sorte e vida longa para um homem ou uma mulher.
Mas o cliente necessita cultuar Ifá para evitar morte súbita. O cliente poderá se elevar a
uma boa posição na vida mais deverá ser cuidadoso com caluniadores. É possível
trabalhar duro no começo da vida e perder tudo no final. Para prosperar, devem ser
feitas constantes oferendas aos ancestrais do cliente. Se alguém planeja viajar, deve ser
feito sacrifício a Ògún para assegurar uma jornada segura e feliz. Quando uma mulher
estiver desesperada para ter um filho, ela é aconselhada a satisfazer Òrúnmìlà. Ifá diz
que ela terá uma criança e que esta criança será uma menina.

Para serem bem sucedidas na vida, as pessoas encarnadas pelo Odù Òdí Méjì deverão
ser confiáveis, honestas, e francas em seus negócios com os outros. Elas deverão ter os
pés no chão e serem práticas em sua atitude com relação à vida.

44
Apatakí

1- Ninguém é tão confortável ou tão desconfortável que seja incapaz de consultar os


adivinhos de Ifá.
Foi adivinhado para Odundun juntamente com Tete, os dois iriam vir para o mundo.

O que deveriam fazer para construir um nome para eles próprios?

Eles disseram que eles teriam nomes.

Eles disseram "Algo frio" é o que eles seriam chamados no mundo.


Odundun ofereceu um sacrifício e Tete pacificou as divindades. Os dois dançaram e
riram.

Suas vidas eram boas, por que seus adivinhos disseram a verdade.

"Ninguém é tão confortável ou tão desconfortável que seja incapaz de consultar os


adivinhos de Ifa".

Foi adivinhado para Odundun juntamente com Tete. Eles ouviram e ofereceram o
sacrifício. Eles pacificaram as divindades, pacificaram para ter bênçãos, pacificaram
para ter longa vida. A benção da floresta, a benção da longa vida na beira do rio. Òrì sà
prevê uma vida confortável, conforme Òrìsà disse, aonde vemos os velhos anciãos na
peneira. Òrìsà diz isto e as divindades ordenam.

2-Aruma tinha um pequeno capital e gastava a vontade, seu capital se reduziu então foi
a ver Òrúnmìlà e este através do jogo de Ifá mandou que fizesse um ebo de Òdí Mèjí
para que assim ele tivesse seus caminhos abertos e continuasse a ganhar dinheiro, mas
ao sair da casa de Òrúnmìlà ficou em dúvidas se gastava o pouco dinheiro que sobrou,
então no caminho encontrou com Èsù que estava sentado em uma pedra e
cumprimentou o dono dos caminhos, então começou a contar o que Òrúnmìlà tinha
falado na consulta de Ifá. Então Alaroi percebendo que o orí de Aruma era fraco lhe
falou que não fizesse ebo, pois ele não precisava, mas que deveria começar um negócio
e que ele sabia de um amigo que era bruxo e que estava vendendo três bonecos de
madeira que dançavam sozinhos, então se ele os comprasse poderia colocá-los para
dançar em público, onde o povo jogaria dinheiro e ele voltaria a ser rico, Aruma
imediatamente viu que aquela seria uma grande oportunidade de ganhar dinheiro sem
muito esforço, perguntou o endereço a Èsù que lhe explicou como chegar à casa do
feiticeiro. Aruma então seguiu o caminho indicado, mas Èsù correu e chegou à casa do
45
feiticeiro antes de Aruma. Èsù explicou ao feiticeiro a arapuca que fez ao ganancioso,
que iria comprar os bonecos mágicos então Èsù amarrando linhas bem finas na cabeça,
braços e pernas dos bonecos, subiu em cima de uma árvore deixando os bonecos
encostados no tronco. Quando Aruma chegou à casa do feiticeiro falou para ele que
tinha a intenção de comprar os bonecos mágicos, o feiticeiro disse que só os vendia por
todo o dinheiro que ele tinha em sua bolsa, Aruma concordou mais antes queria ver
como os bonecos dançavam e o feiticeiro levou-o para trás no quintal de sua casa,
chamou cada boneco por seu nome, os quais se chamavam preguiça, cobiça e incrédulo.
Preguiça ao ouvir seu nome se levantou e começou a dançar bem devagar, após ter
dançado alguns minutos se deitou novamente, em seguida o feiticeiro chamou a cobiça
e jogou uns búzios para ele, então ele começou a dançar e pular rapidamente, em
seguida foi a vez de incrédulo que por sua vez ao escutar seu nome mexia a cabeça de
um lado para o outro para ver quem o chamava, mas como não via dinheiro em seus
pés não dançava. Aruma ficou espantado com a grande possibilidade de ganhar
dinheiro, muito interessado no que havia visto, foi a negociar com o feiticeiro dentro da
casa. Èsù desceu rapidamente da árvore para cortar as linhas dos bonecos com as quais
ele os fazia dançar. Assim Aruma contente com o negócio que havia acabado de fazer,
foi para a praça começar a ganhar seu dinheiro, mas ao chegar lá começou a chamar
cada boneco por seu nome, mas eles não se mexiam, Aruma indignado saiu à procura
de Èsù para contar que tinha sido enganado pelo feiticeiro, mas Èsù respondeu que não
era nada disso, simplesmente eles não respondiam por ele não ter feito o ebo que
Òrúnmìlà tinha recomendado. Desta forma Aruma por ser preguiçoso, ganancioso e
incrédulo ficou pobre.

Ebó do Odù de Òdí Méjì

Ebó do Odù de Òdí Méjì

1 cabaça
1 tataruga
3 galinhas (uma branca, uma preta e uma vermelha)
3 pombas (uma branca, uma preta e uma vermelha)
3 espigas de milho
3 qualidades de sementes ou feijão
7 búzios
1 galo para exu
3 charutos
Temperos

Ebó do Odù de Òdí Méjì

2 galos
1 cabaça
1 alguidar nº. 5
7 cocos secos

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7 obí
7 espigas de milho
1 ofá

Ebó do Odù Òdí Méjì

9 metros de morin (três branco, três preto e três vermelho)


7 ikó
7 acaçá
3 cabaças
3 ekodidé
1 carneiro ou uma cabra (perguntar para Òrúnmìlà)
Frutas (perguntar a cor)
3 obis
Temperos
Perguntar a Òrúnmìlà se este ebo será feito em uma tábua do tamanho da pessoa.

Como assentar o Èsù do Odù de Òdí Méjì

Èsù Idemá

Este Èsù é assentado dentro de uma cabaça e leva:


Carvão vegetal
Wají
Osun
Efún
Areia de praia
Areia de rio
Lama de mangue
Lama de rio
O odù de Òdí Mèjí rezado em yerosun
Sete qualidades de concha
Coral vermelho e preto
Cristal de quatzo
Pérolas
Moedas de quatro metais diferentes
Um pedaço de marfin
1 ekódíde
1 Âncora
Dois remos pequenos
1 Pequeno bote
1 Obí

47
2 orobo

Ebó do Egún de Òdí Méjì

Omo Oansi

Ebó

7 preás ( porquinhos da índia )


7 orobôs
7 moedas
7 akasás

Procedimento: Levar a pessoa no mato, soltar 1 preá, jogar uma moeda, passar
um orobô no corpo e jogar também, até completar-se a soltura dos preás. Logo após,
passa os 7 akasás no corpo e vem voltando do mato jogando um akasá de cada vez, até
sair do mato. Chamar pelo ODÚ e pedir tudo a ele.

Fim da aula de Òdí Mèjí

48
5 – Odú Ìròsun Méjì

+ +

I I I I
I I I I
4 II II 4 4 0 0 4
II II 0 0

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odù pertencente à mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odú (Egún) Omo Ipoko

Oríkì

1-Ìròsun Méjì, oliyrosun apantaritá bebé ojorokó to begbé ioiokun.


olokuna apantaritá bebé oiyrosun ,irosun olokun osé bogbo mo iyé tutu eleguréni méjì
kokolo lo se lewá iowá òrìsà Sàngó dukpé .

2-Apandá awo àse àse asaluo nide apose apan mesure kapala lenu adapa ale kodere
timbo Olórun tale tale baku lebo ibako eyele meye oni leno owo apan tari tarita labekun
gun awo aba awo lase iná unfokoimoro aronipado kuri nada ababa kori ini iná unye
loko iná unye loda adifafun elereton unroko tale tale awo nindawo nide kaferefun yewa
y Olókun.

3-Apanteri tani toco adebe Kuin Kuin aluatawa awo lase iná onfokori maro oronifode
bàbá koroni yoloko tale tale awo nidawo ferefun yewa maferefun Olókun.

49
Orín – Ìròsun Méjì (Encantamento)

Òrin Tradução

Pipau loye orosun npa olhos bravos e rosto vermelho


npa ko leyeninu ( por causa do sofrimento )
awon lo se ifá fun Ògún mas que não carregam sangue
niyo ti nlo si ilu Edé ( por causa do sofrimento não trás ogun wa lo
si odo awon ódio )
alawo re foram eles, os adivinhos que
wipe ilu Edé ti orin nlo fizeram o jogo de adivinhação
yi nko se orin lê para Ògún
ko ire bo nibe no dia que ele ia fazer uma viagem
won ni ebo ni ki oru para a cidade de Edé
ki o fi elede bo ifá assim os adivinhos para saber se na
eni felede rubo o cidade de Edé para onde ele estava
gbinni lara yoo maa indo para saber se ele encontraria
de o gbinni sorte. Os adivinhos pediram que
ele fizesse um ebo de porco para
ifá, aquele que faz ebo com porco
o corpo ira se harmonizar e irá se equilibrar.
olhos bravos e rosto vermelho
(por causa do sofrimento )
mais que não carregam sangue
(por causa do sofrimento não trás ódio).

Esé (Ditados)

1- Cuidado para o sofrimento não o levar ao suicídio.

2- Se não alimenta a sua cabeça perdera a sua memória.

3- Cuidado, pois o fogo pode começar pela cozinha.

50
Observações do Odù - Segredos

Ìròsun Mèjí é um odú masculino, representa o Opon Ifá (tábua de Ifá), é um signo de
fogo que representa à tarde, o caso, e rege todos os metais. Está ligado ao Ìròsun, pó
vermelho de origem vegetal utilizado como tintura e também como poderoso
cicatrizante, sua cor é o vermelho vinho e rege todas as coisas naturalmente vermelhas,
comanda a derrubada de árvores.

Aqui se fala de acidente e de violência, revolução e derramamento de sangue.


É um signo perigoso que impõe sofrimentos atrozes. Sua negatividade pode ser
neutralizada pelo pó branco do èfun.
Proíbe que seus filhos visitem cemitérios, já que foi quem ensinou os homens, o
costume de cavarem sepulturas para enterrarem os mortos.

Neste odú nasceu o ritual do Ìtútu (adjeje, ritual fúnebre yurubá).


Tem domínio sobre todos os buracos existentes no mundo, quer sejam buracos naturais,
quer sejam feitos pelo homem. Exige respeito pelos macacos, pois é seu amuleto de
segurança, (no fundamento leva um crânio deste animal que tenha sido da cor
vermelha).
Pode pronunciar com a mesma veemência, coisas boas e coisas ruins.
Sua influência é muito forte e perigosa. Proíbe o consumo da banana de são tomé
(banana da terra),maçã, cereja vermelha, e de qualquer vegetal de casca vermelha.
Quando este odú surge em uma consulta o awo e todos os presentes têm que passar
èfun por três vezes nas pálpebras, para aliviar sua negatividade proveniente da cor
vermelha.
Os filhos deste odù costumam apresentar os olhos avermelhados e lacrimejantes e ele
que dá, aos homens o senso de humildade. Colocam-se dentro do Ifá de seus filhos
moedas de ouro, prata, cobre e de bronze (ao todo 16 moedas sendo assim quatro de
cada).
O filho deste odù não usa água para apagar o fogo, apaga-se com areia, pano, ou ar.
O awo deste signo, para não morrer precocemente, tem que adquirir sempre novos
conhecimentos de Ifá. Aqui nasceram os olhos da providência.
O awo tem que adquirir sabedoria, pois muitas pessoas dependem de seu saber. Foi em
Ìròsun Méjì que Sàngó ensinou aos homens as posições corretas dos 16 Obá Odú. A
pessoa é traída pelos próprios amigos. (assim aconteceu com Ògún).

Neste odú por ordem de Òbàtalá Olófin, nasceu o vaga-lume, para iluminar com sua
luz as noites sem lua (se usa 4 vaga-lumes dentro do fundamento de Ifá). Este odú

51
representa os quatro espaços de Òrun embaixo da terra. Para que a pessoa não morra
precocemente deve–se fazer ebó com uma vara de uma árvore de pau ferro que seja de
seu tamanho, lavando-se com folhas deste odù e sacrificam-se duas pombas (perguntar
a cor), está vara deve ser enterrada no quintal da casa da pessoa de pé junto com as
pombas, èfun e bastante mel de abelha, cobre–se bem. Este odù prevê problemas
cardíacos, inflamações nos olhos, problemas de circulação no sangue, paralisia do
sistema muscular, inflamações cerebrais, (meningite) e intestinais. Seus filhos são
proibidos de saltar buracos, valetas e fossas. Não devem caçar, nem pescar dentro dos
manguezais.
Não devem roer ossos de animais, não devem usar roupas vermelhas e nem
alaranjadas.
Este odù gerou a mentira que causa a decepção, pois tem domínio sobre o sangue, mas
não possui faca para derramá-lo. Seus filhos são exaltados, deixando se levar pela cólera
com muita facilidade, sendo assim são agressivos e violentos. Aqui nasceu o pássaro
que representa os jogos de azar chamado dregbawe.
Pois ele desafiou a morte derrotando-lhe e continuando vivo. Aqui também nasce o
papagaio africano de cor cinza e de rabo vermelho (Odidé).
Aqui neste odù os Egún de comunicam pelos buracos das formigas. Neste odù Òbàtàlá
Olófin deu a Olókun para guardar no fundo do mar os grandes mistérios da vida (a
curiosidade pode matá-lo). Quando a águia sai para caçar todos os pássaros se
escondem (cuidado com a policia).

Disse Ifá que se deve assentar Òsun ou dar de comer e oferecer panos e uma escadinha
do metal que ela escolha. Se a pessoa for Bàbálàwó e for filho deste odù deve-se colocar
a cada 21 dias o Igbá de Òrúnmìlà em baixo de sua cama com uma vela acesa de cada
lado, (ou lâmpadas de óleo doce). Disse Ifá que aqui se coloca o pilão de Sàngó ou
Aganjú de boca virada para baixo e sacrifica-se um galo para o pilão e outro para Sàngó,
depois se raspa o pilão e o Ibá de Sàngó e se faz um pó junto com folha de abre
caminho, dormideira e comigo ninguém pode, juntamente com obí, orobo e yerosun
rezado neste odù, coloca-se em um pano vermelho e passa no rosto da pessoa desejada
para que esta fique dominada e atraída pela pessoa.

Disse Ifá que Ìròsun Méjì é o chefe e protetor dos ladrões. Aqui o homem pode ser salvo
por uma mulher e deve de fazer um patuá para ter boa sorte, aqui a pessoa gasta fácil o
dinheiro que foi ganho sem esforço, a pessoa não deve baixar sua cabeça por contra
tempo, deve ir a luta e obterá vitórias, a pessoa deve assentar Èsù ou dar-lhe de comer
junto com Ògún. Por este odú o rei da terra aprendeu a usar a espada para através de
suas conquistas derramar o sangue humano. A pessoa deve fazer um patuá para ter
sorte no jogo, as mulheres desse odù quando bebem são perigosas e falam demais, aqui
as pessoas tem problemas no sangue .
Por este caminho a pessoa tem facilidade de obter empréstimos de dinheiro, a pessoa
fará uma longa viagem e arrumara sua espiritualidade. Disse Ifá que seus filhos não
deverão casar-se com filhos de Sàngó e nem de Omolu.

Òrìsà que falam neste Odù

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Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá, Ìyá Odù, Ìyá Buto, Òlosá, Olókun, Bàbá Oke,
Òrànmíyàn, Òràngún, Òrúnmìlà, Ògún, Dada Bayani, Aganjú, Obalúayé, Ewá, Òsun, Oya,
Ìbèji, Ikú, Òsóòsì, Èsù e Egùn.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Ògúndà Méiì são: ewé osùn (folha de baphia nitida), ewé òsúnsún (folha de
carpolobia lutea), ewé aréhìnkosùn (folha de scadoxus cinnabarinus), ewé abá (spendias
membin, Lin), dormideira, comigo ninguém pode, assim como todas as folhas vermelhas
ou de cor alaranjadas.

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá que se este Odú vier negativo a pessoa pode estar passando ou poderá passar
por uma má fase em sua vida. Disse Ifá que esta pessoa foi avisada através de um sonho
por uma pessoa, um Egùn ou por òrìsà vestido com roupas vermelhas, para que não
tentasse se suicidar, pois essa má fase iria passar, porém deve ter cuidado com
incêndios dentro de sua casa. Deve-se fazer oferendas à Òbàtàlá para que o mesmo o
ajude a passar por essa má fase em sua vida.

Disse Ifá que você sente alguma coisa estranha em sua cabeça e isso não o deixa por em
prática suas melhores idéias, você tem muitos brancos na cabeça (ausência de memória).
Você deve tomar um borí.

Você deve acreditar um pouco mais em sua espiritualidade, pois você é muito
desconfiado. Você deve se apegar mais à sua família para que não se sinta tão triste.
Disse Ifá que as vezes você chora por mágoas passadas e se sente muito sozinho, mas
seu Òrìsà sempre está ao seu lado nesses momentos difíceis. Você tem uma mania que
ninguém consegue tirar, isso ocorreu por algum susto ou um grande perigo passado
por você, essa mania é uma ação inconsciente. Você já sonhou que estava se queimando
em um incêndio ou vendo sua casa pegando fogo, isso foi um aviso dado por Aganjú, se
deve perguntar o que esse Òrìsà deseja, ou se o sonho foi com uma casa velha e vazia,
se deve perguntar o que Egún deseja.

Você não deve revelar seus sentimentos e nem seus segredos s estranhos, pois não irão
lhe ajudar de forma alguma e acabarão lhe criticando. Se você tem algum cofre em sua
casa, deve tomar cuidado com sua combinação para que não caia em mãos de
estranhos. Cuidado com documentos importantes, pois poderão ser roubados.

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Qualquer tipo de documento deve ser lido com muita atenção, como escrituras,
testamentos, procurações ou processos.

Disse Ifá que se a pessoa que vier esse Odù for homem, vai ser ajudado por uma mulher
que guarda um sentimento afetivo em relação ao mesmo. Disse Ifá que essa pessoa deve
abrir bem os olhos, pois existe um engano ou uma traição em seus caminhos. Disse Ifá
que você não deve realizar trocas entre seus bens, caso você deseje, deve vender o que
possui e comprar o que deseja. Disse Ifá que com o passar dos tempos, será dono de
uma grande fortuna e terá empregados.

Você pode vir a ocupar cargos políticos ou algum filho seu poderá ter esse destino, mas
para que isso aconteça você deve ter cuidado e ter fé na religião, pois lhe farão
armadilhas para destruí-lo.

Não tenha vasos de louça ou cerâmica rachados em sua casa, tanto a mulher como o
homem deste Odù nasceu para serem iniciados nesta religião e terem um elevado grau
de espiritualidade, na iniciação nunca devem lhe tirar todo o cabelo, no máximo devem
retirar o cabelo em forma de uma coroa. Sempre que esta pessoa for viajar deve fazer
oferendas à Ògún ou ao òrìsà que lhe peça, para que não tenha nenhum contra tempo
durante a viagem.

Esta pessoa pode ter algum tumor interno, seja nos ossos ou em órgãos vitais e pode ser
maligno ou benigno. O espírito dessa pessoa é tão forte que o mantém ativo, se deve
fazer um check-up anualmente para que não seja pego de surpresa ou que o mal se
torne maior (podem aparecer insuficiências sanguíneas).

Disse Ifá que neste Odù frutas e doces são oferecidos à Òsun com moedas de diferentes
metais para agradá-la assim como Orín e Àdurá, esta pessoa pode chegar a ser um
grande Bàbálàwó se for homem e caso seja mulher, uma Àpetèbí e podem ter assentado
Bàbá Òsun, o quarto Àjagun Yorubá, e seu fundamento é um poder paralelo ao
Òpásòro de Òsalá, é confeccionado na altura da pessoa. Quando a pessoa tem Odù
assentado a mais de 12 anos poderá receber Dada Bayani para sua saúde e segurança
econômica e espiritual.

Apatakí

1 – Havia uma região perto de Ile Ifé que elegia seus governantes e depois reuniam um
grupo de conselheiros para formar uma corte para o reino, na realidade eles planejavam
em segredo um atentado contra o governante para que o conselho assumisse o governo
no caso da morte do regente, isso acontecia da seguinte maneira: O aposento destinado
ao governador eleito tinha uma armadilha implantada sob o leito, assim que o
governante se deitasse em sua cama, um mecanismo iria disparar lanças que
perfurariam o corpo do mesmo, assim morriam todos os governadores eleitos naquela
região. Era assim que o conselho assumia o controle no lugar do governante dizendo
que o mesmo se encontrava enfermo, seguindo no controle da região por tempo
indeterminado até decidirem anunciar a morte do governador e resolverem convocar
novas eleições. Isso se seguiu por vários anos até que um dia o povo elegeu

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Òrúnmìlàpara ser seu governante. Òrúnmìlà jogou Ifá e veio o Odù de Ìròsun Méjì, que
lhe mandava fazer ebo antes de aceitar o cargo utilizando os seguintes elementos: tecido
vermelho amarrado em ambas as pontas por uma corda, formando uma rede, um facão,
uma escada, um galo e epo, que quando fosse dormir deveria amarrar essa rede em
cima de sua cama, e que ele deveria subir pela escada e dormir nessa rede, ele deveria
colocar o galo para dormir em sua cama, jogar epo na porta de seu quarto e dormir com
o facão em suas mãos e assim foi feito. Este conselho lhe coroou diante de seu povo e
lhe fizeram um banquete.

Após a festa ele foi conduzido aos seus aposentos, onde se encontrava a armadilha, mas
Òrúnmìlà mandou buscar seu baú onde estavam contidos os apetrechos do ebo e ao
entrar nos aposentos seguiu os passos do ebó e se deitou para dormir, algum tempo
depois as lanças subiram e perfuraram o colchão ferindo o galo que se pôs a cantar
avisando do ocorrido. Imediatamente os conselheiros invadiram o quarto e como havia
espalhado epo na entrada do quarto, os mesmos escorregaram, dessa forma Òrúnmìlà
decepou a cabeça dos seus algozes, pois havia sido descoberta a trama para seu
assassinato como havia ocorrido com seus antecessores. Assim Òrúnmìlà governou o
reino de Irawo por muitos anos.

2 – No reino de Óyó caçaram um pássaro em uma arapuca e levaram a Sàngó em uma


gaiola com todos os tipos de frutas, mas o pássaro só se lamentava e não cantava, então
Sàngó percebendo que o pássaro poderia morrer, amarrou uma linha cumprida em uma
de suas patas e o soltou, assim pode segui-lo até onde estava o seu ninho que estava
localizado em uma lagoa perto de seu castelo onde se encontravam seus filhotes. Assim
Sàngó trouxe o pássaro juntamente com seus filhotes para dentro de seu castelo, o
pássaro passou a cantar com muita alegria deixando o rei contente, pois estava junto
com seus filhotes.

3 – Èsù, Ògún, Òsóòsì e Bàbá Òsun determinaram que um dia deixariam de ser Jagun e
iriam se converter em ricos generais, foram visitar Ifá pra saber como poderiam
conseguir o que almejavam. Ifá determinou que fizessem ebó com frutas, sementes e
arapucas, iriam perto do rio a ali armariam arapucas para caçar o pássaro da fortuna
chamado dregbawe, que após ser preso contaria como ganhar em jogos de azar, para
dessa forma adquirir sua liberdade. Cada um escolheu um lugar perto do rio e armou
sua arapuca, Ògún ficou na parte em que o rio faz a curva, local onde tinha uma grande
quantidade de areia preta, depois de um tempo o pássaro caiu na arapuca de Èsù, o
pássaro contou a Èsù como ganhar dinheiro através dos dados, porém não ensinou
como confeccioná-los e Èsù lhe soltou.

O pássaro tornou a ser capturado por Ògún e para que Ògún lhe soltasse, revelou que
aquela areia negra era ferro, ele deveria derretê-la para dar à Èsù, pois o mesmo iria
precisar dela para confeccionar seus dados, dessa forma Ògún o soltou.

Novamente o pássaro foi capturado por Òsóòsì e por sua vez lhe foi revelado a forma
em que deveriam ser confeccionados os dados e como se jogavam, assim foi solto
novamente.

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Mais uma vez tornou a ser preso, dessa vez na arapuca de Bàbá Òsun e a este último foi
revelado as diferentes marcas e números que seriam impressas nos lados dos dados
para que pudessem ganhar dinheiro. Assim foi solto novamente. Assim nasceu o
primeiro jogo de azar.

Ebó de Ìròsun Méjì

4 galos
4 obí
4 eja
4 sacos de estopa

Modo de fazer: Se coloca um ingrediente de cada dentro de cada saco, levá-lo nos lugares
onde tenha que resolver problemas, depois trazê-lo e perguntar qual Jagun , Òrìsà, Ifá ou
Ègùn irá receber o ebo. Rezar o Odú de Ìròsun Mèjí em Yerosun e colocar dentro dos
quatro sacos.

Ebó de Ìròsun Méjì

16 agulhas
4 pombas
1 cesto
Algodão
1 galinha
1 cabrito ou cabra
1 arapuca
1 escada
1 eku
1 peixe
Epo
Eko
Palha da costa

Modo de fazer: Colocar tudo em cima de uma eni e perguntar quem pega este ebó, se é
Òrìsà, Ifá ou Ègùn. Sempre se deve rezar o Odú com Yerosun e colocar dentro do ebó.

Ebó de Ìròsun Méjì

1 galo

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2 pombos brancos
4 Olho de boi
Yerosun
Algodão
1 vassoura
16 agulhas
1 quartilhão de água
1 peixe vivo
Epo
Milkho torrado
4 eko
4 akasa

Modo de fazer: Passar tudo pelo corpo e perguntar qual Òrìsà, Ifá ou Egùn ira receber o
ebo. Sempre se deve rezar o Odù com Yerosun e colocar dentro do ebó.

Como assentar o Èsù de Ìròsun Méjì

Èsù Nikiniki

Itens que não podem faltar na confecção deste Èsù:

1 cabeça de pássaro que cante


4 metais diferentes em pó
Areia de praia, areia de rio, terra do meio do mato
1 obí
1 orobo
9 sementes diferentes
1 yangí
Moedas correntes
1 èkòdìdè
6 búzios
Obe para o orí Èsù

Esse Èsù é montado dentro de uma cabaça que vai coberta por uma arapuca que deve ser
confeccionada com madeiras pertencentes a esse Odù, este deve ser rezado no Opón Ifá
com yerosun, wáji, èfun e pó de carvão, devem ser colocados dentro da mistura. Mistura-
se tudo, modela-se o vulto do Èsù, colocam-se os búzios formando os olhos, ouvidos e a
boca.

Èsù Lejibore

Todo o material mencionado anteriormente mais cabeças de roedores. Depois é


confeccionada uma máscara com um rosto triste que deverá ser amarrada com um pano

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vermelho no Igbá de Èsù, essa máscara deve ser feita com casca de coco ou de argila
cozida.

Èsù Iná

Todo material mencionado anteriormente mais carvão de uma árvore, ou uma casa
incendiada ou de forja e carvão koki, cabeça de caranguejo, tudo isso é montado dentro de
uma carapaça de tartaruga que será depositada em um alguidar e rodeada com pó de
carvão.
Este é um Èsù fêmea, ele come animais fêmeas.

Ebó do Egún de Ìròsun Méjì

Omo Balen

2 metros de morim branco


areia do mar
1 corvina branca
4 ekurús
4 velas
1 punhado de canjica
4 akasás
4 fitas, sendo 2 brancas e 2 amarelas claras
mel
azeite doce
água
1 franja de màrìwò
4 acarajés de azeite doce
1 cabaça grande

Procedimento: Passar tudo na pessoa, mandar a pessoa falar na boca do peixe o que deseja
pedir, arrumar tudo dentro da cabaça, enrolar no morim branco e despachar próximo a
um cemitério nos caminhos de BALÉN.

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6 – Odù de Owonrìn Méjì

+ +

11 II II 11 11 0 0 11
II II 0 0
I I I I
I I I I

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odù pertencente à mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odú (Egún) Omo Inki

Oríkì

1 - Owonrìn Méjì Bàbá Orogun, ni moún ni orí oún joko adifa fun Akitifá,
Adifa fun Aroni, mama forosile akitifá, adié sinkena elebo.

2 - Owonrìn Mèjí ikú fafaebe nikele kele ebe omo na


Afase dodo ajé foron sorere oibo forun gongo ani nilve abewe ejá
Èfun awo igbáoregun eni moni albajoko, adifa fun kitipa adifa fun
Soroni akitipa mamaforo sile awo akitipa pororo sile awo.

3 – Iku faba nikeleke lebe muona ofan sododo ajé perefun obere ibo
Fokun soma oni bebe Elégbára ejé agrio iba orogun ni moni aun
Bàbálàwo adifa fun akitipa mamforo sile akitipa.

Orín – Owonrìn Méjì (Encantamento)

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Nibere, nibere
Awo Owonrìn
Difa fun Owonrìn
Nijo tí won nlo sí Igbere Esin oko
Owonrìn ni ibi tí oun nlo yi nko ?
Nje oun le mu emi bo nibe

Ibere Ibere
Ni mo wa
Ikú re koja mí
Ibere, ní mo wa
Arun re koja mí
Ibere ní mo wa

Tradução

Agachar, agachar
O adivinho de Owonrìn
Fez jogo adivinhatório para Owonrìn
No dia que ele ia para Igbere em seu Cavalo macho
Owonrìn pergunta ao seu adivinho

Eu estou
Agachado, agachado
A morte passou por cima de mim
Estou agachado
A doença passou por cima de mim
Estou agachado

Esé (Ditados)

1 – Olho por olho, dente por dente.

2 – Desconfiança na espiritualidade e desconfiança no materialismo.

3 – Encher baldes com peneira.

4 – Amor e ódio são paixões extremas.

5 – Pela inveja e ódio, se chega a perversão.

Observações do Odù - Segredos

Este é um Odù feminino, representa a Terra e o submundo.


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Foi através dele que o magma resfriou-se dando surgimento às rochas e à crosta
terrestre.

Aqui nasceram os arajés, os caramujos pontiagudos, as conquistas, a celebridade, a


crença, a revelação, a possessão espiritual, os seres disformes e o plano astral.

Por este caminho foram criados os pés e as mãos.


Aqui falam as almas solitárias e os espectros fantasmagóricos.

Assinala enfermidades estomacais, como úlceras e dispepsias, além de tumores


intestinais.

Fala igualmeme de vida e de morte.

As mulheres deste Odù, além de dores estomacais, são propensas a complicações renais
generalizadas.

Este Odù proíbe os seus filhos de comerem galinha d'angola, milho e gergelim
(Sesamum indicum Lin.).

Recomenda que se vistam de azul marinho.

Por este Odù nasceram as úlceras no reto e no duodeno.

Neste signo a ingratidão impede que a pessoa colha os frutos do seu trabalho.

Quando, por este caminho, se oferece galinha d'angola a Èsù, pega-se um caroço de
manga (Achras zapota, Lin.) e pinta-se nele o signo Owonrìn Méjì, para que Bàbá Egún
dê penrmissão para se arrancar a cabeça da ave.

Este é o signo das salamandras que se alimentam de fogo obtendo, desta forma, o poder
de mudarem de cor, mas que, apesar disto, possuem os corpos tão frios que podem
apagar o fogo.
Por esto Odù se prepara um pó com mariposas e fezes de gato que é usado para obter-
se a vitória numa questão judicial.

Owonrìn Méjì é o signo do mascaramento e da hipocrisia.


Neste caminho encontram-se três Ajé que são: Ologbumole - O que viaja pelo caminho,
Ologbumosá - O que voa, e Ologbumarepá - O que existe para matar.
Estes três espíritos reunidos, dão surgimento aos vampiros que voam e matam,
viajando pêlos caminhos.

Fala de um Egún que acompanha e ajuda a pessoa mas que a mantém solitária, só
permitindo que se aproxime de quem acreditar na sua existência.
Numa encarnação anterior este Egún assassinou a mãe da pessoa que hoje protege e,
por isto, cuida desta pessoa e tem ciúmes de quem se aproxima dela.

Este é um signo de trabalho, tem que se colocar uma pedra-de-fogo nos seus ebó.

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As pessoas deste Odù ficam atordoadas porque querem fazer mais coisas do que
podem.

As filhas deste Odù amam com muita sinceridade e são extremamente fiéis. No entanto
atormentam seus homens por serem demasiadamente ciumentas.

Quando este Odù surge numa consulta, a pessoa para quem tenha surgido, deve
permanecer, durante sete dias, sem sair de casa.

Sempre existirá um amigo para lhe causar algum dano.

A mulher que tem este signo é uma verdadeira escrava, dá tudo de si, sem receber nada
em troca. Luta para conseguir um homem que seja só seu, é fiel e dedicada.

A pessoa tom que ler cuidado com quedas que poderão ocasionar-lhe problemas
resultantes de pancadas em partes vitais.

Seus Santos não podem ficar sem água.

É por este caminho que o Espírito se esquece das vidas anteriores.

A pessoa é espírita dotada de grande mediunidade.

Na porta de sua casa ficam sempre dois egún que fecham os caminhos para as coisas
boas.

Aqui o gato lei iniciado no culto de Ifá.

E o reino de Odùduà.

Neste Odù nasceu o costume dos homens viverem em grupos comunitários.

Nasceu o poder da cura e da revelação.

Quando este Odù surge em atefá, uma das cabras sacrificadas é dividida entre os
Bàbálàwo participantes.
O Awo deste sígno tem que periodicamente, colocar seu Ifá na casa onde fica assentado
seu Egún protetor.

Sempre que se fizer um ebó por este caminho, na véspera, tem que se tomar borí e fazer
ebó em si mesmo para não adquirir a negatividade do cliente.

O eleké e o ide deste signo têm que ser feitos com fio duplo, ou seja, têm que ter duas
voltas.

Este Odù fala de mudanças nas relações humanas. Padrinho e afilhado têm que ter
cuidado para não se separarem.

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Assentamento do Egún

Pega-se uma cabaça e, pela parte do pescoço, se introduz: leri ekú, leri ejá, milho erú,
obi, osùn e um pedaço de galho de cipreste (cupressus funebris, Endi.). Sacrifica-se um
pinto e cobre-se com um pano preto e outro vermelho.

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá, Ìyá Odù, Dajkutá, Òrúngàn, Òránfè, Òrìsà
Okó, Odùduà, Náná Buruku, Òrànmíyàn, Òsùmàrè, Oya, Òsun, Aganjú, Sàngó Ilufiran,
Obalúayé, Òsanyìn, Aróni, Ògún, Sugudu, Sigidi, Èsù, Egún e as Ajé.

Ervas deste Odù – Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Owonrìn Méjì são: Ewé ìrù eku (Folha de Stachytarpheta), Egbo gbógbórí
(Raiz de Acridocarpus Smeathmannii(Malpighiaceae)), Egbò ògànwó (Raiz de Khay
Grandifoliola, (Meliaceae)), Egbò abado (Raiz de Hexalobus Crispiflorus (Annonaceae)),
Kán-ún bílálà (Potássio concentrado).

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá que a pessoa que está se consultando está sendo seguida por um Egún (em algum
dos três caminhos), se o Odù estiver negativo a pessoa fica irritada por qualquer motivo e
também em estado de animosidade, caso esteja positvo o comportamento será o inverso.
Quando este Odù está negativo, o Egún provém do Òrun Àpáàdí (local dos erros que são
impossíveis de serem reparados), caso o Odù esteja positivo, provém do Òrun Rere (local
destinado para aqueles que foram bons enquanto estiveram vivos), podem ainda vir de
um outro lugar, o Òrun Bàbá Eni (o pai das pessoas). Como também podem estar sendo
seguido pela transmutação de Òsó, neste caso deveria se fazer um transporte espiritual
para esse espírito ser retirado da pessoa e transferido para um bode velho, Òrúnmìlà
definirá a cor do abukó. Este ebó tem que ser feito numa mata e contar com a presença de
sacerdotes versados em Egún, seja um Tata ou um Àláàpìní.

Este Odù marca os extremos, tanto de pobreza quanto de riqueza.


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Disse Ifá que esta pessoa prometeu apedrejar alguém ou ela mesma pode ser apedrejada,
tanto a sua pessoa quanto sua própria casa. A pessoa tem dívida com Èsù ou Sàngó. A
pessoa vive assustada, as vezes são peças pregadas por seu próprio Orí, perguntar se deve
dar comida ao seu Orí para o pronto fortalecimento.

A pessoa é ameaçada por doenças contagiosas ou doenças incuráveis, que de ação muito
rápida, as quais já prejudicaram seus familiares, como câncer, aids, ebola, essas doenças
dizimaram grande parte humanidade.

Essas pessoas podem chegar a ser grandes rivais de seus padrinhos, escolher bem o
padrinho desta pessoa, tanto espiritualmente como materialmente. Nunca receber
presentes de seus padrinhos, como pulseiras, anéis, relógios ou qualquer tipo de corrente
que fique pendurada no peito ou juntos ao corpo.

Aqui se deve prestar muita atenção às mensagens dos espíritos, à Èsù, Òrìsà e Ifá, pois eles
nos trazem mensagens significativas que podem ser tanto para prosperidade através de
jogos de azar, como para nossa própria segurança contra feitiços ou algum tipo de
trabalho feito contra a própria pessoa. Assim como podem aparecer nas paredes das casas
desenhos provocados por vazamento de água de chuva ou mesmo mofo na pintura,
representando espíritos ou entidades, que querem se comunicar ou simplesmente fazer-se
notar pela pessoa.

Disse Ifá que não faça brincadeira de mão, pois podem terminar com desgosto ou uma
briga muito séria que pode chegar a correr sangue, assim como gerar morte e prisão.

As pessoas nunca devem andar em grupos que formem um total de três pessoas, não se
deve tomar nenhum tipo de bebida no gargalo das garrafas.

Aqui as pessoas cometem delitos e os filhos deste Odù são considerados culpados, mesmo
sendo inocentes da acusação (são vítimas de falso testemunho). O filho deste Odù não
deve ficar parado em esquinas para conversar ou comemorar alguma coisa. As pessoas
deste Odù devem aprender a controlar seu comportamento, pois ficam nervosas muito
facilmente.

A pessoa gosta de se sobrepor a tudo e a todos, mostrando sua criatividade e espírito de


liderança. Se essas pessoas são contrariadas, são capazes influenciar os outros a seguirem
sua opinião, pois a outra opinião mencionada não saiu de sua cabeça.

Owonrìn Méjì tem distintos vícios que foi adquirindo no transcurso de sua vida, por
companhias de má índole. O filho deste Odù pode sofrer uma vergonha em público que
pode adoecer, por um infarto, um derrame ou algo do tipo.

O filho deste Odù pode se tornar um alcoólatra facilmente, como também pode vir a
enlouquecer também devido ao álcool. Estas pessoas gostam das coisas diferentes, raras,
perigosas, ou seja, o proibido, porém muito espiritualizados, são capazes de fazer enormes
sacrifícios por amigos e familiares, a ponto de por sua saúde e sua vida em risco.

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Caso seja possível, essa pessoa deveria ser iniciada em òrìsà e também ter assentados um
Egún e um Èsù, caso não seja possível, deve tomar um Borí.

Neste Odù costuma-se manifestar os Aparaká (Egún – Espírito sem luz)

Apatakí

1- Òrìsà diz, "A benção da riqueza"


As divindades dizem, "A benção dos filhos"
Òrìsà diz, "A benção da longa vida"
Òrìsà diz que devemos sacrificar aonde se vêem onze anciãos na peneira.
Veja como Òrìsà diz isso:
"Quem se levanta na cidade, anda na cidade,
Quem anda e anda e usa a cidade para banhar-se, então, é ele que usa da cidade a água
para lavar as faces"
Foi adivinhado para Owonwon, filho dos "Que cortam madeira para enriquecer", e
adivinhado para cobra, filha "Daquele que caça com limões de pegar passarinho(ate)
para ter riquezas"
Eles disseram que Owonwon deveria sacrificar e a cobra também.
E o que deveriam oferecer?
Eles disseram que eles ofereceriam vinte e dois mil búzios,
E limões de visco(ate),
E um facão.
Eles coletaram o sacrifício e ofereceram.
Pacificaram as divindades.
Owonwon cortava lenha,
Cobra caçava com limões de visco.
Quando a cobra pegou o primeiro animal, foi um pombo.
Depois pegou outro,
Ela pegou um papagaio, quando pegou outro, era um pato.
Ela estava pegando todos eles.
Ela foi e vende-os ao Rei.
Aonde Owonwon cortava madeira ele, encontrou abelhas Ado e abelhas Oyin,
Ele encontrou cogumelos,
Ele levou tudo à casa do Rei,
O Rei comprou e ele enriqueceu.
Quando ambos enriqueceram,
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Eles dançavam e riam.
Eles louvavam os adivinhos,
E os adivinhos louvavam Òrìsà,
Por que disseram a verdade.
"Quem anda na cidade, quem anda na cidade,
Quem anda e anda e usa água da cidade para banhar-se, como usa água da cidade para
lavar a face".
Foi adivinhado para Owonwon, filho "Daquele que corta madeira para enriquecer" e,
adivinhado para cobra, filha "Daquele que caça aves para ter riquezas".
Owonwon dançou, teve dinheiro, cobraq dançou, teve riqueza.
Você não sabe que em nossa casa teremos riqueza?
Òrìsà diz que a benção do dinheiro e dos filhos é o que ele nos dará aonde vemos os
onze anciãos.
Òrìsà diz assim, as divindades ordenam.

2 – Os gatos foram à procura de um Òsó (bruxo), pois eles só podiam caçar durante o
dia, e devido a sua pouca corpulência e pequeno tamanho não podiam competir com os
demais predadores que eram mais fortes que eles, assim terminariam tirando a caça
dos gatos. Submetendo-os a um grau inferior na cadeia alimentar. Então eles se
queixaram para Èsù e este os encaminhou para um Òsó para que esse resolvesse seus
problemas. Òsó não era nada menos que Òsanyìn, que após jogar para os gatos, veio o
Odù de Owonrìn Méjì dizendo-lhes que deveriam fazer oferendas para Egún, Èsù e as
Ìyàmi e também deveriam trazer um morcego, um preá, ou um oketé (rato) e uma
coruja, limo da costa, ewé dudu, abre caminho e um Igby, água de poço, água de
cachoeira, água de chuva e os temperos, assim ele lhe prepararia as vistas com as quais
eles enxergariam durante a noite, desta forma suas pupilas dilatariam e captariam os
raios lunares.
Assim poderiam enxergar o menor dos insetos durante a noite e também os espíritos
dos homens e os da natureza, foi feito o ebó com a intenção de multiplicar-se no mundo
inteiro e assim ajudando os homens contra todos os roedores, insetos, e répteis que por
venturas invadam suas casas.

3 – Uma vez, os Òrìsà cheios de curiosidade se dirigiram à casa de Òrúnmìlà para lhe
perguntar de que ele vivia, de onde provinha seu poder e a força dos ebó, elçe
respondeu que resolvia tudo através do oráculo de Ifá, Ate, Irokere e Irofá e seu Aje
(kobo), o caracol do mar através do qual era aconselhado por Òlókun e pelas Ajé do
àyié. Os Òrìsà conferenciaram entre si e chegaram a conclusão de que Òrúnmìlà era
louco. Èsù transmutado em um Ota escutou a deliberação dos Òrìsà e imediatamente foi
contar à Òrúnmìlà. E de acordo com Òrúnmìlà dirigiu Ado (doença) contra uma pessoa
que morava perto de sua casa e essa pessoa era filho de Òrìsà, os Òrìsà tentaram salvar
a vida de seu devoto, porém não conseguiram, então concordaram em ir até a casa de
Òrúnmìlà para que provasse sua sabedoria e salvassem seu devoto. Ao chegar à casa de
Òrúnmìlà, veio o Odù de Owonrìn Méjì, os Òrisà exigem de Òrúnmìlà que o seu filho
seja salvo para provar que realmente tem poder. Òrúnmìlà aconselhado por Èsù, que
sempre aparecia transmutado em alguma forma que não era a sua, ou seja, rato,
pássaro, agemo, etc ..., e falava para Òrúnmìlà quais os procedimentos que deveria
utilizar para salvar a pessoa sem que os Òrìsà notassem a presença de Èsù. Passados
dezesseis dias, a pessoa ficou totalmente restabelecida, então os Òrìsà ficaram

66
convencidos do poder de Òrúnmìlà e lhe levaram oferendas e dinheiro, reconhecendo-o
como um grande sacerdote e Onisogóòun (possuidor de grande magia).

Ebó do Odù de Owonrìn Méjì

Trabalho contra Arajé

Colocam-se, num espelho, pó de ekú, de ejá e milho.

Sacrifica-se uma franga para Elégbára e derrama-se epó quente em cima de Elégbára e
sobre o espelho.
O dono deste Odù tem que ter em seu quintal, um pé de goiabeira, junto ao qual enterra
uma ferramenta de Òsanyìn. Seu Elégbára tem que se adornado com 41 búzios.

Tem que pegar quatro tabuinhas, pintar nelas o signo de Owonrìn Méjì com èfun e
osùn. Depois, passa as quatro tabuinhas no corpo e sacrifica um galo a Elégbára junto
com as tabuinhas. Retira as tabuinhas e coloca-as atrás da porta para que os Arajé não
entrem mais em casa.

Ebó do Odù de Owonrìn Méjì

1 galo
2 pombos
1 abuko
3 pedras
3 flechas
1 ekú
1 ejá
Epo
Gin

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.
67
Ebó do Odù Owonrìn Méjì

1 cabrito
1 galo
11 cocos
11 agulhas
1 ekú
1 ejá
1 rato
Orí èfun
Epo

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Ebó do Odù Owonrìn Méjì

3 galos
1 ekú
1 ejá
Bastante milho torrado

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias. Deve-se fazer carregos com comidas secas para seus antepassados.

Ebó do Odù Owonrìn Méjì

Ebó para a pessoa não ser morta por ciúme pelo cônjuje.

1 galinha morta (por asfixia)


Epo
Mel
Àso da pessoa
Ataré
Sal
Gin

Perguntar para Ìyàmi qual a cor da galinha, onde vai ser entregue e qual será o Odù
rezado dentro das entranhas.

Como assentar o Èsù do Odù de Owonrìn Méjì

Èsù Àláketu

68
1 Yangi
1 Cabaça
Epo
Mel
Sal
Gin
Cachaça
Omí
Ekó
Akasá
1 Ekódíde
21 Búzios
21 Moedas
Pó Cobre
Pó Bronze
Pó Prata
Pó de ferro
Pó de ouro
Terra do pé de uma jaqueira
Terra do pé de um Arabá
Terra de encruzilhada de mato
Terra de encruzilhada de um feira
Terra de banco
Terra de fórum
Terra de cupinzeiro
Lama
Wàji
Ierosun
Èfun
Bejerecum
Irofá
1 Facão
1 Abuko dudu
4 Galos (1 preto, 1 vermelho, 1 carijó e 1 branco)
1 Ekú
1 Ajapá
1 Akuaro
1 Juriti

Misturam-se os ingredientes em uma cabaça, sacrificam-se os animais. Reza-se o Odù em


Ierosun e coloca-se dentro da mistura. Dá-se a juriti em separado ao Irofá.

Èsù Lawana

É composto com os mesmo ingredientes do Èsù Àláketu, a única diferença é nos animais,
deverão ser todas fêmeas.

Èsù Kolofo
69
É composto com os mesmo ingredientes do Èsù Àláketu, a diferença é nos animais:

Orí de gato
Orí de rato
Orí Aja
4 Ferraduras
1 Punhal

Não contém Irofá e o Odù deve ser rezado pelo lado negativo.

Ebó do Ègún de Owonrìn Mèjí

Omo Inki

11 moedas 1 alguidar
1 bandeira branca
11 akasás
11 bolas de farinha
1 farofa de mel
1 farofa de dendê
1 milho cozido
1 ebô
1 orobô
11 folhas de mamona

Procedimento: Fazer a bandeira com morim branco, com uma haste de guaximba,
arrumar no alguidar de um lado o milho, de outro o ebô, os 11 akasás em volta e colocar
o orobô em cima e no meio, cravar a bandeira em cima do milho e do ebô.

NOTA: Colocar no chão as folhas de mamona, colocar em cada uma, um pouco de cada
farofa, 1 bola de farinha e 1 moeda.
Embrulhar a folha, passar na pessoa, despachar cada uma em uma rua ou caminho. O
alguidar com tudo, deve ser colocado no mato, no pé de uma árvore frondosa.

Fim da aula de Owonrìn Méjì

70
7 – Odù de Òbàrá Mèjí

+ +

6 I I 6 6 I I 6
II II 0 0
II II 0 0
II II 0 0

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odú pertencente a mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odú (Egún) Omo Ekardi

Oríkì

1 – Òbàrá Méjì Oni Olabara ejebara kikate Awo Komakate ará Orun adafun bogbo
tunuyen.

2 – Onibara olebara ajebara kikate adaforo inse loja eje alona panijo eje kikate
abeboardie meje lebo sileno owo.

3 – Onibara babara ejebara kikate adifayo kanfun oropo tinse eje afimala ajae aje kikate..

Orín – Òbàrá Méjì (Encantamento)


71
Òbàrá ide bi barabara
Awon lo difa fun irun
Nijo aiye rin ko roju
Won ni ki irun fi ooya rubo
Ooja ya irun fun nii ooya

Tradução:

Dizem que foi feito um jogo


Adivinhatório para o cabelo
A vida do cabelo estava desorganizada
Foi pedido um ebo com um pente
E assim a vida dele
Começou a se organizar.

Esés (Ditados)

1 – Quem sabe não morre como quem não sabe.

2 – Um rei nunca mente.

3 – A verdade nasce da mentira.

4 – Crie fama e deite-se a dormir.

5 – Caminho da lagoa.

Observações do Odù - Segredos

Este é um odú masculino, filho de Olófin e de Anase. Seu nome significa “Dois reis”.

Aqui foi onde Òbàrà ficou rico por causa de Olófin. Òbàrá Méjì é a inteligência da terra,
representa a sabedoria.

Foi neste odù que nasceram as crianças, as jóias enfim, todas as riquezas.

Neste odù para adquirirem conhecimentos sobre bruxarias praticadas com os espíritos
que os Egbá foram à terras distantes, lar dos kongos.

Neste odù fala de m ègùn que deixou algum tiopo de feitiço enterrado e o mesmo
deseja que este feitiço seja desenterrado para que seja reativado.

Foi neste caminho que as mulheres começaram a fazer sexo oral. Proíbe seus filhos de
comerem farinha de milho.
72
Aqui neste odù a força e a rudeza masculina foi expressada. Este é o odù onde Òsanìyn
come aja.

Este odù pune o adultério da mulher com a morte da mesma, a pessoa filha deste odù
deve cultuar Ègùn. Òrúnmìlà é seu òrìsà.

Foi neste odù que o gato serviu a Òrúnmìlà e a Obatala. A pessoa filha deste odù tem
que cultuar seus ancestrais.

Aqui nasceram os nasceram os mestres e as técnicas de ensino. Nasceu a falsificação e


moedas.

Òbàrà Mèjí criou o guarda-chuva e a bandeira. Por ter feito o ebo determinado por
Èlègbàrà, a bandeira torno-se muito mais importante que o guarda-chuvas.

Neste odù acontece muita traição e insegurança. Neste odù é onde acontece a perda de
prestígio e a desmoralização das pessoas, suas mensagens são difíceis de serem
entendidas e mais difíceis ainda de serem explicadas. Sua fala é demasiadamente
incômoda.

Assinala traição e engano dentro de casa. Os filhos deste odù não têm muitos amigos e
suas coisas se confundem entre o bem e o mau. Os filhos deste odù constantemente são
vítimas de calúnia ou injúrias e são enganados por seu próprio cônjuge.

Os filhos de Òbàrà Mèjí são viciados por sexo e gostam de estar sempre inovando para
o relacionamento não cair em monotonia. O que não faz em casa com o cônjuge faz na
rua com a amante.

A pessoa sonha com algo impossível de ser obtido.

A mulher quando está com o marido, pensa em outro e finge sentir coisas que na
verdade não está sentindo. O homem é frio com a mulher a acaba abandonando-a
porque sente vontade de agredi-la fisicamente.

É um odù de enganos e tragédias, seus filhos são ardilosos e nunca usam de franqueza.

Foi neste caminho que pela primeira vez um espírito de um morto utilizou o corpo de
um vivo para manifestar-se e praticar a caridade.
Neste odù foi criado o fundamento que obriga o Awo a dançar e pactuar com a morte
na dança de Atefa. Neste odù se fazem as coisas verdadeiras e as falsas com a mesma
naturalidade.

Para resolver os problemas, as pessoas filhas deste odù devem oferecer três galinhas
pretas e aguardente a Òrúnmìlà. As galinhas devem ser divididas ao meio.

É neste odù que fala todo o bem e todo o mal existente no mundo.

73
Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá, Odùduà, Djakuta, Òrànmíyàn, Òrúnmìlà,
Yemoja, Òsun, Oba, Ewá, Òsóòsì Èrinlè, Odé, Sàpàtá, Sàngó, Èsù e Égún.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Òsé Mèjí são: Manjericão, alfavaca, cebolinha branca, anis, gergelin, lírio
branco, gengibre, pimenta de passarinho, fumo, cará de sapateiro, orelha de macaco, pé de
galinha, arabá, babobá, abóbora, pepino, cabaça de cipó e cabaça de árvore, salsinha e
incenso.

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá que você não se fixa em nenhum lugar, que você pensa em ir a algum lugar mais
não tarde muito emir a esse lugar, pois ao invés de acontecer um bem, acontecerá um mal.
Você tem a proteção de Obatala (ver se é aboro ou iyaba), Obatala não quer que você
continue pobre, quer lhe dar um bem, mas para isso não poderá falar mentiras, iludir ou
iludindo-se.
Você chama muito a atenção por suas jóias e sua maneira de se vestir. Você não irá fazer a
viagem que deseja por não ter roupas adequadas, porém não seja orgulhoso, deve pedir
roupas emprestadas a um irmão ou amigo, mas deve devolvê-las acompanhadas de um
presente quando retorne de sua viajem.

Disse Ifá que se escutar os conselhos que ele lhe dá assim como os òrìsà, irá ter de tudo na
vida. Se algum velho ou mendigo lhe pedir comida na rua ou na porta de sua casa, nunca
deve lhe negar um prato de comida, pois pode ser um òrìsà lhe testando. Dê-lhe de comer
e não fique nervoso, pois seu anjo da guarda irá lhe favorecer.

Não deve brigar com seu companheiro ou sua companheira, não deve maltratá-la com
palavras, porque ela lhe dá bons conselhos. Alguém do interior deverá lhe fazer uma
proposta e você deve analisar e ver se lhe convém repartir os lucros em partes iguais. Seja
mais liberal sexualmente com seu cônjuge para que vocês possam ter um matrimônio mais
motivado.

74
Não deve beber qualquer tipo de bebida no gargalo da garrafa, deve sempre pedir um
copo para beber, assim como não deve comer restos de comida de ninguém. Quando for
beber, beba moderadamente, pois caso beba em excesso irá falar o que não deve.

Tanto os amigos como os seus parentes invejam sua forma de se relacionar com as pessoas
e sua facilidade de adquirir dinheiro ou riquezas.
Você nasceu para reinar e chegar a alta sociedade, você deve cuidar bastante de sua
apresentação pessoal, assim como aprimorar seu vocabulário, pois você tem dom nato
para a política.

Omitir é uma forma de mentira piedosa. Nunca se vista todo de vermelho para fazer
negócio, procure sempre se vestir com roupas claras. Respeite sempre os mais velhos e
sempre seja educado.

Você tem que aprender a ser um ator no teatro da vida. Sempre deve cuidar muito bem de
Òsun, dando-lhe perfumes, panos e espelhos como presentes.
Disse Sàngó que essa pessoa pode ser enfeitiçada facilmente através de comida ou de
bebida. Você nunca deve falar tudo o que pensa, deve ponderar mais suas opiniões.

Os animais lhe chamam sua atenção e os que mais admira são o cavalo e o cachorro.

Você tem mais de três irmãos e são sete na família.

Apatakí

1- O rei de uma comarca foi consultar-se com Òrúnmìlà, pois tinha tido pesadelos com
guerra e Ifá lhe falou que tivesse cuidado, pois dentro de seu palácio ele convivia com
inimigos. O rei incrédulo deu risada dizendo que isso era ridículo, pois quase todos que
eram seus seguidores eram de sua família, assim foi embora da casa de Òrúnmìlà
contrariado. Depois de passado um tempo o rei saiu para guerrear deixando os seus
irmãos comandando seu reino. Anos depois quando voltava de suas conquistas encontrou
seu reino usurpado por Opo Afonja e Ajaka que eram seus generais, teve que lutar com
ambos durante sete anos para poder recuperar seu reino, o qual nunca pode retomar
lembrando-se Sàngó das palavras de Òrúnmìlà.

2- Òsóòsì saiu para caçar em um monte e lá pegou um carneiro selvagem, levou o


mesmo para sua casa e preparou para assá-lo, o cheiro do assado foi tão longe que um
comerciante que passava pelos arredores gostou tanto e sentiu tanta fome que começou a
procurar de onde vinha esse odor, quando encontraram a cabana de Òsóòsì lhe pediram
que lhe dessem comida, pois vinham de muito longe e estavam com fome e não sabiam
caçar, pedindo dessa forma que compartilhasse sua comida com eles. Então Òsóòsì os
convidou para jantar e vendo a tamanha fome de seus convidados, deixou que comessem
sozinhos. Estes comerciantes quando estavam partindo lhe falaram que haviam deixado
alguns alforjes com hortaliças em agradecimento a Òsóòsì. Òsóòsì três dias depois quando
foi fazer um cozido, se lembrou de tais hortaliças e quando esvaziou os alforjes viu uma
grande quantidade de moedas de ouro e de prata que foram deixadas pelos comerciantes
que eram nada menos que Osala e seus servos.
75
3 – Sàngó por um tempo ganhava sua vida cortando lenha e cuidando de animais, mas já
estava cansado de fazer essas tarefas. Sàngó decidiu tomar um banho e colocar sua melhor
roupa, uma vermelha e branca, ao chegar ao povoado viu que estava acontecendo uma
grande festa onde todos estavam dançando ao ritmo não conhecido por ele. Depois de
tomar vinho e dançar durante algum tempo foi até uma árvore e cortou algumas varetas
(oguidavi), pediu para os olubata que tocassem o mesmo ritmo mais desta vez utilizando-
se das varetas que o mesmo trouxera, os tocadores atenderam o desejo de Sàngó e o
mesmo começou a dançar em um ritmo frenético nunca antes visto por ninguém
chamando a atenção da rainha daquele povo que não era outra senão Oba, que era solteira
propondo-lhe algum tempo depois compartilhar seu reino e sua vida como marido no
reino de Alampe.

Ebó do Odù de Òbàrá Méjì

Ebó para afastar o mal

Quiabo
Água

Deve-se fazer um amalá com quiabo crú batido com água.

Coloca-se Iyefá no opon e marca-se no centro Ejiogbe, no lado direito Òbàrà Mèjí e no lado
esquerdo Òbàràogbè. Rezam-se os odù e deixa-se no opon. Prepara-se um eko e se
desmancha na água e depois mistura-se ao líquido o Iyerofá do opon. Salpica-se um pouco
de lpiquido por toda a casa e depois espalha-se por cima da água salpicada no chão o
amalá.
Feito isso, joga-se para ver se está tudo bem, tira-se outro odù e varre-se o ebo para a rua.

Ebó do Odù de Òbàrá Méjì

3 folhas de esán (Chrysofillum cainito, Lin.)


1 folha de louro
1 pano preto
1 galo
1 franga bem nova
1 codorna
1 angola
1 Ofa
2 cabeças de peixes frescos
Pó de eku
Pó de eja
Epo

76
Terra de encruzilhada
Terra de casa
Amala
1 boneco de pano
1 sapoti
1 língua de boi
Ewé dundun
Oti
Moedas

Modo de fazer: Sacrifica-se o galo e a franga para Ègùn, retiram-se as línguas das aves e
enterra-se aos pés de um Igui Wakika (Spendias membim, Lin) junto com o amalá, as
cabeças de peixe e a língua de boi.
O galo e a codorna são sacrificados a Èlègbàrà. Passa-se no corpo do cliente,embrulha-se
no pano preto, jogam-se por cima as terras e os demais ingredientes, faz-se uma trouxa e
despacha-se em água corrente.
Com as folhas relacionadas prepara-se um omieró para o cliente banhar-se depois do ebó.
Perguntar qual òrìsà irá receber o ebo e onde deverá ser entregue.

Ebó do Odù de Òbàrá Méjì

1 carneiro
4 galos (2 vermelhos e 2 branco)
12 codorna
12 orogbo
6 obi
Quiabos
Abóbora

Modo de fazer: Cozinhar a abóbora e adorná-la com moedas e búzios, fazer um


amalá com os quiabos e após serem sacrificadas as codornas devem ser colocadas dentro
do amalá.
Os animais devem ser ofertados a Sàngó e preparados para serem colocados na
frente do òrìsà. Verificar se Sàngó que falar com o cliente ou filho através de Itá.
Perguntar qual òrìsà irá receber o ebo e onde deverá ser entregue.

Como assentar o Èsù de do Odù de Òbàrá Méjì

Èsù Wonke

Terra das raízes de um arabá


Terra de morro
12 pedaços de pedra de uma pedreira
Terra de encruzilhada
Terra de duas cidades diferentes.

77
Terra de banco
Terra de praça
Terra de mercado
Terra de fórun
Yangi
Moedas diferentes de diversos paises e metais
1 Ajapa
1 ekute
1 eja
1 obe
1 coco
Yerosun
Efun
Tabatinga
Wají
As ervas desse odù
4 ferraduras de diferentes cavalos

Mistura-se tudo dentro de uma cabaça, modela-se o vulto do Èsù utilizando o coco,
colocam-se búzios formando os olhos a boca e ouvidos, reza-se o odù em yerosun e coloca-
se dentro da mistura. Este Èsù se senta em uma abóbora.

Èsù Alaroie Kio

Laterita
Areia de rio
Osun
Waji
Efun
Yerosun
1 obí
2 orogbo
Argila
1 ferradura
Areia de praia
5 moedas de bronze
Terra de rodamoinho
5 Atare
5 pedaços de coco
1 alguidar nº 3
Pó de ouro
Pó de prata
Terra de formigueiro
Sementes de ase do òrìsà Òsun
Lelecun
Bejerecun
Folhas do Odù
78
1 èkodìdé
1 carranca feita com pau de canela ou laranjeira

Mistura-se tudo, modela-se no alguidar abaixo da carranca, deve-se acrescentar o odù de


Òsé Mèjí rezado com yerosun no Òpon Ifá.

Ebó do Ègún de Òbàrá Méjì

Omo Ekardi

6 foguetes de mão
6 akasás
6 moedas
6 folhas da fortuna
1 cabaça
areia do mar
6 búzios
6 conchas
6 imãs
6 farofas, sendo 1 de água, 1 de dendê, 1 de azeite doce, 1 de mel, 1 de vinho moscatel e
1 de água da chuva

Procedimento: Arrumar tudo dentro da cabaça, pedir tudo que se deseja, soltar os
foguetes e quando estes estourarem, chamar bem alto pôr OBARÁ para lhe trazer tudo.

Fim da aula de Òbàrá Méjì

79
8 – Odù de Òkànràn Méjì

+ +

1 II II 1 1 0 0 1
II II 0 0
II II 0 0
I I I I

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odù pertencente à mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odú (Egún) Omo Kaneju

Oríkì

1- Òkànràn Méjì, Oni Kanran Òkànràn ni okute,


Òkànràn Méjì ni Èsù Bi Eboadâ,
Èsù Bi pakikó, adie onadere Òkànràn Méjì.
Òkànràn ire Ifâ, Òkànràn Ire Awo,
Òkànràn ire Sàngó, Òkànràn ire Èsù Bi okan ni.
Oni Kanran unbatí Osode botalokununló.

2- Òkànràn Méjì, sakutu majawala ajeta


Akuse awo lodini asalua eda sure, oni dudu badudu
80
Oni fun fun alanere baniso bara petikarun.

3 – Sakutu majawala ojapa awo akiko ire dodi asubi


Oida asure adafun akuko umbatilosorde oluwo igeji idi olowa
Akara meta elerbo akordie mele onileno owo.

Orín – Òkànràn Méjì (Encantamento)

Òkànràn kan ninhin


Òkànràn kan lohun
Bi Òkànràn ba dí méjì
A difa fun Òrúnmìlà
Tí yoo fí Irínwo sowo
Tí yoo jire egberín oke
Kí npe o Òkànràn
Kí njima o, Òkànràn
E tete wa ba mi
Ní jebutu ajé

Esé (Ditados)

1 – No mundo se existe uma pessoa boa, existe uma pessoa má.

2 – O preto e o branco andam juntos.

3 – Nem tudo que se fala é aquilo que se pensa.

4 – Cuidado, não derrame sangue por sua boca, nariz ou ânus.

5 – Quem muito quer poço têm.

Observações do Odù – Segredos

Este é um Odù feminino, filho de Sedikoroú e Ajantakú.

Representa coisas encadeadas, uma sucessão de acontecimentos a partir de uma


ocorrência significativa.

Neste signo nasceram as enfermidades contagiosas e as diferentes formas de e as


diferentes formas de contágio.

Nasceram as pedras porosas que servem para filtrar água, os coiotes, a vesícula biliar e
o processo de cicatrização das feridas.

Aqui nasceu a palavra humana. Okan o lan significa: "A primeira palavra é a que vale".

81
É por este caminho que Olófin vem à terra.

Os filhos deste Odù são grandes oradores, conseguem convencer através da


palavra.

São pessoas tristes e introvertidas.

Nestes Odù os homens não reconhecem o bem que Òrúnmìlà lhes faz. Em relação ao
Awo, agem da mesma torma

Proíbe seus filhos de comerem carne com muita frequência.

Não podem comer carne de galo nem feijão preto ou vermelho.

Assegura invulnerabilidade contra feitiçarias.

Para garantir esta invulnerabilidade, pega-se uma folha de ewe ikoku (Xantosoma
sagitofolum. Schott.) e pinta-se nela, o signo de Òkànràn Méjì, lava-se as mãos, joga-se a
água das mãos sobre a folha e deixa-se as mãos secarem sem o uso de toalhas.
Deixa-se as folhas nos pés de Ìbejì até que sequem é depois faz-se um pó que deve ser
soprado atras da porta da rua.
Este é o caminho do perdão.

É neste Odù que Ifá diz quem são os seus sacerdotes.

A pessoa tem que trabalhar Ifá.

Prenuncia a morte repentina de três pessoas.

Quando este Odù surge em Atefá, a pessoa tem que fazer Ifá rapidamente para que
não venha a morrer.

É um signo de traições. A pessoa deve ter suas posses muito bem documentadas e
devidamente legalizadas para que, em osogbo ofo, não venha a perdê-las.

É um Odù de soberba e descontentamento.

Neste caminho os mortos preparam armadilhas para os vivos.

A pessoa não sabe o que é agradecimento, é orgulhosa e altaneira.

Acha que possui tudo na vida, é ardilosa e interesseira, mas perde por sua cabeça
ruim.

Não deve beber nenhum tipo de bebida alcoólica, por mais suave que seja.

Determina vida curta. Para prolongá-la a pessoa tem que fazer Santo.
Assinala dores nas costas e nos rins.

82
A pessoa tem que cuidar de Egún colocando para ele uma quartinha com água da
chuva e uma com água da bica.

Sente dores nos braços quando realiza trabalhos pesados.

Deve criar um pinto até que se transforme num galo e então, oferecê-lo vivo Elegbára.
Deve conformar-se com o que tem e não desejar o impossível.

A mulher se apaixona por um homem comprometido e isto pode trazer problemas com
a justiça.

Este Odù de ifá é da força e de artifícios. Seus filhos não admitem ser mandados por
nirguém e acham que sabem tudo melhor que os outros.

Perdem-se por não ouvir conselhos, preferindo orientar-se por sua própria cabeça.

São habilidosos e bem falantes. Para eles nada é impossível de ser realizado.

São fogosos e insaciáveis. Não desistem até que consigam o que desejam, nem que para
isto tenham que arriscar a própria vida.

Quando alguém lhes faz alguma coisa, por mais simples que seja, não desistem da
vingança por nada no mundo.

São faladores e um tanto quanto invejosos.

Acham que tudo deve ser feito ao seu jeito e à sua maneira, não aceitando opiniões nem
sugestões de ninguém.

Não podem possuir gatos.

Foi nesle caminho que Elegbára comeu akukó pela primeira vez.

Assinala guerra na família ocasionada por discordâncias religiosas.

A pessoa está sujeita a sofrer uma cirurgia no ventre ou no aparelho urinário.

Corre o risco de ficar impotente.

Este Odù ensina que todos os Òrìsà tinham filhos, menos Oyá que apesar de querer
muito, não conseguia gerar.

Um dia Oyá foi consultar Ifá e na consulta surgiu Òkànràn Méjì que lhe determinou.
além de um ebó, que usasse um idefá.

Seguindo corretamente as orientações do oráculo, Oyá conseguiu ter nove filhos.

83
Por este motivo, o número de Oyá é nove, e suas filhas devem usar o idefá em
homenagem à Òrúnmìlà.

Medicina para os rins

Tomar diariamente banhos de assento com ewe ré (Rosmarinus officinaiis, un). Chá de
masturso e ewe olubó (pianatillo de Cuba) três vezes ao dia.

Para vencer uma demanda sacrifica-se uma galinha aos Guerreiros e se despacha na
lina férrea.

O Awo deste signo tem jogar no mar uma corrente do seu tamanho.

Quando este Odù surge trazendo Osogbo, pega-se uma franga, abre-se ao meio,
enche-se de epo e coloca-se em cima de Elégbára.

O Odù Òkànràn é um Odù difícil de aparecer, porém é um bom Odù.

Òkànràn fala de paz, felicidade, alegria e amizade.

Fala de sociedade no presente.

Fala de evolução acelerada ou retrocesso acelerado.

A personalidade deste consulente é de isolamento, onde pode trazer problemas


espirituais.

Pode falar de dificuldades financeiras.

A pessoa deste Odù têm muitas dúvidas.

Ao cair este Odù verificar a necessidade do consulente ter que assentar e cultuar os
ancestrais para poder prosperar. Verificar a necessidade de cultuar ou assentar
Òrànmíyàn.

Quando sai este Odù em Ifá tudo se fasz ao contrário, por exemplo, se promete algo à È sù
deve se dar à Sàngó.

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òrisanlá e os quatrocentos Òbàtàlá, Òranfé,
Òràngún, Òránmíyàn, Jakutá, Agana Olókun, Olosa, Òsun, Obà, Yewá, Ibonan, Intilé,
Ajaka, Baiyani, Aganjú, Ògún, Èsù e Egún.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)
84
As ervas de Òkànràn Méjì são: ewé seseré (Echinodorus grisebachum, Small.), ewé
agueya (Heliotropium indicum, Lin.) e manjerona, ewé èrùwà ako (Folha de
Andropogon Gayanus, Gramineae), ewé ìlósùn (Folha de Penissetum Hordeoide,
Gramineae), Egbò ata (Raiz de Zanthoxylum Senegalense, Rutaceae), Àlùbósà eléwé
(Bulbo de Allium Aescalonicum, Liliaceae (cebolinha branca)), Jantem e trevo de três
folhas.

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá, a pessoa que está se consultando que puxe a orelha direita e que limpe com seu
dedo mindinho dentro da orelha, para que escute o quê se está falando, porque se já não
está fazendo uma coisa errada, não lhe falta à intenção de fazer.

Alguém em sua casa sente dores nos ossos, doenças adquiridas por falta de ingestão de
minerais. Deve se tratar com ervas para fortalecer seus ossos, como por exemplo: chá da
folha, da casca e raiz de cansanção, pó de ostras do mar e tutano de osso.

Disse Ifá que deve parar de amaldiçoar os outros e a sua sorte, pois se este Odù estiver
negativo, Èsù fará que um cachorro lhe morda na rua, caso esteja positivo um cachorro lhe
defenderá em alguma discussão. Se você não tem intenção de fazer o bem ao próximo, não
deverá fazer o mal.

Não deve cuidar da vida alheia para evitar problemas e pendências. Se você está
atravessando uma situação ruim, cuidado para que não lhe falte dinheiro para comprar
remédios.

Pode ocorrer um falecimento em sua família. Existe cobrança de Egún de seus ancestrais.

Disse Ifá que se você tiver que fazer uma viagem, para que você vá e volte em segurança,
deve fazer ebó aos Jagun, se essa viagem for através do mar, deverá fazer oferendas a
Olókun Yemoja ou Òlosa, para que sua sorte mude para melhor nessa nova terra.

De todas as formas você deve evitar discussões, para que não seja mal interpretado. Coisas
do passado sejam boas ou ruins poderão voltar ao presente, dependendo de como esteja o
Odù.

Durante 21 dias, ao sair e voltar para casa deverá refrescar a porta de sua casa, jogando
água fresca antes de sair e ao voltar, deverá recitar essas palavras:

Okana sode
Bati sode
Èsù bati sode.

Para que Èsù não entre junto com você aos lugares que vai ou quando voltar para sua casa.

85
Se existe uma jovem senhorita em casa, cuidado com os seus panos menstruais, pois
alguém poderá lhe fazer feitiços através deles, para trazer problemas para casa, ou ainda
causar uma gravidez indesejada.

A pessoa que está se consultando, deverá assentar o quanto antes um Èsù ou iniciar-se em
Òrìsà, pois assim evitará que sua vida seja um purgatório, como também deverá assentar
Ògún e Òsóòsì, também deverá fazer ebó com carne crua, Ifá irá determinar qual o tipo de
carne.

Esta pessoa muda de parecer muito facilmente, gosta de rir dos problemas dos outros, isto
pode ser prejudicial e dessa forma pode fazer outras pessoas sofrerem.

É aconselhável que quando alguém venha contar uma fofoca ou uma tragédia,
imediatamente deverá jogar três punhados de água em sua porta e três pingos de epo em
cima de Èsù.

Disse Ifá que se esta pessoa escutar os conselhos dele, de Òrìsà e de Egún, terá uma vida
calma e farta, assim como iniciação em òrìsà, pois ao contrário sua vida será incerta como a
vida de um náufrago.

Essa pessoa tem aptidões de comando, seja para liderar ou ser político, mas para mandar
os outros que façam suas vontades, deve fazer com jeito para que possa ser atendido como
um grande líder.

Disse Ifá que tenha cuidado ao se ferir em uma perna ou quando tenha dores em uma
perna, pois isso pode ser sinal de algum problema futuro que pode ocasionar uma
cirurgia.

Se existe uma mulher em sua casa que tem o vício de beber, deverá fazê-la se livrar desse
vício, deverá verificar se é influência de Egún.

Disse Ifá que essa pessoa pensa muito em sua terra, em parentes ou filhos que abandonou.
Os amigos e familiares dessa pessoa falam mal dela pelas costas.
Disse que você está querendo dar início a um pleito na justiça, isso poderá dar certo por
influência de Sàngó ou alguém de sua família.

Você pode chegar a ter três filhos, também sentirá o impacto da morte de três grandes
personagens que admira muito. A partir do dia da consulta, três dias após ocorrerá um
grande temporal com inundação onde mora, caso seja em lugares baixos. Se for homem
tem que menos mulherengo, pois as mulheres poderão causar sua destruição. Caso seja
mulher o conselho é o mesmo.

Deve verificar o que está sendo pedido por Òsun, pois ela lhe ajudará no que busca.

As pessoas nascidas neste Odù gostam de tomar banho de rio ou se sentem em paz
quando estão sentados à beira de um rio.

86
As pessoas deste Odù quando estão incomodadas ou nervosas, procuram armas brancas
rapidamente para agredir seu desafeto, isto pode ser o motivo de longos anos em uma
prisão, tome cuidado.

A pessoa deste Odù não deve falar para onde vai ou o que planeja fazer, para que não lhe
amaldiçoem ou sintam inveja de seus planos. Se for possível essa pessoa deve usar um
èdun àrá como um pingente em seu pescoço, para servir de proteção.

Apatakí

1- Òkinrin kara nìnì ku enì (uma forma de louvação (oríkì) para Òkànràn)
foi adivinhado para o rei de Efon
filho daquele que comeu ate por sete dias
havia o filho da casa de Efon
o que deveria fazer para ter filhos
e que fossem tantos que não poderia contá-los
disseram que ele deveria fazer ebó
e o que deveria oferecer?
ele deveria oferecer onze caramujos
ele deveria oferecer onze poções de mingau
ele deveria oferecer uma galinha
ele deveria oferecer um pombo
ele deveria oferecer onze obí
e sacrificar para seu Oke Iponri
o rei de Efon (Obalufon) reuniu o sacrifício e ofereceu
ele pacificou os deuses
e quando terminou
ele começou a ter filhos
eles disseram à ele que cozinhasse obe ate
para oferecer ao seu Oke Iponri
quando acabou de fazer isso
seus filhos eram incontáveis
obe ate que ele come até hoje de modo à ter esses filhos
e o que ele come ainda hoje
é como Obalufon começou a comer obe ate.
Obalufon dançava e ria
Ele louvava seus adivinhos
os adivinhos louvavam Òrìsà
por que eles disseram a verdade
foi adivinhado para Obalufon
filho daquele que comeu obe ate por sete dias
ouvimos e oferecemos sacrifício
pacificamos os deuses
não demorará, nem está longe
estarei cheio de filhos
conforme Òrìsà disse
quando se vê um único ancião
Òrìsà diz assim
87
e as divindades ordenam.

2- Havia uma pessoa que não acreditava que os Òrìsà tomavam a cabeça das pessoas
através da incorporação, estando em um Bembé (Candomblé), viu uma pessoa
contorcer-se e dar seis cambalhotas e cair em pé em frente aos tambores arregalando os
olhos que na mesma hora ficaram brancos, assim como movimentando sua língua em
forma de raio. Essa pessoa começou a dar risada do acontecido, sem saber que foi um
Òrìsà que havia chegado e esse Òrìsà era Sàngó que interpelou um filho seu e falou-lhe
que não fizesse a viagem que estava planejando, pois seria sua perdição, essa mesma
pessoa incrédula disse ao filho de Sàngó que não fosse bobo, que seguisse com seus
planos, pois isso era só uma forma de intimidação e ele lhe provaria isso.

Dirigindo-se ao Èlégun de Sàngó, lhe falou que se ele era Sàngó, que lhe dissesse
quantas pessoas moravam na casa que existia na esquina e Sàngó olhando lhe
respondeu: - Ali moram dezoito pessoas, mas só dezesseis falam e escutam. Sàngó
saindo da festa se dirigiu à casa na esquina e pediu para as pessoas que gritassem, que
abandonassem a casa, pois estava pegando fogo, imediatamente dezesseis pessoas
saíram apavoradas de dentro de casa, mas duas ficaram dentro. Sàngó falou, peguem
um surdo e um cego que estão lá dentro, pois um deles não escutou o grito de fogo e o
outro não pode encontrar a saída.
A pessoa que ria incrédula da incorporação de Òrìsà jogou-se no chão diante de Sàngó
pedindo perdão, mas Sàngó não o perdoou e disse-lhe que esta noite quando voltasse
para sua casa, só encontraria cinzas de seus bens por ser tão incrédulo.

3 – Arosejin era um personagem de boa posição, porém teve que viajar para outras
terras a negócios. Mandou que procurassem Eloire, seu grande amigo, pedindo-lhe que
tomasse conta de suas três mulheres e de seus bens até sua volta, e Eloire concordou
com seu amigo, porém ao se passarem três meses e ver que Arosijen não retornava,
começou a gastar seus bens e escravizar suas mulheres. Passou cinco meses desfrutando
dos bens de seu amigo pensando que ele não voltaria mais, porém as mulheres de
Arosijen fizeram ebó para Èsù e este fez com que chegassem notícias de onde se
encontrava seu marido. Elas fugiram em busca de Arosijen, contaram-lhe o que Eloire
havia feito com elas e com os bens que havia ficado incumbido de tomar conta. Arosijen
que era um rico comerciante reuniu um grupo de amigos e de guerreiros e voltou para
seu povo, ao chegar já era noite e Eloire fazia festa, onde seus convidados comiam e
bebiam desfrutando dos bens de Arosijen. Arosijen mandou Èsù colocar fogo em toda
sua casa pelo lado de fora, deixando somente a porta da frente intacta, pois todos teriam
que sair por ali. Com o incêndio todos foram obrigados a sair pela porta da frente, onde
todos eram surrados pelos amigos de Arosijen e os guerreiros. O último a sair foi Eloire,
que se arrastava e pedia perdão por sua vida, mas Arosijen não se compadeceu dele e
mandou que os guerreiros o matassem, por ter sido um péssimo amigo e desfrutar o
que não lhe pertencia, após isso deveriam jogar seu corpo mutilado aos cachorros da
cidade como exemplo para que ninguém mais traísse um amigo.

Ebó do Odù Òkànràn Méjì

88
Ebó nos caminhos de Òkànràn Méjì

Quatro pintos, dois obí, panos branco, vermelho e preto, quatro carás e tudo o que leva
num ebó.
Os pintos são sacrificados para Elegbára, assados e, no dia seguinte, despachados
no mato. Indicado pára obter progresso e tranquilidade.

Ebó para ter filhos nos caminhos de Òkànràn Méjì

Agutan. akukó, uma acha de lenha, milho de galinha, inhame epo, pó de ekú, pó de ejá,
ori-da-costa. èfun, mel, otí e muitas moedas. Oferece-se tudo a Elégbára e passa-se a
usar um idefá consagrado.

Ebó para a mesma finalidade

Um galo, dois pombos, uma cabaça com água de chuva, um feixe de lenha, uma corda
com a mecida da mulher, pó de ekú, pó de ejá, milho, ori, epoõ pupá. mel, otí funfun,
moedas e um ekódíde. Tudo para Elégbára. Usar também um idefá consagrado.
A corda fica enrolada peno cê Elégbára até que a mulher fique grávida, depois é
despachada, amarrada no tronco de uma árvore dentro da mata.

89
Como assentar o Èsù do Odù de Òkànràn Méjì

Èsù Alalubanse

Este Èsù é o dono das pegadas dos caminhos e tem àse de Òlodùnmaré para encaminhar
as pessoas nos caminhos do bem ou do mal, para fazê-las retroceder ou continuar. É o
dono e senhor das danças e mensageiro divino para ensinar as pessoas a dançar para
Òrìsà. Tem o dom de fazer que as pessoas se mexam para escutar música.

É constituído por:

Yangi
Carvão de árvore de florestas
Carvão de pedra
Carvão de lugares que ocorreram incêndios
Terra de pegadas de animais e de pessoas
3 obé um ao lado do outro
1 ekódíde
Osùn
Wáji
Èfun
Cascos de animais
Orí ajapá
Odù de Òkànràn rezado em Yerosun
Vagem de Èsù
1 imã
3 agulhas
Areia de praia
Areia de rio
Raspa da madeira do tambor ou do coro do tambor

Perguntar se tudo é montado dentro de um casco de ajapa ou dentro de uma cabaça.

Èsù Kekite

Os mesmo ingredientes de Èsù Alalubanse, porém leva um orí ajá e como cachorro junto
com Ògún. Leva também três pregos de linha de trem virados para cima.

Ebó do Egún de Òkànràn Méjì

Ebó par Omo Kaneju

90
1 metro de morim preto
1 metro de morim vermelho
1 akasá
1 garrafa de cachaça
1 vela
1 caixa de fósforo
1 charuto

Procedimento: Passar tudo no cliente menos a cachaça. Fazer uma trouxa e


despachar em um caminho que tenha encruzilhada.

Fim da aula de Òkànràn Méjì

9 – Odù de Ògùndá Méjì

Etaògùndá, Ògùndà Méjì ou Yonú Méjì

91
+ +

2 I I 2 2 I I 2
I I I I
I I I I
II II 0 0

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odú pertencente a mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odú (Egún) Omo Ipoko

Oríkì

1 – Ijiton nuse yola owo tete iji eje nise ija Ògún lokwa ariba molaban eru oko eru osan oko
onija eja okanoni Ogunbda oni Ògún oni Ògún abaje oni osanla oni Ògún loda ejá méjì
abeje awo.

2 – Oniji anafa ada tete eji ejiton unse ija Ògún lorun kaferefun Òbàtàlá.

3 – Ijeni dolode akundajeilewe ora ebini aro kuntajo (o pranto se converte em risadas, ou
seja, o que se perdeu aparece).

Orín – Ògùndá Méjì (Encantamento)

Mòjùbà Ògùndá Méjì kepa olodo meji


Apa ada Ògún lokwa

Tradução:

Eu inclino meus olhos para o rei Ògún


Ògún que com seu facão divide o rio em dois

Esé (Ditados)

1 – A faca que derrama o sangue, não pode cortar seu próprio cabo.

92
2 – O alimento que os dentes não podem cortar o ânus não pode conter, (aqui nasce a
diarréia).

3 – Mantenha a calma, pois sua violência pode causar sua própria autópsia.

4 – O obe foi criado para dividir tudo em partes iguais, (tente ser sempre justo em suas
questões).

Observações do Odù - Segredos

Este é um odù masculino filho de Oko e Awounsi.

Representa um punhal, a justiça e a lei.

Neste odù nasceram as ciências da guerra, as cirurgias, as armas brancas, a agressividade,


os cães selvagens, os lobos, os chacais, os coiotes, as forjas, os metais negros como o ferro e
todas as profissões relacionadas à extração e beneficiamento destes metais.

Nasceu a operação cesariana.

Aqui foi criado o pênis, os testículos, os espermatozóides e a ereção do membro viril.

Assinala doenças venéreas, impotência sexual masculina, doenças vaginais, enfermidades


na cabeça e no aparelho genial.

Antigamente os prisioneiros tinham seus pênis decepados e ofertados à Ògún como


símbolo de virilidade, pois é o pênis que desbrava a vagina, nos dias de hoje essas
oferendas lhe são feitas com pênis de aja ou de abuko.

Este odù indica que o consulente é iniciado ou deverá se iniciar, também avisa de uma
obrigação que deve ser feita para Èsù ou mesmo seu assentamento. Caso o consulente já
seja iniciado e suas obrigações estejam em dia, deverá ser verificado o que tem que ser
completado e fazê-lo, para que na vida do mesmo corra tudo bem.

Suas cores são o branco, o negro, o vermelho e o azul escuro.

Ògún-da-eji significa em yorubá: Ògún parte em dois, Ògún divide em duas partes.
Proíbe seus filhos de portarem animais ou guardá-los embaixo de suas camas.

O awo deste odù recebe sorte e proteção de Ògún.

É neste caminho que o awo ensina aos seus afilhados.

Aqui Ògún e Sàngó se fizeram compadres.

93
É neste odù que de seu reino Sàngó vê tudo que se passa sobre a terra e o mar.
Não se pode comer carne de galo, fruta pão e inhame. Proíbe o consumo de bebidas
alcoólicas.

Ògùndá Méjì vence a morte.

Assinala a existência de um pênis muito avantajado que ao invés de proporcionar prazer,


lesiona a mulher.

Assinala para a mulher, prática de prostituição que deve ser imediatamente abandonada.

O espírito tem que sobrepor-se a matéria para que a pessoa possa ser considerada e
respeitada pelos demais.

Fala de falta de consideração.

A pessoa tem que cuidar-se contra acidentes e atos de violência que podem custar-lhe a
vida ou prejudicar sua saúde para sempre.

Tem que contar com a proteção de Odùduà.

Afirma que a donzela tem que fazer ebó para poder casar.

A pessoa possui um dom que tem que ser desenvolvido para que evolua material e
espiritualmente.

Tem muita facilidade para adaptar-se a qualquer profissão.

Tem dotação para cartomancia e, quando se dispuser a ler cartas, nuca poderá fazê-lo sem
cobrar para não poder perder esse dom.

Quando acabar de ler tem que cobrir seu baralho com um pano de linho branco até o dia
seguinte para não perder a visão.

Não pode ter dentes quebrados ou estragados para não adquirir doenças no estômago.

Aqui nasceram as sete ferramentas de Ògún.

Não permite que se mate cobras.

Neste caminho, quando chegar o momento a pessoa terá que assentar Obalúayé e Yewà.

Oferece-se à Ògún um ajá keke e quatro galos.

Ògùndá Méjì é o odù da força e da natureza.

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Seus filhos não crêem em nada, possuem o coração duro, são muito egoístas e auto
centrados, gostam de agir nas sombras e de atacar com armas ou barras de ferro.

Por sua tendência de fazerem o que bem entendem são marcados pela justiça, não confiam
em ninguém e tem a capacidade de matar rindo.

Aqui nasce a traição e sobressaem as armadilhas.

Este Odù é portador da maldição de Afebile, um òrìsà funfun que vibra na atmosfera.

Aqui Ògún e Sàngó foram amaldiçoados por Òbàtàlá, o primeiro pelo sangue que fazia
correr nas guerras e o segundo pelas feitiçarias que praticava.

Os filhos de Ògún que forem deste Odù, não podem trabalhar com feitiços de Egún,
embora possam fazê-lo através de Òsànyìn.

Neste Odù por ordem de Olófin, Ògún confeccionou um eleke e uma coroa de contas
vermelhas, brancas e negras, para premiar Elégbára pelos excelentes serviços prestados
sobre a Terra.

Neste caminho Àroni e Òsanyìn ensinam as virtudes das ervas para curar enfermidades e
consagrar os Òrìsà.

Neste Odù por ordem de Sàngó, Obalúayé sentou-se numa pedra e adquiriu o dom da
adivinhação, o que o levou a reinar em Arará.

Aqui se fala da construção de casa, este é um Odù de casa própria.

Para se afastar o osogbo, a casa deve ser reformada quando estiver em mau estado.

Fala sobre a árvore de Ìroko, o cliente tem que tomar banho com suas folhas.

Afirma que a coroa não cabe direito na cabeça.

Em Ire: A cabeça é maior que a coroa que carrega.

Em Osogbo: A coroa é maior que a cabeça em que foi colocada.

Mande-se trocar a sopeira de Òrúnmìlà ou do Òrìsà da pessoa quando este Odù sai em
atefá, awofakan ou ikofá.
Quando sai este Odù deve-se esfregar a casa com peregun, odundun (sempre-viva), ewé
ibakpá (Comelina elegans, H.P.K.), ewé ibajo (Mella azederath, Lin) e mel de abelhas.

Para espantar os arajés que atrapalham o desenvolvimento, deve-se espalhar amalá de


farinha de milho ao redor da casa.

Aqui Òrúnmìlà encontra o caminho para chegar ao Òrun com as indicações de três Ajé
chamadas Alaboru, Alaboya, Alabosise (aqui nasce o cumprimento dos sacerdotes de Ifá).

95
Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá, Ìyá Odù, Ìyàmi Òlóntarìjì, Ìyá Buto, Bàbá Oke,
Òrànmíyàn, Òràngún, Ògún, Òsóòsì , Ikú, Aganjú, , Ìbèji, Èsù e Egún.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Ògùndá Méjì são: Peregun (coqueiro de vênus nativo), odundun (sempre-
viva), ewé ibakpá (Comelina elegans, H.P.K.), ewé ibajo (Mella azederath, Lin), ewé
mariwo (dendezeiro), ewé osàn (folha de cirtus sp., Rutaceae), èso oro (fruto de Irvingia
Gabonensis, Ixonanthaceae), ewé ayùnré (folha de Albizia spp., Leguminosae
Mimosoideae), ewé aréhìnkosùn (folha de scadoxus cinnabarinus, amaryllidaceae), ewé
igbá (folha de lagenaria siceraria, cucurbitaceae), ewé wérénjéjé (olho de cabra), ewé
làbelàbe (folha de scleria naumanniana, Cyperaceae), ewé tètèrègún (cana de macaco).

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá que você pode vir a ter um problema por prestar um favor e poderá causar-lhe
sua própria prisão. Você já prestou três favores a pessoas que não souberam lhe agradecer.
Preste atenção que nos próximos dias irá passar um grupo de pessoas em frente a sua casa
gritando palavras de ordem (algum tipo de manifestação pública), você não deve se
misturar a eles, pois poderá ocorrer derramamento de sangue.

Alguém irá perdi-lhe um favor, pense bem para não se complicar. Você tem família no
interior e onde moram existem muitas palmeiras. Você foi ou pensou em ser minerador,
você tem uma perna que pode estar inflamada ou poderá vir a se inflamar com um
ferimento causado por um prego. Você foi criado ou é aconselhado por três mulheres.

Você tem uma doença que quase lhe causou a morte, já teve ou poderá ter três acidentes
com riscos fatais. Dentro de cinco dias poderá chegar um dinheiro por um bom caminho,
você gosta de viajar e conhecer novos lugares, se aparecer este Odù, deverá oferendas à
Èsù e Ògún antes de viajar. No curso de sua vida passará por três cirurgias, seja obediente
para que a última delas não seja a autópsia. Pode ser que você esteja em disputa com outra
pessoa pelo mesmo objetivo.

Nos caminhos de sua vida aparecerá uma grande estabilidade financeira, porém tenha
cuidado para que não lhe roubem ou se apoderem do que é seu. Você tem ou terá uma
filha que pode ter virtudes para cultuar as Ìyámi, ela terá que cultuá-las, pois poderá
adoecer e vir a falecer se não o fizer.

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Se este Odù aparecer para uma mulher poderá vir a ter hemorragias em sua menstruação,
para regular a menstruação deverá fazer oferendas às Ìyámi. Se cair para homem deverá
fazer uma cirurgia de circuncisão.

Se a consulente for mulher, só sentirá prazer sexual com homens avantajados, pois sua
vagina é profunda.

Aqui poderão ocorrer divergências muito graves nas relações amorosas, onde se poderá
recorrer a conselheiros familiares ou espirituais para que não se rompam os laços do
matrimônio ou relacionamento afetivo.

Neste Odù a pessoa sofre de evacuações espontâneas (diarréia). Aqui a pessoa tem virtude
de realizar operações de cortes precisos, poderá vir a ser um cirurgião ou um açougueiro.

Apatakí

1 – Aqui Èsù se encontrava pescando com linha e vara, porém não possuía anzol para
fisgar os peixes, ao passar Ògún observou o que estava acontecendo com Èsù, então ele fez
um anzol e ofereceu à Èsù, ajudou porém não o mesmo não conseguiu pescar nenhum
peixe, pois ainda lhe faltava a isca. Òsóòsì ao passar por ali vindo de uma caçada trazendo
sua presa, viu o que estava acontecendo, ofereceu-lhe um pedaço de carne para que
utilizasse como isca, dessa forma Èsù voltou a tentar novamente agora obtendo êxito em
sua pescaria e conseguiu um grande peixe. Quando Èsù se preparava para seguir seu
caminho Ògún como havia lhe dado o anzol estava reclamando sua parte na pescaria e da
mesma forma Òsóòsì pronunciou, dando início a uma calorosa discussão que
proporcionaria um grande derramamento de sangue. Quando o arere já estava armado,
aparece Òsala, ele ordenou que os três se virassem de costas, pegou sua espada e partiu o
peixe em três partes iguais, terminando assim com a disputa que havia se iniciado.

2 – Aqui os bàbálòrìsà iniciam os Ogan na arte do òlòbe e como se devem sacrificar os


animais para as diferentes entidades. Mostrando as diferentes partes e lhes ensinando os
seus respectivos nomes, porém devemos antes louvar os quatro primeiros Oba Odù
nascidos no àiyé, que são Èjíogbè, Òyèkú Méjì, Ìwòri Méjì e Òdí Méjì:

Primeira parte

- Orí eranko ou orí abo (assim como o orí de outros bichos);

Orìn da primeira parte

Cantado pelo Oluwo ou Bàbálòrìsà:


Ato reo ato reo afori mawá orí o. Oba to ba oforí mawá. Adere mo ni o adere monío fa ra
orí lorí elewa ode rere monío odere re

97
Respondido pelos filhos de santo:
Tem ten fu mi fo bafo wa o.

Deve-se colocar a cabeça em frente ao Ota òrìsà e cantar:


Tem tem lerí fu mi ba fo wa o ten ten.

Segunda parte

- Apere àiyé;

Orín da segunda parte

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- Ajaguala (Ajaguala Iku, Ajaguala Aro, Ajaguala Ofo, Ajaguala Akoba, unló)

Orín da terceira parte

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- Apa lese méjì (patas dianteiras)

Orín da quarta parte

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- Akua lese meji (patas traseiras)

Orín da quinta parte

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- Igan nike nike aboni (costelas)

Orín da sexta parte

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- Igan nigate oloni (coluna vertebral e rabo)

Orín da sétima parte

98
Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- Ifa de otu Ifa de osi (carne)

Orín da oitava parte

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- adja okokan (peito)

Orín da nona parte

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

Kinka monuku (duas primeiras costelas abaixo do pescoço)


Essa parte se oferece à Ikú juntamente com Ògún.

Orín da décima parte

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- Inu Adofi adofa okokan (laringe, coração, pulmão fígado e rim)

Orín da décima primeira

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- Ègùnùn aìyè (nervo que desce do pescoço ao começo das costelas pela parte de cima)

Orín da décima segunda

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- Emugaga (testas)

Orín da décima terceira

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- Tinso mo okuni (saco)

Orín da décima quarta

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- Akoreo (couro)

99
Orín da décima quinta

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

- Oga (corda com que se amarra o abuko)


Mede-se na cintura das pessoas que participaram do oro, depois passa-se na cabeça e
dizendo-se: oriô oriô, iku unló, ofo unló, aro unló, araie unló, tijá tijá unló, akobá unló,
ohoho unló, ikumu unló, makuto unló, ajé apa osi unló, oso apa osi unló, ègùn dudu unló.

Orín da décima sexta

Kumanse ni nio mase mio ni o elewá abe

Está é a forma que os ògan aprenderam a fazer a primeira parte do ita, porém existem
outras quatro partes que compõe o Ita Odù do yawo que serão oportunamente abordados
nos próximos Odù.

3 – Aqui neste Odù Òrìsànlà (Olófin), para reconhecer os serviços prestados por Èsù às
entidades, Ègùn, Ifá Òrìsà, de idades e mesmo para Olódùmarè, nos quatro cantos do
universo, Olódùmarè manda que Ògún confeccione uma coroa para Èsù que contenha
èkòdìdè, contas pretas, vermelhas, brancas e amarelas.

4 – Neste Odù nasceu Àlàgbéde Òrùn, foi ensinado a este Ògún os desenhos de todas as
diferentes armas de guerra do mundo, que iriam gerar o avanço tecnológico e a proteção
das fronteiras das diferentes nações existentes no mundo.

Como assentar o Èsù de Ògùndá Méjì

Èsù Ariwó

Este Èsù é confeccionado em uma madeira de jagüey.

Itens que não podem faltar na confecção deste Èsù:

1 ekódíde
1 obe farí velho
1 ada
4 ferraduras
4 pregos de estrada de ferro
4 pedras carvão koki
1 bigorna
1 yangí
àiyé matadouro de boi
àiyé ile okun

100
àiyé ile aliban
àiyé 4 saídas da cidade
àiyé ilke ase
fula (pólvora)
efin aja, abuko, ejá, ekuté, abo
bico e unhas de ave de rapina (gavião, falcão, águia, urubu, coruja)
raspas do igbá Ògún

Mistura-se tudo, modela-se o vulto do Èsù, coloca-se formando os olhos e a boca, búzios
virados ao contrário.

Ebó do Egún de Ògùndá Méjì

Omo Ipoko

3 cocos secos
3 búzios
3 moedas
3 cavalos marinhos
3 punhados de areia do mar
3 grãos de milho
1 franja de mariwo

Procedimento: Passar no cliente bem passado a franja de mariwo, depositá-la no chão e


sobre ela arriar em ordem os 3 cocos serrados ao meio, colocar dentro deles os búzios,
os cavalos marinhos, a areia, os grãos de milho, as moedas, segurar tudo, ou seja, os três
cocos já fechados com tudo dentro, e andar uns 50 metros varrendo simbolicamente o
chão para você passar, e espanando e varrendo o chão com as franjas de mariwo.

101
Fim da aula de Ògùndá Méjì ou Yonú Méjì

10 – Odù de Òsá Mèjí

+ +

9 II II 9 9 0 0 9
I I I I
I I I I
I I I I

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odù pertencente a mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odú (Egún) Omo Oansi

Oríkì

102
1- Òsá Méjì Òrúnmìlà difajoko ordofun olwen dirojun kode akafara tofiko diwon kale Ifa.
(Buru Baraya adifa fun Oke).

2- Bàbá buru buru Bàbá fose efan Bàbá abragadan omo ode bamí inu adie opakara enu
òrun kojo masyle oni bana adifa fun Oke niba bofero sofo lowo onibana lowo elebo eleye
meni aso timbelero auko epo.

3- Bàbá buru buru bàbákose soko efan bàbá abragadan omo ada bami inu ardie obapa
kakara kaona òrun kojima sile anibana adifa fun Oke nibate olofarosofa lowo onibana.

Orín – Òsá Méjì (Encantamento)

Bàbá odù ni olóògùn temi o


Bàbá Efan ni olóògùn temi o
Emi oni olóògùn o
Bàbá abragadan ni olóògùn temi o
Òsá tani olóògùn tire o
Bàbá Oso ni olóògùn teni o

Tradução

Meu pai odù é meu feiticeiro


Meu Efan é meu feiticeiro
Eu não tenho feitiço
Meu pai abragadan é meu feiticeiro
Òsá quem é seu feiticeiro?
Meu feiticeiro é Bàbá Oso

Esé (Ditados)

1 – Amigo mata amigo.


2 – Na confiança está o perigo.
3 – Teu melhor amigo pode ser seu pior inimigo.
4 – Sem respirar ninguém fica. (o ar é para todos)
5 – Os sentimentos do coração são como os passos do louco.

103
Observações do Odù – Segredos

Òsá Méjì é um Odù feminino, filho de Eiyjé e Owé.

Seus filhos são revoltados e um tanto trágicos, gostam de se intrometer em assuntos


alheios e vivem inventando coisas absurdas.

São de humor mutável, têm cada dia com o temperamento diferente e se não colocarem
suas coisas em ordem ficam sempre no ar.

Rege as relações entre a terra e o sol e a terra e a lua. Não diferencia as pessoas pelas suas
posses. Rege o sangue e todos os seres humanos.

É a representação do mundo dos espíritos. Representa o domínio da mulher sobre o


homem e por isto todos os trabalhos de amarração de homens são feitos através dele e sua
figuração inicial deve ser traçada no local onde serão feitos os sacrifícios necessários.
É um odù de magia negra e de bruxaria, caminho predileto para a comunicação das Ajé.
Neste Odù Ìyàmi passa para Òrìsanlá o poder sobre os Egúngún através do encantamento
do pássaro Atioro.

Òsá Méjì proporciona fortuna mais a pobreza persegue a pessoa. Os filhos desse odù
sobrevivem aos seus irmãos e participam de seus funerais.

A mulher para quem sair esse odù em Akofá pode morrer na prostituição.
Neste odù também são confeccionadas as roupas de Bàbá Egún.
Aqui nasceram os glóbulos vermelhos do sangue, os chifres dos ruminantes, os musgos, a
abertura dos olhos, os órgãos internos das mulheres, os intestinos, as amídalas, as
saudações entre as pessoas, a hipocrisia, os pólipos uterinos, a artrite e o Àse de Sàngó.

Foi neste odù que as Ìyàmi atacaram Òsalá por ele roubar a água do rio para confeccionar
os seres humanos. Bàbá foge para a casa de Egúngún, porém ele não recebe Òsalá, pois as
Ìyàmi dizem que vão rasgar suas roupas. Òsalá foge para casa de Ògún para pedir
proteção, as Ìyàmi dizem que entreguem Òsalá, pois senão mandarão seu filho, (que
representa a oxidação nos metais), que destrua as ferramentas de Ògún, então Ògún nega
proteção a Òsalá, dizendo que fuja pela porta dos fundos.

Òsalá foge para casa de Obalúayé e as Ìyàmi o seguem até lá, elas pedem que ele entregue
Bàbá para elas, senão destruiriam a árvore da ráfia (de onde é retirada a palha da costa),
Obalúayé diz à Òsalá que não pode escondê-lo, e ele por sua vez foge para casa de
Odùduà. Chegando lá pede proteção para seu filho, Odùduà fala para Èsù que traga
Òrúnmìlà para jogar Ifá para Bàbá, sai o odù de Òsá Méjì. Òrúnmìlà faz ebó para Òsalá
com todos os tipos de grãos e sementes, obí, orogbo, Igby, ejé enure (cabra), órgão internos
para acalmar as Ìyàmi.

Depois ficou estabelecido por um pacto entre as Ìyàmi e Òsalá que o mesmo deveria fazer
oferendas para poder utilizar as águas de seus rios.

104
Este odù assinala problemas de saúde relacionados com o sangue, paralisia, artrites,
suspensão ou excesso de menstruação, hemorragias de todas as origens (principalmente
vaginais), inflamações da garganta, tuberculoses, úlceras intestinais e hemorróidas.

Rege as orelhas, as fossas nasais, os olhos, as pernas, os braços e o aparelho genital


feminino.
Assinala traição, viagens, prisão, inveja, obtenção de alguma coisa e vitória nos objetivos.
Aqui nasceu a incorporação do òrìsà em seus filhos. Nasceu o intercâmbio e a troca de
mercadorias em substituição ao dinheiro. Nasceu o veneno da tarântula e o segredo da
canela.

Neste caminho se faz oferendas e se acende velas para as árvores, pois é através deste odù
que os espíritos das árvores inspiram e orientam os homens. Nasceu o intercâmbio
cultural que permite a troca de conhecimentos e experiências entre os povos de diferentes
costumes.

Aqui nasceu o cheiro característico das vulvas que atraindo aos homens, faz com que
sintam vontade de beijá-las e introduzir-lhes suas línguas.

Assinala neurastenia e enfermidades nos ossos. As pessoas não queriam cultuar os òrìsà
que, por este motivo obtiveram permissão para tomarem suas cabeças.

Neste odù falam três espíritos que existem em cada pessoa: O Ipori, o Òrìsà e o Ojiji.
Fala de falsidade e inveja. A família é a pior inimiga da pessoa. Este signo fala de
descrédito de ostentação de sabedoria e de delírios de grandeza.

Neste caminho Òsun entrega o seu filho a Yemoja para que o salve.

Aqui a mãe, para que seu filho não passe pelas dificuldades que ela própria está passando,
entrega-o para que outra pessoa o crie.

A pessoa deve ir a uma praia levando um ramo de flores, contar a Yemoja suas
dificuldades e oferecer-lhe as flores sem nada pedir. Yemoja irá ajudá-la.

Em osogbo òrun pode falar de problemas mais ou menos graves no sangue, desde anemias
e simples diabetes, até leucemias.

Foi aqui que a pomba transmitiu doença à Sàngó.

Owe possuía proteção contra feitiços e nenhum mal podia afetá-lo, por este motivo come
os pombos que são oferecidos a Sàngó.
O Awo deste odù não deve comer nada que lhe seja mandado por outra pessoa. Deve
pegar esses alimentos e colocá-los diante de Èlègbàrà, recomendando-lhe que se algum
mal existir naquela comida, deve ser devolvido a quem o enviou, para isto basta rezar o
oríkì deste odù mandando de volta o negativo que contém nos alimentos.

A pessoa corre risco de ser enfeitiçada pela comida.

105
Este odù garante que a pessoa tem a proteção incondicional de Òbàtàlá. A pessoa não
pode se unir a ninguém para fazer mal a uma terceira pessoa, pois além de não conseguir
o que pretende, sairá muitíssimo prejudicada.

Tem que ter muito cuidado com pancadas ou objetos estranhos que lhe caiam as vistas
para que não fique cega. A mulher possui uma paralisia em seus órgãos sexuais que a
impossibilita de gerar filhos.

Se estiver grávida tem que fazer ebó para não perder o filho.

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá, Ìyá Odù, Òrìsà Okó, Odùduà, Náná
Buruku, Òsùmàrè, todas as Ìyába, Aganjú, Sàngo Ilufiran, Obalúayé, Òsanyìn, Ògún,
Èsù, Egùn e as Ajé.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Òdí Mèjí são: Folhas de algodoeiro, Arabá, ojuoro, folha de amoreira, folhas
de mangueira, ewé áláàrò meta (folha de Ritchiea sp. Capparaceae), esé isédùn (folha de
Clerodendrum violaceum, Verbanaceae), egbò òrúwo (Raiz de morinda lúcida,
Rubiaceae), ewé enu òpírè (Folha de Euphorbia lateniflora, Euphorbiaceae), folhas de
Flamboaiã, Folha de serigüela, folhas de todas as árvores frutíferas, folha de berinjela,
folha de inhame bravo, folha de inhame voador e folha de jambolão.

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá que você está pensando em realizar uma viagem, mas deve fazer oferendas ou
ebó antes de viajar, pois você poderá ter três problemas durante essa viagem, seja na ida

106
ou na volta. Poderá chegar um dinheiro para você através de resolução trabalhista ou uma
herança.
Você terá que fazer oferenda à Sàngó e Òbàtàlá, ou possivelmente terá que assentá-los,
deverá perguntar a qualidade desses Òrìsà. Você está procurando alguém ou alguém esta
te procurando. Se tiver alguma pessoa doente em sua casa nesse momento, perguntar se
deve fazer ebó para que essa pessoa não venha a falecer por causa dessa doença.
Corte qualquer traço de inveja, se isso acontecer dentro da família, procure conversar com
a pessoa para que isso venha se resolver.
Se este odù sair para um homem, quando ele ao chegar em casa sua mulher sempre
arruma um pretexto para brigar, se sair para mulher a situação é a mesma.
Não deixe que se roguem pragas através de discussões dentro de sua casa, pois está para
chegar uma grande sorte em sua casa e se sua casa estiver com esse clima de discussão a
sorte irá embora.
Você está guerreando com alguém que sabe muito e está bem preparado, tenha cuidado
para não perder essa guerra, você vai passar por três contra tempos, mas faça ebó para que
você alcance seus objetivos, pode ser que essa oferenda seja um borí.
Você luta e nunca vê a cor do dinheiro. Existe trabalho feito ou um Egún que não lhe deixa
prosperar.

Esta pessoa poderá ter filho longe ou fora do país que poderá lhe favorecer
financeiramente. Refresque a porta de sua casa com água de canjica ou com eko, água e
mel ou quiabo água e mel, cuidado para que não enterrem algum trabalho na porta de sua
casa.

Tenha cuidado para que não façam uma denúncia ou enrolá-lo em uma fofoca. Se tem três
problemas, ofereça três akasá com dendê feito bolas e fale para Òbàtàlá que lhe livre de
três problemas oferecendo esses akasá para ele, lembrando Bàbá dos três problemas que
teve com Sàngó.

Você sente dores no peito ou sofre taquicardia, tome chá de ervas para expulsar os gases
ou vá a um médico, você não deve fumar, pois seus pulmões não são muito desenvolvidos
ou você sofre ou já sofreu de bronquite asmática, você poderá ter algum parente em sua
casa que sofre desse problema.
Se este odù tiver ire completo, a pessoa pode jogar na loteria ou qualquer jogo de azar que
terá sorte e poderá até ganhar na loteria.
Você deve ter cuidado com roubo dentro de sua casa, a pessoa deve oferecer frutas e doces
aos òrìsà, aos Ìbèji e as Ìyàmi para ter uma boa convivência com sua família.
Se for mulher evite ter ciúme de seu marido, pois poderá acontecer uma agressão e será
ferida no peito. Se tiver Òrìsà feito deverá cumprir suas obrigações com ele e manter essas
obrigações em dia.

Apatakí

1- "Um grande leque é usado quando se ajoelha perante o rei de Ifé"


Foi adivinhado para Odunbade, filho de Ejio.
Havia Odunbade, filho de Ejio.
O que deveria fazer para ter uma vida boa,

107
Para que fosse fácil para ele?
Eles disseram que ele deveria sacrificar.
O que ele deveria sacrificar?
Ele deveria oferecer dezoito mil búzios,
E um galo.
Ele deveria ir e oferecer para Òrìsà.
Odunbade coletou o sacrifício, ele ofereceu um sacrificio.
Ele pacificou os Deuses.
Eles disseram que ele não morreria.
Odunbade não poderia morrer.
Odunbade não poderia morrer.
E Odunbade tomou o título de seu pai.
Ele dançava e ria.
Ele louvava os adivinhos,
E os adivinhos louvavam o Òrìsà,
Por que disseram a verdade.
"Um grande leque é usado quando se ajoelha perante o Rei de Ifé"
Foi adivinhado para Odunbade, filho de Ejio.
Odunbade! Saudações filho de Ejio.
Viajantes são muitos na estrada que conduz à Ofa.
Você não sabe que nós dirigimo-nos ao festival anual?
Você não conhece Odunbade?
é ele que chamamos de inhame,
Quando os novos inhames estão prontos é o momento de se fazer o testival de
Odunbade.

Odunbade - é um nome de louvação para o inhame. Significando "O ano em que


deveria ter vindo". Ejio é um importante chefe na cidade de Ifé.

2- Todos os pássaros se reuniram para comer os filhos do algodão (as sementes), para
assim não deixar o algodão crescer e nem florescer, então o algodão foi à casa de
Òrúnmìlà e contou o que acontecei com seus inimigos os pássaros. Òrúnmìlà jogou Ifá e
veio o Odù de Òsá Méjì e lhe marcou um ebo com nove agulhas, nove espinhos de
limão e adie. Depois de fazer esse ebó começaram a crescer espinhos nos botões de
algodão para que assim os pássaros furassem seus olhos e os homens furassem suas
mãos quando colhessem o algodão.

3 – A história da viagem de Bàbá em busca de Sàngó onde poderia ter perdido a vida
através de três obstáculos por que passou. O primeiro obstáculo que Bàbá passou foi
Èsù disfarçado como um velho vendedor de dendê, ele simulava que não tinha força
para carregar o tabuleiro que continha as cabaças carregadas com dendê. Òbatalá ficou
com pena daquele ancião sem saber que era Èsù disfarçado. Èsù fez um movimento
simulando uma perda de força e virou o tabuleiro em cima de Òbàtàlá, nesse momento
ele iria reclamar de forma nervosa com o velho mais se lembrou das palavras de
Òrúnmìlà que não deveria reclamar dos acontecimentos adversos para assim poder
chegar ao seu objetivo. Dessa forma teve que retornar a sua casa para tomar banho e se
trocar de roupas. O segundo obstáculo de Bàbá aconteceu quando ele foi atravessar

108
uma passarela que se encontrava sobre um rio e Èsù novamente disfarçado de menino
fez com que ele perdesse o equilíbrio e caísse nas águas do rio. Òsalá quando viu o que
aconteceu se jogou nas águas barrentas e dali tirou o menino que era nada mais que Èsù
Biy, quando observou suas roupas percebeu que estavam todas sujas devido às águas
barrentas do rio, contrariado e de mau humor mais sem falar nada voltou para sua casa
e tornou a trocar de roupa. Quando retomou sua jornada apareceu o terceiro obstáculo
em sua viagem, esse obstáculo consistiu em um encontro com o cavalo branco de Sàngó
(Esin funfun), que por sua vez havia fugido do estábulo do reino de Sàngó. Sàngó por
sua vez havia mandado seus soldados procurarem seu cavalo por toda nação yorubá,
porém todos voltaram sem encontrar o cavalo mais Òsalá em uma peregrinação atrás de
seu filho Sàngó recolheu folhas de milho verde em uma plantação, pois já tinha sido
orientado em um jogo por Ifá. Ao chegar as terras do reino de Sàngó com aquelas folhas
verdes, foi seguido pelo cavalo que estava faminto, depois de algum tempo andando
por aquele caminho os soldados encontraram Òbàtàlá sendo seguido pelo cavalo de
Sàngó, assim eles imediatamente o prenderam, pois era uma determinação do rei.
Òbàtàlá foi levado para a prisão sem ter a chance de se defender perante Sàngó, seu
filho, ficou preso por sete anos até que um dia seu filho foi advertido por Òrúnmìlà que
todas as adversidades que ocorriam em seu reino era por um mau que havia feito em
seu palácio. Sàngó regressou à sua casa e juntamente com os soldados se pôs a procurar
a causa de tanta negatividade em seu reino, tempos depois dessa procura chegou ao
porão onde estavam os prisioneiros e grande foi sua surpresa ao reconhecer seu pai,
Òbàtàlá preso, sujo e maltrapilho, nesse momento Sàngó se joga ao chão apavorado sem
saber o que dizer pedindo perdão para Òbàtàlá e desculpando-se pelo erro que seus
soldados haviam cometido mandando imediatamente seus servos buscarem água no rio
para lhe dar um banho e trocar suas roupas. Depois de tudo isso Sàngó mandou dar um
grande banquete para seu pai e perguntou ao seu pai como poderia recompensá-lo pelo
mal entendido. Òbàtàlá percebendo que seu filho mentia falou que o povo se dividisse
em dois grupos e eles deveriam lutar com varas até o nascer do sol, somente depois
poderiam participar do banquete que seu filho lhe oferecia. Dessa forma se deu início a
tradição das águas de Òsalá.

Ebó do Odù de Òsá Méjì

Ebó para pessoa enferma

1 cabrito pequeno
4 pombas
1 galo
Roupa que está usando com o suor de seu corpo
1 eku
1 eja
Epo

Perguntar qual òrìsà irá receber o ebo e onde deverá ser entregue.

109
Ebó pasra não cair em armadilhas

Palitos de sapê
Quirela
1 Akiko
2 Adié
1 abuko
1 Eku
1 Eja
Epo
Otin

Perguntar qual òrìsà irá receber o ebo e onde deverá ser entregue.

Ebó para evitar brigas

1 Akiko
2 Adié
Corda na altura da pessoa
Crina de cavalo
1 cesto de vime ou palha
Penas de papagaio
Pau podre
1 Eku
1 Eja
Epo
1 Apolo
Owo

Perguntar qual òrìsà irá receber o ebo e onde deverá ser entregue.

Como assentar o Èsù do Odù de Òsá Méjì

Èsù Bragada

Este Èsù pode ser montado em uma cabaça, um alguidar ou um vaso de barro.

1 Yangi
1 Ota òrìsà que seja recolhido na ponta de um morro ou elevação
9 pequenas forquilhas de madeira de árvore sagrada
9 forquilhas de árvores frutíferas
Pó de rodamoinho
Cinza de incêndio em floresta
Èfun
Wáji

110
Òsun
Tabatinga
Lama vermelha
Orí ajapa
Orí de pássaros em um total de 9
Deve-se colocar o odù de Òsá Méjì rezado em yerosun, pela esquerda ou pela direita, de
perguntar antes.
9 sementes de 9 frutas diferentes
Tem que ser confeccionada uma capa com saco de estopa por dentro, e por fora panos de
três cores, vermelho, preto e branco.

Èsù Kakesa

Este Èsù é confeccionado em argila, madeira ou em ambos segunda determinação de Ifá.


Os ingredientes são os mesmos de Èsù Bragada
9 ossos entres os pés e as mãos, porém se deve perguntar a Ifá se são do lado direito ou
esquerdo.

Ebó do Egún de Òsá Méjì

Omo Ogbo

1 pombo branco
1 igby branco
1 obí
1 orobô

Procedimento: levar a pessoa no mar em noite de lua cheia; olhar o mar e a lua levando
o obí e o orobô em cada mão; passa-o no corpo e joga-os nas águas do mar. O igby e o
pombo devem ser apresentados à lua, solta-se o pombo para o ar e o igby nas águas.
Diga para a lua e para o mar o que você está entregando possa lhe trazer tudo de bom e
progresso.

Fim da aula de Òsá Méjì

111
11 – Odù de Ìká Mèjí

+ +

13 II II 13 13 0 0 13
I I I I
II II 0 0
II II 0 0

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odù pertencente à mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odù (Egún) Omo Tapelekun

Oríkì

1 - Ìká Mèjí iwo Òyèkú owo enoko akuawo ede mèjí obede mèjí okuni ke jebe ebó
Eje afuku suorere adafu walami adafun oroko orubo walami korubo elebute orubo
Òrúnmìlà beku sugi afijere soun aro.

2 – Kanikan niebokun fitere mitele asupa ato epa panudi era unawo
Epa unawo epa epa unawo epa ajawa epa mowo epa mowe epa ori alde ninse kora erú
Olófin modele Olófin um pemi lowo ibokan akara eru Olófin obini Olófin olonu
Akaraeru ouna lebo awo kanla Òrúnmìlà muerofa èfun kan oriolde lori no be lobun abana
aberi adije yenwemí.

3 – Kaneji owo eni oko omo abede oni loro oko beru bi oko orotund orosa aferefun
edibule.

Orín – Ìká Méjì (Encantamento)

112
Kini kini wanije nileke
Awo kini wanije awo

Tradução:

Quem é, quem é wanije o pequeno colar


Qual o segredo de wanije, segredo. (este colar era o Opele)

Esé (Ditados)

1 – Òrúnmìlà dança com a cabeça de seus inimigos depois de vencê-los.

2 – Quem bate esquece, quem apanha nunca esquece.

3 – Nasce a vingança do tuberculoso.

4 – Nasce a vingança do leproso.

5 – Aqui a pessoa abraça a si mesmo, assim como a cobra morde seu rabo.

Observações do Odù - Segredos

Este é um Odù masculino, filho de Katienadebú e de Katiebú.


Representa a serpente mítica e sagrada.

É um signo perigoso que sempre preconiza acontecimentos violentos.

Provoca abortos e costuma matar as crianças.

Não permite que seus filhos caiam na vida.

Representa segurança para o Awo.

Os seus filhos têm que fazer Ifá para que não morram precocemente.

É um Odù muito quente que busca sempre a frescura, por isto, os seus ebó devem ser
despachados nas águas.

Oferece-se adimú às águas dos rios.

Sua folha litúrgica é a folha da beterraba.

113
Aqui nascerem os répteis, as tartarugas, os tecidos, as maldades, as ancas, e todos os
animais providos de escamas.

Aqui foram criadas as costelas e as clavículas.

Assinala bruxarias e armadilhas.

Neste caminho falam Òsùmàrè, Ìbèji, Sàngó, Ògún, Ìròkò, Òrúnmìlà e Nànà.

É o encarregado de levar de volta ao Òrún os demais Odù que tenham sido invocados e
trazidos à Terra pêlos Bàbálàwo. Por este motivo deve ser sempre rezado ao final de
cada cerimônia onde qualquer Odù tenha sido invocado.

Criou as garras dos felinos.

Nasceram os abortos provocados e o ódio pelas crianças.

O Awo deste signo, se lhe convier, pode chegar a ser um poderoso feiticeiro ou bruxo
negro.

Têm que fazer Ifá a todos es seus afilhados para que não se percam.

Diz que se deve usar água fresca em todos os rituais para os Òrìsà e para Òrúnmìlà.

Aqui se substituem as pessoas.

Ao assentar Òsanyìn para um afilhado o Awo deste Odù tem que ter muito cuidado
para não torná-lo mais poderoso que ele próprio. Para que isto não aconteça, tem que
fazer ebó com uma galinha e dois inhames.

Ensina que os ebó para males do abdomen devem ser feitos com cabaças.

Proíbe fazer Ifá em sacerdotes de outras religiões.

A pessoa vive ameaçada por três enfermidades. Para livrar-se tem que fazer ebó com
dois pombos, dois etú e diversos tipos de cereais; dar epó à terra, oferecer um peixe à
sua cabeça e banhar-se com omieró de folhas de Ifá.

Este é o Odù da serpente que por não ouvir os conselhos de Olófin, matou-se mordendo
a própria cauda.

Os filhos deste Odù não têm amigos e não acreditam em ninguém. Só pensam ern si
mesmos e acham que todo mundo age da mesma forma.

Possuem caráter altivo e orgulhoso.

114
Perdem-se por serem desobedientes e não aceitarem conselhos de ninguém, muito
menos de Òrúnmìlà.

Agem muito mais de forma instintiva que racional, o que invariavelmente lhes acarreta
problemas sérios.

Tendem para as atitudes violentas e querem sempre fazer valer suas opiniões pela farça
bruta.
São jeitosos para elaborarem as coisas mas quase sempre destróem aquilo que eles
mesmos constróem.

Desejam sempre estar por cima, dar as ordens, e que as suas vontades prevaleçam
sempre sobre a dos demais.

Possuem caráter forte e dominador e quando não conseguem obter o que desejam,
choram de raiva ou tentam destruir o que não pode ser seu.

Este Odù assinala que a ajuda surgirá de onde menos se espera através de uma pessoa
surgida repentinamente.

Assinala defeitos nas pernas e muito sofrimento ocasionado por cãibras. Proíbe saltar
sobre buracos ou fossas e de entrar em covas abertas no chão.

Aqui nasceu a dança das cabeças dos animais sacrificados aos Òrìsà. Òrúnmìlà bailou
com a cabeça de seus inimigos e continua bailando até hoje.

Odù de chantagens, ardis, perfídias e enganos.

A mulher gosta que o homem lhe faça sexo ora!.

Por este caminho se dá galinha branca para Yemojá e um frango a Elégbára.

Toma-se borí com bananas da terra maduras.

Colocam-se dois chifres de boi carregados com pó de raiz de paineira (Tridax repeus),
pó de igí soro (humelifolia), atiponlá, pó de cabeça de bode, favas de bejerekun, obí
ralado, òsun, orogbo e 21 búzios em cada um.

Oferece-se oito ekurú a Òbàtàlá e um galo com pó de ekú, pó de ejá e milho para Èsù.
Primeiro passa-se tudo no corpo e mais deis pombos brancos que são soltos com vida.

Para obter-se favores de Èsù por este caminho, apresenta-se um galo e só se


sacrifica depois de três dias.

Àse de Segurança

Raspa da proa de um barco, varredura do convés, raspa de uma bóia sinaleira e


iyefá rezado do Odù.

115
Esta segurança deve ser apresentada ao arco-íris sempre que ele apareça.

Pergunta-se o que e quando come.

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá, Nànà, Òbaluaiyé, Ikú, Òsùmàrè, Òrìsà Okó,
Odùduà, Oya, Òsun, Aganjú, Sàngó Ilufiran, Òsanyìn, Ògún, Èsù e Egún.

Ervas deste Odù – Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Ìwòri Mèjí são: Ewé serralha, Ewé ìlasa omodé (Folha de urema lobata,
Malvaceae (guaxima roxa)), Ewé enu òpírè (Folha de euphora lateriflora, euphorbiaceae),
Ewé idí (Folha de Terminalia Glaucescens, Combretaceae), Èèpo irà (Casca de bridelia
ferruginea, Euphorbiaceae), Èèpo ìrókò (Chlorophora Excelsa, Moraceae), Èso èèrù (Fruto
de Xylopia aethiopica (pimeta-da-guiné)), urukun, folha de òsun, folha de bejereku,
orogbo, arabá (Tridax repus - paineira), atipola, ewé tostão e folha de papoula.

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá que você pensa em fazer uma viagem que atravessará o mar, pois ali irão mandar
lhe procurar. Lá encontrará sorte e fortuna.

Disse Ifá que ninguém é profeta em sua própria terra, se este Odù vem negativo a pessoa
se encontra desprezada, humilhada ou invejada por seus familiares de sangue. Aqui a
pessoa por muito que faça e ajude seus familiares ou aos seus subordinados, nunca deve
esperar carinho e compreensão por parte deles, isso só encontrará longe de sua terra, entre
estrangeiros, e lá será exaltado e terá reconhecimento tanto em seu ofício como em uma
nova família que será iniciada.

Disse Ifá que quando a pessoa decide ir à guerra, não pode ter remorso ao mostrar como
troféu a cabeça de seus inimigos, pois eles são seus inimigos espirituais de outras vidas e
irão lhe perseguir neste mundo.

Disse Ifá que se este Odù vier positivo deve montar um comércio na beira do mar, que ali
terá êxito econômico em sua vida, assim também como trabalhar com exportações através
de navio ou avião.

116
Depois de um período querendo ter filhos Òsàlá lhe concederá um filho, porém sua
mulher irá desejar comer coisas impossíveis e você terá que dar como prova dos desejos de
ter um filho.

Disse Ifá que não conte sua vida nem seus sofrimentos a ninguém, pois assim irá expor
seus sentimentos e fragilidades aos seus inimigos. Sempre que vá a alguma casa de
parentes ou amigos, limpe bem os pés antes de entrar, pois você é um pouco distraído e
magoará as pessoas, assim como também dos lugares em que for mandado embora limpe
os pés na porta da casa antes de sair, desta forma não levará mágoas ou pragas consigo e a
pessoa irá se arrepender da ação que teve contra você.

Disse Ifá que você confia mais nos conselhos de seus amigos do que de sua esposa, não
dando importância as opiniões dela, isso poderá trazer problemas em seu matrimônio.

Disse Ifá que sendo obediente com Egún, Òrìsà e Ifá, você terá um grande bem em sua
vida. Você tem uma grande espiritualidade da qual não pode fugir, pois nasceu para ser
um Àlápìnì, Bàbálòrìsà ou um Oluwo. Você deve cuidar muito bem de Èsù Afra, o qual
lhe acompanha e o defende muito, é seu amigo incondicional, assim como assentar ou
cuidar de Òsun, pois ela lhe dará amor, dinheiro e saúde. Todos os anos deve fazer
oferendas à Sàngó no mês de junho, para que ele vença seus problemas e dê rumo a sua
vida.

Disse Ifá que se você é iniciado em Sàngó por esse Odù, seu êxito estaria em assentar os
descendentes de Anan e Bokun, que são Obalúayé, Ikú, Òsùmàrè e Egún.
Se a pessoa for iniciada na nação Yorubá, a pessoa tem que ter seus assentamentos feitos
em Jeje e caso seja iniciada em Jeje, seus assentamentos tem que ser feitos em Yorubá.

Disse Ifá que se for a consulente, tenha cuidado, pois estão trabalhando para que ela não
possa parir. As pessoas sempre vão falar que você não sabe nada, seja em sua vida pessoal,
financeira ou sentimental, deixe que falem assim, pois é inveja e você nasceu para ser uma
grande cabeça. Se você estivesse contaminado com uma doença incurável, não passe isso
com propósitos de vingança para ninguém, seu espírito padeceria muito ao você partir
desse mundo.

Disse Ifá que você pode ter demorado muito para andar ou ter tido algum tipo de
problema nas pernas, ou pode ter algum familiar com problemas de deficiência física.

Apatakí

1- Odan-geje awo Ata-nde consultou Ifá para Èyín (fruto da palmeira).


Ele foi orientado a fazer sacrifício por causa de aborrecimentos:
um galo e qualquer coisa
que o Bàbálàwo escolhesse ter como sacrifício.
Èyín disse que, com a magnífica coroa em sua cabeça,
ele jamais admitiria ir à qualquer Bàbálàwo para fazer sacrifício.
Ele se recusou abruptamente a fazer sacrifício.

117
Ifá diz: Qualquer um para quem este
Ifá for divinado estará com problemas.

2 – Òrìsà diz: Benção da riqueza.


As divindades dizem: Benção dos filhos
Òrìsà diz: Benção da longa vida.
Aonde vemos treze anciãos, Òrìsà diz que devemos ir e sacrificar.
Òrìsà diz que é por causa de nossa vida que devemos ir e jogar búzios.
Òrìsà diz que deve ir e sacrificar para que esta pessoa viva bastante.
Òrìsà diz que esta pessoa deve sacrificar sessenta e seis mil búzios.
Òrìsà diz que esta pessoa deve sacrificar tudo aquilo que está em seu corpo.
Deve ir e sacrificar uma cabra,
E um rato gigante e cobri-lo com muito dende,
Ir e oferece-lo aos anciãos.
A cabra, depois de sacrificada, deverá tirar-se tudo que há dentro dela e oferecer
também aos anciãos.
Conforme Òrìsà disse aonde vemos treze anciãos.
Você vê como Òrìsà diz isso?
“Não dizer, esta é sua parte, é o que irrita as crianças”
é quem adivinhou para Sànpònná, no dia em que ia marcar seu rosto sem usar navalha.
Havia Sànpònná, quando dividiram uma herança sem se lembrar da parte de
Sànpònná.
Se eles dividiam alguma coisa, não diziam: “Este é seu pedaço”.
“Por que não dizer é meu”
ele disse: “Eles fazem isto para mim, eles não dizem que isto é meu, o que devo fazer”?
eles disseram que Sànpònná deveria oferecer duzentas folhas, e duzentas moscas,
e fogo.
Sànpònná coletou o sacrifício e ofereceu.
Ele pacificou as divindades.
Ele ofereceu duzentas folhas e eles fizeram um preparado medicinal para Sànpònná.
Tão logo, Sànpònná balançou seu chocalho, a varíola despertou nos seus corpos.
Por isso eles dizem, “Eles tem feridas”
Eles gritavam, “Vossa majestade”
E começaram a cuidar dele.
O que eles deveriam fazer com relação a isso?

Eles disseram:

“Ah! tão logo você ver a varíola, deve ir e dar algo à Sànpònná, você deve dizer para
que ele te ajude”.
Por isso, as crianças com feridas são levadas para Sànpònná para que ele as ajude.

E Sànpònná construiu para si um nome no mundo e, tornou-se rei e eles gritavam,


“Vossa Majestade”, para ele.
Sànpònná dançava e ria.

118
Ele louvava os adivinhos,
E os adivinhos louvavam Òrìsà, por que eles disseram a verdade.
“Não dizer, isto é seu, é o que causa irritação”
foi ele que adivinhou para Sànpònná,
no dia em ele ia fazer marcas faciais sem usar navalha.

Ele disse:
“Ouvimos e oferecemos sacrifício, pacificamos as divindades, não demorará, não está
longe, você me verá coberto de bênçãos.
Òrìsà diz que a benção do dinheiro e a benção dos filhos é prevista.
Òrìsà diz que devemos ir e oferecer sacrifício aonde aparecem os treze anciãos.

3 – Ìká era um homem que tinha cinco irmãos e era órfão de mãe, seus irmãos maiores
sempre brigavam com ele e repreendiam-no, pois ele não queria aprender nenhum
ofício e nem trabalhar na terra, quando estes lhe perguntavam que seria de sua vida no
dia de amanhã, ele respondia que Ifá lhe revelaria no momento certo o caminho que ele
deveria trilhar. Entretanto isso não acontecia, ele só observava as plantas, os animais e
os homens sobre como se desenvolviam nesse mundo.
Seus irmãos cansados de alimentá-lo e abrigá-lo, lhe expulsaram de casa, ele recolheu o
pouco que tinha, colocou tudo em uma capanga e ao sair de sua casa, limpou os pés e
sem olhar para trás falou para seus irmãos: “Eu tornarei a vê-los somente quando
venham me pedir ajuda”.
Assim ficou andando por sete anos por diversos lugares no mundo, conheceu Èsù que
lhe ensinou diferentes magias e as encruzilhadas do mundo.
Conheceu Ògún que lhe ensinou como abrir caminhos na vida, assim como lutar e
plantar a terra. Conheceu Òsóòsì, que lhe mostrou a arte da caça e da pesca e os
segredos de como não se perder dentro das matas.
Conheceu Òsanyìn, com o qual morou mais sete anos aprendendo a arte da medicina e
magia das plantas. Depois, estando um dia na cachoeira bebendo água e se refrescando
viu descer uma grande cobra de sete cores, que se transformou em um homem e se
apresentou como Èsùmàrè, o grande Bàbálàwo do Òrún, que por sua vez colocou um
Òpèlè em suas mãos e lhe disse, “Siga até uma grande montanha chamada Oke Ibeti”,
ali irá encontrar um grande sábio chamado Òrúnmìlà, o qual lhe ensinaria os grandes
segredos do Oráculo e lhe converteria em um grande Oluwo. Desta forma anos mais
tarde quando sua fama transcendeu as fronteiras chegando às terras onde moravam
seus irmãos, dos quais um a um foram indo lhe procurar, sendo que um por problema
de saúde, outro por problema espiritual, outro por problema econômico, outro por
problema amorosos.
Todos os seus irmãos tiveram que lhe render mafori balé (reverência), Ìká percebendo
desta forma que os filhos de espiritualidade são diferentes dos demais.

Òrúnmìlà consultou a si próprio e lhe saiu este Odù, um Omofá que era seu aprendiz se
encontrava ali no momento e lhe recomendou que lavasse seu Orí com dois cocos
verdes, sabão da costa e depois disso passar èfun e colocar um aso funfun em sua
cabeça antes de sair para realizar suas compras na feira. Òrúnmìlà não seguiu o que lhe
foi recomendado por seu discípulo e foi para a feira, quando chegou ao local sentiu

119
fortes cólicas estomacais e precisou fazer suas necessidades fisiológicas, entrou em um
matagal deixando o saco com as compra que havia feito ao lado de um Igy ope
(coqueiro). Mas o dono desta fazenda estava sofrendo roubos contínuos de seus
coqueiros, e Èsù sabendo do ocorrido e ao ver Òrúnmìlà entrar no matagal fez uma
maldade com o mesmo, colocou 16 cocos em seu saco e avisou o dono da fazenda que o
ladrão dos cocos estava em sua fazenda efetuando um roubo. O dono da fazenda
chamou as autoridades e foi em busca do suposto ladrão. Após ter sido feita uma
vistoria no saco com os pertences de Òrúnmìlà se depararam com os cocos que foram
escondidos por Èsù, nesse momento Òrúnmìlà se lembrou dos conselhos de seu
discípulo, e cantou um Orìn que dizia assim :

Kini wanije nileke awo


kini guanije awo.

(O menor chamou a atenção do maior sobre o que podia acontecer e este não seguiu o
que lhe foi recomendado passando por uma vergonha).

E desta forma Òrúnmìlà teve que pagar pelos cocos que não havia roubado.

Ebó do Odù Ìká Méjì

Ebó do Odù Ìká Méjì

1 Abuko calçado com 2 galos e dois pombos (dependendo da cor do Òrìsà)


3 Batata doce
Milho de galinha torrado
Feijão fradinho torrado
Milho de pipoca
3 mudas de roupas velhas dentro de uma saco, a pessoa deve andar com esse saco no
ombro pela cidade e trazê-lo de volta.

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Ebó do Odù Ìká Méjì

1 Alguidar
Areia do mar
1 Âncora ou uma quilha de barco.
2 Galos
1 Angola
1 Pato
Se coloca tudo isso na porta da casa em uma esteira.

120
Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias. Devem-se fazer os carregos com comidas secas para seus antepassados.
Ebó do Odù Ìká Méjì

1 Alguidar
Cinzas de fogueira de Sàngó
4 tábuas do tamanho da pessoa
1 abóbora
2 angola
1 galo carijó
1 galo branco

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Como assentar o Èsù do Odù de Ìká Méjì

Èsù Afra

Este Èsù é confeccionado com lama de mangue e se faz um boneco de pedra pomes ou
um coral poroso do mar, leva bastante òsun, waji, yangi, olho de cabra, bejereku,
lelekun, terra de entrada e saída de hospital, cemitério, quintal de casa, banco, feira,
entrada e saída de cidade, brejo, lixo de diferentes locais na cidade. Assim como osso da
perna esquerda de algum familiar, se assim Òrúnmìlà determinar.

Èsù Makenu

É confeccionado da mesma forma que Èsù Afra, porém ainda leva um pedaço de
espelho atrás de seu boneco (para espantar os mortos), e um caso de ajapá.

Èsù Ketí

É um Èsù de procedêndia Jeje.


Èsù Kinkeje e Èsù Koiman

Estes também são de procedência Jeje.

121
Ebó do Ègún de Ìká Méjì

Omo Tapelekun

1 saco de morim branco


13 varinhas de atorí de amora
13 moedas
13 búzios
13 akasás
1 orobô
13 espigas de milho
7 folhas de mostarda
13 ekidís
ebo
doburú
7 metros de fita nas cores: branca e roxa (com 1 metro cada )

Procedimento: Passar tudo na pessoa, amarrar as varas de atorís com as fitas


enfeitando-as, amarrar a boca do saco, atravessando as varinhas na boca do saco, levar e
oferecer a IKA TAPELEKUN na beira da lagoa. Acender 1 vela.

Fim da aula de Ìká Mèjí

122
12 – Odù de Otúrúpòn Mèjí

+ +

14 II II 14 14 0 0 14
II II 0 0
I I I I
II II 0 0

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odù pertencente à mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odù (Egún) Omo Jufun Yka

Oríkì

1 - Otúrúpòn Méjì oboro ni soro logun ni faderé ni sado


Okun ni, federe ní soro, oku no faderé Bàbálàwo todi fun tokutu asoro ekun.
Oloro tofoso adifa fun ekun.

2 – Oboro ni soro olowon nifedere nisoro owo oni federe aun Bàbálàwo lodifa fun
tokutu kutu nisoro Egún.

3 – Olórun toronse eni lay soro isi ololan nisoro oloban Ifá dere ninsoro Egún akilipile
awo eni bana lote ifadere ni Ifá Oluwo wami ajubona wemi.

Òrin – Otúrúpòn Méjì (Encantamento)

Oloro toronse adifa fun Egún


Oloro toronse nisoro Bàbá Egún
Oloro toronse omo irawo
Oloro toronse Egún màrìwò

Tradução:

Nós agradecemos a força espiritual de Egún no Òrun;


Nós sentimos a força de realização de Bàbá Egún;
Nós sentimos a força de espiritualidade do filho das estrelas;
Nós cumprimentamos todos nossos antepassados.

Esé (Ditados)

123
1 – Quem não respeita seus antepassados, não dá valor a si próprio.

2 – Nossos maiores nunca nos esquecerão.

3 – Ama e respeite a terra como fosse sua mãe.

4 – Cabrito que quebra tambor com seu couro paga.

5 – Se não conhece a erva, não tome seu chá.

Observações do Odù - Segredos

Otúrúpòn Méjì é um Odù feminino, filho de Olokban e Tolokban.

É conhecido entra os Fon (jéje), como "Turukpen" ou "Turukpon Meji", onde o "r" é
constantemente substituído peli "l". Alguns o chamam ainda de "Bokonõ Lelo", "Awonõ
Lelo", "Lelojime", ou simplesmente "Lelo".

Em yoruba os termos "Lelo", "Lero", "Mero", (de "Ilé-Oro"), significam "Terra Firme".

Suas cores são todas aquelas derivadas do vermelho, aceitando também o negro e tudo
o que for estampado com estas duas cores.

Representa a gravidez, os inchassos de forma geral, tudo o que é arredondado rostos


redondos, seios grandes, protuberâncias anormais como hérnias, elefantíase,
furúnculos, tumores e inchações diversas.

É um Odù ligado às Ajé1 e segundo dizem, foi o criador da diarreia.

É muito temido pelas mulheres grávidas, pelo seu poder de provocar abortos e partos
prematuros.

Aqui, sob as ordens de Òfùn Méjì, foi criada a Terra e por este motivo é um signo ligado
à abundância e à riqueza.

Foi este signo que criou as montanhas e é também um dos Odù dos gêmeos Hoho.

Sempre que este Odù surgir numa consulta, o adivinho deve tocar o solo com as pontas
dos dedos e depois roçar, de leve, seu próprio peito, pronunciando: "Ilero" ou "Lelo",
como forma de saudação à Terra, gesto este que deve ser imitado pelo consulente.

Fala de inversões sexuais e de bruxarias feitas através de comidas ou bebidas.

124
Foi por intermédio deste Odù, que Òrúnmìlà transmitiu sua ciência aos sábios, para que
estes a transmitissem aos homens comuns.

Indica que a mulher trai o marido e que se ainda não o fez, é por falta de oportunidade.

Determina separação de mãe e filho e muita tristeza por este motivo.

Os filhos deste Odù são pessoas destinadas ao sucesso, a galgarem altos postos,
devendo para isso submeterem-se com muito boa vontade aos sacrifícios exigidos.

Pode denunciar a ação de Abíkú, ou sua presença.

Aqui os frutos amadurecem e caem das árvores.

Nasceu o costume de arrastar os animais em sacrifício para determinados Òrìsà


enquanto se faz a seguinte reza:

Òdí olekurú kurú.


Odo olekuré kurú
eni, eni lawo adeni
Lawo eni eni lawo adeni lawo
Ekú meni ki ekun ma pá réwé.

Os filhos de Otúrúpòn Méjì não podem comer mamão, galo, galinha d'angola e frutas
de trepadeira.

Aqui Òsun rogou o ventre com uma cabaça.

Aqui nasceu a obesidade, a diarreia, os fibromas, a elefantíase e todas as doenças que


provocam inchassos.

Assinala inversão sexual, enfermidades e bruxarias por comidas e bebidas.

Neste Odù falam Omolu, Ògún, Sàngó, Òbàtàlá. Odùduà, Òsanyìn e os Ìbèji.

Sua árvore ritualísfica é o cedro.

Seus filhos, para conservarem ire, têm que fazer ebó constantemente.

Têm que assentar Òsanyìn.


Avisa ao homem que por muitos amores que tenha, morrerá nos braços de sua legítima
esposa.

Assinala hidrocele, hérnia escrotal ou dores localizadas na bolsa escrotal.

Otúrúpòn Méjì é o servidor de Òràngún.

125
Aqui ocorreu a evolução biológica do homem primitivo, possibilitando a melhor
expressão do espírito.

Este Odù trouxe ao mundo os pigmeus e os anões.

Aqui nasceu a nomenclatura científica, a mentira piedosa e a determinação de que todas


as crianças nasçam de cabeça.

É o Odù do tigre enfurecido.


Aqui Elégbára, que não possuía cabeça, recebeu uma graças a Òrúnmìlà.

Mãe e filho vivem separados mas a mãe luta por ele.

Assinala permanente estado de guerra.

Quando o Awo deste Odù faz ebó, é sua mãe, se for viva, é quem deve despachá-lo.

Se for morta, o ebó deve ser despachado em sua sepultura.

Quando surge este Odù, o Awo que o encontrou não pode colher ervas por um período
de sete dias.

Òrúnmìlà vivia sobre a Terra e, como ela o tinha ofendido, Olófin mandou o dilúvio
para lavar as manchas que se formaram sobre ela.

A mulher está insatisfeita com o marido e deseja enganá-lo. Se o abandonar será muito
prejudicada e prejudicará a outras pessoas que dependem do apoio de seu marido.

Quando sai para uma mulher este Odù, assinala enfermidades no ventre ou nos seios
que quase sempre estão ocultas mas que, ao se manifestarem, podem ser fatais.

Assinala frieza sexual na mulher.


A pessoa terá que ter cuidado porque alguém deseja enfeitiçá-la por meio de algum
alimento ou bebída. O motivo é somente a inveja.

Tem que levar comida ao cemitério e colocar na primeira sepultura que encontrar
aderia.

Neste Odù se faz ebó com frutas grandes e redondas.

Aqui Òrúnmìlà foi reconhecido por Olórun graças à sua mãe que pediu uma esteira
para seu filho e a obteve.

Aqui Sàngó comeu bode pela primeira vez.

Fala um Espírito muito elevado que acompanha a pessoa.

126
O Awo deste Odù não deve permitir que a mulher o morda na hora de fazer sexo,
pois isto compromete seu interesse pelo sexo.

Este é um signo de submissão do homem pela mulher.

Quando o Awo deste Odù tem problemas com dinheiro, cata dezesseis conchas na paia,
risca os dezesseis Odù Méjì (um em cada concha), sacrifica um galo sobre elas, faz um
pó e passa pelo seu tabuleiro.

Segurança do Odù

Um pedaço de pele de tigre, um imã, três agulhas, um anzol, pó de èfun , de carvão e de


òsun, três grãos de ataré, terra de quatro esquinas, hortelã, ewé ewé (Mirabilis jalapa,
Lin.), ewé nijé (Partenium histerophorus, Lin.), sempre-viva, e diversas moedas
correntes. Coloca-se tudo dentro de uma cabaça e pendura-se atrás da porta de entrada
de sua casa.

Disse Ifá:

I - "Aquele que trança uma corda não saberá trançar a Terra, não pode levantar a mão e
agarrar o Sol".

(Ninguém pode causar danos àquele que, tendo encontrado este signo, ofereça os
sacrifícos exigidos).

II - "A Terra não se assenta sobre a cabeça de uma criança".

Otúrúpòn Mèjí, décimo segundo signo na ordem de chegada em Ifá e último de uma
série de forças misteriosas que, segundo se afirma, estão associadas aos signos do
zodíaco. Os doze primeiros signos estão como que reunidos no símbolo do último.

Aquele que encontra Otúrúpòn Méjì supostamente encontra todos que o antecedem.

"Lê", assim como "Lo", designa aquilo que não se deve fazer, dizer, entender, tocar e
ver, e na presente sentença evoca os doze primeiros signos de Ifá.

A criança à que se refere a sentença, é o próprio consulente, indefeso diante dos perigos
desencadeados pelas energias contidas nos doze primeiros Odù Méjì, energias estas que
sua cabeça é incapaz de suportar.

Quando "Lê"- a Terra - exige um sacrifício que substitua a morte próxima de sua mãe,
seu pai, mulher ou filho, pressupõe-se que o sacrifício será considerável, uma vez que
tem por objetivo "enganar a morte".

No mesmo dia em que o signo for encontrado o cliente adquire o cabrito mais bonito
que puder encontrar e uma cabaça suficientemente grande para que possa comportar
uma galinha, a polpa de uma abóbora, um mamão e dezesseis akasá.

127
O sacerdote sacrifica o cabrito, derrama o seu sangue dentro da cabaça, retira seus
intestinos que são esvaziados, limpos e lavados com muito cuidado, o coração, os
pulmões, os rins, o fígado e a gordura. Sacrifica a galinha, junta suas vísceras ao
conteúdo da cabaça.
Antes de iniciar este ritual, os dezesseis Odù Méjì devem ser traçados no ìyérofá, que é
despejado dentro da cabaça depois das vísceras da galinha.

Depois disto, vai colocando, dentro da cabaça, um número de búzios correspondente


ao número de parentes vivos do consulente. Os búzios são colocados um a um dentro
da cabaça e a cada búzio colocado, o cliente diz:

"Heis aqui minha mãe, ela pagou!


“Heis aqui meu pai, ele pagou!
“Heis aqui minha mulher (ou marido) ela (ele) pagou!
“Heis aqui meu filho fulano, ele pagou!
“Heis aqui meu filho sicrano, ele pagou!"
E assim, até chegar o nome do último parente vivo.

Depois de oferecido o búzio correspondente ao filho ou neto mais novo, o cliente


colocará um último búzio, dizendo as seguintes palavras:

"Heis aqui, este sou eu e também estou pagando!"

Este ebó exige muito critério e muita atenção, se o nome de algum parente for omitido
propositadamente ou não durante a entrega dos búzios, a pessoa cujo nome não tenha
sido relacionado estará irremediavelmente condenada à morte.
O Sacerdote deverá prescrever, além deste, outros sacrifícios considerados de
segurança, tanto sua, como do cliente.

III - Por tratar-se de um ebó que visa "enganar a morte", as pessoas envolvidas devem
proteger-se através de outros ebó além de sacrifícios oferecidos a Òrìsà, Èsù, Egún, etc.

O Sacerdote, acompanhado do cliente, penetra numa floresta, constrói um monte de


terra limpa sobre o qual coloca toalhas brancas e toalhas vermelhas, traça os doze
primeiros signos e por deferência os quatro últimos.
Na medida em que vai traçando cada signo, vai fazendo suas saudações, depois despeja
o iyerosun em que foram traçados sobre o sacrifício que está oferetendo.

A cabaça com todo o seu conteúdo é depositada sobre os panos vermelhos. Juntam-se
dez (10) obí abata dentro de uma quartinha com água à esquerda da cabaça. Depois
disto todos os presentes batem cabeça em homenagem à Terra e retiram-se no mais
absoluto silêncio. (Este sacrifício serve para todos os Odù).

Òrìsà que falam neste Odù

128
Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá, Odùduà, Ìyámi Òsòròngá Òrúnmìlà, Nànà,
Obalúayé, Ikú, Òsùmàrè, Òrìsà Okó, Oya, Òsun, Sàngó Ilufiran, Òsanyìn, Ògún, Òsóòsì,
Èsù e Egún.

Ervas deste Odù – Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e


iniciação e montagem de Igbá)

As ervas de Otúrúpòn Méjì são: Sálvia, aroeira, algodão, paineira, ewé tostão, chorão,
cipreste, incenso, arruda, guiné, pinhão roxo, manjericão de caboclo, levante, alecrim,
bambu, mata bruxo, pinheiro, mangueira, seringueira, jaqueira, taioba (igba) e folha de
caruru do norte (ogbo).

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

1 - Ifá chegou a este mundo antes de seus mensageiros Legba, Minona e Abi, que estão
sob suas ordens, ao contrário de Igbádú que está acima dele.

Criado por Mawu, Ifá desceu do céu trazendo para a terra todas as árvores, todas as
plantas, todos os animais, todos os pássaros e todas as pedras.

Naquela época, existia sobre a terra somente um protótipo de ser humano, muito
pequeno, negro e muito parecido com o homem.

Ao chegar ao àiyé, Ifá transmitiu todo o seu conhecimento a este estranho ser, a quem
deu o nome de "Koto".
Logo que Mawu criou os seres humanos Koto transmitiu-lhes toda a ciência que
havia recebido de Ifá, o conhecimento de todas as coisas e principalmente, o
conhecimento do próprio Ifá.

Koto, que sabia o nome de tudo quanto existia, ensinou aos homens, esquecendo-se no
entanto, de transmitir o nome de uma única árvore à qual os homens chamaram de
"Kotoble" e depois de Wugo.

Assim, foi apenas a uma única árvore, dentre todas as coisas, que existem no mundo, os
homens deram nome.

Aquele que encontrar este signo deve oferecer um sacrifício para não ser perseguido
pela má sorte. Sua mãe terá um papel muito importante em sua vida, cujo sucesso
depende, quase que exclusivamente, dela.

2 - Folhas de igbá são as que se assemelham ao igbá.


Folhas de emen são as que se assemelham ao emen.
Folhas de roro são as que se assemelham ao gboro.

129
Quando a fruta rorongbodo nasce, fica observando as obras divinas de Olódùnmàrè.
São estes os seres míticos que adivinharam para Èsù no dia em que ele disse ser o líder
dos òrìsà.
Ògún rei da cidade de Aro.
Sàngó rei de koso.
Oya, rainha de Irá.
Òsalá, rei de Iranje.
Ogyian, rei de Efon.
Ifá, rei de Ifé.
Ifá desafiou Èsù dizendo a ele que era mentira, que ele não poderia ser o líder dos òrìsà.
Perguntaram a Èsù onde deixaria os òrìsà que eram reis e como poderia proclamar a si
mesmo o rei dos reis. Reuniram-se todos e resolveram levar o caso a Olódùmarè, pai de
todos os òrìsà.

Ao chegarem à casa de Olódùnmàrè, foi confirmado por ele que Èsù é e sempre será o
líder de todos os òrìsà. Todos os òrìsà disseram que não o aceitariam como líder e que
lutariam, um a um, contra Èsù, na encruzilhada que liga o Òrun ao Àiyé para decidir
através dessas lutas, quem seria verdadeiramente o líder.

Combinaram o dia para dar início as contendas.

O primeiro òrìsà a enfrentar Èsù foi Ògún.


Èsù, com sua sabedoria e força, atirou Ògún no chão. Envergonhado e irritado, Ògún se
retirou para Aro e mergulhou na terra. Antes de entrar na terra disse a seus amigos que
quem desejasse cultuá-lo deveria juntar muito ferro e màrìwò, o segundo a lutar contra
Èsù foi Sàngó.

Èsù, com sua sabedoria e força, atirou Sàngó ao chão. Envergonhado e aborrecido,
Sàngó retirou-se para koso e ali mergulhou na terra. Antes de entrar na terra disse a
seus amigos que quem desejasse cultuá-lo deveria juntar muitos èdun-ara.

O terceiro a lutar contra Èsù foi Òsalá.


Èsù, com sua sabedoria e força, pegou Òsalá e o atirou ao chão. Envergonhado e
irritado, Òsalá seguiu para Iranje e ali mergulhou na terra. Antes de entrar na terra
disse a seus amigos que quem desejasse cultuá-lo deveria providenciar ota, opa-osoro e
água arifohun.
O quarto òrìsà a enfrentar Èsù foi Oyá.
Èsù, com sua sabedoria e força, pegou Oyá e a atirou ao chão. Envergonhada e irritada.
Oya seguiu para Ira e ali mergulhou na terra. Antes de enterrar-se disse a seus amigos
que quem desejasse cultuá-la deveria providenciar ota e chifre de búfalo. O último òrìsà
a enfrentar Èsù foi Ògyíàn. Èsù, com sua sabedoria e força, pegou Ògyíàn e o atirou ao
chão. Envergonhado e irritado, Ògyíàn foi para Okiti Efon e ali mergulhado na terra.
Antes de se enterrar disse a seus amigos que quem desejasse cultuá-lo deveria
providenciar ota.

Èsù levantou-se e foi ao encontro de Olódùmarè.


Disse-lhe que havia lutado com outros para disputar a liderança e que vencera a todos.
Pediu, então, a Olódùmarè que lhe entregasse o àse, para que fosse reconhecido como

130
líder dos òrìsà. Olódùnmàrè, atendendo a seu pedido, entregou-lhe o àse para que se
tornasse o líder dos òrìsà. Também para que fosse respeitado por todos os òrìsà. E disse
ainda, que o òrìsà que o desrespeitasse perderia o próprio àse. Assim, Èsù tornou-se
líder de todos os òrìsà.

Disse Ifá, que tenha cuidado, pois querem lhe fazer uma maldade com algum tipo de
feitiço (pode ser pó de osso de defunto), através de sua comida.

Disse Ifá que uma pessoa em quem você confia está lhe enganando, essa pessoa pode
ter idade avançada. Tenha cuidado com três lugares que você possa visitar, pois ali
poderá encontrar seus inimigos. A morte está seguindo seu rastro, vá atrás de seu Awo
(Bàbálòrìsà), peça-lhe perdão por algum desentendimento anterior entre vocês, pois ele
poderá lhe salvar da morte.

Você pode estar com uma doença escondida e quando ela se manifestar, pode ser tarde
demais, essa doença pode ser em seus ossos. Você jurou alguém de morte ou foi jurado
de morte, seja religioso e obediente e assim poderá livrar-se da morte prematura.

Existem muitas pessoas que lhe invejam,, inclusive dentro de sua família, cuidado com
as coisas que lhe cheguem com muita facilidade, pois podem lhe conduzir a prisão.
Você deve receber o assentamento de Òrúnmìlà, para que mude seu destino e sua sorte.
Cuidado, pois as necessidades que você tem passado podem ser por favores feitos aos
familiares com problemas espirituais sérios, dessa forma esses problemas estão sendo
transmitidos para você, assim como responsabilidades espirituais e econômicas.

É recomendado de maneira alguma você possa ingerir ervas em forma de chás, comida
ou banhos se você não conhece a fundo os poderes curativos e espirituais das mesmas.

Deve assentar o Òrìsà Òsanyìn para que lhe proteja de feitiçarias e um Egún que por
ventura possa encostar em você. Você não deve colher ervas ou mesmo corta-las sem
antes pedir autorização de Òsanyìn.

Perguntar sobre um Egún dudu que insiste em levá-lo a morte ou deixa-lo enfermo,
pois esse Egún pode ter morrido em uma prisão. Prepare a porta de sua casa
espiritualmente com um patuá. Tenha cuidado para que seu dinheiro não lhe sirva
somente para curá-lo de uma doença ou algum de seus parentes. Ver se essa doença
provém de uma magia feita para você ou alguém de sua família.

Apatakí

1- Okaragba consultou Ifá para Èjí-Oge


quando eles estavam prestes a descer para Ife.
Foi predito que ambos iriam se sobressair em Ifé.
Foi pedido a eles para sacrificar dezesseis caracóis, dezesseis tartarugas,
dezesseis pedra de raios (dois de cada é suficiente), e folhas de Ifá (folhas

131
de okunpale e abo-igbo ou agbosawa e outros condimentos, para serem
moídos e cozidos como sopa e dados ao cliente para comer; qualquer um
que desejasse usar o remédio para prosperidade também poderia comê-
lo).
Após comer o remédio, o cliente deverá depositar os èdun-ara (pedra de
raios) sobre seu Ifá.

2 – Òrúnmìlà tinha muitos inimigos que não conhecia e sentando-se para consultar Ifá,
veio o Odù de Otúrúpòn Mèjí, foi mandado que fizesse ebó com um pau de seu
tamanho e que na ponta do pau pusesse uma ponta de ferro afiada, amarrasse
fortemente com tiras de couro de cabrito, que deveria se limpar e matar um galo sobre a
lança e o adornasse com pano vermelho e branco. Depois deveria colocar quatorze
saoro, e sempre que saísse de casa, deveria levar a lança e deveria espetar qualquer
vulto que atravessasse seu caminho antes de se aproximar, pois ali estariam escondidos
seus inimigos. O primeiro vulto que encontrou em seu caminho ele espetou com a
lança, uma cobra venenosa fugiu ferida, o segundo vulto que encontrou também foi
espetado, ali estava escondido um lobo que fugiu ferido e o terceiro e mais perigoso
quando ele espetou, fugiu um tigre ferido que estava esperando para devorá-lo. Desta
forma Òrúnmìlà descobriu seus inimigos ocultos.

3 – Òrúnmìlà que ainda vivia na terra foi avisado por Olódùnmarè de que ele lavaria o
mal que estava na terra para limpa-la dessa mancha que corrompia os homens,
encarregando a Òrúnmìlà de que todos aqueles que acreditassem nele, que subissem ao
cume de Oke (montanha), pois ele mandaria o dilúvio universal.
Òrúnmìlà espalhou a notícia pela terra, muito se zangavam e outros riam dele, porém
os seguidores dele e de Òrìsà acreditaram em Elèrì Ìpín, e quando o dilúvio chegou
todos aqueles que estavam em Oke se salvaram e durante sua permanência em Oke,
bebiam água de coco e comiam sua massa, consagrando assim o coco como um fruto da
vida.

Ebó do Odù Otúrúpòn Méjì

Ebó do Odù Otúrúpòn Méjì

1 galo
2 navalhas
2 cabras
1 ekú
1 ejá
1 atori longo

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Ebó do Odù Otúrúpòn Méjì

132
3 navalhas
2 galinhas
1 atori seco
1 agulha ou prego
Folhas do leste e oeste da sálvia (se for mulher deverá beber (Intori Ire))

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Ebó do Odù Otúrúpòn Méjì

1 pau do tamanho da pessoa


1 lança afiada
Tiras de couro de cabrito
1 galo
1 pano vermelho]
1 pano branco
14 saoro

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Ebó do Odù Otúrúpòn Méjì

1 agutan calçado com todas as comidas secas. Deve ser ofertado à Egún em seus três
caminhos (Egúngún, Egunun e Egún Arale).

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Como assentar o Èsù do Odù de Otúrúpòn Méjì

Èsù Àiyé ou Buruke Àiyé

1 cabaça com todas as semente de àse


14 grãos de todos os tipos de sementes.
Terra de mangue
Areia de mar

133
Areia de rio
Terra de um morro
Terra de cupinzeiro
Terra de formigueiro
Favo de colméia de abelhas
Casa vespa
14 penas de diferentes aves
Cinzas de fogueira
Yangi
1 ejá de escamas
1 ejá de couro
1 ekuté
1 ajapa
1 akuaro
1 adié funfun
1 adié pupa
1 adié dundun
1 cabra ou ovelha (perguntar para Òrúnmìlà)

Ebó do Egún de Otúrúpòn Méjì

Omo Jufun Yka

1 cabaça
1 akasá
14 búzios
14 conchas
1 imã
azougue
1 fava de aridán
1 ovo cozido
1 pedra de fogo
mel
azeite
vinho

134
Procedimento: Arrumar tudo dentro da cabaça, temperar e entregar no mato ao ODÙ.

Fim da aula de Otúrúpòn Mèjí

15 – Odù de Òtúrá Méjì

+ +

15 I I 15 15 I I 15
II II 0 0
I I I I
I I I I

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odù pertencente à mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odù (Egún) Omo Ewi Esa

Oríkì

135
1 - Kerensele agbo nipapo, loda fun Inlé nipapo, gere, gere, nipapo lorubo gere gere
nipapo kite joro loda fun osukun adifun nibeti un kagbalori.
Peronsele agbo nipapo loda fun kekere papolapo papo lorubo kekere Òrúnmìlà lofo
untori bogbo tenijé lorubo.
Àse kundifá imole adifa fun boni suku.

2 – Kerensele awo nipapo loda fun were were nipao unda fun inle nipapo
were were lorubo were were nipapo kiti jauro loda fun asokunifa nibati aun kawo Olórun.

3 – Òrúnmìlà adifa joko alafia loda fun efa male loda fun
Òrúnmìlà lofo untori bobote nije lebo (asukundiga imale adifa fun buni suku).

Orín – Òtúrá Méjì (Encantamento)

Kerensele awo nipapo loda fun were were nipao loda fun Èrinlé nipapo
Kerensele awo nipa pó loda fun Sàngó
Kerensele awo nipa pó kafere fun Òrúnmìlà
Kerensele awo nipa pó adupé dupé awo Olófin

Esé (Ditados)

1 – Os espíritos dos mortos obscuros na noite vagam sem rumo;

2 – Aprenda a separar a fé do fanatismo;

3 – O mesmo que te movimenta te paralisa (nasce a paralisia infantil);

Observações do Odù - Segredos

Òtúrá Méjì é o décimo terceiro Odù na ordem de chegada de Ifá, sendo conhecido
também como Òtúwá entre os nagô, termo que, em yorubá, significa: "Tu estás de
volta".

Entre os fon é conhecido como "Tuia Meji" ou "Otula Méjì".

136
O termo "otura" em yorubá, evoca a idéia de separar, apartar e um outro nome pelo
qual é muito conhecido, é "Alafia".

Sendo considerado como o mestre das línguas, este Odù indica quando alguém tem
duas palavras e as pessoas para quem aparece numa consulta costuma ser muito
faladoras.

Segundo os ensinamentos de Ifá, é filho de Aiani e Tené, e representa a metade do


corpo do inimigo.

Significa renascimento e evoca a idéia de desunião, o cativeiro na Terra e a felicidade no


Céu.

Aqui nasceram as raças humanas, com exceção da raça negra, a cegueira, a


mendicância, as disputas, a igualdade, a fraternidade, a artilharia, o fuzil, o chumbo, as
aves canoras, os legumes, o bramido do mar, o hábito dos humanos usarem roupas e
principalmente, os muçulmanos, povo do qual os haussás são um segmento.

As suas cores preferidas são o branco e o azul, embora aceite todas as outras.

Neste caminho falam Òbàtàlá, Elégbára, Odùduà, Ajé Saluga, Òrúnmìlà e Sàngó.

Suas folhas ritualisticas são ewé eréen (Acácia fam) e ewé egbo (Rebenta cavalo).

As interdições que impõe aos seus filhos são: Carne de coelho, de porco, de galo, de
tartaruga, milho assado, inhame pilado, polvo, fazer uso de tabaco, ingerir bebidas
alcoólicas e portar qualquer tipo de arma branca.
Os homens não podem andar com a camisa fora das calcas.

As pessoas deste signo não devem agir de forma destemida, é com inteligência e calma
que derrotam seus inimigos.

Têm que dar esmolas generosas, só jssim alcançam a riqueza.


Assinala abandono e descuido.
Ensina que os mortos trabalham de noite.

Este Odù ensina aos homens os poderes e os segredos das raízes e dos ramos das
árvores.

Determina os passos da humanidade sobre a Terra.

Foi neste caminho que o homem dominou a todos os animais, sendo então declarado
por eles, rei e senhor da criação.

É um Odù de vida curta, no entanto recebe o título de Pai da Vida.

Ensina que Òbàtàlá nunca deixa seus filhos sem alimentação.

137
Quando traz Osogbo Ikú, a pessoa para quem sair não escapa da morte.

Aqui, de tantas decepções sofridas, o corpo caminha sem alma.

Assinala pureza de sentimentos, elevação espiritual e material, conquista de altas


posições, a cólera dos homens, sofrimento por viver-se entre feras, lucros obtidos em
viagens e morte prematura ocasionada por doença repentina.

Este é o Odù da sabedoria, das saudações e das reverências.

É o Odù que está mais próximo de Olófin, mas deixando se levar pelo orgulho e pela
vaidade, converteu-se num mestre do qual todos têm nojo.

Este é o signo do caranguejo, que por preferir viver nos pântanos para isolar-se de todos
perdeu o sexto sentido.

Adquiriu o conhecimento do bem e do mal e por isto seus filhos nunca podem
permanecer em osogbo.

Seus filhos são violentos, de mal gênio e não admitem ser contestados por se
considerarem donos da verdade e do saber.

São extremamente caprichosos e dificilmente chegam a se casar e, quando o fazem, a


união tende a durar muito pouco, pois entediam-se com facilidade de seus parceiros, já
que nada os agrada ou satisfaz.
Mudam de opinião com muita facilidade, da mesma forma como se muda de roupa.

As bebidas alcoólicas podem levá-los à destruição.


Sofrem do estômago e da cabeça e seus nervos são muito frágeis.

Disse Ifá: "Agradeça o bem que lhe fazem e nunca se esqueça de quem o ajudou".

A pessoa e perseguida por Òbàtàlá.


Obterá uma fortuna que lhe tará problemas com a justiça.
Tem que ter muito cuidado com roubos.
Não pode colocar as mãos sobre a cabeça.
O fogo é um perigo constante.

Não deve guardar objetos de ninguém em sua casa para não se ver envolvida com a lei.

Está em boas condições, é filho de Odùduà mas Sàngó funciona como se fosse seu
verdadeiro pai.
Assinala grande proteção de Sàngó.

Tem muita sorte em todas as coisas, menos no amor.


Neste caminho a desobediência se paga com a morte.

Èsù leva duas facas para assegurar duas sortes que estão no caminho.

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Caminho de Òrìsà Okó.
Coloca-se no telhado da casa uma cabaça com ekó e ewé dundun embrulhada com pano
vermelho. Despacha-se no sétimo dia.

Neste caminho Òrúnmìlà foi perseguido por seus inimigos.


Aqui os homens brancos receberam Ifá primeiro que os negros.

A pessoa tem que fazer ebó para que os obstáculos de seu caminho desapareçam.

Os problemas são resolvidos por quem é mais infeliz, da mesma forma que Olófin, que
é mais poderoso que Òrúnmìlà, teve que recorrer a ele para resolver seus problemas.

Neste Odù nasceu o Nangareo antes de se realizarem as cerimônias de Ifá.

Aqui foi criada a Kafana Mofojú - esta cerimónia nasceu entre os aramelé, que não
cultuavam nem acreditavam em Òrìsà.

Os Awo deste signo têm que fazer um trabalho para neutralizar o mal que as mulheres
lhe ocasionam naturalmente.

Trabalho para Evitar o Mal Inerente das Mulheres.

Faz-se um boneco de pano forrado com a varredura da casa do Awo, suas unhas e um
pouco dos seus cabelos, coloca-se numa caixa forrada com panos de sete cores
diferentes e enterra-se tudo nos pés de um Iroko.

Segurança em Òtúrá Méjì

Pega-se um pedaço de galho de orudan (Pithecolobium Arborem. L. urb.}, retira-se a


casca e forra-se todo com contas do Òrìsà da pessoa. Na ponta de baixo prende-se um
saquinho de pano nas cores do Òrìsà, dentro do qual coloca-se pó de cabeça de perú, de
etú, de eiyelé, de aparo, de ajapá, de coruja, iyefá rezado e 21 folhas fortes.

Na parte de cima coloca-se outro saquinho com cinco penas de aves diferentes, pó de
peru, de etú, de eiyelé, de aparo, de galo, e um chocalho de cascavél.

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá, Odùduà, Nànà, Òrìsà Okó, Obalúayé
(Omolu), Ikú, Òsùmàrè, Yewa, Oya, Òsun, Èrinlé, Aganjú, Sàngó Ilufiran, Òsanyìn,
Ògún, Èsù e Ègùn.

Ervas deste Odù – Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

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As ervas de Òtúrá Méjì são: Ewé Asobíabe (Folha de Dalbergia Saxatilis – Leguminosae
Papilionoideae), Ewé rinrin (Folha de Peperômia Pellucida – Piperaceae), Ewé dodô nlá
(Folha de Volcanga Africana, Apocynaceae), Ewé làálí (Folha de Lawsonia Inermis,
Lythraceae (hena)), Ewé tèsùbíyù (Folha de Coix Lacryma-Jobi, Gramineae (capim-de-
nossa-senhora)) e Èso tèsùbíyù (Fruto de Coix Lacryma-Jobi, Gramineae).

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá que você é filho de Sàngó, por esse motivo ele lhe segue a todas as partes. Disse
Ifá que chegara ata você uma grande quantia de dinheiro, mais esse dinheiro trará
preocupações perante a justiça. Cuidado com magias que lhe estão fazendo ou que você
tenha intenção de fazer, pois isto poderá voltar contra você ou alguém de sua família.

Disse Ifá, aqui as pessoas sentem um fogo queimando dentro de seu corpo, como se
estivesse correndo fogo por suas veias (aqui nasceu a combustão espontânea), assim como
também pode ter seu sangue contaminado.

Você deve ter sempre muito cuidado para que seus objetos pessoais não sejam roubados.
Você não deve tomar nenhum tipo de bebida que já esteja aberta, pois através dessa
bebida poderão lhe enfeitiçar ou contaminar. O dinheiro que você tem no bolso deve
deixá-lo todo para o sacerdote, para que ele comece a fazer seus ebó, tanto os positivos
quanto despachar os negativos, pois se você o leva de volta, poderá gasta-lo.

Você não deve colocar as mãos em sua cabeça por nenhum motivo, a não ser para você
louvar seu Orí, pois se faz isso afastará seu anjo da guarda. Se este Odù estiver negativo,
Sàngó está irritado com a pessoa por alguma falta cometida com seus antepassados ou
com seus maiores, e lhe castigará deixando-o como um mendigo.

Cuidado para que não tragam algum tipo de contrabando e peçam para guardá-lo em sua
casa, pois poderá ter problemas com a polícia tendo que assumir sozinho toda a culpa pelo
ocorrido.

Você gosta de fazer amizades muito rapidamente, depois elas podem lhe trazer grandes
decepções. Não use chapéu preto se for homem, se for mulher não deve usar lenço preto
em sua cabeça, pois seu Òrìsà não lhe reconhecerá estando usando essas peças. O homem
deve receber Awofakan e a mulher deve receber Akofá, ou talvez tenha que abraçar
definitivamente o sacerdócio à Ifá.

Você deve perguntar à Sàngó se quer que você lhe dê de comer ou assente seu igbá. Você
sente seu corpo pesado, isto pode ser por algum Egún que você deve fazer seu
assentamento ou retirar de seu caminho através de um Paraldo.

Disse Ifá que tenha cuidado, para que não lhe emprestem alguma coisa e depois lhe
reclamem outra no lugar. Você é muito dorminhoco e seu corpo não reage antes de estar

140
um bom tempo acordado, alimente seu Orí e seu Èsù do Bàrá. Tenha muito cuidado ao
assinar documentos que implicam em heranças ou procurações, pois poderão agir de má
fé com você.

Você deve fazer os ebó e tudo que for determinado por Òrìsà e Egún, assim por este Odù
Sàngó se responsabiliza pelos resultados.

Você tem um poderoso inimigo que pertence a uma religião Bantu ou é um Àlápini, que é
velho e tem o corpo curvado. Quando tiver sonhos com Egún, procure quem interprete
esses sonhos e compre bilhetes de loteria, pois esse Egún irá lhe dar um presente.

Disse Sàngó que se for de seu merecimento, deixará que o Egún de seus ancestrais ou de
seus maiores venha lhe visitar.

Apatakí

1 - Era um tempo em que os animais e os homens não tinham Orí, seus olhos e suas
bocas, assim como seus ouvidos, estavam localizados em seus corpos, eram como
caranguejos. Então os homens confabularam entre si, chegaram a conclusão de que
deveriam ter um órgão superior que comandasse todos os outros órgãos do corpo e este
seria o de maior importância. Assim se apresentaram à Olófin questionando-o, se todos
eram seus filhos, por que não tinham um órgão superior como ele próprio. Olófin pediu
permissão para Olódùmarè para que pudesse dar Orí para sua criação na terra.

Então Òsàlá reuniu os homens na terra e marcou um dia certo em que todos se
encontrariam em Onibode Ifá. Então o caranguejo que seguia de perto Òsàlá escondido
dentre o mato ao escutar o segredo que seria repartido entre as cabeças, saiu avisando a
todos os animais da floresta sobre o grande acontecimento que iria ocorrer. Assim
andou por sete dias e sete noites e decidiu regressar para adquirir seu Orí, mais Èsù que
observou todos os movimentos do caranguejo, fez com que ele se perdesse por mais
sete dias e sete noites, não podendo retornar a tempo para o acontecimento. Ao chegar
diante de Olófin ele lhe contestou, sinto muito, mas não tenho mais nenhuma cabeça
para lhe dar, e o caranguejo envergonhado de si próprio por ter tentado ajudar os
demais animais a ganharem suas cabeças e nenhum deles se lembrou de lhe guardar
uma cabeça.

2 – Òrúnmìlà tinha uma fazenda que havia adquirido com a ajuda de Egún na terra,
dentro dessa fazenda tinha um lindo pomar, e lá tinha todos os tipos de frutas. Dessas
frutas fazia presentes às Ìyámi e Òbàtàlá. Certo dia quando estava consultando, veio o
Odù de Òtúrá Méjì, onde lhe advertia que ladrões de outro mundo viriam roubar sua
fazenda, que ele deveria fazer ebó com frutas, uma corda, um facão, mel e gin, para que
pudesse capturar os ladrões quando estes invadissem suas plantações. Imediatamente

141
Òrúnmìlà reuniu esses itens e fez o ebó colocando na entrada do pomar. Nesta mesma
noite escutou diversos barulhos e risadas e tomando seu Irofá se dirigiu ao pomar e viu
sete meninos que comiam frutas com mel do ebó e tomavam o gin, Òrúnmìlà os
observou e viu que do Òrun descia uma corda, pegou então o Adafá (facão de Ifá), com
o qual havia feito o ebó e cortou essa corda, para que eles não pudessem fugir e voltar
para o Òrun. Dessa forma os sete gêmeos ficaram na terra pactuando com Òrúnmìlà
que a partir desse dia em diante, qualquer sacerdote com conhecimento poderia chegar
a fazer de uma só vez sete ìyawo, que é o máximo de pessoas recolhidas para iniciação
de uma só vez (um barco). Os quais recebem os seguintes nomes:

Ìbèji Kaindé
Ìbèji Itawo
Ìbèji Ideun
Ìbèji Arabá
Ìbèji Irawo
Ìbèji Olorí
Ìbèji Oronian

Estes são os sete gêmeos que representam a máxima iniciação de Òrìsà em um Egbè
dentro da religião Yorùbá.

3 – Sàngó pediu para seus Obà Sorun que fossem à casa de seu pai e pedissem para
Òrànmìyàn que lhe mandasse cavalos para o reino de Nupe, porque ele como
descendente de sua dinastia deveria andar montado. Òrànmíyàn aceitou o pedido do
filho, o qual estava passando à maioridade e lhe enviou quatro cavalos dos melhores e
mais bonitos que possuía, dentre eles um todo branco, o qual Sàngó se apaixonou e lhe
deu o nome de Funfun Èsin. Tempos depois Sàngó mandou que seus criados
começassem a procriar seus cavalos para multiplicarem a espécie, estes como não
tinham conhecimento de como se reproduziam os cavalos, mantinham esses quatro em
cativeiro e nada acontecia, depois separaram três e deixaram um isolado e nada
acontecia, depois separaram dois e deixavam dois isolados, e nada continuava
acontecendo. Então foram ver Òrúnmìlà que jogou e veio este Odú, lhe disse que
deveriam fazer ebó com sete qualidades de grão, sete aves, sete pedaços de corda e sete
qualidades de frutas, deveria oferecer aos Ìbèji, estes por sua vez vieram montados em
uma égua cada um deixando-as nos estábulos de Sàngó junto aos cavalos, então esses
puderam se reproduzir dando status e grande força nas batalhas à Sàngó.

Ebó do Odù Òtúrá Méjì

Ebó do Odù Òtúrá Méjì

2 Ajapá
1 Galo
2 garrafas de Otí

142
4 pombos
Diheiro

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Ebó do Odù Òtúrá Méjì

Pelo de macaco
Pelo de tigre
1 gorro colorido
1 escada
1 pedaço de pau
Dinheiro

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.
Ebó do Odù Òtúrá Méjì

1 carneiro p/ Sàngó
1 galo
1 pombo
Dinheiro

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Como assentar o Èsù do Odù de Òtúrá Méjì

Èsù Alami Bàrá

É confeccionado um boneco feito de cedro, se faz um buraco em sua cabeça onde se


coloca um Orí Ajapá junto com o Orí de um gavião ou de uma ave de rapina qualquer.

Obí e o Odù de Òtúrá Mèjí rezado no Orí do boneco, no corpo do boneco de introduz
em uma cavidade feita dentro da madeira, um pedaçõ de laterita, terra da ponta de um
morro alto, um otá, terra da porta de um cemitério, terra de uma encruzilhada em
forma de Y, assim como as cabeças de sete aves diferentes. Deve ser feito um colar com
as patas e os molares de um caranguejo, quatro ferraduras de cavalo e sete pregos de
estrada de ferro.

Ebó do Egún de Òtúrá Méjì

143
Omo Ewi Esa

1 cabaça
1 akasá
150 moedas
150 caroços de milho
150 caroços de feijão fradinho
1 kg de arroz cru

Procedimento: Colocar tudo na cabaça, levar a pessoa em um campo, andar 150


passos sacudindo a cabaça misturando tudo lá dentro fazendo seus pedidos.. Após tudo
isto, arriar mansamente a cabaça no chão, destampe-a, acenda uma vela e deixe lá no
tempo.

Fim da aula de Òtúrá Méjì


14 – Odù de Irètè Méjì

+ +

16 I I 16 16 I I 16
I I I I
II II 0 0
I I I I

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odù pertencente à mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odù (Egún) Omo Gbelé

Oríkì

1 - Ejelembere akoré ajaré Eyelembere ladifá Ejelemere asarei fenise


Ki Ifá Aje adifa fun Òrúnmìlà. Adifa fun Òsun. Adifa fun poroyé.

2 – Bará ejelemere akore ajere oko elenire ladi bàbá elemire ewe de iki efe eniwere Ifá ala.

3 – Akala omonide ojotan omonide paoje omonide akala lobo Òrúnmìlà, babadí owo unyo
olomo odideron.

144
Orín – Ìrètè Méjì (Encantamento)

Òrúnmìlà bakatá mo jùbá


Òrúnmìlà bonbo bakití bonbo
Òrúnmìlà bakatá sitiliú
Elerí Ipin mo jùbá

Esé (Ditados)

1 – Os tropeços de ontem são as lágrimas de hoje.

2 – Nossos ossos como nossos dentes são as últimas testemunhas dos homens na terra.
(Cultuar e lembrar sempre de nossos ancestrais).

3 – O poder e a inteligência na tem medida.

4 – O dom de comandar não é dado a todos.

5 – Se respeitares os 15 mandamentos anteriores de Ifá tem o direito de ser chamado de


meu filho, por Olódùmarè.

Observações do Odù - Segredos

Este é o 14° Odù na ordem de chegada do sistema de Ifá.


É um Odù masculino, filho de Elemere Wnsá e Olomú.

Segundo os nagô, Ìrètè é conhecido também como Òjí Lete ou Orí Ate, que significa:
“Irorí da Terra".

Em yorubá o termo Ìrètè significa: "A Terra consultou o Ifá".

Ìrètè é um signo da Terra (Ilé em yorubá e Akungba em fon), é de domínio terrestre,


desta forma, tudo que está morto lhe pertence.

145
Sob sua égide nasceram os abcessos, os furúnculos, a varíola, a lepra e uma febre
eruptiva e mortal conhecida como "Nutité".

Este Odù não deve jamais ser mencionado na companhia de Òsé Méjì. "Bokonon ma do
o" (Um adivinho jamais pronuncia este nome), o que significa dizer que os amolu
gerados pelo encontro destes dois signos, não podem ser mencionados pelos seus
verdadeiros nomes.

Representa a personificação de Omolu e uma das principais interdições que impõe aos
seus filhos é de matarem formigas.

O Awo deste Odù tem que ser muito corajoso e necessita fazer ebó em si mesmo com
muita constância, para livrar-se da influência negativa dos seus arajé.

Sempre sabem com antecedência o que lhes irá acontecer de bom ou de ruim.
Ìrètè Méjì recebeu de Olódùmarè o poder de ressuscitar os mortos, por este motivo
enfrenta e insulta Ikú que nada pode fazer contra ele.

As pessoas de Ìrètè Méjì têm a protecão incondicional do Òsóòsì e de Omolu.


Este Odù recebe e distribui sobre a Terra, tudo o que se pode desejar da vida.

Dizem que tem um pé na terra e outro no mar, por isso, acredita-se que vibre com muita
intensidade na beira-mar.

E um Odù muito forte, marca vida longa e assegura longevidade para seus filhos.

Suas folhasliturgicas são: Ewé ejé (sanguinária) e orípepe.

Aqui se forma o corpo astral e o perispírito.

Faz-se itutu ainda em vida.

O iyefá deste Odù leva pó da casca do coco de dendê.


Neste caminho as mulheres andam em busca de carinho.
É um signo onde amor e alegria andam lado a lado com tristeza e pranto.

Aqui Elégbára presenteou Olófin com uma coroa com dezesseis caurís, dezesseis
ekódíde e dezesseis pulseiras de marfim.

O Awo deste Odù oferece um galo a Elégbára dentro de um cesto.

Neste caminho Òrúnmìlà avisa ao Awo a chegada de sua morte com dezesseis dias de
antecedência.

Os filhos deste Odù são pessoas cheias de graça e doçura e, por isto, costumam ser
vaidosas e suas palavras em relação aos outros costumam ser cheias de ironia e sátira.

As pessoas podem facilmente ser enganadas por eles.

146
São descrentes de tudo, consideram-se insubstituíveis, acham que ninguém os merece,
mas sofrem muito em decorrência de seu próprio orgulho.

Gosta de viver e de vestir-se com certo luxo e vivem gabando-se e exaltando suas
qualidades, achando-se superiores aos demais.

São incapazes de sacrificarem-se por quem quer que seja e só se esforçam se tiverem a
certeza de obterem alguma vantagem.
Quando se sentem feridos em sua vaidade, tomam-se perigosos, sendo capazes até de
matar.

Não se arrependem do que fazem nem do que dizem. Suas respostas, são como
punhais que ferem profundamente e jamais se desculpam dos erros cometidos.

É um Odù de riquezas este é seu ire, mas sempre traz contrariedades e armadilhas.
Seu osogbo provoca escassez e necessidades.
Neste Odù imperam Òsun, Ògún e Nànà Buruku.

Coloca-se um pedaço de chifre de veado no ikofá.


Aqui nasceram as forças das mãos e dos dentes.
Fala Logun-edé.

Foi neste caminho que Ògún ficou embrutecido e ensina porque os filhos de Ògún não
interpretam Ifá.

Ensina que anteriormente todos os ogues pertenciam a Ògún.


É este o Odù que deve ser riscado atrás da porta de casa quando se sacrifica pombo
para espantar aselú.

Assinala uma enfermidade nas pernas que pode ocasionar paralisia.


Quando surge numa consulta, oferece-se 16 akará a Olófin e durante 16 dias faz-se
rogações e dorme-se com um gorro verde e branco.

Sacrifica-se duas codornas para Sàngó. Com os corpos, retiradas as cabeças, faz-se um
pó que deve ser misturado ao sumo de folhas de romero para ser friccionado nas pernas
em caso de enfermidades nestes membros. As cabeças das aves ficam no igbá de Sàngó.
Por este Odù Sàngó nasceu em Tapa, conquistou outras terras e por quatro vezes foi
coroado rei.

Ensina que o primeiro a fazer Santo na Terra foi Odùduà e que Òrúnmìlà o iniciou em
Ifá. Por este motivo o primeiro a levantar a tesoura e a navalha deve ser o Bàbálàwo.

Neste Odù Ògún e Òsanyìn se unem, da mesma forma que Olókun e Òsanyìn.
Assinaa que a pessoa que se consulta tem que fazer Santo ou tomar obrigação antes que
decorra um ano.

147
Ordena que se aprenda as cantigas de Òrúnmìlà.
A pesssa tem vocação musical.

Proibe que se coma galinha.


O Awo tem que colocar um pé de veado em seu Ifá.

A pessoa é incomodada por ruídos inexplicáveis em seus ouvidos, mas isto é um dom
que deve ser desenvolvido.

Tem que ter cuidado com úlceras nas pomas.


Proíbe a seus filhos abrirem buracos ou cruzá-los.

A pessoa tem que preparar um dispositivo de defesa em honra de seu Òrìsà, que é feito
da forma que se segue:

Pegam-se três lenços, sendo um branco, um amarelo e um azul, amarram-se uns aos
outros pela pontas e deixa-se em cima do Santo, usando-se sempre que houver
necessidade.

Determina que só tenha muito respeito a Ògún e à Òsun.

Se for homem deve cuidar muito bem de sua mulher e de sua filha.

A sorte do homem aumenta na medida em que cuida do Òrìsà de sua mulher.

A mulher da sua vida é filha de Òsun.

Tem uma filha que não conhece, feita em suas andanças pela vida quando, sem saber,
engravidou uma mulher.

O ponto fraco do seu organismo é o estômago.

Segurança deste Odù

Coloca-se dentro de uma cabacinha: Terra de quatro esquinas, um pouco de lama do


fundo de um rio e uma pedrinha-retirada do mesmo rio. Sacrifica-se uma galinha sobre
a cabacinha e coloca-se atrás da porta.

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá, Òrúnmìlà, Nànà, Obalúayé, Ikú, Òsùmàrè,
Òrìsà Okó, Odùduà, Oya, Òsun, Sàngó Ilufiran, Òsanyìn, Ògún, Èsù e Egún.

148
Ervas deste Odù – Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Ìrètè Méjì são: Ewé ògá pupa (Folha de Combretum Racemosum,
Combretaceae), Ewé ìlósùn (Folha de Pennisetum Hordeoides, Gramineae), Ewé adágbudi
méta (Três folhas de Teramnus Labialis, Leguminosae Papilionoideae), Eyo èkùró kan
(Uma semante de Elaeis Guineensis, Palmae (dendezeiro)) e Ìyèré méta (Três folhas de
Piper Capense, Piperaceae).

Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá que pode ser que você encontre família ou irmãos que você não conhece. Você
deseja fazer uma viagem ou mudar-se para o interior, caso este Odù esteja negativo, você
deve morar no campo, caso esteja positivo, você deve morar na cidade.
Você teve ou poderá ter uma fratura em seus ossos, se ainda não aconteceu você deverá
fazer ebó para que não venha a ter seqüelas de uma fratura de osso. Se este Odù estiver
negativo, a pessoa está contrariada no andamento de seus negócios.

Disse Òsun que ela já lhe tirou de problemas financeiros e ela lhe ajudará se você lhe fizer
oferendas. Você tem problemas com depressão e as vezes não da a devida importância ao
dom da vida, esquecendo que esse é o verdadeiro presente que Olódùmarè nos deu a
todos.

Este é um Odú de responsabilidades e de comando sobre os seres humanos, seja na


ciência, na política ou na economia, o qual se exige muita preparação para a pessoa em um
determinado momento de sua vida. Aqui as pessoas tendem a ter uma vida muito longa,
geralmente vivem mais de 80 anos. A pessoa deste Odù, no passado foi muito namorador,
você sem saber pode vir a namorar filhos ou filhas, deve tomar cuidado.

A pessoa já teve três relacionamentos ou três casamentos, a última é filha de Òsun, e está é
a que lhe convém e deve iniciá-la para o Òrìsà Òsun. Tenha cuidado com seu espírito
aventureiro e desafiador, para que não arrume nenhuma desavença, pois poderá correr
sangue.

Se a pessoa for iniciada dentro da religião, sempre que fizer ebó deverá também fazer em
sua mulher, para que assim possa estar bem e não tenha escassez de dinheiro.

A pessoa da cintura para baixo sente suas pernas moles ou dormentes. Você teve uma
discussão ou uma desavença com uma pessoa gorda, essa pessoa é filha de Olókun e lhe
rogou pragas. Você deve dar comida ao mar e a Olókun para que ele não permita que
essas pragas se realizem.

A pessoa for filha deste Odù Méjì ou algum de seus Omo, não deve deixar de fazer
oferendas à Olókun por mais de quatro anos, deve fazer todos os anos se possível.

149
Se a pessoa possui este Odù em seu Orí, respeite sempre o urubu, como qualquer ave que
coma carniça. Se você mora no interior, deve procurar criar um filhote de urubu e lhe dar
um nome que deve ser perguntado à Ifá. Esta ave se converterá em seu talismã.

Aqui existe a interdição de comer carne de veado pelos serviços que este presta à
Òrúnmìlà (as patas e os chifres do veado para atefá e para marcar os Odù no Òpon), para
trabalhar o positivo como o negativo dos Odù.

Para quem é filho deste Odù, Òsalá amaldiçoa o dinheiro por escravizar, destruir e
arruinar a sua obra na terra e para as pessoas que tem como hábito se utilizar desse poder
para comprar outras pessoas e ostentar poder que não é merecido, essas pessoas tendem a
se apossar do que não lhes pertencem, pois a natureza nos foi dada como presente por
nosso pai Òbàtàlá.

Apatakí

1- Se caem dezesseis búzios,


Ele levará dezesseis caramujos,
Uma galinha preta,
Um pombo preto,
E uma cabra preta.
Estes dezesseis caramujos,
Ele sacrificará à Òrìsà,
A cabra preta,
Ele sacrificará à Òrìsà,
A galinha preta e o pombo preto,
Ele sacrificará à Òrìsà.
Para que aquilo que ele veio seja bom,
Ele oferecerá trinta e dois mil búzios como sacrifício.
Destes trinta e dois mil búzios,
Aquele que jogou pegará doze mil búzios e dará ao seu mestre
Ele levará seis mil e dará à seu pai(Bàbálòrìsa), se for vivo,
levará quatro mil e seiscentos e dará à sua mãe, se for viva,
Ele levará ao seu irmão ou irmã mais velha dois mil e duzentos búzios,
Ele levará seis mil e seiscentos búzios para o pai que o gerou,
Se o pai não for mais vivo,
Deverá dar a quem estiver em seu lugar.
Ele não pode ter mais que seiscentos búzios, destes trinta e dois mil búzios.
Que é aquele que adivinhou para esta pessoa.
Uma roupa preta,
Uma roupa ligeiramente tingida,
E uma roupa branca,
É o sacrifício que esta pessoa vai oferecer,
Para que aquilo que se estragou,
Volte a ser bom.
Para que seja bom novamente.

150
Òrìsà é que permitirá que seja bom de novo,
Ele terá muito dendê,
Irá preparar comida e pô-la do lado de fora.
Tudo que está dentro do bode,
Ele vai cozinhar com egusi.
Não adicionará pimentas,
Não adicionará sal.
Ele o carregará para fora, na calada da noite,
e oferecerão para os anciãos.
E eles arrumarão as coisas.
Um rato gigante pertence aos anciãos,
Eles o cozinharão primeiro, no primeiro dia.
A pessoa para quem cai este Odù,
Levará os caramujos e os dará à Òrìsà,
E dará à sua própria divindade, galinha,
Por que seus olhos viram dezesseis búzios.

2 – Olófin cansado de tanto lamento e tanta injustiça de seus filhos na terra, magoado de
ver sua obra depredada, ordenou aos Jagun, Èsù, Ògún, Òsóòsì, Ikú, Bàbá Osún, como
Obalúayé que recolhessem todo o dinheiro da terra, tivesse a forma que fosse, e
segundo iam chegando os Jagun com o dinheiro recolhido por ordem de Òrìnsánlá
penduraram esse dinheiro nos galhos de um Arabá, ali colocou Èsù, o Jagun de sua
confiança para vigiar, assim como Ògún e Òsóòsì, os quais cumpriam corretamente o
que lhes foi determinado. Mas Bàbá tão atarefado, estava tentando voltar a por o
mundo em ordem, se esqueceu de mandar seu cozinheiro levar comida aos Jagun que
cuidavam do dinheiro. Então um de seus filhos que era muito ambicioso e adepto ao
poder foi ver Òrúnmìlà para saber como ele poderia voltar a ter um pouco de dinheiro
sem que Òrìnsánlá soubesse e sentisse sua falta.

Òrúnmìlà lhe recomendou que fizesse ebó com uma escada de dezesseis degrais, um
galo, milho, inhame, ekuté, ejá e muita bebida forte como gin. Depois de que tudo fosse
cozido, deveria colocar embaixo da árvore que estava o dinheiro, do lado em que nasce
o sol, quando o sol estivesse se ocultando, entraria por esse lado da árvore e observaria
que os guardiões que estariam com fome comeriam e beberiam do ebó.

Quando eles estivessem dormindo, ele deveria usar a escada para pegar uma das
sacolas cheias de dinheiro, mas Ogbèyonù não se satisfez em pegar somente uma sacola
para ele e com o facão cortou várias sacolas para levar de presente à sua família. Essas
bolsas caíram do alto e se rasgaram, e o dinheiro voltou a se espalhar por todo o
mundo, mesmo sendo amaldiçoado por Òrìnsánlá. Por isso que se diz: O dinheiro não
traz felicidade.

3 – Um pessoa que vivia do que caçava, quando começou a estação das secas foi até a
casa de Òrúnmìlà, este lhe deu duas galinhas d’angola para que se limpasse com elas,
dormisse em sua casa e no dia seguinte deveria soltá-la do telhado de sua casa, isso fez
com que sua sorte melhorasse em tudo que fazia.

151
4 - Uma vez a morte andava matando quem se encontrasse a caminho da casa de
Òrúnmìlà, porém ele havia feito ebó, sacrificou um agutan, a carne ele pregou na
esquina de sua casa com uma vara bem alta e uma cabra viva. Quando a morte chegou,
bateu em sua porta fingindo, Òrúnmìlà perguntou o que ela queria, a morte respondeu,
venho lhe matar, abra a porta, inesperadamente a morte investiu com os chifres do
agutan que ele havia sacrificado. Com essa ação inesperada, Òrúnmìlà escapou do
alfanje da morte por ter caído de suas mãos, dessa forma ele acabou com a valentia da
morte. A morte mandou que o cachorro mordesse Òrúnmìlà, e este mandou que a cabra
chifrasse a morte.
A morte deu risada de Òrúnmìlà, pensando que seu cachorro chegaria antes da cabra e
morderia Òrúnmìlà, porém, quando este passou pela esquina e viu a carne pendurada,
ficou pulando tentando agarrá-la e não viu passar a cabra por estar ocupado com a
carne, esta dirigindo-se onde se encontrava Ikú, pegou-o de costas e lhe chifrou nas
costa a altura dos rins, onde Ikú sentiu uma grande dor e teve que fugir. Dessa forma
Òrúnmìlà venceu Ikú por esse caminho.

5 – Certa vez Òrúnmìlà foi recolher ervas de Onibode (floresta), porém não pagou para
Òsanyìn o direito das ervas que ele necessitava, portanto Òsanyìn não lhe advertiu
sobre as arapucas que os Jagun colocavam na floresta. Então Òrúnmìlà se descuidou e
caiu em um buraco, nesse buraco tinha uma rede coberta por folhas secas. Caindo nesse
buraco e impedido de sair começou a cantar sasanhas para Òsanyìn, o mesmo se
compadeceu encaminhou por meio de magias três lindas mulheres que recolhiam
folhas medicinais e haviam pago seus direitos, estas escutaram as sasanhas que
Òrúnmìlà estava cantando, seguiram o som até chegar ao buraco onde se encontrava
Òrúnmìlà. Este pediu que lhe tirassem da situação que se encontrava, pois ele era o
grande Òrúnmìlà e um dia elas poderia precisar dele. As mulheres conferenciaram
entre si e concordaram em auxiliar Òrúnmìlà, se este as ajudasse a engravidar, então
despindo-se de suas mantas, amarraram umas nas outras para fazer uma corda, desta
forma tiraram Òrúnmìlà de dentro do buraco.

Òrúnmìlà encantado pela nudez daquelas três lindas mulheres, lhe deu um pó para que
bebessem, as três adormeceram e quando acordaram, cada uma estava deitada em cima
de sua manta, mais o grande adivinho havia ido embora. Essas mulheres engravidaram
e ensinaram a seus filhos as cantigas de sasanha, que escutaram Òrúnmìlà cantando.
Uma dessas mulheres teve uma menina, a qual gostava de passear de bote no rio, mais
um dia uma enxurrada muito forte a arrastou por dias para outra terra e outra nação,
donde ali se costumava oferecer donzelas ao rio todos os anos, para que este não
inundasse as plantações.

Então viram essa linda jovem chegando de bote, a aprisionaram e levaram ao rei, o qual
chorando desconsolado, por ter que oferecer sua filha ao rio, ao chegara prisioneira,
disse que ela deveria ser sacrificada, pois ela chegou pelo rio e ele a havia trazido para
sacrifico. Então chamaram o sacerdote que era Òrúnmìlà, que ao chegar palácio, ouviu a
jovem cantar as sasanhas que ele sempre cantava quando recolhia folhas. Curioso foi
ver a jovem e lhe perguntou que era ela, ela respondeu que era filha de Òsun e se
chamava poroye, Òrúnmìlà lembrando-se de quem lhe havia salvo sua vida e que essa
com certeza seria sua filha, disse ao rei que o Odù de Ìrètè Mèjí dizia que não se

152
sacrificaria mais seres humanos ao rio e sim cabras ou carneiros, pois dessa forma iria
salvar sua filha, a filha do rei e de todos que habitavam a terra.

Ebó do Odù Ìrètè Méjì

Ebó do Odù Ìrètè Méjì

3 akuko
3 eleye
3 adié (1 funfun, 1 dudu, carijó)
1 isú
1 ekú
1 ejá
1 ekó

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Ebó do Odù Ìrètè Méjì

1 perna de veado
3 eleye
1 pedaço de corda
3 panos (perguntar a cor)

Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

Ebó do Odù Ìrètè Méjì

Eran
Ekó
Otí
Ejá
Areia (perguntar se é de praia ou de rio, esta areia deve ser pisada pela pessoa)

Obs. Este ebó deve ser feito a noite.


Perguntar à Òrúnmìlà quem vai receber o ebó e onde pode ser entregue e depois de
quantos dias.

153
Como assentar o Èsù do Odù de Ìrètè Méjì

Èsù Malé

Esse Èsù leva terra da raiz das sete árvores sagradas.


Orí de aves e abukó que foi ofertado à Òsalá ou Òrúnmìlà
Areia de rio
Areia de praia
32 búzios
16 Ikín
16 moedas de prata
16 Idé (quatro de cada metal)
16 otá (de cores diferentes)
1 abukó ou agutan (malhado em três cores)
1 ekódíde
1 Leke com oito contas de cada Òrìsà

Fazer um boneco do tronco de um Arabá, colocar dentro de uma cabaça, colocar ali um
Yangí, rezar este Odù, colocar èfun, wají, òsun, yerosun, carvão vegetal, uma faca com o
cabo de prata.

Ebó do Ègún de Ìrètè Méjì

Omo Ewi Esa

1 cabaça
1 akasá
150 moedas
150 caroços de milho
150 caroços de feijão fradinho
1 kg de arroz cru

Procedimento: Colocar tudo na cabaça, levar a pessoa em um campo, andar 150


passos sacudindo a cabaça misturando tudo lá dentro fazendo seus pedidos. Após tudo
isto, arriar calmamente a cabaça no chão, destampe-a e acenda uma vela e deixe lá no
tempo.

154
Fim da aula de Ìrètè Méjì

15 – Odù de Òsé Mèjí

+ +

5 I I 5 5 I I 5
II II 0 0
I I I I
II II 0 0

Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odú pertencente a mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odú (Egún) Omo Sere

Oríkì

1 - Òsé aladasé onibarabaniregun, ifá moloku tiane, sensé moloku adifafun Òsun.

2 - Kulu kuluse Òsé munuku munuku Bàbá akantapo nibate unlo sile
Yama adere eri ere omo aroko omo inlé nibate ataba unsodere adifafun ayarori
godoento unlo sile.
Oni obini Òrúnmìlà ebikan lonlo sire olosile iwa bobo eure ase obini orula esuba tani
ekuba lola
Omode kofa esubi leno afofo iguabo orobo .

3 - Bàbá eyi Òsé Méjì kulu kulusu oyo timbalukuse apose muluku muluku adifafun
akantapo
Timbubo yamaguo acantapo eduneni ire defuguo .

Orín – Òsé Méjì (Encantamento)

Ibaye dewa koide abayé dewa koidé

R: boboye imáwo, ibaye dewa kodidé (repetir 5 vezes)

155
Esé (Ditados)

1 - A agulha é que leva a linha .

2 - O elefante não se encosta pra dormir, em uma árvore podre .

3 - O mel nunca ficara amargo .

4 - Tudo que se quebra primeiro se dobra .

Observações do Odù - Segredos

Este é um odú masculino, filho de atié e athie.


Seu nome em yorubá (Òsé), evoca a idéia de quebrar, partir, separar violentamente.
O signo possui na verdade o poder de dobrar o objetivo antes de parti-lo em dois, por
este motivo está representando esotéricamente por uma lua crescente com as pontas
viradas para baixo.
Comanda tudo o que é quebradiço, quebrado, decomposto, mal cheiroso, putrefato.
Como a comida estragada e tudo o que se encontra em processo de decomposição.

Representa a metade do mundo correspondente ao oriente.

As articulações e juntas são provenientes dele e diversas doenças como os abcessos e a


varíola são de sua regência.

Os nagô também o chamam para melhor eufonia, de oji Òsé.


Òsé Méjì teria cometido incesto com sua mãe e por este motivo foi expulso para outra
terra.
Para os fon (jêje), Òsé Méjì é a própria representação de sakpata, a varíola e está ligado
de forma muito intima às kenesi.

Aqui nasceu o habito de grelhar os alimentos.


Nasceram as árvores, as presas dos elefantes e a galinha d`angola.

Este odú está em guerra constante com seu irmão Ìrètè Méjì, por este motivo sempre
que surgem juntos, seja qual for a posição que ocupem na figura formada o nome do
omo odú resultante deste encontro não deve ser pronunciado dado a enorme carga de
negatividade da qual é portador. Em seus sacrifícios exige sempre 16 unidades de cada
coisa a ser ofertada.

Ao contrário do que se afirma, os filhos deste odú não tem cargo sacerdotal dentro do
culto dos Òrìsà.

156
Òsé Méjì exige que seus filhos cuidem dos Òrisà , mas somente dos seus Òrìsà.
Prenuncia perdas de todos os tipos e em todos os setores da vida.
Apesar de ser portador de muita negatividade pode trazer riqueza e longevidade.
Proíbe aos seus filhos comerem qualquer tipo de alimento grelhado ou tostado, carne de
perdiz, galinha d`angola, galo e obí de mais de dois gomos, somente podem comer o obí
de dois gomos que não pode ser aberto com as mãos nem serve para os procedimentos
ritualísticos.
Não podem tocar em madeira apodrecida, cnão podem carregar feixes de lenha sobre a
cabeça nem usar roupas de três cores ou mais.
Tem que ter muito cuidado para não sofrerem acidentes dentro de suas próprias casas.

A discrição é a sua grande arma. Aqui nasceram também os ovos, o firmamento e a


prata.
As folhas destes odù são o afoman e as folhas do inhame.
Foi neste caminho que se jogou pela primeira vez o Òpèlè sobre a esteira, ensina que
quem se consulta com o Òpèlè deve pagar por isto.
Este odù criou os ungüentos e os perfumes.
Seus companheiros constantes são o pranto, a tristeza, o sangue e o trabalho, por isto
sempre fala sobre eles.
Os filhos deste odù não são compreendidos pelas demais pessoas, só eles sabem aquilo
que realmente querem.
Devem cuidar muito bem do seu sangue, pois tem uma tendência muito natural de
adquirirem enfermidades no mesmo.
São espiritualizados e excelentes adivinhos, possuem um Egún que lhe fala o que
precisam saber, mas sua maior força está em Òrúnmìlà e Òsun.

São curiosos e gostam de se meter onde não é de sua conta, por este motivo são
propensos a terem problemas com a justiça, ocasionando sofrimento para eles mesmos,
já com outros podem ser adivinhos de nascimento, seus olhos conseguem ver muito
além dos outros. Aqui nasceu a cleptomania.

São desconfiados e dificilmente alguém consegue enganá-los.


Normalmente sofrem do coração, do sangue, das pernas, do estômago e sendo mulher
costuma ter dores da barriga.
Aqui nasceram os ossários, por isto este odù preside as exumações .
As mulheres deste odù possuem uma dotação especial para a adivinhação através das
cartas.
Quando era pequenino, Òsé Mèjí foi abandonado nas margens de um rio e ficou ali por
muito tempo andando de um lado para o outro até encontrar alguém que lhe desse
abrigo.
As pessoas deste signo são repudiadas pela própria família que não lhe tem a mínima
consideração nem o menor reconhecimento.
Podem ser traídas pelos melhores amigos.
São filhos de Òsun ou Obalúàiyé.
Foi neste odù que se jogou búzios pela primeira vez.
Assinala feitiçaria, amarrações, briga em família e separação de irmãos.
Se for homem tem que fazer ifá, se for mulher tem que fazer o santo.

157
Os homens têm que tratar muito bem as mulheres e ter muito cuidado com o que lhes
dizem para não serem mal interpretados.
Devem ouvir e seguir os conselhos de suas mulheres e jamais forçá-las a fazer sexo.

As mulheres não podem viver cortando os cabelos.


Proíbe seus filhos de colocar cabaça para Oya.

Assinala estado de loucura transitória.


A pessoa tem a proteção de Sàngó e deve usar roupas vermelhas.
Não pode fazer promessas a Obalúayé.
A mulher não consegue manter nenhum homem em sua companhia porque eles não
conseguem compreendê-la.
Vive apaixonada por si mesma e só será feliz na companhia de um Bàbálàwo.

Disse ifá, que a pessoa é perseguida por Òsun.


Seu inimigo come na sua casa e pode ser traído pela pessoa em quem mais confia.
Dê um colar e uma pulseira para sua mulher.
Compre cinco perfumes diferentes, deixe-os diante de Òsun e use-os alternadamente
somente nos lenços.

Tem a proteção de Olófin e de Odùduà.


Existe rancor relacionado a um problema que já acabou.

Mande rezar missa para um parente que já está morto e trate de despachar um Egún
obscuro que a acompanha.

Existe alguém tentando fazer-lhe mal.


A pessoa não gosta de perder mas o odù ensina que as vezes perdendo se sai ganhando.
Uma mulher grávida que mora ou visita a casa da pessoa precisa fazer ebo para não ter
problemas na hora do parto.
Deve cultuar Elegbára e se não tem deve tratar de assentá-la .

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òbàtàlá, Odùduà, Òrúnmìlà, Òsun, Yemoja, Oba,
Yewá, Èrinlè, Sàpàtá, Èsù e Egún.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Òsé Méjì são: Oripepe, pimenta de guiné, onze horas, flor de água, Ojúoro,
algodoeiro, dendezeiro, limo, folha de laranja lima, folha de laranja, flor de seda, alface,
erva menina, erva de santa maria, folha de girasol, anis, alfavaquinha roxa.
Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

158
Disse Ifá que a pessoa que está se consultando teve muita sorte, porém está perdendo o
que já possue, mas deve dar comida ou assentar Òsun porque ela pode estar com fome ou
estar descontente com essa pessoa. Disse Òsun que os melhores conselhos são as penúrias
da vida, pois sua sorte como a sua desgraça está em sua língua.
Disse Ifá que está pessoa é muito volúvel, pois hora está dando risada e outra hora está
chorando.

Esta pessoa já fez vários ebo e não deram resultado e ela está pensando que foi enganada e
não é isso que está acontecendo, deverá encontrar o sacerdote certo para resolver seus
problemas. Pois tudo que lhe aconteceu estava em seu destino.

Disse Òsun que ela vai resolver os seus problemas mais devem lhe oferecer um abuko
para que ela coma junto com Ògún, pois você está desejando algo que poderá conseguir
somente através de Òsun e Ògún.

Disse Ifá que deverá limpar a casa com água de bica, 5 claras de ovo e mel de abelhas e
depois defumá-la.

Disse Òsun que essa pessoa é muito namoradeira e já adquiriu uma doença venérea e caso
não se cuide poderá adquirir uma doença no sangue.

Disse Ifá que deve atender seus ancestrais, existe um Ègùn que lhe dá vidência através das
cartas. Nem o homem ou a mulher devem permitir que se faça aborto, pois na barriga
desse a mulher ou através do esperma do homem, a sua família pode voltar a renascer,
caso pensem em fazer o aborto, Òbàtàlá poderá lhes castigar.

Disse Ifá que essa criança lhe trará felicidades. A pessoa filha deste Odù é propensa a criar
pus em seu corpo.
Disse Ifá que esta pessoa revela facilmente seus segredos e os seus inimigos têm o
domínio. Tenha cuidado em festas que tem comida e bebida para que não lhe façam um
feitiço.

Deverá prestar muita atenção em seus sonhos, jogue os números que por ventura sonhar
em jogos de azar, pois poderão lhe trazer sorte.

Não deve sentir inveja de modo algum das demais pessoas, nem pelas pessoas de sua
própria família, pois se escutar os conselhos de Òsun, receberá tudo aquilo que merecer.

Você deverá usar sempre uma fita amarela ou uma roupa amarela para ser reconhecida
por Òsun. Não poderá comer as comidas que são ewo (kizilas), que são ovo, abóbora,
sangue de nenhum animal e alimentos já passados, pois poderão lhe dar cólicas muito
fortes. Não deverá comer miúdos para que não fique com câimbras. Deve usar uma pedra
de topázio para lhe trazer sorte assim como utilizar metais puros como ouro e prata, nunca
folheados.

159
Você deverá assentar um Egún que vem nos caminhos ciganos. Segundo o Orí Ato desta
pessoa pode ser que seja Èrinlé ou Lògun Ède, isto será detectado através de Ifá pelo
sacerdote.

Disse Ifá que você tem um segredo que deverá continuar guardando para que não o
descubram. Deverá ter cuidado para que não lhe acusem de ter roubado algo.

A pessoa deste Odù gosta de receber presentes, então deverá presentear seus entes
queridos da mesma forma como também não deverá esquecer Òsun ou o òrìsà fêmea que
também fala neste Odù e presenteá-las com panos e flores.

Disse Ifá que se o Odù estiver negativo, consulente se for homem poderá ter problemas de
impotência e se for mulher poderá ter problemas com frigidez. Ifá recomenda que o
Bàbálòrìsà monte um patuá para esta pessoa no cabo de um obe e que o mesmo fique
pendurado atrás da porta ou enterrado na entrada da casa, o obe deverá ser enrolado em
linha amarela e vermelha.

Se a pessoa for iniciada em òrìsà e vier esse Odù em Èsù só pode ser ekedi ou jibonan se
for mulher, porém para ter um cargo maior dentro do ase terá que ser iniciada em Ifá para
chegar a ser Ìyálàse ou uma Apetebì. Caso seja um homem iniciado em òrìsà, poderá ser
um Àlápinì ou deve se iniciar em Ifá para ser um sacerdote, pois a pessoa que tem o Odù
de Òsé Mèjí em Èsù não pode jogar búzios para o mundo. Essa pessoa se iniciando em Ifá
recebera um outro Odù e desta forma poderá consultar através do Òpèlè.

Apatakí

1- Òrúnmìlà não cuidava dos òrìsà, andava de um lugar para outro, Èsù que era
lutador de capoeira lhe convidou para fazer apresentações em uma praça e assim os dois
ganhariam dinheiro para que dividissem entre eles. Ficaram muito bons na arte da luta.
Em certa ocasião chegaram a um povoado para fazer sua apresentação e Èsù foi desafiado
pelo príncipe daquele lugar, Èsù aceitou o desafio e lutou com o príncipe e lhe derrotou,
porém, como o príncipe havia comido muito milho suas tripas enrolaram durante a luta e
se pôs a gritar de dor, Èsù lhe aconselhou a fazer um jogo de Ifá com seu amigo Òrúnmìlà,
o mesmo lhe disse que o príncipe deveria fazer uma oferenda com comida para todos os
òrìsà, pois dessa forma seus problemas iriam terminar e estaria curado, caso contrário, sua
morte seria iminente.

Desta forma Òrúnmìlà pôde cumprir com os òrìsà que durante muito tempo não cuidava e
assim abriu seus caminhos.

2- Havia um rico que possuía muitas terras e precisando de mão de obra comprou um
escravo sem saber que este escravo se tratava de um Bàbálàwó. Passados alguns dias o
senhor foi verificar como estavam suas plantações, sua surpresa foi grande, quando
chegou e encontrou seu escravo embaixo de uma árvore sentado em uma esteira
brincando com algumas nozes sem perguntar o que ele fazia e com raiva lhe bateu

160
dizendo que como havendo tanto trabalho a fazer ele perdia seu tempo brincando com
aquelas sementes. Então o escravo lhe respondeu: “Meu senhor, isso não é um jogo, são os
Ikin de Ifá e através deles é visto que você tem três mulheres grávidas, das quais duas irão
dar a luz a meninas e uma irá dar a luz a um menino que será o seu herdeiro, porém se
não fizer ebo as três irão falecer no parto”.
O patrão ficou abismado, pois o escravo não sabia nada de sua vida e lhe levou para seu
palácio, onde fez os ebo para as suas esposas e estas deram a luz a seus filhos sem
problema algum. Dessa forma o deixaram como adivinho no palácio mudando sua sorte e
consequentemente sua felicidade. Aqui nasceu o ditado (Eses deste Odù), onde se fala que
na vida deve-se perder primeiro para depois ganhar e assim cantou o novo Orìn.

Kulu kuluse Òsé muluku muluku lodifafun kantaponibati unlo sile


Jama odere orunre omo roko eran nibati ataba awo lode lodafun
Ajo jigodo buton losile jalorde obini Òrúnmìlà Èsùba tani Èsùba
Lola ire owo ire omo ire ariku babawa.

Ebó do Odù de Òsé Méjì

Ebó do Odù de Òsé Méjì

2 peixes frescos
5 metros de morin amarelo
5 garrafas de mel de abelhas
1 Etu
5 Idé
1 eku
1 peixe defumado
5 èkodìdé

Perguntar qual òrìsà irá receber o ebo e onde deverá ser entregue.

Ebó do Odù de Òsé Méjì

5 lenços
5 olelé
5 garrafas de mel de abelhas
5 cocos

161
2 galinhas amarelas
Morin amarelo
Areia de rio ou de praia (deve-se perguntar)
1 pombo branco
Água de rio
1 arapuca pequena

Perguntar qual òrìsà irá receber o ebo e onde deverá ser entregue.

Ebó do Odù de Òsé Méjì

2 galinhas amarelas
5 bolas de farinha de milho torrada com mel de abelhas ou melado de cana (caso seja
Òsóòsì ou Yemoja)
5 olelé

Perguntar qual òrìsà irá receber o ebo e onde deverá ser entregue.

Como assentar o Èsù de Òsé Méjì

Èsù Ajatorinijo

É montado com um ota de Òsun com o consentimento dela. Este Èsù foi quem ensinou à
Òsanyìn os caminhos dentro das matas.

Laterita
1 coco
5 agulhas
5 obí
5 orogbo
3 qualidades de peixe de rio
Lama de rio
Areia de rio
As folhas kinadas do Odù
1 ori eku
1 ori etu
5 pitú (camarão de rio)
5 moedas de diferentes metais
Olhos eorelhas confeccionados com semente de ikin e búzios
1 èkodìdé
1 obe
5 ide de bronze pequenos

162
Mistura-se tudo dentro de uma panela de barro, modela-se o vulto do Èsù, coloca-se
formando os olhos sementes de Ikin e a boca e ouvidos búzios.

Èsù Alaroie Kio

Laterita
Areia de rio
Osun
Waji
Efun
Yerosun
1 obí
2 orogbo
Argila
1 ferradura
Areia de praia
5 moedas de bronze
Terra de rodamoinho
5 Atare
5 pedaços de coco
1 alguidar nº 3
Pó de ouro
Pó de prata
Terra de formigueiro
Sementes de ase do òrìsà Òsun
Lelecun
Bejerecun
Folhas do Odù
1 èkodìdé
1 carranca feita com pau de canela ou laranjeira

Mistura-se tudo, modela-se no alguidar abaixo da carranca, deve-se acrescentar o odù de


Òsé Mèjí rezado com yerosun no Òpon Ifá.

Ebó do Egún de Òsé Méjì

Omo Sere

Areia do rio
5 cocos verdes
5 akasás

163
5 ovos
5 velas
moedas
5 moringuinhas
5 orobôs
1 pedaço de gengibre
1 pedaço de rapadura
vinho moscatel

Procedimento: Fazer um quadrado com a areia, arriar os cocos abertos da casca, arriar
tudo fazendo uma espécie de mesa, fazer uma mistura do gengibre ralado, rapadura
ralada e vinho em uma vasilha à parte, encher as moringuinhas, em cada uma colocar
um orobô fazendo um pedido. Arriar isto no pé de uma jaqueira bem frondosa.

Fim da aula de Òsé Méjì

16 – Odù de Òfùn Méjì

+ +

10 II II 10 10 0 0 10
I I I I
II II 0 0
I I I I

164
Simbologia de Ikín Simbologia de Opele Ifá

Obá Odú pertencente à mão esquerda (no jogo de dilogun).

Ancestral deste Odú (Egún) Omo Asen Òfún

Oríkì

1- Mikan Fu Méjì Hekpa!


Ku kpodo ku vi le kpa,
Gbe kpodo Gbe vi li kpo,
Azon kpodo Azon vi le kpan,
Guda Fligbe, wa yi sa nu mi!
Klan Sa, magba hwe do ta nu mio!
Di Fun, Ku hun Ku kon,
Sé Tura do le do,
Le gbogbo do,
Kpoli agban no je agban ton gudo bo
Je agban ton nukon!
Dunon Dunon emi yro le leó,
Emi hwele e si ye!

Tradução:

Saudações a Òfùn Méjì, Hekpa !


Morte e filhos da morte,
Vida e filhos da Vida,
Doença e filhos da Doença,
Ògùndá Gbe, venha trazer àse ao meu sacrifício!
Òkànràn Sá, que nunca falte um teto sobre minha cabeça!
Òdí Fùn, se a morte me perseguir, rechasse-a!
Òsé Túrá, isto é para você e também para Ile, a Terra, não importando a
quem esteja endereçado sobre a Terra!
Signo a quem pertença este sacrifício, que possas demorar-te adiante e atrás dele.
Odù, Odù que eu invoquei, eu lhe ofereço água.
2- Òfùn Méjì Olowo, Òfún Méjì Olowo, Òfún Méjì Olowo, leemeta.
Mo be yin, ki e fun mi l owo ati ohun rere gbogbo.
Eyin li e nfun Alara lowo ki e fun emi, naa l owo ati ohun rere gbogbo.
Eyin li e nfun Ajero l owo, ki e fun emi naa l owo ati ohun rere gbogbo.
Eyin le e nfun Òrangún Ilé – Ila l’owo, ki e masai fun emi naa l’owo ati ohun rere
gbogbo ati beebee titi lo.
Òfùn Méjì Olowo.
Ase

3 – Òrangún meje Òrúnmìlà adifa joko loda fun Òbàtàlá

165
Kwa Sàngó sa Òbàtàlá dide ebikan lolo Ògún sure
Sàngó sure ojure Òbàtàlá iwa omó iwa osa omó iwa osa omo
Òbàtàlá àse Òbàtàlá àse oluwo sorere Sàngó,
Ògún gwali gwaju eniti kuitikola Olódùnmàré.

4 – Bàbá ejegun sigun jekua Bàbá Òrangún Kawo Kábíysílé


Ení Bàbá ala Bàbálàsè Bàbá Omó Olórun animu aun niku
Loda fun obi afantise omó iku ebo tete eleye méjì ekódíde
Atana obí, eku, ejá, epo abeta owo.

Orín – Òfùn Méjì (Encantamento)

Bàbá Òràngún iwa ni ko mio


Oro gúngun iwa ni ko mio
Bàbá Òràngún iwa ni ko mio
Oro gúngun iwa ni ko mio
Jée wara, wara Òrúnmìlà ejó,
Òrúnmìlà were ejó,
Òrúnmìlà weile, ejó Òrúnmìlà weile.

Esé (Ditados)

1 – Amarmos uns aos outros, pois todos, temos ossos brancos;

2 – Um homem com inteligência salva o mundo;

3 – Nasce a paixão da ajuda dos ricos aos pobres;

4 – O homem que sabe e sabe que tem sabedoria, mas não faz alarde de sua sabedoria, é
um verdadeiro sábio;

5 – Nasceu o auto didata.

6 – Se não se pode abençoar, não amaldiçoe.


Observaçõe do Odù – Segredos

Òfùn é o Odù de maior importância dentro do sistema de Ifá, representa um mistério


tão grande que, quando surge, os Bàbálàwó costumam reverenciá-lo bradando: Hekpa
Babá ! Babá significando "Pai" e Hekpa, representando uma expressão de pavor e de
respeito diante da grande energia e do enorme poder inerente a este Odù.

Este Odù, quando sai em uma consulta, o Bàbálàwó, Oluwo, Bàbálòrìsà ou Ìyálòrìsá
deve pegar uma bucha natural com água e jogar para o alto para que caia em forma de
chuva e fazer um sara ekó com mel e molhar os búzios ou o opele (no caso de ser um
Bàbálàwó).

166
Em Ifa é conhecido entre os Fon (jéjé) como “Tu Méjì”, " Òfùn Méjì " ou "Òfù Méjì". Os
nagô o chamam também, de " Òfùn Méjì ", "Làgun Méjì" (Làgun significando mistério),
"Ologbo" (misterioso e maléfico por haver cometido um incesto - Lo), "Oji Ofu" por
eufonia, "Hekpa" ou "Baba Hekpa" por eufemia (reza, prece).

Em yoruba “Fun” significa doar, dar, "funfun" significa branco e este Odù representa
esta cor, enquanto que "Ofu" significa perda, prejuízo. A palavra "fu" transmite a ideia
de limpar soprando, como quando se assopra um objeto ou superfície qualquer para
retirar a poeira ali depositada.

Suas atribuições são tantas que é impossível enumerá-las. Tem poder sobre a vida e a
morte e, dominando a morte conhece o segredo da ressurreição.

Òfùn é pai de Ogbè que liberou após criar o ar da vida e mãe dos demais Odù, dos
quais Ogbè é o pai. É, pelo que se vê, o único Odù que apresenta características
hermafroditas, difere difere dos demais, cujos gêneros são perfeitamente definidos.

Neste aspecto podemos afirmar que Òfùn representa os princípios masculino e


feminino da criação assim como tudo aquilo que opondo-se ou complementando-se
possibilitam a manifestação plena da vida em todos os seus aspectos:
positivo/negativo, ação/repouso, luz/trevas, preto/branco, macho/fêmea, etc...

É o universo manifestado e imanifestado e desta forma, tudo o que existe está sob seu
comando.

Òfùn Méjì representa a Grande Mãe e o princípio maternal. Sendo a mãe de todos os
Odù, o é também de toda a criação, não tendo domínio somente sobre o ar, que após
haver criado, liberou Èjíogbè que passou a dominá-lo.

Depois de Èjíogbè, Òfùn Méjì engendrou os demais Odù, possuindo assim o mundo,
onde cada Odù criou e simboliza uma parte, sempre sob as ordens e leis estabelecidas
por Òfùn.

Um ovo, dentro do qual inscreve-se, à direita, doze pontos superpostos em pares e, à


esquerda, quatro traços verticais, também superpostos.

Os traços representam os quatro primeiros Odù-lfá: Ogbè (Vida); Òyèkú (Morte); Òdí
(Universo Revelado) e Ìwòri (O Ignoto).

Esta representação busca dar uma ideia aproximada da importância de Òfùn, aqui
representado pelo Ovo, dentro do qual estão contidos todos os demais Odù, inclusive
ele próprio.

Òfùn é portanto, a representação de tudo o que existe ou possa existir, o mundo


manifestado e o imanifestado, todos os planos de existência e segredos que são de
domínio da Divindade Suprema e que os iniciados de mais alto grau pretendem apenas
vislumbrar de forma confusa.

167
Este Odù rege homens e mulheres indiscriminadamente, é um signo ligada às Kenesi e
as aves ligadas à feitiçaria são provenientes dele.
Òfùn reclama, em seus sacrifícios, tudo em número de dezesseis.

Comanda, juntamente com Òsá e Ìròsùn, as regras femininas. Este Odù é tão perigoso
que a maioria dos adivinhos omitem seu nome diante de profanos preferindo dizer
"Hekpa Baba" (Baba significa papai e hekpa é uma exclamação que exprime pavor).
Sempre que um adivinho encontra este signo costuma dizer: Ló ou Eró, palavras que
transmitem, ao mesmo tempo, a ideia de proibição, pecado e mistério: em seguida sopra
três vezes sobre as palmas de suas mãos, como se elas contivessem um pó.

Talvez por isto sempre que este Odù aparece numa consulta, deve-se bater a mão
espalmada subre o ventre e em seguida, estendendo-a, soprar sobre sua palma, como se
estivesse coberta de pó, exclamando: "Hekpa Babá'" !

Alguns iniciados afirmam que este procedimento visa afastar a grande negatividade
que acompanha este Odù, e que se manifesta, principalmente, em doenças que se
concentram na cavidade abdominal, para nós, no entanto, o procedimento
acima descrito visa, principalmente, espalhar, através do sopro, a energia de vida
existente em Òfùn.

Òfùn garante a seus filhos, vida longa e conquistas obtidas somente depois de uma
certa idade quando atingem um estágio mais elevado de espiritualidade e de
compreensão diante dos mistérios da vida.

Todas as pessoas independente do Odù que possuam, quando atingem com vida uma
idade muito avançada, passam a pertencer a Òfùn Méjì.

Proibe seus filhos de soprarem sobre fogo ou brasas, quer seja para apagá-los quer seja
para ativá-los.
Ensinou aos homens o segredo e o manejo dos ikin para se encontrar os Odù Ifá.
As pessoas deste signo devem vestir-se exclusivamente de branco, não podem andar
sujas nem frequentar lugares sujos.

Assinala o poder de Olófin sobre a terra.

Faz com que os frutos e as sementes ácidas sobre a terra germinem e se reproduzam.
Aqui nasceu o costume de se fazer juramentos às pessoas na hora da morte e a punição
para quem não os cumpre.

Quando sai para uma pessoa enferma, determina que não morrerá, mas que alguém,
inesperadamente, irá em seu lugar.

Tem o poder de ressuscitar os mortos.


As pessoas deste Odù, por ódio ou revolta, lançam feitiços em sua própria família.
Assinala fenômenos, bruxarias, maldições, aquisições, riqueza, força na palavra,
morte ou vida longa.

168
É caminho de Òrúnmìlà, Oya e principalmente de todos os Òrìsà Funfun. Há quem
afirme que Olórun se comunica com os homens através deste Odù.

Os filhos deste signo têm o poder de falar diretamente com a morte e exercerem
controle sobre ela.
São bons conselheiros, caprichosos, intransigentes, implicantes e quando apelam para a
violência podem perder o controle e praticar atos que os levem a caminhos irreversíveis
de sofrimento e dor.

Quando vivenciam o Ire do Odù, são predestinados a viverem até a idade muito
avançada, conhecendo a fartura, o sucesso, a fama e a riqueza depois da meia idade.
Para eles não existe o impossível.

Não podem possuir garrafas ou potes destampados em suas casas e uma das suas
principais interdições são as bebidas alcoólicas, principalmente o emú e bebidas
fermentadas.

Têm tendências a sofrerem do coração e sentirem falta de ar.

Costumam criar grandes problemas quando as coisas não transcorrem de acordo com
sua vontade, por acharem que tudo tem que ser feito do seu jeito.

Não costumam deixar-se levar por sentimentalismo, preferindo antes agir com a razão,
pouco lhes importando o que os outros sintam ou deixem de sentir.

Possuem grande mediunidade e, quando a utilizam corretamente, conversam com os


mortos, obtendo deles respostas para tudo o que querem saber.

Quando este Odù surge em Ipolé e vem seguido do Odù do Awo, não se pode fazer
nada pela pessoa que se consulta, muito menos fazer-lhe Ifá, pois Òrúnmìlà está
avisando que esta pessoa será a destruição do Awo.

Aqui nasceu o fundamento pelo qual o Bàbálàwó não pode guardar o dinheiro ganho
em suas atividades ligadas a Ifá, tampouco pode deixá-lo de herança para seus filhos,
devendo gastá-lo e usufruir dele da maneira que melhor lhe convier.

Quando assinala problemas de justiça para uma mulher, faz-se ebó com espigas de
milho e três lenços brancos que, depois de sete dias, são amarrados à sua cabeça.
Quando surge em atefá, tem que se pegar as duas mãos de Ifá, reunir o padrinho, o
Ojugbona, o Awo e alguns Awos de total confiança e sacrificar-se duas galinhas, uma
para cada mão.

Antes disto, bate-se muito amalá ilá, espalha-se no chão do Igbodun Ifá, coloca-se uma
corrente na porta para que o Awo tropece nela e caia, em seguida dá-se-lhe uma surra
com varas de álamo.

169
Quando surge este Odù numa consulta para si próprio, o Awo tem que pegar uma cabaça
com água, desmanchar um ekó ewé dundun, ewé tété, orí da costa, colocar o opele dentro,
e todas as pessoas presentes devem tomar um pouco daquele omieró.

Pacto com Ikú em Òfùn Méjì

Talha-se um boneco de madeira, coloca-se sobre um pano branco junto com dezesseis
moedas e limalha de todos os metais, reza-se Òfún Mèjí, sacrifica-se duas frangas,
passa-se no corpo da pessoa e se enterra no cemitério.

Outra fórmula é descrita da seguinte forma:

Talha-se um boneco na madeira de algarrobo, junta-se dezesseis moedas, limalha de


diversos metais. Limpa-se a pessoa com duas frangas, sacrifica-se uma sobre o boneco,
embrulha-se no pano branco e manda-se enterrar no cemitério. Com a outra franga faz-
se sacudimento na pessoa e sacrifica-se para Elégbára. O boneco fica junto do Egún da
casa.

Prece de Òfùn Mèjí (yoruba):

Òrúnmìlà odye mondoye odimala mondimala inomioytí


Bimàlà nakade awontanimon awondadewe tedimolé
Awo n’lale awo ti n'fo wo kansnsu dagba omosoko
Alaba ti n'belode Ifé awonimon odoyeee mondoye
Odimanlan mondilmanlan Òrúnmìlà oní n’mo olo jagba awa
Do pitan majeta kokpawa Ifá dopitan majetan kokpawa.
(Tradução desconhecida).

Òrìsà que falam neste Odù

Os Òrìsà que falam neste Odù são: Òrìsanlá e os quatrocentos Òbàtàlá, Ìyá Odù e os
duzentos imale da esquerda, Anan e Bokun, Òrànfé, Òràngún, Òránmíyàn, Jakutá,
Agana Olókun, Olósa, Òsun, Oba, Yewá, Òbalúayé, Òsùmàrè, Intilé, Ajaka, Ògún, Èsù e
Egún.

Ervas deste Odù - Para Omieró (Banhos para proteção da pessoa e iniciação e
montagem de Igbá)

As ervas de Òfùn Méjì são: Ewé ewúro (Folha de Vernonia amigdalina, Compositae
(aluman)), ewé taba gbígbe (Folha seca de Nicotiana tabacum, Solanaceae (fumo)), ewé
òjáfèrè (Folha de sherbournia milleni, Rubiaceae), egbo èwùrà (raiz de andropogon
tectorum, Gramineae), egbo ìjòkùn (raiz de mucuna poggei, Leguminosae
Papilionoideae) e èèrù (Xylopia aethiopica, Annonaceae (pimenta-da-guiné)).

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Ìtòn – Tradução dos versos de Ifá

Disse Ifá que o seu anjo da guarda está querendo alguma oferenda, pois seu
temperamento e sua forma de ser fazem que ele não descanse, e sempre esteja
intercedendo por você. Dê-lhe de comer ou se tem obrigações atrasadas, deverá colocá-las
em dia, pois seu Òrìsà quer lhe trazer uma boa sorte, essa sorte chegará de três formas,
uma pequena, uma média e uma grande, e cumprindo suas obrigações essa sorte não lhe
trará desgosto nem desgraças.

Disse Ifá que você tem muitos inimigos, e inimigos poderosos, mas se você for obediente e
seguir os conselhos de suas entidades, assim como mantendo Èsù sempre contente, ele lhe
servirá de protetor incondicional, pois neste Odù, ele tem o mesmo poder de Òsalá (Alosí).
Assim como, em caso de não ter condições de fazer ebó, recitando o Oríkì deste Odù e com
o consentimento de Òrúnmìlà você fará uso de seu esperma, que misturado com o
Ìyerosun rezado com esse Odù, deverá tirar suas roupas e de frente a Èsù passará por todo
seu corpo e com o restante deverá limpar o Igbá de Èsù, para que nenhum mau lhe
aconteça.

Disse Ifá que de acordo com a forma que venha esse Odù, você está passando ou passará
por muitos contratempos e decepções de todos os tipos, dentro e fora do círculo familiar,
mas você deve sempre vestir-se com roupas brancas e manter sua fé, pois seu anjo da
guarda com o tempo lhe trará riquezas, poder e fama.

Disse Ifá que você não pode dormir desnudo, pois pode ser visitado em sonhos ou mesmo
estando acordado, por Òsalá ou qualquer Òrìsà e até mesmo um Egún.
Neste Odù a pessoa nasceu para ser um sacerdote, tanto de Òrìsà, como Ifá ou mesmo
Egún, ou ainda pelos três cargos se assim Òrúnmìlà determinar.

Disse Ifá que por esse Odù Olódùmaré escute diretamente os pedidos dos filhos desse
Odù, como também pode castigar diretamente esse Awo.

Disse Ifá que não pode cometer atos amorosos com nenhum parente sangüíneo, para que
não magoe Olódùmaré. Este Odù estando em Ita Fore (Ire completo), a pessoa deveria
estudar ciências biológicas, química e física, pois sua capacidade intelectual e espiritual lhe
permitirão, assim como também pode chegar a ser um grande detetive, ou ainda um
grande Osó caso seja homem ou se for mulher terá a proteção e assistência das Ìyámi
eleye. Assim como poderá receber espíritos que foram médicos em eras passadas.
Obs.: Por isso a pessoa deve ter certeza do que se está fazendo antes de dar algum tipo de
receita médica para qualquer pessoa, pois ao invés de a pessoa melhorar de saúde, seu
quadro poderá complicar ainda mais.

Neste Odù não se deve ter nenhum tipo de buraco destampado em sua casa ou mesmo
garrafas vazias destampadas, pois os espíritos obscuros habitam esse tipo de lugar. Os
filhos de Òfùn não podem viver em locais sujos ou empoeirados.

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Neste Odù a pessoa nunca deve amaldiçoar ninguém, por mais nervoso ou contrariado
que se esteja, para não perder a proteção gratuita de Olódùmaré, pois do contrário verá os
resultados da praga rogada.

O filho deste Odù não deverá fazer uso de Afòsé, mais caso faça, verá os resultados
desejados, porém perderá sua proteção divina.

A pessoa deste Odù não deve beber bebidas alcoólicas de cor branca, assim como não
comer comidas rançosas ou gordurosas, assim como apimentadas. Deve comer frutas
constantemente para repor suas vitaminas, pois os filhos deste Odù são muito agitados e
seu cérebro está sempre trabalhando.

Esta pessoa se não perdeu todos os seus mais velhos, como pais e avós, irá perdendo os
mesmos gradativamente no transcorrer de vinte anos. Se for homem não poderá permitir
que suas mulheres façam abortos ou no caso de serem mulheres, não deverão provocar
seus próprios abortos.

A pessoa gosta muito de dançar e também possui o dom da dança. Não deve mexer com
pólvora ou dendê no caso de serem filhos de Òsalá sobre nenhum pretexto, porém isso
não os afetaria se fossem filhos de Odùduà ou outro Òrìsà qualquer. Pode acontecer que os
filhos deste Odù sejam Orí Méjì, pois dessa forma é permitido que sejam filhos de dois
Aboro ou de duas Ìyábá. Este é um Odù excepcional como é seu segundo filho Òyèkú
Méjì, o qual também permite que duas Ìyábá dêem à luz a uma terceira (Ìyá funfun e Ìyá
Dudu, que através de magia conceberam Ìyá Pupa).

Disse Ifá que a pessoa em algum momento de sua vida pode haver tido contato direto com
as entidades de direita ou esquerda nesse mundo, se isso acontecer, pedir imediatamente
para seu anjo da guarda ou para Òlódùmaré a proteção para que essa divindade da
esquerda desapareça diante de você e jogar Ifá para saber se precisa fazer algum ebó.

Os filhos deste Odù tem o poder da fazer uma mulher estéril parir, assim como tirar a
morte ou uma doença dos caminhos de uma pessoa, através de uma troca de cabeça,
porém devem ter o banho de Ikú recebido com um abuko funfun ou um abo funfun.

Apatakí

1- Afun Yenyen,
Akan Yenyen,
Oyenyen, branco como a roupa branca.
Foi adivinhado para Òrìsàlá Oseregbo.
O pai ia ter seu filho, Bangbala.
Eles disseram que Pai deveria fazer sacrifício.
O que deveria oferecer?
Ele deveria oferecer 20.000 búzios,
Ele deveria oferecer uma roupa branca,
Ele deveria oferecer 10 caramujos,
E uma galinha branca.

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Pai ofereceu.
E depois que o Pai gerou Bangbala.
Gerou, Talabi e Alalade.
Seus filho eram incontáveis.
E o pai dançava e ria.
Ele louvava os adivinhos e os adivinhos louvavam Òrìsà,
Por que disseram a verdade.
"Afun Yenyen,
Akan Yenyen,
Oyenyen, branco como a roupa branca"
Foi adivinhado para Òrìsàlá Oseregbo.
O Pai queria ter seu filho Bangbala.
Ele cantou:
"Se alguém tem dinheiro,
O filho de alguém leva roupa branca com ele,
Se alguém tem filhos,
O filho de alguém leva roupa branca consigo".
Eis Òfùn.

2- Òsun estava grávida de Òsétùrà, que ao nascer em Òtùràsé recebeu o nome de


Akinosó (Rei dos bruxos), mas ela ainda não estava contente com o poder recebido por
seu filho proveniente dos dezesseis Obá Odù e queria um padrinho diferente e que lhe
proporcionasse alguma outra coisa a mais para seu filho, apresentando-se diversos
Òrìsà oferecendo-lhe roupas, jóias, ouro, proteção, mas ela recusava a todos os
candidatos dizendo que pensaria nas propostas. Então se apresentou Ikú juntamente
com sua mulher Òrontariji e prometeram para Òsun uma longa vida para seu filho,
assim como uma proteção contra qualquer feitiço lançado pelas Ajé e também conceder-
lhe a vida de qualquer um que estivesse em seus últimos momentos de vida, mas que
para isso fosse um grande Osó ou Onísòogún (médico).

Ele lhe concederia a vida dessas pessoas sempre que ele, Ikú se afastasse da cabeceira da
ení onde estivesse morrendo a pessoa, mas se ele não se afastasse teria que entender que
essa pessoa estava predestinada a ir embora com Ikú. Mas se ele Òsétùrà insistisse, Ikú
também lhe concederia esta falta de respeito para com seu padrinho por duas vezes,
mas na terceira levaria que lhe faltasse com o respeito, levaria Òsétùrà.

3 – Neste Odù por determinação de Òrúnmìlà, Ògún foi encarregado de ir a frente dos
caminhos de Bàbá para limpar o percurso de obstáculos com seus Ada Méjì, pois Bàbá
não enxergava os obstáculos e poderia ferir-se, mais essa tarefa teria que ser feita por
Ògún de uma forma que Bàbá não percebesse o favor prestado por Ògún, pois isso lhe
irritaria e teria abandonado a terra antes do tempo. Assim também foi determinado à
Èsù usar um guarda chuva de cor branca para que o sol forte não causasse feridas à pele
Albina de Bàbá, pois assim não se irritaria com o sol forte, o qual Òsalá poderia
determinar que o mesmo perdesse sua intensidade para a insatisfação de todos no àiyé.
Sàngó também foi encarregado de carregá-lo em suas costas com o pretexto de que ele
não sujasse suas roupas brancas com lama da terra e dessa forma Bàbá não se cansaria e
não perceberia que estava tão velho, assim poderia permanecer mais tempo na terra.
Abençoando o destino da humanidade com sua presença.

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Ebó do Odù Òfùn Méjì

Ebó nos caminhos de Òfùn Méjì para que o dinheiro não traga morte ou
infelicidade

Dois peixes frescos, 2 pombos brancos para seu Orí eseu elédá (Òrìsà), orí èfun, mel e 16
caurí.

Deve-se perguntar a Ifá se os dois peixes são de escamas ou de couro.

Ebó nos caminhos de Òfùn Méjì para livrar-se de um inimigo

Em caso de não ter condições de fazer ebó, deverá recitar o Oríkì deste Odù, e com o
consentimento de Òrúnmìlà você fará uso de seu esperma, que misturado com o Ìyerosun
e rezado com esse Odù, deverá tirar suas roupas e de frente a Èsù passará por todo seu
corpo e com o restante deverá limpar o Igbá de Èsù, para que nenhum mau lhe aconteça.

Ebó para ter filhos nos caminhos de Òfùn Méjì

Agutan. akukó, uma acha de lenha, milho de galinha, inhame epô, pó de ekú, pó de ejá,
ori-da-costa, efun, mel, otí e muitas moedas. Oferece-se tudo a Elégbára e passa-se a
usar um idefá consagrado.

Ebó nos caminhos de Òfùn Méjì

Neste Odù pode-se dar um carneiro ou ovelha branca, para Òsalá, Nànà, Odùduà, Olósa.
Olókun, Sàngó e Èrínlé. Carneiro preto para Yemoja e Ògún. Assim como Egún e Ikú se
for o caso de uma troca de cabeça. Isso tem que ser especificado por Òrúnmìlà assim como
os animais que serão calçados.

Como assentar o Èsù do Odù de Òfùn Méjì

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Èsù Awere

É constituído por:

Yangi
Carvão de árvore de florestas
1 ekódíde
Osùn
Wáji
Èfun
Orí ajapá
Odù de Òfún rezado em Yerosun
Vagem de Èsù
Orí de pombo e de urubú
1 imã
Areia de praia
Areia de rio
Terra do topo de um morro
4 otá dos quatro cantos de uma igreja

Mistura-se tudo dentro de um vaso de barro pintado de branco. Modela-se o vulto do Èsù,
colocam-se búzios formando os olhos a boca e ouvidos, reza-se o Odù em Iyerosun e
coloca-se dentro da mistura.

Èsù La To Opá

Este Èsù se confecciona com três figuras feitas de madeira de árvores sagradas de Òrìsà,
perguntar para Ifá quais as árvores que deverão ser utilizadas, um bastão feito por alguma
dessas árvores sagradas do tamanho da pessoa, na ponta deverá ter a forma de uma
pomba. Deverá se colocar o Odù de Òfún Mèjí rezado com Iyerosun e com èfun dentro,
assim como as sementes de àse do òrìsà da pessoa.

Orí Etú
Orí eku

Os demais ingredientes são os mesmos do Èsù Awere.

Ebo do Ègún de Òfùn Méjì

Ebó para Omo Asen Òfùn

1 camaleão ou lagarto (vivo)


1 obí
1 akasá

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1 manjar
1 travessa branca
10 búzios
10 moedas
1 pedaço de prata

Procedimento: arrumar tudo na travessa, com o manjar no centro. O restante em


volta, arriar tudo no mato. O camaleão ou o lagarto soltam-se no mato e chame bem alto
pelo ODU ASEN OFUN.

Fim da aula de Òfùn Mèjí

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