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Câmaras frigoríficas
São feitas em qualquer dimensão com uso de painéis modulares tendo em seu interior
material isolante como poliuretano expandido ou poliestileno (isopor), estes são
atualmente muito utilizados devido ao tempo breve de construção, economia nas
fundações e no seu ampliamento ou remoção, além do fácil acabamento.
Exercício modelo
Um fabricante de produtos lácteos precisa aumentar sua produção e para isso precisa
de uma câmara nova que armazene 20.000 kg de manteiga. Os potes de manteiga são
fabricados com capacidade para armazenar 500 gramas cada e depois são
acondicionados em uma caixa de papelão que cabem 20 potes. Estas caixas permitem
um empilhamento de no máximo 4 caixas e devem ser colocadas sobre um pallet
normalizado de 1,20m x 1,20m x 0, 15m. Os espaços reservados para a convecção de
ar são de 0,10m entre pallets e deverá ser previsto um espaço de 1,5m para o
deslocamento de um carrinho hidráulico para transporte dos pallets. Supondo que a
altura da câmara será de 4m, calcular o volume total da mesma.
Dimensões da caixa:
• Altura – 0.50m;
• Comprimento – 0,60m;
• Largura – 0,40m.
As principais fontes que compõem a carga térmica são: transmissão de calor através
de paredes, teto e piso; infiltração de calor através de abertura de portas, calor dos
produtos e outras cargas (motores, pessoas, embalagem, iluminação e etc.).
Transmissão de calor
Para isso devemos consultar as tabelas de calores de irradiação solar inseridas nesta
apostila.
Qtransmissão = AxUx(Te − Ti )
Onde:
A = área total da câmara (m2)
E = espessura da parede (isolante) (m)K = condutibilidade térmica do material isolante
(kcal/h.m2°C)
He = película externa (kcal/h.m°C)
Hi = película interna (kcal/h.m°C)
U = coeficiente global de transmissão de calor (kcal/h.m°C), do qual utilizamos a
seguinte equação:
1 1 E 1
= + +
U He K Hi
Onde:
K = Condutibilidade térmica do material isolante (kcal/h.m.ºC)
E = Espessura da parede (isolante) (m)
He = Película externa (20 kcal/h.m2. ºC)
Hi = Película interna (05 kcal/h.m2. ºC)
Placas de casca
80-96 2 1 0,7 0,5 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,1
expandida
Lã de Vidro 80 1,7 0,8 0,6 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1
Lã de vidro com capa
48-80 1,7 0,8 0,6 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1
betuminosa
Poliestireno 24 1,7 0,8 0,6 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1
32 1,5 0,8 0,5 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1
64 1,7 0,8 0,5 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2
88 1,8 0,9 0,6 0,4 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2
Espuma de poliestireno 40 1 0,5 0,3 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1
Placas de poliestireno 48 1,9 1 0,6 0,5 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2
Lã de escória 136 1,7 0,8 0,6 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2
Lã de escória a granel 176 1,8 0,9 0,6 0,5 0,4 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2
Infiltração de calor
Cada vez que a porta da câmara frigorífica é aberta, o ar externo mais quente se infiltra
na câmara e deve ser resfriado nas condições internas, aumentando por conseqüência
a carga térmica total. Esse ar tem um valor proporcional de calor e refere-se a um
volume de ar externo em uma determinada temperatura que penetra no interior da
câmara em um determinado tempo, geralmente existem tabelas de fatores de
dispersão de calores equivalentes gerados nas aberturas de portas. Para o cálculo do
calor de infiltração, utilizamos a seguinte equação:
O produto geralmente tem uma temperatura maior do que o interior de uma câmara
frigorífica e acaba tendo que ceder calor até sua temperatura baixar ao calor de
conservação. A carga térmica total, conforme o produto é variável por uma ou mais das
seguintes causas.
Q produto = M × ∆T × C
Onde:
M = (movimentação diária (kg));
∆T=(redução de temperatura que o produto irá sofrer (°C));
C = (calor específico do produto (kcal/kg.°C));
• Para maiores informações sobre cálculo de carga térmica ou condições específicas
consultar a norma NBR 108 junto a ABNT.
Outras cargas
É o calor emitido pelas pessoas em serviço nos locais refrigerados, por motores que
trabalham no interior da câmara, elevadores de cargas, através da iluminação da
câmara ou outras cargas que não compõem os produtos.
Calor de embalagens
Qembalagem = (m ) × (c ) × ( ∆T ) × (24h )
Tr
Onde:
m = Massa
c = Calor específico da embalagem
∆ T = Diferença de temperatura
Tr = Tempo de resfriamento
O cálculo de calor gerado pelos motores em uma câmara frigorífica é obtido aplicando-
se a seguinte fórmula:
Onde:
N = Potência estimada do motor em CV;
623,41 = constante para transformar a potência do motor em potência frigorífica;
Nº motores = Número de motores.
Quando os motores não são conhecidos, deve-se realizar a somatória de todos os
calores e multiplicar por 0,1 obtendo-se assim um valor estimado de calor gerado em
Kcal/h.
Onde:
p = potência da lâmpada em W
0,86 = constante para transformar W em caloria ou 860 para kw em Kcal
Tempo = tempo de utilização
Obs. Lâmpadas fluorescentes não devem ser usadas em câmaras com temperaturas
abaixo de -6ºC, salvo em aplicações onde a mesma é hermeticamente vedada.
Qocupação = P × F eq × h
Onde:
P = (n° de pessoas);
F.eq. = (fator de equivalência de calor por pessoa (kcal/h));
h = (horas reais de permanência na câmara),
Este valor deverá ser dividido em um número de horas necessário para a retirada do
calor total do interior da câmara de acordo com a aplicação, ou seja:
Para entender melhor sobre esse assunto, vamos realizar um cálculo básico de carga
térmica conforme exemplo, considerando os seguintes dados iniciais da câmara
frigorífica:
• Temperatura externa: 35ºC;
• Temperatura interna: -1ºC;
• Umidade relativa: 60%;
• Dimensões internas: largura = 3m; comprimento = 2m; altura = 4m;
• Tensões disponíveis: 220 V, 3 fases;
• Material da Câmara: painel pré-fabricado;
• Isolamento: poliuretano painel 100 mm;
• Produto: carne bovina magra fresca;
• Embalagem: Sim (Papelão, plástico e etc.);
Cálculos:
O primeiro passo para a realização do cálculo é verificar qual a diferença entre a
temperatura externa e a interna, neste caso:
∆ T = 35 o C − ( −1 oC ) = 36 o C , ou seja, ∆ T = 36 O C
Logo após iremos iniciar o cálculo de calores gerados em uma câmara frigorífica.
Qt piso = L × C × FDC
onde:
L = largura (m);
C = comprimento (m);
FDC = fator de dispersão de calor em função do isolamento (kcal/m2/24h)), ou seja:
kcal
Qt piso = 3 × 2 × 150 = 900
24 h
Q parede = L × A × FDC
Onde:
L = largura (m);
A = altura (m);
FDC = fator de dispersão de calor em função do isolamento (kcal/m2/24h)), ou seja:
kcal
Qt parede = 3 × 4 × 150 × 2 = 3600
24 h
kcal
Qt parede = 2 × 4 × 150 × 2 = 2400
24 h
Qt teto = L × C × FDC
Onde:
L = largura (m);
C = comprimento (m);
FDC = fator de dispersão de calor em função do isolamento (kcal/m2/24h)), ou seja:
kcal
Qt teto = 3 × 2 × 150 × 2 = 900
24 h
kcal
A soma dos calores disponíveis no interior da câmara é = 7800
24 h
Na infiltração de Calor (Q infiltração), cada vez que a porta é aberta, permite que o ar
externo penetre no interior da câmara, neste caso utilizamos a seguinte fórmula para o
cálculo:
kcal
Qinf iltração = 3 × 2 × 4 × 22 × 25,6 = 1351,8
24 h
Para o cálculo da carga térmica diária é considerado a soma dos calores disponíveis
no interior da câmara + troca de ar por abertura de porta sem o produto, neste caso:
Mas este valor a considerar será apenas o valor representado pela quantidade de
produto que entrará constantemente no interior da câmara, uma vez que os produtos
que permaneceram dentro da câmara somente terão sua temperatura mantida.
Devemos lembrar também que alguns vegetais, que são resfriados continuam vivos,
desta maneira liberam calor para câmara por respiração. Neste caso, para temperatura
conservação = - 1ºC.
Q produto = M × ∆T × C
Kg kcal kcal
Q produto = 600 ×11 o C × 0,77 = 5082
24 h 24 h × C
o
24 h
Qocupação = P × F eq × h
kcal kcal
Qocupação = 1× 233 × 3 h = 699
24 h 24 h
Neste caso o calor foi gerado durante três horas em um dia, ou seja, 24h.
kcal
Qtotal = 21316, 80 + 5082 + 699 + 51, 60 + 1264, 82 = 28414, 22
24 h
Em nosso exemplo iremos utilizar a carga térmica calculada para uma temperatura de
resfriamento, neste caso:
28414,14 kcal
Qtotal = = 1241, 55
22 h
kcal kcal
Qtotal final = 1241, 55 + 10 % = 1420, 71
h h
Tabela: Calor necessário para resfriar o ar externo até a temperatura da Câmara (kcal/m³)
Temp. Condições Externas (temperatura bulbo seco e umidade relativa)
Câmara 15°C 20°C 25°C 30°C 35°C 40°C
em °C 40% 50% 60% 40% 50% 60% 40% 50% 60% 40% 50% 60% 40% 50% 60% 40% 50% 60%
10 0,2 1 1,8 2,9 4 5,1 6 7,4 8,9 9,5 11,5 13,6 13,6 16,5 19,2 18,7 22,3 26
5 2,7 3,5 4,3 5,5 6,6 7,7 8,6 10 11,7 12,3 14,4 16,5 16,5 19,4 22,2 2,17 25,4 29,2
0 5,4 6,2 7 8,1 9,3 10,5 11,4 13 14,5 15,1 17,2 19,4 19,4 25,2 24,7 28,7 28,4 32,3
-5 8 8,8 9,7 10,8 12 13,2 14,1 16 17,3 18 20,1 22,3 22,3 25,3 28,2 27,7 31,5 35,5
-10 10,2 11,1 12 13,1 14,3 15,5 16,5 18 19,7 20,4 22,5 24,8 24,8 27,9 30,8 30,3 34,2 38,2
-15 12,7 13,5 14,4 15,6 16,8 18,1 19 21 22,3 23 25,2 27,5 27,5 30,7 33,7 33,2 37,1 41,2
-20 14,8 15,7 16,6 17,9 19,1 20,4 21,3 23 24,7 25,4 27,6 30 30 33,2 36,3 35,7 39,8 43,9
-25 17 17,9 18,8 20,1 21,3 22,6 23,6 25 27 27,7 30 32,4 32,4 35,7 38,8 38,3 42,4 46,7
-30 19,2 20,2 21,1 22,4 23,7 25 26 28 29,5 30,2 32,5 35 35 38,4 41,6 41 45,2 49,5
-35 21,6 22,5 23,5 24,8 26,1 27,4 28,5 30 32 32,8 35,1 37,7 37,7 41,1 44,3 43,7 48 52,5
-40 23,8 24,8 25,8 27,1 28,5 29,8 30,9 33 34,5 35 33,7 40,3 40,3 43,8 47,1 46,5 50,9 55,4