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PREVALÊNCIA DE SINAIS E SINTOMAS SUGESTIVOS DE DISFUNÇÃO


TEMPOROMANDIBULAR EM ESTUDANTES DO ÚLTIMO ANO DO CURSO DE
FISIOTERAPIA
PREVALENCE OF SIGNS AND SUGESTIVE SYMPTOMS OF
TEMPOROMANDIBULAR DYSFUNCTION IN STUDENTS OF THE LAST YEAR OF
THE PHYSIOTHERAPY COURSE

Waleska Machado de Sousa¹, Cristina Cardoso da Silva²


RESUMO

Introdução: A disfunção temporomandibular (DTM) é um distúrbio que envolve um grande


número de problemas clínicos dos músculos mastigatórios da ATM e estruturas associadas.
Sem etiologia definida, diversos fatores podem estar relacionados à sua etiologia, sendo que
dentre eles está o estresse. O desempenho acadêmico é uma fonte de estresse crescente entre
estudantes, e pode sofrer alterações de acordo com o nível de cobranças e exigências que
demandem responsabilidades. Objetivos: Analisar a prevalência de sinais e sintomas
sugestivos de disfunção temporomandibular em estudantes do último ano do curso de
fisioterapia, avaliar a prevalência em relação ao gênero e a faixa etária, além de verificar a sua
relação com o estresse no último ano da graduação. Metodologia: O estudo foi de natureza
descritiva transversal contendo uma amostra de 30 estudantes do último ano do curso de
Fisioterapia de uma faculdade particular de Teresina de ambos os gêneros. Estes foram
avaliados por meio do questionário “Research Diagnostic Criteria” for Tempormandibular
Disorder (RDC/TMD). Os dados foram tabulados através do aplicativo Microsoft Office
Excel versão 10. Resultados e Discussão: A prevalência de sinais e sintomas sugestivos de
DTM, como dor orofacial, estalos e/ ou ruídos ao abrir ou fechar a boca, foi maior no sexo
feminino (84,21%), com média de idade entre 22 a 24 anos (57,89%), onde o estresse
apresentou media de 0,375 p (>0,05). Conclusão: Diante desses achados concluiu-se não
haver uma grande prevalência de sinais e sintomas sugestivos de disfunção
temporomandibular nos estudantes universitários e que não há uma correlação de estresse e
somatização com DTM no ultimo ano do curso de Fisioterapia.

Palavras-chave: Disfunção temporomandibular. Estudantes. Estresse


_________________________________________________________________
¹ Aluna de graduação (10 º período) do Curso de Fisioterapia da Faculdade Integral
Diferencial – DEVRY/FACID
Email: waleskha_2@hotmail.com
² Professora do Curso de Fisioterapia da Faculdade Integral Diferencial – DEVRY/FACID,
mestre em Ciências e Saúde – UFPI
Email: cristinascm@bol.com.br
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ABSTRACT

Introduction: Temporomandibular dysfunction (TMD) is a disorder that involves a large


number of clinical problems of ATM masticatory muscles and associated structures. Without
definite etiology, several factors may be related to its etiology, being among them is the
stress. Academic performance is a growing source of stress among students, and may change
according to the level of charges and demands that require accountability. Objectives: To
analyze the prevalence of signs and symptoms suggestive of temporomandibular dysfunction
in students of the last year of the physiotherapy course, to evaluate the prevalence in relation
to gender and age group, and to verify their relationship with stress in the last year of
graduation. Methodology: The study was descriptive in nature, containing a sample of 30
students of the last year of the Physiotherapy course of a private college in Teresina of both
genders. These were evaluated using the "Research Diagnostic Criteria" for
Tempormandibular Disorder (RDC / TMD). The data were tabulated using the Microsoft
Office Excel version 10 application. Results and Discussion: The prevalence of signs and
symptoms suggestive of TMD, such as orofacial pain, cracking and / or noises when opening
or closing the mouth, was higher in females (84 , 21%), with an average age of 22 to 24 years
(57.89%), where the stress presented a mean of 0.375 p (> 0.05). Conclusion: In the face of
these findings, it was concluded that there is no high prevalence of signs and symptoms
suggestive of temporomandibular dysfunction in university students and that there is no
correlation of stress and somatization with TMD in the last year of the Physiotherapy course.

Keywords: Temporomandibular dysfunction. Students. Stress

INTRODUÇÃO

A Articulação Temporomandibular (ATM) é um elemento do sistema


estomatognático formado por várias estruturas internas e externas, capaz de realizar
movimentos complexos. A mastigação, a deglutição, a fonação e a postura, dependem muito
da função, saúde e estabilidade desta para funcionarem de forma adequada (SILVA et al.,
2011).
A disfunção temporomandibular (DTM) é um distúrbio que envolve um grande
número de problemas clínicos dos músculos mastigatórios, da ATM e estruturas associadas. É
altamente debilitante e incapacitante, alterando a perfeita realização de algumas funções
essenciais como mastigar alimentos ou falar adequadamente. Sua incidência na população
vem aumentando consideravelmente, principalmente entre mulheres de meia idade
(AMORIM; GARDENGHI, 2015).
Inúmeros estudos epidemiológicos analisaram a prevalência das disfunções
temporomandibulares em determinadas populações, e sugeriram que os sinais e sintomas são
comuns e a estimativa, em geral, é que 40% a 60% da população apresentam algum tipo de
disfunção temporomandibular (FREITAS, 2011).
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Apesar da DTM não apresentar etiologia definida, diversos fatores podem estar
relacionados à etiologia da DTM, sendo que dentre eles estão: má oclusão, falta de dentes,
restaurações ou próteses mal adaptadas, mastigação unilateral (hábitos parafuncionais), má-
postura, tensão emocional, estresse, patologia ou trauma na articulação, fatores sistêmicos
entre outros. É claro que muitas vezes estas situações estão associadas, e os fatores que
determinarão se o paciente desenvolverá ou não a desordem serão a tolerância fisiológica e a
tolerância estrutural do indivíduo. Há também uma tendência em creditar à hiperatividade
muscular associada a um estresse emocional como sendo a causa primária do surgimento
dessas desordens (AMORIM; GARDENGHI, 2015).
Os jovens estudantes são objeto de estudos, particularmente pelo nível de
cobrança do desempenho nessa fase acadêmica como um dos fatores fundamentais as
perspectivas profissionais futuras. Considerando que os acadêmicos apresentam altos níveis
de ansiedade e estresse, uma das características que se inicia nos anos de graduação e que
traria repercussão não somente no desempenho acadêmico, como no aumento do risco de
surgirem outras doenças (MEDINA; ROSA, 2014).
Frente ao que foi exposto tem-se como objetivos de analisar a prevalência de
sinais e sintomas sugestivos de disfunção temporomandibular em estudantes do último ano do
curso de fisioterapia, avaliar a prevalência em relação ao gênero e a faixa etária e verificar a
relação do estresse no último ano da graduação. Nesse contexto e considerando as lacunas de
informação sobre DTM e estresse dos estudantes do último ano do curso de fisioterapia,
desenvolveu-se o estudo presente.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Articulação temporomandibular (ATM)

A ATM, como parte do sistema estomatognático, tem como função possibilitar a


fala, a mastigação e deglutição. A ATM está sempre em movimento, realizando
aproximadamente 2.000 movimentos ao dia, sendo a articulação mais usada do corpo e com
maior facilidade de sofrer disfunções, não sendo feita para suportar carga (MEDINA; ROSA,
2014).
É classificada como uma articulação sinovial do tipo gínglimo que possui uma
grande amplitude de movimento. Ela encontra-se presente bilateralmente ao nosso rosto,
frente a cada orelha e se une aos ossos temporais do crânio em uma relação de osso impar
com osso par. É justamente ela que é responsável pelos movimentos da boca como: abertura,
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fechamento, e movimentos laterais. É esse conjunto de movimentos realizados pela mandíbula


que permitem ao indivíduo realizar funções básicas como, por exemplo: deglutir, mastigar,
falar e a expressão de movimentos faciais (BARROS; BARROS, 2010).
Conforme Freitas et al. (2011) as faces articulares envolvidas na ATM são
compostas na parte inferior pelo côndilo da mandíbula e na parte superior pelo tubérculo
articular e pela fossa mandibular. Existe ainda um disco articular que divide essa cavidade e
uma cápsula que envolve toda essa articulação.
O disco é uma estrutura bicôncava, flexível, formado por tecido conjuntivo
fibroso denso, normalmente situado entre o declive posterior da eminência articular e a
superfície ântero-superior do côndilo, dividindo o espaço articular em dois compartimentos,
superior e inferior. Em condições de normalidade, estes compartimentos não se comunicam.
O disco possui uma banda posterior, uma zona intermediária e uma banda anterior. Sua zona
intermediária é consideravelmente mais fina do que a periferia, sendo sua banda posterior
mais espessa. Deve-se ainda lembrar que a estabilidade dinâmica da ATM é dada através da
ação dos músculos temporal, masseter, pterigoideos, musculatura cervical e demais estruturas
que compõem o sistema estomatognático (FREITAS, 2011).

2.2 Disfunções da Articulação Temporomandibular (DTM)

Segundo a Academia Americana de Dor Orofacial, a DTM é definida como um


conjunto de distúrbios que envolvem os músculos mastigatórios, ATM e estruturas associadas
(CARRARA; CONTI; BARBOSA, 2010). O termo DTM é usado para descrever todas as
desordens que afetam a ATM, os músculos mastigatórios e estruturas associadas. A etiologia
deste tipo de desordem é multifatorial, podendo assim haver diversos fatores na sua origem:
ambientais, sociais, emocionais, fisiológicos e cognitivos. Qualquer alteração neste
mecanismo fisiológico pode conduzir a um diagnóstico DTM (SAMAN, 2015).
Dentre uma série de doenças que podem comprometer a integridade do sistema
estomatognático, encontramos os distúrbios da ATM, que podem alterar o equilíbrio dinâmico
das estruturas que envolvem esse complexo sistema e com isso causar uma série de sinais e
sintomas característicos (FREITAS et al., 2011).
As DTM’s se relacionam com alguma alteração nas estruturas do sistema
estomatognático, que podem resultar em modificações funcionais, principalmente na
mastigação e na articulação da fala. Essas disfunções se caracterizam por um conjunto de
sinais e sintomas peculiares, que podem incluir ruídos articulares, como estalidos e crepitação,
dor nos músculos mastigatórios, limitação dos movimentos mandibulares, dores faciais, dores
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de cabeça, e dores na articulação temporomandibular, além de dores na região periauricular


(QUEIROZ et al., 2015).
Estudos epidemiológicos mostram a presença de sinais e sintomas de DTM em
todas as faixas etárias, e sua incidência geralmente cresce com a idade. Tais estudos mostram
que uma ampla parcela da população apresenta sinais e/ou sintomas de disfunção em níveis
subclínicos ou clínicos, encontrando, assim, uma alta prevalência de disfunção em indivíduos
considerados não pacientes, ou seja, aqueles que não procuram por tratamento (MEDEIROS;
BATISTA; FORTE, 2011).
A identificação de sinais e sintomas possíveis da DTM representa um importante
recurso para o diagnóstico precoce dessa disfunção. O uso de índices tem sido amplamente
difundido na literatura, em especial quando validados, de fácil aplicação e interpretação e com
vistas à uniformização para comparação dos dados. Estudos com diferentes amostras
populacionais têm descrito e buscado compreender o complexo sintomatológico envolvido na
disfunção temporomandibular (DTM), discutindo as relações entre a sintomatologia, o gênero
e a idade dos pacientes (OKESON, 2013) (FERREIRA; SILVA; FELÍCIO, 2016).
A DTM pode ocorrer em todas as faixas etárias, mas sua maior incidência é entre
20 e 45 anos. Entre os 15 e 30 anos, as causas mais frequentes são as de origem muscular e, a
partir de 40 anos, de origem articular. As mulheres são mais acometidas que os homens em
uma proporção de cinco para cada homem (PARENTE; CERDEIRA, 2013).

2.3 Etiologia

Apresenta-se com uma etiologia controversa e multifatorial, que leva em


consideração as inter-relações artrogênicas e miogênicas assim como a influência do sistema
nervoso e dos fatores emocionais do próprio paciente. (FERREIRA et al., 2009).
O fator etiológico mais comum é a hiperatividade muscular, causada pela má
oclusão, estresse e/ou alterações posturais. A causa multifatorial inclui ainda fatores como
desvios de forma nos componentes da ATM, alterações degenerativas e os hábitos
parafuncionais de vida. A DTM geralmente é relacionada ao estresse, que induz ao aumento
da atividade muscular, frequentemente associada a hábitos parafuncionais, resultando em
fadiga, espasmo e dor (GOYATÁ et al., 2010).
Tanto o estresse quanto a oclusão têm participação diferente na ocorrência da
DTM, dependendo da capacidade adaptativa do paciente. Esta diferença é explicada pelos
distintos graus de tolerância fisiológica ao estresse. Múltiplos fatores, entre eles os oclusais e
emocionais, também podem levar ao desequilíbrio funcional do aparelho estomatognático ou
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da biomecânica da ATM, e predispor às disfunções temporomandibulares (DTMs). O efeito


da hiperatividade muscular desenvolvida a partir desse estado emocional exacerbado afetará a
ATM. Assim, quando um componente emocional está associado a um fator físico, como a
alteração oclusal, a liberação das tensões pelo aparelho estomatognático produz sintomas de
dor e disfunção. O estresse emocional pode gerar hiperatividade muscular, caracterizando o
chamado bruxismo ou apertamento dental (MARTINS et al., 2007).
Sabe-se que os indivíduos não são igualmente susceptíveis à DTM, onde as
mulheres em anos reprodutivos representam a maioria dos pacientes que procuram
tratamento, sendo assim fatores genéticos e epigenéticos contribuem para o distúrbio
temporomandibular, tornando-se um ponto de grande interesse. Ao lado de riscos familiares,
diferentes genótipos podem conferir susceptibilidade a um determinado curso clínico da
doença e/ou resposta ao tratamento, incluindo desenvolvimento de complicações. O papel dos
hormônios femininos tem sido considerado um fator de risco, pela forte prevalência em
mulheres e pelos efeitos das modificações terapêuticas e fisiológicas dos níveis de estrógeno
em pacientes com DTM (PINTO, 2014)
Pinto (2014) afirma ainda que alterações posturais têm sido postuladas como
sendo influenciadoras no desenvolvimento e persistência da DTM, visto que desordens no
segmento cervical apresentam porcentagens de sintomas de DTM, e a anteriorização da
cabeça é suspeita de ser um fator de grande importância. O sistema mastigatório é o traço de
união entre as cadeias musculares, anterior e posterior, onde a mandíbula e a língua estão
diretamente ligadas à cadeia anterior e a maxila, por intermédio do crânio, está relacionada
com a cadeia posterior.
O processo de sobrecarga funcional de hiperatividade muscular associada a uma
má oclusão, não permite que o côndilo mandibular se posicione dentro da fossa mandibular,
promovendo efeitos adversos na ATM (GOYATÁ et al., 2010). Os sinais e sintomas incluem
dor ou desconforto na ATM; zumbido nos ouvidos; dor na musculatura mastigatória e
cervical apresentando-se de um ou ambos os lados; estalidos; crepitação; amplitude de
movimento mandibular limitada; desvios; e dificuldade de mastigação (TORRES et al.,
2012).
Na DTM os sinais e sintomas associados podem ser também dor intra-articular,
espasmo muscular, dor reflexa, dor na abertura e fechamento da mandíbula, dor irradiada na
área temporal, masseteriana ou infraorbital, dor irradiada no pescoço, dor de cabeça crônica,
sensação de tamponamento do ouvido, xerostomia, entre outros (AMORIM; GARDENGHI,
2015).
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De acordo com Assis, Soares e Victor, (2012), a DTM por ser uma patologia
bastante complexa, tem constantemente dividido opiniões entre os profissionais e com isso
originado uma diversidade de protocolos de tratamentos. Os mesmos autores ainda defendem
que diante da natureza multifatorial da DTM, se faz necessária a atuação de uma equipe
multiprofissional, para garantir um tratamento mais eficácia.

2.4 Estresse e vida acadêmica

A partir da década de 70, com o surgimento do interesse nos estudos referentes ao


impacto das mudanças sociais sobre a vida humana, o estresse ocupacional passou a ser
considerado como um novo campo de estudo, que se tornou relevante em consequência do
aparecimento de doenças vistas como relacionadas ao trabalho. No século XXI, o estresse
passou, então, a figurar entre os principais desafios a serem enfrentados (BARRIQUELLO;
PIZOLOTTO, 2013).
O estresse é um conjunto de condições biológicas e químicas do organismo
humano tentando fazer o ajuste entre o corpo e as exigências do meio. O estresse ocorre como
consequência de situações que extrapolam a capacidade de reação e adaptação do organismo
por meio de respostas comportamentais e físicas como uma tentativa de manter a estabilidade
do corpo. De maneira geral, o estresse pode ser entendido como uma reação interna do
organismo para enfrentar situações percebidas como ameaçadoras, preparando o indivíduo
para agir, enfrentar ou fugir delas (MARTINS et al., 2007; ASSIS et. al., 2013).
As fontes externas e internas contribuem juntas para a determinação do nível de
estresse que será experimentado, entretanto, a somatória dessas fontes é mensurada pelo
repertório de estratégias de enfrentamento (coping) e sua vulnerabilidade ao estresse. A
tendência a se estressar está ligada a distorções cognitivas, ou seja, pensamentos errados ou
distorcidos, avaliações e interpretações erradas acerca de eventos da vida. Além disso,
algumas pessoas são biologicamente propensas a se estressarem e essa tendência é chamada
de vulnerabilidade (LIPP, 2010).
A formação universitária exige do acadêmico um esforço maior do que aquele
com o qual estava acostumado no ensino médio. Há prazos mais rigorosos para entrega de
trabalhos, relatórios de estágio, seminários que devem ser apresentados, provas, além do
próprio estágio e o Trabalho de Conclusão de Curso, que deve ser entregue e defendido
oralmente. O desempenho acadêmico é também uma fonte de estresse crescente entre
universitários, e pode sofrer alterações de acordo com o nível de cobranças de professores,
vícios, atividades individuais e exigências acadêmicas que demandem responsabilidades.
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Esses fatores podem comprometer a capacidade de raciocínio, memorização e o interesse no


processo de aprendizagem (TORQUATO et al., 2010).
Nesse sentido, a vida do acadêmico, principalmente no último período, está sujeita
a um turbilhão de reações emocionais diversas, constituindo-se, assim, num período de maior
estresse. Essas reações emocionais podem estar ligadas ao estresse (ASSIS et al., 2013) e, de
acordo com Lipp, (2010), este é caracterizado como um estado de tensão, causando o
desequilíbrio interno do organismo. A pessoa com desequilíbrio interno não consegue
responder a uma demanda que supera sua capacidade adaptativa, ou seja, ela não consegue
produzir além do que já está adaptada a produzir.
A prevalência da DTM é maior em adultos jovens e no gênero feminino por
fatores emocionais, apesar dos homens serem mais sensíveis à tensão emocional que as
mulheres, possuem maiores facilidades para aliviar essa tensão, reflexo de nossa sociedade
(MEDINA; ROSA, 2014).

2.5 Prevalência de Disfunção Temporomandibular em Estudantes

Elevados níveis de ansiedade em estudantes e fatores estressantes vem sendo tema


de numerosos estudos, porque, pela sua repercussão no desempenho acadêmico, acredita-se
que ocorra um aumento do risco de surgirem outras doenças (SANTOS; MOREIRA; SOUSA,
2016).
Um estudo realizado por Queiroz et al. (2015) mostrou que a prevalência de
sintomas de DTM em estudantes do curso de Fisioterapia da Universidade de Fortaleza foi de
90% sendo o grau de DTM mais encontrado foi o leve. O gênero feminino apresentou uma
prevalência de sintomas de DTM superior ao masculino. Os sintomas mais prevalentes nos
estudantes foram o de apresentar algum hábito parafuncional, tensão ou estresse emocional
seguido de dores na nuca ou torcicolo.
De acordo com uma pesquisa realizada por Bezerra et al. (2012) com
acadêmicos dos cursos de graduação em Ciências Biológicas, Educação Física, Enfermagem,
Farmácia, Fisioterapia, Odontologia e Psicologia, pertencentes ao Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) em Campina
Grande, a prevalência de DTM, nos seus diferentes graus, ficou estabelecida com 62,5% dos
universitários apresentando essa condição e 37,5% desses, sem a mesma. Entre os que
possuíam o diagnóstico de DTM, 48,2% apresentavam-na em grau leve, 11,3% moderado e
apenas 3% em grave.
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A maior prevalência de DTM em mulheres deve estar relacionada às diferenças


fisiológicas do gênero, tais como: variações hormonais, estrutura muscular e limiar e de dor
mais baixo, enfatizando que ainda há necessidade de maiores investigações sobre o assunto.
Em relação ao estado civil, dados de pesquisa levantada ressaltaram que a maior prevalência
dos indivíduos com DTM era solteiro e sem filhos, estando em acordo com os dados obtidos
no estudo (BEZERRA et al. 2012).

Azevedo (2014) mostrou que a prevalência de DTM entre os alunos de odontologia da UFRN
correspondeu a 36,2%, equiparando-se ao estudo de MINGHELLI (2011), o qual obteve em
sua pesquisa a prevalência de 37,3% e o de FRAGOSO (2010), com a prevalência de 35%. E
quanto ao tipo mais prevalente de DTM, a maior parte apresentou a DTM articular do tipo
deslocamento de disco (42,1%) e articular do tipo artralgia (42,1%), seguida do G II e III
(articular) com 7,8%.

METODOLOGIA
Este estudo foi elaborado com base na resolução 466/12 do CNS que define as
diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos e iniciado após
submissão e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). (BRASIL, 2012). A pesquisa
foi realizada mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE
(APÊNDICE A). O TCLE consiste em um documento legal, no qual os participantes
manifestam a concordância com a participação na pesquisa e atestam que estão cientes dos
riscos, benefícios, procedimentos e objetivos desta. Além da autorização da instituição
responsável. Após submissão e aprovação do Projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP)
da Faculdade Integral Diferencial (FACID/DeVry) cujo número do CAAE é
58970216.0.0000.5211. Este é um estudo descritivo transversal com abordagem quantitativa
referente à prevalência de sinais e sintomas sugestivos de disfunção temporomandibular em
estudantes de graduação.
A coleta de dados foi feita em uma instituição de ensino superior particular, onde os
participantes da pesquisa foram 30 estudantes universitários que estavam cursando os
períodos 9 e 10 da graduação. A seleção dos participantes da amostra teve como critérios de
inclusão: (estudantes que estejam matriculados regularmente no curso e com idade a partir de
18 anos) e de exclusão (estudantes que relatem problemas de saúde como disfunções
neurológicas, fibromialgia, cefaleias e dores de ouvido, cuja sintomatologia pode ser
confundida com DTM).
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A pesquisa foi feita por meio da aplicação do questionário “Research Diagnostic


Criteria” for Tempormandibular Disorder (RDC/TMD), onde foi utilizado o Eixo II, que
classifica o indivíduo com base no impacto da dor, incapacidade relacionada à dor, além de
avaliar os fatores comportamentais, psicológicos e psicossociais relevantes ao tratamento de
pacientes com DTM, representando os fatores psicossociais, baseados nos sintomas. O
RDC/TMD estabelece um sistema de classificação para pesquisa e consta de um questionário
autoaplicável com 31 questões e se baseia no fato de que não somente fatores clínicos, como
também fatores de ordem sistêmica e psicossocial em pacientes com desordens
temporomandibulares podem ser utilizados como fatores prognósticos.
O RDC/TMD foi desenvolvido com o intuito de proporcionar aos pesquisadores
clínicos um sistema padronizado que pudesse ser utilizado para examinar, diagnosticar e
classificar os subtipos mais comuns de DTM. As principais características que o tornam
especialmente válido são: especificações cuidadosamente documentadas e padronizadas,
definições operacionais baseadas em termos não ambíguos; confiabilidade demonstrada para
os métodos de medida clínica. (CAVALCANTI, 2008; SILVA, 2014).
Inicialmente dados dos questionários foram tabulados através do aplicativo Microsoft
Office Excel versão 10. Posteriormente a análise estatística foi realizada utilizando-se o
Programa Statistical Package for the Social Sciences - SPSS, versão 17.0 e BioEstat 5.0.
Os resultados foram organizados na forma de gráficos e tabelas, nas quais foram
descritos na forma de frequência e porcentagem. Na análise descritiva aplicou-se o teste de
qui quadrado de aderência (para uma amostra) para verificar se a hipótese de distribuição de
frequência observada ajustava-se a uma distribuição de proporções iguais. A análise bivariada
da associação de presença de sintomas ou sinais de disfunção temporomandibular (DTM) e
variáveis socioeconômicas em estudantes de fisioterapia utilizou-se o Teste Exato de Fisher e
Teste G de independência segundo indicação.
Para comparação das médias de pontuações, segundo grupo dos domínios
“depressão” e “sintomas físicos inespecíficos incluindo dor (somatização)” do Questionário
RDC/TMD Eixo II utilizou-se o teste t de Student. o qual foi aplicado depois de verificado o
pressuposto de homocedasticidade e distribuição normal dos dados. Para todos os testes,
considerou-se como significativo p<0,05.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No presente estudo, aplicou-se o questionário RDC/TMD Eixo II em um total


de 30 estudantes universitários de uma IES de Teresina - Piauí. Do total, 70,0% (n=21) eram
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do sexo feminino e 30,0% (n=9) do sexo masculino. A média de idade com maior prevalência
60,0% foi de 22 a 24 anos. Em relação ao perfil socioeconômico 33,3% ganham de 1 a 5
salários, no entanto, a maioria dos entrevistados 53,3% não informou sua renda. Da amostra
global, em relação à raça 63,3% se declaram de cor parda e 23,3% de cor banca, 13,3% dos
estudantes não souberam informar a cor. Sobre o estado civil 76,7% declararam nunca terem
casados (solteiros), 16,7% são casados e 6,7% não informaram o estado atual.
Apesar de ser uma amostra pequena em relação aos demais estudos presentes na
literatura, ainda assim assemelha-se a eles pelas escolhas das variáveis presentes na pesquisa.
Tabela 1 – Perfil socioeconômico de estudantes de fisioterapia acerca da prevalência de sinais
e sintomas sugestivos de DTM. Teresina, 2017.
Variável Categoria n (%) p valor

Sexo Masculino 9 30,0


Feminino 21 70,0 0,028*
TOTAL 30 100

Idade (anos) < 22 5 16,7


22 a 24 18 60,0 0,007*
> 24 7 23,2
TOTAL 30 100

Raça Branca 7 23,3

Parda 19 63,3 0,002*


Demais 4 13,3
TOTAL 30 100

Estado Civil Casado ou separado 5 16,7


Nunca casou 23 76,7 < 0,001*
Não informado 2 6,7
TOTAL 30 100

Renda 1a5 10 33,3


(salários mínimos)
Mais de 5 4 13,3 0,027*
Não informado 16 53,3
TOTAL 30 100

Legenda: *p valor estatisticamente significativo (Teste de qui quadrado de aderência para proporções esperadas iguais).

No que diz respeito aos sinais e/ou sintomas sugestivos de DTM em estudantes de
fisioterapia (Figura 2) sobre dor facial, metade dos estudantes apresentaram algum tipo de
dor facial que corresponde à disfunção temporomandibular (DTM) representando 50% dos
entrevistados. Apenas 10% relataram ter, em algum momento, a mandíbula travada. Estalidos
durante a mastigação ou ao abrir a boca, foram descritos por 46,70% deles e 33,30% sofrem
com rangidos.
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Figura 1 – Frequência de sinais ou sintomas sugestivos de DTM em estudantes de


100%
80%

Axis Title
60%
40%
20%
NÃO
0%
SIM

Axis Title
fisioterapia. Teresina, 2017.
Um exemplo da variedade de sinais e sintomas de DTM que pode ser relacionado
com esse estudo foi mostrado no trabalho de Bezerra et al. (2012), onde os resultados do
Índice Anamnésico DMF identificaram um maior percentual, o sintoma subjetivo da tensão
emocional (61,3%), pela auto percepção dos entrevistados como pessoas tensas, seguida por
dor na nuca ou no pescoço (47,3%), dor de cabeça frequente (45,2%), hábito de ranger ou
apertar os dentes (36,3%), ruídos na região da ATM (35,8%), falta de um bom contato entre
os dentes superiores e inferiores, durante o fechamento da boca (32,7%) cansaço ou
desconforto ao mastigar (25,3%), dor de ouvido (23,5%), dificuldades na abertura bucal
(14,9%) e dificuldades para realizar outros movimentos com a mandíbula (13,7%).
Os sinais de DTM podem variar entre um indivíduo e outro, porém, dores de
cabeça e orofaciais são mais comuns, junto à assimetria mandibular, estalido ou crepitação,
otalgia e em alguns casos, tonturas, dificuldades na deglutição ou em movimentos cervicais
(PINTO et al., 2015). Acerca da análise desse estudo em questão a dor facial foi relatada pela
metade dos entrevistados (50%), podendo ser comparado ao estudo de Nunes (2014) que
relatou que 48,3% dos pacientes apresentaram dor, sendo 21,3 % com dor de baixa
intensidade e 27,0% com dor de alta intensidade. De acordo com Nunes et al. (2016), dentre
os sintomas mais comuns, 78,57% tem cansaço/dor muscular quando mastiga . É sabido que
os ruídos articulares tem relação com alterações estruturais e/ou funcionais da biomecânica da
ATM ou podem até mesmo serem indicativos de processos degenerativos da articulação
(MOTTA, 2015). No presente estudo, estalos ao mastigar (46,70%) e ruídos ao abrir a boca
(33,30%) foram queixas relatas pelos estudantes no questionário. Em um estudo de Dantas
(2013), dor e ruídos articulares foram os sintomas mais comuns relatados pelos participantes
da pesquisa, (89,5% e 30,8%) respectivamente. Os ruídos e estalos podem ser associados à
13

parafunção como o hábito de roer as unhas constantemente, morder canetas, hábitos bem
comuns em estudantes.
Queiroz (2015) evidenciou que os hábitos parafuncionais tem se mostrado
frequentes em indivíduos com DTM e têm sido considerados como significantes na etiologia
e na progressão da desordem muscular e intra-articular. Em seu estudo demonstrou essa
associação, pois apresentou que há uma alta prevalência de sintomas de DTM entre os que
têm parafunção, pois todos os participantes (80%) que relataram possuir algum hábito
parafuncional já referiam sintomas relacionados à DTM o que pôde sugerir uma relação entre
ambos.
Fazendo associação dos sinais e sintomas sugestivos de disfunção
temporomandibular e o perfil socioeconômico dos estudantes participantes da pesquisa (tabela
2), onde fica claro que o sexo feminino é o mais afetado com prevalência de 84,21%. Já na
média de idade o sexo feminino apresentou 57,89% na faixa entre 22 a 24 anos.
Correlacionando com Dantas (2013) que demonstrou em seu estudo que a maior
parte dos indivíduos com sinais e sintomas de DTM era do gênero feminino (76%), enquanto
que (23%) era do gênero masculino, afirmando que as razões pelas quais as mulheres são
mais afetadas que os homens em estatísticas de DTM são controversas, mas sugerem que a
distribuição de casos de DTM seja semelhantes; entretanto pacientes do sexo feminino
procurariam mais auxílio de tratamento. Valores semelhantes foram relatados por Saman
(2015) que obteve uma amostra constituída por 38 indivíduos do sexo feminino e 12
indivíduos do sexo masculino o que deu uma prevalência de 76% para o sexo feminino e 24%
para o sexo masculino.
Tabela 2 – Análise bivariada da associação de presença de sintomas ou sinais sugestivos de
DTM e variáveis socioeconômicas em estudantes de fisioterapia. Teresina, 2017.
Sintomas/sinais de DTM
Variável Categoria SIM NÃO p valor
N (%) N (%)

Sexo Masculino 3 15,79 6 54,55


Feminino 16 84,21 5 45,45 0,042 #
TOTAL 19 100 11 100

Idade (anos) < 22 3 15,79 2 18,18


22 a 24 11 57,89 7 63,64
> 24 0,875
5 26,32 2 18,18
TOTAL 19 100 11 100

Raça Branca 5 26,32 2 18,18


Parda 13 68,42 6 54,55 0,264
Demais 1 5,26 3 27,27
14

TOTAL 19 100 11 100

Renda 1a5 4 40,0 4 100,0


(salários mínimos)
Mais de 5 6 60,0 0 0,0 0,085 #
TOTAL 10 100 4 100

Legenda: # p valor do Teste Exato de Fisher. Para demais variáveis utilizou-se Teste G de independência.

Ferreira, Silva e Felício (2016) afirmaram que, de modo geral, a idade parece
ser uma variável com maior influência nas mulheres do que nos homens. Em outro estudo
conduzido por Cardozo, Lima e Senna (2012) quando comparado os gêneros masculino e
feminino, foi encontrado que a prevalência de DTM é maior nas mulheres. No gênero
feminino, foi encontrada DTM leve em 41,93%, moderada 5,37%, e severa 1.07%. No gênero
masculino, na mesma ordem foram 8%, 1% e 0%. Hormônios sexuais como o estrogênio, por
exemplo, influenciam bastante na percepção dolorosa das mulheres, e com os músculos
mastigatórios na DTM não é diferente. Além de contribuir com diversos outros fatores como
densidade óssea, frouxidão ligamentar atingindo assim a ATM (FERREIRA; SILVA;
FELÍCIO, 2016).
Ao avaliar a faixa etária, no presente estudo, a maior prevalência dos sinais e
sintomas ficou entre 22 a 24 anos (60%), estando de acordo com os trabalhos de Nunes et al.
(2016), e Nascimento (2014) que mostraram uma idade entre 23 e 37 anos com maior
prevalência de DTM. Já Bezerra et al. (2012), em um estudo com estudantes universitários
identificaram que 42% dos voluntários encontravam-se entre 23 e 27 anos de idade, 41,3%
dos 18 aos 22 anos, 11,9% dos 28 aos 32 e 4,8% dos 33 aos 38 anos. Segundo o gênero,
64,3% pertenciam ao feminino e 35,7% ao gênero masculino.
Pinto et al. (2015) em seu trabalho sobre a prevalência constataram que o gênero
feminino foi a maior parte da amostra, 79,9% (n = 585). A idade variou de 18 a 54 anos, com
média de 24,4 (± 5,9). Na abordagem da idade através de faixas etárias, a maior concentração
dos alunos ocorreu nas idades de 20 a 25 anos, 49,7% (n =364). As informações expressas nos
estudos em questão mostram que os participantes são jovens, pois todos estão na idade de
conclusão da graduação, o que torna os resultados semelhantes.
A influência da raça com o aparecimento de sinais e sintomas de DTM, não é
muito evidenciada na literatura, pois não há trabalhos que especifiquem ou que justifiquem
que determinada raça ou etnia seja mais predisponente do que outra para apresentar distúrbio
a ser associado à disfunção temporomandibular.
A tabela 3, de acordo com a pontuação do RDC/TM Eixo II, a amostra foi
dividida entre estudantes concludentes com sinais e sintomas de DTM e os “Demais” foram
15

estudantes que não estavam no último período ou que não apresentaram nenhum sintoma de
DTM. Quando comparados, o grupo DTM + concludente teve uma maior média no escore
estresse do que os demais, porém essa média não foi estatisticamente significativa, pois
(p>0,05).
Com o escore somatização foi o mesmo resultado, o grupo DTM + concludente
não apresentou muita diferença de média em relação aos demais e o valor de p foi (>0,05).
Mas o que ainda assim chama atenção é que, tanto o estresse quanto à somatização, apesar de
não serem tão significativos estatisticamente, estão presentes na vida estudantes pesquisados e
que devem chamar atenção, pois podem ser levados em consideração em um futuro
diagnóstico de DTM, já que estão incluídos em sua multifatoriedade.
Tabela 3 – Comparação das pontuações, segundo grupo, dos domínios “estresse” e “sintomas
físicos inespecíficos incluindo dor (somatização)” do Questionário RDC/TMD Eixo II
aplicado a estudantes de fisioterapia. Teresina, 2017.
Pontuação RDC/TMD Eixo II
GRUPOS Estresse Somatização
Média p valor Média p valor

DTM + concludente
0,375 0,704 0,032 0,66

Demais
0,310 0,026

Legenda: p valor para Teste t de Student. p valor significativo (<0,05)

Barriquello (2014) evidenciou em seu estudo que o estresse é inevitável face às


constantes adaptações impostas e necessárias às pessoas, pois está presente em todas as
situações que exigem do indivíduo capacidade de adaptação da mente e do corpo. As
repercussões da exposição ao estresse excessivo são observáveis em três áreas distintas: o
corpo, a mente e o social, ou seja, no domínio físico, cognitivo, emocional e comportamental.
Existe uma relação estatística comparativa dos dados que mostra que, uma parcela
dos estudantes sofre com estresse e somatização, mas que apenas um desses fatores se
mostrou mais prevalente, no caso o estresse (0,375). E esses fatores são um dos principais
desencadeadores de sinais e sintomas de disfunção temporomandibular. Apesar de não ter
uma média significativa em relação aos demais estudos científicos por conta da amostra ser
pequena, pode-se dizer, que de certa forma o estresse afeta os estudantes no último ano da
graduação.
Martins (2014) afirma em seu trabalho que após a análise estatística, não foi
observada associação significativa entre estresse e DTM. Magri et al. (2016) afirmaram, na
16

amostra estudada por eles, que o desgaste emocional frente aos estudos não refletiu aumento
da percepção de sintomatologia de DTM com o passar dos anos. Justificando que talvez a
liberação das tensões emocionais possa estar presente quando se considera essa fase da vida
de intenso convívio social, pois comprovadamente o isolamento social contribui para o
aumento dos níveis de estresse e consequentemente o desenvolvimento de doenças crônicas
associadas a esta condição.
Entretanto, Torquato (2010) conclui que a amostra obtida por ele apresentou que o
sexo feminino exibiu média maior de níveis de estresse do que o sexo masculino, existindo a
diferença na prevalência de morbidade psicológica entre homens (27,03%) e feminino
(41,84%).
No seu estudo Queiroz (2015) concluiu que o estresse emocional com cerca de
(75%) deverá ser levado em consideração por ter obtido uma prevalência alta e por ser um
fator importante no desenvolvimento e ao mesmo tempo um sintoma de DTM, pelo o que
deve ser-lhe dada especial atenção nos estudantes do curso de fisioterapia independentemente
de suas características individuais. O próprio ambiente da faculdade, o receio de falhar
perante os desafios e as expectativas criadas por si próprias e pelo os outros podem contribuir
para esses níveis de stress emocional.
Simm e Lopes (2011) ao avaliarem a prevalência de depressão, estresse, ansiedade
e DTM de acordo com a série pelo teste do Qui-Quadrado, observou uma diferença
significativa nos índices de ansiedade e DTM das três primeiras séries do curso de
Odontologia de Maringá, quando em comparação a quarta e última série (p<0,05). Foi
avaliada ainda a correlação entre ansiedade e depressão através da correlação simples de
Pearson para a DTM, e a associação entre os três índices. Confirmando que a ansiedade
apresentou associação significativa com DTM, ou seja, a prevalência de sujeitos que
apresentam DTM e ansiedade é significativamente superior aos indivíduos que apresentam
DTM sem ansiedade.
No seu trabalho Lemos (2015) descreveu que a relação entre DTM, ansiedade e
depressão, é complexa, principalmente devido ao caráter multifatorial desta disfunção. O
surgimento de sintomatologia depende não apenas da presença do fator psicológico, mas
também de uma série de fatores tais como a capacidade adaptativa e a resposta fisiológica
individual. Além disso, variáveis como o gênero, idade, tempo, condição social, momento
vivido pelos indivíduos avaliados e tamanhos da amostra são fatores que podem influenciar
no diagnóstico e caracterização destes distúrbios psicológicos.
17

CONCLUSÃO

A disfunção temporomandibular retrata sua multifatoriedade e complexidade em


diagnóstico, assim como também a quantidade de sinais e sintomas que podem somar ou
aparecer individualmente.
Constatou-se, na presente pesquisa, que a maior parte dos estudantes entrevistados
apresentaram baixa prevalência de sinais e sintomas. Entretanto mostraram sinais e sintomas,
como dor orofacial, estalos e/ ou ruídos ao abrir ou fechar a boca, no gênero feminino
(84,21%), que parece ser justificado por fatores fisiológicos, como a ação do hormônio
estrogênio responsável pela modulação da dor. Em relação a faixa etária, uma maior
prevalência de sinais e sintomas foi demonstrado nas idades entre 22 e 24 anos (57,89%).
Esse estudo também mostrou que apesar de não haver uma significância estatística, sobre a
relação de estresse, DTM e somatização, há uma convergência na literatura e que não é
possível afirmar que o mesmo seja um fator presente no final da graduação ou mesmo que
venha a desencadear DTM.
De acordo com a pesquisa, concluiu-se não haver uma grande prevalência de
sinais e sintomas sugestivos de disfunção temporomandibular nos estudantes universitários e
que não há uma correlação significativa de estresse e somatização no ultimo ano do curso de
Fisioterapia.
Nessa pesquisa salienta-se a importância da atenção a fatores que podem
comprometer a saúde e o desempenho dos acadêmicos na reta final da graduação, visto que a
DTM, em seu caso grave não tratado é uma patologia bastante incapacitante. Esse trabalho
vem contribuir com a comunidade científica com um novo olhar sobre a DTM e seus sinais e
sintomas, principalmente por ter sido realizado com adultos jovens.

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