Você está na página 1de 4

DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR

A disfunção temporomandibular (DTM) é uma condição que afeta as


articulações temporomandibulares, os músculos da mastigação e estruturas
associadas. Essa condição pode resultar em dor facial, dificuldade na abertura e
fechamento da boca, ruídos articulares, além de outros sintomas que impactam
negativamente a qualidade de vida do indivíduo (FREITAS ET AL., 2021).
A etiologia da DTM é multifatorial e envolve uma combinação de fatores
físicos, biomecânicos, psicossociais e comportamentais. Dentre as principais causas
estão a sobrecarga mecânica nas articulações, má oclusão dentária, bruxismo,
estresse emocional, trauma facial, postura inadequada, entre outros. Esses fatores
podem levar a alterações na função da articulação temporomandibular, desequilíbrio
muscular e inflamação local (FREITAS ET AL., 2021).
O diagnóstico da DTM é baseado em uma avaliação clínica detalhada, que
inclui a análise dos sintomas relatados pelo paciente, exame físico da região facial e
palpação das articulações e músculos envolvidos. Além disso, exames
complementares como radiografias, ressonância magnética ou tomografia
computadorizada podem ser utilizados para auxiliar no diagnóstico e avaliação da
condição (CRUZ ET AL., 2020).
A DTM na odontologia tem grande relevância, uma vez que está diretamente
relacionada à função e oclusão dentária. A má oclusão dentária e o bruxismo são
fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da DTM, aumentando a
sobrecarga nas articulações temporomandibulares e nos músculos mastigatórios
CRUZ ET AL., 2020).
A disfunção temporomandibular (DTM) pode estar associada a comorbidades
sistêmicas, como ansiedade, depressão e problemas otológicos ou neurológicos. A
queixa mais comum é a dor nos músculos mastigatórios, articulação
temporomandibular e região pré-auricular, que pode ser agravada pela mastigação.
Outros sintomas incluem limitação dos movimentos mandibulares, sons articulares,
hipertrofia muscular, desgaste oclusal atípico, dores de cabeça, ouvido, face e
mandíbula (FERNANDES, 2015).
O diagnóstico da DTM na odontologia é realizado por meio de uma avaliação
clínica detalhada, que inclui a análise da história do paciente, exame físico da região
craniofacial, palpação das articulações temporomandibulares e dos músculos da
mastigação. Além disso, exames complementares como radiografias panorâmicas,
tomografias computadorizadas e ressonância magnética podem ser solicitados para
auxiliar no diagnóstico e avaliação da condição (FREITAS ET AL., 2021).
O tratamento da DTM é geralmente multidisciplinar e visa aliviar a dor,
melhorar a função da articulação temporomandibular e reduzir os sintomas
associados. As opções de tratamento incluem terapia medicamentosa para controlar
a dor e a inflamação, fisioterapia para fortalecer os músculos da mastigação, terapia
oclusal para corrigir problemas de mordida, utilização de dispositivos interoclusais,
modificações comportamentais, terapia cognitivo-comportamental e, em casos mais
graves, intervenções cirúrgicas (CRUZ ET AL., 2020).
A terapia oclusal é frequentemente utilizada para corrigir problemas de
mordida e restaurar a harmonia entre os dentes e as articulações
temporomandibulares. Além disso, dispositivos interoclusais, como placas oclusais,
podem ser prescritos para reduzir a sobrecarga nas articulações e músculos
(CAMACHO E GUIMARÃES, 2015).
A fisioterapia orofacial desempenha um papel importante no tratamento da
DTM na odontologia, por meio de técnicas que visam relaxar e fortalecer os
músculos da mastigação, melhorar a mobilidade articular e reduzir a dor. Além disso,
modificações comportamentais, como orientações sobre postura correta, redução do
estresse e controle do bruxismo, são essenciais para o sucesso do tratamento
(VARGAS FERREIRA ET AL., 2009).
É importante ressaltar que o tratamento da DTM deve ser individualizado,
levando em consideração a gravidade dos sintomas, a causa subjacente e as
características específicas de cada paciente. Além disso, a abordagem terapêutica
deve envolver uma equipe multidisciplinar composta por dentistas, fisioterapeutas,
psicólogos e outros profissionais de saúde, de modo a garantir uma abordagem
integrada e abrangente (SUELEN ET AL., 2012).
Assim, é crucial reconhecer que as causas da Disfunção Temporomandibular
(DTM) são diversas e requerem um diagnóstico minucioso. A anamnese se mostra
essencial para coletar informações sobre os sintomas da doença, e cada caso deve
ser estudado individualmente para determinar a técnica de tratamento mais
adequada. É fundamental realizar avaliações clínicas multidisciplinares em pacientes
diagnosticados com DTM, a fim de otimizar o tratamento, reduzir a morbidade,
diminuir os custos e o número de consultas necessárias (ZAVANELLI ET AL., 2019).
Portanto, a disfunção temporomandibular é uma condição complexa que afeta
as articulações temporomandibulares e os músculos da mastigação, causando dor e
outros sintomas. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais
para melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados por essa condição. A
abordagem terapêutica deve ser multidisciplinar, considerando os aspectos físicos,
emocionais e comportamentais envolvidos na DTM.

REFERÊNCIAS

CAMACHO, Guilherme; GUIMARÃES, Guilherme. Terapia por ajuste oclusal.


Repositório UFPEL. 2015. Disponível em:
https://wp.ufpel.edu.br/protparcial/files/2016/02/AJUSTE-OCLUSAL-Guilherme-Guim
ar%C3%A3es_2015.pdf. Acesso em: 03 de jun. 2023.

CRUZ, José Henrique Araújo; SOUSA, Lindoaldo Xavier; OLIVEIRA, Bruno Firmino;
ANDRADE JUNIOR, Francisco Patrício de; ALVES, Maria Angélica Satyro Gomes;
OLIVEIRA FILHO, Abrahão Alves. Disfunção Temporomandibular: Revisão
Sistematizada. Archives Of Health Investigation , v. 09, p. 555-560, 2020. Disponível
em: https://www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/3011. Acesso em:
03 de jun. 2023.

FERNANDES; Terezita de Fátima Fernandes. Acupuntura na analgesia da


disfunção temporomandibular. 2015. Dissertação (Mestrado em Odontologia) -
Faculdade de Odontologia da UFMG. Disponível em:
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-A8XLDE/1/terezita_de_f_tima_ferna
ndes.pdf. Acesso em: 03 de jun. 2023.

FREITAS, Amanda de Sá Barreto de; CRUZ, José Henrique Araújo; CASTRO,


Fausta Maria Moura de; PENHA, Elizandra Silva da; OLIVEIRA FILHO, Abrahão
Alves de; GUÊNES, Gymenna Maria Tenório. Avaliação da prevalência da
sintomatologia de disfunção temporomandibular em universitários de
Odontologia de uma instituição pública de ensino. Archives of health
investigation, v. 10, p. 807-812, 2021. Disponível em:
https://www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/5242. Acesso em: 03
de jun. 2023.

SUELEN, Cristina Sartoretto; BELLO, Yuri Dal; BONA, Alvaro Della; AZEVEDO,
Marina Sousa. Evidências científicas para o diagnóstico e tratamento da DTM e
a relação com a oclusão e a ortodontia. RFO UPF vol.17 no.3 Passo Fundo
Set./Dez. 2012. Disponível em:
http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-401220120003
00019. Acesso em: 03 de jun. 2023.

VARGAS FERREIRA, Fernanda; VARGAS FERREIRA, Fabiana; FONSECA


PERONI, Ana Beatriz da; TABARELLI, Zuleica. Desordens temporomandibulares:
uma abordagem fisioterapêutica e odontológica Stomatos, vol. 15, núm. 28,
enero-junio, 2009, pp. 27-37. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/850/85015147004.pdf. Acesso em: 03 de jun. 2023.

ZAVANELLI, Adriana cristina; PIRES, Nayara Soares; MELLO, Caroline Cantieri de;
ZAVANELLI, Ricardo Alexandre. Abordagem, diagnóstico e tratamento das
disfunções temporomandibulares: Relato de caso. Archives of Health
Investigation, v. 7, p. 523-529, 2019. Disponível em:
http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-401220120003
00019. Acesso em: 03 de jun. 2023.

Você também pode gostar