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Uso da toxina botulínica

em pacientes bruxômanos
Segundo a FDA, a toxina botulínica tornou-se o procedimento
cosmético e terapêutico minimamente invasivo mais utilizado na
atualidade, alcançando os 3.000.000 tratamentos/ano. Entre suas
indicações, está o uso terapêutico em um dos grandes desafios da
odontologia: O BRUXISMO.

O bruxismo é caracterizado pela atividade muscular mastigatória


parafuncional que provoca transtorno involuntário e inconsciente de
movimento, caracterizado pelo excessivo apertamento e/ou ranger
dos dentes, podendo ocorrer durante o sono ou a vigília.
Aumento da incidência de pacientes bruxômanos na clínica diária:

Cerca de 90% da população relata bruxismo em algum grau, durante algum período da vida. A
prevalência de bruxismo varia de 20% a 25% em crianças, de 5% a 8% na população adulta e 3% nos
idosos.

Nos últimos anos, surgiu a tendência de dimensionar o bruxismo em um contexto muito mais
amplo: seus efeitos podem alcançar a musculatura do pescoço e do ombro, além da região frontal, e
admite-se que influencie até mesmo a postura do corpo todo, acarretando em disfunções posturais
e/ou esqueléticas. POR ISSO, TORNA-SE MUITO COMUM, NO RETORNO DO PACIENTE PÓS-
APLICAÇÃO DE TOXINA EM MASSETER E TEMPORAL, TER QUE COMPLEMENTAR TAL
TERAPÊUTICA COM O PROTOCOLO PARA DOR CERVICOGÊNICA E FRONTAL.

Os quadros de bruxismo podem ainda produzir um desgaste dental excessivo, perda de DVO precoce,
dores e disfunção temporomandibular. O tratamento tardio, em alguns casos, pode resultar em luxação
da articulação temporomandibular e artrite degenerativa da mesma.
BRUXISMO X PERIODONTO

A definição de trauma oclusal resultante do apertamento, de acordo com a


Academia Americana de Periodontia, é a injúria do periodonto proveniente
de forças oclusais que excedem a capacidade de reparação do aparelho de
inserção (Glossary of Periodontal Terms, 1992).

Alguns autores indicam que forças oclusais podem causar alterações no osso
alveolar e nos tecidos periodontais na presença ou ausência da periodontite.
Essas mudanças podem afetar a mobilidade dental e a profundidade clínica
de sondagem (ERICSSON, GIARGIA. LINDHE, et al, 1993).
O trauma oclusal proveniente de apertamento crônico pode comprometer
cemento, ligamento periodontal e osso alveolar, e apresentar como sinais
clínicos: mobilidade dentária (superior à fisiológica), mudança do som à
percussão dos dentes, padrões atípicos de desgaste dentário, migração
patológica dos dentes, formação de abscessos periodontais provenientes
de sobremordida, ulceração gengival, hipertonicidade dos músculos da
mastigação e alterações na ATM.

Assim sendo, vale lembrar que, anteriormente às cirurgias plásticas


periodontais reconstrutivas, faz-se necessária a execução de um preparo de
boca que inclui, além de profilaxia, controle de placa, restaurações e outros
tratamentos, principalmente o controle de traumas oclusais provenientes de
hábitos parafuncionais. Para tal, a toxina botulínica tem papel importante não
apenas no preparo prévio, como também na manutenção e longevidade dos
resultados alcançados nas plastias e reconstruções teciduais.
Quais músculos podem estar envolvidos ?

F R O NTA L

T E M P O RA L

MA S S ET E R

REGIÃO
C E R V I C O G ÊN I C A
Quando reaplicar?
DEPENDE DO COMPORTAMENTO MÍMICO DO PACIENTE:

Pacientes cinéticos: pacientes pouco expressivos, movimentam músculos da mímica


de acordo com a emoção que desejam transmitir ao interlocutor. Nestes pacientes, a
duração do efeito da toxina é de 6-8 meses até 12 meses.

Pacientes hipercinéticos: representam o perfil da maioria de nossos pacientes. Passam


ao interlocutor uma sensação de agitação ao se comunicar e movimentam músculos da
mímica de forma a transmitir ansiedade. A duração do efeito da toxina nestes pacientes é
de 4 a 6 meses.

Pacientes hipertônicos: pacientes extremamente agitados e ansiosos, geralmente apresentam


DTM, marcas de expressão estáticas, perda de DVO e passam ao interlocutor uma sensação
de inquietude ao se comunicarem. Duração da toxina nestes pacientes: 3 meses.
A fim de evitar estas complicações, o diagnóstico precoce e o uso terapêutico da toxina
botulínica tipo A tornaram-se muito evidentes devido aos efeitos benéficos pós-aplicação:
controle da dor, redução do número de eventos de apertamento e diminuição da atividade
muscular, concluindo-se, portanto, que este é um tratamento efetivo.
Referências

1- BAHILS, A.; RODRIGUES, N. L.; FERRARI, E. Bruxismo. Revista Odonto Ciência, n. 27, p. 7-20, 1999.

2- CLARK, G. A critical evaluation of orthopedic interocclusal appliance therapy: effectiveness for specific
symptoms. J Am Dent Assoc, v. 108, p. 363-68, 1984.

3- FAOT, F.; CUSTÓDIO, L. G.; MELO, A. C. M. et al. Bruxismo-Parte I. Jornal do ILAPEO. 2008; 1 (2); 12-6.

4- GUARDA-NARDINI, L.; MANFREDINI, D.; SALAMONE, M. et al. Efficacy of Botulinum Toxin in Treating
Myofascial Pain in Bruxers: a Controlled Placebo Pilot Study. J. Craniomandibular Pract. 2008; 26 (2): 126-35.

5- LEE, S. J., MCCALL, W. D. Jr., KIM,Y. K. et al. Effect of botulinum toxin injection on nocturnal bruxism: A
randomized controlled trial. Am. J. Phys. Med. Rehabil. 2010; 89: 16-23.

6- LONG, H.; LIAO, Z.; WANG,Y. et al. Efficacy of botulinum toxins on bruxism: an evidence-based review. Int.
Dent. J. 2012; 62 (1): 1-5.

7- The american academy of periodontology Glossary of periodontal terms. Third Edition, Chicago , 1992

8- Ericsson I.; Giargia M., Lindhe J.; Neiderud M. J. Progression of periodontal tissue destruction at splinted/ non
-splinted teeth. An experimental study in the dog. Clin. Periodontol. 1993 Nov; 20 (10): 693-8.
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equipe de profissionais com profundo conhecimento técnico e científico
em reconstrução tecidual, envolvida por uma filosofia de trabalho que
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o nome do grupo, que é uma junção das iniciais das especialidades
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