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Despersonalização e Desrealização
Despersonalização e Desrealização
Existe uma escala que avalia o grau de dissociação que varia numa pontuação entre 0 e
10. Por exemplo algumas das pessoas com perturbação de pânico obtêm nesta escala
valores entre 4 e 5. Muitas pessoas com ataques de pânico afirmam que os ataques
começam com a experiência de despersonalização e/ou desrealização.
Sensações dissociativas:
- visão em túnel
- estar a ouvir alguém a falar e aperceber-se de que não ouviu nada ou partes do que
a outra pessoa disse
- por vezes “ficar a olhar para o espaço” e não ter a noção de que o tempo passou
Em seguida transcrevo um texto escrito por Paul David (2009) relativo às sensações e
sentimentos de despersonalização/desrealização:
“É como se as pessoas por mais que tentem, sentem que não conseguem lidar bem
com o mundo à sua volta. Sentem-se distanciadas daquilo que as rodeia, sendo difícil
falarem e ligarem-se a outras pessoas. Podem sentir que já não nutrem sentimentos
por outras pessoas que lhes são próximas. A pessoa parece que já não se sente como
normal e isso pode custar muito a quem passa por esta experiência.
Algumas pessoas quando estudam para os exames durante horas a fio, chegam ao
ponto em que já não conseguem assimilar informação por isso fazem uma pausa e
continuam no dia seguinte. Para si não há cá pausas ou time-outs.
O problema com a ansiedade é que as pessoas que sofrem dela têm uma tendência
para se preocupar e a despersonalização surge como proteção a todo este stresse e
preocupação diária. As pessoas podem então sentir-se distanciadas, distantes,
vazias, sem emoções. O que acontece nessa altura é que as pessoas começam a
preocupar-se e a obcecar sobre este novo sentimento, pensando que é algo sério e
grave, ou que poderão enlouquecer. Até poderão mesmo “esquecer” a sua
ansiedade e focarem-se apenas neste novo sentimento o que poderá fazer com que
estes sentimentos e sensações aumentem. A desrealização cresce à medida que
entramos no cliclo de preocupação e medo e por isso o nosso corpo protege-nos
destes sentimentos cada vez mais, fazendo-o(a) sentir-se mais distanciado(a) e
distanciado(a). É esta preocupação e medo sobre estas sensações e sentimentos
que o(a) mantêm no ciclo.
Paul David,2009.
Muita da pesquisa indica que estes estados podem ser induzidos numa fracção de
segundo. A maioria de nós que tem ataques de pânico não está ciente do modo como
o fazemos tão facilmente e consequentemente entramos em pânico cada vez que
entramos num estado de consciência alterado. A nossa experiência também demonstra
que as pessoas podem experienciar uma sensação de “choque eléctrico” ou um “calor
dormente” nestes estados alterados. Isto também aumenta o medo e pânico que
podemos estar a morrer ou a ficar loucos.”
Uma outra experiência demonstra que as pessoas podem experienciar sensações de
tonturas como resultado da desrealização. A pesquisa demonstra que não é tanto a
desrealização que causa as tonturas mas sim a magnitude na mudança de estado de
consciência que pode causar sentimentos e sensações de tonturas.
Muitas pessoas com a perturação de pânico estão assustadas com a sua capacidade
para dissociar, outras nem tanto. Uma das maneiras mais fáceis de as pessoas
entrarem num estado dissociativo é quando estão relaxadas e/ou quando estão com o
“olhar fixo”: fora da janela, a guiar, a ver TV, a ler um livro, ao utilzar o PC, quando
estão a falar com alguém. As luzes fluorescentes também podem desencadear um
estado de trance tal como a auto-absorção (estado em que a pessoa está hiper-atenta
aos processos internos, sejam eles sensações, pensamentos, sentimentos). Quanto
mais absorvidos em nós mesmos ficamos, mais poderemos induzir um estado
dissociativo.
Bronwyn Fox,
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