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Assim, o fim do século XIX representava o “[...] triunfo da ciência sobre a política, bem
como a vitória da ordem e do progresso coletivos concebidos racionalmente acima da
recalcitrância e irracionalidade humanas” (REED, 1985 apud REED, 1998, p. 61).
Conforme Wolin (1961 apud REED, 1998, p. 61) “as organizações foram racionalmente
projetadas para resolver conflitos permanentes entre as necessidades coletivas e as
vontades individuais que vinham obstruindo o progresso social [...]”. Entretanto, na
prática, essa garantia de progresso social não foi cumprida, o que causou o
questionamento dessas bases científicas. Os estudos contemporâneos, dessa forma,
passam a questionar ou até mesmo se opor às “certezas" ideológicas e os “remendos”
técnicos, tendo como pano de fundo um contexto social e uma posição histórica diferente
daquela em que as primeiras teorias organizacionais foram desenvolvidas.
São trabalhados também os pontos interconectados que proporcionaram a análise das seis
metanarrativas, que “[...] podem ser interpretadas como tentativas contestadas de
representação e controle de nosso entendimento sobre a prática social estratégica
institucionalizada que é a ‘organização’” (REED, 1998, p. 82). Os temas envolvem
debates diversos, quais sejam: atuação versus estrutura (debate conceitual);
construtivismo versus positivismo (debate epistemológico); local versus global (debate
analítico) e; individualismo versus coletivismo (debate normativo).
Reed (1998) também aborda algumas das omissões mais relevantes presentes no cerne
da teoria organizacional tradicional, notadamente as seis metanarrativas supracitadas, a
exemplo a “cegueira” em relação ao gênero e à raça, bem como a discussão incipiente
acerca do subdesenvolvimento e suas relações com o desenvolvimento global.
Importante salientar que o plano de ensino da Disciplina Evolução das Teorias em
Organizações pauta-se nessas seis metanarrativas e, por fim, traz uma discussão sobre
outros temas que foram omitidos.
Por fim, os debates na primeira aula da disciplina, bem como a leitura de Reed (1998)
permitem refletir que a evolução da teoria organizacional está, de fato, relacionada ao
contexto cultural e histórico. Seu campo é um campo conflituoso, no sentido de haver
várias abordagens e perspectivas não isentas de contexto por trás e muito menos
descoladas da história. Nesse sentido, por mais que uma teoria de organizações seja aceita
como “hegemônica” em determinado momento histórico, isso se dá, em grande medida,
devido ao contexto no qual ela se insere de evolução e/ou contestação do capitalismo.
Referência bibliográfica: