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Estudo Das Curvas TTT PDF
Estudo Das Curvas TTT PDF
Os diagramas de fase são representativos das condições ideais de resfriamento, ou seja, de equilíbrio
termodinâmico. Entretanto, na prática a condição ideal de equilíbrio do resfriamento lento, que determina a formação da
microestrutura, nem sempre é mantida.
Por razões econômicas, na prática existe pressa em realizar o resfriamento, e ao mesmo tempo garantir o tipo de
microestrutura desejado. O tempo então se torna um importante fator.
A relação entre a temperatura e o tempo (história) do resfriamento para obter determinada microestrutura é o que
se denomina tratamento térmico.
A base para o estudo dos tratamentos térmicos é a cinética. Introduz-se uma importante variável, o tempo, que
permitirá a construção de um novo tipo de diagrama, denominado TTT (Temperatura, Tempo, Transformação). O
diagrama TTT é similar ao diagrama de fase, e permite mapear transformações de difusão de estado sólido (dependentes
de tempo) e transformações rápidas, que ocorrem por outros mecanismos (independentes de tempo).
O gráfico representativo do diagrama TTT é também conhecido como diagrama de transformação isotérmico.
Esta denominação deve-se ao tipo de resfriamento que o mesmo representa:A partir da temperatura eutetoide, resfria-se
rapidamente o material até uma determinada temperatura e mantem-se esta constante até que ocorra a transformação da
austenita (como visto nos diagramas de equilíbrio, a austenita é instável abaixo da temperatura eutetoide). Assim a
transformação da austenita ocorre isotermicamente.
A figura abaixo mostra que a evolução da transformação pode ser representada por uma família de curvas, que
indicam o percentual de transformação ao longo do tempo.
A seguir mostram-se as transformações difusionais e as transformações sem difusão, muito importantes para os
aços, já que inferem diretamente sobre a microestrutura resultante.
Transformações Difusionais
Referem-se às transformações com mudança de estrutura devidas à migração de átomos por grandes percursos.
O diagrama TTT para uma composição específica (Fe com 0,07% de peso em C) é mostrado na figura a seguir: a perlita
não é a única estrutura resultante do esfriamento da austenita.
A morfologia da perlita é diferente dependendo da temperatura de transformação.
Resfriamentos próximos à temperatura eutetoide (de austenitização) levam à formação de perlita de maior
tamanho de grão e com lamelas (das fases ferrita e cementita) de maior espessura (perlita grossa). Quanto menor é a
temperatura de transformação, menor é o tamanho de grão da perlita e menor é a espessura de lamela. A razão para tal é
que são verificadas baixas taxas de nucleação e altas taxas de difusão próximas a temperatura eutetoide, o que resulta em
estruturas relativamente grosseiras.
Ao reduzir-se a temperatura de transformação, aumenta-se gradativamente a taxa de nucleação e reduz-se a taxa
de difusão, resultando em estruturas mais refinadas.
Veja as morfologias e correspondentes temperaturas na figura.
Microestrutura da Perlita Grossa (esquerda) e Fina (centro) Microestrutura da Bainita contendo finíssimas agulhas das
fases do Fe( a direita)
Portanto: Quando baixamos a temperatura abaixo da temperatura crítica de um aço eutetóide que estava
completamente austenítico há maior velocidade de formação da perlita (1o momento) Austenita acima da T crítica
estável.
Mas com um Rápido resfriamento austenita torna-se instável. Esta austenita possui energia adicional que deve
ser liberada através da formação de produtos mais estáveis, como a ferrita e cementita (perlita). Na verdade,a alotropia do
ferro é que comanda esta transformação.
Transformação difusão é necessária, a qual depende do tempo e temperatura! TS próximas ao ponto eutetóide
menor velocidade de transformação.
Existe uma Força motriz para a transformação, ou seja uma quantidade de energia livre, a qual é função da
diferença de temperatura entre a T eutetóide (T de estabilidade da austenita) e a T de transformação. Isto representa o
quanto a austenita está instável!
Agora (2o momento) quando a temperatura for muito baixa, a difusão será menos intensa e a velocidade de
transformação irá diminuir! Formação do cotovelo da curva.
T de transformação baixa mais núcleos sendo formados, mas não crescem muito porque a difusão não é muito
intensa. Como resultado, teremos um menor espaçamento entre as lamelas da perlita e ela será considerada perlita fina
estruturas mais finas são mais resistentes e tenazes. (Compare o processo de fundição em areia e em coquilha).
T de transformação alta perlita grosseira. Nesta situação, poucos núcleos surgem, mas crescem com grande
velocidade porque a difusão é alta. Na figua a velocidade de crescimento da perlita em função da temperatura de reação
em uma liga ferro-carbono de composição eutetóide.
Reação bainítica:
O que acontece quando a T de transformação está abaixo de 500 oC.?
Nestas temperaturas, a difusão é bem menos intensa.Esta reação também depende da difusão de átomos de
carbono, de forma que é dependente da T e do tempo de transformação.Visto que a temperaturas abaixo de 500 oC a
difusão é baixa, a difusão dos átomos de C fica prejudicada, de forma que não forma-se uma rede contínua de cementita.
A bainita é, portanto, possui uma microestrutura composta de carbonetos e ferro finamente dispersos sobre uma
matriz praticamente isenta de carbono que é a ferrita. Cada placa de bainita é composta por um certo volume de ferrita
onde estão incrustadas partículas de carboneto.
Diferença entre os mecanismos de formação da perlita e da bainita. A dificuldade de difusão do carbono faz com
que os carbonetos fiquem dispersos na bainita.
Bainita superior ~ 450oC o carboneto é a cementita (ortorrômbico com 6,7% C)>
Bainita inferior ~250oC o carboneto é o Epsilon (hexagonal com 8,4%C). Esta bainita é mais dura!
Duas linhas horizontais foram adicionadas para representar a ocorrência de um processo sem difusão, conhecido
como transformação martensítica. O termo se refere a uma família ampla de transformações sem difusão em metais e não
metais. É sempre possível evitar a difusão através do resfriamento rápido da austenita. O preço desta operação é que a
austenita permanece instável permitindo a formação de martensita, num processo que gera uma característica fragilidade
ao produto final.
O diagrama TTT indica ainda uma nova fase: bainita. Na faixa de temperaturas onde ocorre, a difusão do carbono
(intersticial) é significativa, no entanto a difusão do ferro (substitucional) é praticamente nula. Tem-se assim uma
transformação mista – difusional quanto ao carbono e martensítica quanto ao ferro. O resultado é uma microestrutura de
aspecto bastante similar ao da martensita, porém sem a fragilização inerente a esta.
Agora para temperaturas próximas a 200oC resfriamento rápido não há tempo para a difusão do carbono e
este permanece em solução sólida.
- O parâmetro de rede (a) da estrutura CFC é maior
- Diâmetro dos maiores interstícios:CFC – 0,104nm; CCC – 0,072nm, Diâmetro do C – 0,154nm
Rápido resfriamento Supersaturação em carbono distorção do reticulado cristalino formação da estrutura
cristalina tetragonal de corpo centrado grande aumento de resistência mecânica.
- O aumento de dureza ocorre porque a estrutura está com muitas tensões internas e supersaturada em carbono,
impedindo o movimento de discordâncias. A dureza depende do teor de carbono. Aços com baixo carbono não poderão
ser endurecidos por transformação martensíticas (mínimo=0,3% e dureza máxima ocorre para 0,6%). A reação
martensítica é adifusional.
Transformação martensítica.
Influência do tamanho de grão e dos elementos de liga nos diagramas isotérmicos (temperabilidade):
Quanto Maior o grão mais para a direita está o cotovelo (maior tempo para o início da transformação).Isto
ocorre porque quanto maior é o grão, menor a área de contorno de grão e, portanto, menor a área de sítios preferenciais de
nucleação de novas fases, atrasando as transformações.
Elementos de liga:
Todos os elementos, menos o cobalto, dificultam a difusão dos átomos, deslocando para a direita o cotovelo das
curvas de transformação. Assim, as reações são retardadas e as temperaturas de transformação decrescem, inclusive MS.
O carbono é o principal elemento, podendo colocar M S abaixo da temperatura ambiente (formação de austenita retida).
Figura 2 - Perfis de dureza em barras de aço Figura 3 - Perfis de dureza em barras de aço SAE 1045 SAE 1045
e 6140 temperadas em água. e 6140 temperadas em óleo.
Quedas menos acentuadas de dureza, ao longo da seção da barra, para o aço 6140, devido ao efeito dos elementos de lega.
Este efeito é importante quando deseja-se manter uma dureza alta-média para barras de grande diâmetro.
Responder:
1. O que é difusão?
2. Como a difusão afeta a morfologia da perlita?
3. Descreva a formação da bainita. Ela é difusional ou não? Justifique
4. Porque a transformação da martensita é adifusional?
5. Como o diâmetro pode afetar o resfriamento e a temperabilidade de uma peça de
determinado material?
6. Como os elementos de liga afetam a posição das curvas TTT e a temperabilidade de um
material?