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Catolicismo Romano Uma Analise Critica Lloyd Jones FINAL 1
Catolicismo Romano Uma Analise Critica Lloyd Jones FINAL 1
O Dr. Lloyd-Jones neste texto é claro e direto. Tudo que afirma tem
base nas Escrituras e nas próprias doutrinas católicas, que permanecem
as mesmas desde sempre (contrário ao que muitos evangélicos, até hoje,
parecem acreditar). Roma pode ter mudado exteriormente, mas
continua doutrinariamente condenando o protestantismo como heresia
perniciosa, ainda que o atual Papa Francisco aparentemente não “se
lembre” disso.
Algumas notas são longas por conta do conteúdo, pois preferi citar o
máximo de conteúdo possível, a fim de evitar más interpretações dos
dogmas católicos romanos por culpa de frases soltas ou fora de
contexto.
Armando Marcos
Criador e editor chefe de Projeto Castelo Forte
Outubro de 2017, 500° ano da Reforma Protestante
Catolicismo
Romano
Uma Análise Crítica
Sermão proferido em Maio de 1963 por
2
Os melhores materiais para se conhecer de fato as doutrinas católicas romanas são seu “Catecismo da
Igreja Católica” e suas diversas encíclicas, bulas e concílios (material citado em abundância nesta obra).
As Muitas Faces de Roma
1. Idolatria e Superstição
3
Alguns exemplos de condenação à idolatria: Êxodo 20; Levítico 19:4; Deuteronômio 27:15; Salmos
115:4-8; Isaías 42:8, 45:2; I Corinitios 10:7; I João 5:21, entre tantos outros. Martin Lloyd-Jones, aqui,
trata da questão mais “material” dos ídolos na igreja católica romana, mas também pode ser visto de
forma mais ampla. Ken Sande, citado por C. J. Mahaney, diz “Em termos bíblicos, um ídolo é alguma
outra coisa, que não Deus, na qual empregamos nosso coração (Lc. 12:29, 1 Co. 10:6), que nos motiva (1
Co. 4:5), que nos controla ou governa (Sl. 119:133), ou a qual servimos (Mt. 6:24)”.
FONTE: <http://www.monergismo.com/textos/pecado_tentacao/idolatria_mahaney.htm>.
4
Êxodo 20:4: Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos
céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5
A igreja católica romana diferencia os termos “Latria” (do grego latreou, “adorar”) como culto
direcionado devida e unicamente a Deus (i. e. a Trindade como um todo) dos termos “Dulia” (do grego
douleuo, “venerar” ou “honrar”), prestada aos santos em geral, e “Hiperdulia”, uma especial e
preeminente veneração, prestada a Maria em particular. Na Constituição Dogmática Lumem Gentium
do Concilio Vaticano II, diz-se sobre o culto de hiperdulia a Maria: “Este culto, tal como sempre existiu
na Igreja, embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração, que se presta por
igual ao Verbo encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente. Na verdade, as várias
formas de piedade para com a Mãe de Deus, aprovadas pela Igreja, dentro dos limites de sã e recta
doutrina, segundo os diversos tempos e lugares e de acordo com a índole e modo de ser dos fiéis, têm a
virtude de fazer com que, honrando a mãe, melhor se conheça, ame e gloria fique o Filho, por quem tudo
existe (cfr. Col. 1, 15-16) e no qual «aprouve a Deus que residisse toda a plenitude» (Col. 1,19), e também
melhor se cumpram os seus mandamentos.”. Nota-se claramente que a igreja católica romana, ao inserir
Maria em tal posição, divide a glória de Cristo indevidamente, sendo assim idolátrica, pois a insere e os
santos numa posição “irregular”, por assim dizer.
imagens, estátuas, formas e representações6. Quem já visitou uma de
suas grandes catedrais deve ter visto pessoas cometendo esse tipo de
idolatria.
6
A igreja católica, tanto no ocidente (sob Roma) quanto no oriente (sob Constantinopla) aceitou o uso
de imagens, estátuas e ícones aproximadamente entre os séculos V e VI. Especula-se que este costume
advém das honrarias dadas aos mártires cristãos, ou que foi simplesmente uma adaptação das
adorações idolátricas dos pagãos recém-convertidos. No século VIII, porém, os imperadores do oriente
deram apoio a movimentos contrários à veneração de imagens e ícones, fato que levou ao chamado
movimento iconoclasta (termo que significa “quebrador de ícones, imagens”). Chegar a esse ponto
dependeu muito do ânimo do imperador bizantino da época, e só teve fim no II Concilio de Niceia, que
condenou os iconoclastas como hereges, estipulando regras e incentivos ao uso de imagens, ícones,
estátuas. Nas igrejas ortodoxas do oriente, os ícones são a norma, e não se aceitam estátuas. Não
obstante, a ideia de veneração é a mesma.
7
João Calvino, nas Institutas da Religião Cristã, declara “Por isso, quando os homens, na forma de
imagens, fazem uma representação tanto de Deus quanto da criatura e prostra-se diante dela para
venera-la, é porque já foi fascinado por certa superstição. Foi por essa razão que o Senhor proibiu não
somente levantar-se estátuas modeladas para representa-lo, mas proibiu consagrarem-se gravuras de
qualquer espécie, para serem usadas como objetos de adoração. Pela mesma razão, também, no
preceito da Lei, junta-se outra parte a respeito da adoração dessas representações, pois tão logo foi
inventada essa forma visível de Deus, o passo seguinte foi o de atribuir-lhe poder, Os seres humanos são
néscios a tal ponto, que identificam Deus com tudo o que o representa, e, por isso, não pode acontecer
outra coisa senão adorarem a essa representação de Deus! É supérfluo discutir se simplesmente se
adora o ídolo ou se se adora a Deus no ídolo, pois, seja qual for o pretexto, quando se proporcionam
honras divinas a um ídolo, é sempre idolatria. E pelo fato de Deus não querer ser cultuado de maneira
supersticiosa, recusa-se a Ele aquilo que se oferece aos ídolos”.
FONTE: <http://www.monergismo.com/textos/jcalvino/abominavel_calvino.htm>.
Testamentos, tão condenado quanto a idolatria; não obstante, o
catolicismo romano a encoraja com deliberação 8.
8
Martin Lloyd-Jones concorda plenamente com J. C. Ryle, que afirmou: “Sim, a idolatria é um dos mais
clamorosos pecados dos quais a Igreja de Roma é culpada. Digo isso com pleno reconhecimento de
nossas falhas como protestantes, inclusive não pouca idolatria em nossas fileiras. Mas quando falamos
de idolatria formal, reconhecida e sistematizada, francamente devemos falar de catolicismo romano.
Idolatria é ter imagens e retratos de “santos” nas igrejas e reverenciá-los sem base nem precedente
algum para isso nas Escrituras. Portanto, afirmo que há idolatria na Igreja de Roma. Idolatria é invocar a
virgem Maria e aos santos e dirigir-se a eles utilizando uma linguagem que nas Escrituras é reservada
somente para a Santíssima Trindade. Portanto, afirmo que há idolatria na Igreja de Roma. Idolatria é
inclinar-se diante de coisas materiais e atribuir a elas um poder e uma santidade muito superiores aos
que eram atribuídos, por exemplo, à arca da aliança ou ao altar de sacrifícios do Antigo Testamento; e
um poder e uma santidade completamente alheios à Palavra de Deus. Portanto, afirmo que há idolatria
na Igreja de Roma”. FONTE: <http://www.projetoryle.com.br/idolatria/>.
9
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, “776. Como sacramento, a Igreja é instrumento de
Cristo. «É assumida por Ele como instrumento da redenção universal» (202), «o sacramento universal da
salvação» (203)”, arrogando para si a posição de único canal para a salvação de todos.
10
Conforme suas doutrinas oficiais, o IV Concílio de Latrão (1215) afirma: Canon I: “[...] Há apenas uma
Igreja universal dos fiéis, fora da qual absolutamente ninguém é salvo [...] Canon III: “Nós
excomungamos e anatematizamos toda heresia erguida contra a santa, ortodoxa e Católica fé sobre a
qual nós, acima, explanamos”. E no Catecismo da Igreja Católica diz-se “168 – Pode alguém salvar-se
fora da Igreja Católica, Apostólica, Romana? RESPOSTA: Não. Fora da Igreja Católica, Apostólica,
Romana, ninguém pode salvar-se, como ninguém pôde salvar-se do dilúvio fora da arca de Noé, que era
figura desta Igreja.” FONTE: <http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/foradaigreja/>.
encontra na igreja católica romana. Ela somente sabe o que é a
Verdade; ela a descreve e ela e somente ela pode e consegue defini-la
e interpretá-la11.
11
De acordo com a “Dei Verbum”, documento elaborado e sancionado pelo Papa Paulo VI no Concílio
Vaticano II, considerado atualmente a principal regra sobre a relação da Bíblia, tradição e magistério na
Igreja Católica Romana, diz-se “Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está
sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a
palavra de Deus”.
FONTE: <http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-
ii_const_19651118_dei-verbum_po.html>.
Adendo: é interessante notar como o atual Papa Francisco reconfirmou esse ensinamento em 2013 ao
afirmar que “a interpretação das escrituras não pode ser apenas um esforço intelectual individual, mas
deve ser sempre confrontado, inserido e autenticado pela tradição viva da Igreja”.
FONTE: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/papa-francisco-diz-que-apenas-igreja-e-capaz-
de-interpretar-escrituras.html>.
12
Na “Exortação ao Conhecimento da Sagrada Escritura”, escrita por Thomas Cranmer no “Livros das
Homilias”, declara-se: “Uma exortação à leitura e exame diligentes das Sagradas Escrituras. Rejeitem a
corrupção dos homens carnais, os quais somente se preocupam com o seu exterior. Ouçam e leiam de
modo reverente as Sagradas Escrituras, as quais são o alimento da alma (Mateus 4.4). Busquem
diligentemente a fonte da vida no Antigo e no Novo Testamentos, e não se vá para os poços fétidos das
tradições dos homens em busca de justificação e de salvação.”
FONTE:<http://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/03/exortacao-ao-conhecimento-das-sagradas-
escrituras-parte-1-reforma-500/>.
13
Conferir a nota <4> sobre o assunto.
como os protestantes afirmam, que toda a revelação cessou com o
que temos no Novo Testamento. Ela reivindica uma revelação
contínua e continuada e, por isso, não hesita em afirmar que você
deve acrescentar ensinamentos vários à Verdade das Escrituras. Ao
dizer que a Bíblia é a Palavra de Deus, a igreja católica romana
afirma que a tradição por ela criada e acrescentada é coigual em
autoridade e igualmente peremptória14. E é assim que ela se afasta
da bíblia, a saber, tomando-a e declarando acréscimos e tradições
que negam o próprio ensino bíblico. É aqui que a sutileza toma
lugar.15
14
De acordo com a “Dei Verbum”: “9. A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão
ìntimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina,
fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim.”
15
Nas palavras de “Dei Verbum”, “Esta tradição apostólica progride na Igreja sob a assistência do
Espírito Santo”. E por conta de ser pela tradição que a Igreja, com seu magistério, interpreta as
Escrituras, ela alega poder “avançar” através das eras nas coisas que o Espírito Santo viria a revelar (em
uma interpretação errônea de João 14). Quanto à tradição ser tão vinculativa quanto a Escritura, a “Dei
Verbum” afirma “que ambas – Escrituras sagradas e tradição – devem ser recebidas e veneradas com
igual espírito de piedade e reverência”.
2.2. O Papado
A segunda manifestação e consequência lógica desse tipo de
totalitarismo é o Papa, com todo o ensinamento sobre sua figura. A
igreja católica romana o afirma como “Vigário de Cristo” 16, o
descendente espiritual direto do Apóstolo Pedro17 (“Sucessão
Apostólica”), aquele que retém toda a sua autoridade. Ora, não me
permito distrair-me com indagações sobre a posição que esta
instituição atribui ao próprio Pedro; ao invés disso, afirmo que é este
o seu credo, a saber, esta pessoa, a quem eles chamam de Santo
Padre (a despeito de as Escrituras ensinarem precisamente que não
devemos chamar a ninguém neste mundo de “Pai”, pois o único Pai é
o Pai que está nos céus)18, é seu Santo Pai, o Vigário de Cristo. A
igreja católica romana diz ainda que quando o papa declara algo de
modo “excatedra”, durante os concílios entre cardeais, ele
permanece “infalível”. Esta doutrina foi definida em 1870, embora
nela acreditassem bem antes.19
16
Vigário de Cristo (em latim, Vicarius Christi). Um vigário é um servo que representa um superior,
administrando a posição no lugar do verdadeiro soberano; aos sinônimos inclui-se “representante” ou
“enviado”.
17
O Catecismo da Igreja Católica declara: “869. A Igreja é apostólica: está edificada sobre alicerces
duradouros, que são «os Doze apóstolos do Cordeiro»; é indestrutível; é infalivelmente mantida na
verdade: Cristo é quem a governa por meio de Pedro e dos outros apóstolos, presentes nos seus
sucessores, o Papa e o colégio dos bispos” e também “882. O Papa, bispo de Roma e sucessor de S.
Pedro, «é princípio perpétuo e visível, e fundamento da unidade que liga, entre si, tanto os bispos como a
multidão dos fiéis». Com efeito, em virtude do seu cargo de vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja, o
pontífice romano tem sobre a mesma Igreja um poder pleno, supremo e universal, que pode sempre
livremente exercer»”.
18
O título de “Santo Padre” é comumente utilizado conjuntamente ao termo “Sua Santidade”. Não há
registros sobre qualquer motivo especial para se utilizar esse tratamento senão uma atitude “carinhosa”
(ou, talvez, uma “submissão além da conta”) para com o bispo de Roma.
19
A infalibilidade do Papa foi promulgada pelo Concílio Vaticano I, “1839. Por isso Nós, apegando-nos à
Tradição recebida desde o início da fé cristã, para a glória de Deus, nosso Salvador, para exaltação da
religião católica, e para a salvação dos povos cristãos, com a aprovação do Sagrado Concílio, ensinamos
e definimos como dogma divinamente revelado que o Romano Pontífice, quando fala ex cathedra, isto é,
quando, no desempenho do ministério de pastor e doutor de todos os cristãos, define com sua suprema
autoridade apostólica alguma doutrina referente à fé e à moral para toda a Igreja, em virtude da
assistência divina prometida a ele na pessoa de São Pedro, goza daquela infalibilidade com a qual Cristo
quis munir a sua Igreja quando define alguma doutrina sobre a fé e a moral; e que, portanto, tais
declarações do Romano Pontífice são por si mesmas, e não apenas em virtude do consenso da Igreja,
A partir de então, conforme definido, os seus pronunciamentos
passaram ao patamar da infalibilidade, considerados tão infalíveis
quanto a própria Palavra de Deus e o próprio Senhor Jesus, pois,
afinal, ele é o Vigário, o representante de Cristo na terra. Percebam,
o poder da igreja está encabeçado por este único homem, que, de
acordo com 2 Tessalonicenses 2, fala “como sendo Deus”. O papa é
adorado pelas pessoas; elas se ajoelham diante dele, expressando um
sentimento de adoração que somente deve ser dirigida senão ao
Deus Todo-Poderoso20.
2.3. O Sacerdócio
irreformáveis. 1840. [Cânon]: Se, porém, alguém ousar contrariar esta nossa definição, o que Deus não
permita, - seja excomungado.”.
FONTE: <http://www.montfort.org.br/bra/documentos/concilios/vaticano1/>. Tecnicamente, essa
prerrogativa foi usada oficialmente apenas em 1950 quando ocorreu a proclamação do Dogma da
Assunção de Maria. Não obstante, mesmo antes já era motivo de polêmica e os protestantes a
condenavam veementemente como sendo herética. Mesmo depois de 1870, alguns cardeais católicos
romanos não concordaram com a doutrina. Uma curiosidade é que a expressão “ex cathedra” significa
“da cadeira”, isto é, o trono episcopal de Pedro, que se encontra na Basílica de São Pedro e é
conservado num relicário.
20
Note o contraste de tal atitude com o que foi registrado em Atos 10:25-26: “E aconteceu que,
entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou,
dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem”.
21
No Catecismo da Igreja Católica, o Sacerdócio é um dos 7 (sete) sacramentos, o Sacramento das
Ordens, algo que os protestantes ou rejeitaram por completo, mantendo somente o Batismo e a Ceia
(com a variedade de interpretações), ou remanejaram para uma categoria de “sinal sacramental”,
que somos todos sacerdotes: “Mas vós sois a geração eleita, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a
sua maravilhosa luz”. Não, Roma diz, vocês são os leigos, e não
sacerdócio; somente os nossos padres é que são sacerdotes 22.
inferior a um sacramento pleno (a título de exemplo, Igreja Anglicana). No Catecismo da Igreja Católica,
há a diferença:“1592. O sacerdócio ministerial difere essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis,
porque confere um poder sagrado para o serviço dos mesmos fiéis. Os ministros ordenados exercem o
seu serviço junto do povo de Deus pelo ensino (munusdocendi), pelo culto divino (munusliturgicum) e
pelo governo pastoral (munusregendi)”.
22
O Catecismo da Igreja Católica declara: “897. «Por leigos entendem-se aqui todos os cristãos com
excepção dos membros da ordem sacra ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis
que, incorporados em Cristo pelo Baptismo, constituídos em povo de Deus e feitos participantes, a seu
modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela parte que lhes toca, na Igreja e no
mundo, a missão de todo o povo cristão» (437)”. Ao ler o Catecismo, percebe-se que tentam incluir o
povo leigo numa espécie de função sacerdotal inferior, contrário ao ensino protestante.
23
O Catecismo da Igreja Católica declara: “1238. A água baptismal é então consagrada por uma oração
de epiclese (ou no próprio momento, ou na Vigília Pascal). A Igreja pede a Deus que, pelo seu Filho, o
poder do Espírito Santo desça a esta água, para que os que nela forem baptizados «nasçam da água e
do Espírito» (Jo 3, 5)”.
24
O Catecismo da Igreja Católica declara: “1411. Só os sacerdotes validamente ordenados podem
presidir à Eucaristia e consagrar o pão e o vinho, para que se tornem o corpo e o sangue do Senhor:
1412. Os sinais essenciais do sacramento eucarístico são o pão de trigo e o vinho da videira, sobre os
quais é invocada a bênção do Espírito Santo, e o sacerdote pronuncia as palavras da consagração ditas
por Jesus durante a última ceia: «Isto é o meu corpo, que será entregue por vós... Este é o cálice do meu
sangue...». 1413. Pela consagração, opera-se a transubstanciação do pão e do vinho no corpo e no
sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, o próprio Cristo, vivo e glorioso, está
presente de modo verdadeiro, real e substancial, com o seu corpo e o seu sangue, com a sua alma e a
sua divindade (254)”.
os mesmos, mas a substância fora alterada para o corpo de Cristo25.
Tudo isso é o resultado do milagre operado pelo sacerdote, ele que
tem o poder para operar tamanha maravilha.
2.4. Os Sacramentos
25
Essa citação de “acidente” e “substância” foi alegada por São Tomás de Aquino, partindo de
pressupostos da filosofia aristotélica, com os quais ele tentou explicar que os “acidentes”, as aparências
exteriores dos elementos da Ceia permanecem os mesmos tanto em aparência, cor e sabor, mas a
essência propriamente dita dos elementos, por meio da consagração do sacerdote, transformava-se no
corpo e no sangue de Cristo. Isso foi negado pelos reformadores, primeiro por Lutero de forma mais
atenuada e, posteriormente, por Zuínglio, de forma radical. Calvino, por sua vez, sintetizou ambas as
doutrinas num “meio termo” reformado.
26
A explicação para não se dar vinho ao povo, mas unicamente a hóstia, é que a igreja romana, para
proteger o sangue eucarístico de Jesus da profanação (de ser derramado), legitimou a participação de
uma só espécie para a comunhão dos leigos em geral. O prof. Felipe Aquino explica: “É preciso entender
que no Pão consagrado Jesus está em plenitude: corpo, sangue, alma e divindade; assim, quem
Comunga o Pão eucarístico comunga plenamente. Da mesma forma, Jesus está em plenitude apenas no
2.5. Confissão
30
O Catecismo da Igreja Católica declara sobre a oração da Ave-Maria: “2677. «Santa Maria, Mãe de
Deus, rogai por nós...». Com Isabel, também nós ficamos maravilhados: «E de onde me é dado que
venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 43). Porque nos dá Jesus, seu Filho, Maria é Mãe de
Deus e nossa Mãe; podemos confiar-lhe todas as nossas preocupações e pedidos: Ela ora por nós como
orou por si própria: «Faça-se em Mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38). Confiando-nos à sua oração,
abandonamo-nos com Ela à vontade de Deus: «Seja feita a vossa vontade». «Rogai por nós, pecadores,
agora e na hora da nossa morte». Pedindo a Maria que rogue por nós, reconhecemo-nos pobres
pecadores e recorremos à «Mãe de misericórdia», à «Santíssima». Confiamo-nos a Ela «agora», no hoje
das nossas vidas. E a nossa confiança alarga-se para lhe confiar, desde agora, «a hora da nossa morte».
Que Ela esteja então presente como na morte do seu Filho na cruz e que, na hora do nosso passamento,
Ela nos acolha como nossa Mãe (27), para nos levar ao seu Filho Jesus, no Paraíso”.
31
Em 1854, o papa Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, definiu o dogma da Imaculada Conceição de Maria.
Diz-se no ponto 41, parte na qual este é definido: “Depois de implorarmos com gemidos o Espírito
consolador; por sua inspiração, em honra da santa e indivisível Trindade, para decoro e ornamento da
Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a
autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a Nossa,
declaramos, pronunciamos e definimos: A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no
primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos
méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado
original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos
os fiéis”. FONTE: <http://www.montfort.org.br/bra/documentos/decretos/20060220/>.
“Coincidentemente”, em 1858, em Lourdes (França), uma aparição de Maria para uma jovem
camponesa teria confirmado a doutrina oficial, pois ela se revelou, dizendo “Eu sou a Imaculada
Conceição”. Esse dogma já havia sido amplamente discutido na história da Igreja cristã: rejeitado por
Santo Anselmo, afirmado muito confusamente por São Tomás de Aquino, e rejeitado no protestantismo
e na Igreja Ortodoxa Oriental.
32
Em 01 de novembro de 1950, na constituição apostólica Munificentissimus Deus, o papa Pio XII
declarou a Assunção de Maria como um dogma: “Pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos
Santos Apóstolos Pedro e Paulo e em nossa própria autoridade, pronunciamos, declaramos e definimos
como sendo um dogma revelado por Deus: que a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria,
tendo completado o curso de sua vida terrena, foi assumida, corpo e alma, na glória celeste”.Deve-se
notar que tal dogma foi definido após séculos sem base bíblica sólida e com tradição desconexa, mas Pio
estabelece a doutrina da Virgem Maria, tornando-a por demais
importante, de tal modo que a Pessoa do Senhor Jesus Cristo é
ofuscada.
2.7. Os Santos
XII usou de opiniões de bispos de sua época e pesquisas entre o clero para afirmá-lo. Desde a declaração
solene acerca da infalibilidade papal pelo Concílio Vaticano, proferida pela primeira vez em 1870, foi a
única vez em que um papa fez uso, ex cathedra, da prerrogativa de forma oficial. Martin Lloyd-Jones
critica tal recurso no texto.
33
Declara-se no Concilio de Trento: “984. Manda o Santo Concílio a todos os bispos, aos encarregados
do ensino e aos que mantêm cura, que instruam diligentemente os fiéis, sobretudo no que diz respeito à
intercessão e invocação dos Santos, à veneração das suas Relíquias e ao uso legítimo das Imagens...
Ensinem-lhes que os Santos reinam juntamente com Cristo e oferecem a Deus suas orações pelos
homens, que é bom e útil invocá-los com súplicas e recorrermos às suas orações, ao seu socorro e auxílio,
para obtermos benefícios que a Deus devem ser pedidos por intermédio de Seu Filho Jesus Cristo Nosso
Senhor, único Redentor e Salvador nosso”.
34
Perceba como nos 39 Artigos da Igreja da Inglaterra, artigo 14, nega-se claramente esse conceito:
“ARTIGO XIV – DAS OBRAS DE SUPERERROGAÇÃO: As obras voluntárias, que excedem os Mandamentos
de Deus, e que se chamam Obras de Supererrogação, não se pode ensinar sem arrogância e impiedade;
porque por elas declaram os homens que não só rendem a Deus tudo a que são obrigados, mas também
a favor dele fazem mais do que, como rigoroso dever, lhes é requerido; ainda que Cristo claramente
disse: Quando tiveres feito tudo o que vos está ordenado dizei: Somos servos inúteis”.
méritos a fim de suprir a deficiência e a falta que se encontra em nós.
Assim, tem-se a adoração aos santos, a oração aos santos e a
dependência dos santos. Percebe? O mérito de Jesus Cristo não é
suficiente, mas você precisa ter algo extra, um quê a mais; o mérito
do Salvador, portanto, necessita de ser complementado 35.
35
Note que o Catecismo da Igreja Católica diz “2009. A adopção filial, tornando-nos, pela graça,
participantes da natureza divina, pode conferir-nos, segundo a justiça gratuita de Deus, um verdadeiro
mérito. Trata-se de um direito derivante da graça, o direito pleno do amor que nos faz «co-herdeiros» de
Cristo e dignos de obter a «herança prometida da vida eterna» (64). Os méritos das nossas boas obras
são dons da bondade divina (65). «A graça precedeu; agora restitui-se o que é devido [...] Os méritos
são dons de Deus» (66)”. O documento transforma a graça de Cristo em um mérito ao homem,
divergindo assim grandemente do que Paulo diz em Romanos 4 sobre a justificação de Abrão.
3. Justificação
36
Calvino, nas Institutas da Religião Cristã, diz que a justificação pela fé somente é “a principal
dobradiça sobre a qual a religião se dependura, de modo que devotemos uma maior atenção e
preocupação para com ela”.
FONTE: <http://www.monergismo.com/textos/justificacao/justificacao_heber.htm>.
37
Um grande exemplo desta confusão é o documento “Evangélicos e Católicos Juntos”, assinado por
vários ministros em 1994, no qual a doutrina da justificação pela fé somente não é evidenciada, mesmo
que no documento diga-se algo a respeito.
contribuindo em certa medida para sua justificação38. Eles assim
creem e isso ensinam. Mas nós, protestantes, uníssonos à bíblia,
dizemos: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer”
(Romanos 3:10), “Porque todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça,
pela redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:23-24). Em
Isaías 64:6 lemos: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as
nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos
como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos
arrebatam”. Ou, como o apóstolo Paulo escreve aos filipenses,
nossas melhores obras são como “esterco”, refugo, sem valor. Não,
não, nada disso!, diz Roma. Elas possuem o seu valor, serão
contabilizadas, ajudarão as nossas almas39.
38
O Concilio de Trento declara: “834. Cân. 24. Se alguém disser que a justiça recebida não se conserva
nem tão pouco se aumenta diante de Deus pelas boas obras, mas que as boas obras somente são frutos
e sinais da justificação que se alcançou, e que não é causa do aumento da mesma — seja excomungado
[cfr. n° 803]”.
39
Perceba que o Concilio de Trento declara: “836. Cân. 26. Se alguém disser que os justos não devem
esperar de Deus a retribuição eterna pelas boas obras feitas em Deus, pela misericórdia do mesmo
Senhor e merecimentos de Jesus Cristo, se perseverarem até ao fim, obrando bem e observando os
preceitos divinos — seja excomungado [cfr. n° 809]”.
40
O Catecismo da Igreja Católica declara: “1266. A Santíssima Trindade confere ao baptizado a graça
santificante, a graça da justificação”.
41
Nas decisões do Concilio de Trento, é-nos informado: “Cap. 4 – A justificação do pecador .796. Nestas
palavras se descreve a justificação do pecador, como sendo uma passagem daquele estado em que o
homem, nascido filho do primeiro Adão, [passa] para o estado de graça e de adoção de filhos (Rom 8,
15) de Deus por meio do segundo Adão, Jesus Cristo, Senhor Nosso. – Esta transladação, depois da
não importa, são-lhe dadas justiça e retidão perfeitas, o pecado
original da pessoa é cancelado e você recebe justiça e retidão
positivas. Aliás, de acordo com a igreja romana, não se trata da
justiça de Cristo, mas, sim, da justiça que Deus elaborou para
aqueles que são batizados. Eles não são “vestidos com a justiça de
Cristo”, e sim feitos justos e retos aos olhos de Deus42. É daí que
advém a denúncia de que o ensino protestante acerca da justificação
pela fé somente é uma heresia perniciosa.
promulgação do Evangelho, não é possível sem a lavagem da regeneração [isso é o Batismo] ou sem o
desejo do mesmo”.
42
O Catecismo da Igreja Católica declara: “1992. A justificação foi-nos merecida pela paixão de Cristo,
que na cruz Se ofereceu como hóstia viva, santa e agradável a Deus, e cujo sangue se tornou
instrumento de propiciação pelos pecados de todos os homens. A justificação é concedida pelo
Baptismo, sacramento da fé. Conforma-nos com a justiça de Deus que nos torna interiormente justos
pelo poder da sua misericórdia.”Tal ensino é contrário à Fé somente como o meio instrumental de
justificação, e também vai contra a doutrina de que a Fé nos torna justos [justificados] no sentido
externo, diante de Deus, mas não interiormente justos e retos. A Confissão de Augsburgo afirma: “Ser
justificado aqui não significa que o ímpio é tornado justo, mas que ele é pronunciado justo num sentido
forense”.
A Vida Cristã
43
O Concilio de Trento declara: “826. Cân. 16. Se alguém disser que com absoluta e infalível certeza há
de ter aquele grande dom da perseverança final, sem o ter sabido por especial revelação — seja
excomungado [cfr. n° 805 s]”.
disso, diz Roma, não é o suficiente! O problema dos pecados
cometidos após o batismo é de outra alçada. Mas, então, o que devo
fazer a respeito deles? É claro, devo ir ao sacerdote e fazer confissão,
pois ele somente poderá lidar com eles44.
44
O Concilio de Trento declara sobre o perdão dos pecados após o batismo: “807. Aqueles que pelo
pecado perderam a graça da justificação, que haviam recebido, poderão novamente ser justificados
[cân. 29] se, excitados por Deus, procurarem recuperar a graça perdida por meio do sacramento da
Penitência, em virtude do merecimento de Cristo. Este modo de justificação é a reparação do que caiu,
sendo com muito acerto denominada pelos Santos Padres de "segunda tábua depois do naufrágio da
graça perdida"8. Pois, para os que depois do Batismo caem em pecados, instituiu Jesus Cristo o
sacramento da Penitência com as palavras Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os
pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos (Jo 20, 22-23). Por
onde se deve ensinar que a Penitência do cristão depois da queda muito se distingue do Batismo, e que
nela está contida não só a renúncia e a detestação dos pecados, ou o coração contrito e humilhado (Sl
50, 19), mas também a confissão sacramental dos mesmos, ao menos em desejo [in voto], que se há de
cumprir a seu tempo, a absolvição sacerdotal e anda a satisfação por jejuns, orações, esmolas e outros
piedosos exercícios da vida espiritual, não em lugar do castigo eterno, que é com a culpa perdoado pela
recepção do sacramento ou pelo desejo de recebê-lo, mas em lugar do castigo temporal [cân. 30], que,
como ensinam as Sagradas Letras, nem sempre é perdoado todo – como sucede no Batismo – àqueles
que, ingratos à graça de Deus, contristaram o Espírito Santo (Ef 4, 30) e não recearam violar o templo de
Deus (1 Cor 3, 17)”.
libertar-me deste meu pecado que permanece sem perdão, ou seja,
os pecados que cometi após ser batizado45.
45
Sobre o Purgatório, o Catecismo da Igreja Católica declara: “III. A purificação final ou Purgatório 1030.
Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua
salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para
entrar na alegria do céu. 1031. A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é
absolutamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativamente ao
Purgatório sobretudo nos concílios de Florença (622) e de Trento (623). A Tradição da Igreja, referindo-se
a certos textos da Escritura fala dum fogo purificador:e no Concilio de Trento afirma: 840. Cân. 30. Se
alguém disser que a todo pecador penitente, que recebeu a graça da justificação, é de tal modo
perdoada a ofensa e desfeita e abolida a obrigação à pena eterna, que não lhe fica obrigação alguma de
pena temporal a pagar, seja neste mundo ou no outro, no purgatório, antes que lhe possam ser abertas
as portas para o reino dos céus — seja excomungado [cfr. n° 807]”.
Consequências Horríveis
46
No original, “Continental Sunday”. A expressão refere-se à prática comumente encontrada na Europa
continental, e é contrária à visão do Domingo dos puritanos, dos reformadores entre outros cristãos
ortodoxos. De acordo com o dicionário digital Merriam-Webster, em tradução livre, é a “Expressão que
remete ao dia de Domingo como observado na Europa continental, geralmente sem restrições especiais
impostas sobre ações públicas e cíveis. Prática esta que contrasta com o costume britânico e
americano”.
novas abordagens para com o catolicismo romano? Não temos de
nos alegrar com o fato de que seja possível para todos nós, apesar
dos pesares, nos unirmos como cristãos contra o comunismo?
47
Smithfield é um bairro localizado ao noroeste de Londres. Trata-se de um local aberto usado na Idade
Média para execução de muitos mártires religiosos. John Foxe relata vários casos da época de Maria I, a
Sangunária, em seu livro “O Livro dos Mártires”.
queimados na fogueira; John Bradford 48 entre outros foram
martirizados ao denunciarem a igreja católica romana justamente
naquele lugar. Vocês estarão renegando seus próprios antepassados,
dando-lhes as costas e dizendo: ‘vocês estavam errados, vocês foram
enganados!’. Cuidado, vejam bem o que vocês estão fazendo. Não
sejam engodados pelos argumentos capciosos de Roma.
48
John Bradford (1510-1555) foi um reformador inglês, e chegou a ser capelão do Rei Eduardo VI. Ele foi
preso na Torre de Londres pela acusação de “agitação”, no reinado da rainha católica Maria Tudor. Seu
martírio na fogueira se deu no dia 01 de julho de 1555.
Roma Nunca Muda
Ela não afirma estar mudando nem algum dia virá a mudar. A
igreja de Roma permanece e persiste a mesma. E se algum dia ela
passar por alguma mudança, será para pior. A igreja católica romana
49
Sempereadem é uma expressão do latim que, traduzida, significa “sempre o mesmo”. Foi usada no
reinado de Elizabeth I como lema. FONTE: <http://www.avenirinstitute.info/avenirology/semper-
eadem-semper-in-motu>.
acrescentou ensinamentos aos que ela já havia promulgado no
século 16, entre os quais está a infalibilidade papal. Não, não existem
mudanças na igreja de Roma. E se uma denominação mundial vier à
existência neste mundo, será porque a igreja católica romana já terá
engolido todas as demais e as tragado à ignorância!
50
O famoso Evangelista Billy Graham era muito conhecido por suas imensas campanhas evangelistas;
em 1963 ele já havia feito algumas em Londres. Lloyd-Jones não aceitou o convite do próprio Graham
para juntar-se a ele em seus empreendimentos na Inglaterra. O Dr. criticava o evangelismo superficial e
principalmente a associação de Graham com católicos romanos nas campanhas, tanto na estrutura
quanto na liderança dos eventos. Sua crítica se baseia literalmente em algo que Billy Graham pregava, a
saber, que ao se converter, os novos crentes deveriam buscar uma igreja imediatamente, ainda que
fosse uma católica romana.
Existe somente um ensino, um poder que consegue resistir a
este engano horrendo: o que a bíblia chama de “toda a armadura de
Deus”, uma demonstração bíblica, doutrinária e teológica da
Verdade neotestamentária. Foi dessa forma que combateram no
século 16. Lutero não era um mero evangelista superficial, mas, sim,
um teólogo de poder. E assim também o foi Calvino, e todos os
demais. Foi este maravilhoso conjunto da Verdade, estruturado em
detalhes e apresentado ao povo, que enfraqueceu e até mesmo
abalou a igreja de Roma. Nada menos do que isso é suficiente ao
cenário atual.
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