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Análise de vibrações I, II, III, IV

SEVERIDADE DA VIBRAÇÃO:
NORMAS TÉCNICAS - ALARMES - ANÁLISE E AÇÃO PROATIVA

6.1. Avaliação da Gravidade da Vibração

Geralmente, a avaliação da vibração de uma máquina é feita através do registro de


todos os pontos de medição utilizando o nível global de vibração, que representa a
composição de várias fontes de vibração. Estes níveis devem permanecer dentro de faixas
admissíveis. A partir de uma tendência de evolução desses níveis de vibração, é feita uma
análise de frequência para a identificação da origem do problema.
Os critérios de avaliação das condições de um equipamento estão baseados em
normas como a ISO 10816, que especifica limite que dependem somente da potência da
máquina e ou da velocidade de rotação do eixo e do tipo de fundação. Esta norma substituiu
a norma ISO 2372 de 1974.
Além das normas técnicas, as condições de um equipamento podem ser avaliadas
através de comparações com a "Tendência", "Espectros de Referências" e "Outras
Máquinas".

6.1.1. Padrão de Comparação Norma ISO 10816


A norma ISO 10816-3 aplica-se na avaliação de máquinas industriais com potência
acima de 15 KW e rotação entre 120 rpm e 15000 rpm e leva em consideração a
classificação por tipo de máquina (Tabela 6.1) e a zona de avaliação (Tabela 6.2).

Tabela 6.1 - Classificação por tipo de máquina.

Máquinas grandes acima de 300 KW, máquinas elétricas com altura de eixo
Grupo1
igual ou maior que 315 mm.
Máquinas de tamanho médio 15KW a 300 KW, máquinas elétricas com altura de
Grupo 2
eixo de 160 a 315 mm.
Bombas com rotor multi-estágio e com acionador separado (centrifugo, fluxo
Grupo 3
misto e fluxo axial) acima de 15 KW.
Bombas com rotor multi-estágio e com acionador integrado (centrifugo, fluxo
Grupo 4
misto e fluxo axial) acima de 15 KW.

Tabela 6.2 - Zonas de avaliação.

Zona A As vibrações de máquinas novas devem estar dentro desta zona.


As vibrações de máquinas dentro desta zona são consideradas aceitáveis por
Zona B
longo tempo.
As vibrações de máquinas dentro desta zona são consideradas insatisfatórias
Zona C
para operação continua de longa duração.
Zona D As vibrações de máquinas dentro desta zona são consideradas inaceitáveis.

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Nas Tabelas de 6.3 a 6.6, têm-se os níveis de alerta de cada grupo. Na Tabela 6.7,
tem-se os níveis de severidade.

Tabela 6.3 - GRUPO 1 Tabela 6.4 - GRUPO 2


Tipo de Deslocamento Velocidade Tipo de Deslocamento Velocidade
Zona Zona
Suporte μm rms mm/s rms Suporte μm rms mm/s rms
A/B 29 2,3 A/B 22 1,4
Rígido B/C 57 4,5 Rígido B/C 45 2,8
C/D 90 7,1 C/D 71 4,5
A/B 45 3,5 A/B 37 2,3
Flexível B/C 90 7,1 Flexível B/C 71 4,5
C/D 140 11 C/D 113 7,1

Tabela 6.5 - GRUPO 3 Tabela 6.6 - GRUPO 4


Tipo de Deslocamento Velocidade Tipo de Deslocamento Velocidade
Zona Zona
Suporte μm rms mm/s rms Suporte μm rms mm/s rms
A/B 18 2,3 A/B 11 1,4
Rígido B/C 36 4,5 Rígido B/C 22 2,8
C/D 56 7,1 C/D 36 4,5
A/B 28 3,5 A/B 18 2,3
Flexível B/C 56 7,1 Flexível B/C 36 4,5
C/D 90 11 C/D 56 7,1

Uma máquina com potência de 15KW ou 20 CV (1 CV = 0,738 KW), pertence ao


Grupo 2 (Tabela 6.1). A máquina opera a 1800 rpm sobre uma base rígida. Para
configuração dos níveis de alerta, devem-se consultar as Tabelas 6.3 a 6.6. Como essa
máquina pertence ao Grupo 2, deve-se consultar a Tabela 6.4. De acordo com a Tabela 6.4
e as zonas de avaliação (Tabela 6.2), essa máquina possui níveis de vibração de alerta
igual a 2,8 mm/s de vibração global para Perigo Alto (zona de avaliação C) e 1,4 mm/s para
Perigo Baixo (zona de avaliação B).
Os padrões ISO 10816-1 fornecem orientação para a avaliação da gravidade da
vibração em máquinas que estejam operando numa faixa de frequência que varia de 10 Hz
a 200 Hz (600 a 12.000 rpm).
Exemplos desse tipo de máquinas são os motores elétricos de pequeno e médio
porte, turbinas a vapor e a gás, turbo-compressores, turbo-bombas, geradores e
ventiladores. Algumas dessas máquinas podem ser acopladas rigidamente, de modo
flexível ou ainda conectadas através de transmissão por engrenagens ou correias. O eixo
pode ser horizontal, vertical ou inclinado em qualquer ângulo.
Na Tabela 6.7, tem-se o diagnóstico de vibrações de nível global para máquinas com
eixo vertical.

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Tabela 6.7 - Diagnóstico de vibrações para máquinas com eixo vertical.

Vibração
Vibração Vibração Vibração
Estrutura
Radial 1 Radial 2 Axial
l Observações
Excessiv Excessiv Excessiv
Excessiv
a a a
a
Desbalanceament
SIM NÃO NÃO NÃO Radial > Axial
o
Desalinhamento SIM NÃO SIM NÃO Axial > Radial
Folga Mecânica SIM NÃO NÃO SIM
Para se detectar um
problema elétrico
Falhas Elétricas desligue a máquina e
Medidas como monitore a vibração. Se a
Vibração vibração cessar
imediatamente, o
problema é elétrico.

Na Tabela 6.8, tem-se o diagnóstico para eixo horizontal. Na Tabela 6.9 tem-se o
diagnóstico para eixos horizontais com rotores em balanço. Através desta última tabela é
possível notar que uma máquina com rotor em balanço, desbalanceada e desalinhada pode
exibir características similares. Neste caso, utilizam-se medições de fases para diferenciar
as duas possibilidades. Os valores destas tabelas estão em conformidade a norma ISO
10816-1,

Tabela 6,8 - Diagnóstico de vibrações para máquinas com eixo horizontal.

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Vibração Vibração
Vibração Vibração
Vertical Axial
Horizontal Estrutural
Excessiv Excessiv Observações
Excessiva Excessiva
a a
Desbalanceament
SIM NÃO NÃO NÃO Horizontal > Axial
o
Desalinhamento NÃO SIM SIM NÃO Axial > Horizontal
Folga Mecânica SIM SIM NÃO SIM Vert. = Horizontal
Para se detectar um
problema elétrico
Falhas Elétricas desligue a máquina e
Medidas como monitore a vibração. Se
Vibração a vibração cessar
imediatamente, o
problema é elétrico.

Tabela 6.9 - Diagnóstico de vibrações para máquinas com eixo horizontal com rotor em
balanço.

Vibração
Vibração Vibração
Vibração Estrutura
Vertical Axial
Horizontal l Observações
Excessiv Excessiv
Excessiva Excessiv
a a
a
Desbalanceame
SIM NÃO SIM NÃO Horizontal e Axial > Vertical
nto
Desalinhamento SIM NÃO SIM NÃO Horizontal e Axial > Vertical
Folga Mecânica SIM SIM NÃO SIM Vertical = Horizontal
Para se detectar um
problema elétrico desligue a
Falhas Elétricas
máquina e monitore a
Medidas como
vibração. Se a vibração
Vibração
cessar imediatamente, o
problema é elétrico.

6.1.2. Comparação de Tendência

Um dos métodos mais eficientes e confiáveis de avaliação da gravidade da vibração


é comparar as leituras mais recentes com leituras anteriores do mesmo PONTO de
medição, de modo a permitir observar a tendência dos valores ao longo do tempo.
Essa comparação de tendência entre leituras atuais e antigas é fácil de ser analisada
quando os valores são traçados em uma “curva de tendência”.
Na Figura 6.1., tem-se a comparação de tendência de uma bomba centrífuga. A linha
amarela refere-se ao Alerta e a linha vermelha ao Perigo.

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Figura 6.1 - Comparação de Tendência de uma Bomba Centrífuga.

6.1.3. Comparação do Espectro de Referência

Os registros de medição devem incluir uma leitura de referência, reconhecidamente


boa. O valor de referência pode ser adquirido após uma revisão da máquina ou quando
outros indicadores mostrarem que a máquina está trabalhando em boas condições.
Medições subsequentes são comparadas com as medições de referência para
determinar as alterações das máquinas.
Na Figura 6.2, tem-se uma comparação do espectro de referência de um redutor do
sistema de elevação secundário de uma ponte rolante.

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Figura 6.2 - Comparação do Espectro de Referência.

6.1.4. Comparação com Outras Máquinas

Quando várias máquinas idênticas são utilizadas sob as mesmas condições de


operação, pode-se realizar uma avaliação através da comparação das amplitudes a partir
das leituras obtidas nos mesmos locais e na mesma direção em cada máquina.

6.2. Tipos de Alarmes de Vibração

Os métodos e as configurações de alarme devem ser coerentes para detectar


eventos importantes e também os eventos transitórios normais de operação. Os tipos mais
utilizados de alarmes são o de Nível Global de Vibração (Alarme de Projeção, Alarme de
Percentual de Mudança e Alarme Estatístico), Envoltória do Espectro, Bandas Espectrais, e
Alarmes de fases.
À medida que um programa bem sucedido de manutenção preditiva amadurece,
desenvolvem-se mais técnicas de classificação sistemática e configurações de alarme, que
indicarão eventos mecânicos específicos de interesse.

6.2.1. Parâmetro de Nível Global de Vibração

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O Nível Global de Vibração inclui uma combinação de todos os sinais de vibração
dentro de uma faixa da frequência avaliada. Essa técnica não inclui os sinais de vibração
que estejam fora da faixa dessa frequência e produz um valor numérico referente à
amplitude de vibração correspondente à faixa de frequência avaliada.
Muitos instrumentos portáteis, com banda de frequência de monitoramento fixa,
medem a velocidade em uma faixa de frequência de 10Hz a 1 kHz. Isto porque essa faixa é
considerada a melhor para uma avaliação envolvendo problemas com componentes
rotativos e com a estrutura da máquina. Dentre estes problemas destacam-se:
desbalanceamento, desalinhamento, folga mecânica e tensão aplicada aos componentes.
Normalmente, os níveis de alerta são difíceis de serem determinados quando um
novo banco de dados é configurado por causa das variações nas características da
máquina, sua instalação, carga entre outras características. Portanto, geralmente escolhe-se
utilizar das orientações industriais, como o histórico de falhas da máquina, e orientações
aplicadas às classificações específicas de máquinas.
É desejável especificar um parâmetro de alarme suficientemente alto para tornar
mínimos os alarmes inadequados. Deve-se, também, ser conservador o suficiente para não
ignorar nenhuma deterioração crítica na condição da máquina.
Deve-se ter cuidado ao usar o nível global de vibração. Isto porque a velocidade da
máquina pode afetar adversamente os valores de aceleração, velocidade e deslocamento.
Muitos softwares de preditiva oferecem diversas formas de detectar um alarme
usando critérios de exceção. Dentre eles destacam-se o Alarme de Projeção, Alarme
Estatístico e Alarme de Mudança Percentual.

O Alarme de Projeção pode ser configurado por exceção se um valor global


projetado cruzar os pontos de alarme global das medições em um período de tempo
específico. Na Figura 6.3, tem-se o histórico de vibração global de um rolamento, avaliado
através do Alarme de Projeção do Basic Vibration Analysis Sistem 1.0 (2006), que possui
dois níveis de alarme. A linha amarela refere-se ao Alerta e a linha vermelha ao Perigo.

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Figura 6.3 - Alarme de Projeção de um rolamento: Perigo Ato 0,6 e Alerta Alto 0,4.

O Alarme Estatístico é referente a uma faixa específica de valores globais recentes


em uma medição (uma amostra). A média é calculada junto com o desvio padrão observado
a partir da média. O valor de desvio padrão é multiplicado em um número específico de 3
vezes. A soma do valor médio mais o valor de desvio padrão multiplicado é considerado o
ponto de alarme estatístico. Se o valor global atual ultrapassar tal limite a medição é
considerada como uma exceção.

O Alarme de Mudança Percentual é um alarme de alteração de porcentagem e


pode ser configurado por exceção se a porcentagem da alteração entre os dois últimos
valores globais da medição excederem uma porcentagem específica, ou se o valor geral
mais recente exceder a porcentagem especificada de um valor de escala da medição.
Utilizando, por exemplo, o Basic Vibration Analysis Sistem 1.0 (2006), pode-se definir
as configurações de alarme global de um ponto de medição através de várias formas.
O alarme utilizado aparece no campo Alarme global. Os valores do alarme são
exibidos nas áreas Propriedades e Definições da caixa de diálogo, Figura 6.4.

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Figura 6.4 - Configuração de Níveis de Alarme.

Existe uma lista suspensa no item Alarmes Globais que exibe todos os alarmes
globais criados e ainda uma opção <Alarme particular>, que se refere exclusivamente a
um ponto específico que se deseja monitorar.
Na Figura 6.4, as opções da área Propriedades relacionam-se aos valores de
alarme de Alerta e Perigo especificados na área Configurações e com os seguintes
significados:
 Nenhum - Utilizado quando não se deseja definir o alarme,
 Nível - Para uma condição de alarme de Perigo Alto e Alerta Alto, medições que
estão dentro de definições especificadas,
 Na Janela - Para uma condição de alarme de Alerta Alto e Alerta Baixo,
medições que estão dentro de definições especificadas,
 Fora da Janela – Para uma condição de alarme de Alerta Alto, Alerta Baixo,
Perigo Alto e Perigo Baixo, medições que estão dentro de definições
especificadas.
As medições que estiverem fora das definições especificadas resultarão numa
condição de alarme.

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6.2.2. Envoltória do Espectro

Outro método de verificação é a Envoltória do Espectro. Nesse método, um espectro


representativo é identificado e uma envoltória é ajustada à forma do espectro e é anexado a
ele. Na Figura 6.5 do Basic Vibration Analysis Sistem 1.0 (2006), tem-se a envoltória de um
espectro com falha em rolamento. É possível notar o espectro ultrapassando o limite de
alerta na região da frequência central de ressonância.

Figura 6.5 - Envoltória de um Espectro

A envoltória dará margem a uma pequena oscilação da porcentagem de frequência,


tendo em vista as variações da velocidade e carga e de um aumento da amplitude presente.
Um exemplo seria uma determinada envoltória que permita uma variação de 5% na
frequência e um ganho de 3% na amplitude de uma frequência discreta antes que um
componente do espectro apanhe a envoltória estabelecida e uma condição de alerta seja
impressa. Esse método, em particular, necessita de um bom histórico de falha da máquina e
experiência do operador. Esse método de configuração de alarme é facilmente designado
para a medição de pontos com um mínimo emprego de tempo e esforço.

6.2.3. Bandas do Espectro

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A análise das bandas do espectro é utilizada em aplicações tais como inspeções de


garantia da qualidade ou condições de monitoramento de máquinas de velocidade variável.
Os alarmes das bandas do espectro permitem o isolamento de frequências específicas,
assim como no espectro da Figura 6.6 de uma bomba centrífuga, para a detecção de falhas
esperadas. Cada linha se refere a um Perigo de Pico e Global e a um Alerta de Pico e
Global.

Figura 6.6 - Isolamento de Frequências através de Alarmes das Bandas do Espectro.

Os dois tipos de bandas de alarme do espectro são Limites Absolutos e Bandas de


Energia.
Os Limites Absolutos permitem a especificação da amplitude máxima permitida
para qualquer pico em cada uma das bandas designadas, se qualquer pico for igual ou
ultrapassar tais limites, a banda soará o alarme.
As Bandas de Energia calculam a energia total produzida por todos os picos em
uma banda, utilizando da mesma base de cálculo utilizada para o cálculo do nível geral de
vibração de um espectro.
As frequências, máxima e mínima, que definem cada banda são estabelecidas no
software de manutenção preditiva como, por exemplo, no Basic Vibration Analysis Sistem
1.0. (2006), Figura 6.7. Para um envelope de defeito na pista interna de um rolamento 6206
com BPFI igual a 145 Hz, a tela ainda mostra as bandas de frequência utilizadas entre 120 a
160 Hz e os níveis de alerta adotados: Perigo de Pico igual a 2 gE e Alerta de Pico igual a 1
gE. A banda pode ser ainda definida como uma função de velocidade rotacional, como de 1
x fr (frequência de rotação)) até 5 x fr.

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Figura 6.7 – Configuração de Bandas de Alarme.

Se as frequências, mínima e máxima, forem determinadas como velocidades


rotacionais múltiplas, a banda resultante de alarme do espectro se alterará para cima ou
para baixo na escala de frequência proporcional às mudanças na velocidade da máquina.
Isso é essencial para o monitoramento de faixas específicas de frequência que
interessam, como por exemplo, as frequências de defeitos em rolamentos e engrenagens
em máquinas de velocidade variável.
Essa técnica tem sido testada e comprovada por muitos anos no mundo inteiro. Uma
planta sem nenhuma experiência prévia pode estabelecer alarmes de bandas antes da
realização de medições de referência e, dessa forma, implementar um programa de
vibração com o mínimo de informações históricas das máquinas.

6.2.4. Alarmes de Fase

Esse método de alarme é aplicado por um conjunto circular de aceitação em


proporção com a variação de fase máxima permitida.
Na medida em que o vetor de operação, exemplificado pela seta azul na Figura 6.8,
permanece dentro do círculo de aceitação (ou coordenadas polares) a mudança a partir da

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referência fica dentro dos limites de tolerância. Um vetor que fique fora desse círculo,
limitado na figura pela linha vermelha, é relatado como uma violação que exige análise
detalhada.

Figura 6.8 - Conjunto Circular de Aceitação para Alarmes de Fase.

Os alarmes de fase são utilizados principalmente em grandes máquinas críticas, tais


como geradores de turbinas e bombas de líquidos arrefecedores de reatores.
Desbalanceamento de rotores, devido a fragmentação das pás e eixos trincados ou
desgastados, são exemplos de defeitos que alteram o diagnóstico do rotor. Dependendo da
relação angular com o desbalanceamento residual, esses e outros defeitos podem produzir
uma redução enganosa na amplitude global e de frequência de operação.

6.3. Análise e Ação Proativa

Nenhum trabalho de vibração é completo sem que se chegue a uma solução viável.
Achar a origem do problema que causa as vibrações excessivas é geralmente uma tarefa
fácil quando comparada à correção do problema.
Se o problema for de desbalanceamento ou de desalinhamento, a solução é
alcançada de modo relativamente simples. Porém, quando o assunto é ressonância,
vibrações induzidas pela vazão, problemas de natureza elétrica e problemas atípicos com
rolamentos, a correção visando à eliminação ou o controle do problema, pode exigir ações
proativas.

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O controle é um conceito importante quando se trata de vibrações.
Independentemente de quão bem esteja balanceado, qualquer rotor ainda conterá um
pequeno valor de desbalanceamento residual. Também não existe alinhamento perfeito de
eixo. A correção para isso significa reduzir as forças que causam desbalanceamento e
desalinhamento de modo a fazer com que os níveis de vibração sejam mantidos abaixo dos
índices aceitáveis.
Por outro lado, vibrações de uma bomba ou de um sistema de tubulação causadas
por recirculação podem ser completamente eliminadas quando o fluxo da bomba é corrigido
por meio de alterações no processo, melhorias no projeto da tubulação ou modificações no
rotor da bomba.
Um rolamento com falha em uma das pistas produz um padrão único de vibrações. A
recomendação de simplesmente substituir o rolamento não corrigirá a origem da falha do
rolamento. O conceito da correção envolve mais do que “encontrar e substituir”. A correção
deve ser um processo verdadeiramente proativo.
Um programa de sucesso tem que ser consistente. Quando for selecionado um
método mais adequado para uma aplicação específica, deve-se considerar fatores como a
experiência do operador e seu cansaço potencial durante longas sessões de coleta de
dados.
Um programa proativo compreende a combinação dos seguintes elementos:
 Detecção de níveis de vibração que podem causar danos;
 Diagnóstico da provável falha ou da origem dos altos níveis de vibração;
 Análise das máquinas para confirmação do diagnóstico;
 Determinação de medidas corretivas;
 Verificação das correções;
 Recomendações de atividades proativas.
É importante que o operador possua uma compreensão básica dos princípios da
vibração e que entenda a relação de causa e efeito entre as boas práticas de manutenção e
uma máquina que opera suavemente. É interessante observar alterações bruscas no
comportamento da máquina, as quais poderiam ser uma indicação de que algum problema
está se desenvolvendo.
É recomendável a presença de um analista de vibração no local onde a máquina
está instalada para registrar as leituras quando uma máquina nova ou que passou por uma
manutenção recente inicia seu trabalho.
Trabalhando em conjunto, o analista e o mecânico-chefe podem determinar
quaisquer ações corretivas necessárias ou a existência de uma situação que justifique a
interrupção do funcionamento da máquina.

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Caso os níveis de vibração de uma máquina estiverem excedendo os limites de
segurança, deve-se chamar um analista para realizar uma análise mais abrangente, caso
contrário a máquina pode retornar à sua produção.
Essa abordagem permite obter informações de retorno imediatas sobre a qualidade
das instalações ou a necessidade de reparos, além de incentivar a utilização de “melhores
práticas” de manutenção.

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