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CENTRO PRESBITERIANO DE PÓS-GRADUAÇÃO ANDREW JUMPER

FABIO MARCHIORI MACHADO

BNT427 - ESPÍRITO SANTO NO NT

Trabalho apresentado referente à atividade


exclusiva do STM do módulo BNT 427 –
Espírito Santo no NT.

Professor :
Dr. Leandro Lima

São Paulo, 11 de julho de 2015


A OBRA DO ESPÍRITO SANTO EM ROMANOS 8.

Fabio Marchiori Machado

RESUMO
O objetivo deste artigo é produzir um estudo a respeito da obra do Espírito Santo,
delimitado ao texto de Rm 8.1-27. Para isso será produzido uma análise do pensamento do
apóstolo Paulo sobre o Espírito Santo, bem como sete maneiras pela qual o Espírito Santo age
na vida do homem espiritual, sendo: a aplicação da obra de Cristo no coração humano; a
condução do homem ao agradar a Deus; a maneira que ele habita no cristão verdadeiro; o
poder para mortificar a carne; como guia; como confirmador da salvação e como alento para o
sofrimento.

PALAVRAS CHAVE
Espírito; Espírito Santo; Obra do Espírito Santo; Paulo; Romanos.

INTRODUÇÃO
Eu ainda me recordo, depois de vinte anos, de algumas aulas preparatórias que
antecederam minha profissão de fé. Uma em específico tratou a respeito do Espírito Santo. O
conceito ensinado ali era de que a função dele seria convencer o homem do pecado. E este
conceito ficou em minha mente como único durante vários anos, pelo menos até que eu
começasse meus estudos teológicos. Talvez isso tenha ocorrido por causa do interesse que
tenho sobre o tema.
Certamente, o tema “Espirito Santo” tem crescido em interesse geral nas últimas
décadas. Muito provavelmente, os movimentos carismáticos tem grande parcela de
contribuição nisso. O bem certo, porém, é que este aumento de interesse pelo tema não é
proporcional a produção de material apropriado para a exploração plena do mesmo.1
Nossa intenção com este artigo, então, é fazer uma pequena colaboração com tema
abordando as questões concernentes ao Espírito e sua ação. Para isso, usaremos como base o
capítulo oito de Romanos, que talvez seja um dos textos com maiores referencias neste
quesito.2 Nosso caminhar se dará a partir de pontos macros até os ensinos específicos sobre a
obra do Espírito em Rm 8. Assim sendo, partiremos de uma análise do pensamento paulino a
respeito do tema, depois passaremos pela relação que as questões do Espírito têm com todo o
livro de Romanos e por fim exporemos as variantes da ação do Espírito descritas nos versos
de um até vinte e sete do oitavo capítulo de Romanos. Esperamos, assim, poder demonstrar as
maravilhas da ação do Espírito conforme nos permite as Escrituras.

1
BROWN, Paul E. O Espírito Santo e a Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 9.
2
HAHN, Roger L. Pneumatology in Romans 8: its historical and theological context. Wesleyan Theological
Journal 21 no 1-2,1986, p 74.
1. ESPÍRITO SANTO NO TEXTO PAULINO
Seguramente, Paulo é o apóstolo do Espírito Santo. Nenhum outro autor bíblico
escreveu tanto sobre este tema como ele. Na verdade, o apóstolo aborda a questão em
aproximadamente cento e dez versículos no corpo de suas epístolas. Para se ter uma ideia
comparativa, em todo o antigo testamento o tema é tratado em noventa versículos separados.
É um número impressionante levando em consideração a relação de tamanho do AT e o
corpus paulino.3
Paulo foi o primeiro apóstolo a desenvolver uma teologia mais consistente acerca do
Espírito Santo no novo testamento.4 Os evangelistas Lucas e João são também reconhecidos
por sua obra a respeito do Espírito Santo, mas certamente seus labores não se aproximam em
volume ao de Paulo.5
O senso comum, principalmente entre os reformadores, aponta que dentre os centros do
pensamento de Paulo estão a justificação pela fé e a obra de Jesus Cristo.6 Entretanto,
podemos entender que a teologia que o apóstolo desenvolve sobre o ES a torna num centro
catalisador da sua obra. O Espírito Santo, portanto, é um dos marcos mais significativo de
todo pensamento paulino. Neste sentido, FEE argumenta:

“...minha convicção de que o Espírito se mantém junto ao centro das coisas para Paulo,
como parte da essência fundamental de sua compreensão do evangelho. A experiência do
Espírito é a chave para a sua estrutura escatológica já/ainda não; o Espírito é o ator
essencial na experiência e expressão do crente que Deus realizou em Cristo; o Espírito
tanto forma a igreja como novo povo (escatológico) de Deus, como conforma esse povo à
imagem de Cristo por meio de seu fruto em suas vidas; e o Espírito o habilita com seus
dons na adoração para edificar e incentivar uns aos outros em sua vida no mundo. É
oportuno dizer que “toda a teologia de Paulo sem o suporte do ‘pinhão giratório de um
telescópio’ do Espírito se desfaria em ruínas”.7

Esta maneira de pensar sobre o Espírito é resultado da interação de três fatores entre si8:
1) a maneira como o antigo testamento apresenta o Espírito, 2) a pensamento judaico no
período intertestamentário e 3) a visão da igreja primitiva a respeito do Espírito e o Reino.
No AT temos toda a conceituação básica a respeito do Espírito Santo. Contudo, a
característica mais marcante destacada pela o AT é o caráter escatológico que o ES traz
consigo. Este Espírito é a característica mais profunda de uma futura era messiânica que
haveria de vir (Is 32.15 e 44.3; Ez 36.24-27 e 39.28-29; Jl 3.1-2).9 Esta promessa profética
também influenciaria grandemente a maneira que a igreja primitiva interpretava a ação do
Espírito Santo nos seus dias.
O período intertestamentário, por sua vez, foi o responsável para preparar a maneira que
a ação do Espírito Santo seria recebido pelos eleitos do Senhor depois do advir do messias. A
primeira característica a surgir é a denominação adjetiva “santo” acompanhada da expressão
“espírito”. No AT somente em três passagens o substantivo “espírito” recebe o adjetivo
“santo” (Is 63.10-11; Sl 51.13). É no período intertestamentário que essa designação torna-se

3
DICIONÁRIO de Paulo e suas cartas. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, Paulus, Loyola, 2008. xxvi, p. 485.
4
BEKER, J Christiaan. Aspects of the Holy Spirit in Paul. Union Seminary Quarterly Review, 14 no 1 Nov 1958, p
3.
5
Ibid.
6
FEE, Gordon. Paulo, o Espírito e o Povo de Deus. Campinas: United Press, 1997, p. 5-6.
7
FEE, Gordon. 1997, p. 8.
8
DICIONÁRIO de Paulo e suas cartas. 2008, p. 484.
9
DICIONÁRIO de Paulo e suas cartas. 2008, p. 485.
mais comum. E isso é resultado da maneira como o judaísmo da época interpretava o ES
como sendo presença e poder de Deus10.
Outro fator oriundo do período intertestamentário que influenciou tremendamente o
pensamento paulino foi o silencio do Espírito. Os judeus entendiam a revelação profética
como a ação do Espírito de Deus. A ausência desta ação, que perdurou por quatrocentos anos
aproximadamente, era entendida como uma separação histórica entre o passado, representada
pelos profetas, e o futuro, com o estabelecimento do Reino Messiânico. Para o judeu do sec.I
ver a ação novamente do Espírito significava ter saciada todas as suas expectativas da
restauração de Israel. Assim, Paulo entendia que a ação do Espírito Santo que ele presenciava
naqueles dias era a prova incontestável de que o reino do Renovo havia, enfim, chegado.11
Neste sentido, Paulo entendia que a ação do Espírito Santo no cotidiano da vida era uma
continuação daquilo descrito pelo AT.
A compreensão da intima relação entre a ação do Espírito e o Reino se torna a grande
influência que o pensamento reinante na igreja primitiva exerceria sobre a teologia paulina
sobre o Espírito Santo. Os primeiros cristãos, principalmente os oriundos do judaísmo, não
duvidavam que o Espírito habitava novamente no meio do povo. Logo, os milagres, a ação
profética dos apóstolos, a coragem em anunciar o evangelho, entre outras coisas faziam com
que este grupo acreditasse estar vivendo a implantação do reino messiânico prometido. Penso
que BEKER define muito bem esta questão:

The Spirit and the kingdom are concomitant terms. Since the one was present, the other
was imminent. For in Rabbinic and apocalyptic literature the Spirit is the life-gift of the
kingdom of God. In the early Church, the tension of existence in the present is caused by
the fact that just as the Messiah had appeared without the public manifestation of the
kingdom, so the Spirit had anticipated the kingdom. And the Christians knew that the
Messiah had appeared because God had raised him from the dead.12

Em razão de tudo isso tratado acima, Paulo apresenta o tema “Espírito Santo” como um
dos mais desenvolvido e explorado em suas cartas.

2. UMA ANALISE DO TEXTO DE ROMANOS 8

2.1 A Epístola aos Romanos e o Espírito Santo.


Ao contrário de outros textos do corpus paulino, Romanos não apresenta muita margem
para as controvérsias quanto à autoria e data de composição. Para um bom número de
respeitados estudiosos Paulo é o agente autoral da mesma, bem como o período próximo à 57
d.C. seria a data aproximada de sua elaboração.13 A grande dúvida ficaria em relação aos
destinatários da carta.

10
Ibid.
11
BEKER, J Christiaan. 1958, p 4.
12
BEKER, J Christiaan. 1958, p 5. – “O Espírito e o reino são termos concomitantes. Desde que um estivesse
presente, o outro seria iminente. Na literatura rabínica e na literatura apocalíptica o Espírito é dom da vida do
reino de Deus. Na igreja primitiva, a tensão causada pelo fato do messias ter aparecido sem uma manifestação
pública do reino, assim o Espírito teria antecipado o reino. E os cristãos sabiam que o messias havia vindo
porque Deus o havia ressuscitado da morte.” – tradução nossa.
13
CARSON D. A.; MOO, Douglas J.; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova,
2008, p. 269; MURRAY, John. Romanos. São José dos Campos, SP: Editora Fiel, c2003, p. 11-13; HENDRIKSEN,
William. Romanos. São Paulo: Cultura Cristã, 2001, p. 11-15 e CRANFIELD, C. E. B. A critical and exegetical
Nossa interpretação em vista do texto bíblico, aliado aos fatos históricos, é que Paulo
escreveu Romanos para uma igreja de maioria gentílica, mas de fortes raízes judaicas.
Existem algumas vertentes de opinião quanto ao surgimento da igreja em Roma, entretanto a
mais comumente aceita é que este não foi um trabalho plantado por um dos apóstolos, ou
mesmo algum enviado imediato.14 Ambrosiastro em seu conjunto de comentário sobre as
epístolas paulinas defende a ideia de que a igreja romana surgiu como resultado de praticas do
judaísmo, realizadas pelos novos judeus cristãos. HENDRIKSEN complementa esta tese
chamando a atenção para o fato de no dia da pregação de Pedro no Pentecoste, havia na sua
plateia romanos judeus e prosélitos (At 2.10-11) e que seria plenamente aceitável que dentre
os três mil convertidos houvesse alguns destes.15 Logo, estes judeus puderam voltar a Roma e
começar sua igreja, que cresceu alcançando judeus e gentios também. Como não tinham
qualquer supervisão apostólica, crê-se que a igreja romana surgiu mantendo grandes vínculos
com as formas judaicas de religião.
No entanto, em 49 d.C., o imperador Cláudio resolve expulsar momentaneamente os
judeus de Roma, justamente em razão do embate entre os judeus cristãos e os da sinagoga.
Neste sentido, com as palavras de CARSON, MOO e MORRIS nós acrescentamos:

“Uma vez que a essa altura os romanos não teriam feito distinção entre judeus e cristãos
judeus, os dois grupos teriam sido afetados pela expulsão por Claudio. Mas, conforme
aconteceu com expulsões análogas em outras ocasiões, o edito provavelmente não
permaneceu em vigor por muito tempo, e menos de um decênio depois encontramos Aquila
e Priscila de volta a Roma (Rm 16.3). Contudo, durante sua vigência, o edito deve ter
causado um impacto profundo na igreja em Roma.
Na ausência dos cristãos judeus, os gentios que foram atraídos para o cristianismo devem
ter assumido a igreja, e os cristãos judeus que depois voltaram provavelmente eram minoria
e talvez fossem vistos com certa condescendência pela ala gentílica agora dominante.”16

Não é muito difícil de concluir, e até mesmo imaginar como este cenário produziu uma
igreja dividida doutrinariamente. Não é por acaso, então, que a epístola aos romanos traz
grandes embates antagônicos como fé e obras, lei e graça, carne e espírito.
Caminhando um pouco mais na argumentação, ressaltamos que a última carta que Paulo
escreveu antes de período de prisão em Cesaréia e Roma foi Romanos.17 Talvez por ter sido
escrita no momento da estada do apostolo em Corinto, a epístola de Romanos traz um bom
número de paralelismos com primeiro e a segunda epístola aos Coríntios.18 Entretanto, nas
palavras de BRUCE “de todas as epístolas paulinas, a que tem mais estreita afinidade com
Romanos é Gálatas”.19 Esta pequena carta se relaciona com Romanos como um esboço, que
tem como intenção principal livrar de enganos os cristãos diante do ensino judaizante da
salvação. Ainda, BRUCE esmiúça esta relação:

“Assim, ele prossegue: "temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela
fé em Cristo e não por obras da lei, pois por obras da lei ninguém será justificado" (Gl
2:16).

commentary: on the epistle to the romans. Edinburgh: T & T Clark, 1977. 2 v., p. 1-5. Outros autores que
participam da mesma opinião: STIFLER e CALVINO.
14
CARSON D. A.; MOO, Douglas J.; MORRIS, Leon. 2008, p. 271.
15
HENDRIKSEN, William. 2001, p. 29.
16
CARSON D. A.; MOO, Douglas J.; MORRIS, Leon. 2008, p. 272.
17
BRUCE, F. F.; OLIVETTI, Odayr. Romanos: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1997. P. 19
18
Ibid.
19
Ibid.
Fé, e não obras: esta é uma antítese que Paulo, escrevendo aos gálatas, salienta. Uma
antítese associada a esta, em sua argumentação, é: Espírito, e não carne. A nova vida que
eles tinham recebido quando creram no Evangelho era vida comunicada e mantida pelo
Espírito Santo. Era inimaginável que a obra do Espírito, pertencente a uma nova ordem,
exigisse suplementação da obediência a ordenanças tão completamente ligadas à velha
ordem da "carne" como a circuncisão e todo o seu séquito. A tentativa de viver em parte
"segundo o Espírito" e em parte "segundo a carne" estava fadada ao fracasso, porque as
duas ordens estão em franca oposição uma à outra: "a carne milita contra o Espírito, e o
Espírito contra a carne"(Gl 5:17).
Ambas estas antíteses — obras versus fé e carne versus Espírito — reaparecem em
Romanos em sua sequência lógica: a primeira nos capítulos 3 e 4, onde se discute o tema
do caminho para a justiça, e a última nos capítulos 7 e 8, onde o assunto é o caminho para a
santidade.”20

Assim, temos em Romanos a carta que Paulo mais faz referencias diretas ao Espírito
Santo e sua atuação.21 Ao todo, o autor faz trinta e sete alusões ao Espírito usando o termo
πνευμα (pneuma – espírito) e suas variações. 22 Este número nos leva a verificar que quase
quarenta por cento das abordagens em toda obra de Paulo sobre o Espírito estão em Romanos.
Logo, a argumentação que Romanos faz em relação a obra do Espírito é em torna-la
preponderante nas questões dicotômicas reinantes na igreja.

2.2 O Contexto Direto de Rm 8.


Se Romanos é o texto bíblico paulino com mais referências sobre o Espírito Santo,
certamente podemos dizer que o capítulo oito de Romanos é o centro da discussão no livro.
Das trinta e sete menções em toda a epístola, nada menos que vinte uma estão no referido
capítulo. 23 É nele, por isso, que a as implicações da habitação do Espírito no cristão tornam-
se mais latentes e explícitas.24
O oitavo capítulo de Romanos faz parte do maior bloco temático da epístola, que
abrange o texto de 1.16 até o final do capítulo11.25 Neste, há um subgrupo (Rm 5-8) onde o
capítulo objeto de estudo apresenta-se como material conclusivo. Paulo retoma agora de
maneira conclusiva, e com a mesma clareza de termos usados no cap. 5, bem como em 6.4 e
7.5, a retórica da justificação mediante a fé. Entretanto, o foco muda, pois é inserido no
contexto algo que faria toda a diferença na argumentação, ou seja, o Espírito.26
Uma atenção especial deve ser dado ao contexto anterior mais próximo de Rm 8. O
capítulo sete de Romanos certamente é um dos textos mais completos que descreve a
corrupção do pecado. Discorrendo sobre abordagem que Paulo faz desta corrupção presente
na humanidade e o papel condenativo da lei, CALVINO elabora uma ponte temática entre os
capítulos sete e oito:

A culpa é toda nossa, explica ele, se a lei, que nos fora dada para a vida, provou ser veículo
de morte. Ao mesmo tempo, explica como a lei faz o pecado avolumar-se. Deste tema, ele
transita para a descrição da batalha que se deflagra entre o Espírito e a carne.27

20
BRUCE, F. F.; OLIVETTI, Odayr. 1997. P. 20
21
BROWN, Paul E. O Espírito Santo e a Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 77.
22
Software Bíblico Logos, versão 6.4, ferramenta Estudo da Palavra – πνευμα.
23
DUNN, J. D. G. Romans 1–8, Vol. 38A). Dallas: Word, Incorporated, 1998, p. 412.
24
BRUCE, F. F.; OLIVETTI, Odayr. 1997. P. 26.
25
HENDRIKSEN, William. 2001, p. 48-49.
26
DUNN, J. D. G. 1998, p. 412.
27
CALVINO, João. Exposição de Romanos. São Paulo: Paracletos, 1997, p. 27.
Assim, o capítulo oito se apresenta como uma resposta ao mal descrito no capítulo
sete.28 E o Espírito Santo é o agente principal neste processo. Ainda, por consequência,
podemos contemplar que esta ação do Espírito escancara o contraste do justificado (vida no
espírito) e o condenado (morto na carne). Com isso, Rm 8 apresenta a ação complexa que o
Espírito estabeleceu e estabelecerá, até a consumação, dois grupos distintos: os da carne e os
do espírito.

3. ROMANOS 8: O CAPÍTULO DO ESPÍRITO SANTO.


Se pudéssemos resumir este capítulo de Romanos, bem faríamos em usar as palavras do
próprio apóstolo Paulo. Em Gl 5.16 ele diz “Andai no Espírito, e jamais satisfareis à
concupiscência da carne”. Diferente do capítulo anterior (Rm 7), Paulo apresenta o elemento
totalmente inverso ao pecado. Ou seja, o Espírito, que de total ausência no capítulo sete passa
a proeminência no oito.29
Concomitantemente a isso, o capitulo oito traz consigo um resultado lógico da ação do
Espírito na vida do cristão. Estamos falando da vitória final do cristão, contra a carne, por
meio da justificação em Cristo. HENDRIKSEN chama isso de “o quarto principal fruto da
justificação pela fé”30, que estariam sido expressas nas palavras de Paulo registradas em Rm
8.37 (Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos
amou). Em suma, o oitavo capítulo mostra como o Espírito trabalha, em antítese a lei do
pecado, a fim de formar um ser humano capaz de alcançar a vitória final.31
Para este fim, então, podemos observar a maneira como o Espírito realizar sua obra em
sete maneiras diversificadas. Para uma melhor compreensão, dividiremos este capítulo em
partes correspondentes, conforme a necessidade de agrupamento.32
v. 1-4 - Aplicação da obra de Cristo no coração do crente – um ponto importante
nestas cláusulas é entender o papel que o substantivo νόμος (nómos – lei) desempenha. Muito
além do entendimento que tomou corpo com o uso legal e legislativo do substantivo33, νόμος
tem seu uso primário como princípio34 ou regra que leva a ação, sendo originalmente um
termo usado em conceitos de âmbito religioso e espiritual.35 É importante ressaltar que é
comum o entendimento entre os comentaristas que este νόμος não se refere a lei da Torá.36 O
apóstolo estabelece, então, dois princípios distintos. O primeiro deles é o do Espírito da vida
(τοῦ πνεύματος τῆς ζωῆς). Esta é provavelmente uma expressão que remota a Gn 1.1.37 O
segundo é o espírito do pecado e da morte (τοῦ νόμου τῆς ἁμαρτίας καὶ τοῦ θανάτου).
Depois de estabelecido os princípios, Paulo contrasta estes dois caminhos, sendo um

28
LIMA, Leandro. Os Três Gemidos de Romanos 8. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=9xYZoSs8fEI. Acesso em 02/07/2015 às 19h15.
29
BRUCE, F. F.; OLIVETTI, Odayr. 1997. P. 76.
30
HENDRIKSEN, William. 2001, p. 309.
31
DUNN, J. D. G. 1998, p. 414.
32
LOPES, Augustus Nicodemus. Romanos Cap 8 - Espirito Santo. Disponível em
<https://www.youtube.com/watch?v=TsXNtxq-Keo>. Acesso em 04/07/2015 às 10h45. - Estaremos utilizando
a divisão do capítulo proposta pelo autor neste vídeo. No entanto, optamos por suprimir a última (ou seja, a
oitava obra do ES) em virtude do assunto “gemido do Espírito na oração” ser amplamente abordado na
literatura acadêmica e religiosa.
33
DICIONARIO teológico do Novo Testamento. São Paulo: Cultura Cristã, 2013. I - 716
34
BRUCE, F. F.; OLIVETTI, Odayr. 1997. P. 77-78.
35
DICIONARIO teológico do Novo Testamento. 2013. I - 716
36
DUNN, J. D. G. 1998, p. 416.
37
HENDRIKSEN, William. 2001, p. 311.
proveniente da velha ordem que só é capaz de produzir dor e morte e a outra, a nova lei do
Espírito que livra o cristão do poder da antiga lei.38
O Espírito é mais do que um “mestre interior”. Ele é o princípio que diz que somente
aquele que vive uma união plena em Cristo será livre do resultado final da lei do pecado. A
vitória é para aqueles que desenvolvem uma união vital com Jesus Cristo sustentado pelo
Espírito da vida. Isto nos é indicado clareamento pela expressão preposicional ἐν Χριστῷ
Ἰησοῦ (en Christo Iesú –em Cristo Jesus).39
v. 5-8 – O Espírito Santo leva o cristão a agradar a Deus – Este grupo de versículos,
apesar de tratar do Espírito, foca sua atenção nos aspectos da “carne” (σαρκὸς). Isto ocorre
para que fique claro o paralelo entre o homem carnal (descrito então nos v. 5-8) e o homem
espiritual (este já nos v.9-11).40 Isto é, Paulo usa uma didática reversa para mostrar como o
Espírito ensina o cristão agradar a Deus.
Neste sentido, conseguimos entender que esta obra do Espírito é o resultado da ação
dele na maneira de pensar. Vejamos por quê. Dois verbos irão abrir caminho para a
compreensão da afirmação anterior: εἰμί e φρονέω. O εἰμί (eimi – ser ou estar) no particípio
dá o sentido de modo de vida, pois uma tradução literal – estando - traz a ideia de pratica ou
maneira de vida. Já φρονέω traz consigo o conceito de atitude de mente, propensão de
pensamento.41 Esta interpretação nos faz entender que as decisões pessoais de como viver,
invariavelmente determinam a maneira que pensaremos e nos relacionaremos com as coisas
da vida.42 Assim sendo, o Espírito leva a pessoa a viver considerando as coisas além da vida
terrena, como trabalho, família, lazer e etc. E mais, aquele que se inclina para o Espírito têm
em sua mente os padrões de vida de Deus, pois ele os projeta as esferas espirituais. E assim,
consequentemente, tem a capacidade espiritual de agradar a Deus. Os da carne estão com seus
pensamentos cativos neste mundo e por isso não podem agradá-lo.
v. 9-11 – Habita no cristão verdadeiro – Os versos desta porção são uma continuação do
argumento desenvolvido de v.5-8. E usando a mesma conceituação de parte de um grupo,
Paulo aqui define a antítese dos que estão na carne. Por isso, lança mão do verbo εἰμί
novamente para estabelecer os que estão alinhados com Cristo genuinamente. E ao contrário
do que faz nos versos anteriores, quando se refere aos que estão na carne de maneira genérica,
aqui o faz de maneira particularizada e dirigida com o uso do pronome Ὑμεῖς (himeis –
vós).43
Uma interessante característica deste argumento é o uso de várias partículas
condicionais. O v.9 começa com uma afirmação “Vós, porém, não estais na carne, mas no
Espírito” (Ὑμεῖς δὲ οὐκ ἐστὲ ἐν σαρκὶ ἀλλὰ ἐν πνεύματι) se contrapondo com os carnais
descritos no v.8. No entanto, em seguida o texto estabelece duas sentenças condicionais que
geram um teste de validação para se tal condição é verdadeira.
A primeira condição é estabelecida nas palavras que seguem - εἴπερ πνεῦμα θεοῦ οἰκεῖ
ἐν ὑμῖν (se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós). Este pequeno verso mostra a primeira
marca que diferencia o ser espiritual do carnal, ou seja, a habitação do Espírito a fim de
regenerar o homem. 44 Logo assim, podemos dizer que Deus é quem governa a vida daquele
que seu espírito habita.

38
MOUNCE, R. H.. Romans Vol. 27. Nashville: Broadman & Holman Publishers. 1995, p. 174–175.
39
Ibid.
40
CALVINO, João. Exposição de Romanos. São Paulo: Paracletos, 1997, p. 275-276.
41
SWANSON, J. Dictionary of Biblical Languages with Semantic Domains: Greek (New Testament) (electronic
ed.). Oak Harbor: Logos Research Systems, Inc., 1997.
42
MOUNCE, R. H. 1995, p. 177.
43
DUNN, J. D. G. 1998, p. 428.
44
CALVINO, João. 1997, p. 275-276.
E a segunda condição, vista em seguida, é “e, se alguém não tem o Espírito de Cristo,
esse tal não é dele” (εἰ δέ τις πνεῦμα Χριστοῦ οὐκ ἔχει, οὗτος οὐκ ἔστιν αὐτοῦ). Este teste
condicional exibe a necessidade de negar as propensões da carne. É imprescindível que o
cristão lute contra a carne. A habitação do Espírito, e seu consequente domínio, consistem na
abolição plena das coisas da mesma.45
Continuando no texto, temos ainda mais duas sentenças condicionais, uma no v.10 e
outra no verso seguinte. Elas dão sequencia ao raciocínio da habitação mantendo o mesmo
teor teórico. Contudo, estas duas cláusulas trazem consigo ao resultado fundamental da
habitação do Espírito Santo. Logo, se o mesmo Espírito que habitou em Cristo e o fez
ressurgir entre os mortos habitar no homem que antes era carnal, ele terá a participação do
mesmo fruto, a saber, a ressureição do corpo.
v.12-13 – O poder de mortificar a carne – Privilégios envolvem responsabilidades.
Paulo lembra isso aos seus irmãos de Roma.46 Mesmo o cristão já tendo morrido para a lei do
pecado e da morte, isso não significa que ele não deva suprimir a sua natureza caída. Eles
“estão sob uma obrigação” (ὀφειλέται ἐσμέν– v. 12). Mais do que isso, o verso 12 indica que
espirituais são dotados da liberdade de não pecar.47
εἰ δὲ πνεύματι τὰς πράξεις τοῦ σώματος θανατοῦτε, ζήσεσθε (mas, se, pelo Espírito,
mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis) – Mortificardes é o equivalente a “se
considerar morto”. O Espírito age para promover a morte dos desejos e das práticas
pecaminosas, em consonância com Gl 5.24 - "Os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne,
com as suas paixões e concupiscências".
v. 14-15 – Ele é o guia dos cristãos – Estas clausulas, que aparentemente podem dar a
entender que se trata de uma introdução a adoção do crente por parte de Deus, na verdade,
além disso, apresentam uma resposta para uma pergunta simples: Quem é filho de Deus?
Chegamos aqui a um ponto onde o Espírito já foi apresentado como aquele que mortifica
todos os danos da carne, podendo assim ser incluído um passo adiante. De maneira
subliminar, Paulo apresenta novamente um contraste entre o homem carnal e o espiritual.
Analisando o pronome relativo ὅσοι (hósoi – todos aqueles quem) podemos explorar um
pouco a noção disso. ὅσοι é um pronome que traz consigo um possível entendimento
restritivo (com uma tradução tal como “somente aqueles que”) ou de inclusão (com uma
tradução possível “todos aqueles que”). Mas em ambos os casos, há o caráter sectário, seja
por restrição ou por não inclusão.
De certo o verbo central deste versículo, ἄγονται (àgontai – ser conduzido / guiado),
significa muito mais de uma simples condução, como a indicação de um caminho. O mais
plausível seria entender como uma condução ativa, de maneira a controlar o conduzido.
Entretanto, podemos afirmar que quando o Espírito Santo conduz o homem espiritual, a
responsabilidade do cristão não é cancelada. Mesmo sendo o Espírito o condutor, é o homem
que dá cada passo.48 Explicitando melhor esta posição, está o uso de ἄγονται na LXX. No
texto do Êxodo este (a raiz ἄγω) e seus derivados são termos técnicos fundamentais no
vocabulário do livro que basicamente narra a condução de um povo, por Deus, do Egito até o

45
Ibid.
46
MOUNCE, R. H. 1995, p. 180.
47
LOPES, Augustus Nicodemus. Romanos Cap 8 - Espirito Santo. Disponível em
<https://www.youtube.com/watch?v=TsXNtxq-Keo>. Acesso em 04/07/2015 às 10h45
48
HENDRIKSEN, William. 2001, p. 325
deserto.49 De mesmo modo, então, Deus controlou os caminhos do povo, mas estes tiveram
sua participação em ação no processo.
Respondendo a pergunta feita no começo do tópico, podemos seguramente afirmar que
filhos de Deus são somente aqueles que encontram passivamente sob condução incondicional
do Espírito.50
v.16-17 – Testifica a salvação - O testificar do Espírito é a certeza da salvação que foi
produzida pela ação das outras obras do Espírito relatadas anteriormente pelo apóstolo. É de
bom grado entender que um dos principais papéis do Espírito Santo em todo NT é
representado através da simbologia de selo, de trazer garantia.51 Nesta lógica, então, o ponto
chave do argumento está no verbo συμμαρτυρέω (symmrtyréo – “dar testemunho com”).
Paulo usa este verbo em três oportunidades, e todas elas na carta aos Romanos (Rm 2.15, 8.16
e 9.1).52 Em todas as ocasiões, o verbo sempre aparece com um caráter de testemunho
confirmatório, de extrema ciência do que se está fazendo.53
Entretanto, o testificar do Espírito é algo que devemos considerar como um ato mais
profundo. Numa mesma sentença, Paulo usa o termo πνεῦμα por duas vezes. A primeira delas
trata exclusivamente do personagem central desta perícope, o Espírito Santo. Mas a segunda
aparição do termo, claramente é a designação de um espírito que pertence ao homem.54 E
neste caso, é provável que o apóstolo não esteja falando especificamente da nossa alma.55 Em
todos os seus textos, Paulo evita o uso de πνεῦμα para descrever o “eu interior” do homem,
pré-conversão.56 Por isso, não seria plausível entender que neste v. 16 ele esteja falando disso,
visto que o objeto da ação do Espírito desde o versículo 14 são os “filhos de Deus”. Assim,
podemos entender que este πνεῦμα é algo característico do homem regenerado (após ação do
Espírito) e não do homem criado. Fica claro que estamos falando de algo que não é inerente
ao homem, mas que vem de Deus, em total consonância com o que é dito no contexto
anterior, em Rm 8.15. 57Este πνεῦμα é o πνεῦμα υἱοθεσίας (pneuma hyiothesías – “espírito de
adoção) do verso anterior. É neste espírito que o cristão pode ser confirmado, diante de Deus,
como herdeiro da salvação.
v. 18-25 – Conforto do Espírito no sofrimento – A partir do verso 18 temos uma
mudança de panorama a respeito da obra do Espírito. Até aqui, a ação dele está basicamente
relacionada a questões que são contempladas no tempo presente. No entanto, dos versos 18
até o 27, observamos um discurso mais voltado a assuntos pertencentes à glória que viria a
ser.
O autor de Romanos deixa claro que toda a experimentação, descrita nos dezessetes
versículos anteriores, é apenas uma pequena amostra. Este conceito parte do uso, no texto, do

49
DUNN, J. D. G. 1998, p. 450.
50
CALVINO, João. 1997, p. 284.
51
LIMA, Leandro. Os Três Gemidos de Romanos 8. Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=9xYZoSs8fEI. Acesso em 02/07/2015 às 19h15.
52
Software Bíblico Logos, versão 6.4, ferramenta Estudo da Palavra – συμμαρτυρέω.
53
DICIONARIO teológico do Novo Testamento. 2013. I – 632.
54
DUNN, J. D. G. 1998, p. 454.
55
DICIONARIO teológico do Novo Testamento. 2013. I – 632.
56
HOLMES, M. W. The Greek New Testament: SBL Edition (Rm 8.16). Lexham Press; Society of Biblical
Literature, 2011–2013.
57
Ibid.
substantivo ἀπαρχή (aparché – primeiros frutos). Paulo se utiliza destes termos sete vezes em
todo o NT58, e geralmente o faz para descrever questões de primazia ou de pequena amostra.
Acreditamos ser este último o caso de Rm 8.23. Ou seja, obra do Espírito no presente é uma
pequena amostra do gozo que será o porvir. E isso é dado com o propósito de que o homem
espiritual possa suportar o sofrimento do presente século. Em suma, segundo estes versos, o
Espírito tem permissão para realizar a sua obra na vida do crente para que traga certo conforto
diante das adversidades do mundo.

CONCLUSÃO
O Espírito Santo tem papel fundamental na complexa teologia paulina. Como podemos
analisar neste artigo, na visão de Paulo o Espírito tem por vezes um caráter unificador das
demais questões preponderantes para o apóstolo.
A obra do Espírito, portanto, apresenta-se como fundamental para o restabelecimento da
relação do homem com Deus.

ABSTRACT
The purpose of this paper is to produce a study on the work of the Holy Spirit, the text
delimited Romans 8.1-27. It will be analyzed the thought of the Apostle Paul on the Holy
Spirit and seven ways in which the Holy Spirit works in the life of the spiritual man. They
are: the application of Christ's work in the human heart; the conduct of man to praise God; the
way he dwells in the true Christian; the power to mortify the flesh; as a guide; as confirming
the salvation and as encouragement for who are suffering.

KEY WORDS
Spirit; Holy Spirit; Work of Spirit; Paul; Romans.

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