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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
DANICLER BAVARESCO
MARINGÁ
2010
DANICLER BAVARESCO
MARINGÁ
2010
DANICLER BAVARESCO
Aprovada em ____/_____/_______
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Prof. Dr. Rafael Alves de Souza (Orientador)
_____________________________________________________
Prof. Dra. Anamaria Malachini Miotto Farah (Membro 1)
_____________________________________________________
Prof. Dr. Carlos Humberto Martins (Membro 2)
Aos meus pais, Darci e Delma, pelo esforço,
dedicação e compreensão, em todos os momentos
desta e de outras caminhadas.
AGRADECIMENTOS
Albert Einstein
RESUMO
Na atualidade, a tendência por maior liberdade de layout e vãos livres mais ousados
tem levado ao aperfeiçoamento das técnicas construtivas. É nesse contexto que a laje lisa está
inserida, apresentando inúmeras vantagens em relação ao sistema convencional, fazendo com
que o estudo das mesmas seja cada vez mais importante. A NBR 6118/2003 permite a análise
desse sistema estrutural através de uma modelo elástico simplificado, com redistribuição. O
objetivo deste trabalho é verificar se o modelo de análise proposto pela norma se aproxima
efetivamente de um modelo numérico e fazer o dimensionamento completo de uma laje lisa
de pilares dispostos em filas ortogonais. Para isso, elaborou-se um pavimento tipo hipotético
sobre o qual se obteve os diagramas de momentos fletores pelos procedimentos proposto pela
norma, utilizando o Ftool, e comparou-os com os resultados obtidos pela análise da estrutura
no programa SAP2000. Em seguida, fez-se o dimensionamento da mesma a flexão, a punção
e ao colapso progressivo. Na análise dos esforços constatou-se que a modelagem proposta
pela norma precisou de alguns ajustes para uma melhor aproximação ao modelo numérico. Já
as armaduras obtidas foram compatíveis na maioria das regiões, ficando com área de aço
abaixo da calculada utilizando um software de projeto em apenas uma região.
1 INTRODUÇÃO
Método dos Elementos Finitos, ambos citados pela norma, e o Método de Analogia de Grelha.
Com o avanço tecnológico e o desenvolvimento de computadores potentes esses métodos já
são amplamente utilizados em programas comerciais de análise e de cálculo estrutural.
Mesmo com todo esse avanço dos métodos numéricos a norma ainda permite e propõe
a utilização do modelo simplificado para alguns casos, e nesse ponto cabe a pergunta, será que
o modelo simplificado aceito pela NBR 6118/2003 representa bem os esforços reais da laje
lisa?
1.1 JUSTIFICATIVA
Na atualidade, a busca por edificações com maior liberdade de layout, vãos livres mais
ousados, muitas vezes sem a utilização de vigas e com pilares cada vez mais espaçados é uma
tendência que tem levado ao aperfeiçoamento das técnicas construtivas que viabilizem essa
liberdade (DONIN, 2007).
É nesse contexto que as lajes lisas estão inseridas, demonstrando ser alternativas com
enorme potencial para estas construções. As inúmeras vantagens como o ganho de pé-direito,
a simplicidade de execução das fôrmas e concretagem, um maior conforto visual e ambientes
mais ventilados, fazem com que, segundo Silva et al. (2004), seja cada vez mais importante o
estudo das lajes lisas, por se tratar de um elemento estrutural em foco que tem muito a evoluir
técnica e cientificamente.
A realização deste trabalho justifica-se pelo fato de que o modelo simplificado
proposto pela NBR 6118/2003, bem como as porcentagens de distribuição dos momentos
segundo as faixas, pode não representar bem os esforços reais das lajes lisas, podendo resultar
em situações antieconômicas, fato que por si só justificaria a aquisição de softwares para o
cálculo das mesmas.
15
1.2 OBJETIVOS
2 LAJES
Lajes são elementos estruturais bidimensionais planos, na forma de uma placa, onde a
espessura é muito menor que as demais dimensões e se destinam a receber as cargas verticais
que atuam nas estruturas de um modo geral, transmitindo-as para os respectivos apoios, que
comumente são vigas localizadas em seus bordos, podendo ocorrer também à presença de
apoios pontuais (pilares).
Na prática, existem diferentes tipos de lajes que podem ser empregadas nas obras de
um modo geral, podendo ser classificadas da seguinte maneira (DONIN, 2007):
a) Quanto à forma:
- Lajes poligonais: retangulares, quadradas, triangulares, octogonais, em T, L, Z,
entre outras;
- Lajes elípticas: lajes circulares ou anelares.
b) Quanto à natureza:
- Lajes maciças (Figura 2.1): são lajes constituídas por placas monolíticas de
concreto armado ou de concreto protendido, com espessura uniforme, construídas
sobre uma forma de madeira ou metálica que é removida após a cura do concreto.
São as lajes mais utilizadas em edificações e obras de arte, mas não podem vencer
grandes vãos devido ao seu peso próprio;
- Lajes nervuradas (Figura 2.2): são compostas por nervuras na zona de tração e
uma mesa maciça de concreto na zona de compressão. As nervuras são
configuradas por um determinado espaçamento entre si, regulamentado pela NBR
6118/2003, nesse caso as nervuras ficam aparentes, ou então, são obtidas com o
emprego de algum material inerte de baixo peso específico, como blocos
18
cerâmicos ou EPS. O peso próprio da laje é reduzido, uma vez que se elimina uma
parte do concreto que ficaria na zona tracionada, caso fosse adotada a solução em
laje
je maciça. Nas nervuras é onde estão concentradas as armaduras longitudinais de
tração. Este tipo de laje é utilizado para vencer grandes vãos ou em casos de
carregamentos especiais;
- Lajes duplas: podem ser entendidas como um caso particular das lajes nervuradas
ou das lajes em grelhas, e ainda, em alguns casos, como lajes maciças. Elas
apresentam duas capas de concreto,sendo uma superior que trabalha
t a compressão
e outra inferior, entre estas duas capas ficam as vigas ou nervuras de concreto.
Geralmente são utilizadas em pilotis ou pavimentos de transição de edifício.
Atualmente estas lajes estão praticamente em desuso, exceto em situações
particulares;
- Lajes pré-fabricadas
fabricadas (Figura
( 2.5): formadas por um conjunto de vigotas, ou seja,
nervuras de concreto armado ou protendido, e blocos cerâmicos ou de concreto,
também conhecidos por tavelas, solidarizados por uma capa de concreto que
trabalha à compressão. As lajes pré-fabricadas
pré fabricadas podem ser unidirecionais,
constituídas por nervuras principais longitudinais dispostas em uma única direção,
ou bidirecionais, na qual são executadas nervuras transversais às pré-lajes,
pré
resultando em uma laje acabada bidirecional.
bidirecional. As nervuras de concreto podem ser
convencionais dando origem às lajes pré-fabricadas
pré fabricadas convencionais, ou nervuras
20
3 LAJES LISAS
Mesmo com inúmeras vantagens apresentadas pelo sistema, existem também algumas
desvantagens que devem ser analisadas, pois são importantes e podem inviabilizar a adoção
do sistema estrutural em certas situações. Hennrichs (2003), sita as seguintes desvantagens:
a) Punção das lajes: é um dos principais problemas de tais lajes, podendo ser
solucionado adotando-se uma espessura de laje adequada ou adotando uma
armadura de punção, ou ambos;
b) Deslocamentos transversais das lajes: o deslocamento de lajes sem vigas, para uma
mesma rigidez e um mesmo vão, é maior do que aqueles nas lajes sobre vigas;
c) Estabilidade global do edifício: no caso de edifícios altos, a ausência de vigas
diminui a estabilidade global devido às ações horizontais, nesse caso deve-se
vincular as lajes em paredes estruturais ou em núcleos rígidos.
Cordovil (1997) enfatiza que o sólido tronco-cônico que se forma com a fissura
circunferencial somente ocorre na ruptura da laje, quando o concreto perde todas as suas
resistências, inclusive ao cisalhamento.
Em lajes sem armadura de cisalhamento, essa fissura atinge distâncias que variam
entre duas a três vezes a altura útil d da laje, como ilustra a Figura 3.4. Já no caso de lajes com
armadura de cisalhamento, a superfície de ruptura pode ocorrer em três posições diferentes
(CORDOVIL, 1997):
Por questões de segurança a condição ‘b’ é a mais adequada visto que a armadura
entraria em escoamento plástico alertando o problema antes do colapso da estrutura.
28
Figura 3.8 – Faixas de laje para distribuição dos esforços nos pórticos múltiplos
onde é o coeficiente de ponderação das ações que para a combinação de ações normais
vale 1,4.
onde = 100 cm (largura de cálculo para 1,0 m de faixa de laje); d = altura útil da laje (em
cm).
Com o coeficiente , e conhecidos a resistência característica do concreto (em MPa)
e o tipo de aço utilizados na obra, determina-se o coeficiente através da Tabela 3.1.
Com o coeficiente , determina-se então a área de armadura ( ), em cm², pela
equação 3.3:
(3.3)
Essa área de armadura será a quantidade a ser colocada por metro de laje. Com auxílio
da Tabela 3.2 determina-se o diâmetro nominal da armadura e o espaçamento entre barras.
onde:
+ , -/2 (3.5)
onde:
d = altura útil da laje ao longo do contorno crítico C', externo ao contorno C da área de
aplicação da força e deste distante 2d no plano da laje;
= as alturas úteis nas duas direções ortogonais;
u = perímetro do contorno crítico C';
u.d = área da superfície crítica;
!" = força ou a reação concentrada de cálculo;
τ$% = tensão de cisalhamento solicitante de cálculo.
cálculo
34
A força de punção !" pode ser reduzida da força distribuída aplicada na face oposta
da laje, dentro do contorno considerado na verificação, C ou C'.
No caso em que, além da força vertical, existe transferência de momento da laje para o
pilar, o efeito de assimetria deve ser considerado, de acordo com a expressão:
'( .(
&" = + (3.6)
). 01
onde:
K = coeficiente que fornece a parcela de " transmitida ao pilar por cisalhamento,
que depende da relação C1/C2;
" = é o momento de cálculo no plano perpendicular à borda livre.
onde:
"6 = (" @ " ∗ ) ≥ 0 (3.10)
onde:
!" = reação de apoio;
u* = perímetro crítico reduzido;
" = momento de cálculo no plano perpendicular à borda livre;
" ∗ = momento de cálculo resultante da excentricidade do perímetro crítico reduzido
u* em relação ao centro do pilar;
246 = módulo
ulo de resistência plástica perpendicular à borda livre, calculado para o
perímetro u.
onde:
"7 = momento de cálculo no plano paralelo à borda livre;
247 = módulo de resistência plástica na direção paralela à borda livre, calculado pelo
perímetro u.
Aplica-se
se o disposto para o pilar de borda quando não age momento no plano paralelo
à borda.
Como o pilar de canto apresenta duas bordas livres, deve ser feita a verificação
separadamente para cada uma delas, considerando o momento fletor cujo plano é
perpendicular à borda livre adotada.
Nesse caso, K deve ser calculado em função da proporção C1/C2, sendo C1 e C2,
respectivamente, os lados do pilar perpendicular
perpendicular e paralelo à borda livre adotada, conforme
Tabela 3.5 (ver Figura 3.11).
3.4.1.5 Capitel
Quando existir capitel, devem ser feitas duas verificações nos contornos críticos C1’ e
C2’, como indica a Figura 3.12.
onde:
d é a altura útil da laje no contorno C2’;
é a altura útil da laje na face do pilar;
A é a altura útil da laje no contorno C1’;
B é a distância entre a borda do capitel e a face do pilar. Quando:
B ≤ 2( – d) ⇒basta verificar o contorno C2’;
2( – d) < B ≤ 2
2 ⇒basta verificar o contorno C1’;
B > 2 ⇒é necessário verificar os contornos C1’ e C2’.
Essa verificação deve ser feita no contorno C, em lajes submetidas à punção, com ou
sem armadura.
&" ≤ &D7 0,27. ∝I . J (3.12)
onde:
∝I = (1 - J
/250) (3.13)
J
= resistência característica do concreto a compressão em megapascal;
&D7 = tensão de cisalhamento resistente de cálculo limite para verificação da
compressão diagonal do concreto na ligação laje – pilar.
onde:
&D6 = Tensão de cisalhamento resistente de cálculo limite, para que uma laje possa
prescindir de armadura transversal para resistir à força cortante;
d = altura útil da laje ao longo do contorno crítico C' da área de aplicação da força, em
centímetros;
P = taxa geométrica de armadura de flexão aderente (armadura não aderente deve ser
desprezada);
P e P = taxas de armadura nas duas direções ortogonais assim calculadas:
a) na largura igual à dimensão ou área carregada do pilar acrescida de 3d para cada
um dos lados;
b) no caso de proximidade da borda prevalece à distância até a borda quando menor
que 3d.
Essa verificação deve ser feita no contorno crítico C' ou em C1' e C2', no caso de
existir capitel.
onde:
\] ≤ 0,75. (3.18)
onde:
&DQ = tensão de cisalhamento resistente de cálculo;
\] = espaçamento radial entre linhas de armadura de punção, não maior do que 0,75d;
"0 = área da armadura de punção num contorno completo paralelo a C';
α = ângulo de inclinação entre o eixo da armadura de punção e o plano da laje;
u = perímetro crítico ou perímetro crítico reduzido no caso de pilares de borda ou
canto;
40
J = resistência de cálculo da armadura de punção, não maior do que 300 MPa para
conectores ou 250 MPa para estribos (de aço CA-50
CA ou CA-60).
60). Para lajes com espessura
maior que 15 cm, esses valores podem ser aumentados conforme estabelece 19.4.2. da NBR
6118/2003 (ABNT, 2003).
Essa armadura deve ser preferencialmente constituída por três ou mais linhas de
conectores tipo pino com extremidades alargadas, dispostas radialmente a partir do perímetro
do pilar. Cada uma dessas extremidades deve estar ancorada fora do plano da armadura de
flexão correspondente.
Quando for necessário utilizar armadura transversal, ela deve ser estendida em
contornos paralelos a C’ até que, num contorno C” afastado 2d do último contorno de
armadura (ver Figurass 3.13 e 3.14), não seja mais necessária armadura, isto é, &" ≤ &D6
(3.4.2.2).
Figura 3.14
14 – Disposição da armadura de punção em corte
Fonte: ABNT (2003)
No caso de ser necessária a armadura de punção, três verificações devem ser feitas:
a) tensão resistente de compressão do concreto
conc no contorno
ontorno C, conforme 3.4.2.1;
3.4
b) tensão resistente à punção no contorno C’, considerando a armadura de punção,
conforme 3.4.2.2;
.2.2;
c) tensão resistente à punção no contorno C”, sem armaduraa de punção, conforme
3.4.2.3.
3.4.2.5 Armadura de punção obrigatória
Elementos
Elementos estruturais com Elementos estruturais com
ARMADURA estruturais sem
armadura ativa aderente armadura ativa não aderente
armaduras ativas
Armaduras positivas
de lajes armadas nas P ^ 0,67P
0 `ab P ^ 0,67P`ab @ P4 ^ 0,5P`ab P ^ P`ab @ 0,5P4 ^ 0,5P`ab
duas direções
Armadura positiva
(principal) de lajes
P ^ P`ab P ^ P`ab @ P4 ^ 0,5P`ab P ^ P`ab @ 0,5P4 ^ 0,5P`ab
armadas em uma
direção
Armadura positiva
⁄c ^ 20 % e efgeKfe
(secundária) de lajes
⁄c ^ 0,9 ig²⁄g -
armadas em uma
P ^ 0,5P`ab
direção
V V1
Onde P , P4 e P`ab dado pela Tabela 3.4.
_
_
43
Essa armadura deve cobrir a região transversal a ela, compreendida pela dimensão dos
apoios acrescida de 1,5 h para cada lado.
O valor máximo da armadura de flexão deve respeitar o limite dado em 17.3.5.2 e
17.3.5.3 da NBR 6118/2003.
- pelo menos duas barras inferiores devem passar continuamente sobre os apoios,
respeitando-se
se também a armadura contra colapso progressivo, conforme 3.4.3;
- em lajes com capitéis, as barras inferiores interrompidas, além de atender às
demais prescrições, devem penetrar pelo menos 30 cm ou 24 ∅ no capitel;
- devem ser atendidas as condições
condições de ancoragem prescritas na seção 9 da NBR
6118;
c) Armaduras de punção:
punção
- Quando necessárias, as armaduras para resistir à punção devem ser constituídas
por estribos verticais ou conectores (studs), com preferência pela utilização destes
últimos;
- O diâmetro da armadura de estribos não pode superar h/20 e deve haver contato
mecânico das barras longitudinais com os cantos dos
dos estribos (ancoragem
mecânica);
- As regiões mínimas em que devem ser dispostas as armaduras de punção, bem
como as distâncias regulamentares
regulamentares a serem obedecidas estão mostradas na Figura
3.18;
46
4 ANÁLISE ESTRUTURAL
A estrutura a ser analisada é uma laje lisa de 9,00 por 9,00 metros. Os pilares são de
20x20 cm, espaçados de 3,50 metros formando filas ortogonais, como mostra a Figura 4.1. A
laje é a do primeiro pavimento com 16 cm de espessura e pé-direito
pé direito de 3,00 metros, conforme
ilustra a Figura 4.2.
Analisou-se apenas o pórtico central por ser o mais carregado e por apresentar
pequena variação com relação aos outros dois extremos, como pode ser visto na Figura 4.3. A
estrutura apresenta também simetria entre seus eixos x e y fazendo com que a análise em uma
direção seja equivalente a outra, por isso foi analisado apenas uma direção.
O P.E.A. proposto pela norma NBR 6118/2003 (ABNT, 2003) consiste em dividir o
pórtico da Figura 4.3 em quatro faixas iguais de comprimento l/4 para distribuição dos
momentos fletores, duas faixas internas mais próximas ao meio do vão e duas externas
localizadas na região dos pilares. As faixas internas recebem 45% dos momentos positivos e
25% dos momentos negativos e as faixas externas recebem 27,5% dos momentos positivos e
37,5% dos momentos negativos, obtendo-se os diagramas para cada faixa.
Após a obtenção dos diagramas, foi feita a comparação dos momentos fletores obtidos
pelo P.E.A. com os momentos fletores obtidos pela modelagem no SAP2000 para verificando
se o modelo de análise simplificado da norma se aproxima efetivamente do modelo numérico.
Com elementos de laje de 12,5x12,5 cm obteve-se uma malha com sete segmentos
para cada faixa interna e externa, o que permitiu uma boa discretização dos momentos fletores
obtidos pelo SAP2000.
Ao longo das linhas das malhas foi levantado os momentos fletores e para comparação
com o P.E.A. calculou-se a média ponderada dos valores ao longo de toda a faixa.
4.6 DIMENSIONAMENTOS
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
DISCU
De acordo com a NBR 6118/2003 (ABNT, 2003) o pórtico foi dividido em quatro
faixas, cada uma com 87,5 cm como ilustrado na Figura 5.5. Multiplicando os momentos dos
diagramas das Figurass 5.2 e 5.4 pelas porcentagens especificadas
especificadas na norma obtêm-se
obtêm os
valores de momento fletor para a modelo de pórtico mostrados na Figura 5.6 e para o modelo
de viga apresentado na Figura 5.7.
Para o P.E.A. utilizando o modelo de pórtico, como o mesmo apresentava dois valores
de momento fletor nos pilares externos, um a direita e um a esquerda, fez-se uma
simplificação tirando a média entre os dois, assim, a faixa interna que recebia valores de -3,28
e -4,33 kN.m/m com a aplicação das porcentagens, passou a receber o valor de 3,80 kN.m/m,
uma variação de 0,53 kN.m/m, já para a faixa externa que recebia valores de -4,91 e -6,49
kN.m/m foi atribuído o valor médio de 5,70 kN.m/m, sendo uma variação de 0,79 kN.m/m.
Os valores no interior das Figuras 5.6 e 5.7 são os momentos fletores atribuídos para a
região e, traçando os diagramas correspondentes obtêm-se as Figuras 5.8 para as faixas
internas e 5.9 para as faixas externas, permitindo uma melhor comparação entre os modelos.
55
Figura 5.8 – Diagrama de Momento Fletor da faixa externa pelos modelos pórtico e viga
Figura 5.9 – Diagrama de Momento Fletor da faixa interna pelos modelos pórtico e viga
No SAP2000 fez-se
se a modelagem da estrutura, mostrada na Figura 5.10. Processando
a mesma no software obteve-se
obteve o Diagrama de Momento Fletor na direção X da Figura 5.11.
Figura 5.11
5 – Diagrama de Momento Fletor (kN.m/m)
.m/m)
57
Cada faixa (FI e FE) foi dividida em sete segmentos. Para a análise,
análise foi obtido o valor
do momento ao longo de cada linha indicada na Figura 5.13, resultando nos Diagramas de
Momento Fletor mostrados nas Figuras 5.14 e 5.15.
Neste exemplo, para que os momentos fletores sugeridos pela NBR 6118/2003 para o
P.E.A. correspondam com os resultados obtidos no SAP2000, as porcentagens de distribuição
dos momentos fletores que melhor se adaptam, bem como as que eram especificadas pela
norma, estão na Tabela 5.1.
5.4 DIMENSIONAMENTOS
Como exemplo foi feito o cálculo para a região do pilar central da faixa externa.
Como pode ser visto na Figura 5.23, esse região recebe um momento negativo (
) de
11,33 kN.m/m.
Para uma largura ( ) de 1,0 metro de laje obtêm-se então o valor de :
×
= (5.7)
6LL×67,r
= 6s,r7×6LL (5.8)
= 10,33 (5.9)
Entre dois valores de adota-se o maior pois gerará maior armadura, logo =
0,0237.
Em seguida obtêm-se o valor da armadura :
×
= (5.10)
64
Com isso obteve-se a área de armadura calculada por metro de laje. Está área precisa
atender a condição de armadura mínima recomendada pela norma (Tabela 3.3), para este caso,
a taxa de armadura (ρY ) precisa ser maior que a taxa de armadura mínima (ρ|Z[ ):
P ≥ P`ab (5.13)
Como a armadura calculada (2,93 cm²) é maior que a área de armadura mínima (2,77
cm²), a condição foi satisfeita.
Para a adoção do diâmetro das armaduras e do espaçamento é necessário seguir as
seguintes diretrizes vistas no capítulo 3:
a) diâmetro máximo de h/8;
b) espaçamento máximo de 2 h ou 20 cm, valendo o menor valor.
Cabe ao engenheiro a escolha de uma das combinações. Aqui será usado uma armação
de 8,0 mm a cada 17 cm.
Repete-se esse procedimento para os momentos fletores de todas as regiões mostradas
na Figura 5.23, obtendo a área de armadura necessária para cada região, mostrada na Figura
5.24, e a bitola e espaçamento das barras da Figura 5.25, salientando que as armaduras
superiores vão nas regiões dos momentos negativos (apoios) e as armaduras inferiores vão nas
regiões dos momentos positivos (meio dos vãos).
A região dos apoios externos e a região inferior das faixas externas necessitaram
apenas da área de armadura mínima. Como a diferença de espaçamento entre as armaduras de
cada região (superior e inferior) tiveram variação de espaçamento de apenas um centímetro,
será adotado o menor espaçamento ao longo de toda a laje, resultando em uma armação
inferior com Ø 6,3 mm c/16 e superior com Ø 8,0 mm c/17.
Como visto no capítulo 3 a armadura deve resistir à força transversal total aplicada ao
elemento estrutural (!" ):
" . J ≥ !" (5.17)
onde:
" é a somatória de todas as áreas das barras que cruzam cada uma das faces do pilar.
Para calcular !" divide-se as regiões de influência de laje para cada pilar, neste caso
apenas repartindo as distâncias entre pilares por dois, como mostra a figura 5.26.
67
O pilar central recebe uma área de 3,50 x 3,50 m, com carregamento de 7,5 kN/m² e
armaduras CA-50 (500 MPa), assim:
" . J ≥ !" (5.18)
" . 6,6s
X~
≥ !"
× 1,4 (5.19)
sL
" . ≥ 3,5 × 3,5 × 7,5 × 1,4 (5.20)
6,6s
Calculando para todos os pilares obtêm-se a Tabela 5.4. Pelos espaçamentos das
armaduras de flexão, no mínimo uma barra de 6,3 mm e uma barra de 8,0 mm cruzam cada
face dos pilares, o que faz com que já exista 0,81 cm², ficando a área de aço restante para ser
acrescentada em armadura contra colapso progressivo especificadas na Tabela 5.4.
= 13,2 ig (5.26)
!" = 3,5 × 3,5 × 7,5 × 1,4 = 128,63 pq (5.27)
K0. = +20 + 20 + 20 + 20- × 13,2 = 1056 ig² (5.28)
'( 67r,}Q
&" = )L.
= 6Ls}
= 0,12 pq/ig² (5.29)
~ QL
∝I = R1 − S= 1− = 0,88 (5.30)
7sL 7sL
QL
&D7 = 0,27. ∝I . J = 0,27 × 0,88 × 6,×6L = 0,51 (5.31)
A condição &" ≤ &D7 foi satisfeita. Se a mesma não passasse seria necessário
aumentar a altura da laje, aumentar as dimensões dos pilares ou aumentar a resistência do
concreto.
69
K. = 4 × B4aA] + 4 × ; × × (5.35)
K. = +4 × 20 + 4 × ; × 13,2- × 13,2 = 3245,56 ig² (5.36)
67r,}Q
&" = Q7s,s}
= 0,04 (5.37)
P = NP × P (5.38)
V(
P = P = (5.39)
V
,7 ×L,r
"Q = R 6y S ×
(5.42)
×L,r
"Q = +5- × = 2,51 ig² (5.43)
Como &" ≤ &D6 não existe a necessidade de reforço da ligação pilar/laje por
armadura transversal (studs – Figura 5.27) e, com isso, a terceira superfície crítica (contorno
C”) não precisa ser verificada.
70
5.5 DETALHAMENTO
Novamente, pela diferença de espaçamento entre as faixas ser de apenas 1 cm, foi
adotado o espaçamento para as barras negativas a cada 17 cm em toda a laje.
laje
73
7 CONCLUSÃO
8 REFERÊNCIAS
CAMACHO, J. S. Curso de Concreto Armado (NBR 6118/2003): Estudo das lajes. São
Paulo: UNESP, 2004.
DONIN, C. Análise numérica de lajes nervuradas por meio do método dos elementos
finitos. 2002, 138f. Dissertação (Mestrado em Construção Civil). Universidade Federal de
Santa Maria, Santa Maria, 2007.