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Agradeço a Deus, por iluminar meus caminhos e estar junto a mim neste
trabalho, proporcionando desenvolver com serenidade estudos técnicos e me
especializar neste conteúdo.
Abreviaturas
Letras Latinas
Capítulo 1
Introdução 01
Capítulo 5
Conclusão 98
INTRODUÇÃO
1
do perfil laminado. Com isso, a pesquisa busca comprovar que o processo de
fabricação de rosca por laminação possui parâmetros e características de maior
robustez, agregando maior qualidade ao produto final.
Esta pesquisa está dividida em cinco capítulos, os quais serão abordados
com os seguintes tópicos:
Capítulo 1 – Introdução: Informações sobre o tema estudado com objetivos e
estrutura do trabalho.
Capítulo 2 – Revisão de Literatura: informações técnicas e características do
material aço ABNT 1035. Quanto ao roscamento, serão citados os processos de
fabricação por torneamento, fresamento, macho de corte, macho de laminação e
laminação externa.
Capítulo 3 – Materiais e Métodos: abrange os recursos utilizados nesta
pesquisa e o planejamento dos experimentos.
Capítulo 4 – Resultados e Discussões: descreve a coleta de dados e
apresenta as análises estatísticas quanto à microdureza, momento torçor, força axial
e força de tração com relação aos experimentos realizados.
Capítulo 5 – Conclusão: analisa os resultados encontrados e apresenta
propostas para desenvolvimento de futuros trabalhos.
2
3
CAPÍTULO 2
REVISÃO DE LITERATURA
5
2.2 Processo Roscamento
Conforme a Norma Brasileira ABNT NBR ISO 724 (2004), são calculados os
valores de D2 (diâmetro dos flancos do parafuso), d2 (diâmetro dos flancos da porca),
D1 (diâmetro menor do parafuso) e d1 (diâmetro menor da porca), conforme as
Equações 2.1, 2.2, 2.3 e 2.4:
6
[2.1]
[2.2]
[2.3]
[2.4]
7
2.2.1 Tipos de rosca
8
Diante das especificações apresentadas na Figura 2.3, verifica-se que o
modelo do perfil de rosca está diretamente relacionado à sua aplicação e
funcionalidade. A seleção irregular do tipo de rosca pode ocasionar desgastes
prematuros em seu perfil e cisalhamento devido a esforços excessivos.
Dentre as nomenclaturas especificadas para os tipos de roscas, considera-se
que, para a rosca interna (porca) e para a rosca externa (parafuso), são
estabelecidas as mesmas especificações (CARMÉLIO, 2006). A Figura 2.4 descreve
as nomenclaturas para cada característica do perfil de rosca.
9
Na Figura 2.4, observam-se as nomenclaturas relacionadas à rosca métrica
triangular e à da rosca Whitworth. Para os dois tipos de roscas, existem a
similaridade entre as especificações dos diâmetros, a medição do passo e os
diferentes ângulos relacionados ao perfil da rosca.
De acordo com Barrios et al. (2011), a fabricação do perfil de rosca atende às
normas europeia e americana, que estabelecem suas características, dimensionais e
tolerâncias:
10
ajuste médio entre 6H e 6g e ajuste grosseiro entre as roscas 7H e 8g. A Figura 2.5
ilustra as tolerâncias relacionadas às roscas interna e externa.
11
Figura 2.6 – Aplicações dos processos de fabricação de rosca por usinagem, modelagem e
laminação
13
Figura 2.7 (A) – Ferramentas de roscar e pastilhas. (B) – Ferramentas plana e circular.
Ferramentas para rosca direita e esquerda
(A) (B)
Fonte: adaptado de Stoeterau et al., (2004).
14
A formação do filete de rosca interno ou externo pode ser referenciada pelo
produto a ser usinado ou por equipamento, sendo: pelo produto, rosca direita e
esquerda, e pelo equipamento, ferramenta à direita ou à esquerda. Para o processo
de roscamento em direção à fixação, consideram-se como vantagens a melhor
estabilidade do processo e os suportes e calços montados que podem ser utilizados
em diferentes operações (SOUZA, 2011).
As Figuras 2.9 e 2.10 ilustram, respectivamente, conforme Secotools (2012),
o roscamento em direção à fixação com a rosca à direita e à esquerda e o
roscamento a partir da fixação do produto, proporcionando também as roscas à
direita e à esquerda.
Nota-se que o processo, a partir da fixação, proporciona que o fluxo de
cavaco seja direcionado corretamente, porém torna-se necessária a fixação exata
das ferramentas para garantir a estabilidade da formação da rosca.
16
Figura 2.11 – Tipos de penetração da pastilha no processo de usinagem
17
Figura 2.12 – Aplicações processo de fresamento
18
Figura 2.13 – Etapas do processo de fresamento interno
19
descendente executando o furo e o chanfro (a); na próxima etapa, ela realiza o
movimento lateral determinando o raio do furo (b); na etapa (c), a ferramenta se
desloca no sentido helicoidal em torno do eixo, determinando o perfil de rosca. Caso
a profundidade de corte não seja necessária em um passe de rosca, deve-se repetir
a etapa (c), agregando a nova profundidade de corte. Na etapa (d), ocorre o retorno
ao centro do furo; e, finalmente, na etapa (e), desloca-se verticalmente na
ascendente.
20
criar o passo e para determinar os sentidos horário e anti-horário, dependendo do
tipo de rosca. No fresamento concordante com hélice à direita, a usinagem é no
percurso ascendente e helicoidal, e para o processo discordante, a ferramenta inicia
no topo e realiza a usinagem helicoidal descendente até a profundidade especificada
(ANDRADE, 2014). Nesse método, considera-se também que o método concordante
estabelece que os movimentos de rotação do macho fresa e de avanço da peça
estão no mesmo sentido. Diante disso, pode-se oferecer maior vida da ferramenta.
Na Figura 2.15, dentro dos processos de rosca interno e externo, identifica-se
a composição dos movimentos, do sentido de corte e do posicionamento da
ferramenta.
21
com ¼ de círculo (90 graus) e entrada circular com semicírculo (180 graus). A Figura
2.16 ilustra os métodos de interpolação no processo de fresamento.
22
desgaste prematuro e o desalinhamento entre a ferramenta e o pré-furo devido à
variação do diâmetro interno.
Já para Barrios et al. (2011), a aplicação do macho de corte é relacionada
com o diâmetro do furo a ser preparado com a broca, e sua seleção depende do tipo
de rosca a ser fabricado.
23
os canais helicoidais e o comprimento de rosca cilíndrica.
Em conformidade com Mota (2009), o roscamento com macho é de fácil
aplicação e é citado com alta eficiência de processo. Dentre os pontos positivos para
esse processo, pode-se citar sua produtividade e economia para roscas menores,
menor tempo de ajuste, equipamentos ociosos e sua utilização em altas velocidades
de corte e maior vida da ferramenta. Ainda conforme Baker (2003 apud MOTA, 2009),
a ferramenta de corte pode variar a sua geometria a partir do tipo de material a ser
usinado, usinagem com pré-furo ou cheio, a seco ou com refrigeração. Os chanfros
são caracterizados como curtos de um a dois filetes de rosca, recomendados para
os furos cegos, chanfros médios, característica para furos passantes. Em sua
estrutura, constam de três a cinco filetes de rosca e o chanfro longo, recomendado
para furos passantes para utilização em alta produção.
Na Figura 2.18, observam-se as particularidades e as características da
ferramenta macho de corte, com os canais para escoamento de cavaco, região
cônica de início de usinagem, região de maior desgaste e as superfícies de saída e
de folga da ferramenta.
25
2.3.4 Roscamento por Macho Laminador
26
A principal diferença entre a rosca laminada e usinada é a alta
resistência mecânica nos filetes conformados pelo processo de
laminação, o que é mostrado na orientação das fibras do material. A
não geração de cavacos e a alta durabilidade da ferramenta também
são vantagens do processo de laminação a serem consideradas.
27
Figura 2.22 – Perfil rosca laminada – modificado
Perfil rosca
laminada
28
De acordo com Emuge (2009, p. 15), a ferramenta macho laminador possui
um redutor nas guias de trabalho onde a linha da rosca helicoidal aumenta
gradualmente até o diâmetro especificado da ferramenta: “no processo de laminação,
a redução de guia gera a rosca com ajuda das arestas de laminação, que entram na
peça de trabalho de forma sucessiva e na direção radial, a formar o perfil da rosca”.
Conforme Ivanov e Kirov (1997) e Fromentin et al. (2004), o processo de
laminação possui vantagens sobre o processo de corte devido à sua maior eficiência,
melhor resistência, maior vida da ferramenta e melhor qualidade superficial no perfil
de rosca.
Na laminação, durante a fabricação do perfil de rosca, não ocorre formação
de cavacos. Diante disso, conclui-se um processo com menos falhas inerentes ao
acúmulo de resíduos nas arestas postiças de corte (APC) (USINAGEM BRASIL,
2012). Além disso, esse processo proporciona uma resistência à tração de 20 a 30%
maior em comparação ao processo de fabricação por corte.
A estrutura e a formação da ferramenta macho laminador possuem
particularidades que oferecem vantagens e características específicas para o
processo de laminação. O perfil poligonal obtém maior influência nas arestas de
contato com o produto fabricado e proporciona os movimentos de fluxo de material
para a formação do filete de rosca. A Figura 2.24 representa a forma poligonal e a
simbologia das ranhuras que proporcionam a lubrificação.
29
Na forma poligonal citada anteriormente, identificam-se os pontos de contato
da ferramenta em relação ao diâmetro do furo do material. Dessa forma, os
intervalos ou espaços em vazio são utilizados para fluxo do fluido lubrificante e
também da velocidade de fluxo de material a ser conformado na formação da rosca.
Para Ivanov e Kirov (1997), existem diferentes formas poligonais para
aplicação do macho laminador, porém cada modelo com sua aplicação específica de
acordo com o material projetado para conformação. Esta é controlada pelo perfil
excêntrico da ferramenta, proporcionando a formação do perfil de rosca e auxiliado
pelo fluxo de fluido nos canais de lubrificação. Na Figura 2.25, identificam-se os
diferentes modelos de perfis poligonais aplicados na conformação de materiais.
31
De acordo com Fromentin et al. (2010), o processo de laminação é muito
interessante e econômico em comparação ao processo de corte, devido à maior vida
da ferramenta, à maior confiabilidade e à não formação de cavaco durante a
fabricação de rosca. Nesse processo, também, não ocorrem erros de forma no perfil
de roscado e apresentada resistência à tração superior particularmente nos flancos
da rosca devido ao fluxo ininterrupto dos grãos e do processo de formação da rosca,
o que reduz o risco de ruptura através de sua concepção rígida.
Conforme DIN 8583, citado por Guhring (2012), a formação da rosca por
laminação é o processo de compressão da ferramenta utilizada com o produto ou a
peça no perfil de espiral. A parte poligonal das ferramentas é inserida no produto pré-
furado com rotação e avanço iniciando a formação de rosca a partir do passo de
avanço. O perfil de rosca é gerado gradativamente a partir da entrada da ferramenta
(macho laminador) no produto a ser trabalhado. O processo de laminação ocorre
devido à compressão e deformação que excede o limite de compressão.
A homogeneidade do pré-furo, tanto no diâmetro, ovalização ou
concentricidade, pode ocasionar maior esforço e carga radial na ferramenta,
reduzindo sua vida e, consequentemente, um perfil de rosca irregular, como também
a sua quebra. Dessa forma, estabelece-se que os controles de preparação do pré-
furo, dos diâmetros e de conicidade são fundamentais para a estabilidade do
processo de roscamento por laminação.
Na Figura 2.27, é representada a deformação e a conformação do material no
início do filete de rosca a partir do início de entrada da ferramenta.
32
Verifica-se em três etapas, a deformação gradativa dos perfis de rosca com a
demarcação do chanfro da ferramenta. De acordo com a Figura 2.27, têm-se: D para
diâmetro nominal, D2 para diâmetro flanco, Dk diâmetro furo, H altura do perfil e P
para o passo. Avaliam-se também a deformação das fibras do aço e sua formação
completa.
O sistema de lubrificação, como aplicado no roscamento por corte, obtém as
vantagens de refrigeração do processo e melhor escoamento do material durante a
formação da rosca, como também beneficia o rendimento da ferramenta. A
lubrificação no roscamento evita que o material seja acumulado nos flancos dos
filetes de rosca e assegura que o torque necessário para o processo de formação
não seja superior ao especificado. Importante ressaltar a preferência dada aos
lubrificantes com características de arrefecimento e aditivos necessários para o
processo de laminação. Quanto melhor a lubrificação, melhor o processo de
formação de rosca. Outro ponto relevante é a utilização do fluido lubrificante com
aditivos químicos, o que proporciona maior estabilidade na refrigeração e,
consequentemente, maior vida da ferramenta.
Neste processo, são utilizados dois encostos planos, onde um dos eixos
realiza o movimento linear paralelo (CARVALHO, 2011). Conforme Kharagpur (2008),
33
nesse método, é utilizada uma placa fixa e a outra se desloca paralelamente
conforme ilustrado na Figura 2.28.
34
Figura 2.29 – Laminação externa por gravação única
35
Figura 2.30 – Tipos de rolos de laminação externa
36
2.3.5.3 Laminação Cilindro de Roscamento
37
2.4 Fluido Lubrificante
38
nos processos como máquina-ferramenta, sobre as ferramentas de corte e outras
referências do efeito ambiental gerado.
Em complemento aos estudos de MQL, conforme Costa (2004 apud MOTA
2009) e Mota (2006), os estudos comprovaram, para os materiais de baixa
usinabilidade e velocidade de corte baixa, a eficiência da utilização da mínima
quantidade de lubrificante, sendo completamente viável sua aplicação.
Para a lubrificação nos processos com furo cego, a aplicação do fluido é
restrita e a retirada do cavaco do furo torna-se complexa. Para Lorenz (1980 apud
HAAG; AMANCIO 2012), as ferramentas são projetadas em sua grande maioria com
canais para a saída dos cavacos. Isso acarreta a resistência mecânica que interferirá
diretamente nas projeções de torque na formação da rosca.
No que se refere à utilização do fluido lubrificante nos testes experimentais e
em produção sequenciada, Fromentin et al. (2004) citaram essa influência no
aumento da dureza durante a formação da rosca e também com o objetivo de evitar
futuros desgastes ou avarias nas ferramentas.
39
e o percentual de resistência entre o processo de corte e o laminado.
Figura 2.32 – Força de tração das roscas formadas pelo processo de corte e de laminação
40
Figura 2.33 – Gráfico de Torque (Nm) nas etapas de usinagem, parada e retorno da ferramenta
macho de corte
41
Figura 2.34 – Gráfico do Momento Torçor (Nm) – Relação perfil da ferramenta com as etapas do
processo de roscamento
42
Figura 2.35 – Etapas do torque na formação da rosca – torque de formação, médio e de atrito
43
Figura 2.36 – Medição de torque – cabeçote fixo e autorreverso
44
CAPÍTULO 3
MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa consiste em duas fases, sendo que no primeiro experimento foi
avaliada a microdureza do perfil de rosca e no segundo experimento foi realizada a
análise dos esforços mecânicos. Nos dois experimentos, o objetivo foi comparar os
processos de usinagem e conformação na formação da rosca.
45
Figura 3.1 – Equipamento de usinagem Doosan
46
Figura 3.2 – Dispositivo de fixação hidráulica para usinagem corpo de prova
Base de apoio
corpo de prova
Garra de fixação
do corpo de prova
47
Figura 3.3 – Broca e macho de corte
Figura 3.4 –Conjunto ferramenta macho de corte posicionados no centro de usinagem vertical
Ferramenta
Macho de Corte
48
Já para a preparação do processo de conformação, é necessário o diâmetro
do pré-furo maior em comparação com o processo de macho por corte. De acordo
com Ivanov e Kirov (1997), para um método de laminação eficaz, o diâmetro deve
ser estabelecido conforme Equação 3.1, ou seja, o passo da rosca na laminação
corresponde à metade do passo de rosca no processo de corte.
[3.1]
Para o pré-furo, foi utilizada a broca helicoidal WALTER TITEX A1164TIN DIN
6539, MD, diâmetro Ø 13.3 mm, característica tipo N e ângulo de ponta 118º. Na
Figura 3.5, é apresentada a ferramenta utilizada no processo de furação e seus
respectivos dimensionais.
50
3.1.1.4 Equipamentos de Teste – Análise Microdureza
51
3.1.2 Segunda Fase: Análise Esforços Mecânicos
52
Figura 3.11 (a) – Projeto dispositivo de fixação corpo de prova
Para realizar as leituras dos dados do momento torçor e da força axial durante
a formação da rosca, aplicou-se o dinamômetro piezoelétrico estacionário Kistler
9272 com quatro canais, um amplificador de sinais Kistler 5070A e o software
DynoWare, também fornecido pela Kistler, apresentados conforme a Figura 3.12.
O sistema de aquisição de forças, composto por esses equipamentos, é
interligado a um microcomputador com processador Intel Pentium Dual Core 2.2GHz
com 2GB de memória RAM.
54
Figura 3.12 – (a) Dinamômetro; (b) Amplificador Carga; (c) Tela Software
56
Figura 3.14 – Pontos de medição de microdureza no perfil da rosca interna
Ferramenta Ferramenta
Broca Helicoidal Macho de Corte
57
Figura 3.16 – Dispositivo de fixação do corpo de prova
Corpo de prova
Base de apoio
corpo de prova
59
CP313 Velocidade Corte 03, Especificação fluido 01, Amostra 03;
CP321 Velocidade Corte 03, Especificação fluido 02, Amostra 01;
CP322 Velocidade Corte 03, Especificação fluido 02, Amostra 02;
CP323 Velocidade Corte 03, Especificação fluido 02, Amostra 03;
CP331 Velocidade Corte 03, Especificação fluido 03, Amostra 01;
CP332 Velocidade Corte 03, Especificação fluido 03, Amostra 02;
CP333 Velocidade Corte 03, Especificação fluido 03, Amostra 03;
π = 3,1416
d = 14,0 [3.2]
n = 400, 680 e 900 rpm
Ferramenta
Macho de Corte
(A) (B)
Fonte: autoria própria.
Ferramenta
Broca Helicoidal
Ferramenta Macho
laminador
(A) (B)
Fonte: autoria própria.
Corpo de Prova
Parafusos de
fixação
Dinamômetro
63
Figura 3.21(A) – Calibrador Imicro Figura 3.21(B) – Calibrador anel padrão
Dispositivo base
superior Corpo de prova
Dispositivo base
inferior
65
CAPÍTULO 4
RESULTADOS E DISCUSSÕES
66
No que se refere à microdureza, a análise das amostras foram realizadas no
sétimo filete de rosca e o resultado foi obtido em dureza Vickers, convertido para
dureza Brinell. Na Tabela 4.2, avaliaram-se os resultados de microdureza para os
três pontos determinados para processo de corte e de laminação.
Tabela 4.3 – Cálculo das médias das microdurezas por ponto de medição
Corte Laminado Forjado
Pts
C01 C02 C03 Média L01 L02 L03 Média F01 F02 F03 Média
P1 (HB) 179 178 181 179,33 203 212 203 206 165 163 164 164
P2 (HB) 161 162 161 161,33 237 243 237 239 165 163 164 164
P3 (HB) 165 165 166 165,33 236 237 237 236,67 164 164 165 164
Fonte: autoria própria.
67
De acordo com a análise do teste contraste das posições, é possível afirmar
que a microdureza na posição 01 é diferente da posição 02 e da posição 03, e
também que a microdureza na posição 02 é semelhante à microdureza na posição
03. Após a análise do contraste das posições, foi calculado, na Tabela 4.5, o teste de
contraste dos processos.
68
Figura 4.2 – Análise microdureza – processo de corte (C), laminado (L) e forjado (F)
69
Dentro dos padrões e nomenclaturas relacionadas ao processo de corte,
avaliaram-se a regularidade de formação dos filetes e o perfil roscado conforme
padrão da rosca métrica. Na Figura 4.4, constam os pontos demarcados da análise
de microdureza relatados por P1, P2 e P3, conforme informado no planejamento dos
experimentos.
70
Figura 4.6 – Pontos de medição microdureza no processo de laminação
Tabela 4.6 – Variação do diâmetro interno do pré-furo – processo por corte e laminação
Experimento Ø Broca Ø Furo Mínimo Ø Furo Máximo
Corte 12,50 12,50 12,55
Laminação 13,30 13,32 13,37
Fonte: autoria própria.
71
conforme citado no planejamento de experimentos e também com o mesmo
comprimento de rosca, 24 mm, e do furo, 27 mm. Essa especificação da amostra é
ilustrada na Figura 4.7.
72
Tabela 4.7 – Diâmetro interno do pré-furo por amostra
74
as Tabelas 4.8 e 4.9, e foram calculadas as médias das forças durante a formação
da rosca para cada amostra do experimento, respectivamente, para o processo de
corte e laminação.
75
Figura 4.9 – Torque (Nm) para o processo de corte – velocidade e percentual de fluido
76
Figura 4.10 – Torque (Nm) para o processo de laminação – velocidade e percentual de fluido
77
Figura 4.11 – Processo de laminação – velocidade de corte nos percentuais de fluido
lubrificante
Figura 4.12 – Processo de corte – velocidade de corte nos percentuais de fluido lubrificante
78
Portanto, diante dos gráficos analisados, para os percentuais de lubrificante
pesquisados, quanto maior a concentração de fluido, menores os valores de torque
dentro dos parâmetros dos experimentos nos processos de usinagem e
conformação.
No que se refere à análise das velocidades de corte em comparação com os
percentuais de concentração de fluido nos experimentos, notou-se que para 17.5
m/min., não houve variação significativa nos percentuais de 5% e 10% nos métodos
de corte e laminação. Na análise do percentual de 13%, ocorreu maior variação no
processo de corte em comparação ao processo de laminação. A Figura 4.13 ilustra
os valores referentes à velocidade de corte 17.5 m/min.
Figura 4.13 – Comparação entre os processos de corte e laminação para velocidade de corte
17.5 m/min.
80
Figura 4.15 – Comparação entre os processos de corte e laminação para velocidade de corte
39.5 m/min.
De acordo com Pereira (2014), na análise de torque nos aços ABNT 1045 e
AISI 4140, os estudos apresentaram a correlação de quanto maior a velocidade de
corte, menor o momento torçor. Esse fato ocorre devido ao aumento da velocidade
que proporciona maior temperatura, em consequência, menor resistência do material.
Na análise de variância do torque para o processo de corte avaliou-se que
temos influência no experimento quando se analisa os percentuais de fluido e a
comparação da velocidade de corte 39.5 m/min. com 17.5 m/min. e 30.0 m/min.
Nesse caso, quanto às duas primeiras velocidades, não há diferença
estatisticamente significativa, e a velocidade de 39.5 m/min. encontra-se com
momento torçor superior aos demais ensaios de fabricação de rosca.
Outro tópico de influência está entre as concentrações de fluido. Nos estudos
estatísticos, o percentual de 5% difere dos índices de 10% e 13%, mantendo-se
superior na comparação dos dados. Na Tabela 4.10, foram obtidos os cálculos
relacionados à análise de variância dos ensaios experimentais.
81
Tabela 4.10 – Análise variância – momento torçor – processo de corte
Fatores G.L. MSS Fcalc Fo
SST 4,3887 26
SSFLUIDO 1,37939 2 0,68969 12,867399 3,555 INFLUENCIA
SSVELOCIDADE 1,06739 2 0,53369 9,9569514 3,555 INFLUENCIA
SSINTERAÇÃO 0,97713 4 0,24428 4,5574903 2,928 INFLUENCIA
SSERRO 0,9648 18 0,0536
82
Tabela 4.11 – Análise variância – momento torçor – processo de laminação
Fatores G.L. MSS Fcalc Fo
SST 140,636 26
SSFLUIDO 82,2608 2 41,1304 42,4279 3,555 INFLUENCIA
SSVELOCIDADE 7,15756 2 3,57878 3,69168 3,555 INFLUENCIA
SSINTERAÇÃO 33,7685 4 8,44214 8,70845 2,928 INFLUENCIA
SSERRO 17,4495 18 0,96942
Figura 4.16 – Gráfico boxplot – valores de torque (Nm) para os processos de corte e de
laminação
23
22
9,0
21
Laminação
20
Corte
8,5
19
18
8,0
17
16
7,5 15
17,5 30,0 39,5 17,5 30,0 39,5
Velocidade Velocidade
(A) (B)
Fonte: autoria própria.
83
As Figuras 4.17 (A) e (B) e as Figuras 4.18 (A) e (B), apresentam os gráficos
da probabilidade normal sobre os pontos distribuídos ao longo da reta, atendendo à
validação do modelo análise de variância (ANOVA), e o histograma que representa a
dispersão dos valores de torque, ambos nos processos de corte e laminação.
Figura 4.17 – Gráfico probabilidade normal (A) e histograma (B) – valores de torque (Nm) para
o processo de corte
60
50
40
30 4
20
10
2
5
1 0
7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 7,5 8,0 8,5 9,0
Torque Torque
(A) (B)
Fonte: autoria própria.
Figura 4.18 – Gráfico probabilidade normal (A) e histograma (B) – valores de torque (Nm) para
o processo de laminação
70
3
Percent
60
50
40
30 2
20
10
1
5
1 0
15,0 17,5 20,0 22,5 25,0 14 16 18 20 22 24
Laminação Laminação
(A) (B)
Fonte: autoria própria.
84
interação entre si influenciaram no momento torçor. Para o estudo da velocidade de
corte e suas interações, não ocorreram influências no comparativo entre os métodos
de usinagem e conformação. Na Tabela 4.12, constam as dados estatísticos
relacionados aos ensaios experimentais.
86
De acordo com o gráfico anterior, conclui-se, neste experimento, que o
método por corte possui índices menores em comparação à laminação e também
maior linearidade entre os dados nos percentuais de lubrificação.
Após as informações do momento torçor (Mz) para o retorno da ferramenta,
no próximo tópico serão apresentados os dados relativos à análise da força axial nos
ensaios experimentais com os métodos de corte e laminação.
Neste tópico, será abordada a força axial máxima relacionada à aquisição dos
dados na formação dos filetes de rosca. Na Figura 4.20, identificou-se que no
processo de laminação os valores relacionados ao esforço axial mantêm índices
superiores em comparação ao processo por corte. Isso ocorre devido à força
necessária de aplicação da ferramenta para a conformação do material.
Figura 4.20 – Força axial máxima (N) – comparativo entre os processos de corte e de
laminação
87
No que se refere aos estudos estatísticos de análise de variância, é possível
afirmar que, para o experimento realizado no processo de corte, não houve
influência dos parâmetros estabelecidos nas variáveis de resposta e teste de
contraste (Tabela 4.14). Já na laminação, os dados indicaram que as velocidades de
corte e o percentual de fluido possuem influência nos resultados de torque conforme
a Tabela 4.15.
88
Nos testes de contraste para a velocidade de corte, as três interações entre
elas diferem, sendo que, quanto maior a velocidade, menor a força aplicada. Para o
contraste dos fluidos, apenas a interação entre os percentuais de 5% e 13% de
lubrificante não demonstrou diferença estatisticamente significativa. Nesse caso,
para o percentual de 10%, obtiveram-se menores valores de força axial aplicada
para os testes de contraste conforme a Tabela 4.16.
Tabela 4.16 – Teste de Contraste das velocidades e fluidos – força axial – processo de
laminação
Contraste das Velocidades
Fatores SSC fcalc ftab
Vc1 - Vc2 2510,33 6,00018 4,41387 difere
Vc1 - Vc3 10708,7 25,5958 4,41387 difere
Vc2 - Vc3 2849,37 6,81054 4,41387 difere
Figura 4.21 – Gráfico boxplot – valores de força axial (N) para os processos de corte e de
laminação
300
120
280
F. Axial Laminação
100
F. Axial Corte
260
80
240
60
220
40 200
20 180
(A) (B)
Fonte: autoria própria.
89
Quando aplicado o gráfico probabilidade normal e histograma, Figuras 4.22 (A)
e (B), verificou-se a normalidade das amostras em relação à reta. No histograma,
notam-se os conjuntos de valores para os métodos de corte e laminação devido à
dispersão entre eles.
Figura 4.22 – Gráfico probabilidade normal (A) e histograma (B) – valores força axial (N) para
os processos de corte e de laminação
60 5
50
40 4
30
20 3
10 2
5
1
1 0
0 100 200 300 400 60 120 180 240 300
Força Axial Força Axial
(A) (B)
Fonte: autoria própria.
Tabela 4.17 – Análise variância – força axial – comparação processo de corte e de laminação
Fatores G.L. MSS Fcalc Fo
SST 411707,7 53
SSA 357635 1 357634,9895 278,456 4,113 INFLUENCIA
SSB 5846,968 2 2923,484112 2,27624 3,259 NÃO INFLUENCIA
SSC 1989,196 2 994,5978347 0,7744 3,259 NÃO INFLUENCIA
SSAB 208,8058 2 104,402881 0,08129 3,259 NÃO INFLUENCIA
SSAC 10984,09 2 5492,043753 4,27613 3,259 INFLUENCIA
SSBC 11510,6 4 2877,649106 2,24055 2,634 NÃO INFLUENCIA
SSABC 4080,712 4 1020,177932 0,79432 2,634 NÃO INFLUENCIA
SSERRO 46236,54 36 1284,348458
Fonte: autoria própria.
90
Diante da influência na interação dos processos, na Tabela 4.18, foi realizado
o teste de contraste nas velocidades no método de usinagem e também em
comparação ao método de conformação com objetivo de comparar as igualdades.
91
No que se refere à análise de variância comparativa no processo de corte
com as variáveis de resposta parâmetros de velocidades e percentual de
concentração de fluido, notou-se que, para as especificações mencionadas no
experimento, não ocorreram influência na força de tração estudada. Na Tabela 4.19,
visualizam-se os dados estatísticos para a força de tração, método de formação de
rosca por corte.
40,0 40
Tração Laminação
37,5
Tração Corte
35
35,0
30
32,5
25
30,0
20
17,5 30,0 39,5 17,5 30,0 39,5
Velocidade Velocidade
(A) (B)
Fonte: autoria própria.
93
Observou-se que, para o método de corte, a carga média manteve-se estável
dentro das variações de velocidade e, na laminação, o parâmetro de 30 m/min.
esteve abaixo das especificações de 17.5 m/min. e 39.5 m/min.
Nas Figuras 4.25 (A) e (B), estão representados, respectivamente, o gráfico
da probabilidade normal e o histograma para os métodos de corte e laminação.
Notam-se os valores indicados próximos à linha reta atendendo à condição de
normalidade do estudo análise de variância. No histograma, visualiza-se a curva
normal aplicada sobre os dados de carga de tração.
Figura 4.25 – Gráfico probabilidade normal (A) e histograma (B) – valores força de tração (KN)
para os processos de corte e de laminação
70 15
Percent
60
50
40
30 10
20
10
5
5
1 0
20 25 30 35 40 45 25 30 35 40
Tração Tração
(A) (B)
Fonte: autoria própria.
94
Tabela 4.21 – Análise variância – força de tração – processos de corte e de laminação
Fatores G.L. MSS Fcalc Fo
SST 646,8319 53
SSA 114,6688 1 114,66882 8,71409 4,113 INFLUENCIA
SSB 52,64358 2 26,321791 2,00029 3,259 NÃO INFLUENCIA
SSC 5,795159 2 2,8975796 0,2202 3,259 NÃO INFLUENCIA
SSAB 30,80508 2 15,402539 1,17049 3,259 NÃO INFLUENCIA
SSAC 9,001144 2 4,5005722 0,34201 3,259 NÃO INFLUENCIA
SSBC 89,50159 4 22,375396 1,70039 2,634 NÃO INFLUENCIA
SSABC 21,25958 4 5,3148944 0,4039 2,634 NÃO INFLUENCIA
SSERRO 473,7244 36 13,159011
Fonte: autoria própria.
95
Tabela 4.23 – Análise microdureza amostras processos de corte e laminação
Processo Amostra Microdureza (HB)
Corte 25 162
Corte 14 171
Laminação 09 216
Laminação 11 214
Fonte: autoria própria.
96
97
CAPÍTULO 5
CONCLUSÃO
98
- pela análise de variância, no processo de corte e laminação, apenas o percentual
de concentração de fluido entre 5% e 10% diferiu e interferiu diretamente nos
experimentos;
99
SUGESTÕES PARA PRÓXIMOS TRABALHOS
100
101
REFERÊNCIAS
BADAMI, V. G.; HEGE, R.E.; PATTERSON, S. R. A novel method for forming fine-
pitch threads in Superinvar. 2003.
102
CARDOSO, F. G. Análise das Forças de fresamento de roscas API. 2012.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica e Tecnologia dos Materiais) –
Centro Federal de Educação Tecnológica, Rio de Janeiro, 2012.
103
GOUVEIA, R. Processo de laminação de rosca. 2012. Disponível em:
<http://www.mecanicaindustrial.com.br/conteudo/497-processo-de-laminacao-de-
rosca>. Acesso em: 10 set. 2013.
LEE, S. W.; KASTEN, A; NESTLER, A. Analytic Mechanistic Cutting Force Model for
Thread Milling Operations. Original Research Article. Procedia CIRP, v. 8, p. 546-
551, 2013.
104
LISBOA, F. C.; MORAES, J. J. B.; HIRASHITA, M. A. Fluidos de Corte: Uma
abordagem geral e novas tendências. 2013. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2013_TN_STO_185_056_23095.pdf>.
Acesso em: 15 maio 2015.
105
RIBEIRO, A. C.; PERES, M. P.; IZIDORO, N. Desenho técnico e AutoCAD. São
Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
SANDVIK, Application Guide. Thread turning and thread milling. 2010. Disponível
em:
<http://www.sandvik.coromant.com/SiteCollectionDocuments/downloads/global/techn
ical%20guides/en-gb/C-2920-031.pdf>. Acesso em: 4 nov. 2012.
106
USINAGEM BRASIL. Novo macho walter prototyp para processo high speed.
2012. Disponível em: <http://www.usinagem-brasil.com.br/5866-novo-macho-walter-
prototyp-para-processo-high-speed/>. Acesso em: 3 dez. 2012.
107