Você está na página 1de 78

Automóveis

Chassis

Treinamento Básico
Automóveis

Chassis

Treinamento Básico
Índice

Título Pág Título Pág


Conjunto do Veículo (Carroçaria) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Sistemas de Freio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Segurança do Veículo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Freios Hidráulicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Pintura do Veículo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 Freios a Tambor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Dinâmica de Marcha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Freios a Disco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Suspensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Revestimentos de Freio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Amortecedores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Trabalhos de Inspeção no Sistema de Freio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Posicionamento das rodas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Sistema de Freio Servo-Assistido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Sistema de suspensão das rodas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Sistema Anti-Bloqueio (ABS) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Direção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 Rodas e Pneus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69

Treinamento Básico • Chassi 3


Conjunto do Veículo (Carroçaria)

Alguns dos seguintes componentes principais pertencem ao termo O quadro tipo escada é comumente utilizado como quadro de forma
Conjunto do Veículo tais como motor, direção, suspensão, amortecedores, estrutural. Duas longarinas de chassi são conectadas com vigas
eixos, etc, etc. transversais (travessas) múltiplas, tanto por meio de soldagem, parafusos
ou rebites.
Tipos de Construções
A variedade de Automóveis é diferente entre: As longarinas de aço utilizadas com perfis abertos (Perfil-U, Perfil-L) ou
• Sedan Perfis fechados (tubos Retangulares, Redondos) produzem quadros de
• Roadster, grande resistência à flexão, alta rigidez torsional e alta capacidade de
• Cabriolé, carga.
• Cupê,
• Hatch
• Station Wagon,
• Automóvel de uso múltiplo MPV,
• Automóveis Especiais ou Motor-Homes.

Construção
Construção Separada
Com este tipo de construção, o veículo é montado sobre o quadro. Os
outros grupos do chassi tais como eixo, direção, etc. também são
montados no quadro.
Esse tipo de construção é quase que somente utilizado em LCV / HGV,
veículos para todo terreno e construção de trailers devido à sua
flexibilidade

AT_31_0001

Treinamento Básico • Chassi 5


Construção Efetiva
Geralmente, os quadros dianteiro e traseiro são conectados a uma parte
central
da carroçaria autoportante.

Construção Integral de Carroçaria


A construção autoportante é utilizada normalmente em Automóveis e
Ônibus. AT_60_0001
No Automóvel, o quadro é substituído por grupos de bandejas de assoalho
que
contém, ao lado dos componentes de apoio tais como os apoios do motor,
vigas
do chassi, travessas, também o assoalho do porta-malas e as caixas das
rodas.
Uma construção monobloco integral é obtida adicionando chapas
de aço, as quais são soldadas em partes assim estabelecendo a carroceria.

Construção Casco
Isso é geralmente designada como uma construção de quadro em AT_60_0003
quadrículos.
Um sistema de quadro de estrutura de barras cria uma função primária de
suporte da
carroçaria. As superfícies externas podem também ter uma função de
suportar cargas.

AT_60_0004
Treinamento Básico • Chassi 6
Materiais usados na Construção de Carroçaria
Os materiais, os quais são comumente usados, são perfis de chapas de aço, INSTRUÇÕES DE SERVIÇO
chapas de aço galvanizado, chapa de alumínio e materiais plásticos.
• Quando soldar zinco, o venenoso óxido de zinco deve ser
Chapa de aço extraído.
Carroçarias autoportantes são geralmente fabricadas em aços de alta
ductilidade e em chapas de aços de resistência elevada. • Métodos de solda a ponto devem ser preferidos antes de outros
Chapas de aço de alta resistência para carroçarias têm um limite de métodos porque é criado um anel protetor de zinco em torno do
elasticidade de até 400 N/mm², ao passo que chapas normais para ponto de solda.
carroçarias têm um valor aproximado de 180 N/mm².
• Regiões sobrepostas precisam ser pintadas com tinta contendo
A espessura das chapas de aço varia entre 0,5 mm a 2 mm. zinco (Cor de pó de zinco).
Recortes de chapas de aço de diferentes características e espessuras
(Chapas sob medida para ser moldadas) são soldados, conforme suas • Com componentes novos, é preciso ter cuidado, para que a
necessidades, ao bloco (parte da carroçaria completa, por ex. painel camada de zinco não seja destruída.
lateral).

Chapa de aço galvanizada ao zinco


Por razões de proteção contra corrosão, as chapas da carroçaria podem ser Alumínio
galvanizadas. As chapas do assoalho são galvanizadas em banho quente. Alumínio só é utilizado como uma liga na carroçaria. Dependendo da forma
Com as chapas para a parte externa da carroçaria é utilizado banho e exposição do componente de alumínio da carroçaria, os seguintes
galvânico devido à alta qualidade de acabamento. métodos de fabricação devem ser utilizados.
• Moldagem por extrusão, ex. Quadro de Quadrículos,
• Moldagem por compressão, Revestimento do teto, Capô,
• Fundição sob pressão, ex. Retentor da coluna da mola, uniões
por fundição.

Treinamento Básico • Chassi 7


Características do Alumínio Materiais Plásticos

As ligas de alumínio perdem sua resistência rapidamente quando aquecidas As seguintes são as razões porque materiais plásticos são utilizados no
em torno de aproximadamente 180 C. Se elas entrarem em contato com conjunto do veículo:
outros materiais, como o aço, então a existência de um eletrólito provoca • baixo peso específico e por isso grande economia de peso,
uma corrosão eletroquímica. A superfície do alumínio cria uma grossa • resistente à corrosão,
camada de óxido, a qual tem alta resistência elétrica. • extensa flexibilidade de design na seleção da forma,
• não suscetível a choque,
Essa é a razão porque o alumínio não pode ser soldado com as máquinas de • fabricação dos componentes sem re-trabalhar,
solda a ponto usuais de oficina. • se danificados, com o conhecimento correto, eles podem ser
reparados com pouco esforço.

INSTRUÇÕES DE SERVIÇO

• Devido à possível corrosão de contato, não é permitido o uso das


ferramentas para a carroçaria com outros metais.

• Escovas de aço devem ser feitas de aço inoxidável.

• Ao utilizar os diversos métodos de conexão, ex. por parafusos, por


rebites, utilize somente os métodos de conexão, os quais foram
aprovados pelo fabricante.

• A soldagem e o serviço de preparação deve ser executada por


membros qualificados da equipe.

• Todas as aparas devem ser extraídas imediatamente devido aos


riscos à saúde e os perigos de deflagração.

Veja também o aviso no WIS (Sistema de Informação da Oficina)


Doc. Nº AH60.00-Z-9999AZ

Treinamento Básico • Chassi 8


Segurança do Veículo

Segurança no Conjunto do Veículo A segurança ativa pode ser separada em quatro categorias:
Segundo as estatísticas dos países da Comunidade Européia, em torno de
30.000 pessoas foram mortas e 1,5 milhão sofreram lesões. Segurança de Condução, por ex. através de
Deverão ser tomadas medidas construtivas no veículo para minimizar a taxa • comportamento neutro em curvas,
de acidentes. • trajetória estável para frente do veículo,
• dirigibilidade fácil e precisa,
Os veículos são diferentes em duas categorias de segurança: • a maior possibilidade de retardo de freagem sem
• Segurança ativa • travar as rodas (ABS),
• Segurança passiva • uma suspensão de rodas com molas de
• coordenação ótima com os amortecedores,
• sistema de controle de Tração (ATC, TCS).

Segurança Ativa
É compreendido que Segurança Ativa são as medidas construtivas
integradas no veículo para evitar acidentes. Segurança de Percepção, por ex. através de

• espelho retrovisor atenuante,


• faróis que asseguram uma boa iluminação da estrada,
Segurança Passiva • sistema de advertência acústica,
É compreendido que Segurança Passiva são as medidas construtivas • janelas e espelhos com possibilidade de aquecimento.
integradas no veículo para quando acontecer um acidente, que o risco de
ferimento e morte para os usuários são mantidos ao mínimo.

Treinamento Básico • Chassi 9


Segurança de Condição, por ex. através de A Segurança Passiva é diferente através das zonas de segurança externas e
• desenho ergonômico do banco do motorista, internas.
• suspensão confortável,
• boa ventilação interna, ar condicionado,
• redução de ruído. Zona de Segurança Externa

Elas cobrem as medidas gerais considerando


• o comportamento de deformação da carroçaria,
• a resistência do compartimento de passageiros,
Segurança de Operação, por ex. através de • a prevenção de incêndio,
• clara localização de interruptores , luzes de controle e • a liberação dos ocupantes,
instrumentos, • o risco de ferimentos de outros participantes do acidente fora do
• sistema de pedais de desenho ideal. veículo.

Zona de Segurança Interna

Elas evitam o risco de ferimentos dentro do compartimento de passageiros


através de sistemas de retenção e medidas de proteção de impactos.
• Cintos de segurança e pré-tensor de cinto de segurança,
• Airbag frontal, Airbag lateral Airbag de janela,
• Coluna de Direção de Segurança,
• Vidro de Segurança.

Treinamento Básico • Chassi 10


Chassi de Segurança

Isso consiste de um compartimento estável de passageiros e zonas


deformáveis nas regiões, dianteira e traseira.

Também, se acontecer um acidente grave, o compartimento de passageiros


manterá a sua forma, o que permitirá que os passageiros sobrevivam.

Análises de acidentes mostraram que acidentes frontais com 60%....65% e


acidentes de impactos laterais com 20%...25% são as causas mais comuns AT_100_W140.2
de ferimentos nos ocupantes.

Porque os cálculos do computador de análises de acidentes e os testes


definidos de impactos são realizados na carroçaria para ver o seu
comportamento e a influência nos ocupantes.

Uma construção favorável de veículo é calculada através dos resultados.

Um teste padronizado é, por ex. colisão frontal de um veículo contra um


obstáculo sólido com aproximadamente 50 km/h.

De forma que os ocupantes não são expostos a valores críticos de retardo,


o momentum (Energia cinética) é convertida através das zonas deformáveis
numa determinada troca de forma (Energia de deformação).

Na região das zonas deformáveis, são utilizados membros longitudinais e/ AT_31_0003


ou transversais, nos quais, quando acontece um acidente frontal,, primeiro
dobra-se a região frontal inferior do chassi numa determinada deformação.

Somente quando ocorre um acidente grave, então a região traseira do


chassi também é utilizada para converter a energia.

Treinamento Básico • Chassi 11


Proteção contra impacto lateral Perigo de lesão em pedestres e em ciclistas

Através do vigamento cruzado na região das portas, membros transversais Eles podem ser diminuídos utilizando as seguintes medidas:
entre as colunas A na mesma altura do painel de instrumentos, reforçando • pára-choques redondos os quais estão integrados ao chassi,
as soleiras das portas, as colunas B e C e as vigas transversais na região do • maçanetas de portas, limpadores de pára-brisa e calhas de chuva
assoalho permitem o comportamento de deformação do chassi durante retraídas,
acidentes influenciam para que os ocupantes tenham uma proteção melhor • uso de matérias deformáveis na região dianteira.
contra lesões.

Portas e chaves

Elas não são permitidas a abrir durante um impacto, mas depois do


acidente elas deverão ser abertas por dentro e por fora sem a utilização de
instrumentos.

Reservatório de combustível

Este está montado, protegido de impactos, acima do eixo traseiro ou na


região do eixo traseiro.
O bocal de abastecimento e a tubulação de combustível são instalados de
forma que, ao acontecer um acidente grave ou o veículo capota, o
combustível não pode vazar.

Treinamento Básico • Chassi 12


Zona Interna de Segurança
INSTRUÇÕES DE SERVIÇO
Cintos de segurança e pré-tensor de Cintos de segurança
Os sistemas pré-tensores são inúteis após terem sido ativados uma
Para poder sobreviver um pequeno acidente ou para sobreviver um vez e necessitam ser substituídos.
acidente grave, os ocupantes do veículo devem\ usar os seus cintos de
segurança. Quando o veículo tiver que ser descartado, também devem ser
Com um impacto frontal de 50 km/h, apesar das zonas de deformação, um obedecidos os necessários avisos do fabricante e ser desativado por
valor de retardo de (1 g = 9,81 m/s²) de 30 g a 50 g age sobre os equipe profissional, o que o torna inoperante.
ocupantes do veículo. Isso iria requerer a força de apoio de 30 KN para uma
Pessoa de 70kg.
Se os ocupantes não usarem seus cintos de segurança, eles \irão colidir
com o interior do veículo, por ex. volante da direção, painel de
instrumentos, pára-brisa.
As melhores condições para o funcionamento do cinto de segurança são
aquelas onde a força dos ossos do peito e dos quadris é absorvida pelo
cinto de segurança. O cinto de segurança deve ser usado o mais apertado
possível. Isso é alcançado usando um Cinto de Segurança de 3 Pontos.

Pré-tensor de cinto de segurança

Isso permite o uso otimizado do cinto de segurança e evita um assim


AT_91_0001:1 AT_91_0003
chamado cinto solto. Isso faz entender que o passo do cinto é usado
firmemente no corpo.
Quando o pré-tensor é ativado, o cinto de segurança é retraído até 200mm.
Os pré-tensores tanto funcionam com explosivos ou de forma mecânica. O
sistema de pré-tensão somente é ativado por uma colisão frontal.

Treinamento Básico • Chassi 13


Airbag
INSTRUÇÕES DE SERVIÇO
Uma medida adicional de proteção contra impacto é o Airbag. Ele é
utilizado na região frontal bem com no interior do veículo tal como nos • Trabalho de inspeção e de montagem só é permitido ser
lados e na região da cabeça do motorista e do passageiro da frente. executado por membros qualificados da equipe.
• Quando trabalhando no Airbag, a bateria deve ser desconectada e,
Modo de funcionamento: dependendo das instruções do fabricante, deve ser observado um
Sensores de aceleração diferentemente posicionados transmitem, tempo de espera entre 5 e 20 minutos para a descarga do capacitor.
dependendo de quão grave é o acidente, sinais de tensão à unidade de • Não é permitido reparar componentes individuais do Airbag.
comando do Airbag. • Unidades desmontadas de Airbag devem ser armazenadas de
Se certos valores de retardo são alcançados, então é ativado um impulso forma que a superfície de descarga do Airbag fique orientada para
elétrico pela unidade de comando, os quais disparam os Airbags cima.
requeridos. Se o sistema de Airbag está desconectado da unidade da fonte • Não é permitido expor Airbags e unidades pré-tensoras de cintos
de energia, então um capacitor compensador libera o impulso de ignição. de segurança a temperaturas acima de 100 C e devem ser
protegidas contra fagulhas quando por ex. são feitas reparações no
O Airbag infla-se completamente em aproximadamente 45 ms a 50ms. chassi.
• Não podem ser montados no veículo novos Airbags e unidades
pré-tensoras de cintos de segurança que tiverem caído de certa
altura (aprox. 0,5m).
• Airbags e unidades pré-tensoras de cintos de segurança tornam-
se inúteis depois de serem deflagrados e precisam ser substituídos.
• Quando o veículo tiver que ser descartado, os geradores de gás
dos Airbags e das unidades pré-tensoras dos cintos de segurança
precisam ser deflagrados fora do veículo fechado utilizando o
sistema de ignição recomendado pelo fabricante.

AT_91_0002

Treinamento Básico • Chassi 14


Colunas de direção de segurança Vidro de segurança de folha única
Isso deverá evitar que a coluna da direção entre no veículo durante um Essa vitrificação é utilizada para as janelas laterais e para o vidro traseiro.
impacto frontal. Colunas de segurança de direção são construídas de forma Devido à tensão preliminar do vidro, a qual é alcançada utilizando
que elas deformem, quebrem ou são prensadas para dentro entre si no arrefecimento rápido, é criada uma migalha fracionada troncuda de vidro.
caso de um acidente.
O vidro quebra-se na sua superfície completa e pelas seguintes razões, o
vidro não é apropriado para o pára-brisa:

• a visão do motorista é extremamente afetada quando o vidro


se quebra,
• em acidentes com alta energia no interior do veículo, os
ocupantes podem ser feridos pelas migalhas de vidro.

Vidro de segurança composto


Estes são geralmente utilizados no pára-brisa e no vidro traseiro. Aqui há
duas ou três placas de vidro não pré-estressado, as quais são coladas com
uma camada intermediaria de plástico (Butiral de polivinilo). Quando o vidro
se quebra, são criadas áreas tipo teia de aranha onde está contido o maior
campo de visão.

Pequenos danos, por ex. por pedras podem ser reparados


AT_46_0009

Vidro de segurança 1 1. Vidro composto


Diferencia-se o Vidro Simples de Segurança (SSG) e o Vidro Composto de 2. Camada intermediária de
Segurança (CSG). 2 plástico
3. Borracha de vedação
3 4. Quadro do chassi do pára-
4 brisa
5
AT_67_0001

Treinamento Básico • Chassi 15


Treinamento Básico • Chassi 16
Pintura do Veículo

A Pintura do Veículo tem a tarefa de proteger o chassi contra influências Tinta de resina sintética
externas tais como de lascadas por pedradas. A maior proporção da pintura do veículo é pintura de resina sintética.
Adicionalmente, a pintura deverá Duroplastic, Thermoplastic e resina de Silicone (para pinturas resistentes
• criar uma película protetora solidamente aderida ao calor) são utilizadas como formadores de película. A pintura de resina
• ser dura e elástica ao mesmo tempo sintética endurece por influência do oxigênio da atmosfera. O
• também ser leve endurecimento utilizando a secagem em estufa (recozimento a 70 C até
• criar um efeito de sinal 100 C) é muito mais rápido.
• ser fácil de limpar e de manter.
Pintura de efeito (Tinta metálica)
Pintura base Ela contém pigmentos de cor, reluzentes ou folhas de alumínio na tinta
Esta deve ser coberta quando é usada uma superfície particularmente lisa e básica. Como esses aditivos refletem a luz incidente, é criado um efeito
deve ser criada uma base para a tinta. metálico na superfície. Após a aplicação da tinta base, uma segunda
demão, molhado sobre molhado, de verniz incolor é pulverizada para
Massa niveladora proteger a camada básica da pintura.
É utilizada para compensar superfícies irregulares e ao mesmo tempo para
criar uma camada intermediária entre o material sendo trabalhado e a Tintas à base de água
pintura. Resinas sintéticas baseadas em plástico servem como agentes adesivos.
Com o nivelador e a camada básica, a proporção de solvente orgânico é
Tinta completamente substituída por água. Somente nas camadas incolores a
Deverá ser aderida à superfície. Elas consistem de um formador de película, proporção de solventes orgânicos é de aprox. 10% e a proporção de água
o qual tem aditivos tais como resina de silicone, óleos, emolientes, como solvente é de até 80%.
catalisadores e solventes e também os pigmentos. Após esses terem sido aplicados, a água e os solventes das camadas
evaporam nos sistemas de secagem. É criada uma densa camada
resistente à água e aos agentes químicos.
O ônus ao meio ambiente é marginal utilizando-se tintas com base de água,
mas o tempo de secagem é maior.

Treinamento Básico • Chassi 17


Procedimento de aplicação Imersão
A aplicação de tinta pode ser realizada através de camada, pulverização, Na produção em série, mergulhando o chassi num banho abastecido com
imersão ou por procedimentos de pulverização elétrica. tinta de base cria uma camada de base. Bolhas de tinta no chassi precisam
era removidas utilizando perfurações.
Pulverização
Pistolas de pulverização geralmente operam com ar comprimido. O ar força
a tinta através do bico. É criada uma névoa de tinta a qual se deposita na Composição das camadas do veículo
superfície do chassi.
1. Camada de fosfato,
Pulverizando com carga eletrostática 2. Camadas base por imersão elétrica,
O processo de pulverização eletrostática é utilizado na produção em série. 3. Camada base intermediária contra lascadas por pedradas,
O pólo positivo é conectado ao chassi e o pólo negativo ao bico da pistola 4. Camada niveladora (Camada pulverizada),
pulverizadora de tinta, o qual está conectado à uma fonte de corrente 5. Camada de cobertura (Camadas uni ou Metálicas).
contínua. A voltagem pode chegar a 200.000 V. A névoa de tinta com carga
negativa é atraída ao chassi com carga positiva. Dessa forma é minimizada
a perda de tinta.
O movimento das pistolas de pulverização é realizado automaticamente
dentro e fora do chassi. Portanto, a perda de tinta é minimizada ainda mais
e a aplicação de tinta em locais difíceis é melhorada.

AT_60_0002

AT_60_0005

Treinamento Básico • Chassi 18


Camada de fosfato Camada de cobertura
Uma camada ferrosa de fosfato de ferro é criada na chapa de aço durante o Esse processo é por meio de pulverização, utilizando robôs pulverizadores e
processo de fosfatagem. Isso é requisito para a adesão positiva das algumas vezes por meios manuais. Subsequentemente, a camada é curada.
camadas seguintes e é uma ótima proteção anticorrosiva. Com camadas metálicas, a camada de cobertura é geralmente é
pulverizada com uma camada incolor.
Primeira demão
Isso proporciona uma camada adesiva para a base intermediária contra Camada de reparação
lascadas por pedradas, para a camada niveladora e a camada de cobertura. A pintura danificada é reparada manualmente. Antes de tudo, a área
A aplicação da primeira demão é quase sempre realizada utilizando o danificada é limpa de toda sujeira, ferrugem, gordura e restos de silicone.
processo de imersão ou o processo de eletroforese. Então a área danificada é lixada com uma lixadeira e depois, utilizando
múltiplos processos de trabalho lhe é aplicada a primeira demão e depois
Camada base intermediária contra lascadas por pedradas lixada com água. As áreas lixadas são então tratadas com uma base de
Isso pode ser aplicado em superfícies externas específicas da carroçaria lavado para que seja criada uma área de adesão para a camada base.
que são vulneráveis a lascadas por pedradas tais como as bordas inferiores
das superfícies de janelas ou o capô.

Camada niveladora (Camada pulverizada) INSTRUÇÕES DE SERVIÇO


Isso é utilizado para nivelar superfícies irregulares, pequenos sulcos e poros
de superfície. A camada niveladora geralmente é aplicada com máquina ou • Se o ponto de fulgor das tintas e soluções sendo utilizadas está
utilizando pulverização eletrostática. Isso cria uma superfície inferior para o abaixo de 21 C, então há risco de explosão na sala de pintura.
fundo e para a camada de cobertura. Se a camada niveladora for aplicada • Estas salas necessitam ter duas saídas bem demarcadas, que não
diretamente sobre a camada de cobertura, a camada niveladora assume a podem ser impedidas.
tarefa da primeira demão. • Nenhum local de fogo ou máquinas ou aparelhos que causem
faíscas podem ser instaladas dentro de um entorno de 5m da área
de pintura.
• Esteja de prontidão uma quantidade suficiente de extintores
portáteis de incêndio e cobertores anti-fogo.
• Ao trabalhar numa sala de pintura bem ventilada, é necessário
usar um aparelho respirador de ar fresco.

Treinamento Básico • Chassi 19


Dinâmica de Marcha

A dinâmica de marcha trata do efeito das forças que atuam no veículo Podemos diferenciar:
durante a condução e, resulta no movimento do veículo. • Forças no sentido de eixo longitudinal: força de tração, força de freagem,
força de atrito,
Os movimentos podem ocorrer no sentido da condução do veículo e através • Forças no sentido de eixo lateral: força centrifuga, força do vento, força
do eixo longitudinal (X), eixo lateral (Y) e o eixo vertical (Z). lateral,
• Forças no sentido de eixo vertical: carga da roda, forças que são criadas
As forças são transmitidas através dos pneus do veículo para a superfície através das superfícies irregulares da estrada.
da estrada. Forças contrárias reagem nesse ponto.
Os movimentos, os quais ocorrem com todas as forças juntas, criam o
comportamento do veículo

Influências externas no veículo têm:


• Posição do ponto centrifugo, centro de rolagem, eixo de rolagem, eixo
de condução,
• Tipo de atuação e a posição do agregado do mecanismo de tração,
Suspensão da roda e posição da roda,
• Suspensão e os amortecedores, Sistema de controle de rodas tais como
ABS, ASR, ESP.

AT_100.1_0014

X = Eixo longitudinal (Inclinação, Rolagem) 1. = Força vertical


Y = Eixo lateral (Arfagem 2. = Força lateral
Z = Eixo vertical (Derrapagem, Guinada) 3. = Força de freagem
4. = Força de tração
Treinamento Básico • Chassi 20
Ângulo de derrapagem Sobre-esterçamento (oversteer)
Se um veículo é acometido de um desgarre lateral por força do vento ou por O ângulo de derrapagem das rodas traseiras ( H) é maior do que aquele das
força centrífuga, então é criada uma força lateral (2) sobre a trajetória de rodas dianteiras ( V). O veículo quer manter um raio de curva menor do que
contato do pneu de todos os quatro pneus, Se não é feita uma correção da determina o ângulo das rodas dianteiras, e isso resulta que a traseira se
direção, então as rodas mudarão suas trajetórias e irão rodar numa direção desgarre para fora.
diferente da anterior.
Comportamento de Trajetória Neutra
Efeito de condução própria Os ângulos de derrapagem das rodas dianteiras e traseiras são iguais. O
Para poder estimar o comportamento direcional, são realizadas diferentes veículo é conduzido (deriva) igualmente sobre as quatro rodas.
manobras de direção de normas tais como a direção fixa em carrossel onde
é adquirido o comportamento direcional do veículo.
Até um limite de velocidade em grande curva, os pneus têm o necessário
contato com superfície da pista para formar suficientes forças laterais.
Se a curva é efetuada em velocidade mais elevada, então é causada uma
derrapagem lateral nos pneus dianteiros, ou pneus traseiros ou em todos
eles. Se a derrapagem é muito pronunciada, então o veículo deixará a sua
trajetória

Podemos diferenciar:
Sub-esterçamento (understeering)
O ângulo de derrapagem ( V) das rodas dianteiras é maior que aquela das
rodas traseiras ( H). O veículo quer manter um raio de curva maior do que
determina o ângulo das rodas dianteiras, o que faz o veículo empurrar-se
para fora sobre o eixo dianteiro.

AT_40_0011 AT_40_0012

Sub-esterçamento Sobre-esterçamento

Treinamento Básico • Chassi 21


Suspensão

Tarefa da Suspensão
Nenhuma superfície de pista é completamente regular. Portanto, além do As molas estão montadas entre a suspensão da roda e o chassi.
movimento de rotação, as rodas de um veículo também precisam A função delas é assistida com o uso dos pneus. Uma suspensão adicional,
movimentar-se para cima e para baixo. Durante velocidades mais elevadas, da qual se beneficiam os ocupantes, são as molas dos assentos.
esses movimentos são realizados num curto espaço de tempo e a
aceleração verticalmente à superfície do solo do que aquela da terra.
Portanto, grandes forças de impacto atuam no veículo, a qual aumenta
dependendo do tamanho da massa movimentada.

A suspensão tem a tarefa, em conjunto com os amortecedores, de absorver


os impactos da pista e de transferir vibrações.

Suspensão e amortecedores são importantes para o/a:


• Conforto de marcha: Através das vibrações do chassi, são
aliviados os impactos desagradáveis e daninhos à saúde bem como
são protegidas as bagagens frágeis. AT_100_0003
• Segurança de marcha: O contato com a superfície da pista pode
ser perdida nas grandes irregularidades. Rodas que estão no ar não
Suspensão Lateral
podem transferir qualquer momento tal como força de freagem,
Além dos impactos verticais, também ocorrem ligeiros impactos laterais da
força de tração.
superfície da pista. Por essa razão, a suspensão também precisa ter um
• Comportamento nas curvas: Ao contornar curvas em velocidade, a
efeito nessa direção.
roda interna é afetada pela menor aderência com a superfície da
pista, o que baixa a força lateral. Para que o veículo não seja levado
Uma parte disso pode ser absorvida pela suspensão lateral dos pneus e
para fora da curva, a suspensão com amortecedores e
através do mancal de borracha, o qual é utilizado para sujeitar e guiar os
estabilizadores assegura que os pneus tenham aderência constante
elementos da suspensão das rodas.
com a pista.

Treinamento Básico • Chassi 22


Modo de operação da Suspensão Massas suspensas, massas não suspensas

A suspensão permite ao veículo tornar-se uma forma vibratória, com o peso Os veículos têm massas suspensas por molas (Chassi com uma carga) e
do veículo e a determinada quantidade especial de vibração da suspensão. massas de montagem não suspensas (Rodas com freios a tambor ou disco,
peças da suspensão).
Além dos impactos da superfície da pista, outras forças podem atuar sobre Essas diferentes massas estão conectadas entre si através das molas.
o veículo, tais como as forças de tração, forças de freagem, forças do vento Portanto, repercussões são criadas entre si de forma que ambas as massas
e forças centrífugas. Movimentos e vibrações também são efetuados nos podem vibrar nas suas diferentes zonas de freqüência.
três eixos visuais (X, Y, Z) Se construirmos absorvedores de vibrações (amortecedores) entre ambas
as massas, então a distância da vibração é menor, o que significa que as
vibrações são dispersadas mais rapidamente.

As massas não suspensas devem ser as menores possíveis.

Razão da mola

Isso mostra as características da mola (dura, macia).


A relação entre a força da mola e o comprimento da mola chama-se razão
da mola. Se a razão da mola é do mesmo tamanho em todo o comprimento
da mola (constante), similar a uma mola helicoidal normal, então a mola
tem um valor de característica linear.
Se a razão da mola cresce com o aumento do comprimento da mola, tal
como molas de folhas laminadas, ou molas helicoidais cônicas, então o
AT_100_0004
valor característico é distorcido.
Então a mola tem um Valor característico progressivo.

Treinamento Básico • Chassi 23


Tipos de Molas O feixe de molas é uma mola de flexão e é feito de lâminas de molas na
A maioria dos veículos está equipada com molas de aço, estas são: forma de mola semi-elíptica ou mola trapezoidal.
• Feixes de molas,
• Molas helicoidais, Mola Trapezoidal
• Molas de barras de torção, Esta consiste de aço chato, o qual tem a forma de uma semi-elipse. Folhas
• estabilizadores. múltiplas de molas são agrupadas para formar um conjunto, o qual toma a
forma de um trapézio.
O efeito de mola é criado através da têmpera de aço , abaixo do limite As folhas de molas são perfuradas no centro e são mantidas juntas com um
elástico. O valor de característica da mola é efetuado de forma linear e, de espigão central, o qual não permite que as folhas se desalinhem
forma progressiva onde as medidas construtivas permitirem. longitudinalmente. Grampos de molas não permitem que as folhas se
desalinhem no plano lateral.
Feixes de Molas
Esses têm um papel secundário em automóveis. Em contraste, é o tipo mais
comum de suspensão utilizada em Veículos de Carga Pesada.

AT_32_0005.3

Molas trapezoidais são molas duras, quanto mais grossas e quanto mais
folhas, as quais estão empilhadas, mais duras elas são.

AT_32_0005.2
AT_32_0002

Treinamento Básico • Chassi 24


Uma forte absorção natural do molejo para cima e para baixo causa atrito
entre as folhas individuais de molas onde é suportada a absorção de
vibração. Não é permitida a formação de ferrugem entre as folhas de molas,
sendo essa a razão porque uma camada lubrificante precisa estar sempre
presente.
AT_32_0005.4
Feixes de molas podem transferir forças de freagem e de aceleração bem
como forças laterais. Os componentes para conectar a mola ao quadro ou
chassi, tais como suportes de molas, parafusos, buchas e os olhais da mola Molas parabólicas são molas suaves. Quanto menos molas são utilizadas e
sofrem pesadas cargas. quanto mais finas e mais longas são as folhas das molas, mais confortáveis
Para evitar que a folha mestra da mola se solte do quadro após frear, ela é são elas.
conectada com a extremidade dianteira da segunda folha de mola que
também está dobrada em torno do pino da mola.
O olhal traseiro da mola é montada com uma algema que permite que o Molas Helicoidais
alongamento da mola se ajuste com o funcionamento da suspensão. Estas são mais instaladas em automóveis.

Molas Parábolas Vantagens:


As molas de folha única são reduzidas do centro para as bordas externas • baixo peso, menor espaço requerido.
numa forma de parábola.
A mola parabólica consiste de umas poucas folhas fortes de molas com Desvantagens:
revestimentos intermediários de forma que as folhas de molas não formem • quase isenta de amortecimento, nenhuma transmissão de forças
atrito entre si. das rodas (Forças longitudinais e laterais).
Conforme o comprimento do movimento da suspensão e o baixo atrito
interno a mola parabólica tem funcionamento suave e oferece mais Geralmente as molas helicoidais têm valor característico de mola linear.
conforto. Molas helicoidais suaves diferem das duras através de
• menor diâmetro do arame,
• maior diâmetro interno da mola,
• maior número de espiras.

AT_32_0005.1

Treinamento Básico • Chassi 25


Molas helicoidais de valor característico progressivo são instaladas para Mola de Barra de Torção
permitir carga maior e conforto suficiente no estado sem carga.
Esses se tornam possíveis através de: A mola de barra de torção é fabricada em aço, a qual é conectada à roda é
• aumentos diferentes nas espiras, diferentes tamanhos dos sujeita à torção.
diâmetros internos tais como formas As barras de torção geralmente são barras redondas, barras quadradas e
• cônicas ou formas de diafragma, feixes de barras planas. Elas podem ter arranjo longitudinal e lateral, onde
• diâmetros diferentes do arame. as barras dispostas longitudinalmente têm maior comprimento e portanto
são possíveis maiores ângulos rotacionais. A mola é mais macia e permite
curso mais longo de atuação.

Barras de torção não podem ser dobradas. Por essa razão elas são
geralmente montadas em tubos de proteção.

As cabeças de fixação são estriadas. As estrias permitem o ajuste


preliminar de tensão da barra igualmente para cada roda.

AT_32_0001.2 AT_32_0001.6 AT_32_0001.5

Valor característico linear Valor característico progressivo AT_32_0007

A mola mini-bloco em forma de barril (diagrama da direita) tem a vantagem


sobre a mola helicoidal cilíndrica, que a espira não toca outras partes da
mola ao atuar por ter ela diâmetro maior no meio.
Isso resulta numa posição de montagem mais baixa da mola sem necessitar
diminuir o comprimento da mesma e uma capacidade de carga mais
elevada.

Molas helicoidais não podem transferir forças de controle de rodas.

AT_33_0013

Treinamento Básico • Chassi 26


Barra Estabilizadora Molas Pneumáticas

Uma barra estabilizadora (1) é um elemento de mola, o qual é utilizado para Estas geralm1ente são utilizadas em veículos comerciais e ônibus que
melhorar a adesão à pista. Normalmente é utilizada uma barra de torção possuem uma unidade geradora de pressão para o sistema de freios e
redonda. também para automóveis pesados.
A parte do meio da barra de torção pode girar e está fixada ao chassi, As molas pneumáticas têm valor característico progressivo, Através da
ambas as alavancas estão conectadas à suspensão das rodas, travessas, mudança da pressão do ar, o curso da suspensão é modificado para a carga
utilizando elementos de borracha. requerida. Adicionalmente, utilizando o controle de nível pode-se ajustar a
Ao elevar uma das rodas, através da rotação do estabilizador, a outra roda altura do quadro e pode-se ajustar a altura da entrada.
também é elevada e quando uma roda é baixada, a outra roda também é Com o automóvel, pode ser ajustado um adicional rebaixamento e elevação
baixada. Ao contornar curvas, a rolagem excessiva (disposição lateral) do do chassi durante velocidades diferentes.
chassi é contra-atuada. Para evitar uma perda de pressão, a vedação da massa de ar encerrada é
Quando ambas as rodas se elevam ao mesmo tempo, o estabilizador não é realizada num fole de borracha fixado por braçadeiras. Isso pode ser
ativado. alcançado através de um fole cilíndrico ou um fole sanfonado.

AT_32_0004

AT_46_0006
AT_32_0008

Treinamento Básico • Chassi 27


O ar somente tem uma absorção natural mínima. Por essa razão, devem ser Molas Hidropneumáticas
instalados absorvedores adicionais de vibração ou é usada uma coluna de A mola hidropneumática é principalmente uma mola de gás sob pressão
mola, a qual consiste de um fole de borracha e dois amortecedores de combinada com um cilindro de operação. Isso tem o efeito de suspensão e
tubos de gás sob pressão. amortecedor numa só unidade. Num acumulador de pressão tem uma
quantidade não substituível de gás (Nitrogênio), através do bombeio de
Molas pneumáticas não podem transferir forças das rodas e por essa razão óleo para dentro ou para fora o que forma uma compressão maior ou
elas são montadas entra a guia ou eixo guia composto e o chassi. menor.
O gás é mantido separado do óleo por meio de uma membrana. O gás e o
óleo apresentam a mesma pressão, a qual se encontra entre 100 bares e
200 bares. Ela é criada por uma bomba de alta pressão.
Com a falta de espaço, o acumulador de pressão pode também ser
colocado próximo ao cilindro de operação ou ser disposto de forma
completamente separada.
As válvulas entre o cilindro de operação e o acumulador de pressão
estrangulam o fluxo de óleo em ambas as direções e funcionam como
amortecedor de vibrações.

AT_35_0023
1. Quantidade de gás
2. Membrana
AT_32_0009 3. Unidade de válvula
4. Cilindro de operação
5. Haste do êmbolo
Molas de Borracha
6. Respiro
A borracha natural e a borracha sintética são muito elásticas e têm uma
7. Êmbolo
alta absorção inata. A mola de borracha é fabricada em diversos formatos
8. Conexão de óleo sob pressão
mas não é utilizada como mola de veículo.
9. Óleo
A alta absorção natural da borracha é utilizada em conexão com outra alta
elasticidade para absorver vibrações com alta freqüência e redução de
ruído.
AT_32_0020

Treinamento Básico • Chassi 28


Todos os elementos da suspensão estão conectados entre si através de Controle Ativo da Carroçaria (ABC)
uma rede do tipo grade. As hastes dos êmbolos do cilindro hidráulico estão O sistema de suspensão hidrpneumática tem componentes adicionais para
conectadas ao braço tensor longitudinal ou transversal o chassi, os quais têm a habilidade de prevenir uma inclinação lateral ativa
da carroçaria nas curvas.
Regulagem de nivelamento
Utilizando a válvula de ajuste de nivelamento, a qual é operada de forma O ABC consiste das seguintes funções adicionais:
mecânica ou elétrica, pode ser modificada a altura entre o solo e o chassi • Ajuste de nivelamento,
no caso de superfícies difíceis de pista ou para entradas de garagem. Uma • Regulagem do nível.
regulagem automática de nível é executada para todas as condições
operacionais através de um sistema de hastes, as quais são conectadas Vantagens do ABC:
com os tensores longitudinais ou transversais que atuam através dos • maior segurança de condução e conforto através das adaptações
êmbolos de regulagem da válvula reguladora de nível. da suspensão e o amortecimento,
Com cargas pesadas, a traseira afunda e as hastes dos êmbolos no cilindro • baixos movimentos verticais do conjunto, movimentos reduzidos
se movem para dentro, ao mesmo tempo , o êmbolo de regulagem na de rolagem e de mergulho do chassi,
válvula de controle é operado e é acionado o fluxo de óleo. • Elevação do nível do veículo para superfícies irregulares da pista e
As hastes dos êmbolos no cilindro são acionadas para fora até ser para entradas de garagens.
alcançado o nível anterior e o fornecimento de óleo é assim fechado. • Possibilidades de ajustes de dois valores característicos para um
O aumento de carga leva ao aumento da pressão do óleo no cilindro e a estilo de condução esportiva ou de conforto.
pressão no acumulador de pressão também aumenta da mesma forma.
Portanto, a mola torna-se mais rígida.

AT_32_0014

Treinamento Básico • Chassi 29


Amortecedores

Amortecedores (amortecedores de vibração) permitem que a vibração seja AT_32_0018

eliminada mais rapidamente. Portanto, a segurança e o conforto da marcha


são aumentados no veículo. Os amortecedores são instalados entre o
sistema de suspensão da roda e o chassi. As vibrações das rodas e as do • mancal de borracha
chassi têm freqüências diferentes. Um bom amortecedor precisa estar • Selo
ajustado de forma que ele atue em ambas as vibrações.
• Haste do êmbolo
Amortecedores hidráulicos telescópicos são utilizados exclusivamente • Tubo protetor
como amortecedores. Com isso, o êmbolo é movido no cilindro e desloca o
óleo através de pequenos orifícios ou válvulas. Através da variação da • Área de trabalho
resistência ao fluxo do óleo quando o êmbolo está se movendo para cima e
• Tubo externo
para baixo, é possível uma adaptação à situação da marcha.
• Tubo interno
A energia da vibração é convertida em calor através dos amortecedores.
• Área de armazenamento
• Êmbolo
Amortecedor de tubo duplo
Com o amortecedor de tubo duplo, o êmbolo com sua haste e os tubos • Válvula de drenagem
protetores são conectados ao chassi e os tubos interno e externo, são
fixados ao eixo.
O tubo interno é a área de trabalho. O espaço entre os dois tubos é usado
como uma área de compensação para o óleo, o qual é deslocado pela haste Durante o movimento, óleo é sugado para fora da área de armazenamento
do êmbolo descendente. através da válvula de drenagem ao mesmo tempo.
O amortecimento mais forte tem lugar quando a roda está em movimento
ascendente. Quando o êmbolo se move para cima, o óleo precisa ser Só é permitido instalar o amortecedor de tubos duplos com a haste do
pressionado através de pequenas aberturas das válvulas de lamelas no êmbolo para cima, de outra forma será sugado ar para fora da área de
êmbolo. Com isso o amortecimento é grande. armazenamento. Isso fará com que o óleo espume falhandoa sucção.

Treinamento Básico • Chassi 30


Amortecedor a gás de tubo único Amortecedor a gás de tubo duplo
O amortecedor a gás de tubo único tem o mesmo comportamento O amortecedor a gás de tubo duplo tem a mesma construção como o
ascendente e descendente como o amortecedor de tubo duplo. Um espaço amortecedor de tubo duplo.
de armazenagem para o deslocamento do volume da haste do êmbolo não Um abastecimento de gás nitrogênio a uma pressão de pré-tensão de 3 a 8
é necessário e o tubo externo portanto não é requerido. bares encontra-se na área de deslocamento de forma anelar. Com isso é
O deslocamento é efetuado com uma almofada de gás nitrogênio, o qual diminuída a formação de bolhas de vapor e as forças de absorção são
geralmente está separado da área de óleo por um êmbolo móvel. A aumentadas em quase todas as áreas de vibração.
almofada de gás, a qual é mantida sob uma pressão entre 20 bares até 30
bares, é empurrado para baixo com o movimento de trabalho da haste do Coluna de suspensão / Coluna de amortecedor
êmbolo, o qual desloca o óleo pressionado e tem uma compressão mais A conexão de um amortecedor de vibração num conjunto reforçado com
elevada. mola, geralmente mola helicoidal, é conhecido como coluna de suspensão.
A almofada de gás e o óleo estão sempre sob alta pressão, de forma que é Coluna de suspensão / Coluna de amortecedor pode ser usada como um
sempre evitada a formação de espuma no óleo e a redução da absorção. sistema de suspensão de roda quando elas são instaladas com um eixo
adicional. Para evitar a necessidade de trocar a coluna completa da
suspensão quando o amortecedor de vibração estiver com defeito, são
AT_32_0003 utilizados cartuchos de vibração.

2
1. Working piston
3 2. Oil room
3. Separating piston AT_33_0009 AT_33_0001

4 4. Gas cushion Eixo de coluna de suspensão Eixo de coluna de amortecedor

Treinamento Básico • Chassi 31


Posicionamento das rodas

Para otimizar as características de condução de um veículo no que diz


respeito ao comportamento ressonante da direção, trajetória, estabilidade
e a inclinação das rodas em relação a sua posição, e com o objetivo de
coordenar as diferentes posições das rodas como camber, cunhamento,
inclinação do pino mestre, arraste e convergência, o resultado será a
redução no desgaste dos pneus.

Camber
O ângulo camber é dado em graus e minutos. Ele difere entre camber
positivo e camber negativo.

AT_33_0006.2 AT_33_0006.1
O camber é a gradiente da superfície da roda contra um ponto de contato
alcançado no eixo lateral vertical do veículo ao eixo longitudinal. ”positive camber" ”negative camber"

Camber Negativo
Camber Positivo A superfície superior da roda inclina-se para dentro. Portanto, o efeito de
A superfície superior da roda inclina-se para fora. Nas rodas dianteiras rolagem cônica tende a conduzir para dentro.
dirigíveis, a maioria dos veículos têm um camber positivo de + 0 20´ a + 1 A maioria dos veículos têm rodas traseiras com camber negativo de 0 30´ a
30´ na orientação diretamente em frente das rodas. - 2°. Em veículos mais rápidos o camber negativo geralmente está nas
Cambers positivos têm um efeito de rolagem cônico. Portanto, a roda tende rodas dianteiras.
a dirigir-se para fora (pivotar). O camber negativo melhora o deslocamento lateral ao fazer curvas, mas
Quanto maior o camber positivo, menor é a força do veículo em curvas. tem um desgaste de pneus mais pronunciado na superfície interna de
rodagem.

Treinamento Básico • Chassi 32


Ângulo de Pino Mestre Deslocamento do Pino mestre

Ângulo formado no plano frontal de um veículo e composto pela linha O ângulo de pino mestre e a cambagem juntos, colocam o pino mestre em
vertical perpendicular ao solo e a linha que passa pelo pino mestre ou King posição deslocada Ro. O deslocamento Ro do pino mestre é o braço
pin. alavanca, onde as forças de atrito são criadas entre a roda e a superfície da
pista. Isso é medido entre o centro de contato da superfície da roda e o
O ângulo de pino mestre é dado em graus e minutos. O ângulo de pino ponto de penetração da linha projetada pela manga de eixo à superfície da
mestre geralmente é de 5° a 10°. pista.

O ângulo de pino mestre e a cambagem, juntos criam um ângulo que se É diferenciado deslocamento positivo do pino mestre e deslocamento
mantém igual quando as molas estão comprimidas e estendidas. negativo do pino mestre e deslocamento zero do pino mestre.

O ângulo de pino meste tem o efeito que quando as Deslocamento positivo do pino mestre
rodas do veículo esterçam, então elas são elevadas na A projeção da linha da manga de eixo toca a superfície da
frente. pista, entre a linha central do ponto de contato do pneu e
a borda interna da roda.
Através da força do peso do veículo, é criado um
momento torsional, o qual tem o efeito que a Se uma força de freagem agir sobre o pneu, a roda gira
recomposição independente das rodas esterçadas é então para fora.
transferida para a marcha direta para frente. Com diferentes adesões de rodas, a roda com melhor
agarramento é girada para fora.

O veículo se inclina.

É usado um pequeno deslocamento do pino mestre de


forma que a influência através de forças externas sobre a AT_40_0007.1
dirigibilidade é mantida ao mínimo.

AT_40_0016

Treinamento Básico • Chassi 33


Deslocamento negativo do pino mestre Caster
A linha de projeção da manga de eixo toca a superfície da O caster é geralmente dado como um ângulo em graus.
pista, fora da linha central da superfície de contato do
pneu, para a borda externa da roda. Caster é a posição de inclinação do eixo de direção ou da manga de eixo na
O uso de deslocamentos negativos dos pinos mestres é direção do eixo longitudinal do veículo contra o eixo vertical da superfície
possível com o uso de aros de rodas profundos e pinças da pista.
de freio a disco flutuantes.
As forças de freagem, as quais atacam a roda, criam um
momento de giro, o qual gira a roda dianteira para dentro
porque o ponto de giro está no lado externo do pneu.
Quando ocorrem condições diferentes de adesão então, a
roda com o maior efeito de adesão é girada com mais
força para dentro. Portanto, é provocado um contra-
esterçamento independente.
AT_40_0007.2

Deslocamento Zero do pino mestre AT_40_0013 AT_40_0004.1

A linha projetada pela manga de eixo toca a superfície da


pista exatamente no centro da superfície de contato da O efeito do caster é similar ás rodas oscilantes de um carrinho. Elas se
roda. ajustam individualmente durante a marcha, onde a superfície de contato
A roda gira no local ao girar o volante. Nenhum momento encontra-se detrás do pino oscilante. A roda de arraste é puxada e
de torção pode agir sobre a roda. portanto, ela faz o seu próprio esforço para encontrar uma trajetória direta
para frente, depois de contornar a curva.
Através do caster, a roda interna à curva é baixada e a roda externa é
elevada através da direção. Portanto, é dado um torque de alinhamento da
direção depois da curva ter sido contornada.

Caster, Ângulo do pino mestre e deslocamento do pino mestre influenciam


em conjunto a força de recomposição das rodas dirigidas. Eles atuam como
estabilizadores sobre a direção.

AT_40_0007.3

Treinamento Básico • Chassi 34


Distância entre eixos
A distância entre eixos é a distância entre
o centro das rodas, dianteira e traseira.

AT_100.1_0012.1
Bitola
Bitola é a distância entre as rodas de um
mesmo eixo, do centro de um dos pneus
ao centro do outro e é medido em posição
estacionada.
AT_46_0012

Convergência (I2> I1)


AT_100.1_0012.2
Estas são aplicadas a veículos de tração traseira com deslocamentos
Convergência positivos de pinos mestres. Aqui as rodas são pressionadas para frente e
É a diferença entre as distâncias da dianteira e traseira das rodas para fora através da resistência à rolagem.
dianterias. Pode ser medida em graus ou milímetros.
Divergência (I2<I1)
Diferencia-se • Convergência, Estas são aplicadas a veículos de tração dianteira com deslocamentos
• Divergência, positivos de pinos mestres. As rodas oscilam para dentro através da força
• Convergência zero. de marcha atuante da superfície de contato do pneu.

Convergência, cunhagem de cambagem, deslocamento de pino mestre e


Convergência é a diferença entre a distância I2 - I1 entre as rodas quando arraste são coordenados para atingir as seguintes metas:
dirigindo em linha reta para frente, como a traseira das rodas dianteiras se
distanciam da dianteira das rodas dianteiras. • bom comportamento da direção,
• marcha reta para frente, positiva,
• baixo desgaste de pneus,
• nenhuma ou mínima inclinação de flutuação das rodas.

Treinamento Básico • Chassi 35


Diferença de angulo de giro

A diferença do ângulo de giro é o ângulo da roda


interna à curva a qual tem um ângulo de
esterçamento maior do que a roda externa à curva.

A diferença do ângulo de giro é calculada por um


ângulo de giro de 20 da roda interna à curva.

É necessário controlar o trapezóide da direção


quanto a erros tais como barra de direção torta AT_46_0013
ou barra de ligação torta.

Treinamento Básico • Chassi 36


Sistema de suspensão das rodas

Durante a operação da suspensão, a geometria das rodas do eixo deverá Nos veículos comerciais a conexão é efetuada da forma mais fácil com
mudar pouco ou da forma que é requerida para atingir um alto padrão de molas de lâminas no chassi ou no quadro. Estas desempenham a guia das
segurança e conforto de marcha com baixo desgaste de pneus. Podemos rodas e a suspensão.
diferenciar: Ao utilizar molas helicoidais ou molas pneumáticas, as forças das rodas são
desempenhadas através de braços de torque (barra tensora longitudinal) e
• Eixos rígidos, as forças de deslocamento com barras estabilizadoras (barra Panhard).
• Eixo semi-rígido,
• Suspensão independente.

Os sistemas de suspensão de rodas têm uma tarefa, uma conexão entre o


chassi do veículo e as rodas. Eles precisam estar aptos para carregar altas
forças estáticas (Carga Útil) e forças dinâmicas (forças da marcha, freagem 1. barra tensora
e de deslocamento). longitudinal
2. Barra Panhard
Eixos sólidos
Ambas as rodas estão conectadas entre si através de um eixo sólido e
estão suspensas contra o chassi.
Ao conduzir sobre um obstáculo de um lado, todo o eixo é colocado em AT_35_0003
inclinação e o camber da roda é modificado.
Os eixos sólidos com tração integrada são eixos de tração com diferencial Eixo sólido como eixo de direção
integrado em uma só carcaça. Isso resulta numa massa relativamente Eles geralmente consistem de uma peça forjada e temperada com corte
pesada não suspensa onde fica reduzido o conforto da marcha e a seccional em T. Ponta (manga de eixo) e um Garfo (eixos de garfos) são
segurança da marcha. forjados a perna do eixo para receber esses.

Treinamento Básico • Chassi 37


Eixo sólido com tração separada (Eixo de-Dion) Eixo de viga fixa
Para reduzir uma grande massa não suspensa do eixo de tração, a tração As rodas traseiras são conectadas aos
do eixo é montada separadamente e é instalada na carroceria. braços de arraste, os quais por sua vez
A força da transmissão é desempenhada por meio de um eixo articulado são soldados ao membro lateral , que é
utilizando juntas homocinéticas e compensação longitudinal. de aço de mola.
Controle lateral no eixo traseiro sólido, braços de torque podem ser O membro lateral está aparafusado no
desenvolvidos utilizando uma barra Panhard para o controle longitudinal. chassi com mancais de metal e
borracha. Se as rodas suspenderem de
modo uniforme, então todo o corpo do
eixo oscila no mancal.

Se somente uma roda suspender, então


o membro lateral torce e age como um
AT_35_0013
estabilizador. Não surgem quaisquer
trocas de convergência ou camber.
AT_35_0028 AT_35_0029
Eixo oscilante
Dois braços de arraste em aço doce de
Eixos semi-rígidos torção são soldados juntos com o
Nos eixos semi-rígidos, as rodas são conectadas sólidas entre si utilizando conjunto do eixo. O ponto de solda
um conjunto de eixo. Há a possibilidade de certo movimento independente está situado no meio do braço de
das rodas entre si através da elasticidade do conjunto do eixo. arraste, não na extremidade como no
Eles diferem: Eixo de viga fixa, eixo de viga fixa.
Eixo oscilante. Com a suspensão alternando, o
conjunto do eixo se inclina e reage em
Estes são frequentemente utilizados em veículos com tração dianteira. A relação ao comportamento do camber
massa não suspensa é mínima. das rodas, similar a um eixo de braços AT_35_0030
Quando os eixos semi-rígidos têm uma suspensão uniforme, então eles têm de semi-arraste.
o mesmo comportamento como eixos sólidos com suspensão não 1. Braço de controle longitudinal
uniforme, como suspensão independente. 2. Travessa
3. Coluna da mola
4. Bloco do mancal

Treinamento Básico • Chassi 38


Suspensão Independente Suspensão independente com coluna de mola e braço transversal de
A suspensão independente pode manter ao mínimo a massa da parte não controle (Eixo McPherson)
suspensa. As rodas não exercem influência entre si ao suspender. O eixo McPherson é construído com
As rodas dianteiras estão suspensas em bandejas duplas de controle ou braço de controle transversal duplo. O
num eixo McPherson. braço superior de controle transversal é
Rodas traseiras no braço de controle longitudinal e no braço de semi- substituído por um tubo de amortecedor,
arraste. que está montado na manga de eixo.
Eixos de braços múltiplos são utilizados para eixos dianteiros e traseiros
mais sofisticados. A haste do êmbolo do amortecedor é
conectado por meio de um mancal de
Sistema de suspensão de roda com bandejas transversais desiguais. borracha ao conjunto do veículo. Uma
Com a suspensão das rodas, a bandeja mola helicoidal encontra-se entre esses
superior de controle transversal é sempre pontos de montagem e a mola assenta no
mais curta que aqueles braços inferiores tubo do amortecedor.
opostos de controle transversal inferior
(braços duplos de controle transversal). Devido às forças de freagem, aceleração
e de deslocamento o sistema do êmbolo
Ao movimentar-se a suspensão, tem lugar do amortecedor é executado de forma
um camber negativo e uma mudança mínima particularmente robusta. AT_33_0009

na convergência e a estabilidade nas curvas


é melhorada.

Braços transversais de controle são


geralmente executados como um braço
triangular para aumentar a rigidez no sentido AT_33_0006
da marcha.

Eles são montados ao quadro utilizando dois mancais.

Treinamento Básico • Chassi 39


Suspensão independente num braço de controle longitudinal Com esse sistema de suspensão, a elongação ascendente e descendente
Elas são particularmente apropriadas a veículos com tração dianteira, já do eixo de tração é possível, para isso, são necessárias duas juntas com um
que o assoalho do porta-malas pode ser rebaixado entre as rodas traseiras. alongamento em cada lado.
No eixo oscilante de suspensão horizontal, o camber e a convergência da
roda não modificam ao suspender para dentro e para fora.
A guia é montada no sub-quadro da suspensão e não é montada
diretamente no chassi, o que mantém ruídos e vibrações afastados do
chassi.

AT_35_0017

AT_35_0018

Suspensão Independente num braço de semi-arraste


Braços de semi-arraste consistem de dois braços triangulares, dos quais,
ambos os mancais estão inclinados em relação ao eixo lateral do veículo e
ligeiramente horizontal ao centro do veículo.
As mudanças de convergência e camber durante a suspensão ascendente e
descendente dependem da inclinação do braço de semi-arraste.

Treinamento Básico • Chassi 40


Eixo de braços múltiplos Eixo direcional de expansão

Até hoje, todos os sistemas de suspensão não permitem movimentos O eixo direcional de expansão iguala as falhas da direção elástica
diferentes de direção devido aos seus mancais elásticos ao chassi, sub-
quadro de suspensão ou os suportes das rodas. Isso foi desenvolvido como braço duplo de controle de travessa dupla com
um estabilizador, os originalmente conectados braços rígidos estão
Movimentos de direção são provocados quando forças atuam nas rodas e destacados em cinco braços de barra única, os quais são guiados para a
as direcionam da direção de marcha em direção à convergência ou roda desde uma posição exata entre si na expansão.
divergência. Isso pode causar uma grave mudança de curso do veículo, por
ex. forte vento lateral.

Adicionalmente à suspensão de uma superfície irregular da estrada, a


suspensão necessita suportar o ângulo da curva e permitir uma trajetória
reta para frente, ao passo que movimentos indesejáveis de roda são quase
que descartados.

AT_35_0001 AT_35_0027

AT_32_0023

Treinamento Básico • Chassi 41


Direção

Os principais componentes da direção num veículo são: Tipos de construções


• Direção de pivô central,
1. Barra de ligação • Manga de eixo
2. Coluna da direção
3. Caixa da direção
4. Volante da direção Direção de pivô central
As rodas no eixo rotacional de direção são osciladas por um ponto
pivotante comum ao ser acionado. A inclinação basculante cresce através
da redução da superfície estacionária.
A direção de placa de pivô central é utilizada em reboques. Elas possuem
uma característica de manobra positiva.

Manga de eixo
Ao utilizar a manga de eixo, cada roda pode ser oscilada em torno do seu
próprio eixo, eixo de direção.
Elas são criadas através da conexão de ambas as suspensões
AT_46_0014 independentes ou através do eixo longitudinal da manga de eixo.
Tarefas da direção: A manga de eixo é utilizada em todos os veículos de bitola dupla. Ao
• Esterçar (Oscilar) as rodas dianteiras, esterçar as rodas no eixo da direção , a superfície estacionária é
• Permitindo diferentes ângulos de direção, aproximadamente a mesma.
• Intensificação (Translação) do momento de giro criado usando
força manual no volante da direção.

Treinamento Básico • Chassi 42


Curso contínuo das rodas ao contornar curva Caixas de direção de cremalheira
Se ambas as rodas da direção são esterçadas uniformemente, por ex. ao Um pinhão, o qual gira na caixa da direção e está engrenado com os dentes
contornar curva, nenhuma delas pode trilhar a sua trajetória natural. Ambas helicoidais da cremalheira. A cremalheira é guiada por buchas e está
as rodas são forçadas numa trajetória não natural da outra roda e adicional montada, sem folgas, com o pinhão através de uma peça de pressão e um
ao curso contínuo, também é criado um movimento de deslizamento. disco mola.
Se ambas as rodas cursarem sem movimento de deslizamento, então a Quando o volante da direção é girado, a cremalheira ao longo do eixo do
roda interna à curva tem que ser esterçada mais do que a roda externa à pinhão e oscila as alavancas de bitola utilizando a barra de bitola.
curva. A caixa de direção de pinhão e cremalheira é caracterizada através de uma
Usando o princípio de Ackermann, as linhas de centro das rodas montagem rasa, de fácil retorno e de transmissão direta.
direcionáveis precisam cruzar a linha de centro das rodas traseiras. Além das usuais caixas de direção de pinhão e cremalheira com
As trilhas das trajetórias circulares das rodas dianteiras e traseiras têm um transmissão constante, há também algumas com transmissão variável, as
ponto central comum. quais são projetadas para atuar diretamente em pequenos raios de curva e
de grandes raios de curva.

1. Cremalheira
2. barra de bitola
3. Pinhão
4. Coluna de direção
5. Fole
6. Peça de pressão

AT_46_0013
AT_46_0016

Treinamento Básico • Chassi 43


Caixa de direção de esferas circulantes É utilizada uma direção servo-assistida, a qual também é chamada direção
A caixa de direção de esferas circulantes consiste de uma caixa de direção, hidráulica, também para manter as forças de operação ao mínimo durante o
a coluna da direção e a porca da direção. A rosca na coluna da direção e a uso normal.
porca da direção criam a pista guia da carreira de esferas, as quais são
deslocadas pela rotação da coluna da direção e da porca da direção. A produção da necessária pressão de óleo para a força auxiliar é suprida
As esferas são levadas de volta para a guia da rosca através de dois canais por uma bomba hidráulica de alta pressão, a qual é conectada ao
de deflexão depois das mesmas terem passado todo o percurso. reservatório de óleo e é acionada pelo motor.
A direção de esferas circulantes tem um tempo de vida útil muito alto.
Qualquer folga maior na direção pode ser ajustada girando um parafuso de Ao operar a direção e com certa contra-força das rodas esterçadas, uma
regulagem. válvula de controle guia o óleo sob pressão para o lado requerido do cilindro
As caixas de direção de esferas circulantes são especialmente fáceis de operacional. A força auxiliar produzida é transferida através da caixa de
manusear porque somente é criado um atrito de rolagem nos canais de direção mecânica e auxilia no momento de giro do volante da direção.
rosca. A caixa de direção mecânica permite que quando a ajuda hidráulica falha o
veículo ainda pode ser dirigido.

Os tipos de construção de direção servo-assistida são:


Direção hidráulica de pinhão e cremalheira
Direção hidráulica de esferas e porca.

1. Coluna da direção
2. Porca da direção
3. Setor da direção
4. Braço Pitman

AT_46_0017
Direção Servo-assistida
Automóveis, veículos comerciais e veículos com elevadas cargas no eixo
direcional, requerem maior força de carga para esterçar as rodas. A
necessária força de operação no volante da direção pode ser mantida num
mínimo através de uma grande transmissão mecânica da direção, mas o
movimento das rodas de batente a batente requer múltiplas rotações do
volante.
AT_46_0002

Treinamento Básico • Chassi 44


Treinamento Básico • Chassi 45
Sistemas de Freio

Num veículo, os freios são utilizados para reduzir a velocidade, frear para Sistema de freio contínuo
parar e para assegurar que o veículo não se mova. Ao dirigir em declives, ele deverá manter a velocidade do veículo num dado
valor (terceiro freio).
Ao frear, o movimento é transformado em calor. O terceiro freio somente é utilizado em Veículos de Carga Pesada.

Sistema de freio de serviço Sistema Anti-Bloqueio (ABS)


Se requerido, eles deverão reduzir a velocidade de um veículo até ele ficar Este consiste dos componentes do sistema de freio de serviço, onde a
imóvel. Ao mesmo tempo, o veículo deverá manter a sua trajetória. O freagem de rodas em deslizamento é controlada de forma independente.
sistema de freio de serviço é controlado variando a pressão do pé (freio de As rodas são controladas por sensores. As forças de freagem às rodas são
pé) e atua sobre todas as rodas. reguladas utilizando os seus sinais.

Sistema de freio de mão Composição de um sistema de freio


Isso deverá assegurar um veículo parado ou estacionado contra a rodagem Um sistema de freio consiste de:
involuntária, mesmo estando ele num declive. Por razões técnicas de • Sistemas de fornecimento de energia,
segurança, os componentes dele necessitam ter umas conexões • Equipamento operacional,
mecânicas, tais como alavancas, articulações. • Equipamento de transmissão,
Isso é geralmente operado manualmente de forma variável (freio de mão) • Freio de mão,
ou um pedal. Eles atuam nas rodas de um eixo. • Freio de serviço,
• Servo-controle do freio,
• Freio de roda.

Treinamento Básico • Chassi 46


Tipos de sistemas de freio de acordo com as fontes de energia
Freio de força muscular
Fornecimento < Força muscular A força do pé do motorista gera a força de freagem em todas as rodas.
de < Força hidráulica A maior força total de freagem é equivalente ao peso força total do veículo.
energia < Força pneumática A força do pé precisa ser ampliada através de transmissão mecânica e/ou
hidráulica.

Sistema de freio de emergência (Servo-freio)


< Pedal de freio - Cilindro mestre do freio
Se a força do pé não é suficiente para criar uma força de freagem
< Pedal de freio - Servo-freio - Cilindro mestre do freio
adequada, então deve ser obtida uma aplicação auxiliar, tal como pressão
Equipamento < Pedal de freio - Válvula do freio de serviço
do coletor de admissão, pressão hidráulica acumulada ou ar comprimido.
operacional < Pedal de freio - Potenciômetro elétrico
É preciso garantir que quando a aplicação auxiliar falhar, o veículo ainda
< Alavanca para o freio de mão
pode ser parado.
< Operação freio-motor

Freio a ar
Um dispositivo de freio a ar tal como um compressor de ar pode ser usado
< Meio de transmissão (mecânico, hidráulico, para produzir a força de freagem. O motorista somente necessita controlar
Equipamento pneumático) o ar comprimido com o pedal de freio.
de < Tubulações de freio
transmissão < Mangueira de freio
< Válvulas (Válvula relé, válvula magnética)

Freio de mão

Freio de < Freios do eixo dianteiro


serviço < Freios do eixo traseiro

Treinamento Básico • Chassi 47


Freios Hidráulicos

Os freios hidráulicos compõem-se de pedal de freio, um cilindro mestre em Cilindro mestre


tandem com servo-freio, sistema de tubulação com um redutor de potencial É necessário um cilindro mestre em tandem para os circuitos duplos de
de força de freio , o cilindro de freio e o freio de roda. freios. Isso é operado com o pedal de freio utilizando o servo.

Freios de rodas Tarefas:


Todas as rodas têm freios a disco, com a exceção de que freios a tambor • formação rápida de pressão em todos os circuitos de freio,
ainda são instalados nas rodas traseiras de veículos comerciais. • formação rápida de pressão para soltar rapidamente os freios,
Por razões de segurança, é recomendado um sistema de freio de duplo • compensar o volume para o fluido de freio com mudanças de
circuito com cilindro mestre em tandem. Quando um dos freios falha, o temperatura.
veículo pode ser parado utilizando o outro circuito de freio. • reabastecer o fluido de freio quando da ampliação da folga através
do desgaste das pastilhas de freio.
Modo de operação
O modo de operação do sistema de freio hidráulico está baseado na Lei de Montagem:
Pascal: O cilindro mestre em tandem contém dois êmbolos em seqüência um atrás
do outro, o êmbolo da haste acionadora e o êmbolo intermediário flutuante.
A pressão de um fluido confinado atua igualmente em todos os pontos. Eles reúnem duas câmaras separadas de pressão na carcaça. Ambos os
êmbolos são executados como êmbolos duplos e portanto, entre as
câmaras seladas dos êmbolos, dianteiro e traseiro, há uma câmara de anel
de seguimento.
Isso está conectado ao reservatório de compensação por meio de um
orifício de respiro.
O anel de vedação primário está alojado na frente de cada êmbolo e veda a
câmara de pressão.

AT_42_0023.1

Treinamento Básico • Chassi 48


O êmbolo da haste de acionamento está selado por atrás com a manga Para que o anel primário de vedação seja pressionado através do furo
secundária. Dois anéis de vedação vedam o êmbolo intermediário do passante do êmbolo, provocado pela alta pressão, uma fina arruela de
êmbolo da haste de acionamento. encosto é instalada entre o anel primário de vedação e o êmbolo.

1. êmbolo intermediário
2. anel de vedação de
separação
3. anel de vedação
primário
4. êmbolo da haste de
acionamento AT_42_0011.1 AT_42_0013.1 AT_42_0013.2

AT_42_0039 Posição de liberação Formação da pressão Sem arruela de encosto


Se a haste de acionamento é movida, então os êmbolos também são
movidos. Os anéis primários de vedação do 1º e 2º circuitos de freio Veículos equipados com Sistema Anti-Bloqueio (ABS), têm instalada uma
passam por cima dos dois orifícios de respiro e fecham a câmara de válvula central em vez de um furo passante e arruela de encosto. Isso é
pressão. para evitar que o anel secundário de vedação seja danificado pelo controle
do ABS.
Durante a vedação dos anéis secundários são seladas as câmaras inversas
do êmbolo, o anel de vedação separador do êmbolo intermediário separa
ambas as câmaras entre si. O anel externo de vedação de separação do 2º
circuito de freio deverá evitar um vácuo para que o servo-freio não aspire
fluido de freio.

Em comparação aos anéis secundários de vedação, os anéis primários de


vedação precisam completar duas tarefas. Primeiro eles vedam a câmara
de pressão no cilindro mestre e depois eles atuam como válvulas de
sucção, as quais, quando o freio é solto rapidamente, forma-se um vácuo na
AT_42_0040 AT_42_0041
câmara de pressão. Então é sugado fluido de freio através do anel de
vedação primário para fora da câmara inversa do êmbolo. Posição de liberação Posição de freagem

Treinamento Básico • Chassi 49


Falha no 1º circuito
O êmbolo da haste de acionamento é empurrado para a sua posição de
repouso pela pressão do fluido do 2º circuito. Ele veda o intacto 2º circuito
contra o então vazando 1º circuito. A formação de pressão é efetuada no
2º circuito.

Falha no 2º circuito
O êmbolo da haste de acionamento é empurrado para a posição de repouso
do êmbolo intermediário. Agora a força operacional atua diretamente nos
êmbolos do intacto 1º circuito e forma uma pressão de freagem.

AT_42_0021.3
Separação-TT

Separação ¨Diagonal¨ (X)


Ambas, uma roda dianteira e a diagonalmente oposta roda traseira formam
um circuito de freio. Se um dos circuitos de freio falhar, pode ocorrer então
AT_42_0028 AT_42_0027
um momento de movimento de guinada quando bloquearem as rodas do
circuito de freio intacto. As forças laterais atuam como estabilizadores, o
Falha do 1º circuito Falha do 2º circuito que transfere o circuito de freio inoperante das rodas.
Separação do circuito de freio
A principal utilização do cilindro mestre em tandem é a criação de um
sistema de freio de duplo circuito independente.
A separação dos dois circuitos de freio pode ser realizada como segue:

Separação ¨Eixo dianteiro - Eixo traseiro¨ (TT)


O eixo dianteiro e o eixo traseiro formam um sistema de freio separado
entre si. Quando os freios de eixo dianteiro falham, os freios do eixo
traseiro podem ser operados utilizando um mínimo aumento no esforço no
pedal ao estar utilizando um cilindro mestre em tandem de dois circuitos.
AT_42_0020
Separação;X
Treinamento Básico • Chassi 50
Separação ¨Triângulo¨ (LL) Separação ¨Quatro - Quatro¨
Ao utilizar o freio a disco de pinça fixa de dois cilindros ou de pinça fixa de Isso é possível quando todas as rodas estão utilizando pinças fixas de
quatro cilindros no eixo dianteiro, todos os circuitos de freio atuam no eixo quatro cilindros ou pinças fixas de dois cilindros. Em cada caso, um par de
dianteiro e no eixo traseiro. cilindros ou cilindro em cada roda forma um circuito de freio (4 rodas) e o
outro par de cilindros ou cilindro (4 rodas) formam o outro.

AT_42_0021.1
AT_42_0021.2

Treinamento Básico • Chassi 51


Treinamento Básico • Chassi 52
Freios a Tambor

Freios a tambor como sapatas de freio internas são geralmente utilizados Tipos de construções
para as rodas traseiras de automóveis ou Veículos de Carga Pesada. Dependendo da operação e do suporte das sapatas de freio, eles se
diferenciam como:
Construção e modo de operação • Freio Simplex.
Os tambores de freio são montados fixos nos cubos de rodas e giram junto • Freio Duplex.
com eles. As sapatas de freio e os componentes que formam a força de • Freio Duo Duplex.
tensão, estão montados na chapa de montagem do freio. Essa é montada • Freio Servo-assistido.
na suspensão da roda, manga de eixo, tubo suporte e fica imóvel. • Freio Duo Servo-assistido.
Ao frear, as sapatas de freio, com seus revestimentos de freio são
prensados contra o tambor de freio através do dispositivo de tensão, o que
cria o atrito requerido. A força de tensão pode ser criada de forma
hidráulica utilizando cilindros de roda (freio de serviço) ou mecanicamente
através de cabo e alavanca de atuação ou um fecho expansivo (freio de
mão).

Características
• Auto-ajustável. O atrito cria um momento de giro o que atrai os
revestimentos em aproximação o que aumenta a operação de
freagem.
• Conjunto de proteção contra sujeira dentro do disco da roda. AT_42_0003.1
• Mais fácil para aplicar o freio de mão. Freio Simplex
• Longa vida útil operacional das sapatas de freio.
• Tamanho da roda de disco é limitado.
• Inspeção e troca de revestimentos é extensiva.
• Dispersão do calor é fraca, os freios tendem a se debilitar.

Treinamento Básico • Chassi 53


Os Freios Simplex são usados para forçar as sapatas de freio num elemento Freios Duo Servo
combinado tal como cilindro de roda de dupla ação, freios de ressalto S, Com este freio, os auto-ajustes das sapatas de freio primárias são
expansão ou alavanca de expansão. Cada sapata de freio tem um ponto fixo utilizados para pressionar a segunda sapata primária. O mancal de apoio é
de giro ou de apoio tal como um mancal de apoio. flutuante. O apoio é efetuado através de um cilindro de roda de dupla ação.
Os freios Simplex têm o mesmo efeito constante quando em marcha para
frente ou para trás mas somente um pequeno ajuste automático . O As operações de freagem para frente e para trás são as mesmas.
desgaste do revestimento na sapata primária é maior.
Estes são principalmente instalados na roda copo como freio de mão. È
Freios Duplex instalada uma trava de expansão operada por cabo de aço em lugar do
Estes têm duas sapatas de freio de deslocamento ascendente. As cilindro de roda.
sapatas de freio requerem um dispositivo tensor separado. Eles são
geralmente construídos para serviço hidráulico e têm dois cilindros de Dispositivo Tensor
roda de operação simples. Cada cilindro de roda atua como um mancal Ao frear, eles devem esticar ou expandir pressionar no tambor de freio.
de apoio para a outra sapata. Cilindros de roda são geralmente usados com freios hidráulicos. Ressalto S
A ação de freagem na direção de marcha é melhor devido às duas sapatas ou equipamento cunha são instalados com freios de funcionamento com ar
primárias. Em marcha a ré estão presentes duas sapatas de deslocamento comprimido. Com o freio de mão operado mecanicamente, alavanca
ascendente. A construção de um freio de mão é difícil. tensora ou trava de expansão.

Freios Duo Duplex Cilindro de roda


Estes têm dois cilindros de rodas de dupla ação. Suas operações de Cilindros de roda de dupla ação com dois êmbolos são diferentes de
freagem são as mesmas em ambas as direções de marcha devido ao cilindros de roda simples com somente um êmbolo.
auto-ajuste. A pressão que é criada no cilindro principal do cilindro da roda pressiona
contra o êmbolo e cria a força de tensão.. Os seus êmbolos são selados
com mangas de borracha. Guarda-pós impedem a entrada de sujeira.
No lado de trás do cilindro há furos com rosca para a montagem do porta-
freio e para a conexão do circuito do freio. Um sangrador está aparafusado
no ponto mais alto.

AT_42_0042 AT_42_0043

Freio Duplex Freio Duo Servo


Treinamento Básico • Chassi 54
Os freios Simplex são maiormente utilizados em Veículo de Carga Pesada, Tambor de freio
os quais são operados por ressaltos S ou cunhas.
Com o freio cunha, o sistema de freio de ar comprimido é operado Características
diretamente pelo cilindro de diafragma. Portanto, a alavanca de freio e a • Alta resistência ao desgaste,
árvore do freio são dispensadas. Geralmente está integrado um ajuste • Resistente à deformação,
automático da sapata quando ela está gasta. • Boa condução de calor.

Materiais
1. Peça de pressão • principalmente ferro fundido
2. Êmbolo • ferro fundido com grafite esferoidal
3. Guarda-pó • Aço fundido
4. Anel de vedação • Fundição composta de metais leves com ferro fundido.

AT_42_0029 O tambor de freio deve funcionar centrifugado e balanceado. A superfície


Cilindro de roda de freagem é esmerilhada ou torneada lisa.

Revestimentos de freio
Eles recebem a sua rigidez através do uso de um perfil T e são fundidos
utilizando ligas leves de metal ou são feitos em chapas de aço. Numa das
extremidades, eles têm uma face de localização para o cilindro de roda.
A outra extremidade é pivotante ou fica flutuando num mancal de apoio.

AT_42_0008.1 AT_42_0044
Freios de Ressalto S Freios Cunha

Treinamento Básico • Chassi 55


Freios a Disco

Geralmente são utilizados freios a disco parciais. Eles podem ser Características
instalados com pinça fixa ou pinça deslizante.. Há êmbolos instalados na • Sem auto-reforço devido à superfície plana do freio.
pinça o que contribui com uma pequena parte do freio a disco. Estes Estes requerem maior força de travamento e por essa razão são
pressionam as pastilhas contra o disco ao frear. necessários cilindros de freio de maior diâmetro que os cilindros
de roda de freios a tambor e servo-freio.
• Nenhuma carga oblíqua no freio e a força de freagem é
ajustada com facilidade, porque há pouca variação na força de
freagem efetuada pelo auto-reforço ausente.
• Bom arrefecimento, pouco desvanecimento, apesar de
poderem ser criadas maiores temperaturas locais e forças de
travamento através da menor área de freagem.
• Maior desgaste das pastilhas devido a maior força de
travamento.
• Fácil inspeção e substituição.
• Regulagem independente da folga.
• Ação de freagem independente do sentido de marcha.
• Boa auto-limpeza através da força centrífuga.
• Tendência de formação de bolhas de vapor, porque o êmbolo
do freio encosta diretamente na pastilha de freio.
• Arranjo do freio de mão é relativamente complicado.
AT_42_0002 AT_42_0019

Treinamento Básico • Chassi 56


Tipos de construção Posição de retorno do êmbolo
Há um anel de vedação num sulco no cilindro de freio que veda o
Freios a disco de pinça fixa embolo. O diâmetro interno do anel de vedação é menor que o diâmetro do
Há freios a disco de pinça fixa de dois cilindros e de quatro cilindros. êmbolo. Portanto ele envolve o êmbolo com uma tensão inicial.
O suporte estacionário do cilindro de freio é aparafusado com a suspensão
da roda. Ele agarra na forma de uma pinça que é a razão de ser chamado de O anel de vedação está elasticamente tenso através da adesão e do curso
pinça fixa. do êmbolo com a distância de freagem do êmbolo.
Isso consiste de uma carcaça de duas peças. Cada carcaça contém um ou Agora há uma força acumulada no anel de vedação. Isso trará a si e
dois cilindros de freio opostos entre si e contém o êmbolo de freio com anel também o êmbolo de volta à forma ou posição original quando a pressão do
de vedação, guarda-pó e anel de travamento. Os cilindros de freio estão fluido de freio cai.
conectados entre si através de canais. Uma válvula de purga de ar está Isso só é possível com uma liberação completa da pressão no circuito. Por
localizada no ponto mais elevado da carcaça. essa razão nenhuma pressão primária é permitida ser mantida.
Ao aplicar o freio, o êmbolo pressiona o cilindro de freio contra as pastilhas A distância que o êmbolo deve viajar de volta é denominado como folga.
de freio. Estas são então pressionadas contra o disco de freio por ambos os Essa folga é de aproximadamente 0,15 mm e é suficiente para liberar os
lados. discos de freio.

Mola de expansão
Elas encostam as pastilhas de freio no êmbolo e impedem impactos e
agitações das pastilhas. Elas dão suporte à posição de retorno dos êmbolos
quando a pressão é liberada.

AT_42_0007

AT_42_0018
AT_42_0030
Posição Posição
de freagem liberada

Treinamento Básico • Chassi 57


Freio a disco de pinça deslizante
Eles consistem de somente dois componentes principais, o suporte da
pinça e a carcaça ou pinça deslizante. Eles têm as seguintes
características: 1. Pastilha de freio
• Baixo peso, 2. Carcaça (Pinça)
• De construção pequena, sendo portanto possível o uso de um 3. Parafusos de montagem
pino mestre de deslocamento negativo sem uma roda de disco 4. Guia de fixação
de cambagem pronunciada, 5. Fole
• boa condutividade térmica através da carcaça massiva, 6. Suporte.
• grande superfície de pastilha,
• Pastilhas e disco podem ser vistos claramente porque o suporte
não precisa ser desmontado,
• Baixa formação de bolhas de vapor, já que um ou dois AT_42_0045 6
cilindros de freio estão montados do lado do suporte,
• Guia da carcaça livre de manutenção e portanto não sensível à Pinça deslizante com guia aparafusada
sujeira e corrosão.
3
O suporte está conectado à suspensão da roda. A carcaça está instalada
nele. Freios a disco de pinça deslizante são utilizados com diferentes guias, 1. Suporte
tais como: 2. Mola guia
• Guia de dentes, 3. Pinça deslizante
• Guias aparafusadas. 4. Pinos de retenção
5. Mola em cruz
6. Pastilhas de freio.
Operação de freagem
O êmbolo na carcaça pressiona a pastilha interna contra o disco após
vencer a folga. AT_42_000
Portanto, a carcaça é empurrada na direção oposta através da força de
reação. Após vencer mais uma folga, a outra pastilha é pressionada contra Pinça deslizante com guia de Dentes
o disco de freio.

Treinamento Básico • Chassi 58


Revestimentos de Freio

O material de atrito do qual é fabricado o revestimento de freio, cria um alto Fluido de freio
atrito e evita travamento por fusão. O fluido de freio tem que satisfazer as seguintes características:
No freio a tambor os revestimentos são colados ou rebitados às sapatas. • alto ponto de ebulição (até aprox. 300 C),
No freio a disco o revestimento é aço colado. • baixo ponto de solidificação (aprox. a -65 C),
O revestimento de atrito deverá cumprir as seguintes características: • viscosidade constante,
• alta resistência térmica, estabilidade mecânica e longa vida útil, • quimicamente neutro comparado a metal e borracha,
• valor constante de atrito mesmo em altas temperaturas e • lubrificação das peças móveis do freio e dos cilindros de rodas,
velocidades de marcha,
• robustez contra água e sujeira, O ponto de ebulição especificado nas Normas DOT (Department of
• sem vitrificação com cargas térmicas mais elevadas. Transportation, departamento dos transportes dos EUA) é suficiente para
impedir a formação de bolhas de vapor através do aquecimento criado
Geralmente são usados revestimentos orgânicos de freio. Revestimentos durante freagens.
de metal sinterizado são utilizados para demandas extremas.
Os revestimentos orgânicos de freio consistem dos seguintes materiais: Ponto mínimo de ebulição para fluido de freio
• metais tais como lã de aço e cobre em pó, • DOT 3 = 205 C
• materiais de enchimento como óxido de ferro, Barita, Mica em pó • DOT 4 = 230 C
e óxido de alumínio, • DOT 5.1 = 260 C
• lubrificação como pó de coco, sulfeto de antimônio e grafite.
• compartilhados orgânicos tais como pó de resina fibras de kevlar Fluido de freio consiste de conexões de Poliglicol e é higroscópico (pode
e resina aglutinante. absorver água).
Os revestimentos de freio podem resistir a temperaturas de Quanto maior o conteúdo de água, mais baixo é o ponto de ebulição do
aproximadamente 800 C. assim chamado ¨ponto molhado de ebulição¨.

Treinamento Básico • Chassi 59


O fluido de freio DOT 3 tem o perigoso ponto de ebulição molhado a 140 C. Tubulações de freio / Mangueiras de freio
Quanto maior a proporção de água que é absorvida das tubulações de freio, A tubulação do freio é de canos contínuos e sem costura com resistência
que chega a aprox. 3,5% de proporção de água após 2 anos, é alcançado o de tração de 410 a 700 N/mm².
perigoso ponto de ebulição molhado. Os canos devem ser temperados a fogo e estar isentos de rachaduras. A
Bolhas de vapor que são formadas pelo calor ao frear provocam falhas do conexão é realizada com uma porca invertida ou porca de sujeição que se
freio. agarra na extremidade cônica expandida do cano.
O fluido de freio precisa ser trocado depois de 2 anos pelo menos. São necessárias ferramentas especiais para fabricar o flange.
A viscosidade é especificada e medida à temperatura de -40 C, para Um tubo de freio faz a transferência de um elemento rígido para um
garantir que o fluido flua através da válvula magnética do sistema ABS em elemento flexível.
temperaturas mais baixas. Não importa onde é instalada uma tubulação de freio, ela estará sempre
As melhores reservas de segurança a respeito do ponto de ebulição exposta a demandas extremas.
molhado são dadas de acordo com o DOT 5.1. • Todas as influências do tempo
• Golpes de pedras durante a viagem
• Quando reparar a pintura (na estufa de secagem).
Fluido de freio é extremamente venenoso e age como um solvente na Não é permitido que a temperatura exceda 100 C.
pintura. Ao misturar e trocar fluido de freio é necessário observar as
instruções do fabricante. É compreendido que uma tubulação de freio tem uma vida útil restringida
devido a todas as demandas, independente das vibrações mecânicas.
Por esta razão, as tubulações do freio devem ser inspecionadas quanto a
falhas em todas as inspeções.

AT_42_0026

Treinamento Básico • Chassi 60


Trabalhos de Inspeção no Sistema de Freio

Trabalhando no Sistema Hidráulico Teste de baixa pressão: O aparelho de pressão alta / baixa é conectado à
Falhas são geralmente vazamentos onde o fluido de freio pode sair e ar válvula de sangria do freio de roda e é controlado por um regulador por
pode entrar. pedal com a pressão entre 2 bares e 5 bares.

Avaliação de Falha. Essa pressão deve ser mantida por 5 minutos. O completo sistema de vê
Inspeção Visual: Observação do fluido de freio no reservatório de fluido, ser mantido sem intervenção. Se a pressão mudar, há um vazamento.
procura de manchas úmidas escuras nos cilindros de freio e as conexões
quanto a corrosão ou posições desviadas das tubulações de freio.
Teste de Funcionamento: Isso não cria uma pressão de ruptura, quando o
pedal de freio constantemente pressionado, o pedal descerá gradualmente,
uma sensação esponjosa ao pressionar o pedal, a pressão só é formada
depois de várias bombeadas.

As primeiras duas observações presumem um vazamento no anel de


vedação primário e as duas últimas observações podem conduzir à
infiltração de ar.

Teste de Vazamento: É necessário um aparelho de teste de pressão de


acionamento por pedal. O aparelho de pressão contém uma combinação de
manômetros de pressão alta /baixa, um outro manômetro de alta pressão e
de vácuo. Antes da inspeção, é preciso sangrar o sistema de freio e o
aparelho de abastecimento e de sangria.
AT_42_0034.1.

Treinamento Básico • Chassi 61


Abastecendo e sangrando o sistema de freio
Este serviço pode ser efetuado por uma pessoa utilizando um aparelho de REGRAS DE PROCEDIMENTO
abastecimento e sangria.
Para ajuda é necessária uma mangueira de sangria transparente com um • Verificar o nível de fluido de freio no reservatório de expansão a
flange coletor. As instruções do fabricante devem ser observadas em cada inspeção. Se o nível do fluido de freio está baixo, é sinal que as
veículos equipados com ABS / ASR / ESP ou SBC. pastilhas de freio estão muito desgastadas.
O aparelho de abastecimento e de sangria é conectado ao reservatório de • Quando necessário, a espessura dos revestimentos de freio pode
expansão e é ligado à válvula sangradora pela mangueira sangradora. ser inspecionada através das aberturas de inspeção.
Depois disso, é ligado o aparelho de abastecimento e de sangria e a válvula • Aproveite essa inspeção para verificar os tambores de freio e ao
sangradora é aberta até sair fluido de freio limpo e isento de bolhas de ar. mesmo tempo remova todo o pó dos freios.
Fechar então a válvula sangradora . Este processo é repetido em todas as • Extrair todo o pó de desgaste por meio de aspirador e não com ar
válvulas sangradoras. comprimido.
• As pastilhas de freio precisam ser substituídas em ambas as rodas
de um mesmo eixo.
Aviso: • O fluido de freio precisa ser trocado de acordo com o regulamento
Veículos equipados com Sensotronic Brake Control (SBC) Controle de Freio da companhia, por ex. uma vez por ano.
Sensotronic, precisam ser desativados utilizando o Star Diagnosis System • Não reutilizar fluidos de freio velho!
antes do sistema de freio ser sangrado. • Só é permitido armazenar fluidos de freios em recipientes
devidamente marcados para disposição ou para a remoção por
empresas de reciclagem.
• Utilizar somente fluido de freio aprovado para reabastecer.
• Armazene fluido de freio novo em recipientes fechados.
• Mantenha graxa e óleo longe das peças de freio.
• Utilize somente produtos de limpeza de freio, tais como álcool
para limpar freios.

AT_42_0034.2

Treinamento Básico • Chassi 62


Treinamento Básico • Chassi 63
Sistema de Freio Servo-Assistido

Para criar uma força auxiliar (servo), o cilindro mestre do freio hidráulico
está conectado a uma fonte de vácuo ou servo de potência de freio
hidráulico.

Servo-freio de vácuo
O vácuo pode ser extraído do coletor de admissão nos veículos com motor
Otto (motor de 4 tempos a gasolina). A baixa diferença de pressão entre a
pressão atmosférica e a pressão no coletor de admissão de aprox. 0,8 bar,
requer um superfície grande do êmbolo (diafragma) de atuação, para poder
quadruplicar a pressão do êmbolo.
Nos motores Diesel, a pressão é criada através de uma bomba de vácuo no
motor.

Conjunto
O cilindro mestre geralmente está montado por flange à carcaça
amplificadora. O êmbolo (diafragma) de serviço separa a carcaça em duas
câmaras, a câmara de vácuo e a câmara de serviço e está conectada por AT_42_0009.1
uma válvula alternada de vácuo e ar atmosférico ao ar atmosférico ou à
câmara de vácuo.
1. Êmbolo (diafragma) de serviço
A válvula dupla é ativada utilizando o pedal de freio que aciona a haste do 2. Filtro de ar
êmbolo. Isso também pressiona as válvulas dos êmbolos e as chapas de 3. Haste de êmbolo
reação (borracha) sobre a haste do cilindro mestre. Os êmbolos (diafragma) 4. Câmara de pressão de serviço
de atuação age sobre a haste utilizando a sua força amplificadora. 5. Câmara de vácuo
6. Conexão de vácuo
7. Mola de retorno do êmbolo (diafragma)
8. Haste de pressão

Treinamento Básico • Chassi 64


Posição de liberação Posição de aplicação total do freio

A válvula de ar atmosférico é fechada, a Com força total no pedal, o disco de rea-


câmara de operação é conectada através ção é constantemente empurrado junto
da válvula de vácuo aberta. Portanto, a através da força de contra-ação da haste
mesma pressão é criada nos dois lados de pressão quando a válvula de ar
dos êmbolos (diafragma) de serviço. atmosférico se mantém constantemente
aberta.
AT_42_0031.1
A maior diferença possível e pressão ope- AT_42_0031.3
racional é criada entre as câmaras operacionais
Posição de operação de freio parcial e portanto, a maior força amplificada atua sobre
o êmbolo operacional e a haste de pressão.
Ao frear, a haste de pressão é empurrada
para frente e assim a válvula de vácuo é Servo-Freio Hidráulico
fechada. O disco de reação é pressionado
junto pela válvula do êmbolo e a válvula Essa construção consiste de uma bomba d óleo de alta pressão da direção
de ar atmosférico é aberta. A pressão hidráulica, o armazenamento da pressão, o regulador de fluxo de óleo
diferencial produzida na câmara de opera- controlado por pressão e um servo-freio com cilindro mestre em tandem e
ção agora age sobre o êmbolo (diafragma) um reservatório de reserva de óleo.
de serviço como força amplificada. AT_42_0031.2
Isso é impulsionado com a carcaça de controle e a haste
de pressão até o cilindro mestre reagir com as mesmas
demandas.

Com os êmbolos em pressão estacionária, somente o


disco de reação expande e é pressionado contra a válvula
do êmbolo. Com isso, a válvula de ar atmosférico é fechada.
A força amplificadora sobre o êmbolo (diafragma)
mantém-se constante.

Treinamento Básico • Chassi 65


Sistema Anti-Bloqueio (ABS)

Os Sistemas Anti-Bloqueio (ABS), também chamados Bloqueio Automá- Construção


tico são usados em sistemas de freio hidráulicos e em sistemas de freio a O ABS consiste dos seguintes componentes:
ar comprimido como controle de força de freagem. • Sensores de rodas (sensor de rotação),
• Unidade de controle eletrônico,
• Válvula magnética.
Tarefa
A válvula magnética é controlada por unidades de controle eletrônico em
Ao frear, para controlar a pressão de freagem da roda de acordo com o seu
comportamento de adesão à superfície da estrada para que seja evitado o três fases de controle, Formação da pressão, Manutenção da pressão, e
Liberação da pressão.
bloqueio da roda.
Elas evitam o bloqueio das rodas.
Somente rodas girando são dirigíveis e podem assumir forças laterais.
De acordo com o número de canais de controle e sensores, geralmente são
utilizados dois sistemas por ex. Automóvel:
Vantagens
• Forças laterais e estabilidade direcional são mantidas sob controle
• Sistema de 4 canais (toda roda é controlada individualmente)
e o perigo de derrapagem é reduzido.
• O veículo ainda pode ser dirigido, portanto podem ser evitados os com 4 sensores e divisão dos circuitos de freio em diagonal ou eixo
dianteiro / eixo traseiro. As rodas dianteiras são controladas
Obstáculos.
individualmente, as rodas traseiras uniformemente conforme com o
• É alcançada uma ótima distância de freagem numa estrada
normal, sem areia ou neve. Princípio Selecione baixo. Ambos os controladores do eixo traseiro
são controlados juntos. Com o Princípio Selecione baixo, a pressão
• É evitado o desgaste de freagem no pneu, já que as rodas não se
de freagem da roda de um eixo é determinada para a roda com a
bloqueiam. Portanto os pneus estão protegidos.
adesão de estrada mais baixa.
• Sistema de 3 canais com 3 ou 4 sensores e divisão dos circuitos
de freio eixo dianteiro / eixo traseiro. As rodas dianteiras são
controladas individualmente. O controle das rodas traseiras é
efetuado em conjunto usando a unidade de controle de acordo com
o Princípio Selecione baixo.

Treinamento Básico • Chassi 66


Modo de funcionamento
O resvalamento tem um papel pequeno na maioria das operações de
freagem. O ABS não tem efeito aqui. Quando é realizada uma freada
violenta onde ocorre grande resvalamento, o circuito de controle do ABS é
ativado e evita o bloqueio das rodas.
Com resvalamento, a velocidade de marcha e a velocidade circunferente ou
de rolagem de uma roda são diferentes. Se uma roda está rolando
livremente então não há resvalamento. Se uma roda se bloqueia quando o
veículo ainda está em movimento, ao frear, o resvalamento atingiu o valor
máximo de 100%.
O controle do ABS é efetuado a uma razão de resvalamento de roda entre
8% até 35%, já que nesse ponto, a melhor força de freagem e suficientes
forças laterais podem ser transferidas.
O ABS se desliga à velocidade abaixo de 6 km/h, para que o veículo possa
ser parado.

Circuito de Controle do ABS


Massa do veículo na roda, conjugação do atrito
Passo controlado
entre o pneu e a superfície da pista.
Condição da superfície da pista, condição dos
AT_42_0032
Variável de distúrbio freios, peso do veículo, condição dos pneus
1. Cilindro mestre
(pressão de inflação, perfil)
2. Válvula magnética
Variável de controle Rotações ou troca de rotações da roda 3. Variável de referência
4. Variável de controle
Variável de
Dada a pressão do freio através do pedal de freio 5. Anel de impulsos
comando
6. Cilindro de freio
Variável de controle Pressão do freio no cilindro 7. Variável de controle
8. Unidade de comando Eletrônico
9. Controlador
10. Sensor de rotação
11. Variável de distúrbio

Treinamento Básico • Chassi 67


Sinais são criados através da indução de sinais de voltagem em cada
sensor de rotação que giram no anel de impulsos. O número de impulsos
são equivalentes à rotação da roda e são transferidos à unidade de
controle.

A unidade de controle eletrônico escolhe a velocidade de referência com a


ajuda do processo lógico dos impulsos dos sensores das rodas. Isso é
equivalente à velocidade de marcha com tração máxima.
Formação da pressão
Através da comparação constante dos impulsos das rodas com o impulso AT_42_0015.2
de referência, a unidade de controle calcula a aceleração ou desaceleração
de cada roda e calcula o seu resvalamento.

Ao frear, o resvalamento da roda aumenta e aumenta a tendência de


bloqueio da roda. Se a unidade de controle reconhece que uma roda tende
a bloquear então ela comuta a relevante válvula de magnética de formação
da pressão para manutenção da pressão. Portanto, a pressão do freio é
mantida constante.

Se o bloqueio aumenta então é comutada a liberação da pressão. A pressão Manutenção da pressão


AT_42_0015.3
de freagem diminui.

Se agora a roda é acelerada, o que diminui o resvalamento, então ela


comuta de volta para manutenção da pressão. Se o resvalamento diminui
ainda mais e cai abaixo de um determinado valor, então ela é comutada
para formação da pressão. A pressão de freagem aumenta e aumenta
também o resvalamento e o jogo começa outra vez do início.

O ciclo de controle repete-se sempre que o freio é aplicado.

A freqüência de controle é por ex. de 6 a 10 ciclos por segundo. Liberação da pressão


AT_42_0015.1

Treinamento Básico • Chassi 68


Rodas e Pneus

Rodas Aros
Requisitos das rodas Há aros que são montados firmes com o disco da roda e aqueles que
• Baixo peso, podem ser removidos. Além disso, aros não divididos são diferenciados de
• Grande diâmetro interno para grandes discos de freio, aros (aros de centro rebaixado) e aros de peças múltiplas (Trilex) que
• Alta estabilidade de forma e elasticidade, encontra uso em veículos de carga leves e pesados.
• Boa dissipação de calor (calor de atrito),
• Fácil troca de rodas e pneus, com danos em pneus. Aros de base rebaixada
Para veículos de passageiros geralmente são utilizados aros de centro
rebaixado não separável. Eles são rebitados ou soldados ao disco da roda
Construção de uma roda ou são fundidos ou forjados em ligas de matais leves como peça única.
A roda consiste da roda e do disco de roda com a furação central e os furos O corte transversal do aro pode ser simétrico ou assimétrico.
dos parafusos. Em vez de um disco de roda, estão presentes raios da roda
ou uma roda com raios de aço conectando ao cubo da roda.
• 1. Flange do aro
A roda está conectada ao flange do cubo da roda que é pivotante, pivô • 2. Abertura do aro
capaz de coincidente com a extremidade adaptadora da manga de eixo, • 3. Diâmetro do aro
com porcas de roda ou parafusos de roda. • 4. Aro de centro rebaixado
Além disso, os discos de freio ou os tambores de freio são montados firmes • 5. Assento da cama do aro
utilizando parafusos ao flange do cubo de roda. • 6. Corcova
3
Com rolamentos descobertos, a tampa do cubo de roda assume a tarefa de
proteger e a sua armazenagem de graxa e para a reserva de graxa ao
mesmo tempo

AT_40_0014

Treinamento Básico • Chassi 69


Excentricidade das Rodas ( ET )
Esta é a medida do centro do aro até a superfície interna de contato do
disco da roda.

Através de soldagem do aro e disco da roda, pode ser escolhida a


excentricidade. Portanto, o aro é determinado para certo chassi já que a
excentricidade está diretamente relacionada com o deslocamento do pino
mestre.

Excentricidade
A superfície interna de contato do disco da roda, baseada no centro do aro,
é deslocada para o lado externo do aro.

Excentricidade
A superfície interna de contato do disco da roda, é deslocada para o lado
interno do aro. Através do uso do aro com menores profundidades de
entradas positiva ou negativa, a largura da bitola pode ser ampliada.

AT_40_0015

AT_40_0001

Treinamento Básico • Chassi 70


Pneus

Requisitos para os Pneus


• Absorção do peso do veículo,
• Absorção de pequenos impactos da superfície da pista,
• Transformação das forças de marcha, freios e laterais,
• Pouco esforço ao estacionar,
• Baixa resistência à rodagem e portanto atrito interno mais baixo e
menor desenvolvimento de calor,
• Vida útil suficientemente longa,
• Baixo ruído e vibração de rodagem.

Construção
Válvula, câmara de ar e a cinta de aro são componentes de um pneu. A
cinta de aro só é utilizada em motociclos e em veículos onde a câmara de ar AT_40_0008
deve ser protegida das cabeças dos niples dos raios. A câmara de ar deve
estar de acordo com o tamanho do pneu.
1. Superfície de contato 6. Cinto
O pneu consiste de: 2. Construção intermediária 7. Camada de borracha
• Carcaça (Carcaça de tecido), 3. Borracha lateral impermeável ao ar
• Cinto (principalmente em pneus radiais), 4. Válvula 8. Carcaça de tecido (Carcaça)
• Construção intermediária com superfície de contato (Protetor), 5. Abaulamento 9. Corcova
• Abaulamentos com alam de arame de aço embutida. 10. Ombro do aro

Treinamento Básico • Chassi 71


Carcaça Superfície de contato
Essa esta baseada em cordoalha de fios emborrachados as quais Isso é provido com um perfil. O perfil longitudinal dá ao pneu uma
geralmente são fabricadas em Raiom, Aço, Poliéster ou Kevlar. As sustentação lateral, o perfil transversal transfere a força da marcha. Os
cordoalhas são colocadas em camadas e isso pode ser tanto num ângulo ombros laterais da superfície de contato criam uma transferência à parede
orientado à direção de marcha (Pneu diagonal) ou em ângulo reto à lateral o que protege a carcaça.
direção de marcha (Pneus radiais).
Aquaplanagem
Ao enrolar, as cordoalhas são enroladas em torno dos dois anéis de aço Numa superfície molhada da estrada, uma cunha de água pode ser criada
(núcleos de abaulamento) e são então ancorados através de vulcanização. entre os pneus e a superfície da pista, o que eleva o veículo e ele é então
incapaz de ser controlado. Para reduzir o perigo de aquaplanagem, as
Construção intermediária ranhuras necessitam ter um mínimo de profundidade para que possam
Isso consiste de camadas múltiplas de fibras e acolchoamento com absorver muita água.
borracha, absorve os impactos e protege a carcaça. Além disso, elas necessitam de certas formas para que a água possa fluir
para fora com uma alta velocidade em curto tempo. A velocidade de
Cinto marcha precisa ser ajustada ao estado do perfil, à profundidade da água e à
Isso consiste de camadas múltiplas de fios de aço, fios têxteis, fibras de superfície da estrada.
nylon ou kevlar acolchoadas com borracha. O cinto está acima da carcaça e
é acabado da forma que os arames ou as fibras se cruzam. O cinto pode ser
dobrado nos pneus de alta velocidade, o que eleva a estabilidade.

1. Cinto de kevlar dobrado


2. Carcaça
3. Núcleo do abaulamento

AT_40_0009

Treinamento Básico • Chassi 72


Medidas e termos dos pneus Capacidade de carga do pneu
Tamanho de pneu Essas diferenciam os pneus contra suas capacidades de esforço. Para a
Isso é determinado através dos detalhes de 2 medidas: Largura do pneu em nomenclatura no passado, era usado o número PR A especificação 4 PR (Ply
mm e diâmetro do Aro em polegadas. Rating = Capacidade de Lonas) significava que devido à capacidade de sua
carcaça, ele \poderia ser carregado como um pneu com as camadas de
Razão do corte lonas de algodão. O número PR não é mais utilizado e foi substituído por um
As diferentes categorias de pneus, por ex. pneus balão, são aptas a Índice de Carga LI.
reconhecer como é determinada a relação da altura do pneu com a largura Esse é o número de código que mostra a mais alta capacidade de carga do
do pneu. O termo do pneu é dado em percentagem. pneu.
Pneus modernos têm largura maior do que altura. Se a altura dos valores do
pneu, por ex. 80% da largura então a largura : = 0,8 : 1. Como o valor A capacidade de carga do pneu está, de acordo com o fabricante do
percentual é utilizado nos termos do pneu, diríamos um pneu de 80. veículo, em conexão com a velocidade máxima, pressão de ar e queda.

Categorias de velocidade Exemplo dos termos de pneus


Elas diferenciam os pneus de um veículo de passageiros do que aquela de
um veículo comercial contra as suas velocidades máximas.. Toda alta 195 / 60 R 1488 H 354 / 35 ZR 15
velocidade está registrada com uma letra. 195 = Tamanho do pneu em mm 354 = Tamanho do pneu em mm
60 = Razão de corte 60% 35 = Razão de corte 35%
Velocidade máxima Símbolo de velocidade Termo R = Pneu radial ZR = Velocidade máxima 240
14 = Diâmetro do aro em pol. Km/h
160 kh/h Q 88 = Índice de capacidade de carga 15 = Diâmetro do aro em pol.
180 kh/h S H = símbolo da velocidade
190 kh/h T
210 kh/h H
240 kh/h V
270 kh/h W
300 kh/h Y
Acima de 160 kh/h ZR

Treinamento Básico • Chassi 73


Balanceamento O tamanho e a posição do peso de compensação são calculados numa
O peso de um pneu girando nunca é o mesmo em toda a sua circunferência. máquina de balanceamento.
No ponto onde aparece a maior massa é onde acontece o desequilíbrio, o
que significa que é criada uma força centrífuga e quanto maior, maior é o Se o pneu ainda está girando de forma desequilibrada então há um
momento de giro. desequilíbrio radial presente. Se o desequilíbrio radial exceder 1 mm na
superfície de contato, então o pneu deve ser girado na roda para reduzir o
Desequilíbrio estático desequilíbrio (Casamento).
Se por ex. através do bloqueio dos freios, um ponto da superfície de
contato do pneu é desconectado por atrito, então a massa maior posicional
oposta de uma força centrífuga a qual, com maiores velocidades, pode REGRAS DE PROCEDIMENTO
conduzir ao salto do pneu da superfície da estrada.
A falha pode ser encontrada quando a roda é oscilada, a parte mais pesada • Antes de remover as rodas do veículo, assegure o veículo contra
da roda irá parar em baixo. rodagem não planejada.
No lado oposto do ponto mais pesado da roda, um peso de equilíbrio com o • Somente use aros que tenham os pneus correspondentes.
peso requerido deverá ser fixado na roda. A roda está agora equilibrada • Verifique o aro quanto a rachaduras e remova qualquer ferrugem.
estaticamente. • Aperte as porcas de roda em sentido cruzado utilizando o torque
de aperto requerido.
Desequilíbrio dinâmico • Observe a necessária pressão de inflação para evitar danos aos
É raro quando a massa de peso está no mesmo nível como a massa de pneus.
compensação na roda. A roda está equilibrada em sua forma estática, mas • Depois de desmontar os pneus, tome nota deles e coloque-os num
em momentos mais elevados de curva, as forças centrífugas do momento ambiente fresco, seco e escuro. Não coloque os pneus em pé e não
de giro atuam diagonalmente ao eixo e fazem com que a roda salte. Nesse empilhe mais de 4 pneus um em cima do outro.
caso, ela tem um desequilíbrio dinâmico.

Treinamento Básico • Chassi 74


123456789
!"§$%&

Edição: 05/2008

Mercedes-Benz do Brasil Ltda


Global Training
Caixa Postal 1834
Campinas / SP – 13001-970

treina@mercedes-benz.com.br

Você também pode gostar