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Aplicação do escopo na construção de edifícios habitacionais em empresas privadas de Campo Grande/MS


dezembro/2014

Aplicação do escopo na construção de edifícios habitacionais em


empresas privadas de Campo Grande/MS

Fernanda Nascimento Lima – fer.arquiteta@hotmail.com


MBA em gestão de projetos para engenharias e arquitetura
Instituto de Pós-Graduação – IPOG
Campo Grande, MS, 17/04/2014.

Resumo
O presente estudo constitui uma análise da aplicação da gestão do escopo em edifícios
habitacionais de empresas privadas de Campo Grande/MS. Sabe-se que o processo de escopo
definido adequadamente é fator primordial para o sucesso de um projeto. É o responsável
pela definição e controle de todas as etapas a serem realizadas dentro do projeto de modo a
otimizar os processos reduzindo a quantidade de trabalho. Questiona-se com isso como essas
empresas estão atuando dentro dos processos de gerenciamento de escopo distribuídos nas
fases de planejamento, monitoramento e controle? A hipótese é que no cenário atual grande
parte dessas empresas não está fazendo uso de planos adequados de gerenciamento de
projetos. Como objetivos serão abordadas práticas adequadas na elaboração do escopo de
acordo com as normas do PMI (Project Management Institute), com intuito de otimizar
resultados utilizando o escopo como ferramenta essencial de planejamento e garantindo
assim o sucesso dos mesmos. A metodologia de pesquisa abordada foi o levantamento
bibliográfico e entrevista com profissionais da área. Os resultados obtidos indicam que as
empresas não concluem de maneira satisfatória seus projetos. Conclui-se que a falta de
planejamento é o principal ponto falho dentro das organizações.

Palavras-chave: Gerenciamento de escopo. Escopo. Planejamento. Projeto.

1. Introdução
O gerenciamento de projetos não é um mecanismo tão atual como se imagina, segundo
Ricardo Vargas (2009), “É um processo que vem sendo utilizado há mais de trinta anos e o
próprio PMI vem sendo utilizado há quase quarenta anos”.
Ainda de acordo com Ricardo Vargas:

Com a globalização e as mudanças, foram surgindo novos conceitos no que se


referem a gerenciamento de projetos. Na atualidade as taxas de crescimento das
empresas que estão adotando o gerenciamento de projetos são altíssimas, cursos
especializados estão surgindo a cada ano e profissionais especializados na área estão
sendo lançados no mercado, explodindo o gerenciamento de projetos. Com esse
cenário cada vez mais competitivo, as empresas que não estiverem voltadas para o
gerenciamento de projetos estarão fora do mercado (VARGAS, 2009).

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No conceito de Sotille:

A garantia do sucesso dos projetos está intimamente ligada a segurança de que o


projeto vá satisfazer as necessidades para as quais foi criado, ou seja, gerenciar a
qualidade. Isso envolve levantar em detalhes e especificar formalmente as
necessidades explícitas e implícitas dos clientes, usuários e outras partes
interessadas importantes, validá-los com essas partes interessadas e comprometer-se
a entregar o que foi especificado (nada mais), (SOTILLE, 2010).

Segundo o conceito dos autores, o gerenciamento de projetos cujo mercado está em ascensão
garantirá a realização de projetos bem sucedidos e estruturados, com resultados eficazes e
retornos satisfatórios de acordo com as expectativas esperadas por todos os membros
envolvidos na idealização de um projeto, e até superando as expectativas.
Como o gerenciamento do escopo do projeto é ferramenta essencial dentro do gerenciamento
de projetos Dinsmore e Cavalieri (2011:49) reitera os ensinamentos do Guia PMBOK (2008)
reafirmando que “O gerenciamento do escopo abrange os processos de gerenciamento
requeridos para que tenhamos a certeza de que a equipe do projeto realizará todo e somente o
trabalho necessário para que o projeto seja bem sucedido”.
O processo de escopo do projeto também tem outras finalidades como melhorar a precisão das
estimativas de custo, duração e recursos além de facilitar as designações de responsabilidades.

Segundo o Guia PMBOK Quarta Edição (2008):

O gerenciamento do escopo do projeto está relacionado principalmente com a


definição e controle do que está e do que não está incluso no projeto. O
gerenciamento do escopo abrange os seguintes processos: coletar requisitos; definir
o escopo; criar a EAP; verificar o escopo; controlar o escopo. Esses processos
interagem entre si e com os de outras áreas de conhecimento. Podendo envolver
esforços de uma ou mais pessoas com base nas necessidades do projeto (GUIA
PMNOK: 92).

De acordo com levantamentos feitos um dos fatores mais importantes está o gerenciamento de
escopo. O escopo é fator primordial dentro de um bom gerenciamento de projetos, pois é ele
que vai definir, detalhar e garantir o resultado e trabalho que deverá ser empregado com a
disponibilização da menor quantidade de recursos onerosos e de tempo cabíveis.
Diante deste cenário questiona-se como as empresas privadas de Campo Grande/MS
especializadas na construção de edifícios habitacionais verticais estão adequando os processos
de gerenciamento de escopo? Quais as vantagens e desvantagens com o emprego deste
processo que faz parte da gestão de projetos?
Dentro deste contexto o escopo surge contribuindo decisivamente para minimizar riscos
inerentes a execução de projetos, é ele que vai garantir todo o controle do trabalho a ser
realizado antes mesmo do projeto existir. É processo fundamental dentro do planejamento e
estruturação de qualquer projeto.
Este estudo tem como finalidade expor a importância da implantação do gerenciamento de
escopo dentro de uma organização, é uma ferramenta de apoio a gestão de projetos que tem

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como intuito aumentar as ações positivas e minimizar as premissas geradoras de riscos que
podem ocorrer durante todas as fases de um projeto. Um bom escopo associado à habilidade
de gerenciamento vai garantir o sucesso de projetos futuros na estrutura de uma organização.
A metodologia adotada para o presente estudo de caso foi: as revisões bibliográficas e
pesquisa qualitativa através da aplicação de entrevista, que tem como base de estudo a
seguinte questão central: Quais as vantagens competitivas que as organizações podem
adquirir implantando o gerenciamento de escopo para obtenção de projetos bem sucedidos?
O objetivo geral da pesquisa foi analisar se vem sendo realizado o planejamento do escopo
dentro das organizações. E quando realizado se esse processo está sendo aplicado seguindo
maneiras corretas de acordo com o Guia PMBOK. Para que assim seja possível traçar
propostas que visem melhorias na aplicação do gerenciamento de escopo dentro das
empresas, de acordo com a sua realidade e necessidades. Com o desenvolvimento e a análise
destes objetivos, pretende-se detectar os principais fatores que influenciam o sucesso na
realização de empreendimentos visando à obtenção de resultados eficazes e satisfatórios na
execução e finalização de projetos.
Os objetivos específicos que se pretende alcançar com o desenvolvimento desta pesquisa são:

 Caracterizar as boas práticas do uso da gestão do escopo;


 Detectar os pontos fortes no que se refere à aplicação da gestão do escopo em um
projeto;
 Sistematizar os pontos determinantes para sua ocorrência;
 Propor ações voltadas para a implantação de um programa de gerenciamento de escopo
dentro de uma organização privada.

2. Metodologia
A pesquisa é caracterizada como qualitativa e quantitativa, que, segundo Minayo (1993) a
pesquisa quantitativa “Atua em níveis de realidade na qual os dados se apresentam aos
sentidos e tem como campo de práticas e como objetivos trazer à luz fenômenos, indicadores
e tendências observáveis” e já a pesquisa qualitativa, para Godoy (1995) “tem o ambiente
natural como fonte de coletas de dados, tem caráter descritivo e enfoque indutivo”. De acordo
com Duffy (1987:131) “Combinar essas duas técnicas quantitativas e qualitativas tornará a
pesquisa mais forte, na qual os resultados de um método servirão de base para o planejamento
do emprego do outro método que o segue complementando-o”. Haja vista as citações dos
referidos autores a presente pesquisa além de ser qualitativa e quantitativa é também um
estudo de caso, que de acordo com o ponto de vista de Gil (1999:72) o estudo de caso vem a
ser “[...] estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu
conhecimento amplo e detalhado”.
A presente pesquisa também se caracteriza como exploratória e bibliográfica. Exploratória
porque foi realizada pesquisa de campo dentro de empresas da construção civil através de
entrevistas com profissionais da área e bibliográfica porque foram utilizados referenciais
teóricos de diferentes autores que discorreram sobre o assunto abordado, assim como dados
materiais colhidos através de entrevistas com engenheiros e arquitetos. De acordo com o
conceito de Vergara (2007):
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Existem dois critérios básicos para se classificar os procedimentos metodológicos:


quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins uma pesquisa pode ser
exploratória, descritiva, metodológica, aplicada e intervencionista. Quanto aos meios
de investigação pode ser pesquisa de campo, pesquisa de laboratório, documental,
bibliográfica, experimental, ex post facto, participante, pesquisa-ação e estudo de
caso (VERGARA, 2007).
.
O presente estudo teve como enfoque analisar a forma como as empresas estão aplicando a
metodologia do escopo em sua gestão, avaliando as alternativas de maneira que permita
visualizar o melhor desempenho das organizações no sentido de se obter melhores resultados.
O trabalho abordou etapas e metodologias diferentes de pesquisa. Em um primeiro momento
o tipo de pesquisa adotada foi a bibliográfica com o estudo e análise de autores de livros e
artigos sobre gestão de projetos, mais especificamente gestão do escopo. A pesquisa
explicativa é aquela que procura esclarecer quais os fatores determinantes para a ocorrência
de um fenômeno, neste caso a gestão do escopo.
Posteriormente foi adotada a pesquisa exploratória de dados primários realizados por
intermédio de estudos de caso com aplicação de entrevistas/ questionários feitos junto a
profissionais de empresas privadas do ramo da construção civil de Campo Grande, Mato
Grosso do Sul. O objetivo da pesquisa de campo é se obter uma visão do processo de gestão
que ocorre atualmente dentro das organizações.
Procurou-se identificar qual a importância do processo de escopo com relação aos resultados
obtidos pela empresa, como esse processo poderia rentabilizar e otimizar os projetos, como
vem sendo feito o detalhamento do escopo do projeto pela equipe responsável, qual a
satisfação daquelas que estão fazendo uso correto da gestão do escopo e outros fatores
determinantes deste processo dentro destas organizações.
O processo de análise e observações teve início no mês de agosto de 2013 e foi finalizado na
primeira quinzena de março com a realização de entrevistas e conversas informais com
engenheiros e arquitetos que trabalham dentro de empresas privadas de grande porte da
construção civil em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
Serviu como base para se conhecer a realidade vivida por estes profissionais dentro destas
empresas, também foram utilizados materiais bibliográficos que serviram como base de
estudo de teorias e conceitos aplicados ao gerenciamento de projetos.
A pesquisa contou com o estudo de variáveis identificadas através de uma observação da
situação vivida pelas organizações dentro do setor da construção civil, as quais serviram para
auxiliar no apontamento dos principais fatores influenciadores para o sucesso da entrega de
uma obra dentro do tempo e custo estimados, destacando-se entre eles:

a) Gestão de projetos;

b) Escopo bem definido.

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3. Cronograma de execução da pesquisa

Atividades/Período Mês de Mês de Mês de Mês de maio


agosto de outubro de abril de de 2014
2013 2013 2014
a mês de a mês de
setembro março de
de 2013 2014
Revisão da Literatura e
X X
Referencial Teórico
Preparação do Instrumento de Coleta X X
Coleta e Análise de Dados X
Redação do Artigo Científico X X X
Entrega do Artigo Científico X

4. Revisão Bibliográfica

4.1. Gerenciamento de escopo do projeto


Gerenciamento de escopo do projeto segundo Dinsmore e Cavalieri (2011:49), “Abrange os
processos de gerenciamento requeridos para que tenhamos a certeza de que a equipe do
projeto realize todo e somente o trabalho necessário para que o projeto seja bem sucedido”
também contemplando o entendimento de Sotille (2010) “O gerenciamento do escopo do
projeto é o processo que garante que o projeto inclui todo o trabalho requerido, e somente o
trabalho requerido para completa-lo com sucesso”. Analisando os conceitos dos autores pode-
se concluir que o gerenciamento do escopo do projeto atuará como um guia para que a equipe
do projeto se direcione de acordo com as tarefas a serem realizadas, evitando desperdício de
tempo, recursos humanos, de materiais, de equipamentos, de análise de custos benefícios de
técnicas e inúmeras falhas decorrentes quando não se tem uma gestão adequada de escopo.
De acordo com o Guia PMBOK (2008) os processos de gerenciamento do escopo do projeto
são:

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 Coletar requisitos – processo de definição e documentação das características do


produto que irão satisfazer as necessidades das partes interessadas.
 Definir o escopo – processo de desenvolvimento de uma descrição detalhada do
escopo do projeto.
 Criar a EAP – processo de subdivisão do trabalho do projeto em componentes
menores e mais facilmente gerenciáveis.
 Verificar o escopo – processo de formalização da aceitação das entregas concluídas do
projeto.
 Controlar o escopo – processo de monitoramento do progresso do escopo e
gerenciamento das mudanças feitas na linha de base do escopo (GUIA PMBOK,
2008:92).

A interação destes processos é bastante funcional na gestão do escopo, já que é uma sequência
planejada de ações que podem envolver um único membro ou todos os membros da equipe,
que buscarão empregar esforços e tomadas de ações necessárias no decorrer do projeto.

4.2. Plano de gerenciamento do escopo


De acordo com Sotille (2010) “O gerenciamento do escopo do projeto é a base para o
planejamento do projeto e para a criação de uma linha de base, devendo ser conduzido de
forma precisa, já que forma a base do trabalho a ser desenvolvido pelo projeto” de acordo
com esse entendimento todo projeto para garantir seu sucesso necessita de um plano de
gerenciamento de escopo, já que é ele que vai definir tudo o que será executado dentro do
projeto, servindo como linha de base do mesmo, caracterizando as ações a serem tomadas,
delimitando como as mesmas deverão ser executadas e controladas durante o planejamento do
projeto.
Para as empresas no âmbito da construção civil, planejar o escopo é um desafio diário e
constante, já que imprevistos ocorrem corriqueiramente dentro desse ambiente, podendo
interferir decisivamente nos resultados pré - estabelecidos, como no caso de prazos e custos
desejados. Partindo dessa premissa verifica-se que o plano de gerenciamento do escopo
deverá ser estruturado em processos que serão embasados em documentos que fazem parte do
plano de gerenciamento do escopo, documentos estes previamente elaborados, para que
futuramente possam ser verificados, gerenciados, acompanhados e controlados ao longo de
todo o projeto e composto por outros documentos que também fazem parte do plano de
gerenciamento do escopo como a Declaração de Escopo, EAP (estrutura analítica do projeto)
e o Dicionário da EAP.

4.3. Documentos de requisitos do projeto


Para Vargas (2009:57) “É o documento que registra os requisitos necessários para atender às
necessidades do projeto. Ele pode ser construído a partir de requisitos de alto nível, sendo
detalhado progressivamente com o projeto”. Como comentado anteriormente, o
gerenciamento do escopo é composto por documentos que fazem parte do plano de
gerenciamento do escopo, e o documento de requisitos do projeto é um destes documentos de

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composição do plano de gerenciamento do escopo do projeto. A coleta de requisitos é feita


pelo gerente de projetos e a equipe envolvida, tem como função efetuar todo o levantamento
de dados junto às partes interessadas, principalmente atender as necessidades e expectativas
das mesmas, em especial a dos clientes. É nessa fase que todo o trabalho será quantificado e
documentado servindo de base para o detalhamento do custo, do cronograma e da qualidade.
Após a anuência escrita e documentada dos patrocinadores e responsáveis pelo projeto através
de documentos como a Declaração Preliminar do Escopo e do Termo de Abertura do Projeto
é que se iniciará o planejamento com a coleta e registro dos requisitos, feito isso é que o
gerente de projetos e sua equipe irão se mobilizar para a definição e detalhamento do escopo.

4.4. Definição do escopo


De acordo com o Guia PMBOK (2008) escopo “É a soma dos produtos, serviços e resultados
a serem fornecidos na forma de projeto”. O escopo vai englobar todas as tarefas necessárias
para a realização do projeto através de uma descrição detalhada do projeto e do produto de
forma a otimizar prazos e custos, contribuindo para a rentabilização e consequentemente
aprimorando a qualidade e eficácia do projeto.

4.5. Declaração do Escopo


De acordo com Vargas (2009), “É um documento que formaliza o escopo de todos os
trabalhos a serem desenvolvidos no projeto, servindo de base para definir suas características
e limites”, ou seja, é este documento que vai descrever tudo o que vai ser realizado dentro do
projeto, determinando de forma clara qual trabalho deverá ser realizado e quais entregas serão
produzidas. Ele vai também identificar as partes interessados assim como designar quais as
responsabilidades inerentes a cada membro da equipe envolvida. Este documento deve conter
o nome do sponsor ou patrocinador, a definição do gerente de projetos que selecionará os
membros da sua equipe e a determinação para o orçamento do projeto, definição dos nomes
da equipe envolvida, a descrição do projeto, os objetivos do projeto, a justificativa ou motivos
do projeto, o produto do projeto feito através de um relatório que oriente quais mudanças
poderão ser efetuadas no projeto, quanto custará essas mudanças e a redução prevista no
tempo do pedido. Deverá conter também informações como os fatores de sucesso do projeto,
as restrições, as premissas, as exclusões específicas que delimitará o que será ou não incluso
no escopo, as entregas principais do projeto, o orçamento previsto, os marcos principais do
projeto, os critérios de aceitação do projeto, e para finalizar as aprovações do sponsor e da alta
administração do projeto seguidos da assinatura do gerente de projetos.
Portanto a declaração do escopo é um documento preliminar que contém todas as informações
necessárias para os estudos de análise do produto, de custos e benefícios. Além de informar a
equipe envolvida sobre os propósitos e objetivos do projeto. Este documento vai identificar os
riscos e as premissas inerentes em um projeto, para que as melhores práticas e estratégias
possam ser selecionadas e adotadas durante o percurso do projeto.

4.6. Criação da Estrutura Analítica do Projeto (EAP)


A estrutura analítica do projeto, também conhecida como WBS, de acordo com o Guia
PMBOK (2008:336), “É uma decomposição hierárquica orientada à entrega do trabalho a ser

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executado pela equipe do projeto para atingir os objetivos do projeto e criar as entregas
necessárias. Ela organiza e define o escopo total do projeto”. A criação da EAP permite uma
visualização mais clara de todo o processo do projeto, ela vai decompor os processos em
etapas como se fosse um organograma (hierárquico). Vai fazer a análise dos pacotes de
trabalho decomposto em forma de organograma, identificar os principais resultados do
projeto, direcionar a equipe do projeto, determinar os materiais necessários e seus custos
finais.
A EAP é elaborada através de níveis, onde no primeiro nível será colocado o nome do projeto,
e no segundo nível ou primeiro nível de decomposição do projeto serão colocadas as fases
que vão estabelecendo o ciclo de vida do projeto. A segunda fase também pode ser
decomposta por subfases ou subprodutos do projeto, responsáveis pelo planejamento, controle
e encerramento do projeto.

4.7. Dicionário da EAP


É um documento que serve para descrever aos integrantes da equipe o que deverá ser
realizado em cada pacote de trabalho do projeto que estiver classificado na Estrutura Analítica
do Projeto (EAP). Ele vai controlar quando cada trabalho deverá ser realizado pela equipe,
evitando aumento desnecessário do escopo e diminuindo esforços desnecessários na
realização das tarefas. Nele também estarão relacionados prazos, orçamentos, riscos,
qualidade, pessoal designado, entre outros.

4.8. Verificação do Escopo


É o processo de aceitação das entregas concluídas pelas partes interessadas como os clientes
ou patrocinador. Os mesmos irão revisar e aceitar a entrega do escopo através de uma
aceitação formal, este processo deverá ocorrer ao final de cada fase do projeto.

4.9. Controle do Escopo


Segundo o Guia PMBOK (2008:108), “É o processo de monitoramento do projeto e do
produto e gerenciamento das mudanças feitas na linha de base do escopo”. Quando ocorrem
mudanças no escopo, ocorrem processos de controle dos padrões de mudanças que ocorrem
no escopo, este processo faz parte do processo de controle do escopo.

5. Estudo de Caso – Aplicação do escopo na construção de edifícios habitacionais em


empresas privadas de Campo Grande/MS

Atuantes nos segmentos de incorporação residencial, as empresas: MRV Engenharia


Participações S.A, Egelte Engenharia Ltda e Grupo Plaenge formado pelas empresas Plaenge,
Vanguard Home e Emisa, são empresas de grande porte especializadas na construção de
edificações verticais habitacionais.
Estas empresas atuam na capital e região metropolitana de Campo Grande, Mato Grosso do
Sul. Idealizadas em satisfazer as necessidades de moradia das classes média e alta, oferecem a
seu público empreendimentos com alta qualidade construtiva.

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Inserindo essas empresas como referência, as mesmas foram objetos de estudos para a
composição e elaboração da presente pesquisa, foram verificados como estas empresas estão
desenvolvendo o processo de escopo do projeto de seus empreendimentos.

5.1. Apresentação da empresa 01:


A MRV Engenharia e Participações S.A está no mercado da construção civil desde 1979, se
destacando no mercado por oferecer linhas de financiamento habitacional, através de
incorporação imobiliária e construção de unidades residenciais populares e comerciais. Está
entre as maiores construtoras do país, atua na capital e região metropolitana de Campo
Grande, Mato Grosso do Sul.

5.2. Apresentação de dados e discussões


Com o propósito de analisar os pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças das empresas,
utilizou-se a análise SWOT. Conforme tabela abaixo:

1. Organograma;
2. Alta rentabilidade;
Pontos Fortes/ 3. Baixa rotatividade de funcionários,
Forças trazendo maior padronização e
menores custos com qualificação;
4. Padrões de atendimento.

1. Alta dependência da gerência de Rubens Menin,


fundador e atual presidente.
Pontos Fracos/
Fraquezas

1. Aumento de renda da classe C, representantes


de 52% da população e seu maior cliente alvo;
2. Acesso facilitado e maiores prazos de crédito, e
Oportunidades o MCMV, do qual participou da elaboração.

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1. Alta dependência do cenário político-econômico


atual. Qualquer mudança dificultaria o
Ameaças cumprimento das ousadas metas – como a de se
tornar a maior construtora residencial do mundo.

Tabela 1 – Análise S.W.O. T no ambiente interno da organização


Fonte: Pesquisa direta (2014)

5.3. Apresentação da empresa 02:


A empresa EGELTE Engenharia Ltda, iniciou suas atividades em 14 de junho de 1976,
estabelecendo-se em Campo Grande/MS a partir do ano de 1986. Dedicando-se à construção
civil de obras comerciais, industriais, residenciais, portos e obras públicas e de saneamento.
Sua área de atuação estende-se em todo o território nacional e exterior.

5.4. Apresentação de dados e discussões


Com o propósito de analisar os pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças da empresa,
utilizou-se a análise SWOT. Conforme tabela abaixo:

1. Missão, visão e valores da empresa definidos;


Pontos Fortes/ 2. Ética nos relacionamentos internos e externos da
Forças empresa;
3. Políticas de qualidade;
4. Políticas de segurança do trabalho;
5. Políticas de meio ambiente.

1. Alta rotatividade de funcionários;


Pontos Fracos/ 2. Forte concorrência na região.
Fraquezas

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1. Consolidação no mercado nacional.


Oportunidades

1. Atraso em obra pública de notória visibilidade


em Campo Grande/MS, ameaçando sua
Ameaças confiabilidade perante os clientes.

Tabela 2 – Análise S.W.O. T no ambiente interno da organização


Fonte: Pesquisa direta (2014)

5.5. Apresentação da empresa 03:


O Grupo Plaenge foi fundado em 1970, é a maior construtora residencial da região sul e uma
das dez maiores do Brasil. Atua principalmente nos segmentos Premium e “primeiro imóvel”.
O Grupo Plaenge Residencial atua em outras regiões do país e também em Campo Grande,
Mato Grosso do Sul.

5.6. Apresentação de dados e discussões


Com o propósito de analisar os pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças da empresa,
utilizou-se a análise SWOT. Conforme tabela abaixo:

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1. Pontualidade na entrega;
Pontos Fortes/ 2. Boa comunicação com os clientes;
Forças 3. Não está vulnerável as instabilidades do
mercado.

1. Histórico de acidentes com


Pontos Fracos/ mortes de funcionários.
Fraquezas

1. Consolidação no mercado da
Oportunidades América Latina;
2. Expansão para outros nichos de mercado com o
Programa Minha Casa, Minha Vida.

1. Continuidade de denúncias de corrupção,


ameaçando sua confiabilidade perante os clientes.
Ameaças

Tabela 3 – Análise S.W.O. T no ambiente interno da organização


Fonte: Pesquisa direta (2014)

6. Resultados da pesquisa

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Após a coleta de dados obtida através das entrevistas aplicadas, os resultados subjetivos foram
organizados em gráficos para melhor visualização, considerando-se o tipo de sujeito
pesquisado e as categorias analisadas.

0% Detalhamento do escopo dentro das empresas

Adequadamente detalhado

Detalhamento inadequado e
ineficiente

100%

Figura 1 – Gráfico
Fonte: Direta, (2014)
De acordo com o gráfico 1 as empresas pesquisadas apresentam-se muito mais operacionais
do que estratégicas, o que é uma deficiência em questões de planejamento, porque
imprevistos é o que mais ocorre dentro de um canteiro de obras. O escopo bem detalhado
preverá e calculará riscos e também definirá um cronograma detalhado.

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Pontos positivos de gerenciamento de escopo de maior importância para as


empresas

Figura 2 – Gráfico
Fonte: Direta, (2014)
De acordo com o gráfico da figura 2, os pontos de maior relevância dentro das organizações
pesquisadas por ordem de importância está a rentabilização dos custos, otimização do tempo,
eficiência nos resultados dos projetos e redução dos prazos de entrega.
Podemos ainda destacar que quando houve a utilização das técnicas adequadas de
planejamento de escopo os empreendimentos obtiveram os resultados esperados, já que todos
os riscos foram previstos e calculados, o cronograma foi eficiente e todos os recursos
necessários foram previstos, o escopo descreveu todos os processos pelos quais a obra deveria
ser conduzida.

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Pontos negativos que ocorrem com maior incidência dentro das empresas
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50% 50%
5
40%
4
30% 30% 30% 30%
MRV
3
20% 20% PLAENGE
2
EGELTE
1

0
Atrasos no Cronograma Aumento dos Custos Atrasos na Entrega da Obra
Previstos

Figura 3 – Gráfico
Fonte: Direta, (2014)

No gráfico 3 percebemos as deficiências que ocorrem com maior incidência nos projetos das
empresas pesquisadas. Os atrasos do cronograma da obra é um dos pontos negativos que com
frequência ocorrem dentro do ambiente das empresas, outros pontos são o aumento dos custos
previstos, e também os atrasos na entrega da obra quando não houve a aplicabilidade de um
plano de escopo.

Nível de informação dos stakeholders das empresas sobre as principais


entregas que o projeto deverá realizar para cumprir seus objetivos

60%

Informações adequadas
Informações inadequadas
40%

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Figura 4 – Gráfico
Fonte: Direta, (2014)

O gráfico 4 mostra que dentro das empresas pesquisadas as informações entre os membros
das equipes não ocorrem adequadamente. Acontecem reuniões mensais ou semanais entre as
partes interessadas, o que variou um pouco de empresa para empresa, porém, verificou-se que
não ocorrem planejamentos estratégicos, a comunicação existe, mas não ocorre da maneira
correta, pois a equipe deveria ser informada de suas responsabilidades dentro do projeto, dos
marcos iniciais e finais dos processos e etapas do projeto, o que na prática não está ocorrendo
dentro da maioria dos projetos das empresas abordadas.

Responsável pelo planejamento do escopo

Gerente de projetos 0%

Analista de MRV
100%
contratos PLAENGE
EGELTE
Analista de 100%
sistemas

Equipe 100%
orçamentista de…

0 2 4 6 8 10

Figura 5 – Gráfico
Fonte: Direta, (2014)
De acordo com o gráfico 5 constatou-se que dentro das empresas não existe um cargo
designado para gerente de projetos e sim pessoas que exercem outras funções dentro da
empresa, atuando como gestores de projetos e fazendo o planejamento do escopo. Foi
verificado também que estas pessoas não são as mesmas que participam da execução dos
projetos.

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Figura 6 – Gráfico
Fonte: Direta, (2014)

O gráfico 6 mostra as falhas ou erros mais comuns que ocorrem durante a execução dos
projetos das empresas abordas, ocasionados pelo emprego inadequado dos processos de
escopo na realização de seus empreendimentos.

7. Delimitação da pesquisa
Pesquisa realizada nas empresas MRV Engenharia e Participações S.A, Egelte Engenharia
Ltda e Grupo Plaenge Residencial, situadas respectivamente na Rua 13 de Maio, 2500 –
Centro, Campo Grande, Mato Grosso, Rua Joaquim Murtinho, nº 3339 – Bairro Chácara
Cachoeira, Campo Grande, Mato grosso do Sul e Rua Maracaju, nº 1122 – Campo Grande,
Mato Grosso do Sul.
Os participantes da pesquisa foram engenheiros e arquitetos funcionários das respectivas
empresas e a coleta dos dados primários foi realizada através de um roteiro de entrevistas e
conversas informais, realizada com estes funcionários.

8. Considerações Finais
De acordo com o universo empresarial destas empresas, este estudo aponta que elas estão
fazendo uso do escopo, traçando cronogramas, definindo prazos e custos, porém, na prática
estas ações não estão ocorrendo de acordo com as normas do PMBOK. O que foi descrito no
escopo, não está sendo cumprido, portanto os mesmos estão sendo falhos. Esses escopos
deveriam ser adequadamente detalhados, prevendo melhor os custos, calculando-se mais os

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riscos que normalmente não são calculados, não são planejados e nem previstos e com isso
consequentemente ocorre uma redução dos lucros, podendo haver, como já houveram
prejuízos para essas empresas. E quanto a questão de prazos detectou-se também sua
deficiência, o que se conclui que impreterivelmente deve-se haver maior detalhamento nas
informações e composição do escopo.
Dentro da importância da implantação de um bom gerenciamento de escopo do projeto de
uma organização um dos fatores relevantes está na busca de pessoas com experiência na área,
como na fase de execução principalmente, pois é nesta fase que se tornarão evidentes todos os
erros efetuados durante a fase de planejamento e iniciação do projeto, por isso a importância
do detalhamento adequado do escopo que ocorre na fase de planejamento, prevendo
cronogramas, interdependência entre atividades, alocação dos recursos envolvidos, análise de
custos, etc. O gerente que já conviveu com esta realidade, deveria ter um livro de lições
aprendidas, um diário de obras onde ele possa anotar todos os problemas convividos
diariamente em uma obra, ele poderia no escopo calcular vários riscos, tomando ações
preventivas e fazendo com que a obra seja executada com melhores recursos, otimizando
prazos e custos.
Com relação a otimização e rentabilização de um projeto, se durante o processo de execução
o escopo estiver bem detalhado o mesmo poderá prever e calcular riscos, tendo um
cronograma detalhado, um custo detalhado, tendo também os recursos necessários de
equipamentos, de mão-de-obra, de materiais e de fornecedores, existirá uma gestão de
qualidade no escopo. Se no escopo tiver todos os passos a passos dizendo como a obra deve
ser conduzida, não só a obra, mas o projeto em si terá uma excelente qualidade, buscando a
máxima possível. O que se observou foi que estas ações não estão ocorrendo dentro destas
organizações.
O detalhamento do escopo do projeto dentro dessas empresas vem sendo desenvolvido de
maneira mais operacional do que estratégica, e isto ocorre de maneira convencional e cultural
dentro do ambiente destas empresas abordadas. O correto seria que todas adotassem o
planejamento estratégico já que dentro deste ambiente de execução de obras o que mais
ocorre são imprevistos. Importante também é se ter conhecimento e experiência do processo.
Sobre a realização e distribuição das atividades nos vários departamentos das organizações o
que se constatou foi que por ser um problema cultural como comentado anteriormente, as
empresas não estão fazendo um planejamento adequado, elas fazem um planejamento antes da
obra, passam para o engenheiro um planejamento necessário, passam o orçamento, o
cronograma básico, o programa físico-financeiro conforme o orçamento mensal e os projetos
nem todos completos para seguir à execução, e isso se torna uma dificuldade muito grande, e
com isso elas não estão criando uma estrutura analítica do projeto.
Quanto à comunicação entre os envolvidos (stakeholders) nos projetos desenvolvidos por
essas empresas constatou-se que existe sim uma troca de informações entre os membros da
equipe. Mensalmente, os envolvidos nos projetos como em alguns casos o Banco do Brasil,
quando este estiver sendo o patrocinador/ financiador (Sponsor) do projeto, a alta direção, o
proprietário da empresa, o gerente de projetos e todos os envolvidos são informados do
andamento da obra durante a execução, monitoramento e controle. Porém, não há um
planejamento estratégico de como lidar com situações imprevistas. Há comunicação, mas não

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há um plano (processo) de comunicações como se deveria ter conforme as normas do


PMBOK, de maneira adequada de como deveria ser feito e quais as ações corretas que
deveriam ser tomadas.
Existe também a questão sobre se quem faz o planejamento do escopo é a mesma pessoa que
está executando o projeto e foi constatado que normalmente quem acompanha a execução dos
projetos não é a mesma pessoa que faz o planejamento do escopo, e sim uma equipe
orçamentista de planejamento que não tem experiência em executar obra, baseiam-se em
documentos, gráficos e teorias e jogam a responsabilidade para quem executar a obra. E o
mais adequado seria colocarem pessoas com experiência em executar obras para atuarem no
planejamento do escopo do projeto.
Com relação a informação dos colaboradores da empresa sobre os objetivos e funções
específicas de suas unidades de trabalho houve variação de empresa para empresa, já que a
aquela a qual se encontrava bem organizada em processos de qualidade e de acordo com as
regras da ISO 9000, os colaboradores estavam cientes de suas devidas funções e atribuições,
sobre quais seriam suas tarefas a serem executadas no dia-dia e quais os relatórios que
deveriam ser preenchidos. E somente quando houve falhas é que se constatou que o
preenchimento foi mecânico e não analítico, portanto os colaboradores deveriam fazer
análises e tomadas de ações para futuras melhorias.
A empresa que apresentou o plano de escopo aliado a um bom planejamento seguido de
ações preventivas e corretivas durante o monitoramento constatou-se sua total satisfação nos
resultados, porque foram otimizados tempo e custos.
As falhas ou erros mais comuns existentes na execução de uma obra, ou projeto quando não
foram aplicados os processos de escopo em seus projetos foi o desperdício de materiais, o
desperdício de recursos humanos, de equipamentos, de análise de custos benefícios de
técnicas, foram inúmeras as falhas principalmente atrasos na obra e prejuízos.
Foram propostas ações voltadas para a implantação de um programa de gerenciamento de
escopo dentro das empresas e o que se concluiu foi que realmente as empresas não tem sido
muito estratégicas e sim mais operacionais, então o que foi proposto foi a implantação de
gestão de projetos nestas empresas, com desenvolvimento de planos de escopo. De acordo
com as necessidades da obra precisa-se de alguém mais estrategista dentro de uma obra.
Durante o andamento das obras são constatados pontos positivos e negativos, se todos os
pontos negativos da obra forem repetitivos, conclui-se que não está havendo uma boa gestão,
se forem novos tornam-se um aprendizado, e acabam se tornando positivos para se evitar
ações preventivas futuramente, por isso a importância de se anotar diariamente os problemas
que estão ocorrendo, tomando ações a curto, médio e longo prazo, ações preventivas, e de
imediato a corretiva para que isso seja corrigido, então tudo dependerá do gestor da obra.
As referidas empresas citadas neste estudo não têm uma pessoa específica ocupante do cargo
de gerente de projetos, e sim pessoas classificadas em outros cargos como exemplo no cargo
de gerente de contratos, que atuam como gerentes de projetos. Com essa realidade constatou-
se que o índice de atrasos é crescente e corriqueiro entre elas. Os atrasos são decorrentes da
falta da gestão de projetos, de um escopo adequadamente definido, evitando com isso
prejuízos que também são rotineiros neste ambiente empresarial.

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A sugestão para melhoria do desempenho das organizações em seus processos produtivos foi
justamente a implantação de um gerenciamento do plano de escopo do projeto dentro das
organizações com contratação de um gerente de projetos que possa estar elaborando,
organizando e monitorando a execução dos processos do projeto dentro das organizações,
atuando em conjunto com uma equipe experiente em gerenciamento de projetos.

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