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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em

Gestão de Projetos – 2022

Processo de restruturação de projetos na modalidade home office

Beatriz Rodrigues dos Santos; Aline Gisele Zanao Benatto2


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Analista de Sistemas Pleno. Rua Boa Vista, 259 – 9° andar; Centro; 01014-000; São Paulo – SP, Brasil.
2
Doutora em Economia Aplicada. R. Alexandre Herculano, 120 – T6 – Vila Monteiro; 13418-445 Piracicaba, São
Paulo, Brasil
*autor correspondente: bia627@gmail.com

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Trabalho apresentado para obtenção do título de especialista em
Gestão de Projetos – 2022

Processo de restruturação de projetos na modalidade home office

Resumo

O modelo de trabalho home office surgiu no Brasil no ano de 1997 durante um


seminário, mas foi regulamentado na consolidação das leis de trabalho somente no ano de
2017. A pandemia de covid-19 surpreendeu o mundo e a alta taxa de transmissão do vírus
casou a obrigatoriedade de adaptação ao isolamento social como um dos meios mais
eficazes para impedir a disseminação do vírus, o rápido avanço da pandemia obrigou as
empresas a realizem uma rápida e inesperada transição para o modelo de trabalho remoto.
Utilizando como base esse contexto, o objeto principal é analisar o processo de
restruturação das empresas para a modalidade home office, focando no gerenciamento de
recursos, custos e pessoas, analisar como a gestão de projetos pode influenciar
positivamente no processo de restruturação, sem comprometer a produtividade e focar no
bem estar dos funcionários, através de uma pesquisa de cunho descritivo, exploratório e
qualitativa, elaboração e distribuição de questionários entre coordenadores, gestores e
funcionários de empresas que adotaram o home office e uma entrevista com uma empresa
que se tornou 100% home office durante a pandemia, através desses métodos é possível
entender o processo de reestruturação das empresas nessa nova modalidade de trabalho e
em como metodologias ágeis e um bom gerenciamento de processos pode influenciar para
a eficiência e qualidade de projetos mesmo em modalidade remota.

Palavras-chave: Gestão de projetos; Home Office; Reestruturação

Introdução

A modalidade de trabalho remoto teve sua primeira prática realizada em 1957 nos
Estados Unidos, na realização de trabalhos com telégrafos, onde não importava onde
operador estivesse, desde que pudesse desfrutar da infraestrutura necessária para
realização do trabalho.
Já no Brasil, o modelo de trabalho home office surgiu em 1997 durante um
seminário, porém só em 2017 o teletrabalho foi regulamentado na consolidação das leis de
trabalho no Brasil.
A pandemia do Covid-19 surpreendeu o mundo, a alta transmissão do vírus casou a
obrigatoriedade de adaptação ao isolamento social como um dos meios mais eficazes para
impedir a disseminação do vírus.
O rápido avanço da pandemia obrigou as empresas a realizarem uma rápida e
inesperada transição para o modelo de trabalho remoto, onde a grande maioria dos
profissionais tiveram que se adaptar à nova forma de exercer suas atividades de forma
remota, segundo o IBGE -PNADCOVID19 (2020) eram 8.7 milhões de profissionais em
atividade remota.
Segundo uma pesquisa realizada pela Faculdade de Economia e Administração da
Universidade de São Paulo (FEA-USP) e pela Fundação Instituto de Administração (FIA)
(2021) mostra que 73% das pessoas estão satisfeitas com o trabalho remoto, onde 81% dos

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entrevistados afirmam que a produtividade do trabalho remoto, é maior ou igual à da


atividade presencial.
O processo de restruturação de trabalho na maior parte das empresas ocorreu de
forma ágil, onde o que era previsto para se tornar comum em cinco anos, acabou se
tornando maciço em apenas alguns meses, dessa forma, o mercado precisou se adaptar e
percebeu que é possível aumentar a produtividade, cuidar da saúde, do bem-estar de todos
e ainda diminuir os custos, segundo um levantamento realizado pela consultoria Buildings,
especializada em mercado imobiliário corporativo, o número de espaços vagos em edifícios
comerciais na cidade de São Paulo subiu de 11,68% no primeiro semestre para 13,58% no
período atual, mostrando que as empresas estão se adaptando e reformulando seus
espaços para serem utilizados como uma espécie de coworking.
A necessidade de gerenciar projetos em home office trouxe para as organizações um
novo nível de exigência em termos de organização e controle, a nova modalidade de
trabalho trouxe a necessidade de agir rapidamente e permanecer sempre atento a todas
solicitações da equipe e do cliente, afim de manter um planejamento e controle do projeto
tão eficiente quando comparado ao trabalho presencial, quando bem estruturada o home
office pode trazer inúmeros benefícios como, redução de custos, otimização de atividades,
redução de desperdícios de recursos, contratação de talentos sem a preocupação de
distância, melhor gerenciamento de recursos e pessoas.
O PSMI, detentor da maior e mais respeitada certificação de gerenciamento do
mundo com aproximadamente 1 milhão de profissionais, já trouxe para o PMBOK 2020, seu
guia de boas práticas de gerenciamento, as novas diretrizes ágeis para conduzir projetos. O
Exposure Draft (2020) da sétima edição, um resumo que o PMI proporciona podemos notar
mudanças bruscas que o novo guia irá tomar, nas edições anteriores o guia seguia uma
abordagem baseada em processos, com passos sequenciais pré-elaborados. A nova
abordagem traz foco para o valor agregado no resultado, deixando em segundo plano os
processos e baseando-se em princípios. Esses princípios trazem diretrizes de como o
gerente de projetos deve se comportar, independente da natureza do projeto, permitindo a
adaptação de acordo com o desenrolar do projeto.
O objetivo deste trabalho é analisar o processo de restruturação das empresas para
a modalidade home office, focando no gerenciamento de recursos, custos e pessoas e
verificar como a gestão de projetos pode influenciar positivamente no processo de
restruturação, sem comprometer a produtividade e focar no bem-estar dos funcionários.

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Material e Métodos

Essa pesquisa se classifica como cunho descritivo, exploratório e qualitativa.


Pesquisas descritivas são aquelas que visam descrever características de uma população,
amostra, contexto ou fenômeno, normalmente utilizadas para estabelecer relações entre
construtos ou variáveis nas pesquisas quantitativas, de acordo com Gil (2017) pesquisas
que buscam levantar opiniões, atitudes e crenças de uma população.
Segundo Gil (2017) as pesquisas exploratórias tendem a ser mais flexíveis em seu
planejamento, pois pretendem observar e compreender os mais variados aspectos relativos
ao fenômeno estudado pelo pesquisador.
Segundo Ganga (2012) as pesquisas qualitativas são utilizadas quando o objetivo de
análise é compreender um fenômeno em seu estado real, quando se pretende responder
questões como, por que ou de que forma o respetivo fenômeno ocorre. Além disso, a
abordagem qualitativa é adequada quando o foco da problemática envolve o homem em seu
contexto de trabalho ou sistema social.
Dessa maneira, as abordagens descritivas, exploratórias e qualitativas se mostram
apropriadas para entender como foi realizado o processo de restruturação de projetos e
trabalhos na modalidade home office e em como um bom gerenciamento de projetos pode
influenciar positivamente nesse processo, minimizar os danos e maximizar a economia,
utilizando como exemplo metodologias ágeis, frameworks e ferramentas de controle.
O estudo de caso desse projeto baseou-se por meio questionários entre
coordenadores, gestores e funcionários de empresas que adotaram o home office, e uma
entrevista com uma empresa de transformação digital que se tornou 100% home office
durante a pandemia COVID-19.
Para aplicação do questionário foi utilizada como ferramenta de coleta de dados, a
plataforma Google Forms que é uma plataforma de pesquisa que possibilita a criação de
formulários personalizados para cada situação além de reunir resultados através de
gráficos. Os questionários foram aplicados entre o mês de dezembro de 2021 até o mês de
fevereiro de 2022. Já na parte referente ao estudo de caso foi realizada uma entrevista com
o responsável da área de recursos humanos de uma empresa de transformação digital que
se tornou 100% home office durante a pandemia COVID-19.
Durante a primeira etapa do processo foi realizada uma pesquisa exploratória por
meio de estudos bibliográficos referentes a modalidade de trabalho remoto e em como a
pandemia de COVID-19 tornou esse estilo de trabalho mais adotado nas empresas.
Na segunda etapa do processo de desenvolvimento foi realizada uma busca por
profissionais que já atuaram ou que estão atualmente atuando de forma remota para a
aplicação de uma pesquisa de campo por meio de um questionário composto por questões

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de múltiplas escolhas e também abertas para que fosse possível haver uma maior
compreensão em relação aos resultados.
Na terceira etapa foi realizada uma coleta de dados juntamente com uma empresa
de transformação digital citada anteriormente, afim de acrescentar juntamente com os
formulários distribuídos um resultado mais preciso referente a restruturação de projetos na
modalidade home office.
Na quarta e última etapa, após a coleta e tabulação dos dados, foi desenvolvida uma
análise sobre o processo de restruturação e em como um bom gerenciamento de projetos
pode influenciar positivamente nesse processo, minimizar os danos e maximizar a
economia, utilizando como exemplo metodologias ágeis, frameworks e ferramentas de
controle.

Resultados e Discussão

A primeira etapa de resultados desse projeto se deu através de uma pesquisa de


cunho exploratória para que pudesse ser possível compreender e avaliar o processo de
trabalho na modalidade home office e em como a pandemia de COVID-19 alavancou esse
estilo de trabalho e em como foi possível torná-lo mais visível no mercado.
O IBGE em 2018, realizou um levantamento mostrando que 3,8 milhões de
brasileiros trabalhavam em home office, já em 2020, esse número subiu para 7,9 milhões
que estão trabalhando remotamente em 2020.
Um relatório realizado pela Buffer e AngelList nomeado State of Remote Work,
constatou que o trabalho remoto é uma realidade e que tende a durar a longo prazo.
Foram entrevistados mais de 3.500 trabalhadores remotos do mundo todo onde foi
constatado que cerca que 98% dos trabalhadores querem continuar trabalhando
remotamente pelo resto de suas carreiras, além de que após vivenciar esse estilo de
trabalho 97% dos entrevistados recomendam para outras pessoas.
Em relação aos benefícios que o trabalho home office proporciona a pesquisa State
of Remote Work foi constatado que 32% dos entrevistados informaram que o maior
benefício do trabalho remoto seria a capacidade de ter um horário flexível, enquanto 26%
constatou que seria a flexibilidade de se trabalhar de qualquer lugar, 21% sobre a
necessidade de não precisar se descolar e 11% no que diz respeito a conseguir passar mais
tempo com a família.
No que se refere aos desafios enfrentados no home office a pesquisa State of
Remote Work revelou que 20% dos entrevistados tem dificuldades em relação a
colaboração e comunicação, solidão e afastamento, já 18% afirma não ser possível

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desconectar no horário previsto e 10% em relação ao fuso horário diferente dos colegas de
trabalho.
Após a realização leitura e entendimento sobre o tema a ser explorado, foi possível
suceder para a segunda etapa do desenvolvimento desse projeto, a coleta e apresentação
de dados obtidos através de uma pesquisa realiza com profissionais, coordenadores e
gestores afim de conhecer a percepção, experiência, benefícios, desafios e em como é
realizado o gerenciamento e monitoramento de atividades e projetos na modalidade home
office. O formulário foi distribuído através de um link onde os voluntários poderiam
responder remotamente as perguntas propostas desde que os termos referentes a pesquisa
fossem aceitos pelos participantes.
Foram distribuídos dois tipos de formulários, o primeiro voltado exclusivamente para
profissionais que atuam ou atuaram na modalidade remota, já o segundo questionário
voltado exclusivamente para coordenadores e gestores, foi realizada essa divisão para que
pudesse fosse obtida uma comparação entre a visão do funcionário e a visão do gestor no
que diz respeito ao home office.
A primeira etapa do questionário é voltada somente para profissionais que estiveram
ou estão atuando remotamente, representados através de porcentagens de respostas e a
demonstração por meio de gráficos obtidas por 126 profissionais que se propuseram a
responder a pesquisa. A primeira pergunta questiona qual a faixa etária do participante e é
demonstrado o resultado através do gráfico abaixo, dividido por faixa etária.

Primeira pergunta – Qual a sua faixa etária?

Figura 1 – Faixa etária dos respondentes


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

Pode-se notar que 47,2% tem entre 22 a 26 anos, seguindo de 32% entre 27 a 35
anos, 14,4% acima de 35 anos e 6,4% entre 18 a 21 anos. Com base nos resultados obtidos
pode-se evidenciar que o home office é mais popular entre os jovens.
A segunda e a terceira pergunta foram referentes a alteração do regime de trabalho
presencial, se os entrevistados já atuaram ou se estão atualmente trabalhando home office.

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Segunda pergunta – Você está atualmente trabalhando em home office?

Figura 2 – Participação trabalho home office


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

Terceira pergunta – Você já trabalhava antes da pandemia em home office?

Figura 3 – Participação trabalho home office antes da pandemia


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

Conforme os gráficos 2 e 3, a porcentagem de profissionais que já atuavam em


home office antes da pandemia era de apenas 12,7% e já durante a pandemia esse número
sobe para 74,7%.
Pode-se notar que devido a pandemia de COVID-19 foi necessário realizar uma
rápida e inesperada transição para o modelo de trabalho remoto pois com o rápido avanço
da disseminação do vírus o trabalho presencial não havia como ser uma opção.
A quarta pergunta já abrange a respeito da produtividade em relação ao trabalho
remoto e em como os entrevistados se sentiram em relação a mesma.

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Quarta pergunta – Você sente que a sua produtividade aumentou, diminuiu ou permaneceu
igual durante a modalidade de trabalho remoto?

Figura 4 - Produtividade no trabalho remoto


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

É possível perceber que em relação a produtividade 57,7% considera que aumentou


após a implantação do home office, enquanto 32,5% consta que permaneceu igual, e
apenas 9,8% dos entrevistados afirmam que a produtividade sofreu uma queda quando
comparada a modalidade de trabalho presencial.
A quinta pergunta é referente aos gastos economizados durante o trabalho home
office.

Quinta pergunta – Você sente que seus gastos diminuíram com a implantação do home
office?

Figura 5 – Despesas trabalho home office


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

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Segundo o resultado, 69,9% dos profissionais informam que os gastos diminuíram,


isso se dá pela economia gerada a partir necessidade de não precisar gastar dinheiro com
alimentação e transporte para se locomover até o ambiente de trabalho.
A sexta pergunta é referente ao tempo livre para se dedicar a outras atividades a
partir da implantação do home office.

Sexta pergunta – Você sente que teve mais tempo livre para se dedicar a outras atividades
com a implantação do home office?

Figura 6 – Atividade extras no home office


Fonte: Resultados originais da pesquisa.
Para 82,3% dos entrevistados afirmam que houve uma melhora em relação ao tempo
livre com a implantação do home office, isso se dá devido ao fato de que foi possível
transferir o tempo gasto com a locomoção até o ambiente de trabalho para outras atividades
pessoais.
Já a sétima pergunta é referente a comunicação com a equipe quando comparada a
modalidade presencial se aumentou, diminuiu ou permaneceu igual.

Sétima pergunta – Você sente que a comunicação com a equipe diminuiu, aumentou ou
permaneceu a mesma durante o trabalho remoto?

Figura 7 – Comunicação home office


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

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Pode-se notar que no quesito comunicação 39,7% constatou que houve uma
diminuição na comunicação, já 36,5% informam que permaneceu igual enquanto para
23,8% aumentou.
A oitava pergunta é referente as dificuldades de se trabalhar remotamente.

Oitava pergunta – Você sentiu alguma dificuldade em trabalhar remotamente?

Figura 8 – Dificuldade trabalho home office


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

Nota-se que 63,9% informou que não houve nenhum tipo de dificuldade, porém
36,10% afirmam que sofreram dificuldades, foi solicitado que os participantes
exemplificassem tipos de dificuldades, onde os mais citados foram: dificuldade de
comunicação em reuniões com muitos integrantes, perda de foco, aumento de cobrança e
contato rápido com os integrantes do time.
A nona pergunta foi a respeito dos benefícios identificados.

Nona pergunta – Quais os principais benefícios que você identificou na modalidade


de trabalho remota?

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Figura 9 – Benefícios home office


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

A maior parte dos entrevistados citaram a economia de dinheiro, tempo, possiblidade


de trabalhar de qualquer lugar, maior produtividade, proximidade com a família e maior
qualidade de vida.
Já a décima e última pergunta é referente a qual modelo que os entrevistados
gostariam de seguir pós pandemia.

Décima pergunta – Como você gostaria de trabalhar pós pandemia?

Figura 10 – Modalidade trabalho pós pandemia


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

Nota-se que 55,1% prefere o modelo híbrido onde fica distribuído alguns dias da
semana para trabalhar presencial e outros para trabalhar remotamente, já 40,2% prefere o
modelo 100% home office, enquanto somente 4,7% referem o modelo presencial.
A segunda etapa foi realizada através de um formulário que foi elaborado para
gestores e coordenadores de equipe, além de conter as mesmas perguntas do formulário
acima, esse formulário abrange na visão do gestor em como foi e está sendo gerenciar a
equipe na modalidade home office, representados através de porcentagens de respostas e a
demonstração por meio de gráficos obtidas por 45 gestores e coordenadores que se
propuseram a responder a pesquisa.
A primeira pergunta foi a respeito da produtividade da equipe após a implantação do
home office.

Primeira pergunta – Em relação a produtividade da sua equipe durante a modalidade home


office como você avalia?

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Figura 11 – Produtividade da equipe durante o home office


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

Percebe-se que 51,3% dos entrevistados afirmam que a produtividade aumentou, já


30,8% informa que permaneceu igual e para 17,9% diminuiu.
A segunda pergunta foi referente a satisfação no desempenho da equipe.
Segunda pergunta – Você está satisfeito com o desempenho da sua equipe durante o home
office?

Figura 12 – Desempenho da equipe com o home office


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

Nota-se que 84,2% responderam que estão sim satisfeitos com o desempenho da
equipe, enquanto 15,8% afirmam não estarem satisfeitos.
A terceira pergunta foi em relação aos benefícios sobre o trabalho remoto, porém na
perspectiva do gestor.

Terceira pergunta - Quais os principais benefícios que você evidencia sobre o


processo de trabalho remoto?

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Figura 13 – Benefícios home office de acordo com gestores


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

Para 75% o maior benefício é a possibilidade de se trabalhar de qualquer local, já


67,5% gostam da flexibilidade que o home office permite, 62,5% sobre a economia de tempo
e dinheiro e para 60% o maior benefício é a comodidade.
A quarta pergunta se refere as dificuldades evidenciadas durante o home office.

Quarta pergunta - Quais as principais dificuldades que você evidencia sobre o processo de trabalho
remoto?

Figura 14 – Dificuldades no trabalho home office, segundo os gestores


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

De acordo com o resultado 71,8% evidenciaram que a falta de organização é a maior


dificuldade nessa modalidade de trabalho, 43,6% afirmam a respeito do controle de horas, já
30,8% informaram que o excesso de trabalho é um grande desafio.
A quinta e sexta pergunta se baseiam na aprovação do home office na visão dos
gestores mesmo após a pandemia, se uma boa gestão de projetos e o uso de ferramentas
adequadas pode facilitar o desempenho e a produtividade da equipe tanto no modelo

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remoto quanto no modelo presencial e quais são as ferramentas que os gestores utilizam
para ter um bom gerenciamento.

Quinta pergunta - Você gostaria que sua equipe continuasse com a modalidade home office mesmo
após o fim da pandemia?

Figura 15 – Preferência por modalidade de trabalho


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

Nota-se que 61,5% dos gestores afirmam que gostariam que a equipe permanecesse
home office mesmo após a pandemia, comprovando que o modelo de trabalho remoto
funciona efetivamente se bem gerenciado.
Sexta pergunta - Você acredita que uma boa gestão e projetos e o uso de
ferramentas corretas pode facilitar o desempenho e produtividade no home office tanto
quanto no trabalho presencial?

Figura 16 – Uso de ferramentas de gestão como facilitador de projetos no home office


Fonte: Resultados originais da pesquisa.

Quase unanimemente foi constatado que sim, uma boa gestão de projetos e o uso
de ferramentas corretas pode tornar mais efetivo o desempenho e a produtividade da
equipe, foi pedido também para que fosse citado quais ferramentas eram mais utilizadas e
foram relatadas as seguintes respostas: Rise, Kanban, Azure Devops, Canvas, Jira,
Microsoft To Do e Planner.

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Após a coleta e análise dos resultados obtidos por meio do questionário, foi possível
avançar para a terceira etapa dessa pesquisa, que se deu através de uma entrevista com
um especialista na área de recursos humanos e responsável pelo projeto que tornou uma
empresa de transformação digital em uma organização 100% home office e em como o uso
de ferramentas e uma boa gestão de projetos foi fundamental para que essa nova
estruturação pudesse ser bem sucedida.
Foi solicitado que o nome da empresa não fosse citado devido ao fato de que ela é
uma empresa de consultoria multinacional com ações na bolsa de valores, e por esse
motivo a entrevista segue anônima apenas com o intuito de coleta e análise de dados
referentes ao tema abordado com a finalidade de suplementar todos os demais meios de
pesquisa.
O passo principal para que a mudança pudesse ocorrer dentro da organização foi
primeiro a adoção por parte de toda empresa a filosofia Lean Manufacturing, que foi
desenvolvida pela Toyota na década de 1950 no Japão, foi o principal combustível que
contribuiu na transformação da empresa em uma das principais indústrias do segmento
automotivo, visando reduzir desperdícios enquanto aumenta a produtividade e a qualidade,
o entendimento e adoção dessa filosofia foi o passo principal para que mesmo na
modalidade remota não houvesse perda de produtividade e qualidade no serviço que
sempre foi oferecido aos seus clientes, feito isso, foi adotado nos projetos as práticas Lean,
tais como gerenciamento de indicadores, cadeia de ajuda, Kaizen ou A3 e Gemba Walk.
A maioria dos projetos da empresa já utilizavam metodologias ágeis para o
gerenciamento, porém na modalidade remota foi necessário um maior domínio e
entendimento das mesmas com o objetivo que o cliente pudesse se sentir seguro em
relação ao trabalho prestado da melhor maneira possível mesmo através da distância.
Para os 90% dos projetos atuais utilizam o framework Scrum como principal
implementação para o desenvolvimento ágil, desenvolvido por Ken Schwaber e Jeff
Sutherland na década de 90, propõe que um projeto seja dividido em diversos pequenos
ciclos de atividades, com reuniões frequentes para que a equipe possa alinhar o que vem
sendo feito e pensar em formas de melhorar o processo com agilidade, onde os papeis
fundamentais no gerenciamento de projetos com scrum são compostos pelo time de
desenvolvimento, scrum master e product owner, onde são executados cinco eventos
listados como, sprint, planejamento da sprint, reunião diária, revisão da sprint e retrospectiva
da sprint.
Com a adoção do framework scrum nos projetos foi possível um melhor
gerenciamento e monitoramento de tudo que está sendo desenvolvido e entregue ao cliente,

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além de utilizar em conjunto o software Jira para monitoramento de tarefas e


acompanhamento de projetos.
Já os 10% dos projetos utilizam como metodologias ágeis o Extreme Programming
(XP) e o Kanban.
Durante a entrevista foi relatado que periodicamente é realizada uma pesquisa de
satisfação referente a modalidade de trabalho home office, sobre o contentamento de todos
os funcionários e constantes reuniões para levantar novas metodologias e ferramentas para
tornar essa modalidade muito mais eficiente.
Com os três tipos de pesquisas realizadas chegamos a quarta e última etapa dessa
pesquisa, que tem a finalidade de previamente resumir os resultados através da análise de
todos os dados coletados acima.
A modalidade home office é uma realidade em diversas empresas no Brasil, tendo
um destaque maior a partir da pandemia de COVID-19 e se fazendo presente mesmo após
o controle do vírus SARS-CoV-2.
O gerenciamento de projetos e o uso de metodologias ágeis faz total diferença na
adoção dessa modalidade, afim de realizar uma entrega de valor até mesmo a distância, o
uso de quadros como Kanban e Jira, por exemplo são a prova de que não é necessária uma
equipe presencial para que os resultados possam ser obtidos.
O home office está em constante expansão, e as boas práticas de metodologias
ágeis e um bom gerenciamento de projeto tende a crescer e expandir cada vez mais, uma
vez que se torna muito viável e econômico para a empresa, desde que possua
conhecimento e saibam aplicar uma gestão nos projetos.

Considerações Finais

A escolha do tema se deu como principal razão o aumento do percentual de


empresas que adotaram a modalidade de trabalho home office durante a quarentena em
razão a grande e rápida proliferação do vírus SARS-CoV-2. A pandemia de COVID-19 gerou
uma gigantesca crise mundial tanto na área da saúde, quanto econômica, tendo como maior
consequência a morte de centenas de pessoas, como também a falência de diversas
empresas gerando por consequência grandes taxas de desemprego. A modalidade de
trabalho remoto que no passado não era muito adotado, foi visto como uma grande
alternativa para que as empresas pudessem manter seus projetos e atividades em
funcionamento. Em relação aos objetivos específicos, foram realizadas pesquisas em
relação ao tema, os artigos foram fundamentais para que pudesse haver o embasamento
necessário para a realização de um questionário com perguntas que pudessem ajudar a
chegar em uma conclusão mais realista possível sobre o tema. A busca foi aberta a
profissionais de diversas áreas que estivessem trabalhando home office, onde a maior parte
dos entrevistados eram da área de tecnologia, após a coleta de dados, foi possível
compreender como os profissionais estão se organizando em relação a esse novo estilo de

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trabalho e em como melhorias continuas são necessárias para que o bom andamento dessa
modalidade seja sempre positivo, além de evidenciar que metodologias ágeis e um bom
gerenciamento de projetos é nitidamente necessário para se alcançar o objetivo, assim
como a entrevista com a empresa foi extremamente necessária para que além de coletar
dados através de profissionais fosse possível também coletar informações por parte de uma
empresa que adota fielmente essa modalidade de trabalho, e em como a adoção do Lean
Manufacturing, boas práticas e o uso correto de metodologias ágeis nos projetos pudesse
influenciar de forma positiva no maior aprimoramento da modalidade sem a perda de
produtividade e focando no bem estar dos seus funcionários e clientes. Conclui-se que
através dessa pesquisa foi possível entender melhor a modalidade de trabalho home office,
a opinião de funcionários e a visão da empresa em relação ao uso dessa modalidade, além
de evidenciar o uso de metodologias ágeis e boas práticas para que independente da
modalidade de trabalho escolhida possa-se haver eficiência e qualidade, a reestruturação de
empresas para modalidade home office ocorreu de forma natural e promissória, levando a
modalidade remota a uma realidade atual e um ponto atrativo para os funcionários, além de
que as reflexões e informações contidas nessa pesquisa são relevantes para o
desenvolvimento do modelo de trabalho remoto e poderá ser utilizado para o futuro após a
pandemia, pois o conhecimento se trará útil e enriquecedor no meio onde é aplicado.

Agradecimento

Agradeço primeiramente a Deus, por me dar força, coragem e guiar meu caminho
até aqui, a minha mãe por sempre me encorajar e me apoiar durante minha vida academia e
pessoal, a memória do meu pai por me proporcionado diversas oportunidades e por
continuar sempre guiando e iluminando meu caminho, aos meus amigos que sempre me
apoiaram e tornaram minha vida mais leve, a todos meus colegas que contribuíram direta e
indiretamente para que eu pudesse chegar até aqui, a minha orientadora Aline Gisele que
prestou todo suporte e apoio necessário para que eu pudesse desenvolver esse trabalho de
conclusão de curso da melhor maneira possível, e um agradecimento especial a memória do
grande professor André Luiz Ribeiro que eu tive a honra de aprender muito, que me
apresentou ao mundo de gerenciamento de projetos, tornou o que era para ser uma área
difícil em algo fascinante de se conhecer e que infelizmente não tive a chance de aprender
mais com ele mas que com certeza seu legado e sua forma de ensinar jamais serão
esquecidos pelos seus alunos.

Referências
Corrigir formatação das referências – ver normas – devem estar em Ordem Alfabética

Guia Home Office [PortalIS]. 2011. Como surgiu o Home Office. Disponível em:
<https://homeoffice.portaliso.com/como-surgiu-o-home-office/>. Acesso em: 02 outubro
2021.

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Agência de notícias do IBGE [IBGE]. 2021. Brasil em números 2021 mostra retrato do país e
os impactos da pandemia. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-
noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/31713-brasil-em-numeros-2021-mostra-retrato-
do-pais-e-os-impactos-da-pandemia>. Acesso em: 02 outubro 2021.

Agência de notícias do IBGE [IBGE]. 2021. Brasil em números 2021 mostra retrato do país e
os impactos da pandemia. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-
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do-pais-e-os-impactos-da-pandemia>. Acesso em: 02 outubro 2021.

Agência Brasil [EBC]. 2021. Número de trabalhadores em home office diminui em novembro
de 2020. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/
2021-02/numero-de-trabalhadores-em-home-office-diminuiu-em-novembro-de-2020>.
Acesso em: 02 outubro 2021.

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