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Topologia Das Variedades PDF
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Welington de Melo
1 Variedades Diferenciáveis 5
1.1 Estrutura de variedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2 Aplicações diferenciáveis entre variedades . . . . . . . 7
1.3 Grupos de Lie . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.4 O Lema de Sard . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3 Aplicação Exponencial 54
3.1 A equação das geodésicas . . . . . . . . . . . . . . . . 54
3.2 Vizinhança tubular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
3.3 Vizinhanças geodesicamente convexas . . . . . . . . . 64
3.4 O fluxo geodésico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5 Cálculo em Variedades 86
5.1 O Teorema de Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
5.1.1 Álgebra exterior . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
5.1.2 Formas diferenciais . . . . . . . . . . . . . . . . 88
5.1.3 Derivada exterior e o Teorema de Stokes . . . . 91
CONTEÚDO
7 Fibrados 160
7.1 Fibrados com grupo estrutural . . . . . . . . . . . . . 160
7.2 O Fibrado de jatos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183
8 Transversalidade 187
8.1 A topologia de Whitney em C r (M, N ) . . . . . . . . . 187
8.2 Teoremas de transversalidade . . . . . . . . . . . . . . 205
12 Cohomologias 367
12.1 Cohomologia de Feixes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 367
12.2 O feixe de orientação de uma variedade . . . . . . . . 385
12.3 O anel de cohomologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . 392
12.4 O produto cap e dualidade de Poincaré . . . . . . . . . 405
PREFÁCIO
A noção abstrata de variedades já aparecia na teoria de funções
analı́ticas de uma variável complexa. Uma série de potências conver-
gente define uma função holomorfa em seu disco de convergência que
pode ser estendida usando o princı́pio da continuação analı́tica que
produz funções multivaluadas que podem ser vistas como funções em
uma superfı́cie de Riemann.
No final do século 19 Poincaré, em uma série de artigos introduziu
o que chamamos topologia das variedades que denominou Analysis
Situs. Para êle uma variedade era um subconjunto de um espaço eu-
clideano definido por uma famı́lia de equações, isto é, subvariedades
do espaço euclideano. Conjeturou que toda variedade C r , com r ≥ 1
era triangularizável (demonstrada em 1930 por S. Cairns) e definiu os
grupos de homologia de uma variedade com respeito à uma triangu-
larização e também conjeturou que esses grupos eram independentes
da triangularização e de fato invariantes por homeomorfismos. Essa
última conjectura só foi mostrada anos mais tarde por Alexander
usando as ideias de Brouwer de aproximação simplicial Nesta época
Poincaré também introduziu a noção de grupo fundamental. Os pri-
meiros 30 anos do século 20 foram dominados pelo desenvolvimento
de métodos combinatórios e algébricos na topologia. A noção abs-
trata de variedades diferenciáveis, que já tinha sido antecipada por
H.Weyl em 2012 no seu tratado sobre superfı́cie de Riemann, só foi
desenvolvido por H. Whitney por volta de 1936 que provou que uma
variedade diferenciável abstrata é de fato difeomorfa a uma subvari-
edade de um espaço euclideano. Nascia aı́ a topologia diferencial que
teve um desenvolvimento intenso com a prova do teorema de Morse-
Sard em 1942 e os trabalhos de R. Thom, J. Milnor, S. Smale entre
outros.
Também nos anos 30 Lefschets introuduziu a homologia relativa
e a noção de homologia foi estendida para espaços mais gerais, não
necessariamente triangularizáveis. Surgiram então a homologia sin-
gular, introduzida por S. Eilenberg, a homologia de Vietoris, Alexan-
droff, Lefschets, e C̆ech. Em 1935 a cohomologia foi introduzida por
Alexander e Kolmogorov com sua estrutura de anel que também é
preservada por homeomorfismos. A noção de dualidade já estudada
por Poincaré foi generalizada usando o produto ”cup”da cohomolo-
2 CONTEÚDO
Welington de Melo
Capı́tulo 1
Variedades Diferenciáveis
5
6 [CAP. 1: VARIEDADES DIFERENCIÁVEIS
Pn+1
Se F : Rn+1 → R é dada por F (x) = i=1 x2i e y = 1, então a
esfera S n definida por
( )
X
n n+1 2
S = x∈R ; xi = 1
i
Sejam φ : U ⊂ Rm → Ũ ⊂ Rm e ψ : V ⊂ Rn → Ṽ ⊂ Rn difeomorfis-
mos classe C r entre abertos euclidianos. Uma aplicação f : U → V
é diferenciável em um ponto x0 se, e somente se, ψ ◦ f ◦ φ−1 é di-
ferenciável em φ(x0 ) e, se s ≤ r, f é de classe C s se, e somente se,
ψ ◦ f ◦ φ−1 é de classe C s . Como essas duas noções são invariantes
por mudanças de coordenadas, elas se estendem naturalmente para
variedades.
Definição 1.3. Sejam M uma variedade de dimensão m e classe
C r e N uma variedade de dimensão n e classe C r . Uma aplicação
8 [CAP. 1: VARIEDADES DIFERENCIÁVEIS
1. p ∈ U , f (p) ∈ V ;
2. f (U ) ⊂ V ;
3. ψ ◦ f ◦ ϕ−1 : Ũ ⊂ Rm → Ṽ ⊂ Rn é de classe C s .
Nesse caso, duas tais curvas são ditas equivalentes. Esta relação é de
equivalência no conjunto das curvas diferenciáveis que passam por x
e a classe de equivalência de α, denotada por [α], é chamada o vetor
tangente a α em x, também denotado por α0 (0). O espaço tangente
a M no ponto x, denotado por T Mx , é o conjunto de tais vetores
tangentes.
Df (x) : T Mx → T Nf (x)
[α] 7→ [f ◦ α].
10 [CAP. 1: VARIEDADES DIFERENCIÁVEIS
T M = {(x, v); x ∈ M, v ∈ T Mx }.
Φi : π −1 (Ui ) ⊂ T M → Ui × Rm
por
Φi (x, v) = (x, Dϕi (x).v).
É claro que Φi é uma bijeção e
Φj ◦ Φ−1 m
i : (Ui ∩ Uj ) × R → (Ui ∩ Uj ) × R
m
é um difeomorfismo.
π −1 (Ui )
Φ̃i
/ Ũi × Rm
ϕi ◦π π1
" {
Ũi
14 [CAP. 1: VARIEDADES DIFERENCIÁVEIS
δij : Ui ∩ Uj → GL(m, R)
x 7→ D(ϕj ◦ ϕ−1
i )(ϕi (x)).
j
Assim, as mudanças de cartas são Φj ◦ Φ−1 i (x, v) = (x, δi (x).v). Pela
regra da cadeia, temos que se x ∈ Ui ∩Uj ∩Uk , então δji (x) = (δij (x))−1
e
δik (x) = δjk (x) · δij (x),
Tf : TM → TN
Definimos RPn como o conjunto das retas que passam pela origem em
Rn+1 . Claramente também podemos ver RPn como o conjunto das
classes de equivalência da relação em Rn+1 \{0} definida por x ∼ y
se, e somente se, existe λ ∈ R \ {0} tal que y = λx. Denotamos a
classe de equivalência de x por [x] = {λx, λ ∈ R\{0}} e consideramos
a aplicação quociente
está bem definida, isto é, não depende da escolha de x em sua classe
de equivalência, e é um homeomorfismo. Temos também que nas
interseções Ui ∩ Uj , com i 6= j, vale
−1 x1 xj−1 xj+1 1 xn
φj ◦ φi (x1 , . . . xn ) = ,... , ... ,...,
xj xj xj xj xj
se j < i e
x1 1 xj xn
φj ◦ φ−1
i (x1 , . . . , xn ) = ,... ,... ,...,
xj−1 xj−1 xj−1 xj−1
das aplicações
• m(x, e) = m(e, x) = x ∀x ∈ G
• i(e) = e
7a O cı́rculo
7b Produtos
7c O grupo linear de Rn
7g Quatérnios Unitários
R3 = {τ ∈ H; τ ∗ = −τ } = {y1 i + y2 j + y3 k; y1 , y2 , y3 ∈ R}
2. X ⊂ Rn tem medida zero se, e somente se, todo ponto tem uma
vizinhança que intersecta X em um conjunto de medida zero.
Σ0 (f ) = Σν (f ) ∪ (∪ν−1
i=0 (Σi \ Σi+1 )).
Pl
de dimensão n = j=1 n(j), onde n(j) é número de monômios ho-
mogêneos de grau kj nas variáveis z1 , . . . , zn+1 . Logo S é um espaço
de Baire, isto é, a interseção enumerável de subconjuntos abertos e
densos é densa.
Proposição 1.8. Dado F ∈ S, defina a aplicação F (i) : Cn → Cl por
λ : Rn → [0, 1]
λ(x) = 1 se kxk ≤ a
λ(x) = 0 se kxk ≥ b
Demonstração. Para provar o fato, definimos 4 funções como segue.
31
32 [CAP. 2: PARTIÇÃO DA UNIDADE E APLICAÇÕES
Rb
β
Finalmente, defina δ : R → R por δ(t) = Rtb
β
e λ : Rn → [0, 1] por
a
λ(x) = δ(kxk).
K1 ⊂ K2 ⊂ K3 ⊂ . . .
tais que
S∞
• i=1 Ki = M
1. supp(λi ) ⊂ Vi ;
e
Ki ⊂ intKi+1 .
Para cada x ∈ M seja Wx uma vizinhança de x e ϕx : Wx → B(0, 3)
uma carta local, onde B(0, 3) é a bola de centro zero e raio 3 em Rm ,
tais que
0. ϕx (x) = 0;
1. Wx está contido em um elemento da cobertura A;
2. Se x ∈ Ki+1 \ intKi , então Wx ⊂ intKi+2 \ Ki−1 (se x ∈ K1 ,
Wx ⊂ intK2 e se x ∈ K2 \ intK1 , Wx ⊂ intK3 );
Seja λx : M → [0, 1] uma função C ∞ que é 1 em Ux = ϕ−1 x (B(0, 1))
e vale 0 fora de Vx = ϕ−1
x (B(0, 2)) (basta tomar λ x = λ ◦ ϕx , onde
λ : Rm → [0, 1] é uma função C ∞ que vale 1 em B(0, 1) e 0 fora de
B(0, 2)).
[SEC. 2.2: CAMPOS DE VETORES EM VARIEDADES 35
λi (x)
ϕi (x) = P
∞ .
λj (x)
j=1
X = f ∗Y
onde
(f ∗ Y )(x) = (Df (x))−1 .Y (f (x)).
Dizemos, nesse caso, que o campo X é o pull-back de Y pelo
difeomorfismo f .
Definição 2.3. Seja {ϕi : Ui ⊂ M → Ũi ⊂ Rm ; i ∈ I} um atlas C r ,
r ≥ k + 1, em uma variedade M . Um campo de vetores X em M
de classe C k é uma famı́lia de campos de vetores Xi : Ũi → Rm de
classe C k tais que
(ϕj ◦ ϕ−1 ∗
i ) (Xj |ϕj (Ui ∩Uj ) ) = Xi |ϕi (Ui ∩Uj ) .
(Dϕi (x))−1 (Xi (ϕi (x))) = (Dϕj (x))−1 (Xj (ϕj (x)))
ϕ: R × M → M
tal que
38 [CAP. 2: PARTIÇÃO DA UNIDADE E APLICAÇÕES
Φ: R × M → M
t ∈ R 7→ Φ(t, x) ∈ M
1. Φ é de classe C r ;
∂
No produto cartesiano R × S, denotamos por ∂t o campo de veto-
res que em cada ponto (s, x) é o vetor tangente à curva t → (s + t, x)
em t = 0.
h·, ·ix : Rm × Rm → R
∂
Sejam ∂x i
: U → Rm os campos de vetores x 7→ (0, . . . , 1, . . . , 0),
em que a i-ésima coordenada é igual a 1 e asDdemais são
E 0. Considere a
∂ ∂
matriz G(x) = (gij (x))ij , em que gij (x) = ∂x ,
i ∂xj
. Se pensarmos
x
m
cada vetor v ∈ R como uma matriz m × 1, então
gij (x) = gji (x) para todo x ∈ U
∗ .
v t · G(x) · v > 0 para todos x ∈ U, v ∈ Rm
d(x, x) = 0
d(x, y) > 0 se x 6= y
É imediato que : (∗∗)
d(x, y) = d(y, x)
d(x, z) ≤ d(x, y) + d(y, z).
e
˜ (x), f (y)) = d(x, y) ∀x, y ∈ U.
d(f
De maneira similar, uma métrica Riemanniana em M , de classe C k ,
é definida como uma aplicação que a cada x ∈ M associa um produto
interno
h·, ·ix : T Mx × T Mx → R
tal que para todo par de campos de vetores X, Y de classe C k em
M , a função x ∈ M 7→ hX(x), Y (x)ix é de classe C k .
[SEC. 2.3: MÉTRICAS RIEMANNIANAS 45
Bi (x)(v, v) ≥ 0 ∀x ∈ M
Bi (x)(v, v) > 0 ∀x ∈ Ui .
∞
P
Logo hv, wix := Bi (x)(v, w) é uma métrica Riemanniana em M .
i=1
46 [CAP. 2: PARTIÇÃO DA UNIDADE E APLICAÇÕES
0 < f (x) ≤ i
g(x) ≥ ωi .
∞
S
Suponhamos então M = Ki , Ki compactos e Ki ⊂ int Ki+1 .
i=1
1
Como Ki é compacto e d é contı́nua, existe τi > 0 tal que se
x ∈ Ki e y ∈ / Ki+1 , então d1 (x, y) > τi . Seja ai = max{1, τ1i } e
tome uma função C ∞ g : M → R+ tal que g(x) ≥ ai para todo
x ∈ int (Ki+1 ) \ Ki . Defina a métrica hv, wix = (g(x))2 hv, wi1x .
R1
e portanto l(α) = 0 k dα
dt (t)kα(t) dt ≥ 1. Logo, se x ∈ Ki e y ∈
/ Ki+p ,
temos que d(x, y) ≥ p.
0
do valor médio, T /T 0 ≤ δi /i ≤ T , e portanto T ≥ 1, isto é, uma
curva integral de Y leva pelo menos tempo 1 para atravessar cada
faixa Ki \ intKi−1 . Assim, se β : (ω− , ω+ ) → M é uma curva integral
maximal de Y , com β(0) ∈ Ki0 e T > 0, é tal que β(T ) ∈ / Ki0 +N ,
então T ≥ N . Portanto ω+ = ∞. Analogamente ω− = −∞.
Teorema 2.18. Seja M uma variedade C ∞ e F ⊂ M um subcon-
junto fechado. Então existe uma função f : M → R não negativa, de
classe C ∞ , tal que f (x) = 0 se, e somente se, x ∈ F .
Demonstração. Seja d a função distância associada a uma métrica
Riemanniana de M e seja d(x, F ) = inf {d(x, y); y ∈ F }. Considere-
mos a sequência de vizinhanças de F :
1
Vi = x ∈ M ; d(x, F ) ≤
i
Pelo corolário do teorema 2.4, existe uma função de classe C ∞ que
vale 1 em F e zero fora de Vi . Logo existe uma função não negativa
fi : M → R que vale zero em F e vale 1 no complementar de Vi .
Afirmamos P que existem constantes i > 0 tais que para cada x ∈
∞
M a série i=1 i fi (x) converge a f (x) e a função f é de classe
∞
C . É claro que o teorema segue da afirmação pois f se anula em
F e é positiva no complementar de F .. Resta provar a afirmação.
Consideremos uma famı́lia enumerável ϕj : Wj → B m (0; 3) ⊂ Rm de
cartas locais tais que M = ∪j ϕ−1 m
j B (0; 1) e que {Wj ; j ∈ N} seja
uma cobertura localmente finita. Seja fi,j = fi ◦ ϕ−1 m
j : B (0; 3) → R.
m
Para cada i tomemos i > 0 tal que para todo x ∈ B (0; 1), para
todo j ≤ i e para todo k ≤ i temos
1
i kDk fi,j (x)k ≤ .
2i
P∞
Temos portanto que ( i=1 i Dk fi )◦ϕ−1j converge uniformemente em
B m (0, 1) para todo j e para todo k. Logo f é C k para todo k.
Aplicação Exponencial
x ∈ U 7→ h·, ·ix : U × U → R,
D E
∂ ∂
e a matriz da métrica, G(x) = (gij (x)), com gij (x) = ∂x i
, ∂x j
.
x
m
def P
Escrevemos hv, wi = vi wi , v, w ∈ Rm , para o produto interno
i=1
canônico de Rm , de modo que
54
[SEC. 3.1: A EQUAÇÃO DAS GEODÉSICAS 55
d
δE(α) · δϕ = (E(α + sδϕ))
ds s=0
L : U × Rm → R.
Por definição
Z 1
S(α + sδϕ) = L(α(t) + sδϕ(t), α0 (t) + s(δϕ)0 (t)) dt.
0
d
Daı́, se (1) = ds (S(α + sδϕ)) , então
s=0
Z 1
∂L ∂L
(1) = (α(t), α0 (t)) · δϕ(t) + (α(t), α0 (t)) · (δϕ)0 (t)) dt.
0 ∂x ∂v
d ∂L
(α(t), α0 (t)) · δϕ(t) =
dt ∂v
56 [CAP. 3: APLICAÇÃO EXPONENCIAL
∂L d ∂L
= (α(t), α0 (t))(δϕ)0 (t) + (α(t), α0 (t)) · δϕ(t).
∂v dt ∂v
Como δϕ(0) = δϕ(1) = 0, temos
Z 1
∂L d ∂L
(1) = (α(t), α0 (t)) − (α(t), α0 (t)) · δϕ(t) dt.
0 ∂x dt ∂v
Portanto
d
(S(α + sδϕ)) = 0 ∀ δϕ
ds s=0
m
∂L 0 d ∂L 0
(2) (α(t), α (t)) − (α(t), α (t)) = 0 ∀ t.
∂x dt ∂v
A equação (2) é chamada Equação de Euler-Lagrange.
Vamos expressar agora as equações de Euler-Lagrande no caso do
funcional energia
L(x, v) = hG(x) · v, vi.
Por um lado temos
∂L
(x, v) · u = hDG(x)(u, v), vi.
∂x
Por outro lado, como G associa a cada x ∈ U uma transformação
linear simétrica G(x) de Rm , DG(x) é uma aplicação linear de Rm
no espaço das transformações lineares simétricas de Rm , e assim,
uma transformação bilinear de Rm , que em geral não é simetrica. A
transformação trilinear (u, v, w) 7→ hDG(x)(u, v), wi é simétrica em
v e w, mas não em u e v.
∂L
(x, v) · u = hG(x) · u, vi + hG(x) · v, ui
∂v
= 2hG(x) · u, vi (G(x) é simétrico)
d ∂L d
(α(t), α0 (t)) · u = (2hG(α(t)) · α0 (t), ui)
dt ∂v dt
= 2hDG(α(t))(α0 (t), α0 (t)), ui
+ 2hG(α(t)) · α00 (t), ui
[SEC. 3.1: A EQUAÇÃO DAS GEODÉSICAS 57
d2 xk
hα00 (t), wi = ,
dt2
n
X dxi ∂
α0 (t) = e
i=1
dt ∂xi
n
∂ X ∂
G−1 (x) · = g mk (x) .
∂xk m=1
∂xm
Assim,
DG(α(t)) G−1 (α(t)) ∂x∂ k , α0 (t) =
Pn
= i,m=1 g mk dx ∂
dt DG(α(t)) ∂xm , ∂xi
i ∂
Pn Pn ∂gji ∂
= i,m=1 g mk dx
dt
i
j=1 ∂xm ∂xj
Pn n ∂g
g mk dx ∂
P ji
= j=1 i,m=1
i
dt ∂xm ∂xj .
Analogamente,
X n X n
0 −1 ∂ mk dxi ∂gjm ∂
DG(α(t)) α (t), G (α(t)) = g .
∂xk j=1 i,m=1
dt ∂xi ∂x j
58 [CAP. 3: APLICAÇÃO EXPONENCIAL
ou ainda,
n X n
d2 xk X dxi dxj
2
= − Γkij ,
dt i=1 j=1
dt dt
em que
n
X ∂gjm ∂gim ∂gji
Γkij =2 g mk
+ −
m=1
∂xi ∂xj ∂xm
H(t, x) = expg0 (x) τ (t)(expg0 (x) )−1 (g1 (x)) .
T ⊥ S := (x, v) ∈ T M ; x ∈ S e v ∈ T Sx⊥ .
Φ−1
j ◦ Φi : (Vi ∩ Vj ) × R
n−s
→ (Vi ∩ Vj ) × Rn−s
Logo
dβ 1
= hDg(uγ(t))(γ 0 (t), γ(t)), γ(t)i.
du 2
Por outro lado, como os vetores tangentes à uma geodésica tem norma
constante, temos que
e, derivando em relação a t,
dc ∂α 0 ∂α
= u (t) + .
dt ∂u ∂t
Pelo lema de Gauss,
∂α ∂α
, =0
∂u ∂t α(u,t)
e como
∂α
∂u α(u,t) = 1, temos que
2
2
dc
0
∂α
dt
= |u (t)|2
+
∂t
≥ |u0 (t)|2
α(u,t) α(u,t)
[SEC. 3.3: VIZINHANÇAS GEODESICAMENTE CONVEXAS 67
Resta mostrar que as homotopias são próprias, isto é, que não existe
sequência (tn , xn ) tal que xn → ∞ e F (tn , xn ) → p. De fato, como
Φ : R × T1 M → T1 M
tal que:
• Φ(0, (x, v)) = (x, v);
• para cada (x, v) ∈ T M , a aplicação R → M , t 7→ π ◦Φ(t, (x, v)),
é a geodésica que passa por x e é tangente a v;
• a aplicação Φt : T M → T M definida por
é um difeomorfismo e a aplicação
t ∈ R 7→ Φt ∈ Dif∞ (T1 M )
[SEC. 3.4: O FLUXO GEODÉSICO 71
Consideremos o fluxo
R × SL(2, R) → SL(2, R)
t
a b e 0 a b
definido por t, 7→ · .
c d 0 e−t c d
É fácil ver que esse fluxo induz um fluxo R×Aut(H 2 ) → Aut(H 2 ),
e portanto um fluxo Φ : R × T1 H 2 → T1 H 2 , de classe C ∞ , que é exa-
tamente o fluxo geodésico.
73
74 [CAP. 4: VARIEDADES COM BORDO
Φ : ∂M × [0, 1) → V
tal que Φ(x, 0) = x ∀x ∈ ∂M .
Demonstração. Consideremos uma cobertura finita {Ui } de ∂M
por abertos de M tal que existam cartas locais ϕi : Wi → W̃i ⊂ Hm
com Ui ⊂ Ui ⊂ Vi ⊂ Vi ⊂ Wi e Ui e Vi compactos. Escolha uma
função λ̃i : Hm → [0, 1], C ∞ , que vale 1 em Ũi = ϕi (Ui ) e 0 fora
de Ṽi = ϕi (Vi ). Seja X̃i o campo de vetores obtido multiplicando o
campo unitário vertical ∂x∂m em Hm pela função λ̃i . Seja Xi o campo
de vetores em M que se anula fora de Wi e Xi = ϕ∗i X̃i em Wi .
Temos que Xi é um campo de classe C ∞ que se anula fora de um
compacto e tal que para todo x ∈ ∂M ou Xi (x) P = 0 ou é transversal
a ∂M e aponta para o interior de M . Seja X = i Xi . Temos então
que X é um campo C ∞ que se anula fora de uma vizinhança compacta
de ∂M e para todo x ∈ ∂M X(x) é transversal a ∂M , apontando
para o interior de M . Portanto existe > 0 e uma aplicação C ∞
ψ : ∂M × [0, ) → M tal que ψ(x, 0) = x e t 7→ ψ(x, t) é curva
integral de X. Tomando > 0 suficientemente pequeno, temos que ψ
é um difeomorfismo sobre uma vizinhança V de ∂M em M . Tomamos
então Φ(t, x) = ψ(x, t).
Teorema 4.2. Sejam M e N variedades de classe C ∞ com bordos
compactos. Seja f : ∂M → ∂N um difeomorfismo de classe C ∞ .
Então existem uma variedade sem bordo, denotada por M ∪f N ,
uma subvariedade S ⊂ M ∪f N e mergulhos C ∞ if : M → M ∪f N
e jf : N → M ∪f N tais que
• if (M ) ∪ jf (N ) = M ∪f N ;
• if (M \ ∂M ) ∩ jf (N \ ∂N ) = ∅;
• if |∂M : ∂M → S e jf |∂N : ∂N → S são difeomorfismos tais
que if = jf ◦ f .
F
Demonstração. Na união disjunta de M e N , M N , considere a
relação de equivalência :
x∼y ⇐⇒ ou x=y
ou x ∈ ∂M e y = f (x)
ou x ∈ ∂N e y = f −1 (x).
76 [CAP. 4: VARIEDADES COM BORDO
Seja M ∪f N o espaço
F quociente por esta relação, com a topologia
quociente, e q : M N → M ∪f N a aplicação quociente.
A aplicação ψ é um homeomorfismo
Fsobre V . Sejam if a composição
de q com a inclusão de FM em M N e jf a composição de q com
a inclusão de N em M N . Então existe uma única estrutura de
variedade em M ∪f N tal que if , jf e ψ sejam mergulhos C ∞ .
f (x, y) = (x, y)
g(x, y) = (y, x).
temos que
MO
id /M
O
if
∂M ig
∂M
f M ∪f N M ∪g N g
C Z
∂N jf jg ∂N
N
Φ /N
Segue então que a aplicação H : M ∪f N → M ∪g N definida por
H(x) = ig i−1 −1
f (x) se x ∈ if (M ) e H(x) = jg Φjf (x) se x ∈ jf (N )
está bem definida e é um homeomorfismo que se restringe a mergulho
C ∞ em cada componente conexa de M ∪f N \ S.
π1 : S × (−1, 1) → S,
π10 : S 0 × (−1, 1) → S 0 .
ϕ : Dn−1 × S 1 → M.
Cálculo em Variedades
86
[SEC. 5.1: O TEOREMA DE STOKES 87
ou mais explicitamente
ω ∧ η(v1 , . . . , vk+l ) =
1
P
= k!l! s∈Sk+l sinal (σ)ω(vσ(1) , . . . , vσ(k) )·η(vσ(k+1) , . . . , vσ(k+l) ).
• (ω1 + ω2 ) ∧ η = ω1 ∧ η + ω2 ∧ η;
• ω ∧ (η1 + η2 ) = ω ∧ η1 + ω ∧ η2 ;
• (ω ∧ η) ∧ θ = ω ∧ (η ∧ θ).
• f ∗ (ω ∧ η) = (f ∗ ω) ∧ (f ∗ η);
• f ∗ (φ.ω) = (φ ◦ f ).f ∗ ω, se φ ∈ C ∞ (V );
• (g ◦ f )∗ = f ∗ ◦ g ∗ .
d: Ω0 (U ) −→ Ω1 (U )
P ∂f j
f 7−→ df = j ∂xj dx .
d(ω ∧ η) = dω ∧ η + (−1)k ω ∧ dη
d(f ∗ ω) = f ∗ dω.
d(dω) = 0.
X ∂f
d(df ) = d dxj
j
∂xj
X ∂2f
= dxi ∧ dxj
i,j
∂xi ∂xj
X ∂2f ∂2f
= − dxi ∧ dxj
i<j
∂xi ∂xj ∂xj ∂xi
= 0.
Sendo que a última igualdade vale pois f é, em particular, de classe
C 2 e, portanto, as derivadas de segunda ordem são simétricas.. Note
também que para todo j temos d(dxj ) = 0 por definição de d. No
caso geral, como d é linear, basta supor que ω se escreve como ω =
f dxj1 ∧ ... ∧ dxjk . Usando a regra de Leibniz indutivamente e usando
o que já foi provado, temos:
d(dω) = d(df ∧ dxj1 ∧ ... ∧ dxjk )
= d(df ) ∧ (dxj1 ∧ ... ∧ dxjk ) +
k
X
+ (−1)i f.dxj1 ∧ ... ∧ d(dxji ) ∧ ... ∧ dxjk
i=1
= 0.
Z k (M ) = {ω ∈ Ωk (M ); dω = 0}
B k (M ) = {ω ∈ Ωk (M ); ∃η ∈ Ωk−1 (M ) com dη = ω}.
Os elementos de Z k (M ) são chamados de formas fechadas e os
elementos de B k (M ) são chamados de formas exatas Em outras pa-
lavras
Z k (M ) = Ker d : Ωk (M ) → Ωk+1 (M )
k
B (M ) = Im d : Ωk−1 (M ) → Ωk (M ).
Observe que, por questões de dimensão, Ωk (M ) = 0 sempre que
k > dim(M ), de modo que toda m-forma em M é automaticamente
fechada. Da propriedade d2 = 0 da diferencial exterior, segue que a
sequência de espaços vetoriais com transformações lineares
d d d
0 −→ Ω0 (M ) −→ Ω1 (M ) −→ · · · −→ Ωm (M ) −→ 0
[SEC. 5.2: COHOMOLOGIA DE DE RHAM 95
e X X
α= aI (x, t)dxI , β(x, t) = bJ (x, t)dxJ .
I J
A igualdade é evidente.
Definimos a forma I(ω) ∈ Ωk−1 (M ), para cada x ∈ M , por
Z 1
I(ω)(x)(u1 , . . . , uk−1 ) = β(x, t)(D(it )(x)u1 , . . . , Dit (x)uk−1 )dt.
0
e X
β= βj1 ...jk−1 (x, t)dxj1 ∧ · · · ∧ dxjk−1 .
j1 <···<jk−1
[SEC. 5.2: COHOMOLOGIA DE DE RHAM 97
e
ω2 = g(x, t)dt ∧ dxj1 ∧ · · · ∧ dxjk−1 .
∂f
dω1 = η + dt ∧ dxi1 ∧ · · · ∧ dxik
∂t
e temos a igualdade
e
98 [CAP. 5: CÁLCULO EM VARIEDADES
Z 1
dI(ω2 ) = d g(t, x)dt dxJ
0
m Z 1
X ∂g
= (x, t)dt dxl ∧ dxJ
1=1 0 ∂xl
= −I(dω2 )
f ∗ = g ∗ : HdR
k k
(N ) → HdR (M ).
f ∗ = g ∗ : Hck (N ) → Hck (M ).
0 = L(λ.(f − g))(x)
= λ(x)L(f − g)(x) + (f − g)(x).L(λ)(x)
= L(f − g)(x)
= L(f )(x) − L(g)(x).
[·, ·] : X∞ (M ) × X∞ (M ) → X∞ (M )
φ# : C ∞ (N ) → C ∞ (M ), f 7→ f ◦ φ
φ∗ : X∞ (N ) → X∞ (M ).
1. Lφ∗ X ◦ φ# = φ# ◦ LX
2. φ∗ [X, Y ] = [φ∗ X, φ∗ Y ].
[·, ·] : A × A → A
exp : g → G A 7→ φA (1, e)
exp(s1 + s2 )A = φA
s1 +s2 (e)
= φA A
s2 (e)φs1 (e)
γ 0 (t) = AetA etB + etA BetB = AetA etB + BetA etB = (A + B)γ(t)
Lψ∗ X ψ ∗ Y = LX Y.
Demonstração. Seja φX
t o fluxo local de X. Então
Φt = ψ −1 ◦ φX
t ◦ψ
LX (Y ) = [X, Y ].
Ω∗ (M ) = Ω0 (M ) ⊕ Ω1 (M ) ⊕ · · · ⊕ Ωm (M )
iX : Ωk (M ) → Ωk−1 (M )
definido por
LX ω = d(iX ω) + iX (dω).
110 [CAP. 5: CÁLCULO EM VARIEDADES
Logo, se i1 = 1 temos
∂a
diX ω + iX dω = dxi1 ∧ · · · ∧ dxik = LX ω.
∂x1
A prova que a igualdade é verificada se i1 > 1 é analoga.
Finalmente, como os dois membros da equação são funções contı́nuas
a igualdade vale em todos os pontos.
iX dω = LX ω − diX ω
Logo,
P
(dω(X0 , X1 , . . . , Xk ) = X0 ω(X1 , . . . , Xk ) − j ω(X1 , . . . , [X0 , X − j], . . . Xk )
− (diX0 ω)(X1 , . . . , Xk )
j ,...,j ∂ ∂
Ti11,...,ipq (x) = Tx ( ,..., , dxj1 , . . . , dxj1 )
∂xi1 ∂xip
O tensor T é portanto uma C ∞ (M )-forma multilinear. O espaçovetorial
.dos tensores de tipo (q, p) em uma variedade M é denotado por
Tpq (M ). Em particular, X∞ (M ) = T01 (M ), Ω1 (M ) = T01 (M ) e
⊗k (M ) ⊂ T0k (M ). Uma métrica riemanniana é um elemento de
T02 (M ).
O pull-back de tensores por um difeomorfismo C ∞ , f : M → N é a
aplicação linear f ∗ : Tpq (N ) → Tpq (M ) definida por
f ∗ T (X1 , . . . , Xp , α1 , . . . , αq ) =
= T ((f −1 ) ∗ (X1 ), . . . , (f −1 ) ∗ (Xp ), (f −1 ) ∗ (α1 ), . . . , (f −1 ) ∗ (αq )).
Finalmente, a derivada de Lie de um campo tensorial T na direção de
um campo de vetores X, LX T é definida como anteriormente usando
o pull-back pelo fluxo local do campo X. Em particular, a derivada de
Lie de uma métrica riemanniana na direção de um campo de vetores
X é ainda uma métrica riemanniana. Se ela coincide com a métrica
inicial dizemos que X é um campo de Killing e cada difeomorfismo
de seu fluxo é uma isometria.
[SEC. 5.5: TEOREMA DE FROBENIUS 113
φ(x1 , . . . , xk , xk+1 , . . . , xm ) = φX Xk
x1 ◦ . . . , φxk (0, . . . , 0, xk+1 , . . . , xm )
1
∂
φ(x1 , . . . , xm ) = Xj (φX Xk
x1 ◦ . . . , φxk (0, . . . , 0, xk+1 , . . . xm ))
1
∂xj
∂
Yi (y1 , . . . , ym ) = Xi (y1 , . . . , ym ) − LXi yk ,
∂yk
k k−1
X X ∂
[Yi , Yj ] = al Xl = bl Yl + c ,
∂yk
l=1 l=1
∗ ∗ η = (−1)k(m−k) η.
# : X∞ (M ) → Ω1 (M )
∗ : Ωm (M ) → C ∞ (M )
∗ : Ωk (M ) → Ωm−k (M )
118 [CAP. 5: CÁLCULO EM VARIEDADES
rot : X∞ (M ) → X∞ (M )
por rot (X) = [ ∗ d#X, onde [ é o operador inverso de #.
No capı́tulo 13 discutiremos um outro operador de segunda ordem
∆ : Ωk (M ) → Ωk (M )
{f, g} = ω(Xf , Xg )
{·, ·} : C ∞ (M ) × C ∞ (M ) → C ∞ (M )
{f, ·} : C ∞ (M ) → C ∞ (M )
é uma derivação.
Proposição 5.25. Seja M uma variedade. O fibrado cotangente de
M , definido por
T ∗ M = {(x, p); x ∈ M e p ∈ T ∗ Mx },
ωt = ω0 + t(ω − ω0 ).
d
φt (x) = Xt (φt (x)),
dt
então φ∗t ωt é independente de t, de modo que φ∗t ωt = ω(0) para todo
t, o que prova o teorema.
LXt ωt = d(iXt ωt )
Logo,
d ∗
φ ωt = φ∗t (iXt ωt ) + β.
dt t
Como ωt é não degenerada, existe um único Xt tal que
iXt ωt = −β,
123
124 [CAP. 6: ESPAÇOS DE RECOBRIMENTO E GRUPO FUNDAMENTAL
é diferenciável se a aplicação
G×M −→ M
(g, x) 7−→ ρ(g)(x)
é diferenciável.
Exemplo 6.1. Se X é um campo de vetores completo em M , de
classe C ∞ , então o fluxo de X induz uma ação C ∞ do grupo aditivo
R em M , proposição 2.7.
Exemplo 6.2. O grupo aditivo Zn age em Rn por translações, isto
é, a aplicação
ρ : Zn −→ Dif(Rn )
m 7−→ (x 7→ x + m)
é uma ação.
Exemplo 6.3. Seja f : M → M um difeomorfismo e
F: M ×R −→ M ×R
(x, t) 7−→ (f (x), t + 1).
Então
Z −→ Dif(M × R)
n 7−→ Fn
é uma ação.
Definição 6.2. Dizemos que uma ação ρ : G → Dif(M ) é propria-
mente descontı́nua e sem pontos fixos se todo ponto x ∈ M possui
uma vizinhança V tal que
x ∼ y ⇔ O(x) = O(y),
[SEC. 6.1: ESPAÇOS DE RECOBRIMENTO 125
π ∗ : Xs (P ) → Xs (M ),
π ∗ : C k (P, N ) → C k (M, N )
f 7→ f ◦ π.
X(x + m) = X(x) ∀ m ∈ Zn .
128 [CAP. 6: ESPAÇOS DE RECOBRIMENTO E GRUPO FUNDAMENTAL
α ∗ β : [0, 1] → M
por (
α(2t) se t ≤ 1/2
α ∗ β(t) =
β(2t − 1) se t ≥ 1/2.
2) Exercı́cio.
3) Seja
[0, 1] × {s} = As ∪ Bs ∪ Cs
como na figura.
Sejam A0 = [0, 1/4] ,B0 = [1/4, 1/2], C0 = [1/2, 1], A1 = [0, 1/2],
B1 = [1/2, 3/4], C1 = [3/4, 1]. Consideremos as aplicações afins
as : As → [0, 1], bs : Bs → [0, 1] e cs : Cs → [0, 1].
132 [CAP. 6: ESPAÇOS DE RECOBRIMENTO E GRUPO FUNDAMENTAL
Defina então
α(as (t)) t ∈ As
H(t, s) = β(bs (t)) t ∈ Bs
γ(cs (t)) t ∈ Cs .
e temos as propriedades
f∗ : π1 (M, x0 ) → π1 (N, y0 )
[α] 7→ [f ◦ α]
Demonstração. Exercı́cio.
Demonstração. Exercı́cio.
π1 (N, y1 )
g∗ 5 O
π1 (M, x0 ) Iα
f∗
)
π1 (N, y0 )
Como
fˆ∗ (π1 (M, x0 )) ⊂ π1 (N, ŷ0 ),
concluı́mos que
e
(0, 3s) se s ≤ 1/3
ϕ(0, s) = (2 − 3s, 1) se 1/3 < s ≤ 2/3
(1, 3 − 3s) se 2/3 ≤ s ≤ 1.
[SEC. 6.2: O GRUPO FUNDAMENTAL 139
Defina daı́
π: Mc → M
[α] 7→ α(1).
Para cada α : [0, 1] → M com α(0) = x0 e cada V ⊂ M aberto
contendo α(1) definimos
n o
V[α] = [β] ∈ M
c; [β] = [α ∗ γ], com γ : [0, 1] → V tal que γ(0) = α(1) .
Seja
[α00 ] ∈ V[α] ∩ W[α0 ]
140 [CAP. 6: ESPAÇOS DE RECOBRIMENTO E GRUPO FUNDAMENTAL
[α00 ] = [α ∗ γ] = [α0 ∗ γ 0 ].
Então
(V ∩ W )[α00 ] ⊂ V[α] ∩ W[α0 ] .
Logo esses conjuntos definem uma base de vizinhanças de uma topo-
logia de H
b e π é contı́nua.
c1 → M
4. F : M c2 é o levantamento de uma aplicação f : M1 →
M2 se, e somente se, ∀ ϕ ∈ Aut(π1 ) ∃ ψ ∈ Aut(π2 ) tal que
ψ ◦ F ◦ ϕ = F.
Demonstração. Exercı́cio.
2 2
Exercı́cio:
Seja A : R → R a transformação linear dada pela ma-
2 1
triz 1 1 . Como os automorfismos do recobrimento π : R2 → T2
são as translações por vetores de coordenadas inteiras, A é o levan-
tamento de um difeomorfismo f : T2 → T2 . Seja Tf a variedade de
dimensão 3 obtida pela suspensão de f . Mostre que Tf não é isomorfo
ao toro T3 .
Sugestão: Mostre que os grupos fundamentais não são isomorfos.
Demonstração. Exercı́cio.
a) z 7→ z + a (translações).
b) z 7→ bz b ∈ C \ {0} (homotetias e rotações).
1
c) z 7→
z
e contém também o subgrupo M gerado por essas transformações
(que mostraremos que coincide com Aut(C)).
Proposição 6.25.
1) Se ϕ ∈ M, então ϕ é conforme.
2) Se ϕ ∈ M, então ϕ leva a famı́lias de retas e cı́rculos euclidianos
de C em si mesmas.
3) Dados 3 pontos distintos z1 , z2 , z3 ∈ C existe ϕ ∈ M tal que
ϕ(z1 ) = ∞, ϕ(z2 ) = 0, ϕ(z3 ) = 1.
4) Sejam z1 , z2 , z3 e z4 são pontos distintos de C e
(z3 − z2 )(z4 − z1 )
C(z1 , z2 , z3 , z4 ) = ,
(z2 − z1 )(z4 − z3 )
que é chamado razão cruzada (cross ratio) dos quatro pontos.
Então para todo ϕ ∈ M
C(φ(z1 ), φ(z2 ), φ(z3 ), φ(z4 )) = C(z1 , z2 , z3 , z4 ).
Demonstração. 1) Sejam z1 , z2 ∈ H 2 , z1 6= z2 . Se Re z1 = Re z2 , a
reta vertical por z1 passa por z2 . Se Re z1 6= Re z2 , a reta perpendi-
cular ao segmento de reta ligando z1 a z2 pelo ponto médio intersecta
∂H 2 num ponto a. O cı́rculo de centro a passando por z1 também
passa por z2 e intersecta o semiplano superior em uma geodésica. A
unicidade é evidente.
Lema 6.37. Seja γ ⊂ M uma curva fechada simples tal que o compri-
mento hiperbólico de qualquer curva livremente homotópica a γ (isto
é, sem necessidade de fixar extremos) é limitado por baixo. Então
existe uma única geodésica fechada simples e livremente homotópica
a γ.
limitada pela geodésica Γ̃1 e duas outras Γ̃12 , Γ̃13 que são levadas por
π ◦ ϕ respectivamente em Γ2 e Γ3 . É claro que novamente ϕ leva
hexágonos azuis em hexágonos azuis e sua restrição a essa região é
um recobrimento de C2 .
Figura 6.14: .
Figura 6.15: .
isso basta observar que o fecho de cada hexágono está contido no in-
terior de uma região que é a união de um número dado de hexágonos.
Portanto a distância hiperbólica de um ponto do hexágono ao com-
plementar dessa região é maior que um número positivo a que não
depende do hexágono pois todos os hexágonos de uma mesma cor
são isométricos. Se a união de todos os hexágonos não é o plano
hiperbólico existe um ponto x na fronteira dessa união. Logo existe
um hexágono que contém um ponto cuja distância hiperbólica a x é
menor que a2 , o que é absurdo.
Para provar o teorema basta observar que os dados combinatórios da
decomposição da variedade em hexágonos e os dados geométricos
L1 , L2 , L3 e t1 , t2 , t3 determinam completamente o ladrilhamento.
O grupo de todas as isometrias que levam hexágonos brancos em
hexágonos brancos também preserva as cores dos demais hexágonos
e age descontinuamente em D. É fácil verificar que esse grupo é ge-
rado por cinco isometrias: T1 , que leva P1 em P2 e deixa a geodésica
Γ̃1 invariante; T2 , que leva P2 em P3 e deixa a geodésica Γ̃2 invari-
ante; T3 , que leva V1 em V2 ; T4 , que leva A em A1 e T5 , que leva
A em A2 , como na figura. O espaço quociente é claramente o bitoro
com uma métrica hiperbólica.
Figura 6.16: .
dades não compactas temos que acrescentar mais três blocos: uma
calça com um furo e duas pernas; uma calça com dois furos e um
cilindro hiperbólico de área infinita, além da esfera menos três pon-
tos, a qual não admite decomposição em calças. Assim, colando duas
calças com dois furos no bordo (que é uma geodésica fechada), ob-
temos a esfera menos 4 pontos. Nesse caso temos dois parâmetros
geométricos. Colando as duas componentes do bordo de uma calça
com um furo obtemos o toro menos um ponto. Identificando isome-
tricamente duas componentes do bordo de uma calça e colando um
cilindro hiperbólico na outra componente, obtemos o toro menos um
disco fechado, que tem volume hiperbólico infinito e portanto não é
isométrico ao toro menos um ponto, embora sejam difeomorfos. Uma
calça com um furo se decompõe em dois pentágonos com um vértice
no infinito e uma calça com dois furos se decompõe em dois qua-
driláteros com dois vértices no infinito. O pentágono é uma região
limite de hexágonos quando o comprimento de um dos lados tende a
zero e esse lado converge a um ponto no infinito. O quadrilátero é a
posição limite quando o comprimento de dois lados alternados con-
verge a zero e cada lado converge a um ponto no infinito conforme as
figuras abaixo.
158 [CAP. 6: ESPAÇOS DE RECOBRIMENTO E GRUPO FUNDAMENTAL
Figura 6.17: .
Figura 6.18: .
Fibrados
160
[SEC. 7.1: FIBRADOS COM GRUPO ESTRUTURAL 161
Φ−1
j ◦ Φi : (x, y) ∈ (Ui ∩ Uj ) × F 7→ (x, ρij (x)(y)).
1. ρii é a identidade de F ;
π π0
M
f
/ M0
fˆ
f ∗ (E) /E
ρ π
N
f
/M
gi (γ̂ 0 (t), γ̂ 0 (t)) = λi (Φi (γ̂(t)))(gM (γ 0 (t), γ 0 (t)) + gF (γ̃ 0 (t), γ̃ 0 (t)))+
X
+ λj (Φi (γ̂(t)))(gM × gF )((Φ−1 0 −1
j ◦ Φi )∗ (γ̂ (t)), (Φj ◦ Φi )∗ (γ̂ (t)))
0
j6=i
curva t 7→ ft (π(z)) pelo ponto fˆ0 (z). Como esta curva depende dife-
renciavelmente de z e o levantamento é localmente a curva integral de
um campo de vetores que depende diferenciavelmente do parâmetro
temos que fˆt é de classe C r−1 nas variáveis (t, z).
Corolário 7.4. Seja π : E → M um fibrado de classe C r , r ≥ 2.
Se fi : M → M 0 são aplicações C r−1 homotópicas, então existe um
isomorfismo de classe C r−1 entre os fibrados f0∗ E → M e f1∗ E → M .
Demonstração. Seja F : [0, 1] × M → M 0 uma homotopia de classe
C r−1 entre f0 e f1 . Seja it : M → [0, 1]×M a aplicação it (x) = (t, x).
Consideremos os fibrados F ∗ E → [0, 1] × M e i∗0 (F ∗ (E)) → M que
é igual ao fibrado f0∗ (E) → M uma vez que f0 = F ◦ i0 . Como a
aplicação fibrada î0 : i∗0 (F ∗ E) → F ∗ E que recobre i0 leva cada fibra
difeomorficamente em uma fibra e a aplicação (t, x) ∈ [0, 1] × M 7→
(t, x) ∈ [0, 1] × M é uma homotopia entre i0 e i1 ela é recoberta por
uma homotopia î∗t : i∗0 F ∗ E → F ∗ E. Portanto i∗1 é um isomorfismo
entre os fibrados f0∗ E → M e o fibrado f1∗ E → M
P ×G→P
Ψi : Ui × G → p−1 (Ui )
a aplicação
Ψi (x, g) = σi (x) ◦ ρ(g).
Temos que Ψi é uma bijeção e
Ψ−1
j ◦ Ψi : (Ui ∩ Uj ) × G → (Ui ∩ Uj ) × G
é a aplicação (x, g) 7→ (x, f ◦g.δij (x). Logo existe uma única estrutura
de variedade em P tal que Ψi seja um difeomorfismo para cada i.
Com essa estrutura p é C ∞ , a ação é C ∞ e a famı́lia Ψi é um atlas
trivializante.
. Dizemos que p : P → M é of fibrado principal associado ao
fibrado π : E → M . Mais geralmente, um fibrado definido por um
cociclo em M com valores no grupo de Lie G, cuja fibra é o próprio
G e a ação é dada pelas translações à esquerda no grupo é chamado
de fibrado principal. Todo fibrado principal tem uma ação à direita
do grupo G no espaço total do fibrado tal que a órbita por um ponto
coincide com a fibra desse ponto e o grupo age transitivamente e
efetivamente em cada fibra. Reciprocamente, se o grupo age à direita
no espaço total de um fibrado, sem pontos fixos, e cada órbita coincide
com a fibra então o fibrado é um fibrado principal com grupo G.
Seja π : E → M um fibrado associado ao fibrado principal p : P →
M e à ação ρ : G → Dif(F ). Se a fibra tı́pica F possui uma estrutura
que é preservada pela ação ρ então cada fibra Ex possui essa estrutura
que varia diferenciavelmente com o ponto x: cada difeomorfismo f ∈
Px é um isomorfismo da estrutura de F na estrutura de Ex . Assim,
se F é um espaço vetorial e ρ é uma representação de G, isto é,
ρ(g) é um isomorfismo para todo g, então π : E → M é um fibrado
vetorial. Nesse caso, o espaço das seções C ∞ , isto é, aplicações de
classe C ∞ σ : M → E tais que π ◦ σ é a identidade de M , é também
[SEC. 7.1: FIBRADOS COM GRUPO ESTRUTURAL 169
é dado por
(x, v) → (x, ρij (x)(v)).
170 [CAP. 7: FIBRADOS
Demonstração. Exercı́cio.
T : V ∗ × ... × V ∗ × V × ... × V → R.
| {z } | {z }
r vezes k vezes
M ×G
Φ /E
π1 π
M
isto é,
X1i (x)
Y1i (x) =
X i (x)
1 x
..
.
r−1
Xri (x) − < Xji (x), Yji (x) >x Yji (x)
P
j=1
Yri (x) =
r−1
i i i
i P
Xr (x), − < Xj (x), Yj (x) >x Yj (x)
.
j=1
S 7 × S 3 −→ S7
((z, w), q) 7−→ (z.q, w.q).
176 [CAP. 7: FIBRADOS
fˆ
f ∗ (E) /E
ρ π
N
f
/M
ρ1 ⊕ ρ2 : G → GL(V1 ⊕ V2 )
ρi ⊗ ρ2 : G → GL(V1 ⊗ V2 )
definidas por
Sugestão:
b) Grassmannianas
O grupo ortogonal O(n) age transitivamente na Grassmanniana G(n, k),
pois dados dois subespaços vetoriais de dimensão k em Rn existe uma
transformação ortogonal que leva um no outro. Por outro lado, uma
transformação ortogonal que deixa um subespaço L de dimensão k
invariante deixa também o seu complemento ortogonal invariante, o
que determina um elemento em O(k) e um elemento em O(n − k).
Reciprocamente, um par (A, B), onde A é uma transformação orto-
gonal de L e B é uma transformação ortogonal de seu complemento
ortogonal, definem uma transformação ortogonal de Rn que deixa
L invariante. Logo o grupo de isotropia de um elemento qualquer
L ∈ G(n, k) é isomorfo a O(k) × O(n − k). Assim a Grassmanni-
ana G(n, k) é o espaço homogêneo O(n)/O(k) × O(n − k). De forma
182 [CAP. 7: FIBRADOS
c) Variedades de Stiefel.
Sejam < ·, · > um produto interno em Rn ,
É fácil ver que o grupo estrutural desse fibrado é O(n − k). O grupo
ortogonal O(n) age transitivamente em S(n, k) e o subgrupo de iso-
tropia de um ponto é o grupo O(n − k). Logo S(n, k) é o espaço
homogêneo O(n)/O(n − k). Como o grupo ortogonal O(k) age tran-
sitivamente e sem pontos fixos no espaço das bases ortonormais de
um subespaço vetorial de dimensão k, temos uma ação à direita
S(n, k) × O(k) → S(n, k) cujo espaço de órbitas é a Grassmaniana
G(n, k). A aplicação natural S(n, k) → G(n, k) que associa a k-upla
e1 , . . . , ek o subespaço gerado por estes vetores é um fibrado principal
com grupo O(k).
[SEC. 7.2: O FIBRADO DE JATOS 183
Por outro lado, mostre que não existe em geral uma “derivada se-
gunda”, isto é, uma seção d2 f : M → S2 (T M ) tal que para cada
carta local ψ : U ⊂ M → Ũ , d2 f |U = ψ ∗ (d2 (f ◦ ψ −1 )). Verifique
também que se dfx = 0, então uma tal forma bilinear d2 fx está bem
definida em x.
Dizemos que f1 ∼kp f2 se, e somente se, f1 (p) = f2 (p) = q e ψ◦fi ◦ϕ−1
tem as mesmas derivadas até a ordem k em ϕ(p) para algum par de
cartas locais ϕ e ψ em torno de p e q respectivamente.
J k (M, N )
C
π
jk f
M ×N
π2
M
f
/N
com
α
bik (b x) − αik (x)
x) = αik (b
βbjk (b y ) − βjk (y).
y ) = βjk (b
Deixamos como exercı́cio a verificação da equação do cociclo. Te-
mos portanto que π : J k (M, N ) → M × N é um fibrado com fibra
186 [CAP. 7: FIBRADOS
Demonstração. Exercı́cio.
Exercı́cio 7.6. Seja Si ⊂ L(Rm , Rn ) o conjunto das transformações
lineares de posto i. Mostre que Si é uma subvariedade de codimensão
(n − i) × (m − i). Se
Transversalidade
Û = {f ∈ C r (M, N ); (j r f )(M ) ⊂ U }.
Fixamos
dN : N × N → R+ e dr : J r (M, N ) × J r (M, N ) → R+
187
188 [CAP. 8: TRANSVERSALIDADE
1 ∂ |α| f j
ajα = (0).
α1 ! . . . αm ! ∂ x1 . . . ∂ αn xn
α 1
θ : J r (Rm , Rn ) = Rm × Rn × J r (m, n) → π −1 (U × V )
ψi ◦ fn ◦ ϕ−1
i : B(0, 2) −→ R
n
j
Dj (ψi ◦ fn ◦ ϕ−1 m n
i ) : B(0, 2) −→ Lsim (R , R ).
e daı́
Z 1
vn vn
−Dgn (xn ) · = (Dgn (xn + tvn ) − Dgn (xn )). dt.
||vn || 0 ||vn ||
Passando a uma subsequência se necessário, podemos supor que ||vvnn ||
converge a um vetor unitário v. O primeiro membro converge a
−Df (x) · v e o segundo membro converge a zero pois vn → 0, e
assim temos uma contradição pois f é uma imersão.
Lema 8.8. Seja dM uma métrica em M . Se f : M → N é uma
imersão, então existe função contı́nua positiva : M → R+ e uma
vizinhança V de f em C r (M, N ) tal que se g ∈ V então a restrição de
g a B(x, (x)) = {y ∈ M ; dM (y, x) < (x)} é uma imersão biunı́voca.
194 [CAP. 8: TRANSVERSALIDADE
θ δ : Rm → R+
definida por
λ 1δ x
θδ (x) = R
λ 1δ y dy
Rm
é C ∞ , não negativa e Rm θδ (x) dx = 1. Uma função com essa pro-
R
θ ∗ f : Uδ → Rn
por Z
(θ ∗ f )(x) = θ(y)f (x − y) dy (1)
Rm
[SEC. 8.1: A TOPOLOGIA DE WHITNEY EM C R (M, N ) 197
Como f e suas derivadas até a ordem r são contı́nuas e Uδ1 tem fecho
compacto, podemos tomar δ2 > 0 suficientemente pequeno tal que se
x ∈ Uδ1 e kx − yk < δ2 , então
kDj f (x − y) − Dj f (x)k < δ j = 0, . . . , r.
Note que podemos tomar δ2 tal que Uδ1 ⊂ Uδ2 ⊂ U . Tomando
g1 = θδ2 ∗ f , temos que g1 é de classe C ∞ em Uδ2 e pelas equações
(1) e (4)
Z
kDj g1 (x) − Dj f (x)k j j
=
θ(y)D f (x − y)dy − D f (x)
Rn
R
Z
θ=1
j j
=
m θ(y)(D f (x − y) − D f (x))dy
R
Z
θ(y)
Dj f (x − y) − Dj f (x)
dy
≤
Rn
Z
≤ δ θ(y)dy = δ.
Rn
ϕ−1
1 (B(0, 1)), tão diferenciável quanto f em todos os pontos e que
pertence à vizinhança. Aqui estamos usando o lema ??. Em se-
guida modificamos g1 em ϕ−1 2 (B(0, 1)), obtendo uma função g2 na
vizinhança que é de classe C ∞ em ϕ−1 −1
1 (B(0, 1)) ∪ ϕ2 (B(0, 1)). In-
dutivamente, obtemos uma sequência de funções gj na vizinhança
Sj
que são de classe C ∞ em i=1 ϕ−1 i (B(0, 1)). Para cada j existe
k0 > 1 tal que se k ≥ k0 então gk |Wj = gk0 |Wj . Logo gk → g, onde
g|Wj = gk0 |Wj . Portanto g é de classe C ∞ e pertence à vizinhança (é
claro que gk não converge a g na topologia de Whitney).
Teorema 8.17. Se M é uma variedade de classe C r , com r ≥ 1,
então existem uma variedade N de classe C ∞ e um difeomorfismo
f : M → N de classe C r .
Demonstração. Seja A um atlas maximal de classe C r em M .
Basta mostrar que A contém um subatlas B cujas mudanças de coor-
denadas são de classe C ∞ e considerar a estrutura C ∞ em M definida
por esse atlas ( e tomar f como a identidade).
é contı́nua.
Vimos no capı́tulo 7 que uma fibração localmente trivial pode não
ter uma seção global. A proposição seguinte implica que se tiver uma
seção C 0 tem necessariamente uma seção C ∞ .
202 [CAP. 8: TRANSVERSALIDADE
fˆ
E1 / E2
π1 π2
M1
f
/ M2
Demonstração. Tomamos
Sk uma coleção finita de cartas locais ϕi : Wi →
B(0, 3) tal que M = i=1 ϕ−1 r
i (B(0, 1)). Para cada X ∈ X (M ) se-
jam Xi : B(0, 3) → R os campos de vetores tais que X|Wi = ϕ∗i Xi .
m
Definimos
kXk = max max sup {kDj Xi (x)k}.
i 0≤j≤r x∈B(0,1)
Observações:
Com a mesma prova concluimos também que o espaço das seções
de um fibrado vetorial sobre uma variedade compacta tem estrutura
de espaço de Banach.
1
f ∈ Ak ⇔ ∃ y ∈ Rm tal que kyk < e
k
204 [CAP. 8: TRANSVERSALIDADE
g(y) não pertence a S. Por outro lado, se f (x) ∈ S existe uma carta
local φ : W → Rs × Rn−s tal que φ(S ∩ W ) = Rs × {0}. Sejam
V ⊂ U vizinhanças de x com o fecho de V compacto e contido em
U tais que a derivada D(φ ◦ f )(y) seja sobrejetiva para todo y ∈ U .
Como o conjunto das aplicações lineares sobrejetivas é aberto, existe
ε > 0 tal que se a distância entre j r f (y) e j r g(y) é menor que ε para
todo y ∈ U então g(V ) ⊂ W e D(φ ◦ g)(y) é sobrejetiva para todo
y ∈V.
1. φj (Wj ∩ S) = Rs × {0}
2. f (Uj ) ⊂ Wj
1. A aplicação
F : Rm × Rn × P r (Rm , Rn ) → J r (Rm , Rn )
2) kf − gkC r < ε em Rm .
x ∈ U 7→ (x, X(x) + v) ∈ U × Rm
2) kY − XkC r < ε em U .
3) j k Y é transversal a S nos pontos de K.
S
Demonstração. Podemos escrever S = i Si , em que Si é subcon-
junto fechado. Seja Li ⊂ C r (M, N ) tal que f ∈ Li ⇔ ∀ x ∈ M ou
f (x) ∈
/ Si ou f (x) ∈ Si e ImDf (x)+T Sf (x) = T Nf (x) . Com a mesma
prova dos teoremas 7.22 e 7.31 concluı́mos que Li é aberto e denso.
Logo ∩Li é residual.
Exercı́cio 8.5. Seja S = ∪i Si onde S ⊂ N é uma subvariedade de
classe C r , Si é um subconjunto compacto e Si ∈ Ui ∈ Si+1 onde Ui
é um subconjunto aberto de S. Mostre que para cada i temos que,
dada uma vizinhança da identidade no conjunto das aplicações de
classe C r em C r (N, N ) existe um difeomorfismo nessa vizinhança tal
que a imagem de Ui é uma subvariedade de classe C ∞ de N . Conclua
que o conjunto das transformações de C r (M, N ) que são transversais
a S é residual.
Teorema 8.36. Se S ⊂ J k (M, N ) é uma subvariedade de classe C ∞
não necessariamente fechada e k ≤ r − 1, então o subconjunto das
aplicações f em C r (M, N ) tais que j k f t S é residual.
Corolário 8.37. O conjunto Imr (M, N ) ⊂ C r (M, N ), r ≥ 2, é
aberto e denso se dim N ≥ 2 dim M .
Demonstração. A abertura já foi mostrada anteriormente, então
basta mostrar a densidade. Seja Pk ⊂ J 1 (M, N ) o conjunto dos
pontos (x, y, T ) ∈ J 1 (M, N ) com x ∈ M , y ∈ N e T : T Mx → T Ny é
uma aplicação linear de posto k. Então, pelo exemplo 1.2, Pk é uma
subvariedade de codimensão (m − k) × (n − k), que é maior que m
se n ≥ 2m e k < m. Pelo teorema 8.36, o conjunto das aplicações
f em C r (M, N ) tais que j 1 f é transversal a cada Pk é residual (Pk
não é subvariedade fechada pois o seu fecho intersecta Pk−1 ). Logo,
se f pertence a esse conjunto residual, então j 1 f (M ) ∩ Pk = ∅ para
k < m por falta de codimensão. Logo uma tal f tem posto m para
todo x ∈ M e portanto é uma imersão.
Definição 8.3. Dizemos que x ∈ M é uma singularidade de uma
função f ∈ C 1 (M, R) se Df (x) = 0. Se f é de classe C 2 , uma
singularidade de f é não degenerada se D2 f (x) : T Mx × T Mx → R
é uma forma bilinear não degenerada. Uma função f ∈ C 2 (M, R)
é chamada uma função de Morse se toda singularidade de f é não
degenerada.
[SEC. 8.2: TEOREMAS DE TRANSVERSALIDADE 213
Demonstração. Imediata.
e
S ⊂ {0} × Pm−1 × L2sim (Rm , Rm )
[SEC. 8.2: TEOREMAS DE TRANSVERSALIDADE 215
definida por G(x, v, p) = (j r (g1 +v1 +p1 )(x1 ), . . . , j r (gs +vs +ps )(xs ))
é uma submersão. Logo o conjunto G dos pares (v, p) tais que a
aplicação Gv,p (x) = G(x, v, p) é transversal a S é um conjunto re-
sidual. Sejam λi : Rm → [0, 1] funções C ∞ que vale 0 fora de uma
vizinhança compacta de φji (Kij ) contida em φji (Wij ) e vale 1 em uma
vizinhança menor de φji (Kij ). Definimos então h : M → N como
[SEC. 8.2: TEOREMAS DE TRANSVERSALIDADE 219
Demonstração do teorema
Tomemos uma cobertura enumerável de M (s) por subconjuntos com-
pactos Li e uma cobertura enumerável de S por subconjuntos fecha-
dos Fj . Pela proposição anterior TLi ;Fj ,S é aberto e denso. Logo
TS = ∩i,j TLi ;Fj ,S é residual.
Capı́tulo 9
Grau Topológico
220
[SEC. 9.1: O CONCEITO DE GRAU 221
em que
(
+1 se Df (x) preserva orientação
sinal(x) =
−1 caso contrário.
∂
do vetor ∂t é uma base positiva de T (M × [0, 1])(x,t) ). Tomemos uma
métrica Riemanniana em M × [0, 1] tal que γ 0 (i) seja ortogonal a
T Mγ(i) para i = 0, 1. Como y é valor regular de H e DH(γ 0 (t)) = 0,
temos que a restrição de DH(γ(t)) ao complemento ortogonal γ 0 (t)⊥
é um isomorfismo para todo t. Consideremos em cada γ 0 (t)⊥ a ori-
entação tal que uma base positiva seguida do vetor γ 0 (t) seja uma
base positiva de T (M × [0, 1])γ(t) . Portanto, com essa orientação,
temos que a restrição da derivada de H a cada um desses espaços
preserva a orientação definida, pois para t = 0 a orientação é pre-
servada. Logo a orientação é preservada para t = 1. Mas como o
vetor γ 0 (1) aponta para fora, essa orientação é oposta à orientação
de T Mγ(1) . Logo, o sinal de γ(1) é negativo. Da mesma forma con-
cluı́mos que se y1 , y2 ∈ {1} × M pertencem à mesma componente
conexa de H −1 (y), então esses pontos tem sinais opostos com res-
peito a g. O mesmo argumento mostra também que se x3 ∈ {0} × M
e y3 ∈ {1} × M pertencem a um segmento que une as duas compo-
nentes do bordo, então o sinal de x3 com respeito a f é igual ao sinal
de y3 com respeito a g.
Teorema 9.3.
Observações:
e
∞ se kxk ≥ 2
f− (x) = (−x 1 , x2 , ..., x m ) se kxk ≤ 1
1
2−kxk (−x 1 , x2 , ..., x m ) se 1 ≤ kxk < 2.
sen(t − 1) π2 cos(t − 1) π2
, 0 ≤ t ≤ 1.
− cos(t − 1) π2 sen(t − 1) π2
z ∈ D 7→ ϕi (1, z) ∈ ∂W
Por outro lado, pelo lema 9.6, podemos construir uma homotopia At
à identidade se o número de autovalores com parte real < 0 é par ou
à aplicação (x1 , x2 , . . . , xn ) 7→ (−x1 , x2 , . . . , xn ) se esse número for
ı́mpar. Logo Ind(A0 , 0) é igual a 1 se o auto-espaço correspondente
aos autovalores com parte real negativa tem dimensão par e −1 caso
contrário.
0 < kx − x0 k ≤ a ⇒ X(x) 6= 0
0 < ky − y0 k ≤ a ⇒ Y (y) 6= 0.
a
Seja b < 2 suficientemente pequeno tal que
a
kx − x0 k < b ⇒ kϕ(x) − y0 k < .
2
kX̃(x) − X(x)k ≤ ε, ∀ x ∈ U.
S
Seja W = B(x0 , a) \ B(xi , δ), em que x1 , . . . , xk são as singulari-
i
dades de X̃ em B(x0 , a). Como X̃ não tem singularidades em W , a
aplicação
∂W −→ S n−1
x 7−→ kX̃(x)
X̃(x)k
k
X
Ind(Y, y0 ) = Ind(ϕ∗ X̃, ϕ(xi )),
i=1
grau por homotopia, temos que para todo t0 ∈ [0, 1] existe ε > 0 tal
que
X X
|t − t0 | < ε ⇒ Ind(Xt , x) = Ind(Xt0 , x).
Xt (x)=0 Xt0 (x)=0
∂W −→ S n−1
Y (x)
x 7−→ kY (x)k
Mas como Ind(Y, (0, 0)) = −Ind(Y, (1, 0)) temos que a aplicação
∂B −→ S n−1
Y (x)
x 7−→ kY (x)k
234 [CAP. 9: GRAU TOPOLÓGICO
e assim χ(M ) = 0.
Proposição 9.22. Se M e N são variedades compactas e π : M → N
é uma aplicação de recobrimento, então
χ(M ) = (#f −1 (x)) · χ(N ).
236 [CAP. 9: GRAU TOPOLÓGICO
= χ(M1 ) + χ(M2 ).
f (x) − x
S n−1 → S n−1 definida por x 7→
||f (x) − x||
(− 12 x1 , x2 , . . . , xm )
x ∈ S m−1 7→ ∈ S m−1
||(− 21 x1 , x2 , . . . , xm )||
x ∈ S m−1 7→ (−x1 , x2 , . . . , xm )
Demonstração. Seja > 0 tal que f não tem ponto fixo na bola
de raio 2. Se g é suficientemente proximo a f na topologia C0 , g
não tem pontos fixos na esfera de raio . Pelo teorema, podemos
tomar g C ∞ tal que seus pontos fixos são todos simples. Logo g
tem um número finito de pontos fixos na bola de raio . Centrado
em cada um dos pontos fixos tomamos uma pequena bola com fecho
contido na bola de raio tais que os fechos dessas bolas sejam dois
a dois disjuntos e que g não tenha pontos fixos na variedade W que
é o complementar dessas bolas na bola de raio . Comoa a função
g(x)−x)
x ∈ W → ||g(x)−x|| ∈ S m−1 é contı́nua, sua restrição ao bordo tem
grau zero. Mas o grau de sua restrição ao bordo da esfera de raio
é igual ao ı́ndice Ind(f, 0). Isto porque se g está suficientemente
244 [CAP. 9: GRAU TOPOLÓGICO
Cohomologia de De Rham
247
248 [CAP. 10: COHOMOLOGIA DE DE RHAM
∞
Proposição 10.2. Se para toda aplicação f : S 1 →
R M∗de classe C
1
e para toda 1-forma fechada ω ∈ Ω (M ) tem-se S 1 f ω = 0, então
H 1 (M ) = 0.
T : H 1 (M ) → R2g
definida por !
Z Z
T ([ω]) = ω, . . . , ω .
γ1 γ2g
−
de Wi com a componente Ci+1 do bordo de Wi+1 , obtemos uma su-
perfı́cie sem bordo W e um recobrimento πi : W → M . O grupo das
transformações de recobrimento é gerado por um único difeomorfismo
τ , que leva Wi em Wi+1 . Se πi (x̃0 ) = x0 , então o levantamento das
curvas γj , j 6= i, pelo ponto x̃0 são curvas fechadas, enquanto que
o levantamento de γi é uma curva que une x̃0 com o ponto τ (x̃0 ).
Seja f0 : W0 → R uma função C ∞ que vale 0 em uma vizinhança de
C0− e vale 1 em uma vizinhança de C0+ . Podemos então estender f0
a uma função f : W → R de classe C ∞ tal que f (τ (x)) = f (x) + 1.
Consideremos a forma exata ω̃i = df . Temos que τ ∗ ω̃i = ω̃i . Logo
existe uma única forma ωi ∈ Ω1 (M ) tal que ω̃i = πi∗ ωi . Como ω̃i é
fechada, temos que ωi também é fechada. RSe γ̃j sãoR os levantamen-
tos dos γj pelo ponto x̃0 , temos que 0 = γ̃j ω̃i = γj ωi se j 6= i e
R R
1 = γ̃i ω̃i = γi ωi , o que prova a afirmação e o corolario.
αk : Ωk (M ) −→ Ωk (U ) ⊕ Ωk (V )
ω 7−→ (ω|U , ω|V )
e
βk : Ωk (U ) ⊕ Ωk (V ) −→ Ωk (U ∩ V )
(ω1 , ω2 ) 7−→ ω1 |U ∩V − ω2 |U ∩V .
é exata.
[SEC. 10.2: A SEQUÊNCIA DE MAYER-VIETORIS 251
αk : H k (M ) → H k (U ) ⊕ H k (V ),
βk : H k (U ) ⊕ H k (V ) → H k (U ∩ V ).
é exata.
É conveniente descrever a definição do morfismo ∆k . Seja ω uma
forma fechada em Ωk (U ∩ V ). Como βk é sobrejetiva existem formas
ω1 ∈ Ωk (U ) e ω2 ∈ Ωk (V ) tais que ω = ω1 |U ∩V − ω2 |U ∩V . Como ω
é fechada, temos que dω1 (x) = dω2 (x) para todo x ∈ U ∩ V . Logo,
definindo η(x) = dω1 (x) se x ∈ U e η(x) = dω2 (x) se x ∈ / U , temos
que η é uma forma de classe C ∞ e fechada em Ωk+1 (M ). A aplicação
∆k é então a aplicação que associa a classe de cohomologia de ω à
classe de cohomologia de η.
Teorema 10.7. Se S n é a esfera de dimensão n ≥ 1, então H k (S n ) =
0 se k 6= 0, n e H k (S n ) = R se k = 0, n.
252 [CAP. 10: COHOMOLOGIA DE DE RHAM
Para calcular Hcn (Rn ) basta provar que se ω ∈ Ωnc (Rn ) é tal que
ω = 0, então ω = dη com η ∈ Ωn−1 (Rn ). Tomemos ρ e U como
R
Rn c
na primeira parte da demonstração. Novamente ω = dη3 em Rn e
portanto dη3 = 0 em U . Por outro lado, pelo teorema de Stokes
temos Z Z Z Z
0= ω= ω= dη = η
Rn B2ρ B2ρ S
Consideremos os abertos:
U = CP n \ {[0 : . . . : 0 : 1]}
V = {[z0 : . . . : zn ] ∈ CP n ; zn 6= 0}
. A aplicação V → Cn , [z0 : . . . : zn−1 : zn ] 7→ ( zzn0 , . . . , zn−1
zn ) é um
k
difeomorfismo. Logo H (V ) = 0 se k é diferente de zero.
A aplicação ht : U → U definida por ht ([x0 : . . . xn−1 : xn ] = [x0 : . . . : xn−1 : txn
é uma homotopia entre a identidade e a retraçao r : U → i(CP n−1 .
Logo H k (U ) é isomorfo a H k (CP n−1 .
A aplicação U ∩V 7→ Cn \{0}, [z0 : . . . : zn−1 : zn ] 7→ ( zzn0 : . . . : zn−1
zn )
é um difeomorfismo. Logo H k (U ∩V ) é isomorfo ao grupo de cohomo-
logia H k (S 2n−1 . Como toda variedade complexa é orientada e CP n
é comacta temos que H 2n (CP n ) é isomorfo a R. A proposição segue
então por indução da sequência de Mayer-Vietoris.
Exercı́cio 10.1. Calcule os grupos de cohomologia de de Rham dos
espaços projetivos reais e quartenionicos.
Teorema 10.13. Sejam M , N variedades orientadas de dimensão
n e fixe formas diferenciais ωM ∈ Ωnc (M ) e ωN ∈ Ωnc (N ) com inte-
gral igual a 1 nos seus respectivos domı́nios. Se f : M → N é uma
aplicação contı́nua e própria, então
DM : H k (M ) → (Hcm−k (M ))∗ .
f1 f2 f3 f4
M1 −−−−→ M2 −−−−→ M3 −−−−→ M4 −−−−→ M5
φ1 y
φ φ φ φ
y 2 y 3 y 4 y 5
f0 f0 f0 f0
M10 −−−1−→ M20 −−−2−→ M30 −−−3−→ M40 −−−4−→ M50
Se φ1 , φ2 , φ4 e φ5 são isomorfismos, então φ3 também é isomorfismo.
262 [CAP. 10: COHOMOLOGIA DE DE RHAM
D ⊕−D
H r−1 (U ) ⊕ H r−1 (V ) −−−
U V
−−−−→ Hcm−r+1 (U )∗ ⊕ Hcm−r+1 (V )∗
β∗ y
∗
ya
D
H r−1 (U ∩ V ) U ∩V
−−− −→ Hcm−r+1 (U ∩ V )∗
(−1)r ∆y
|
yδ
D
H r (M ) −−−M
−→ Hcm−r (M )∗
α∗ y
∗
yb
H r (U ) ⊕ H r (V ) −−−−−−−→ Hcm−r (U )∗ ⊕ Hcm−r (V )∗
DU ⊕−DV
β∗ y
∗
ya
H r (U ∩ V ) −−−−→ Hcm−r (U ∩ V )∗
DU ∩V
Z Z Z
(DM ∆)([ω])([σ]) = η∧σ = η∧σ = d(−λU ω) ∧ σ
M U ∩V U ∩V
Z
= −dλU ∧ ω ∧ σ
U ∩V
e
DM (([ωi ])i ) = (DMi ([ωi ])i
o que prova a afirmação. Para concluir a demonstração do lema,
basta escrever M como uma união enumerável de abertos Vi tais
S que
Vi pertence a F e Vi ∩ Vi+j = ∅ se j ≥ S
cada S 2 e tomar U = V2i e
V = V2i+1 . Para isso basta escrever M = i Ki como uma união
enumerável de compactos com Ki ⊂ intKi+1 , e tomar Vi como uma
cobertura finita do compacto Ki \ Int (Ki−1 ) de elementos da base
B cada um com o fecho contido no aberto Int(Ki+1 ) \ Ki−2 .
π∗ : Ωn+k k
vc (E) → Ω (M )
tal que
1) π∗ dE τ = dM π∗ τ onde dE e dM são as derivadas exteriores.
2) M ω ∧ π∗ τ = E π ∗ ω ∧ τ para toda ω ∈ Ωm−k
R R
c (M ).
Demonstração. O homomorfismo π∗ é obtido por integração nas
k+n
fibras. Para ver isso, sejam τ ∈ Ωvc (E), p ∈ M e v1 , . . . , vk ∈ T Mp .
Vamos definir o número real (π∗ τ )(p) (v1 , . . . , vk ). Seja e ∈ Ep e
e1 , . . . , en ∈ T (Ep )e ⊂ T Ee . Escolha vetores v10 , . . . , vk0 ∈ T Ee tais
que Dπ(e)vj0 = vj . Definimos a n-forma τ p,v1 ...,vk em cada fibra Ep
por
τ p,v1 ...,vk (e)(e1 , . . . , en ) = τ (e)(v10 , . . . , vk0 , e1 , . . . , en ).
266 [CAP. 10: COHOMOLOGIA DE DE RHAM
Essa definição não depende da escolha dos vetores vj0 , pois se os veto-
res e1 , . . . , en são linearmente dependentes, então o segundo membro
se anula para toda escolha dos vj0 e, se são linearmente independen-
tes e Dπ(e)vj00 = vj , então vj00 − vj0 é uma combinação linear dos ei
e o resultado não se altera se substituirmos vj0 por vj00 . Finalmente,
definimos Z
(π∗ τ )(p)(v1 , . . . , vk ) = τ p,v1 ,...,vk .
Ep
Colocando
m
XX ∂aI,J
η1 = dxi ∧ dxI ∧ dy J
∂xi
I,J i=1
n
XX ∂aI,J I
η2 = (−1)|I| dx ∧ dy j ∧ dy J ,
j=1
∂yj
I,J
b) |J| = n.
X
τ= aI (x, y)dxI ∧ dy 1 ∧ · · · ∧ dy n |I| = k
I
X Z
π∗ τ = aI (x, y)dy 1 ∧ · · · ∧ dy n dxI
I Rn
m Z
∂aI
XX
dπ∗ τ = (x, y)dy 1 ∧ · · · ∧ dy n dxi ∧ dxI .
i=1 Rn ∂xi
I
Logo
m Z
∂aI
XX
π∗ dτ = (x, y)dy ∧ · · · ∧ dy dxi ∧ dxI .
1 n
j=1 Rn ∂xi
I
e novamente π∗ dτ = dπ∗ τ .
Vamos provar 2)
X
ω= aI (x)dxI
|I|=m−k
X
τ= bJ,K (x, y)dxJ ∧ dy K
|J|+|K|=n+k
X
π∗ ω ∧ τ = aI (x)bJ,K (x, y)dxI ∧ dxJ ∧ dy K
Se |K| < n temos que π∗ τ = 0 e também que π ∗ w ∧ τ = 0 e a
igualdade é trivialmente verificada. Podemos então supor que
X
τ= bJ (x, y)dxJ ∧ dy 1 ∧ · · · ∧ dy n
|J|=k
e
X
π∗ ω ∧ τ = aI (x)bJ (x, y)dxI ∧ dxJ ∧ dy 1 ∧ · · · ∧ dy n
|I|=m−k
|J|=k
268 [CAP. 10: COHOMOLOGIA DE DE RHAM
é um isomorfismo.
Demonstração. Sejam M = Rm e E o fibrado produto Rm × Rn .
`
Afirmamos que Hvc (Rm × Rn ) = 0 se ` 6= n e é igual a R se ` = n.
A prova da afirmação é análoga à utilizada para determinar o grupo
de cohomologia de suporte compacto de Rn .
De fato, se ω ∈ Ω`vc (Rm × Rn ), então existe uma função ρ : Rm → R
de classe C ∞ tal que o suporte de ω esteja contido em
m n ρ(x)
(x, y) ∈ R × R ; kyk ≤ .
2
Sejam U = {(x, y); kyk > ρ(x)} e S = {(x, y); kyk = 2ρ(x)}. Temos
que U tem o tipo de homotopia de S, que por sua vez é difeomorfa
a Rm × S n−1 e este último tem o tipo de homotopia de S n−1 . Logo
H ` (U ) = 0 se ` 6= 0, n − 1. Pelo lema de Poincaré, ω = dη1 com
η1 ∈ Ω`−1 (Rm × Rn ). Como o suporte de ω não intersecta U , a res-
trição de η1 a U é uma forma fechada.
Se ` 6= n, como H `−1 (U ) = 0, existe η2 ∈ Ω`−2 (U ) tal que η1 = dη2
em U . Seja ϕ : Rm × Rn → R+ de classe C ∞ tal que ϕ(x, y) = 1
se kyk ≥ 2ρ(x) e ϕ(x, y) = 0 se kyk ≤ 23 ρ(x). Tomemos então
η3 ∈ Ω`−2 (Rm × Rn ) tal que η3 (x, y) = 0 se kyk ≤ 32 ρ(x) e η3 (x, y) =
ϕ(x, y)η2 (x, y) em U . Temos então que dη3 = dη2 em {(x, y); kyk ≥
2ρ(x)}. Assim ω = d(η1 − dη3 ) e η1 − dη3 se anula em {(x, y); kyk ≥
`
2ρ(x)}. Logo Hvc (Rm × Rn ) = 0 se ` 6= n.
n
A prova de que Hvc (Rm × Rn ) = R é análoga.
[SEC. 10.4: ISOMORFISMO DE THOM E A CLASSE DE EULER 269
φ : Ωk (Rm ) → Ωk+n m n
vc (R × R )
ω 7→ (π ∗ ω) ∧ τ.
φ : H k (Rm ) → Hvc
k+n
(Rm × Rn )
π∗ π∗ π∗
0 / Ω∗−n (U ∪ V ) / Ω∗−n (U ) ⊕ Ω∗−n (V ) / Ω∗−n
∗ (U ∩ V ) /0
∗
Hvc (E|U ∪V ) / Hvc
∗ ∗
(E|U ) ⊕ Hvc (E|V ) / Hvc
∗
(E|U ∩V ) / Hvc
∗+1
(EU ∪V )
π∗ π∗ π∗ π∗
∗−n
Hvc (U ∪ V ) / H ∗−n (U ) ⊕ H ∗−n (V ) / H ∗−n (U ∩ V ) / H ∗−n+1 (U ∪ V )
270 [CAP. 10: COHOMOLOGIA DE DE RHAM
g∗ E
G /E
p π
N
g
/M
Afirmamos que existe uma constante K > 0 tal que para todo a > 0
temos que
G(NS − NSKa ) ∩ NTa = ∅.
De fato, pela transversalidade de G a T , temos que existe ε > 0 e
K1 > 0 tal que se (x, v) ∈ NS satisfaz kvkx ≤ ε1 e G(x, v) = (y, w),
então K11 kvkx < kwky < K1 kvkx . Seja ε2 > ε1 tal que se kvkx ≥ ε2
então G(x, v) = L(x, v). Como o conjunto {(x, v); ε1 ≤ kvkx ≤ ε2 }
é compacto, existe K2 > 0 tal que se (x, v) pertence a esse conjunto
e G(x, v) = (y, w) então K12 kvkx < kwky < K2 kvkx . Como a res-
trição de L a cada fibra é um isomorfismo, existe K3 > 0 tal que se
L(x, v) = (x, w) então K13 ||v||x ≤ ||w||x ≤ K3 ||V ||x . Temos portanto
que existe K > 0 tal que para todo (x, v) ∈ NS , se G(x, v) = (y, w),
1
então K kvkx ≤ kwky ≤ Kkvkx e isso prova a afirmação.
G t : NS → NT
definidas por
onde ρt : NT → NT é o isomorfismo
1
ρt (y, w) = y, w .
t
1
Gt (x, v) = (y, w) ⇒ kvkx ≤ kwky ≤ Kkvkx .
K
Consequentemente a aplicação
v1 , . . . , v1 , u1 , . . . , u1+t−m w1 , . . . , wt ,
de T Mx .
u1 , . . . , us , Df (x)v1 , . . . , Df (x)vm
for uma base positiva de T Nf (x) sempre que u1 , . . . , us for uma base
positiva de T Sf (x) e v1 , . . . , vm for uma base positiva de T Mx . Caso
contrario o sinal de x é igual a −1. Finalmente, o número de in-
terseção de f com S, f.S , foi definido como a soma dos sinais dos x0j s.
Como vimos, esse número inteiro é invariante por hotomopias e, por-
tanto, está associado a uma classe de homotopia de funções contı́nuas
[SEC. 10.4: ISOMORFISMO DE THOM E A CLASSE DE EULER 277
2) χ(f ∗ E1 ) = f ∗ (χ(E1 ))
∂D1/2 −→ S n−1
z ni
z 7−→ kz ni k
é igual a ni .
[SEC. 10.4: ISOMORFISMO DE THOM E A CLASSE DE EULER 281
Concluı́mos
Pn então que o número de Euler do fibrado ED → M é igual
a i=1 ni , este último também é conhecido como o grau do divisor.
Afirmamos que se o número de Euler do fibrado é negativo, então o
fibrado não tem seção holomorfa. Isso é consequência dos seguintes
fatos:
H k (M ) ⊗ H l (N ) −→ H k+l (M × N )
∗ ∗
[ω] ⊗ [η] 7−→ [πM ω] ∪ [πN η]
e assim, um homomorfismo
l
M
φl : H k (M ) ⊗ H `−k (N ) → H ` (M × N ).
k=0
[SEC. 10.5: UMA FÓRMULA DE KÜNNETH E O TEOREMA DE LEFSCHETZ 283
é um isomorfismo.
Demonstração. Se M = Rm então H k (M ) = 0 para k > 1 e
H 0 (M ) = R. Logo ⊕H k (M )⊕H `−k (N ) ' H 0 (M )⊗H ` (N ) ' H ` (N )
e, como M × N tem o tipo de homotopia de N , H ` (M × N ) ∼ H ` (N )
o que prova o resultado quando M tem o tipo de homotopia de Rm .
Vamos usar a sequência exata de Mayer-Vietoris e o lema dos 5 para
provar que se M = U ∪ V e o teorema é verdadeiro para os abertos
U ×N, V ×N e (U ∩V )×N , então o teorema é verdadeiro para M ×N .
e
tl (A) = Ωl (A × N ), T l (A) = H l (A × N ).
Então temos um diagrama comutativo com colunas exatas
0 0
φl,U ∪V
sl (U ∪ V ) / tl (U ∪ V )
φl,U +φl,V
sl (U ) ⊕ sl (V ) / tl (U ) ⊕ tl (V )
φl,U ∩V
sl (U ∩ V ) / tl (U ∩ V )
0 0
284 [CAP. 10: COHOMOLOGIA DE DE RHAM
S l (U ∪ V ) / S l (U ) ⊕ S l (V ) / S l (U ∩ V ) / S l+1 (U ∪ V ) /
T l (U ∪ V ) / T l (U ) ⊕ T l (V ) / T l (U ∩ V ) / T l+1 (U ∪ V ) /
Pelo lema dos 5, se φ∗`,U , φ∗`,V e φ∗`,U ∩V são isomorfismos para todo `,
então φ∗`,U ∪V é isomorfismo. Para concluir a demonstração basta
usar indução: se o teorema é verdadeiro para variedades M que
tem cobertura simples com k − 1 elementos, então é também ver-
dadeiro para toda variedade M que tem uma cobertura simples com
k-elementos.
Portanto
C`k = 0 se l 6= k e Ckk = (−1)|wk | .
Logo
n
X
τ∆ = (−1)|wi | π1∗ wi ∧ π2∗ τi + dη.
i=1
vale
Z
L(f ) = (−1)m g ∗ τ∆
ZM
= (−1) m
(id × f )∗ τ∆
M
n
X Z
= (−1)m (−1)|wi | (id × f )∗ (π1∗ wi ∧ π2∗ τi )
i=1 M
n
X Z
= (−1)m (−1)|ωi wi ∧ f ∗ τi
i=1 M
m
X X Z
= (−1)k wi ∧ f ∗ τi .
k=0 |τi |=k M
Se |τi | = k, então f ∗ τi =
P
|τj |=k aij τj . Logo
X
wi ∧ f ∗ τi = aij wi ∧ τj
|τj |=k
e Z
wi ∧ f ∗ τi = aii .
M
Assim X X
wi ∧ f ∗ τi = aii = T r(fk∗ ).
|τi |=k |τi |=k
seguinte.
das formas invariantes à esquerda tem dimensão um. É fácil ver que
(πM )∗ : H ∗ (M × G) → H ∗−n (M )
que,
R como∗ vimos naRproposição 10.23,comuta com a derivadas exterior
e M ×G πM ω ∧τ = M ω ∧(πM )∗ τ para toda ω com suporte compacto
em M .
Consideremo o homomorfismo r : Ω∗ (M ) → Ω∗ (M ), r = I ◦ ρ∗ onde
I : Ωk (M × G) → Ωk (M ) definido por
∗
I(ω) = (πM )∗ (ω ∧ πG (ωG )).
R R
Se f : G → R denotaremos por G f (g)dg a integral G f ωG .
Lema 10.45.
Z
r(ω)(x)(v1 , . . . , vk ) = (ρ∗g ω)(x)(v1 , . . . , vk )dg
G
(ρ∗ ω ∧ πG∗
ωG )(x, g)(v1 , . . . , vk , u1 , . . . un ) =
= (ρ∗g ω)(x)(v1 , . . . , vk ) × πG
∗
ωG (x, g)(u1 , . . . , un ).
∗
Como πG ωG (x, g)(u1 , . . . un ) = ωG (x)(u1 , . . . un ) concluimos a prova
do lema (estamos identificando o vetor vj ∈ T Mx com o vetor (vj , 0) ∈
T (M × G)x,g e o vetor uj ∈ T Gg com o vetor (0, uj ).)
1. r ◦ d = d ◦ r
ρ∗g ω̂(x)(v1 , . . . , vk ) =
= ω̂(ρ
Z g (x))(Dρg (x)v1 , . . . Dρg (x)vk )
= (ρ∗h ω)(ρg (x)(Dρg (x)v1 , . . . , Dρg (x)vk )dh =
ZG
= ω(ρh ◦ ρg (x))(Dρh (ρg (x))Dρg (x)v1 , . . . , Dρh (ρg (x))Dρg (x)vk ) =
ZG
= ω(ρgh (x))(Dρgh (x)v1 , . . . , Dρgh (x)vk )dh =
ZG
= ω(ρb (x))(Dρb (x)v1 , . . . , Dφb (x)vk )db = ω
G
3)
Z
r(ω)(x)(v1 , . . . , vk ) = (ρ∗g ω)(x)(v1 , . . . , vk )dg =
G
Z
= ω(x)(v1 , . . . , vk )dg =
G
= ω(x)(v1 , . . . , vk )
r : Ω∗ (M ) → Ω∗I (M )
hk : Ωk (M × G) → Ωk−1 (M )
tais que
I − je∗ = dhk + hk+1 d
Antes de provar a afirmação vamos concluir a prova do teorema.
Como ρ ◦ je é a identidade de M temos que je∗ ◦ ρ∗ = id. Logo
i ◦ r − id = I ◦ ρ∗ − id = dhρ∗ + hρ∗ d
n−1
Logo existe uma forma θ ∈ Ω (G) tal que
ωG − η = dθ.
Definimos então
ĥk : Ωk (M × G) → Ωk−1 (M )
∗
por ĥk (τ ) = (−1)k (πM )∗ (τ ∧ πG θ) e
Iˆ: Ωk (M × G) → Ωk (M )
ˆ ) = (πM )∗ (τ ∧ π ∗ η). Temos então que
I(τ G
I − Iˆ = dĥ + ĥd.
294 [CAP. 10: COHOMOLOGIA DE DE RHAM
I˜: Ω∗ (M × U ) → Ω∗ (M )
˜ ) = (π̃M )∗ (τ ∧π ∗ η). Para todo τ ∈ Ω∗ (M ×G) temos
definido por I(τ U
que
I˜ ◦ l∗ (τ ) = I(τ
ˆ ).
Logo
I − I˜ ◦ l∗ = dĥ + ĥd.
Seja h : M × U × [0, 1] → U uma homotopia entre a identidade e
a aplicação j̃e ◦ π̃M , (x, g) 7→ (x, e). Logo existe um operador de
homotopia algébrica
h̃ : Ω∗ (M × U ) → Ω∗−1 (M × U )
tal que
∗
π̃M ◦ j̃e∗ − idΩ∗ (M ×U ) = h̃d + dh̃.
Por outro lado, como I˜ ◦ π̃M
∗
= id tems, da equação anterior, que
(g, h) 7→ h−1 g,
(g, h) 7→ gh,
(g, (h, k)) 7→ h−1 gk.
As formas invariantes pela primeira açao são as formas ΩL (G), as
invariantes pela segunda ação são as formas ΩR (G) e as invariantes
pela terceira ação são as formas ΩI (G).
ΩI (G)∗ → H ∗ (G).
De fato,
i∗ ω(g0 )(DRg0 (e)v1 , . . . , DRg0 (e)vk ) =
= ω(g0−1 )((−DLg0 (e))− 1.v1 , . . . , −(DLg0 (e))−1 vk ) =
= (−1)k ω(g0−1 )((DLg0 (e))− 1.v1 , . . . , (DLg0 (e))−1 vk ) = ,
= (−1)k ω(e)(v1 , . . . , vk ) =
= (−1)k ω(g0 )(DRg0 (e)v1 , . . . , DRg0 (e)vk )
once na penúltima igualdade usamos a invariância por translações à
esquerda e na última a invariância por translações à direita.
Como a derivada exterior comuta com o pull-back temos , se ω ∈
ΩkI (G), que
(−1)k dω = di∗ ω = i∗ dω = (−1)k+1 dω.
Portanto toda forma ω ∈ ΩkI é fechada. Logo a aplicação que a
dada ω ∈ Ωk associa sua classe de cohomologia em HIk (G) é um
isomorfismo. A proposição segue então do teorema anterior.
Exemplo 10.2. A algebra de cohomologia do toro O toro
Tn = S 1 × . . . S ! .e um grupo comutativo. Portanto toda forma
invariante à esquerda é também invariante à direita.
Seja π : Rn → Tn o recobrimento universal. O grupo das trans-
formações de recobrimento é o conjunto das translações inteiras. Por-
tanto o espaço das formas diferenciais no toro é isomorfo ao espaço
vetorial das formas em Rn invariantes pelas translações inteiras. Todo
levantamento de uma translação no toro é uma translação no Rn .
Portanto π estabelece um isomorfismo entre as formas invariantes
no toro e o espaço vetorial das formas em Rn invariantes por todas
as translações. Esse é simplesmente o espaço das formas com coe-
ficientes constantes, isto é, Λ∗ ((Rn )∗ ). Logo temos um isomofismo
da algebra Λ∗ ((Rn )∗ ) na álgebra da cohomologia do toro. Em cada
classe de cohomologia do toro existe uma única forma cujo pull back
é uma forma com coeficientes constantes em Rn .
Exercı́cio 10.4. Seja g = T Ge a algebra de Lie do grupo compacto
e conexo G.
1. Seja Λ∗I (g∗ ) ⊂ Λ∗ (g∗ ) o conjunto das formas alternadas in-
variantes pela ação adjunta. Mostre que existe uma retração
r : Λ∗ (g∗ ) → Λ∗I (g∗ ).
[SEC. 10.7: CORRENTES DE DE RHAM 297
converge a zero.
Para definir a topologia em Ωkc (M ), tomamos uma cobertura lo-
calmente finita de M por domı́nios de cartas locais φi : Ui → Rm e
uma partição da unidade λi : M → [0, 1] subordinada a essa cober-
tura. Temos então que se ω ∈ Ωkc (M ), então ω = i λi ω e as formas
P
λi ω tem suporte em Ui e, portanto, (φi )∗ (λi ω) ∈ Ωkc (Rn ). Dizemos
então que ωn converge a ω se existe um compacto K ⊂ M que contém
os suportes de ω e de ωn para todo n e (φi )∗ (λi (ω − ωn )) converge
a zero em Ωkc (Rm ) para todo i. De fato, essa sequência de formas é
não nula apenas para um número finito de i’s tais que Ui intersecta
o compacto K.
de ordem n.
ik : Ωm−k (M ) −→ Ck (M )
η 7−→ Tη
R
onde Tη (ω) := M
ω ∧ η. Então
Teoria de Morse
300
[SEC. 11.1: FUNÇÕES DE MORSE 301
e
∂f
gj (0) = (0).
∂xj
De fato, pelo teorema fundamental do cálculo e a regra da cadeia
temos que
Z 1
d
f (x1 , . . . , xm ) = f (tx1 , . . . , txm )dt
0 dt
Z 1X m
∂f
= (tx1 , . . . , txm )xj dt
0 j=1 ∂x j
m Z 1
X ∂f
= xj · (tx1 , . . . , txm )dt.
j=1 0 ∂xj
R 1 ∂f
Portanto basta tomar gj (x1 , . . . , xm ) = 0 ∂x j
(tx1 , . . . , txm )dt.
Logo, se f (0) = 0 e Df (0) = 0, podemos aplicar o lema novamente
para cada gj e concluir que existem funções hij : Rm → R de classe
C ∞ tais que
m
X
f (x1 , . . . , xm ) = xi xj hij (x1 , . . . , xm ).
i,j=1
Substituindo hij por 1/2(hij + hji ), podemos supor que hij = hji .
com Hij funções de classe C ∞ tais que Hij = Hji e a matriz Hij (0)
seja não singular. O lema de cálculo mostra o passo inicial r = 1.
∂vr
p
e vj = uj se j 6= r. Como ∂u r
(0) = Hrr (0) > 0, temos, pelo
teorema da função inversa, que aplicação
(u1 , . . . , um ) 7→ (v1 (u1 , . . . , um ), . . . , vm (u1 , . . . , um ))
é um difeomorfismo de uma vizinhança de 0 sobre uma vizinhança de
0. Por outro lado,
f (u1 , . . . , um ) = ± u21 ± · · · ± u2r
X X Hir Hjr
+ u2r Hrr + 2ur ui Hri + ui uj
i>r i,j>r
Hrr
X Hir Hjr X
− ui uj + ui uj Hij .
i,j>r
Hrr i,j>r
Como
2
X X Hir Hjr X 2 Hir
vr2 = u2r Hrr + 2ur ui Hri + 2 ui uj − ui ,
i>r i,j>r
Hrr i>r
Hrr
[SEC. 11.1: FUNÇÕES DE MORSE 303
• Se x ∈ M \ C(f ), então
∇f (x)
X(x) = − .
k∇f (x)k2x
Figura 11.1: .
[SEC. 11.1: FUNÇÕES DE MORSE 305
F = f − µ(x + 2y),
1) No elipsóide
se q ∈
/ E temos F (q) = f (q) e se q ∈ E então
x(q)
F (q) ≤ f (q) = f (c) − x(q) + y(q) ≤ f (c) + + y(q) ≤ f (c) + ,
2
assim
F −1 ((−∞, f (c) + ]) = M f (c)+ .
2) F e f tem os mesmos pontos crı́ticos. De fato, temos que em U ,
F (q) = g(x(q), y(q)), com g(t, s) = f (c) − t + s − µ(t + 2s), portanto
a diferencial de F é dada por
∂g ∂g
DF = Dx + Dy = (−1 − µ0 (x + 2y))Dx + (1 − 2µ0 (x + 2y))Dy.
∂t ∂s
Pλ
Como −1P− µ0 (x + 2y) < 0, 1 − 2µ0 (x + 2y) ≥ 1, Dx = i=1 2ui Dui
m
e Dy = i=λ+1 2ui Dui , temos que em U a diferencial DF se anula
somente na origem, o que prova a propriedade 2.
3) Como F (c) = f (c) − µ(0) < f (c) − , temos que F não tem
pontos crı́ticos em F −1 ([f (c) − , f (c) + ]) e, pelo teorema anterior,
F −1 ((−∞, f (c) + ]) é difeomorfo a F −1 (−∞, f (c) − ]).
4) Se
H = F −1 ((−∞, f (c) − ]) \ M f (c)−
então
F −1 ((−∞, f (c) − ] = M f (c)− ∪ H
Temos que eλ = {q; y(q) = 0, x(q) ≤ } está contido em H. Como a
derivada da função t 7→ t − µ(x + 2t) é sempre maior ou igual a 1,
temos que para cada x existe um único r(x) tal que
Construimos um homeomorfismo
θ : Dλ√ 4 × Dm−λ
√ → H
3 3
e o operador de bordo
∂ : Cr (M ) → Cr−1 (M )
é definido estendendo por linearidade
X X
∂ aj σj = aj ∂σj .
j j
Corolário 11.5. ∂ 2 = 0.
Pr i
Demonstração. Como ∂σ = i=0 (−1) ∂i σ, temos
r
X
∂∂σ = ∂(∂i σ)
i=0
r X
X r−1
= (−1)i+j ∂j ∂i σ
i=0 j=0
X
= ((−1)i+j ∂j ∂i σ + (−1)i−1+j ∂i−1 ∂j σ)
0≤j<i≤r
= 0.
310 [CAP. 11: TEORIA DE MORSE
Zr (M ) = Ker ∂ : Cr (M ) → Cr−1 (M )
Br (M ) = Im ∂ : Cr+1 (M ) → Cr (M )
Hr (M ) = Zr (M )/Br (M )
φk , ψk : Ck → Ck0
tais que
φ − ψ = D∂ + ∂ 0 D
em cada dimensão. Observe que se existe uma homotopia algébrica
entre os dois homomorfismos e ∂c = 0, então (φ − ψ)(c) = ∂ 0 (D(c)) e,
portanto, (φ − ψ)(c) é homólogo a zero. Logo a classe de homologia
de φ(c) é igual à classe de homologia de ψ(c) e, consequentemente,
os homomorfismos induzidos em homologia são iguais em cada di-
mensão.
Teorema 11.6. (Invariância por homotopia) Se f, g : M → N
são aplicações contı́nuas e homotópicas entre espaços topológicos,
então as aplicações induzidas em homologia coincidem. Em parti-
cular, se dois espaços topológicos tem um mesmo tipo de homotopia,
então seus grupos de homologia são isomorfos.
Demonstração. Seja H : M × [0, 1] → N uma homotopia entre f
e g com H(x, 0) = f (x) e H(x, 1) = g(x). Vamos construir uma
homotopia algébrica entre os morfismos f# e g# . Para tanto vamos
começar definindo um operador, chamado operador prisma,
onde
Pi : ∆r+1 → ∆r × [0, 1]
Afirmação:
∂P (σ) = i1 ◦ σ − i0 ◦ σ − P (∂σ)
onde i0 (x) = (x, 0) e i1 (x) = (x, 1). Essa fórmula é a versão algébrica
do seguinte fato geométrico: o bordo topológico do prisma [0, 1] × ∆r
é {1} × ∆r ∪ {0} × ∆r ∪ [0, 1] × ∂∆r .
D = H# ◦ P
ou ainda,
r
X
∂P (σ) = (−1)i ∂(σ̃ ◦ Pi )
i=0
r
X X
= (−1)i (−1)j σ̃|[A0 ,...,Âj ,...,Ai ,Bi ,...,Br ]
i=0 j<i
X
+ (−1)j+1 σ̃|[A0 ,...,Ai ,Bi ,...B̂j ,...,Br ]
j>i
pois
r h
X i
(−1)i (−1)i σ̃|[A0 ,...,Âi ,Bi ,...,Br ] + (−1)i (−1)i+1 σ̃|[A0 ,...,Ai ,B̂i ,...,Br ]
i=0
r−1
X
= σ̃|[Â0 ,B0 ,...,Br ] + −σ̃|[A0 ,...,Ai ,B̂i ...,Br ] + σ̃|[A0 ,...,Âi+1 ,Bi+1 ,...,Br ] −
i=0
− σ̃|[A0 ,...,Ar ,B̂r ]
= σ̃|[Â0 ,B0 ,...,Br ] − σ̃|[A0 ,...,Ar ,B̂r ] .
e,
r
X r−1
X
P (∂σ) = (−1)i ∂˜i σ ◦ Pk
i=0 k=0
onde
Pk : ∆r → ∆r−1 × [0, 1]
é a aplicação afim que leva (e0 , . . . , er ) em (A0 , . . . , Aj , Bj . . . Br−1 ).
Como ∂i σ = fi ◦ σ, onde fi : ∆r−1 → ∆r é a aplicação afim que
leva (e0 , . . . , er−1 ) em (e0 , . . . , ei−1 , êi , ei+1 , . . . , er ) temos que ∂˜i σ =
σ̃ ◦ (fi × id) e a aplicação afim fi × id : ∆r−1 × [0, 1] → ∆r × [0, 1]
leva (A0 , . . . Ak , Bk , . . . Br−1 ) em (A0 , . . . , Âi , . . . Ak+1 , Bk+1 , . . . Br )
se i ≤ k e leva (A0 , . . . , Ak , Bk , . . . Br−1 ) em (A0 , . . . , Ak , Bk , . . . , B̂i , . . . Br )
se i > k. Logo, a aplicação afim (fi × id) ◦ Pk leva (e0 , . . . , er ) em
(A0 , . . . , Âi , . . . Ak+1 , Bk+1 , . . . Br ) se i ≤ k e em (A0 , . . . , Ak , Bk , . . . , B̂i , . . . Br )
se i > j. Portanto,
X
P (∂σ) = (−1)i (−1)k σ̃|[A0 ,...,Ak ,Bk ,...,B̂i ,...,Br ] +
0≤k<i≤r
X
+ (−1)i (−1)k σ̃|[A0 ,...,Âi ,...,Ak+1 ,Bk+1 ,...,Br ] .
0≤i≤k≤r−1
Logo
∂P (σ) = −P (∂σ) + i1 ◦ σ − i0 ◦ σ.
αk+1 βk+1
0 / Ck+1 / C0 / C 00 /0
k+1 k+1
∂ ∂0 ∂ 00
0 / Ck αk
/ C0 βk
/ C 00 /0
k k
∂ ∂0 ∂ 00
αk−1 βk−1
0 / Ck−1 / C0 / C 00 /0
k−1 k−1
4. δk é homomorfismo;
5. a sequência é exata.
Se z10 é um outro elemento desse conjunto, isto é, αk−1 (z10 ) = ∂ 0 c01 ,
com βk (c01 ) = z 00 . Então βk (c0 −c01 ) = 0 e, por exatidão das sequências,
exite c ∈ Ck tal que αk (c) = c0 − c01 . Pela comutatividade dos di-
agramas, αk−1 ∂c = ∂ 0 (c0 − c01 ) = αk−1 (z − z10 ). Como αk−1 é 1-1,
concluı́mos que z − z1 = ∂c, o que conclui a prova de 2).
Para ver que δk é um morfismo, note que se z100 + z200 = βk (c01 + c02 ) e
αk−1 (z1 + z2 ) = ∂ 0 (c01 + c02 ), então
a) Kerδk ⊂ Imβ∗ .
b) Imβ∗ ⊂ Kerδk .
c) Imδk ⊂ Kerα∗
d) Kerα∗ ⊂ Imδk .
f) Kerβ∗ ⊂ Imα∗ .
se M é conexo.
1. ∂ β̃ = β̃∂;
2. ∂ D̃1 + D̃1 ∂ = id − β̃.
Começamos definindo β̃ = id e D̃1 = 0 para q = 0. O passo
indutivo será feito no seguinte lema.
Lema 11.9. Para cada q ≥ 0 existem morfismos
β̃ : Cq (σr ) → Cq (σr ),
A# β̃ = β̃A#
e
A# D̃1 = D̃1 A# .
operador em Cq (σr ).
Provemos por indução que β̃ satisfaz 4).
A propriedade é evidente se l ∈ C0 (σr ). Suponha então que a pro-
priedade vale para simplexos afins em Cq (σr ) e seja l ∈ Cq+1 (σr ) um
simplexo afim. Então
∂β = β∂. De fato:
Logo
D̃1 ∂σ = σ# D̃1 (∂σr ).
Assim o operador D1 é uma homotopia algébrica entre β e a identi-
dade de Cr (M ).
Ψ : Cr (M ) → CrU (M ) ⊂ Cr (M )
e
D : Cr (M ) → Cr+1 (M )
tais que
1. ∂Ψ = Ψ∂;
Ψ∗ : Hk (M ) → HkU (M )
são isomorfismos.
Dm : Cr (M ) → Cr+1 (M )
[SEC. 11.2: HOMOLOGIA SINGULAR 325
Pm−1 i 0
por Dm = i=0 D1 ◦ β (colocamos β = id, de modo que para
m = 1 os D1 ’s concordam). Se m = 0 definimos D0 (c) = 0 para todo
c ∈ Cr (M ). Temos então que
m−1
X
∂Dm + Dm ∂ = (∂D1 β i + D1 β i ∂)
i=0
m−1
X
= (∂D1 β i + D1 ∂β i )
i=0
m−1
X
= (∂D1 + D1 ∂)β i
i=0
m−1
X
= (id − β)β i
i=0
= id − β m .
temos
Definimos então
Ψ(σ) = β m(σ) (σ) + Dm(σ) (∂σ) − D(∂σ)
e estendemos Ψ por linearidade a Cr (M ). Daı́, pela própria definição,
temos
∂D(c) + D∂c = c − Ψ(c)
para toda cadeia c ∈ Cr (M ). Resta mostrar as propriedades 1) e 3)
e que Ψ toma valores em CrU (M ).
1) ∂Ψ = Ψ∂:
3) c ∈ CrU (M ) ⇒ Ψ(c) = c:
e
r m(σj )
X X
j
D(∂σ) = (−1) D1 ◦ β i (σj )
j=0 i=1
r m(σ)
X X
Dm(σ) ∂σ − D(∂σ) = (−1)j D1 β i (σj ).
j=0 i=m(σj )+1
é exata.
q∗ : Hr (X, Y ) → Hr (X/Y, Y /Y )
Hr (X, Y ) / Hr (X, V ) o Hr (X − Y, V − Y )
q∗ q∗ q∗
Hr (X/Y, Y /Y ) / Hr (X/Y, V /Y ) o Hr (X/Y − Y /Y, V /Y − Y /Y )
q∗ : Hr (X − Y, V − Y ) → Hr (X/Y − Y /Y, V /Y − Y /Y )
[SEC. 11.2: HOMOLOGIA SINGULAR 329
temos
0 → Hk (Dn , ∂Dn ) → Hk−1 (Dn ) → 0
para k ≥ 2 pois Dn é contrátil, e portanto Hk (S n ) é isomorfo a
Hk−1 (S n−1 ) para todo n e para k ≥ 2. Para n = k = 1, a parte final
da sequência é
0 → H1 (S 1 ) → H0 (S 0 ) → H0 (D1 ) → 0
Exemplos:
defina
n
Φ: B 2n −→ pRP
w 7−→ qn (w, 1 − kwk2 ).
e se Φnα (∆n ) ∩ Φm m
β (∆ ) 6= ∅, então ∆
αβ
:= (Φnα )−1 (Φm m
β (∆ )) é
−1
uma face de ∆n , ∆βα := (Φm β ) (Φnα (∆n )) é uma face de ∆m
n −1
e a aplicação (Φβ ) ◦ Φα : ∆ → ∆βα é um homeomorfismo
n αβ
afim.
Se a famı́lia é infinita, exigimos também que ela determine a
topologia de M : F ⊂ M é fechado, se e somente se, (Φnα )−1 (F )
é fechado em ∆n para todo α e n.
Uma estrutura simplicial define uma estrutura de CW -complexo
em M com Φnα S sendo as funções caracterı́sticas e o n-esqueleto
sendo M n = Φjα (∆j ).
α,j≤n
Demonstração. Seja V = Mn−1 (enα − {xnα }), com xnα = φnα (0).
S
α
Basta definir a aplicação π : V → Mn−1 por
( n −1
(Φ ) (x)
φnα k(Φnα )−1 (x)k se x ∈ enα − {xnα }
π(x) = α
x se x ∈ Mn−1 .
a) Hk (Mn ) = 0 se k > n;
0 → Hk (Mn ) → Hk (Mn+1 ) → 0.
Logo
δn+1
Hn+1 (Mn+1 , Mn ) / Hn (Mn ) in
/ Hn (Mn+1 ) / Hn (Mn+1 , Mn )
oo ||
Hn (M ) 0
jn n δ
0 = Hn (Mn−1 ) → Hn (Mn ) −→ Hn (Mn , Mn−1 ) −→ Hn−1 (Mn−1 )
336 [CAP. 11: TEORIA DE MORSE
construı́mos o diagrama
70
0 Hn (M )
in 9
&
Hn (Mn )
δn+1 8 jn
%
/ Hn (Mn , Mn−1 ) / Hn−1 (Mn−1 , Mn−2 )
dn+1 dn
Hn+1 (Mn+1 , Mn )
δn 6
' jn−1
Hn−1 (Mn−1 )
7
Ker dn
HnCW (M ) = .
Im dn+1
temos
Hn (Mn )
Hn (M ) ≈ .
Im δn+1
Como jn−1 é injetivo, temos que Ker δn = Ker dn . Como a sequência
jn n δ
Hn (Mn ) → Hn (Mn , Mn−1 ) → Hn−1 (Mn−1 )
é exata, temos
Im jn = Ker δn = Ker dn .
[SEC. 11.2: HOMOLOGIA SINGULAR 337
Hn (Mn ) Im jn Ker dn
Hn (M ) ≈ ≈ = = HnCW (M ).
Im δn+1 Im dn+1 Im dn+1
onde dαβ são inteiros. A soma é finita pois Φnα (∂B n ) intersecta apenas
um número finito de células. Para determinar os coeficientes dαβ
consideremos a aplicação quociente
Φn−1
β : (B n−1 , S n−2 ) → (Mn−1 , Mn−1 − en−1
β ).
δ δn
(φn
α )∗
Hn−1 (S n−1 ) / Hn−1 (Mn−1 )
oo oo
H̃n−1 (Mn−1 /Mn−2 ) Hn−1 (Mn−1 , Mn−1 − en−1
β )
Hn (B n , S n−1 )
δ
/ Hn−1 (S n−1 )
(qβ ◦φn
α )∗
(Φn
α )∗ (φn
α )∗
(qβ )∗ *
Hn (Mn , Mn−1 )
δn
/ Hn−1 (Mn−1 ) / Hn−1 (Mn−1 /(Mn−1 − enβ ))
O
dn q∗
dn πβ
) *
Hn−1 (Mn−1 , Mn−2 )
≈
/ Hn−1 (Mn−1 /Mn−2 )
Hn (S n , S n − {x1 , ..., xm })
E
/ Qi Hn (Ui , Ui − xi )
j 3 i ≈
n
Hn (S ) ρi πi
l ki
≈ +
Hn (S n , S n − xi ) o
≈
ui
Hn (Ui , Ui − xi )
l ∂
Hn (S n − xi ) → Hn (S n ) → Hn (S n , S n − xi ) → H̃n−1 (S n − xi )
|| ||
0 0
Hn (Ui , Ui − xi )
f∗
/ Hn (V, V − y)
ui
ki ≈
≈
t
Hn (S n , S n − xi ) o / Hn (S n , S n − y)
f∗
Hn (S n , S n \ {x1 , ..., xm })
j ρi O O
l
j ≈
≈
Hn (S n )
f∗
/ Hn (S n )
340 [CAP. 11: TEORIA DE MORSE
e, consequentemente,
X
E ◦ j(gerador) = Eki (gerador).
i
Portanto
X
f∗ j(gerador) = f∗ ki (gerador)
i
X
= f∗ ki (gerador)
i
X
= (f |Ui )∗ (gerador)
i
!
X
= sin(xi ) (gerador)
i
E assim X
f∗ (gerador) = (sin xj )(gerador),
j
a1 b1 a−1 −1 −1 −1 −1 −1
1 b1 a2 b2 a2 b2 ...ag bg ag bg .
a1 a1 a2 a2 ...ag ag ,
Como já vimos, uma estrutura celular de CPn consiste de uma única
célula em cada dimensão par menor ou igual 2n e não há células em
dimensão ı́mpar. Assim o complexo celular tem a forma
0 → Z · [e2n ] → 0 → Z · [e2n−2 ] → 0 → ... → Z · [e0 ] → 0.
Logo, da sequência do complexo ser exata, todos os operadores dn
devem se anular, e assim
H2k (CPn , Z) ≈ Z se 0 ≤ k ≤ n e H2k+1 (CPn , Z) = 0 para k ≥ 0.
Exemplo 11.4. O espaço projetivo real RPn .
Exemplo: Identificando
Pn S 2n+1 ⊂ Cn+1 , considere S 2n+1 → R,
2
(z0 , ..., zn ) 7→ k=1 k · |zk | . Note que os valores desta aplicação
não mudam se multiplicamos coordenada a coordenada por números
complexos de módulo 1, e portanto fica bem definida a aplicação
f: CPn −→ Pn R 2
[z0 , ..., zn ] 7−→ i=1 k|zk | .
350 [CAP. 11: TEORIA DE MORSE
onde os xi , yi ’s são tais que xk +iyk = |zi |· zzki . Note que |zk |2 = x2k +yk2
se k 6= i e |zi |2 = 1 − k6=i (x2k + yk2 ). Portanto, se f˜ = f ◦ ϕ−1
P
i , então
X X
f˜(x0 , ..., xˆi , ..., xn , y0 , ..., yˆi , ..., yn ) = i 1 − x2k + yk2 + k(x2k + yk2 )
k6=i k6=i
X
= i+ (k − i)(x2k + yk2 ).
k6=i
s
Proposição 11.37. Para cada i, a variedade estável WS (pi ) é uma
subvariedade mergulhada em M de dimensão λi e M = i W s (pi ).
Demonstração. Para a primeira afirmação, seja (Ui , ϕi ) uma carta
de Morse em torno de pi . Como Y = ∇f em Ui , pelo comportamento
do gradiente de f nesta vizinhança temos que
W s (pi ) ∩ Ui = ϕ−1
i {xλi +1 = ... = xn = 0}.
ga , agora com a > 0, sendo que esta última não possui pontos crı́ticos,
e estendemos essa conjugação para o interior, com nenhuma exigência
especı́fica. Compondo as aplicações obtidas, obtemos uma função de
Morse que elimina um ponto de mı́nimo local. O argumento é análogo
para máximos locais.
k : X ∪ϕ0 Dλ → X ∪ϕ1 Dλ .
x
se x ∈ X
k(x) = 2ru se x = ru, 0 ≤ r ≤ 1/2, u ∈ ∂Dλ
ϕ2−2r (u) se x = ru, 1/2 ≤ r ≤ 1, u ∈ ∂Dλ ,
[SEC. 11.4: ESTRUTURA DE CW-COMPLEXO E DECOMPOSIÇÃO EM ASAS 357
ξt : X ∪ϕ0 Dλ → X ∪ϕ1 Dλ ,
1
, u ∈ ∂Dλ
(4 − 3t)ru se 0 ≤ r ≤ 4−3t
1 2−t λ
ξt (ru) = ϕ(4−3t)(r−1) (u) se 4−3t ≤ r ≤ 4−3t , u ∈ ∂D
2−t λ
ϕ(4−3t)(1−r)/2 (u) se 4−3t ≤ r ≤ 1, u ∈ ∂D
entre Id = ξ1 e k̃ ◦ k = ξ0 .
Lema 11.41. Seja ϕ : ∂Dλ → X uma função contı́nua e considere f :
X → Y uma equivalência homotópica. Então existe uma equivalência
homotópica
F : X ∪ϕ Dλ → Y ∪f ◦ϕ Dλ .
Demonstração: Sejam g : Y → X uma inversa homotópica de f e
ht : X → X uma homotopia tal que h0 = g ◦ f e h1 = IdX . Pelo
lema anterior existe uma equivalência homotópica
k : X ∪g◦f ◦ϕ Dλ → X ∪ϕ Dλ .
qt : X ∪ϕ Dλ → X ∪ϕ Dλ
358 [CAP. 11: TEORIA DE MORSE
tal que:
φj : Di × Dm−i → Mi
Φ(σ) = π ◦ (a0 , . . . , ar )
onde e0k = (ek , 0) ∈ ∆r × [0, 1], e1k = (ek , 1). A verificação das
equações acima é análoga à da prova do teorema 11.6 do capı́tulo
anterior.
ai σi ∈ Ck∞ (M ) e ω ∈ Ωk (M ) definimos
P
Se c = i
Z X Z
ω= ai σi∗ ω.
c i ∆k
Afirmação: Existe uma constante C > 0 tal que para todo δ > 0
existe uma função φδi : S → [0, 1] de classe C ∞ tal que
• φδi (x) = 1 se x ∈ Si ;
[SEC. 11.5: O TEOREMA DE DE RHAM 363
√
• φδi (x) = 0 se a distancia de x a Si for maior que 10 k + 1δ;
• a norma da derivada de φδi em todos os pontos é menor ou igual
ao produto de C pelo inverso de δ.
onde
φδ (x)
ψiδ (x) = P i δ
j φj (x)
q q+1
Consideremos agora o complexo de cocadeias δ : C∞ (M ) → C∞ ,
q ∞
em que C∞ (M ) é o dual de Cq (M ) e δ é o dual do operador de
bordo ∂, isto é, δ(cq )(cq+1 ) = cq (∂cq+1 ) para todo cq ∈ C∞q
(M ) e
[SEC. 11.5: O TEOREMA DE DE RHAM 365
∞
cq+1 ∈ Cq+1 (M ).
Seja dM : Ωq (M ) → C∞
q
(M ) definido por dM (ω) : c ∈ Cq∞ 7→
R
c
ω.
Pelo teorema de Stokes para cadeias, temos que
dM ◦ δ = δ ◦ dM
0 → CUr ,∞ (U ∪ V ) → C∞
r r
(U ) ⊕ C∞ r
(V ) → C∞ (U ∩ V ) → 0
0 / Ωr (U ∩ V ) / Ωr (U ) ⊕ Ωr (V ) / Ωr (U ∩ V ) /0
dU ∩V dU ⊕−dV dU ∩V
0 / C r (U ∪ V ) / C∞
r r
(U ) ⊕ C∞ (V ) / C∞
r
(U ∩ V ) /0
U ,∞
Cohomologias
367
368 [CAP. 12: COHOMOLOGIAS
GM : U ⊂ M 7→ {f : U → G; f é localmente constante}
é um feixe sobre M .
Fcb : U ⊂ C 7→ Fcb (U ),
ρU : E(U ) → F(U )
[SEC. 12.1: COHOMOLOGIA DE FEIXES 369
E(U )
ρU
/ F(U )
U U
rV r̃V
E(V )
ρV
/ F(V )
comuta.
Definição 12.4. Um espaço étalé sobre um espaço topológico M é
um espaço topológico M̃ e uma aplicação contı́nua π : M̃ → M tal
que
a) π é um homeomorfismo local e é sobrejetiva.
b) para todo x ∈ M , π −1 (x) é um grupo abeliano.
c) se M̃ ◦ M̃ = {(x̃, ỹ) ∈ M̃ × M̃ ; π(x̃) = π(ỹ)}, então a aplicação
M̃ ◦ M̃ → M̃ , (x̃, ỹ) 7→ x̃ − ỹ é contı́nua.
Seja π : M̃ → M um espaço étalé. Dado um aberto U ⊂ M , uma
aplicação contı́nua s : U → M̃ tal que π ◦ s = idU é chamada uma
seção de M̃ em U . Segue da definição que a soma de duas seções
contı́nuas é também uma seção contı́nua, de modo que o conjunto
Γ(U, M̃ ) das seções em U é um grupo. Temos daı́ que a corres-
pondência
U ⊂ M 7→ Γ(U, M̃ )
é um feixe sobre M .
" |
U V
rx rx
Fx
F
Definimos F̃ = x∈M Fx e π : F̄ → M por π(z) = x se z ∈ Fx .
Definiremos um base para uma topologia em F̃ de maneira que π :
F̃ → M seja um espaço étalé. Afirmamos que se U ⊂ M é aberto e
s ∈ F(U ), então a famı́lia de conjuntos
U
Us = {s̄ ∈ F̃; s̄ = rπ(s̄) (s)}
é uma base para uma topologia em F̃. Para ver isto, note que se
W ⊂ U e s00 = rW
U
(s), então Ws00 ⊂ Us , pois se s̄ ∈ Ws00 então
W
s̄ = rπ(s̄) (s00 ) = rπ(s̄)
W U
(πW U
s) = ππ(s̄) (s)
pela comutatividade do diagrama acima. Logo, se s̄ ∈ Us ∩ Vs0 , temos
U
ππ(s) V
(s) = rπ(s̄) (s0 ). Logo existe um aberto W ⊂ U ∩V contendo π(s̄)
tal que πW U
(s) = πW V
(s0 ) = s00 ∈ F(W ). Portanto Ws00 ⊂ Us ∩ Vs0 e
contém s̄. Nessa topologia, a restrição de π a cada aberto Us é um
homeomorfismo sobre U cuja inversa é a seção U → Us , x 7→ rxU (s).
Exemplo 12.4. Seja Fcb o pré-feixe das funções holomorfas limita-
das, F̃cb o espaço étalé associado e Fcb o feixe das seções contı́nuas
de F̃cb . Então Fcb (C) é o espaço das funções inteiras enquanto que
Fcb (C) é o espaço das funções constantes.
Proposição 12.1. Se F é um feixe sobre M , π : F̄ → M o espaço
étalé associado e F̃ o feixe das seções contı́nuas de π : F̄ → M , então
o morfismo ρ : F → F̃, ρU (s) : U → F̄ que a cada x ∈ U associa
rxU (s) ∈ F̄ é um isomorfismo.
[SEC. 12.1: COHOMOLOGIA DE FEIXES 371
ρU : F(U ) → F̃(U )
e
U U
ρUi ∩Uj (rUij∩Uj (sj ))(x) = rxUi ∩Uj rUij∩Uj (sj ) = rxUj (sj ) = s̃(x).
Ui U
rUi ∩Uj
(si ) = rUij∩Uj (sj ).
U
Logo, como F é um feixe, existe s ∈ F(U ) tal que rUi
(s) = si para
todo i. Portanto se x ∈ Ui ,
Ē
ρ
/ F̄
πE πF
~
M
Dizemos que uma sequência de homomorfismos de feixes
A
α /B β
/C
Ax
αx
/ Bx βx
/ Cx
é exata.
Exemplo 12.5. Seja exp : C → C∗ a aplicação exp(z) = e2πiz . Se
M é uma variedade complexa, esta aplicação induz naturalmente
∗
um homomorfismo de feixes exp : OM → OM . Afirmamos que a
sequência
0 / ZM i / OM exp
/ O∗ /0
M
∗
é exata. De fato, se x ∈ M , um elemento de (OM )x é o germe
∗
em x de uma função holomorfa g : V → C . Tomando V suficiente-
mente pequeno, podemos supor que g(V ) está contido em uma bola
de centro g(x) contido em C∗ onde está definido um ramo da função
1
logaritmo. A função f : V → C, f (z) = 2πi log g(z), é holomorfa e
exp(f (z)) = g(z). Logo a imagem do germe de f em x por exp é o
germe de g em x. Portanto exp é sobrejetiva.
k k+1
Exemplo 12.6. Seja M uma variedade. Seja dk : EM → EM o ho-
momorfismo definido pela diferencial exterior. Pelo lema de Poincaré,
a sequência abaixo é exata:
0 1 d 2 d
m
0 → RM → EM →0 EM →1 EM → · · · → EM → 0.
[SEC. 12.1: COHOMOLOGIA DE FEIXES 373
ν(V )∩···∩ν(Vk )
0
(νk c)(V0 , . . . , Vk ) = rV0 ∩···∩V k
c((ν(V0 ), . . . , ν(Vk )))
se ν(Vj ) 6= ν(V` ) quando j 6= ` e
(νk c)(V0 , . . . , Vk ) = 0 ∈ F(|(V0 ∩ · · · ∩ Vk )|)
se ν(Uj ) = ν(U` ) para algum j 6= `.
Proposição 12.3. Se ν, ν 0 : V → U são duas aplicações refinadoras,
então existem homomorfismos hk : C k (V, F) → C k−1 (U, F), ∀ k ≥ 1
tais que
νk − νk0 = hk+1 dk + dk−1 hk .
Demonstração. Se σ = (Vi0 , . . . , Vik−1 ) ∈ N (V), então
σj = (ν(Vi0 ), . . . , ν(Vij ), ν 0 (Vij ), . . . , ν 0 (Vik−1 ))
pertence ao nervo de U se os elementos dessa (k + 1)-upla são distin-
tos e |σj | ⊃ |σ| =
6 ∅.
νk : C k (U, F) → C k (V, F)
hU k k
V : H (U, F) → H (V, F)
0 /A α /B β
/C /0
0 / A(U ) αU
/ B(U ) βU
/ C(U )
é exata.
376 [CAP. 12: COHOMOLOGIAS
e também
U U
αUi ∩Uj rUij∩Uj (sj ) = rUi ∩Uj
(s0 ).
Por 1) a aplicação αUi ∩Uj é injetiva, e temos que
U Ui
rUij∩Uj (sj ) = rUi ∩Uj
(si ).
U
Logo existe s ∈ A(U ) tal que rU i
(s) = si para todo i. Como para
cada i
U
rU U
α (s) = αUi (rU
i U i
U
s) = αUi (si ) = rUi
(s0 )
e U = Ui , temos que αU (s) = s0 .
S
i
Corolário 12.6. Se
α β
0→A→B→C→0
são exatas.
Definição 12.8. Se F é um feixe sobre um espaço topológico M ,
os grupos de cohomologia de C̆ech H̆ k (M, F) são definidos como o
limite direto limU H k (U, F).
Os homomorfismos
hU k k
V : H (U, F) → H (V, F)
induzem homomorfismos
hU : H k (U, F) → H̆ k (M, F)
tais que hU V U k k
V h = h se V refina U. Se [c] ∈ H (U, F) e [c̃] ∈ H (V, F),
U V
então h ([c]) = h ([c̃]) se, e somente se, existe uma cobertura W que
refina V e U tal que
hU V
W ([c]) = hW ([c̃]).
βV (c0 ) = νk (c).
Definimos então
V
c0 (σ 0 ) = r|σi00| (s0 ).
Tomando ν(Vi ) = Ui concluı́mos a demonstração do lema.
Teorema 12.8. [Leray] Se
α β
0→A→B→C→0
é uma sequência exata de feixes sobre uma variedade M , então exis-
tem homomorfismos
δ ∗ : H̆ k (M, C) → H̆ k+1 (M, A)
[SEC. 12.1: COHOMOLOGIA DE FEIXES 379
i ∩V
e daı́ ϕU
V (s) : V → F̄ é uma seção contı́nua.
k ϕi,V
k
EM (V ) −→ EM (V )
Logo H̆ k (M, AM ) ∼
= H̆ k (U, AM ) ∼
= H k (M, A) onde H k (M, A) é o
grupo de cohomologia singular de M com coeficientes em A.
384 [CAP. 12: COHOMOLOGIAS
π −1 (Ui )
φ
/ Ui × C
π π1
# |
Ui
Se Ui ∩ Uj 6= ∅, então
φj ◦ φ−1
i : (Ui ∩ Uj ) × C → (Ui ∩ Uj ) × C
∗
o grupo de cohomologia H̆ 1 (M, EM ).
0 / ZM / EM exp
/ E∗ /0
M
H 1 (M, EM ) = H 2 (M, EM ) = 0.
Logo a aplicação
∗
C1 : H 1 (M, EM ) → H 2 (M, Z)
ρVW = ρVW ◦ ρU
V se W ⊂ V ⊂ U.
386 [CAP. 12: COHOMOLOGIAS
= H̃m−1 (S m−1 ) ∼
= H̃m−1 (D − x) ∼
Hm (D, D − x) ∼ = Z.
Definição 12.12. Se F ⊂ M é um subconjunto fechado, denotamos
por Γ(F ) o grupo das seções contı́nuas s : F → Ō e por Γc (F ) o sub-
grupo das seções com suporte compacto. Dizemos que M é orientável
ao longo de F se existe uma seção jF ∈ Γ(F ) tal que para cada x ∈ F ,
jF (x) é um gerador da fibra H(M, M − x).
Proposição 12.13. Seja F ⊂ M um subconjunto compacto contido
no domı́nio de uma carta local ϕ : U → Rm e tal que sua imagem seja
um subconjunto compacto e convexo de Rm . Então o homomorfismo
jF,x : Hm (M, M − F ) → Hm (M, M − x)
induzido pela inclusão é um isomorfismo para todo x ∈ F .
Demonstração. Pelo teorema da excisão, a inclusão induz isomor-
fismo Hm (U, U − F ) ≈ Hm (M, M − F ). O difeomorfismo ϕ induz
um isomorfismo entre Hm (U, U − F ) e Hm (Rm , Rm − ϕ(F )), o qual
pela sequência exata do par é isomorfo a Hm (Rm − ϕ(F )) e por in-
variância homotópica é isomorfo a Hm (Rm − ϕ(x)). Finalmente, este
último é isomorfo a Hm (U, U − x) que é isomorfo a Hm (M, M − x)
por excisão.
Proposição 12.14. Seja F ⊂ M um subconjunto fechado. Para
cada [c] ∈ Hm (M, M − F ) seja JF ([c]) : F → Ō a aplicação definida
por JF ([c])(x) = jF,x ([c]). Então JF ([c]) é uma seção contı́nua com
suporte compacto e
JF : Hm (M, M − F ) → Γc (F )
é um homomorfismo.
Demonstração. Seja c ∈ Cm (M ) uma cadeia que representa a classe
n
P N
P
de homologia [c]. Então c = ai σi e ∂c = bj τj , sendo que
i=1 j=1
[SEC. 12.2: O FEIXE DE ORIENTAÇÃO DE UMA VARIEDADE 387
Hm (M, M − F1 ) / Hm (M, M − F2 )
J F1 JF2
Γc (F1 ) / Γc (F2 )
com
é exata.
T
3. Se K1 ⊃ K2 ⊃ · · · são subconjuntos compactos e K = Ki ,
i
então lim Γ(Ki ) = Γ(K).
−→
388 [CAP. 12: COHOMOLOGIAS
b) JF : Hk (M, M − F ) → Γc (F ) é um isomorfismo.
VM : F → {0, 1}
e [ M
Γc Ki = Γc (Ki ).
i
∞
S
7) Se F ⊂ M é um fechado, então VM (F ) = 0. Seja M = Ki
i=1
onde Ki é compacto e Ki ⊂ int Ki+1 e Li = Ki − int Ki−1 .
Se
!
[ [
F1 = F ∩ L2i = (F ∩ L2i )
i i
!
[ [
F2 = F ∩ L2i+1 = (F ∩ L2i+1 ),
i i
[SEC. 12.2: O FEIXE DE ORIENTAÇÃO DE UMA VARIEDADE 391
e portanto VM (F ) = 0.
1. Hj (M ) = 0 para j > m;
α ^ β = (−1)kl β ^ α.
394 [CAP. 12: COHOMOLOGIAS
ρ: Cn (X) −→ Cn (X)
σ 7−→ n · σ|[en ,...,e0 ]
n(n−1)
onde n = (−1) 2 . A prova do teorema consiste em mostrar as
três seguintes afirmações:
2. ρT δ = δρT ;
P ∂ + ∂P = ρ − id.
1) Temos que
ρT (ψ ^ φ)(σ) = ψ ^ φ(ρ(σ))
= ψ ^ φ(k+l σ|[ek+l ,...,e0 ] )
= k+l · ψ(σ|[ek+l ,...,ek ] ).φ(σ|[ek ,...,e0 ] ).
n
!
X
ρ(∂σ) = ρ (−1)i σ|[e0 ,...,êi ,...en ]
i=0
n
X
= (−1)i ρ(σ|[e0 ,...,êi ,...en ] )
i=0
n
X
= (−1)n−i σ|[en ,...,ên−i ,...,e0 ] .
i=0
n
X
P (σ) = (−1)i n−i Pi (σ)
i=0
Pi (σ) = σ ◦ π ◦ [A0 , . . . , Ai , Bn , . . . , Bi ]
n
X X
∂P (σ) = (−1)i n−i (−1)j σ ◦ π[A0 , . . . , Âj , . . . , Ai , Bn , . . . , Bi ]+
i=0 j≤i
X
+ (−1)i+1+n−j σ ◦ π[A0 , . . . , Ai , Bn , . . . , B̂j , . . . , Bi ]
j≥i
n
X X
= (−1)i n−i (−1)j σ ◦ π[A0 , . . . , Âj , . . . , Ai , Bn , . . . , Bi ]+
i=0 j<i
!
X
+ (−1)i+1+n−j σ ◦ π[A0 , . . . , Ai , Bn , . . . , B̂j , . . . , Bi ] +
j>i
X
+ n [Bn . . . , B0 ] + n−i σ ◦ π[A0 , . . . , Ai−1 , Bn , . . . , Bi ] +
i>0
X
+ (−1)n+i+1 n−i σ ◦ π[A0 , . . . , Ai , Bn , . . . , Bi+1 ] −
i<n
− σ ◦ π[A0 , . . . , An ].
+ n [Bn . . . , B0 ] − σ ◦ π[A0 , . . . , An ].
∂P (σ) = −P ∂σ + ρ(σ) − σ
Temos que
n−1
M
φ∗n−1 : H 2j (CPn ) → H ∗ (CPn−1 )
j=0
φi : CPi −→ CPn
[z0 , . . . , zi ] 7−→ [z0 , . . . , zi , 0, . . . , 0]
e
ψj : CPj −→ CPn
[z0 , . . . , zj ] 7−→ [0, . . . , 0, z0 , . . . , zj ]
e finalmente
Bn −→ h CPn i
pP
(z1 , . . . , zn ) 7−→ z1 , . . . , zi , 1 − |zj |2 , zi+1 , . . . , zn .
Bj = {(z1 , . . . , zn ) ∈ Bn ; zk = 0 se k ≤ i}.
400 [CAP. 12: COHOMOLOGIAS
H 2i (CPn ) × H 2j (CPn )
^
/ H 2n (CPn )
O O
A B
2i n n
H (CP , CP − CP ) × H (CP , CP − CP )j 2j n n i ^
/ H 2n (CPn , CPn − {p})
O
C
D
2i n n j
H (B , B − B ) × H (B , B − B ) 2j n n i ^
/ H 2n (Bn , Bn − {0})
Afirmação 2:
Prova da afirmação 1.
a
b c d
0=H 2n−1
(CP n−1
) / H 2n (CPn , CPn−1 ) e / H 2n (CPn ) / H 2n (CPn−1 ) = 0
A aplicação
CPn − {p} → CPn − {p},
[z0 , . . . , zi−1 , zi , zi+1 . . . , zn+1 ] 7→ [z0 , . . . , zi−1 , (1−t)zi , zi+1 , . . . , zn+1 ]
mostra que a inclusão CPn−1 → CPn − {p} induz isomorfismos em
cohomologia. Logo as aplicações a, b e d do diagrama são isomorfis-
mos bem como c, que é a identidade. A aplicação e é um isomorfismo
[SEC. 12.3: O ANEL DE COHOMOLOGIA 401
Consideremos a homotopia
o
m
k
i
H (CP ) o H (CP , CPi−1 ) o / H 2i (Bi , Bi − {0})
2i i n 2i i l j
H 2i (CPi , CPi − {p})
H k (X; A) × H l (X, Y ; A)
^ / H k+l (X, Y ; A)
H k (X, Y ; A) × H l (X; A)
^ / H k+l (X, Y ; A)
H k (X, Y ; A) × H l (X, Y ; A)
^ / H k+l (X, Y ; A)
C r (X, Y ∪ Z; A) → C r (X, Y + Z; A)
H k (M ; A) ⊗ H l (N ; A) → H k+l (M × N ; A)
é um isomorfismo.
Corolário 12.24. Seja πi : Tn → S 1 a projeção no i-ésimo fator e
αi = πi∗ α, onde α é um gerador de H 1 (S 1 ). Então H k (Tn ) é o A-
modulo com base αi1 ^ · · · ^ αik , com 1 ≤ i1 < i2 < · · · < ik ≤ n.
Demonstração. Como Tn = Tn−1 × S 1 , o corolário segue do teo-
rema por indução.
Para provar o teorema necessitamos de um resultado preliminar.
Definição 12.14. Uma teoria de cohomologia com coeficientes em
um anel A é um funtor que associa a cada par de espaços topológicos
(X, Y ) uma famı́lia de A-módulos hk (X, Y ; A), k ∈ N, e a cada função
contı́nua f : (X, Y ) → (X 0 , Y 0 ) associa uma famı́lia de morfismos
hk (f ) : hk (X 0 , Y 0 ; A) → hk (X, Y ; A) satisfazendo os seguintes axio-
mas:
hk (i) hk (j)
hk (X) / hk (Y ) δ
/ hk+1 (X, Y ) / hk+1 (X)
µ µ µ µ
g k (i) g k (j)
k
g (X) / g k (Y ) δ
/ g k+1 (X, Y ) / g k+1 (Y )
hk (X( / hk (Z) / hk+1 (X, Z) / hk+1 (X) / hk+1 (Z)
[SEC. 12.4: O PRODUTO CAP E DUALIDADE DE POINCARÉ 405
hk (X, Z) = H k (X × Y, Z × Y )
e os homomorfismos
µk : g k (X, Z) −→ hk (X, Z)
∗
α⊗β 7−→ πX α ^ πY∗ β.
Então
1. g ∗ e h∗ são teorias de cohomologia na categoria de pares de
CW-complexos;
2. µ é uma transformação natural;
3. µ é um isomorfismo se X se reduz a um ponto.
Lema 12.27.
Hck (M ; A) ∼
== lim H k (M, M − K; A)
−→
Hm (M, M − L) × H k (M, M − L)
O _
+
i∗ i∗ 3 Hm−k (M )
_
Hm (M, M − K) × H k (M, M − K)
DM : Hck (M ) → Hm−k (M ).
DM : Hck (M ; A) → Hm−k (M ; A)
são isomorfismos.
408 [CAP. 12: COHOMOLOGIAS
DU ∩V DU ⊕DV DU ∪V DU ∩V
409
410 [CAP. 13: ANÁLISE E GEOMETRIA EM VARIEDADES
ξ ∈ g 7→ Xξ ∈ X∞ (P )
X[ξ,η] = [Xξ , Xη ]
Φ : U × G → π −1 (U ) (x, h) 7→ Rh (σ(x)).
• T Pz = Hz ⊕ Vz
• DRg (z)Hz = HRg (z) .
Um campo de vetores X em P é chamado de campo horizontal
se para todo z ∈ P , X(z) ∈ Hz . Como a Dπz : Hz → T Mπ(z) é
um isomorfismo, temos que para cada campo de vetores X em M
existe um único campo de vetores horizontal X̃ em P que está π-
relacionado com X. Se X̃ é o levantamento horizontal do campo X,
então R∗g X̃ = X̃ para todo g ∈ G.
Na proposição a seguir mostraremos a existência do transporte
paralelo associado a uma conexão afim.
Proposição 13.2. Seja Hz uma conexão afim em um fibrado prin-
cipal π : P → M . Se α : [0, 1] → M é imersão C 1 então dado
z ∈ π −1 (α(0)) existe uma única curva α̃ : [0, 1] → P tal que α̃(0) = z
, π(α̃(t)) = α(t) e o vetor tangente a α̃ em todo ponto é horizontal.
A aplicação Tα : π −1 (α(0)) → π −1 (α(1)) que a cada ponto z associa
o ponto final do levantamento horizontal de α é um difeomorfismo
equivariante: Tα ◦ Rg = Rg ◦ Tα .
Demonstração. Seja t0 ∈ [0, 1] máximo tal que existe um levanta-
mento horizontal de α|[0,t0 ] . Vamos mostrar que t0 = 1. Seja > 0
tal que a restrição de α ao intervalo (t0 − , t0 + ) seja um mergulho
e seja C = α(t0 − , t0 + ). Então C̃ = π −1 (C) é uma subvariedade
de codimensão m − 1 e em cada ponto z ∈ C̃ o espaço tangente a C̃
intersecta o subespaço horizontal Hz em um subespaço de dimensão
um. Logo existe um único campo de vetores X em C̃ que é horizontal
e se projeta no vetor tangente a C . Todo levantamento da restrição
de α a (t0 − , t0 + ) é uma órbita desse campo de vetores. Podemos
então estender α̃ por α̃(t0 +t) = Xt (α̃(t0 )). Portanto t0 = 1. A unici-
dade segue da unicidade de soluções de equações diferenciais. Se α̃ é
um levantamento horizontal de α então Rg ◦ α̃ também é e, portanto,
o transporte paralelo Tα é um difeomorfismo equivariante.
Dada uma conexão afim Hz em M podemos definir uma 1-forma
ω em P com valores na algebra de Lie g da seguinte forma: para cada
z ∈ P , ω(z) : T Pz → g é a transformação linear cujo núcleo é Hz e
cuja restrição ao espaço tangente à fibra é o isomorfismo Lz , inverso
do isomorfismo DRz : g → T (π −1 (π(z)))z . Temos que a forma ω é
412 [CAP. 13: ANÁLISE E GEOMETRIA EM VARIEDADES
Temos que
θ(z, id) = R(z, g)
e
∂θ ∂R ∂R
(z, id).η = (z, g). (z, id).η = DRg (z).DRz (id).η.
∂h ∂z ∂h
Por outro lado, seja
Temos que
θ(z, h) = φ(z, ad(g)(h))
e, portanto
∂θ ∂φ
(z, id).ξ = (z, id).Ad(g).ξ = DRR(z,g) (id).Ad(g).ξ
∂h ∂h
Assim,
DRR(z,g) (id)Ad(g)ξ = DRg (z)DRz (id)ξ.
Se v ∈ Vz , então
e
(Ad(g) ◦ w)(z).v = Ad(g)ω(z).v = Ad(g)Lz (v).
Logo
R∗g ω(z).v = Ad(g) ◦ ω(z).v
se v é um vetor vertical no ponto z. Por outro lado se v é um vetor
horizontal ambos os membros se anulam. Assim, ω é equivariante.
Proposição 13.3. 1. Sejam π 0 : P 0 → M 0 , π : P → M fibrados
principais com grupo G e f˜, f : (P 0 , M 0 ) → (P, M ) aplicações
C ∞ tais que π ◦ f˜ = f ◦ π 0 e a restrição de f a cada fibra seja
um difeomorfismo equivariante. Se ω é uma forma de conexão
em P , então f˜∗ ω é uma forma de conexão em P 0 .
2. Todo fibrado principal possui uma conexão afim.
Demonstração. Deixamos a prova de 1) como exercı́cio. É claro que
um fibrado trivial M × G possui uma conexão afim: basta definir o
espaço horizontal H(x,g) como o subespaço T Mx ×{0} ⊂ T Mx ×T Gg .
Se π : P → M é um fibrado principal, seja Ui uma cobertura aberta
localmente finita tal que o fibrado p−1 (Ui ) → Ui seja trivial para
todo i. Seja ωi uma forma de conexão em p−1 (Ui ) e λi uma partição
P em M subordinada à cobertura {Ui }. Sejam λ̃i = λi ◦ π.
da unidade
Então i λ̃i ωi é uma forma de conexão em P como é fácil ver.
Φ−1
j ◦ Φi : (Ui ∩ Uj ) × F → (Ui ∩ Uj ) × F
é o difeomorfismo (x, v) 7→ (x, ρji (x)(v)) onde ρji (x) = ρ(gji (x)).
∇X : Γ(E) → Γ(E)
γ : X∞ (M ) × · · · × X∞ (M ) → Γ∞ (E)
tal que
γ(X1 , . . . , Xk )(x) = γ(Y1 , . . . , Yk )(x)
se Xj (x) = Yj (x) para todo j. Portanto, para cada ponto x ∈ M a
forma associa uma aplicação k linear alternada de T Mx × · · · × T Mx
na fibra sobre o ponto x. O pull-back de γ por uma aplicação
f : N → M de classe C ∞ é a k-forma com valores no fibrado f ∗ E,
a qual em cada ponto x ∈ N associa a aplicação k-linear alternada
(v1 , . . . , vk ) 7→ γ(f (x))(Df (x)v1 , . . . , Df (x)vk ), onde estamos identi-
ficando a fibra de f ∗ E no ponto x com a fibra de E no ponto f (x).
418 [CAP. 13: ANÁLISE E GEOMETRIA EM VARIEDADES
k!l! X
= (−1)|τ | [α(x)(vτ (1) , . . . , vτ (k) ), β(x)(vτ (k+1 , . . . , vτ (k+l) )].
(k + l)! τ
EmP uma trivialização local do fibrado associado, temos
α = I αI dxI e β = J βJ dxJ , com αI e βJ aplicações do aberto
P
trivializador em g. Daı́
X
[α, β] = [αI , βJ ]dxI ∧ dxJ .
I,J
e
d([α, β]) = [dα, β] + (−1)k [α, dβ]
se α é uma k-forma e β é uma l-forma.
Definição 13.2. (Derivada exterior covariante) Seja ω uma co-
nexão no fibrado principal π : P → M . A derivada covariante de
uma k-forma η com valores na álgebra de Lie g é a k + 1 forma dω η
definida por
onde dω é a derivada exterior usual e Xj (p) = XjH (p) + XjV (p) com
XjH (p) ∈ Hp e XjV (p) ∈ Vp . A curvatura da conexão ω é a derivada
covariante da própria forma de conexão:
Ω = dω (ω).
Ω = dω + [ω, ω]
[SEC. 13.1: GEOMETRIA DOS FIBRADOS E O MORFISMO DE CHERN-WEIL 421
Ω(z)(v, w) = dω(v, w)
dΩ = [Ω, ω]
422 [CAP. 13: ANÁLISE E GEOMETRIA EM VARIEDADES
3.
Fi = dAi + [Ai , Ai ]
Sk (V ) → Pk [x1 , . . . , xn ]
2.
1 p2 = p
p^ e1 .e
p2
⊕k Sk (V ) → ⊕k Pk [x1 , . . . , xn ]
⊕k Ik (g) −→ ⊕k H 2k (M, K)
p 7−→ c(P, p)
é um homomorfismo de anéis.
5. Se
f0
P0 /P
π0 π
M0
f
/M
ω2 ∧ ω1 = (−1)kl T (ω1 ∧ ω2 )
Tτ : g⊗(k+l) → g⊗(k+l)
definido por
Ωk ∧ Ωl = Ωk+l = Tτ ◦ Ωk+l ,
e, como
1 X
pq = (p ⊗ q) ◦ Tτ ,
(k + l)! τ
426 [CAP. 13: ANÁLISE E GEOMETRIA EM VARIEDADES
temos que
1 X
(p q)(Ωk+l ) = (p ⊗ q) ◦ Tτ ◦ (Ωk+1 )
(k + l)! τ
1 X
= (p ⊗ q)(Ωk ∧ Ωl )
(k + l)! τ
1 X
= p(Ωk ) ∧ q(Ωl )
(k + l)! τ
= p(Ωk ) ∧ q(Ωl )
x ∈ M 7→< ·, · >x : T Mx × T Mx → R
∗k ◦ ∗m−k = (−1)k(m−k) .
δ: Ωk (M ) −→ Ωk−1 (M )
η 7−→ −(−1)m(k+1) ∗ d ∗ η.
∆ : Ωk (M ) −→ Ωk (M )
η 7−→ dδη + δdη.
η ∧ ∗δθ = −(−1)m(k+2) η ∧ ∗ ∗ (d ∗ θ)
= −(−1)mk η ∧ (−1)k(m−k) d ∗ θ
= −(−1)k η ∧ d ∗ θ,
daı́
0 = (∆η, η)
= (dδη, η) + (δdη, η)
= (δη, δη) + (dη, dη)
= kδηk2 + kdηk2 .
Assim dη = 0 e δη = 0.
Ωk (M ) = Hk (M ) ⊕ d(Ωk−1 (M )) ⊕ δ(Ωk+1 (M ))
∗k : Γ Λk (M ) ⊗ E → Γ(Λm−k (M ) ⊗ E)
∗m−k ◦ ∗k = (−1)k(m−k) .
X
(α ∧ β)(x) = < αI (x), βJ (x) >x dxI ∧ dxJ .
I,J
Logo, X
ω ∧ ∗η(x) = < ωI (x), ηI (x) >x λ1 ∧ · · · ∧ λm
I
pois λI ∧ λJ = 0 se J 6= ∗I e λI ∧ λ∗I = λ1 ∧ · · · ∧ λm . E assim
(η ∧ ∗ω)(x) = (ω ∧ ∗η(x)) e (ω ∧ ∗ω)(x) ≥ 0.
Consequentemente, a forma bilinear é simétrica e
Z
ω ∧ ∗ω = 0 ⇐⇒ ω(x) = 0 ∀x ∈ M.
M
K: g × g −→ R
(A, B) 7−→ T r(adA ◦ adB )
logo
e derivar em t = 0, obtendo
o produto interno Z
(µ, ν) = µ ∧ ∗ν.
M
438 [CAP. 13: ANÁLISE E GEOMETRIA EM VARIEDADES
e, da mesma forma,
dω ∗ β = d ∗ β + 2[ω, ∗β].
Logo
dω α ∧ ∗β − (−1)m(k−1)+1 α ∧ ∗ ∗ dω ∗ β =
= d(α ∧ ∗β) + 2([ω, α]) ∧ ∗β − (−1)m(k−1)+1 α ∧ (∗ ∗ 2[ω, ∗β]).
e X
[ω, α] ∧ ∗β = − K([ω, α], ∗β)λj ∧ λI ∧ λJ
j,I,J
dω (Ω) = 0 e dω (∗Ω) = 0.
Ω̃i (x, h)((v, 0), (w, 0)) = Ωi (x, γi (x)h)((v, Dγi (x)v), (w, Dγi (x)w)
= Ω(x, γi (x)h)((v, 0), (w, 0))
Da mesma forma,
X
F̃i (x) ∧ ∗F̃i (x) = (F̃i,I (x) ⊗ F̃i,∗I (x))l1 ∧ · · · ∧ lm .
I
Portanto
Z Z
∗
AY M T r(γ ω) = Ω̃ ∧ ∗Ω̃ = T r(Ω ∧ ∗Ω) = AY M (ω).
M M
. . . F2
f2
/ F1 f1
/ F0 f0
/H /0
444
445
é um complexo de cadeias e
f1T f2T
0 / Hom(F0 , A) / Hom(F1 , A) / Hom(F2 , A) / ...
é um complexo de cocadeias.
Proposição A.1. Os grupos
Ker(f1 ⊗ id)
Tor(H, A) =
Im(f2 ⊗ id)
e
Ker(f2T )
Ext(H, A) =
Im(f1T )
não dependem da resolução livre F .
Demonstração. Vamos provar inicialmente a seguinte afirmação:
Se
... / F2 f2 / F1 f1 / F0 f0 / H,
g2 g1 g0 g
f20 f10 f00
... / F20 / F10 / F00 / H0 /0
fi0 (gi (x) − gi0 (x)) = gi−1 (fi (x)) − gi−1 (fi (x))
gi−1 (fi (x))−gi−1 (fi (x)) = fi0 hi−1 fi (x)+hi−2 ◦fi−1 ◦fi (x) = fi0 hi−1 fi (x).
Logo fi0 (gi (x) − gi0 (x) − hi−1 fi (x)) = 0 e, portanto, existe y ∈ Fi+1
0
tal que
0
fi+1 (y) = gi (x) − gi0 (x) − hi−1 fi (x).
0
Colocando hi (x) = y, construı́mos um homomorfismo hi : Fi → Fi+1
satisfazendo
gi − gi0 = fi+1 ◦ hi − hi−1 ◦ fi ,
o que conclui a prova da afirmação.
Observação A.1. Como todo grupo abeliano livre H tem uma re-
solução livre
. . . 0 → 0 → F̃2 → F̃1 → H → 0,
447
também é exata.
Demonstração. Como g2 é sobrejetivo temos que também g2 ⊗ id
também é. É claro também que a composta de duas quaisquer das
três aplicações se anula.
Como a sequência
G1
g1
/ G2 g2
/ G3 /0
G2
é exata em G2 , existe um isomorfismo g̃2 : Im g1 → G3 tal que sua
G2
composição com a aplicação quociente G2 → Im g1 → G3 seja a g2 .
G2 g̃2 ⊗id
Logo a aplicação Im g1 ⊗ A → G3 ⊗ A é um isomorfismo. Também
a aplicação
G2 G2 ⊗ A
⊗A→
Im g1 Im (g1 ⊗ id)
que associa [x] ⊗ a a classe de equivalência [x ⊗ a] está bem definida
e é um isomorfismo. Portanto a composta do isomorfismo
G2 ⊗ A G2
→ ⊗A
Im (g1 ⊗ id) Im g1
G2
com o isomorfismo Im g1 ⊗ A → G2 ⊗ A é um isomorfismo cuja
2 ⊗A
composição com a aplicação quociente G2 ⊕ A → ImG(g 1 ⊗id)
é igual
a g2 ⊗ id. Logo o núcleo de g2 ⊗ id é igual à imagem de g1 ⊗ id e a
sequência é exata também em G2 ⊗ A.
448 [CAP. A: TEOREMA DO COEFICIENTE UNIVERSAL
· · · → Ck+1 → Ck → Ck−1 → . . .
0 / Bn in
/ Zn πn
/ Hn /0
0 / Bn ⊗ A in ⊗id
/ Zn ⊗ A πn ⊗id
/ Hn ⊗ A /0
0 / Tor(Hn , A) / Bn ⊗ A in ⊗id
/ Zn ⊗ A .
0 / Zn jn
/ Cn ∂ / Bn−1 /0
jn ⊗id
0 / Zn ⊗ A / Cn ⊗ A ∂⊗id
/ Bn−1 ⊗ A /0
0
0o Bk ⊕ A o Ck+1 ⊕ A Tor(Hk−1 , A)
0 / Zk ⊕ A m / Ck ⊕ A / Bk−1 ⊕ A /0
Hk ⊕ A Ck−1 ⊕ A o Zk−1 ⊕ A o 0
0
H∼
= Zp ⊕ Zq1 ⊕ Zq2 ⊕ · · · ⊕ Zqr
0→H→H→0
0 /Z ⊗n
/Z / Zn /0
0 / Z ⊗ A ×n⊗id/ Z ⊗ A / Zn ⊗ A /0
∼
= ∼
=
A
×n
/A / A
nA
452 [CAP. A: TEOREMA DO COEFICIENTE UNIVERSAL
φ1 φ2 φ3
0 / Hk (X 0 , Y 0 ; Z) ⊗ A / Hk (X 0 , Y 0 ; A) / Tor(Hk−1 (X 0 , Y 0 ; Z), A) /0
0O
0
453
454
455
φ : ∗λ π1 (Aλ ) → π1 (X)
.
Exemplo B.4. Todo grupo finitamente apresentado é o grupo
fundamental de uma variedade de dimensão 4
Seja M uma variedade de dimesão 4 e U ⊂ M uma aberto que é
imagem de um mergulho φ : S 1 × D3 → M . Seja V o complementar
em M da imagem de S 1 × D(1/2). Temos então que U ∩ V tem
o tipo de homotopia de S 1 × S 2 e o homomorfismo de seu grupo
459
461
462[CAP. C: O GRUPO FUNDAMENTAL π1 (X, X0 ) E O GRUPO DE HOMOLOGIA H1 (X, Z).
h({α}) = [α].
1) h é um homomorfismo.
Lembramos que se α e β são caminhos tais que β(0) = α(1) então o
camino α ∗ β é definido por t 7→ α(2t) se 0 ≤ t ≤ 12 e t 7→ β(2t − 1)
se 12 ≤ t ≤ 1 e o caminho α−1 é definido por t 7→ α(1 − t).
Afirmação:
[α ∗ β] = [α] + [β].
De fato, seja σ : ∆2 → X o simplexo singular cuja restrição a cada
um dos intervalos indicados na figura C.1 é a composta de α (resp. β)
com a aplicação afim que leva o segmento no intervalo [0, 1]. Então
∂σ = α + β − α ∗ β o que demonstra a afirmação.
e h é um homomorfismo.
2) h é sobrejetivo.
Se α, β, γ são caminhos tais que β(0) = α(1) e γ(0) = β(1), denota-
remos por α ∗ β ∗ γ o caminho definido por t 7→ α(3t) se 0 ≤ t ≤ 31 ,
t 7→ β(3t − 1) se 13 ≤ t ≤ 23 e t 7→ γ(3t − 2) se 32 ≤ t ≤ 1.
Usando o simplexo σ : ∆2 → X como na figura C.2 concluimos que
[α ∗ β ∗ γ] = [α] + [β ∗ γ] e, portanto,
−1
que γi é homotópico a Q
ησi0 (0) σi0 σi1 σi2 ησ−1
i0
que é homotópico a x0
mod (0,1).Q Portanto { i (γi ) } = i {γi }ni = 1 e, conseqquente-
ni
Q
mente, q( i {γi }ni ) = 0, onde estamos denotando por 0 a identi-
dadePdo grupo comutativo π1 (X, x0 )/[π1 , π1 ]. Por outro lado, como
β = i ni (σQi0 − σi1 + σi2 ), podemos, alterando a ordem dos fatores
do produto i γini , obter um caminho fechado homotópico a β. Logo
q({β}) = 0 e, portanto, {β} pertence ao comutador.
Apêndice D
h : πn (X, x0 ) → Hn (X; Z)
465
466 [CAP. D: GRUPOS DE HOMOTOPIA- TEOREMA DE HUREWICZ
é contı́nua
• Se Y é um espaço topológico então uma aplicação F : Y →
C 0 (Z, W ) é contı́nua se e sòmente se a aplicação
Y × Z → W, (y, x) 7→ F (y)(z)
é contı́nua.
Considerando o espaço dos laços Ω(X, x0 ) com a topologia indu-
zida do espaço C 0 ([0, 1], X) temos então que uma homotopia entre
dois laços α0 e α1 é simplesmente uma aplicação contı́nua H : [0, 1] →
Ω(X, x0 ) tal que F (0) = α0 e F (1) = α1 . Logo o grupo fundamen-
tal é o conjunto das componentes conexas do espaço de laços e X
é simplesmente conexo se Ω(X, x0 ) é conexo. Seja c0 ∈ Ω(X, x0 ) o
caminho constante. Podemos então considerar o espaço topológico
Ω(Ω(X, x0 ), c0 ) dos laços em Ω(X, x0 ) com extremidades c0 . Pelo
que vimos acima, um laço s ∈ [0, 1] 7→ αs Ω(X, x0 ) corresponde a
uma aplicação contı́nua f : [0, 1] × [0, 1] → X tal que fs (t) = fs (t).
Logo f (∂([0, 1] × [0, 1]) = x0 . Reciprocamente, uma função contı́nua
f com essa propriedade define um laço no espaço dos laços. Portanto
esse espaço de laços pode ser identificado com espaço das aplicações
contı́nuas C 0 (([0, 1]×[0, 1], ∂([0, 1]×[0, 1]), (X, x0 )) que, por sua vez é
naturamente identificado com o espaço C 0 ((S 2 , z0 ), (X, x0 )). Temos
então uma bijeção do grupo fundamental π1 (Ω(X, x0 ) com o espaço
467
que associa à classe de homotopia de f : ([0, 1]n , In−1 , [0, 1]n −In−1 ) →
(X, Y, x0 ) a classe de homotopia de sua restrição a Y que leva (In−1 , ∂In−1 )
em (Y, x0 ). Combinando esse homomorfismo com os homomorfismos
induzidos pela inclusão Y → X obtemos a sequência exata de homo-
topia de um par (X,Y):
∂
. . . πn (Y, x0 ) → πn (X, x0 ) → πn (X, Y, x0 ) → πn−1 (Y, x0 ) → . . .
Referências Bibliográficas
469
470 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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474 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS