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ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS

(END) PARA ESTIMATIVA DA


RESISTÊNCIA DO CONCRETO

Rubens Guerra – Eng. Civil


Universidade Federal do Paraná - UFPR
E-mail: rubens.guerra@ufpr.br
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS

• Não causam dano algum no elemento ensaiado;


• Pequenos reparos no componente após ensaio;
• Não provocam perda da capacidade resistente
da peça.
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS

• Em estruturas novas: monitoramento da


evolução da resistência ou verificação da
qualidade do concreto;

• Em estruturas existentes: avaliação da


integridade e capacidade de resistência às
solicitações.
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS

DESAFIOS:

• Heterogeneidade do concreto;
• Atenuação, dispersão, difração e reflexão dos
sinais;
• Experiência e capacidade técnica na execução
dos ensaios;
• Calibração das curvas de correlação de
resistência em função das condições do
elemento estrutural.
• Uso limitado (como fase preliminar aos ensaios
destrutivos – retirada de testemunhos).
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS

NORMALIZAÇÃO:

• ABNT NBR 8802: 2019 - Concreto endurecido -


Determinação da velocidade de propagação de
onda ultrassônica;
• ABNT NBR 7584: 2012 - Concreto endurecido —
Avaliação da dureza superficial pelo
esclerômetro de reflexão (em revisão);
• Norma Americana: ASTM C 805, ASTM C 597;
ACI 364, ACI 228.1R.
• Norma Britânica: BS 1881;
TÓPICOS QUANTO A RESISTÊNCIA DO
CONCRETO

• Propriedade mais representativa e que


usualmente serve para sua especificação;

• Aleatoriedade: Espacial e Temporal:


TÓPICOS QUANTO A RESISTÊNCIA DO
CONCRETO

 Fck é um valor médio?

 Fck constitui um valor onde admite-se a


probabilidade de 95% das resistências serem
superiores às especificadas. Admite-se uma
distribuição normal - Gauss

 Ou seja, existe um risco de 5% desta não ser


atingida (muito diferente de adotar a média)
TÓPICOS QUANTO A RESISTÊNCIA DO
CONCRETO

 Relativamente à segurança:

1. Minoração de resistência: Ɣc = 1,4 (em condições


usuais).
2. Majoração das solicitações (combinações de
carregamentos mais desfavoráveis);

 RESULTADO:

 Probabilidade de ruína de uma estrutura


adequadamente dimensionada:

1 x 10-6 (1 em 1 milhão)
Compatível com o risco de perda de vidas
ULTRASSONOGRAFIA
ULTRASSONOFOGRAFIA

• Medição da velocidade de propagação de


onda sonora ultrassônica;
• Princípio semelhante ao do teste PIT em
estacas moldadas in loco.
• Aparelhos atuais são portáteis e pesam
aproximadamente 3 kg:
ULTRASSONOFOGRAFIA

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO:

• O ensaio consiste na medição do tempo (T) em


que ondas ultrassônicas levam para atravessar o
concreto.
• A velocidade de propagação das ondas é
influenciada pela densidade e propriedades
elásticas do concreto.
ULTRASSONOFOGRAFIA

TIPOS DE TRANSMISSÃO:
ULTRASSONOFOGRAFIA

VANTAGENS E LIMITAÇÕES:

• Equipamento de fácil operação e custo pouco


elevado;
• Pode avaliar o concreto em todo o
comprimento do elemento;
• Depende fortemente da ligação entre
transdutores e superfície do concreto;
• Superfície do concreto lisa (sem
revestimento);
• Variabilidade com descontinuidades (fissuras,
vazios ou até armadura);
• Não é possível se estimar a resistência do
concreto nas primeiras idades.
ULTRASSONOFOGRAFIA

CARACTERIZAÇÃO DO CONCRETO:

Usar com muita cautela, pois não serve para


qualificar o concreto!
ULTRASSONOFOGRAFIA

CURVAS DE CORRELAÇÃO:

• Para obtenção das curvas de correlação deve


ser utilizado, preferencialmente, o concreto
da estrutura em questão;

• O ensaio de velocidade deve ser feito


diretamente na estrutura ou em testemunhos
extraídos desta.
ULTRASSONOGRAFIA

ACURÁCIA DO MÉTODO:

• 12 a 16% - se há CP’s e composição do concreto


conhecida;

• 14 a 18% - se há apenas CP’s ou testemunhos;

• 18 a 25% - quando se conhece apenas a


composição do concreto;

• acima de 30 % - quando apenas se conhecem


dados auxiliares.
ULTRASSONOFOGRAFIA

USOS COMPLEMENTARES:

• Estimativa da profundidade de fissuras;


• Verificação do preenchimento de fissuras
com resinas;
• Localização de ninhos de concretagem;
• Estimativa da espessura de lajes;
• Efeito dos danos devido ao fogo e de ações
deletérias.
ESCLEROMETRIA
(DUREZA SUPERFICIAL)

90o
ESCLEROMETRIA

• Ensaio de Dureza mais antigo: desenvolvido


pelo suiço Ernest Schmidt em 1948.

• Schmidt Hammer:

• Índice
esclerométrico
(IE):distância
percorrida pela
massa no retorno
após o rebote.
ESCLEROMETRIA

• Dureza: capacidade de um
material resistir à penetração,
ao choque ou ao risco
superficial.

• Baseia-se no mesmo método


adotado para verificação de
preenchimento de concreto em
fôrmas.
ESCLEROMETRIA

• Modelo N (energia = 0,225 kgm) -


controle de concreto em estruturas
usuais
• Modelo L (energia = 0,075 kgm) -
redução do modelo N – estruturas
sensíveis
• Modelo M (energia = 3 kgm) – obras de
grandes dimensões
• Modelo P (energia = 0,09 kgm) –
materiais de construção de pouca
dureza
ESCLEROMETRIA

PLANO DE AMOSTRAGEM:
ESCLEROMETRIA

VANTAGENS E LIMITAÇÕES:

• Equipamento de fácil operação e custo pouco


elevado;
• Rapidez na obtenção dos resultados;
• Danos praticamente nulos;
• Limitada pelo fenômeno da carbonatação;
• Depende da posição do esclerômetro;
• Não aplicável a concretos de baixa
resistência (menor que 10 Mpa).
ESCLEROMETRIA

ACURÁCIA DO MÉTODO:

• 12 a 18% - se há CP’s ou testemunhos


disponíveis, e composição do concreto conhecida;

• 15 a 20% - se há apenas CP’s ou testemunhos;

• 18 a 28% - quando se conhece apenas a


composição do concreto;

• acima de 30 % - quando apenas se conhecem


dados auxiliares e que a idade do concreto não
seja superior a um ano.
PENETRAÇÃO DE PINOS
PENETRAÇÃO DE PINOS

• Surgiu na década de 60, nos Estados Unidos,


através do uso de um aparelho denominado
Windsor Probe.

• O pino é penetrado no
concreto até que a sua
energia cinética seja
totalmente absorvida,
através da fricção do
pino, e da fratura do
concreto.
PENETRAÇÃO DE PINOS

• No Brasil este ensaio foi adaptado, onde se utiliza


uma pistola da marca Walsywa.
PENETRAÇÃO DE PINOS

CURVAS DE CORRELAÇÃO:

• Fabricantes: consideram apenas a dureza


superficial dos agregados;

• Deve-se considerar o tipo de cimento e a


aderência agregado/matriz;

• Condições de umidade, dim. máxima e teor


de agregado não interferem.
PENETRAÇÃO DE PINOS

VANTAGENS E LIMITAÇÕES:

• Equipamento de fácil operação e durável;


• Possui dispositivo de proteção;
• Pouco sensível à experiência do operador;
• Pode ser aplicado sobre as fôrmas;
• Não aplicável a elementos esbeltos
(espessura inferior a 150 mm);
• Aplicada em bordos médios: evitar
extremidades;
• Sensível aos efeitos da carbonatação.

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