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VENTILAÇÃO

VENTILAÇÃO

Sector Residencial

Sector de Comércio e Serviços

Sector Industrial

1 – introdução – Ventilação Natural


VENTILAÇÃO

GENERALIDADES
Se um sistema de ventilação tem como objectivo principal
assegurar a qualidade do ar interior através da quantidade de
ar novo necessário para um local, ele pode também permitir
também controlar diferentes parâmetros do estado do ar desse
local:
 Temperatura
 Humidade
 Pureza
 Movimento 2
VENTILAÇÃO

As características que se podem exigir do estado do ar são


muito variáveis de acordo com o tipo do local a tratar.

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VENTILAÇÃO

Para as habitações, é suficiente em geral uma ventilação


simples, natural, mecânica ou hibrida.
Enquanto que, em certas indústrias, é necessário disporem-se
de instalações de ventilação sofisticadas e completamente
automatizadas que permitirão manter exactamente as
condições ambientais desejadas.
Entre os dois extremos existe uma gama de instalações de
tratamento de ar mais ou menos complexas, mas adaptadas
aos locais que servem.
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VENTILAÇÃO

Para as instalações de conforto humano, podem-se instalar


unidades de tratamento de ar (UTA’s ou UTAN’s), em qualquer
tipo de edifícios.

No setor residencial as soluções de ventilação são em geral


mais simples.
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VENTILAÇÃO

Climatização – Termo genérico utilizado para designar o processo de tratamento do ar ou forma de fazer altera
individual ou conjuntamente no local, os seus valores de:
• Temperatura
• Humidade
• Velocidade
• Qualidade

Funções dos sistemas de climatização:


• Aquecimento ou arrefecimento
• Humidificação ou desumidificação
• Ventilação (renovação do ar)
• Filtragem do ar
Todas as funções: sistema de ar condicionado

Designações Comuns:
• AVAC – Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
• HVAC – Heating, Ventilation e Air Conditioning

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VENTILAÇÃO

Parâmetros importantes a ter em conta no dimensionamento de um sistema de


climatização:

– Condições exteriores
– Temperatura e humidade interior desejadas
– Cargas Térmicas
– Nível de filtragem
– Caudal de ar novo
– Velocidade do ar
– Consumo energético
– Nível de ruído
– Localização dos equipamentos
– Distribuição do ar

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Conforto Humano em Edifícios

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Conforto Humano em Edifícios

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Norma de Conforto prEN15251


(qualidade do ar, conforto térmico, iluminação, acústico)

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1 clo = 0.155 m2.K/W 11


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No entanto em Portugal é obrigatório


obedecer à legislação nacional
referente ao Sistema de Certificação
Energética dos Edifícios (SCE)

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Conforto Térmico

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Alimento > máquina corpo humano > geração de calor

Geração de calor depende do nível de actividade


- homem adulto a dormir – 87 W
- homem adulto em trabalho escritório – 115 W
- homem adulto trabalho físico pesado – 440 W

- mulher adulta – 15% menos

Temperatura profunda do corpo – 37ºC


Temperatura pele – 34ºC

Ambiente Frio – redução de circulação sanguínea, aspecto pálido, redução da temperatura superficial.
Pode reduzir-se perdas com roupa, ou aumentado taxa de geração de calor (exercícios), ou reduzir
superfície exposta.

Ambiente quente – roupas leves, redução de actividade, aumento de velocidade do ar, utilização de
calor latente.
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1 met= 58.1W/m2

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G - Taxa total de geração de CO2 [mg/h ou m3/h]

(mg/h)

(m3/h)

M - Taxa de metabolismo dos ocupantes [met] (1 met= 58,15 W/m2)


N - Número de ocupantes do espaço
Adu
ADu - Área de DuBois da superfície corporal [m2] Idade dos ocupantes M [met]
[m2]

3 anos 0,65 0,19

até 6 anos 0,80 0,14

até 9 anos 1,10 0,09

até 11 anos 1,30 0,07

até 14 anos 1,60 0,05


20
até 18 anos e adultos 1,80 0,00

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Exercício:

Considere uma sala de aulas com uma ocupação de 20 alunos e um professor, todos adultos. A atividade metabólica numa
sala de aulas é do tipo sedentária, correspondente a um valor de 1,2 met. Calcule a taxa de libertação total de CO2 na sala
em mg/h e em m3/h. Volte a repetir os calculos mas considerando agora que a sala de aulas é ocupada por 20 alunos de 10
anos mais o professor.

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O corpo sente-se confortável quando consegue dissipar o calor


gerado, mas não mais do que isso.

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Impacto do Conforto na Produtividade

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Avaliação Conforto
Índice PMV (Predicted Mean Vote) – Previsão da média dos votos de
sensação térmica de um numeroso grupo de indivíduos, função da atividade,
vestuário, temperatura do ar, temperatura radiante média, velocidade do ar e
humidade do ar.
(ou Constrangimento Térmico)
ISO7730

Com base no índice PMV é possível determinar a percentagem de pessoas que se


consideram desconfortáveis (PPD). Há desconforto quando se ultrapassa um valor
máximo (PPDmax). Mas há que ponderar pelo número de ocorrencias de
desconforto. O limite de horas aceitável é de 100 a 150 horas por ano.

Aceitável

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Parâmetros de Conforto
Situação de Inverno
• Temperatura operativa compreendida entre 20ºC e 24ºC;
• Humidade do ar entre 35% e 85%;
• Temperatura média superficial do pavimento compreendida entre 19 e 26 ºC;
• Diferença de temperatura do ar na vertical entre 0,1 m e 1,8 m do pavimento menor que 3 ºC;
• A temperatura radiante assimétrica deverá não ultrapassar 5 ºC na vertical, nem 10 ºC na
horizontal;
• Velocidade média do ar menor que 0,15 m/s;
• A fracção de CO2 não deverá ser superior a 0,1%.

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Parâmetros de Conforto

Situação de Verão
• Temperatura operativa compreendida entre 23ºC e 26ºC;
• Humidade do ar entre 35% e 60%;
• A temperatura média radiante deve apresentar valores próximos da
• temperatura do ar;
• A temperatura do pavimento não deverá exceder a temperatura do ar mais do que 6 ºC;
• A velocidade do ar não deverá ultrapassar 0,5 m/s.
• A fração de CO2 não deverá ser superior a 0,1%.

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Conforto depende:
- temperatura (bolbo seco) (22 a 27ºC)
- humidade relativa (40 a 60%)
- movimento do ar (até 0,25m/s)

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CLASSIFICAÇÃO
1. Ventilação natural
2. Ventilação mecânica
3. Ventilação hibrida
4. Aquecimento
5. Arrefecimento
6. Humidificação / Desumidificação
7. Ar condicionado
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1 – VENTILAÇÃO NATURAL

Neste tipo de ventilação a circulação do ar efectua-se devido à diferença


de pressão estabelecida pelo vento ou pela diferença de temperatura
entre o interior e o exterior:

Pelo que existe a dificuldade na


maior parte dos casos, de se
controlar a renovação do ar.

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CIRCUITOS DE VENTILAÇÃO NATURAL


Designa-se por “ventilação natural” em oposição à “ventilação
mecânica”, todo o deslocamento do ar resultante quer:
 Das propriedades naturais do ar, em particular, da sua massa
volúmica variável em função da temperatura;
 Dos efeitos do vento, em particular das fachadas que lhe estão
expostas;
 Dos efeitos conjugados.

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• A ventilação natural depende:

• Da diferença de pressões entre fachadas;

• Da existência de ventos com direções predominantes;

• Da diferença de temperaturas entre o ar interior e o ar exterior;

• Da localização e área das entradas e saídas de ar;

• Da existência de obstáculos ou de canais entre as diferentes entradas e saídas.

A ventilação natural, para além de assegurar a renovação do ar, pode também contribuir para o
arrefecimento gratuito.
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• FACTORES QUE INFLUENCIAM A VENTILAÇÃO NATURAL A AS INFILTRAÇÕES:

• Efeito de chaminé;
• Exposição ao vento;
• Pressurização forçada do edifício;

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• Efeito de chaminé devido à diferença de pressões :

Inverno Verão

Pext<Pint Pext>Pint

Pext>Pint Pext<Pint
P↑

Inverno Pext Pint Verão

• A diferença de pressões depende da diferença de densidade entre o ar exterior e o ar interior (coluna de ar).

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VENTILAÇÃO

• INFLUÊNCIA DA EXPOSIÇÃO AO VENTO:

Pest↑
• Depende de:
• Rugosidade do terreno;
• Altura do espaço do edifício;
• Ventos predominantes, posição no
Pest↓ edifício

• Inverno: Competição com o efeito de chaminé;


• Verão: Cumulativo com o efeito de chaminé;

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• PRESSURIZAÇÃO FORÇADA DO EDIFÍCIO:

• Depende de:
• Razão entre caudais de ar novo e extração;
Pext<Pint • Em geral a maioria dos espaços limpos estão
pressurizados.

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VENTILAÇÃO NATURAL

A renovação do ar é função da diferença de pressão gerada entre o interior e o


exterior de um local

O cálculo e a medição das renovações de ar são difíceis de efectuar.

Em geral o seu dimensionamento é baseado em guias técnicos e normas.


Não se deverá esquecer, quando se realizar um balanço térmico, de considerar as
perdas ou entradas de calor devidas à renovação de ar, pois estas podem
representar quantidades muito importantes.

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VENTILAÇÃO

• VENTILAÇÃO NATURAL CRUZADA

Efeito de chaminé

Fonte: American Institute of Architects Society of Building Science Educators


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• VENTILAÇÃO NATURAL CRUZADA

Fonte: American Institute of Architects Society of Building Science Educators


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 Ventilação por efeito de chaminé

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• VENTILAÇÃO NATURAL CRUZADA

Efeito de chaminé +
Arrefecimento evaporativo indireto

Fonte: MECHANICAL HANDZ


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• ARREFECIMENTO EVAPORATIVO INDIRETO

Cobertura Ajardinada

Fonte: Commonwealth of Australia

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Existem várias hipóteses


 Ventilação em frinchas das portas e janelas

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 Ventilação por fendas e caixilhos de janelas

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 Ventilação por simples aberturas de janelas

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 Ventilação por extractor estático

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Ventilação natural por


ventiladores dinâmicos

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1.1 Ventilação pelas fendas


Corresponde à penetração num local do ar que penetra
através de frinchas existentes nas fachadas (portas, janelas,
etc.)

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VENTILAÇÃO

O movimento do ar é devido à diferença de pressão entre o


interior e o exterior do edifício, que tem origem quer na
diferença de temperatura quer na acção do vento.

Tint Text
Pint Pext
Vento

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VENTILAÇÃO

Nos locais aquecidos ou arrefecidos a temperatura interior é


mais elevada ou mais baixa que a do exterior.
Resultando diferenças de densidade do ar e assim diferenças
de pressão entre as duas faces das paredes da envolvente e
ao longo da envolvente na direção vertical.

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• Dispositivos de admissão de ar
Caixas de estore Caixilharias Paredes

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• Dispositivos de admissão de ar
Caixas de estore Caixilharias Paredes

Fonte: RENSON
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http://renson.eu/ 55
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• Dispositivos de admissão de ar
Caixilharias

Fonte: RENSON
http://renson.eu/ 56
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• Dispositivos de admissão de ar
Caixilharias (com atenuador acústico)

Fonte: RENSON
http://renson.eu/ 57
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No caso de aquecimento, o ar quente


eleva-se o que origina uma sobrepressão
nas zonas altas.

O equilíbrio ou plano neutro, é função


da altura do local e da diferença de
temperatura.

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VENTILAÇÃO

Nos locais com pé direito muito elevado, tais como igrejas, caixas de escadas poços
de elevadores, átrios de entrada, etc. A diferença de pressão devida à variação de
altura pode ser considerável e originar uma renovação de ar excessiva.

As perdas por renovação de ar, são sempre mais intensas nas zonas inferiores do
edifício. Pelo que é muito importante ter um cuidado especial no que diz respeito a
evitarem-se as frinchas nas fachadas, para se limitar a renovação de ar não
controlado.

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VENTILAÇÃO

Os valores experimentais relevantes são muito variáveis, para as


habitações correntes no inverno, eles representam uma renovação
da ordem de 0,3 a 0,6 renovações por hora.

No caso de caixilharias estanques esse valor pode ser reduzido


para 0,1 ren/hora.

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VENTILAÇÃO

O vento aumenta as taxas de renovação de ar


significativamente, devido à sobrepressão da
fachada exposta.

Um vento de intensidade elevada sobre janelas não


classificadas pode aumentar a renovação do ar
várias vezes o volume do local, o que provoca um
arrefecimento significativo.

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VENTILAÇÃO

Nos edifícios de grande altura, as perdas de ar por renovação, aumentam nos


andares superiores devido à intensidade do vento aumentar com a altitude.

O vento pode igualmente criar uma depressão sobre toda, ou parte da fachada, o
que origina fugas de ar para o exterior (exfiltrações).

Em vários locais, a ventilação natural é suficiente para manter o ambiente com


um conforto dentro dos limites aceitáveis, sobretudo se for possível abrir as
janelas de tempos a tempos.

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1.2 – Ventilação por conduta vertical


O nível neutro, no qual as pressões exteriores e interiores são
iguais, sofre uma translação para a parte superior do local.

Se forem previstas aberturas apropriadas para a admissão de ar e a


diferença de calor entre o interior e o exterior for suficiente, poderá
obter-se uma taxa de renovação de ar muito importante.

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Se houver equilíbrio de temperaturas entre o interior e o exterior, o ar


ficará em repouso e não haverá circulação.
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Se a temperatura do exterior for maior do que a do ambiente interior, o


escoamento do ar cessará, ou o sentido do deslocamento na conduta
será do exterior para o interior.

A falta de circulação, ou a inversão do sentido do fluxo poderá ser


corrigida por intermédio de um dispositivo de aquecimento, tal como de
um fogão na base da conduta que serve de chaminé.

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Para melhorar a ventilação por conduta vertical, aplicam-se


ventiladores estáticos, que devido â acção do vento provocam uma
depressão e desta forma aumentam a força ascensional do ar no
interior da conduta.
Durante os períodos de acalmia são ineficazes.
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Em conclusão, a ventilação natural, depende fundamentalmente da temperatura


exterior e do vento, é menos eficaz na estação quente de verão. A sua utilização é
desta forma limitada.

No entanto durante o verão nas horas noturnas, ela pode ser promovida devido a
menores temperaturas dos ar exterior.

No gráfico da página seguinte pode determinar-se a velocidade ascensional do ar em


condutas de secção quadrada com uma diferença de temperatura de ΔT = 1 K.

Para outras diferenças de temperatura, multiplicar por ΔT.


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Exercício:

Considere uma conduta vertical de ventilação natural com uma secção quadrada de 20cm x 20cm. A conduta atravessa
quatro pisos com um pé-direito de 3 m cada um e tem uma altura acima do terraço de 3 m. Calcule a velocidade de
circulação do ar na conduta e o caudal de ar que passa através dela.

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1.3 – Ventilação por dispositivo colocado na cobertura


É uma ventilação natural realizada por lanternins, chaminés de pequena
altura, ou qualquer dispositivo de abertura localizado na cobertura.

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Este sistema tem como base o


princípio do movimento do ar
ascensional, devido à diferença de
temperatura entre o exterior e o
interior.

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É um método frequentemente utilizado em pavilhões industriais,


principalmente nas indústrias em que há libertação de calor.

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Nas construções baixas, utilizam-se chaminés de pequena altura que


terminam num aspirador de cobertura.

Para controlar a renovação do ar, as


chaminés são dotadas de registos
de regulação.
Quando estes dispositivos são bem
manobrados, esta ventilação
simples é satisfatória.

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Nas construções de média altura, utilizam-se torreões.


São elementos da construção, de secção quadrada ou rectangular,
cujas paredes laterais são dotadas de aberturas com registos fixos ou
móveis.

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Na ausência de vento a eficácia do sistema só depende da diferença de


temperatura.
Não é um sistema muito eficaz porque a entrada ou saída do ar
dependem da direcção do vento.
Os dispositivos de admissão de ar têm um papel muito importante,
porque condicionam o funcionamento do sistema.

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A utilização de ventiladores de ar estáticos ou dinâmicos em ventilação


natural pode ajudar a promover a ventilação natural.
• Ventilação por extractor estático

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• Ventilação por extractor dinâmico

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A ventilação de um local proporcionada por estes dispositivos, pode ser calculada


com base na seguinte equação:

v2 velocidade de passagem na abertura superior;


g constante gravitacional (m/s2)
h altura do local (m)

O caso mais desfavorável tem lugar no verão com um ΔT reduzido.

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ΔT diferença de temperatura em (K);


T1 Temperatura de admissão de ar (K);
A1 secção da abertura inferior(m2);
A2 secção da abertura superior(m2).

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Velocidade de aspiração de ar
com aspirador estático

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EXEMPLO
Um pavilhão industrial com 1.500 m2 e um pé direito de 15 m, para
se assegurar a sua ventilação é admitido ar do exterior à
temperatura de 25º C.
No verão o calor que é necessário remover do seu interior é de 400
kW e admite-se um ΔT de 10 K.
Dimensione as aberturas necessárias para a admissão de ar para
renovação do pavilhão.

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RESOLUÇÃO
O caudal de ar novo necessário determina-se por:
𝑄 400
𝑉= = =32,5 m3/s
1,23×∆𝑇 1,23×1𝑜

O valor de ΔT/T1 = 10/298 = 0,034, considera-se que A1 = A2 e h =


15 m, com estes valores obtém-se no gráfico uma velocidade de
admissão v2 = 1,6 m/s.
As áreas das aberturas de admissão e saída de ar são de: A1 = A2 =
32,5/1,6 = 20,3 m2
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Norma Europeia EN 15 242 – Ventilation for buildings — Calculation methods for the
determination of air flow rates in buildings including infiltration.

 O cálculo de ar novo admitido por meios de ventilação natural pode ser efetuado pelo mesmo método do
cálculo da infiltrações e exfiltrações num edifício. Este método encontra-se na norma EN 15 242. Esta
norma apresenta também um método simplificado de cálculo que torna-se mais fácil a sua aplicação. É este
simplificação que se vai utilizar.

 Considera-se que o sistema de ventilação natural é adequado quando este permite assegurar, em cada
espaço, o caudal mínimo de ar novo em, pelo menos, 90% das horas, no período de ocupação,
do ano

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VENTILAÇÃO

Método Simplificado

 O método simplificado tem algumas restrições sendo apenas aplicável em edifícios com o máximo de
quatro pisos e nos espaços em que não se desenvolvam atividades que impliquem a emissão de
poluentes específicos e que não disponham de aparelhos de combustão.

 O método simplificado também aparece descrito no Despacho 15793-K/2013, do Sistema de


Certificação Energética de Edifícios (SCE).

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VENTILAÇÃO

Método Simplificado

 O método simplificado baseia-se na aplicação da equação de conservação da massa e na determinação das


diferenças de pressões entre o interior e o exterior do edifício.

𝑞𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎𝑠 ∆𝑝𝑖 + 𝑞𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑟𝑒 ∆𝑝𝑖 + 𝑞𝑔𝑟𝑒𝑙ℎ𝑎𝑠 ∆𝑝𝑖 + 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑎𝑠 ∆𝑝𝑖 + 𝑉𝑓𝑖 = 0
𝑖 𝑖 𝑖 𝑖 𝑖

A taxa de renovação de ar Rph corresponde à soma dos caudais de ar admitidos no edifício a dividir pelo
volume interior útil do edifício

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VENTILAÇÃO

𝑞𝑗𝑎𝑛𝑒𝑙𝑎𝑠 ∆𝑝𝑖 + 𝑞𝑐𝑎𝑖𝑥𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑜𝑟𝑒 ∆𝑝𝑖 + 𝑞𝑔𝑟𝑒𝑙ℎ𝑎𝑠 ∆𝑝𝑖 + 𝑞𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑎𝑠 ∆𝑝𝑖 + 𝑉𝑓𝑖 = 0
𝑖 𝑖 𝑖 𝑖 𝑖

Despacho 15793-K/2013
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VENTILAÇÃO

Método Simplificado

• Para efeitos de cálculo considera-se que o edifício tem uma fachada exposta ao vento quando, para dada
orientação, a área dessa fachada representa mais de 70% da área total de fachadas da fração e quando
existem aberturas de ventilação apenas nessa fachada.

• Nos casos não incluídos no número 1 e para efeitos de cálculo em termos da permeabilidade ao ar da
envolvente, nos edifícios com duas ou mais fachadas expostas ao exterior considera-se que os elementos
permeáveis da envolvente e as aberturas para ventilação se encontram repartidos de igual forma em duas
fachadas opostas (uma assumida a sotavento e a outra a barlavento) e a dois níveis diferentes (a 0,25 e
0,75 pé direito), sendo que para efeitos de proteção do edifício ao vento se assume sempre a condição de
melhor exposição ao vento.

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VENTILAÇÃO

n.º de fachadas expostas


72% 69%

Uma fachada exposta:


• Só tem uma fachada exposta ao exterior;
• Tendo mais do que uma fachada, uma representa
mais de 70% da área total de fachadas da fração
com aberturas.

Duas ou mais fachadas expostas:


• No caso de ter mais do que uma fachada exposta.

Empenas cegas e com ENU’s não contam


28% 31%

ADENE
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VENTILAÇÃO

Efeito da Impulsão Térmica


A diferença de pressão exercida na envolvente, associada à impulsão térmica (efeito de chaminé) calcula-se
pela expressão:

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VENTILAÇÃO

Efeito da ação do vento


O efeito da ação do vento na envolvente da fração é traduzido pela expressão de cálculo da pressão exterior
numa fachada ou cobertura:

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VENTILAÇÃO

Classe de proteção da fração


Ventilação natural depende:
Região

1. Enquadramento do edifício Rugosidade

n.º de fachadas expostas


2. Permeabilidade ao ar da envolvente

3. Aberturas de admissão de ar na fachada

4. Condutas de ventilação natural - exaustão ou insuflação

5. Caudais por ventilação mecânica

ADENE
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VENTILAÇÃO

Coeficiente de pressão Cp
O coeficiente de pressão Cp determinado em função da altura da fração e do efeito de proteção provocado
pelas construções vizinhas, referenciadas ao eixo da fachada da fração em estudo e conforme Tabela 23:

ADENE
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VENTILAÇÃO

Classe de proteção da fração: Os valores de Hobs, Hedif e HFA, em metros, podem ser
determinados simplificadamente por 3 x n.º de pisos
• Desprotegido; HFA - altura da fração em estudo, correspondente à maior distância vertical entre o teto da fração e
o nível do terreno, em m;
• Normal; Hedif - altura do edifício em estudo, correspondente à maior distância vertical entre o ponto do teto
da fração mais elevada do edifício (nível da cobertura) e o nível do terreno, em m.
• Protegido.

Desprotegido
a – altura de um piso
a

1 - Zona alta (mais de 50 m) 5 - Distância ao obstáculo (Dobs)


2 - Zona média (15 a 50 m) 6 – Altura do edifício (Hedif)
3 - Zona baixa (menos de 15 m) 7 – Altura da fração (HFA)
4 - Altura do obstáculo (Hobs)
ADENE
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VENTILAÇÃO

Classe de proteção do edifício


A classe de proteção do edifício é determinada com base na distância aos obstáculos vizinhos e de acordo com
a Tabela 24, sempre que se verifique, pelo menos, uma das seguintes condições:

a) caso a fração se encontre na zona inferior do edifício e se verifique que:

b) caso a fração se encontre na zona média do edifício e se verifique que:

ADENE
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VENTILAÇÃO

Classe de proteção do edifício

Nos casos em que existam vários obstáculos às fachadas, que se traduzam em diversos valores de Dobs deverá
ser considerado aquele obstáculo que se traduza na maior distância

Nos casos em que não se verifiquem nenhuma das condições referidas anteriormente, bem como na ausência
de obstáculos ou informação relativa a algumas das distâncias, a classe de proteção deve ser considerada
como desprotegido.

Os valores de Hedif, HFA, Hobs, em metros, podem ser determinados simplificadamente por 3 x nº de pisos.

ADENE
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VENTILAÇÃO

Velocidade média do vento no local

A velocidade média do vento no local, u, tem o valor mínimo de 3,6 m/s e é função da região em que o
edifício se insere, sendo obtida a partir das seguintes expressões:

Na região A:

Na região B:

ADENE
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VENTILAÇÃO

Região

A - Todo o território excepto locais da região B ;

B - Açores e Madeira, locais numa largura de 5 km da costa e locais

com altura superior a 600 m.

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VENTILAÇÃO

Rugosidade

Rugosidade I - Edifícios situados no interior de uma zona urbana

Rugosidade II - Edifícios situados na


periferia de uma zona urbana ou numa
zona rural

Fonte: Lamberts et al
Rugosidade III - Edifícios situados em
zonas muito expostas, mediante a
inexistência de obstáculos que atenuem o
vento.

ADENE
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VENTILAÇÃO

Ventilação natural depende:

1. Enquadramento do edifício
Permeabilidade das caixilharias
2. Permeabilidade ao ar da envolvente
Caixas de estore

3. Aberturas de admissão de ar na fachada

4. Condutas de ventilação natural - exaustão ou insuflação

5. Caudais por ventilação mecânica

ADENE
100
VENTILAÇÃO

Ensaio de pressurização de acordo com a norma EN 13829 – n50

Este método consiste na pressurização ou despressurização mecânica de uma


fração e na medição da permeabilidade ao ar com um diferencial de pressão
(Δp) de 50 Pa. A partir da relação entre os valores de caudais de ar (V̇ ) e o
diferencial de pressão é possível avaliar a permeabilidade da envolvente da
fração.

Caso seja realizado um ensaio de pressurização de acordo com a norma EN


13829, para caracterizar a permeabilidade ao ar da envolvente, pode ser
considerado o valor n50 desse ensaio para estimar o caudal de infiltrações de ar
através da seguinte expressão

ADENE
101
VENTILAÇÃO

Permeabilidade das caixilharias Sem classificação, classe 1, 2, 3 ou 4

ADENE
102
VENTILAÇÃO

Caixa de estore A caixa de estore permite a ligação entre o interior e o exterior ?

NÃO NÃO NÃO SIM

ADENE
103
VENTILAÇÃO

Caixa de estore

A caixa de estore permite a ligação entre o


interior e o exterior e conduz a infiltrações Não Não tem
neste local (caixa de estore e fita).

Sim
Permeabilidade
O ensaio da sua permeabilidade ao ar da caixa de Não elevada
estore (EN 1026) e P 100 Pa, conduz ao caudal de
infiltração de ar a dividir pela unidade de Permeabilidade
comprimento for inferior a 1 m3/(h.m). sim
baixa

A caixa de estore apenas comunica com o interior na


zona de passagem da fita.
sim Permeabilidade
A caixa de estore apresenta um vedante sob
baixa
compressão adequada em toda a periferia das suas
juntas.

ADENE
104
VENTILAÇÃO

Ventilação natural depende:

1. Enquadramento do edifício;

2. Permeabilidade ao ar da envolvente;
Fixas ou reguladas manualmente

3. Aberturas de admissão de ar na fachada; Autorreguláveis

4. Condutas de ventilação natural - exaustão ou insuflação

5. Caudais por ventilação mecânica

ADENE
105
VENTILAÇÃO

Fixas ou reguladas manualmente


3. Aberturas de admissão de ar na fachada
Autorreguláveis

Fixas ou reguladas manualmente

em que A é a área livre da abertura fixa ou regulável manualmente.

No caso particular de instalações sanitárias sem condutas de evacuação e com janelas exteriores, o efeito da
abertura destas janelas na ventilação será estimado com base na aplicação da expressão anterior para uma abertura
fixa com área livre até 250 cm2 por janela. ADENE
106
VENTILAÇÃO

Fixas ou reguladas manualmente


3. Aberturas de admissão de ar na fachada
Autorreguláveis

Autorreguláveis

ADENE
107
VENTILAÇÃO

Fixas ou reguladas manualmente


3. Aberturas de admissão de ar na fachada
Autorreguláveis

Autorreguláveis

No caso de aberturas autorreguláveis pela ação do vento, reportando-se a dispositivos em que a regulação
do caudal se inicia a uma diferença de pressão definida pela expressão ΔP=xPa, que tipicamente toma os
valores de 2, 10 ou 20 Pa, e cujo caudal nominal será M em m3/h, a relação entre o caudal e a diferença de
pressão na envolvente será calculada através das seguintes expressões:

ADENE
108
VENTILAÇÃO

Ventilação natural depende:

1. Enquadramento do edifício

2. Permeabilidade ao ar da envolvente

3. Aberturas de admissão de ar na fachada

4. Condutas de ventilação natural - exaustão ou insuflação

5. Caudais por ventilação mecânica

ADENE
109
VENTILAÇÃO

4. Condutas de ventilação natural - exaustão ou insuflação

Avaliar o impacto das condutas de admissão ou de


exaustão de ar, denominadas chaminés.
Perda de carga Saída na cobertura

Para condutas de forma retangular o diâmetro equivalente

ADENE
Fonte: Viegas, JC - LNEC 110
VENTILAÇÃO

Foi disponibilizado pelo LNEC, uma ferramenta do tipo folha de cálculo, em que está implementada a
metodologia simplificada. Esta ferramenta pode ser utlizada para dois efeitos, calculo das infiltrações ou
cálculo dos caudais de ar novo por ventilação natural - VENTILACAO_Rph_2014_02_12_v02a (desde 2014-
02-14).

http://www.lnec.pt/pt/servicos/ferramentas/aplicacoes-informaticas/eficiencia-energetica/

111
VENTILAÇÃO

Exercício

Considere as características da sala de aulas e que os vão envidraçados tem classe 3 de permeabilidade ao ar,
calcule, utilizando a folha de cálculo do LNEC:
1) A taxa de renovação horária por infiltrações:
‒ Tendo em conta a geometria real da sala;
‒ Considerando que as janelas estão igualmente distribuídas por duas fachadas opostas;
‒ Considerando para a geometria real, que existe uma conduta de ventilação natural com um diâmetro
de 250 mm e livre de quaisquer obstáculos.

2) O caudal de ar novo considerando as aberturas dos vãos:


‒ Tendo em conta a geometria real da sala;
‒ Considerando que as janelas estão igualmente distribuídas por duas fachadas opostas;
‒ Considerando para a geometria real, que existe uma conduta de ventilação natural com um diâmetro
de 250 mm e livre de quaisquer obstáculos.

112
VENTILAÇÃO

Exercício (cont.)
3) O caudal de ar novo considerando grelhas de ventilação natural:
‒ Tendo em conta a geometria real da sala e considerando uma grelha de 400x495 mm2;
‒ Tendo em conta a geometria real da sala e considerando duas grelhas de 400x495 mm2;
‒ Considerando que existe uma grelha em cada uma de duas fachadas opostas;
‒ Considerando, para a geometria real e com duas grelhas de 400x495 mm2, que existe uma conduta de
ventilação natural com um diâmetro de 250 mm e livre de quaisquer obstáculos.

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