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UNIJUI - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROSTE DO ESTADO


RIO GRANDE DO SUL
DACEC - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS,
CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM CONTROLADORIA
E GESTÃO TRIBUTÁRIA

GERUSA WOITCHUNAS DUARTE

ELABORAÇÃO DE PLANO DE NEGÓCIOS PARA


IMPLANTAÇÃO DE UM ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE
EM IJUÍ-RS.
(Trabalho de Conclusão de Curso)

IJUÍ (RS)

2013
1

GERUSA WOITCHUNAS DUARTE

ELABORAÇÃO DE PLANO DE NEGÓCIOS PARA


IMPLANTAÇÃO DE UM ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE EM
IJUÍ-RS.

Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade de


monografia, apresentado no Curso de Pós Graduação
em Controladoria e Gestão Tributária da UNIJUI.

Professora Orientadora: Ms. EUSÉLIA PAVÉGLIO VIEIRA

Ijuí, Setembro, 2013


2

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu pequeno príncipe Théo


Felipe que está a caminho, é uma grande benção que
Deus me deu.
3

AGRADECIMENTOS

À Deus, aquele que guia meu caminho, e que permite que oportunidades surgem em
minha vida;
Um agradecimento especial à orientadora, professora Eusélia Pavéglio Vieira, que com
dedicação e sabedoria, conduziu-me nesta caminhada;
Aos professores do Curso de Pós- Graduação Lato Sensu em Controladoria e Gestão
Tributária, pela dedicação em nossa formação;
À minha família, minha razão de ser e meu porto seguro, pessoas que fazem parte de mim e
sempre torcem por minhas vitórias e conquistas.
Ao meu marido Felipe, por todo o incentivo, compreensão e amor incondicional.
E a todos muito obrigada. Peço que Deus transforme em bênçãos todo o bem que me fizeram.
4

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: O Processo Empreendedor ........................................................................................ 15


Figura 2: Organograma do Escritório Proposto........................................................................ 33
Figura 3: Representatividade das Despesas Fixas Mensais ...................................................... 45
5

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Estrutura de um Plano de Negócios ........................................................................ 18


Quadro 2: Os seis objetivos principais do Orçamento. ............................................................ 21
Quadro 3: Modelo de Fluxo de Caixa mensal .......................................................................... 27
Quadro 4: Estimativas de Investimento Fixo ........................................................................... 41
Quadro 5: Estimativa de Investimentos Pré-Operacionais de Instalação ................................. 41
Quadro 6: Estimativa de Capital de Giro ................................................................................. 42
Quadro 7: Despesa com Pessoal ............................................................................................... 42
Quadro 8: Estimativa do Custo de Depreciação ....................................................................... 44
Quadro 9: Despesas Fixas Mensais .......................................................................................... 44
Quadro 10: Estimativa de Preços de Prestação de Serviços ..................................................... 46
Quadro 11: Estimativa de Margem de Contribuição e de Ponto de Equilíbrio ........................ 48
Quadro 12: Demonstração do Resultado de Exercício ............................................................. 49
Quadro 13: Demonstração do Resultado de Exercício Cenário Otimista e Pessimista ............ 50
Quadro 14: Fluxo de Caixa Cenário Otimista .......................................................................... 52
Quadro 15: Fluxo de Caixa Pessimista ..................................................................................... 54
Quadro 16: Balanço Patrimonial Projetado Mês 01 ................................................................. 54
Quadro 17: Ponto de Equilíbrio ................................................................................................ 55
Quadro 18: Lucratividade ......................................................................................................... 56
Quadro 19: Rentabilidade ......................................................................................................... 56
Quadro 20: Prazo de Retorno de Investimento ......................................................................... 57
Quadro 21: Valor Presente Líquido (VPL)............................................................................... 58
Quadro 22: Taxa Interna de Retorno (TIR) .............................................................................. 58
Quadro 23: Payback ................................................................................................................. 59
6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO .......................................................................................................... 9


1.1 Definição do Tema ........................................................................................................................................ 9
1.2 Caracterização da Organização ..................................................................................................................... 9
1.3 Problematização do Tema de Estudo ............................................................................................................ 9
1.4 Objetivos ..................................................................................................................................................... 10
1.4.1 Objetivo Geral ..................................................................................................................................... 11
1.4.2 Objetivos Específicos .......................................................................................................................... 11
1.5 Justificativa ................................................................................................................................................. 11

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................................... 12


2.1 Contabilidade e Aspectos Gerais ................................................................................................................ 12
2.1.1 Controladoria ....................................................................................................................................... 12
2.2 Contabilidade Gerencial .............................................................................................................................. 13
2.3 Empreendedorismo ..................................................................................................................................... 14
2.4 Plano de Negócios ....................................................................................................................................... 15
2.5 Atividade Prestação de Serviços ................................................................................................................. 19
2.6 Projeções e Orçamentos .............................................................................................................................. 20
2.7 Indicadores de Viabilidade .......................................................................................................................... 22
2.8 Métodos de Análise de Investimentos ......................................................................................................... 24
2.9 Fluxo de Caixa ............................................................................................................................................ 26

3 METODOLOGIA DO TRABALHO .............................................................................................................. 29


3.1 Classificação da Pesquisa ............................................................................................................................ 29
3.1.1 Do ponto de vista de sua Natureza ....................................................................................................... 29
3.1.2 Do ponto de vista de seus Objetivos .................................................................................................... 29
3.1.3 Do Ponto de Vista Quanto a Forma de Abordagem do Problema........................................................ 30
3.1.4 Do ponto de vista dos Procedimentos Técnicos ................................................................................... 30
3.2 Coleta de Dados (Instrumentos de Coleta de Dados) .................................................................................. 30
3.3 Análise e Interpretação dos Dados .............................................................................................................. 31

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ..................................................................................................................... 32


4.1 Sumário Executivo ...................................................................................................................................... 32
4.2 Dados Iniciais da Empresa .......................................................................................................................... 32
4.2.1 Descrição Legal ................................................................................................................................... 33
4.2.2 Estrutura Funcional e Organizacional .................................................................................................. 33
4.2.2.1 Missão .......................................................................................................................................... 34
4.2.2.2 Visão............................................................................................................................................. 34
7

4.2.2.3 Valores ......................................................................................................................................... 34


4.2.2.4 Objetivos organizacionais ............................................................................................................ 35
4.2.3 Sócios e Parcerias ................................................................................................................................ 35
4.3 O Plano de Marketing ................................................................................................................................. 35
4.3.1 Análise de Mercado ............................................................................................................................. 36
4.3.1.1 Clientela ....................................................................................................................................... 36
4.3.2 Oportunidades e Ameaças ................................................................................................................... 37
4.3.3 Estratégias de Marketing ..................................................................................................................... 37
4.3.3.1 Produtos e serviços ....................................................................................................................... 37
4.3.3.2 Preços ........................................................................................................................................... 39
4.3.4 Relacionamento com os Clientes ......................................................................................................... 39
4.4 O Planejamento Financeiro ......................................................................................................................... 40
4.4.1 Investimento Inicial ............................................................................................................................. 40
4.4.2 Levantamento das Despesas Mensais .................................................................................................. 42
4.4.3 Preços de Prestação de Serviços .......................................................................................................... 45
4.4.4 Projeção de Resultado .......................................................................................................................... 47
4.4.4.1 Construção de Cenários ................................................................................................................ 49
4.4.5 Projeção do Fluxo de Caixa ................................................................................................................. 51
4.4.6 Balanço Patrimonial Projetado ............................................................................................................ 54
4.4.7 Indicadores Financeiros ....................................................................................................................... 55
4.5 Análise de Investimentos ............................................................................................................................ 57
4.5.1 Valor Presente Líquido (VPL) ............................................................................................................. 57
4.5.2 Taxa Interna de Retorno (TIR) ............................................................................................................ 58
4.5.3 Payback ............................................................................................................................................... 59

CONCLUSÃO......................................................................................................................... 60

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 62


8

INTRODUÇÃO

A Controladoria é importante em qualquer tipo de atividade, por meio de uma análise


de dados por ela gerados, se discutem os rumos a seguir, observando-se, as tendências
mercadológicas e organizacionais. Sendo assim, para que se possa decidir eficazmente, o
empresário ou gestor conta com o apoio da Controladoria, que é, em síntese, o setor que reúne
as informações oriundas da contabilidade geral financeira juntamente com as análises da con-
tabilidade gerencial.
Neste estudo, desenvolve-se um Plano de Negócios para implantação de escritório de
contabilidade, com o objetivo de aprofundar e ampliar os conhecimentos, onde o empresário
pode analisar a viabilidade de uma empresa e é levado a pensar bem sobre os vários fatores
que envolvem o seu negócio, realizando um planejamento bem detalhado antes de iniciar a
atividade.
O estudo apresenta, em sua parte inicial, a contextualização, onde foi definido o tema,
o problema, objetivo geral, objetivos específicos e a justificativa.
Na sequência, apresenta-se o capítulo II, onde consta a Fundamentação Teórica,
baseado na pesquisa em livros, artigo e publicações com a finalidade de buscar um
embasamento teórico de que tratam diversos temas que compõem o plano de negócios, sua
estrutura e elementos.
No capítulo III, apresenta-se a metodologia da pesquisa utilizada, indicando a forma e
os instrumentos usados para investigar a problemática norteadora do estudo.
No capítulo IV apresenta-se a elaboração detalhada do plano de negócios para a
implantação de escritório de contabilidade, ou seja, desde o surgimento da ideia para o
desenvolvimento do trabalho, envolvendo todas as etapas que contemplam um plano de
negócios, culminando com as análises dos resultados projetados, avaliando sua viabilidade ou
não.
Por fim, o relatório apresenta a conclusão e a bibliografia consultada durante a
realização do mesmo.
9

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Nesta etapa, apresenta-se a contextualização do estudo, que tem como objetivo


desenvolver um plano de negócio de um Escritório de Contabilidade, onde consta a definição
do tema, caracterização da organização em estudo, problematização do tema, objetivos e a
justificativa, as quais estão relacionadas na sequência.

1.1 Definição do Tema

Para implantar qualquer negócio no mercado de trabalho, é necessário elaborar um


plano de negócios para saber se é viável ou não, e também é uma forma de buscar alternativas
para planejar e organizar as atividades da empresa, tais como, vendas, mercado, preços,
marketing, análises de viabilidade, o qual nem sempre atuam diariamente com esse tipo de
assunto e simulações.
O estudo busca desenvolver um plano de negócios para a implantação de um escritório
de contabilidade em Ijuí-RS, proporcionando ferramentas para o sucesso do empreendimento.

1.2 Caracterização da Organização

Por meio deste trabalho de pesquisa, foi possível elaborar um Plano de Negócios a fim
de verificar a viabilidade e as condições de abertura de um escritório de contabilidade na
cidade de Ijuí – RS.
Este escritório proposto vai prestar serviços na área contábil, fiscal e departamento
pessoal, além da prestação de serviços em consultoria, onde serão transformado dados
contábeis em informações gerenciais, para auxilio dos clientes na administração de seus
negócios.
A empresa se esquadra na forma de Microempresa, optante pelo Simples Nacional,
constituído por dois sócios, um funcionário na área fiscal, um funcionário na área pessoal,
dois funcionários na área de contábil e um funcionário para atendimento.

1.3 Problematização do Tema de Estudo

Os Contadores, ou seja, profissionais que sonham em ter seu próprio escritório de


contabilidade, se deparam com muitos caminhos, os quais podem levar ao sucesso, ou muitas
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vezes, quando não for bem planejada, encontram dificuldades que poderiam ter sido previstas
antecipadamente.
Uma das soluções para este profissional seria elaborar um plano de negócio para
implantação do escritório de contabilidade, desenvolvendo diferentes estratégias para seu
empreendimento e oferecendo serviços diferenciados, além da previsão financeira de sua
manutenção.
O plano de Negócios é um instrumento de planejamento utilizado pelo empresário ou
profissional que pretende abrir um novo negócio, descrever quais são os objetivos de um
negócio e quais os passos que devem ser dados para alcançá-los, ajudando a concluir se o
negócio é viável economicamente. Além disso, busca informações mais detalhadas sobre o
seu ramo, os produtos e serviços que o negócio pretende oferecer, seus clientes, concorrentes,
fornecedores. E é um documento escrito, o qual deve ser colocado em prática, auxiliando na
tomada de decisão para implantação dos negócios.
Assim sendo, o escritório que se planeja neste plano de negócios, precisou ser feito de
forma bastante minuciosa, fazendo-se necessário primeiramente um levantamento de tudo que
é importante para sua implantação. Para isto, o estudo busca apresentar as condições
necessárias para a implantação de um escritório, alertando as pessoas de que não basta
somente querer montá-lo, mas principalmente de como fazê-lo.
Torna-se necessário que se faça um bom planejamento antes de se tomar qualquer
decisão a respeito de um investimento, para que se possa detectar o que seria viável ou não,
impedindo com isso, que se corra o risco de que se perca tempo, dinheiro e que veja o
fracasso de sua empresa, antes mesmo de seu funcionamento.
Baseado no exposto questiona-se: De que forma a elaboração de um plano de negócios
pode contribuir na decisão de implantação ou não de um escritório de Contabilidade em Ijuí-
RS?

1.4 Objetivos

A definição dos objetivos visa definir os resultados da realização do estudo e o que é


preciso seguir para alcançá-los. São classificados em objetivo geral e objetivos específicos.
11

1.4.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste estudo é desenvolver um plano de negocio que proporcione


subsídios para a decisão de implantação de um escritório de contabilidade.

1.4.2 Objetivos Específicos

- Revisar a bibliográfica referente à Contabilidade Gerencial, Plano de Negócio e Viabilidade


Econômica;
- Caracterizar o negócio a ser implantado;
- Calcular os gastos para implantação do negócio;
- Propor um plano de negócios que apresente as estratégias para sua implantação e as
necessidades econômicas e financeiras;
- Analisar a viabilidade econômica e financeira da implantação da empresa.

1.5 Justificativa

O estudo justifica-se pela escolha de implantar futuramente um escritório de


contabilidade próprio, por isso a necessidade de buscar mais informações sobre a elaboração
de plano de negócio, pois a realidade aponta que muitas vezes as empresas são implantadas
sem nenhum planejamento, e essas em alguns casos, são fechadas em pouco tempo de
atuação. Além disso, esse estudo é de extrema importância, apresentando as perspectivas para
buscar um investimento futuro, também para obter mais conhecimentos e mais segurança na
minha escolha, direcionando futuros empreendedores no caminho certo na implantação de seu
negócio.
Para a Universidade, pode servir como fonte de pesquisa para futuras pesquisas de
conhecimentos e novos trabalhos na área de plano de negócios, bem como, na implantação do
mesmo.
Para mim, a realização deste estudo, proporcionou mais uma expressão de
conhecimento absorvida durante a realização do Curso de Pós em Controladoria e Gestão
Tributária, uma vez que se espera agregar não só um conhecimento teórico, mas um
conhecimento específico e prático para poder desenvolver um senso investigativo, e também é
uma oportunidade de construir uma ferramenta que pode ser utilizada no futuro com meu
próprio negócio.
12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capitulo, apresenta-se a fundamentação teórica, construída por meio de pesquisa


em livros de vários autores que deram sustentação teórica para entendimento do assunto
servindo como base para elaboração do estudo de caso.

2.1 Contabilidade e Aspectos Gerais

A Contabilidade é a ciência que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos no


patrimônio das entidades, e o seu objetivo é de registrar os acontecimentos e gerar
informações sobre tudo o que possa acontecer no patrimônio de uma entidade qualquer.
Para Basso (2005, p.22), entende que a contabilidade como:

Conjunto ordenado de conhecimento, leis, princípios e métodos de evidenciação


próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos
seus aspectos quantitativos (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto
de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e
registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e revelar
informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômico-
financeira.

A Finalidade da contabilidade, segundo Basso (2005, p.24) “é gerar informações de


ordem física, econômica e financeira sobre patrimônio, com ênfase para o controle e o
planejamento”.

2.1.1 Controladoria

A Controladoria entende-se como departamento responsável pelo projeto, elaboração,


implementação e manutenção do sistema integrado de informações operacionais, financeiras e
contábeis da instituição. Tem por objetivo garantir informações adequadas ao processo
decisório, colaborar com os gestores, não medindo esforços para a obtenção da eficácia
empresarial.
Conforme Oliveira, Perez Jr & Silva (2005, p.13), os modernos conceitos de
administração e gerência enfatizam por sua vez, uma eficiente e eficaz Controladoria deve ser
capacitada a:
- organizar e reportar os dados e informações relevantes para os tomadores de
decisões;
13

- manter permanente monitoramento sobre os controles das diversas atividades do


desemprenho de outros departamentos;
- exercer uma força ou influencia capaz de influir nas decisões dos gestores da
entidade.
As informações de planejamento e controle exigem sistemas de informações que
suportem essas decisões. A missão da Controladoria é otimizar os resultados econômicos da
empresa por meio de definição de um modelo de informações baseado no modelo de gestão.

A contabilidade atualmente praticada será cada vez mais influenciada pelas normas
vigentes em outros países, em decorrência da globalização e abertura da economia
brasileira. Afinal, para entender aos usuários da Contabilidade nesse novo ambiente,
há necessidade de adaptar os atuais procedimentos e praticas contábeis aos padrões
internacionais, conforme Oliveira, Perez Jr & Silva (2005, p.22).

Assim sendo, o plano de negócios é uma ferramenta indispensável para quem deseja
planejar e antecipar situações, fazendo como previsão do que poderá encontrar no mercado.

2.2 Contabilidade Gerencial

A contabilidade gerencial pode ser definida como processo de identificação,


mensuração, acumulação, análise preparação, interpretação, e comunicação de informação
utilizada pela administração para planejamento, avaliação e controle da organização e para
assegurar o uso e a responsabilidade sobre seus recursos (Associação Nacional dos
Contadores dos Estados Unidos apud Padoveze, 2010).
Segundo Crepaldi (2008, p. 2) cita que:

A contabilidade é instrumento gerencial que se utiliza de um sistema de informações


para registrar as operações da organização, para elaborar e interpretar relatórios que
mensurem os resultados e forneçam informações necessárias, para subsidiar o
processo de tomadas de decisões e para o processo de gestão, planejamento,
execução e controle.

A finalidade da contabilidade é fornecer informações para auxiliar gestores no


processo de decisão. Essas informações prestadas pela contabilidade gerencial trarão mais
certeza, mais segurança para se tomar uma decisão.
Os principais objetivos da Contabilidade Gerencial é auxiliar no processo decisório,
fornecer dados da empresa através de um sistema de informação, gerar relatórios referentes às
transações ocorridas no negócio etc. Esses são os principais objetivos da contabilidade
gerencial que dizem respeito à gestão de um negócio. Não só as informações prestadas pela
contabilidade, mas a própria contabilidade gerencial deve manter-se sempre atualizada e
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conciliada com tudo que ocorre em seus setores, para que, de forma concisa esses objetivos
sejam alcançados. Portanto, a contabilidade sempre representará para uma empresa uma fonte
de informações a fim de auxiliar os gestores.

2.3 Empreendedorismo

“Empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto,


levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas
oportunidades leva à criação de negócios de sucessos” (Dornelas, 2012, p. 28).
Segundo Schumpeter apud Dornelas (2012, p. 29), o empreendedor é mais conhecido
como aquele que cria novos negócios, mas pode também inovar dentro de negócios já
existentes, ou seja, é possível ser empreendedor dentro de empresas já constituídas.
Muitas empresas acabam fechando por falta de um planejamento de negócios, muitas
vezes pelo próprio empresário achar que seu conhecimento técnico já é suficiente para
conduzir um empreendimento.
Para o mesmo autor, “o empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria
um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados”.

O processo empreendedor envolve todas as funções, atividades e ações associadas


com a criação de novas empresas. Em primeiro lugar, o empreendedorismo envolve
o processo de criação de algo novo, de valor. Em segundo, requer a devoção, o
comprometimento do tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer. E
em terceiro, que riscos calculados sejam assumidos e decisões críticas tomadas, é
preciso ousadia e ânimo apesar de falhas e erros (DORNELAS, 2012, p.29).

O empreendedor precisa de certo conhecimento gerencial e uma equipe de


funcionários que possam atuar nesta área, elaborando estratégias, plano de negócios para se
chegar ao sucesso da empresa ou até mesmo para superar as crises.
Conforme Tornatzky et al apud Dornelas (2012, p.32):

O talento empreendedor resulta da percepção, direção, dedicação e muito trabalho


dessas pessoas especiais que fazem acontecer. Onde existe este talento, há
oportunidades de crescer, diversificar e desenvolver novos negócios. Mas talento
sem ideias é como uma semente sem agua. Quando o talento é somando a tecnologia
e as pessoas têm boas ideias viáveis, o processo empreendedor esta na iminência de
ocorrer. Mas, existe ainda a necessidade de um combustível essencial para que
finalmente o negócio saia do papel: o capital. O componente final é o Know-how, ou
seja, o conhecimento e a habilidade de fazer convergir em um ambiente o talento, a
tecnologia e o capital que fazem a empresa crescer.
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Figura 1: O Processo Empreendedor


Fonte: Dornelas (2012, p.33)

Conforme descrita na Figura 01, o autor explica que no processo empreendedor inicia-
se quando fatores externos, ambientais e sociais aliados às aptidões pessoais do empreendedor
surgem, possibilitando o início de um novo negócio, sendo que as fases do processo
empreendedor, cabendo salientar que apesar de as mesmas serem apresentadas de forma
sequencial, nenhuma delas precisa ser totalmente concluída para que se inicie a seguinte.

2.4 Plano de Negócios

O Plano de negócios é usado por todo e qualquer empreendedor que queira


transformar seu sonho de realidade, seguindo o caminho logico e racional que se espera de um
bom administrador. É um documento escrito, com o objetivo de estruturar as principais ideias
e opções que o empreendedor analisará para decidir quanto à viabilidade da empresa a ser
criada.
Para Dornelas (2012, p. 99), “o Plano de negócios é um documentos usado para
descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa”.

O Plano de Negócios é uma linguagem para descrever de forma completa o que é ou


pretende ser uma empresa. A mesma pergunta – O que é a sua empresa? – induzia a
diferentes respostas, dependendo de para quem era feita: banco, fornecedor, cliente,
distribuidor, sócio potencial, investidor etc. O Distribuidor quer saber sobre a
qualidade do produto e a capacidade de produção da empresa; o fornecedor, sobre
sua tradição e a capacidade de honrar dívidas; o sócio potencial quer saber sobre o
futuro do negócio; já o investidor, seja banco, seja capitalista de risco, quer saber
sobre a empresa em seu conjunto: passado, presente, futuro, a competência de quem
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a dirige, o potencial de mercado, lucratividade, etc. Surgiu então um documento


completo, o Plano de negócios, que dá todas as respostas sobre a empresa.
(DOLABELA, 2008, p.75)

Para início de toda empresa é necessário que a mesma seja planejada. O planejamento
implica em definir o Plano de Negócio. Este plano permite identificar e reduzir seus erros no
papel ao invés de cometê-los durante o funcionamento da empresa. Este será a base de estudo
para determinar quais passos que a empresa deve seguir para que os objetivos desejados sejam
alcançados diminuindo riscos e incertezas.

O principal usuário do Plano de negócios é o próprio empreendedor, sendo uma


ferramenta que o faz mergulhar profundamente na analise de seu negócio,
diminuindo sua taxa de risco e subsidiando suas decisões, que podem até ser de não
abrir uma empresa ou de não lançar um novo produto (DOLABELA, 2008, p.75).

As pesquisas mostram que o insucesso de muitas empresas se deve a falta de um bom


planejamento e que por isso as levou a alta carga tributária, falta de capital de giro,
dificuldade de obter empréstimos, impossibilidade de reduzir custos, baixa rentabilidade e
concorrência desleal das grandes empresas. Torna-se então extremamente necessário um
plano de negócio para que o empreendedor não venha a presenciar fatos negativos em seu
empreendimento.
Segundo Dornelas (2012, p.101), não existe uma estrutura rígida e especifica para se
escrever um plano de negócios, pois cada negócio tem particularidades e semelhanças, sendo
impossível definir um modelo padrão de plano de negócios que seja universal e aplicado a
qualquer negócio.
Ainda para o mesmo autor, cada uma das seções está explicada em detalhes visando
tornar a tarefa de escrever o Plano de Negócios de sua empresa mais simples e organizada. A
seguir, encontra-se uma descrição sucinta de cada uma das seções do Plano de Negócios:

1. Capa - A capa, apesar de não parecer, é uma das partes mais importantes do
Plano de Negócios, pois é a primeira parte visualizada por quem lê, devendo,
portanto, ser feita de maneira limpa e com as informações necessárias e pertinentes.
2. Sumário - O Sumário deve conter o título de cada seção do Plano de Negócios e a
página respectiva onde se encontra, bem como os principais assuntos relacionados
em cada seção. Isto facilita ao leitor de textos permite a confecção automática de
sumários e tabelas de conteúdos bastante apresentáveis.
3. Sumário Executivo - O Sumário Executivo é a principal seção do seu Plano de
Negócios. O Sumário Executivo fará o leitor decidir se continuará ou não a ler o
Plano de Negócios. Portanto, deve ser escrito com muita atenção, revisado várias
vezes e conter uma síntese das principais informações que constam em seu Plano de
Negócios. Deve ainda ser dirigido ao público alvo do seu Plano de Negócios e
explicitar qual o objetivo do Plano de Negócios em relação ao Leitor (ex.: requisição
de financiamento junto a bancos, capital de risco, apresentação da empresa para
potenciais parceiros ou clientes etc.). O Sumário Executivo deve ser a última seção a
ser escrita, pois depende de todas as outras seções do plano para ser elaborada.
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4. Análise Estratégica - Nessa seção são definidos os rumos da empresa, sua visão
e missão, sua situação atual, as potencialidades e ameaças externas, suas forças e
fraquezas, seus objetivos e metas de negócios a. Esta seção é na verdade a base para
o desenvolvimento e implantação das demais ações de sua empresa.
5. Descrição da Empresa - Nesta seção você deve-se descrever sua empresa, seu
histórico, crescimento, faturamento dos últimos anos, sua razão social, impostos,
estrutura organizacional, localização, parcerias, certificações de qualidade, serviços
terceirizados etc.
6. Produtos e Serviços - Essa seção do Plano de Negócios é destinada aos produtos
e serviços da empresa: como são produzidos, quais os recursos utilizados, o ciclo de
vida, fatores tecnológicos envolvidos, o processo de pesquisa e desenvolvimento,
principais clientes atuais, se a empresa detém marca e/ ou patente de algum produto
etc. Nessa seção pode ser incluída, quando esta informação encontra-se disponível,
uma visão do nível de satisfação dos clientes com os produtos e serviços da
empresa. Esse feedback é bastante importante, porque costuma oferecer não apenas
uma visão do nível de qualidade percebida nos produtos e serviços, mas também
guiar futuros investimentos da empresa em novos desenvolvimentos e processos de
produção.
7. Plano Operacional – Essa seção deve apresentar as ações que a empresa esta
planejando em seu sistema produtivo e o processo de produção, indicando o impacto
que essas ações terão em seus parâmetros de avaliação de produção. Deve conter
informações operacionais atuais e prevista de fatores como: lead time do produto ou
serviço, percentual de entregas a tempo (on time delivery), rotatividade do
inventário, índice de refugo, lead time de desenvolvimento de produto ou serviço
etc.
8. Plano de Recursos Humanos – Aqui devem ser apresentados os planos de
desenvolvimento e treinamento de pessoal da empresa. Essas informações estão
diretamente relacionadas com a capacidade de crescimento da empresa,
especialmente quando esta atua em um mercado onde a detenção de tecnologia é
considerada um fator estratégico de competitividade. Devem ser indicadas as metas
de treinamento associadas às ações do Plano Operacional, as metas de treinamento
estratégico, de longo a prazo e não associadas diretamente às ações. Aqui também
devem ser apresentados o nível educacional e a experiência dos executivos, gerentes
e funcionários operacionais, indicando-se os esforços da empresa na formação de
seu pessoal.
9. Análise de Mercado - Na seção de Análise de Mercado, você deverá mostrar que
conhece muito bem o mercado consumidor do seu produto/serviço (por meio de
pesquisas de mercado): como estão segmentado, o crescimento desse mercado, as
características do consumidor e sua localização, se há sazonalidade e como agir
nesse caso, análise da concorrência, a sua participação de mercado e a dos principais
concorrentes etc.
10. Estratégias de Marketing – Deve-se mostrar como a empresa pretende vender
seu produto/serviço e conquistar seus clientes, manter o interesse dos mesmos
aumentar a demanda. Deve abordar seus métodos de comercialização, diferenciais
do produto/serviço para o cliente, política de preços, principais clientes, canais de
distribuição e estratégias de promoção/comunicação e publicidade, bem como
projeções de vendas.
11. Plano Financeiro - A seção de finanças deve apresentar em números todas as
ações planejadas para a empresa e as comprovações, por meio de projeções futuras
(quanto precisa de capital, quando e com que propósito), de sucesso do negócio.
Deve conter demonstrativo de fluxo de caixa com horizonte de três anos, balanço
patrimonial, análise ponto de equilíbrio, necessidades de investimento,
demonstrativos de resultados; analise de indicadores financeiros do negócio como
faturamento previsto, margem prevista, prazo de retorno sobre investimentos inicial
(payback), taxa interna de retorno (TIR) etc.
12. Anexos - Esta seção deve conter todas as informações que você julgar relevantes
para o melhor entendimento do Plano de Negócios. Por isso, não tem um limite de
páginas ou exigências a serem seguidas. A única informação que você não pode
esquecer-se de incluir é a relação dos curriculum vitae dos sócios da empresa. Você
poderá anexar ainda informações como fotos de produtos, plantas de localização,
18

roteiro e resultados completos das pesquisas de mercado que você realizou material
de divulgação de seu negócio, folders, catálogos, estatutos, contrato social da
empresa, planilhas financeiras detalhadas etc. (DORNELAS, 2012, p. 104-105).

Para melhor compreender a estrutura de um plano de negócios, tem-se no quadro 01 a


estrutura proposta por Dolabela (2008):

Quadro 1: Estrutura de um Plano de Negócios


1. SUMÁRIO EXECUTIVO
1.1 Enunciado do Projeto
1.2 Competência os Responsáveis
1.3 Os Produtos e a Tecnologia
1.4 O Mercado Potencial
1.5 Elementos de Diferenciação
1.6 Previsão de Vendas
1.7 Rentabilidade e Projeções Financeiras
1.8 Necessidades de Financiamento
2. A EMPRESA
2.1 A Missão
2.2 Os Objetivos da Empresa
Situação Planejada Desejada
O Foco
2.3 Estrutura Organizacional e Legal
Descrição Legal
Estrutura Funcional, Diretoria, Gerência e Staff
2.4 Síntese das Responsabilidades da Equipe Dirigente - Currículos
2.5 Plano de Operações
Administração
Comercial
Controle De Qualidade
Terceirização
Sistemas De Gestão
2.6 As Parcerias
3. O PLANO DE MARKETING
3.1 Análise de Mercado
O Setor
O Tamanho do Mercado
Oportunidades e Ameaças
A Clientela
Segmentação
A Concorrência
Fornecedores
3.2 Estratégia de Marketing
O Produto
A Tecnologia e o Ciclo de Vida
Vantagens Competitivas
Planos de Pesquisa & Desenvolvimento
Preço
Distribuição
Promoção e Propaganda
Serviços ao Cliente (Venda e Pós-Venda)
Relacionamento com os Clientes
4. O PLANO FINANCEIRO
4.1 Investimento Inicial
4.2 Projeção dos Resultados
4.3 Projeção de Fluxo de Caixa
19

4.4 Projeção do Balanço


4.5 Ponto de Equilibro
4.6 Análise de Investimentos
Tempo de Retorno de Investimentos – Payback
Taxa Interna de Retorno
Valor Atual Líquido

Fonte: Dolabela, (2008, p.134-135)

Segundo o Dornelas (2012, p. 110), não existe um tamanho ideal ou quantidade exta
de páginas de um plano de negócios, o que recomenda é escrever o plano de negócios de
acordo com as necessidades do público-alvo.
Neste sentido, de acordo com Jian apud Dornelas (2012, p.111) existem basicamente
três tipos de plano de negócios:

Plano de Negócios Completo: é utilizado quando se pleiteia uma grande quantidade


de dinheiro, ou se necessita apresentar uma visão completa do empreendimento.
Pode variar de 15 a 40 páginas mais material anexo.
Plano de Negócios Resumido: é utilizado quando se necessita apresentar algumas
informações resumidas a um investidor, por exemplo, com o objetivo de chamar sua
atenção para que ele lhe requisite um Plano de Negócios Completo. Devem mostrar
os objetivos macros do empreendimento, investimentos, mercado e retorno sobre o
investimento e deverá focar as informações específicas requisitadas. Geralmente
varia de 10 a 15 páginas.
Plano de Negócios Operacional: é muito importante para ser utilizado
internamente na empresa pelos diretores, gerentes e funcionários. É excelente para
alinhar os esforços internos em direção aos objetivos estratégicos da organização.
Seu tamanho pode ser variável e depende das necessidades específicas de cada
empreendimento em termos de divulgação junto aos funcionários

Segundo Dornelas (2012, p.116), para que o “Plano de Negócios possa se torna um
instrumento eficaz de gerenciamento é importante que as informações nele existentes possam
ser divulgadas à empresa internamente de forma satisfatória”.

2.5 Atividade Prestação de Serviços

O serviço é um conjunto de atividades realizadas por uma empresa para responder as


expectativas e necessidades do cliente. Pode-se dizer que o serviço é definiddo como um bem
não material.
Os conceitos de Serviços:
Serviços é uma atividade ou uma série de atividades de natureza mais ou menos
intangível que normalmente, mas não necessariamente, ocorre em interações entre
consumidores e empregados de serviços e /ou recursos físicos ou bens e/ou sistemas
do fornecedor do serviço, que são oferecidos como soluções para os problemas do
consumidor, de acordo com Gronross (1990 Apud Fitzsimmons & Fitzsimmons,
2010, p. 26).
20

Os Serviços são atividades econômicas oferecidas por uma parte a outra,


considerando frequentemente desempenhos com base em um período de tempo para
provocar resultados desejados nos próprios usuários, em objetos ou em outros bens
pelo quais os compradores são responsáveis. Em troca pelo seu dinheiro, tempo, e
esforço, o s clientes de serviços esperam obter valor com o acesso a bens, mão de
obra, capacidades profissionais, instalações, redes e sistemas; mas normalmente eles
não possuem nenhum dos elementos físicos envolvidos (Lovelock apud
Fitzsimmons & Fitzsimmons, 2010. p. 26).

Serviços são como toda atividade mercantil, que atenda a uma série de necessidades
específicas de determinado grupo de clientes. São ações, processos e atuações, que podem ser
produzidos por qualquer empresa, e não só pelas empresas de serviços, caracterizando-se pela
combinação de aspectos tangíveis e intangíveis de um produto, buscando garantir a satisfação
dos consumidores.
Segundo Lovelock (2001, p.11), a tecnologia faz mais do que possibilitar a criação de
serviços novos ou melhores. Ela também pode facilitar a reengenharia de atividades como
prestação de informações, tomada de pedidos e pagamentos; aumentar a capacidade de uma
empresa de manter padrões de serviço mais consistentes; permitir a criação de departamentos
centralizados de atendimento ao consumidor; possibilitar a substituição de pessoas por
máquinas para tarefas repetitivas; e propiciar maior envolvimento dos clientes nas operações
por meio da tecnologia do auto-atendimento.

2.6 Projeções e Orçamentos

O Orçamento é um instrumento utilizado para realizar o planejamento das operações e


de investimentos da empresa, buscando auxiliar na tomada de decisão.
Dentre os conceitos de orçamentos utilizados na pratica conforme Zdanowicz (1995,
p. 21):
- Orçamento é o instrumento que descreve o plano geral de operações e ou de capital
orientado por objetivo e metas propostos pela alta cúpula diretiva da empresa para
um determinado período;
- Orçamento é a técnica de planejamento global para um determinado período de
tempo, baseado em objetivos e metas traçados pela gerência superior;
- orçamento é o método de planejamento e controle financeiros vinculado aos planos
operacionais e/ou de investimentos, visando otimizar o rendimento de recursos
físicos e monetários da empresa;
- orçamento é a expressão quantitativa e qualitativa, em unidades físicas, medidas no
tempo, dos valores monetários.

Para Welsch apud Lunkes (2003, p. 38), “define o orçamento como um plano
administrativo que abrange todas as fases as operações para um período futuro definido”.
21

“Um orçamento é a expressão de um plano de ação futuro da administração para


determinado período. Ele pode abranger aspectos financeiros e não financeiros desses planos
e funciona como um projeto para a empresa seguir no período vindouro” (LUNKE, 2003, p.
38).
Conforme Oliveira, Perez Jr, & Silva (2005, p.131) existem três grandes grupos de
orçamentos com características distintas, porém interdependentes, são elas:

Orçamento econômico – consiste na fixação de metas para os itens que compõem a


demonstração de resultados (receitas e despesas). O ponto chave do desse
planejamento é o orçamento de vendas, ele é o ponto de partida de todo o processo
orçamentário. Os principais suborçamentos que compõem o planejamento
econômico são: orçamento de vendas, orçamento de produção, orçamento de
matéria-prima, orçamento de mão-de-obra direta, orçamento de custos indiretos de
fabricação, orçamento de despesas administrativas, orçamento de despesas
comerciais e de despesas financeiras.
Orçamento Financeiro – consiste na elaboração de suborçamentos das atividades
que influenciam o fluxo de caixa. O planejamento financeiro permite à empresa
obter as informações antecipadas quanto à necessidade ou disponibilidade de
recursos financeiros, o que beneficia a tomada de decisões sobre os fatores que
interferem no gerenciamento do fluxo de caixa. Os principais suborçamentos que
compõem o planejamento financeiro são: orçamento de contas a pagar, orçamento
de contas a receber, orçamento de aplicações, orçamento de empréstimos e
orçamento de caixa.
Orçamento de Capital - consiste na elaboração das estimativas de investimentos,
principalmente em imobilizado, que serão utilizados para geração de receitas
futuras, portanto, precisam ser depreciados ou amortizados.

Para Brookson apud Lunkes (2003, p.41), os seis objetivos principais do orçamento
conforme quadro 02:

Quadro 2: Os seis objetivos principais do Orçamento.


Objetivos Descrição
PLANEJAMENTO Auxiliar a programar atividades de um modo lógico e sistemático que corresponda
à estratégia de longo prazo da empresa.
COORDENAÇÃO Ajudar a coordenar as atividades das diversas partes da organização e garantir a
consistência dessas ações.
COMUNICAÇÃO Informar mais facilmente os objetivos, oportunidades e planos da empresa aos
diversos gerentes de equipes.
MOTIVAÇÃO Fornecer estímulo aos diversos gerentes para que atinjam metas pessoais e da
empresa
CONTROLE Controlar as atividades da empresa por comparação com os planos originais,
fazendo ajuste onde necessário.
AVALIAÇÃO Fornecer bases para a avaliação de cada gerente, tendo em vista suas metas
pessoais e as de seu departamento.
Fonte: Brookson apud Lunkes (2003, p.41)

Segundo mesmo autor, é ordenado de forma diferente os objetivos quando afirma que
os orçamentos são essenciais para o planejamento e o controle da empresa. Ajuda a coordenar
22

as ações dos líderes de diferentes áreas, estabelecem um compromisso com os objetivos da


empresa, conferem autoridade ao gestor de cada área para fazer despesas e fornecer metas
claras de receitas.
O orçamento é utilizado à técnica de projeções para gerar as informações necessárias
na peça orçamentária, para orientar a direção da empresa no processo de tomada de decisão. É
através desta importante ferramenta que os gestores poderão visualizar as medidas que
deverão ser executadas, bem como as expectativas a respeito do futuro da empresa. As
decisões importantes, quando embasadas no planejamento e nos controles financeiros, têm
grande possibilidade de serem eficazes e de alcançarem êxito na empresa.

2.7 Indicadores de Viabilidade

Os indicadores de viabilidade são ferramentas da área de custos, onde é utilizado nas


decisões gerenciais que evidenciam as análises de custo/volume/lucro, demonstrando os
resultados de forma gráfica ou matemática as relações entre as vendas, os custos e o lucro que
a empresa teve no período, ou o lucro que a empresa deseja alcançar.
Os indicadores de viabilidade são: margem de contribuição, ponto de equilíbrio e
margem de segurança.
A margem de contribuição representa o quanto à empresa tem para pagar as despesas
fixas e gerar o lucro líquido, ou seja, é margem bruta obtida pela venda de um produto que
excede seus custos variáveis unitários.
Conforme Padoveze (2010, p.376), a margem de contribuição:

Representa o lucro variável. É a diferença entre preço de venda unitário do produto e


os custos e despesas variáveis por unidade de produto. Significa que em cada
unidade vendida a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total
vendido, teremos a contribuição marginal total do produto para a empresa.

Segundo Crepaldi (2008, p.229), “a margem de contribuição expressa, em última


estância, potencial de cada elemento em gerar recursos para fazer face ao custo estrutural da
empresa”, e é calculada a margem de contribuição da seguinte forma:

Preço de Venda Unitário


(-) custo da mercadoria vendida
(-) despesas de distribuição
(=) Margem de contribuição unitária.
23

A importância da Margem de contribuição é fundamental para decisões de curto prazo,


é uma possibilidade de inúmeras de analises objetivando a redução dos custos, bem como
políticas de incremento de quantidade de vendas e redução dos preços unitários de venda dos
produtos e serviços.
Para Padoveze (2010, p.376), o ponto de equilíbrio:

Evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir


ou vender para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e
despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para fabricar/vender o
produto. No ponto de equilíbrio não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes
adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros” “a informação do
ponto de equilíbrio da empresa, tanto do total global, como por produto individual, é
importante porque identifica o nível mínimo de atividade em que a empresa ou cada
divisão deve operar.

O Ponto de Equilíbrio é a diferença entre o preço de venda unitário do produto e os


custos e despesas variáveis por unidade do produto. Isto significa que, em cada unidade
vendida, a empresa terá um determinado valor de lucro. Multiplicado pelo total das vendas,
teremos a contribuição marginal total do produto para o lucro da empresa. Em outras palavras,
Ponto de Equilíbrio significa o faturamento mínimo que a empresa tem que atingir para que
não tenha prejuízo, mas que também não estará conquistando lucro neste ponto.
Segundo Crepaldi (2008), a expressão ponto de equilíbrio, é a tradução do termo
Breakevenpoint, e refere-se ao nível de venda em que não há nem lucro e nem prejuízo, ou
seja, onde o total dos custos se iguala ao total das receitas.
Conforme a necessidade de informações e da fórmula como é calculado o ponto de
equilíbrio, pode ser dividido em Ponto de Equilíbrio Contábil, Ponto de Equilíbrio Econômico
e Ponto de Equilíbrio Financeiro:
Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC un). = Custos Fixos (R$) / Margem de
Contribuição Unitária (R$)
Ponto de Equilíbrio Econômico (PE econ.) = Custos Fixos (R$) + lucros desejado
(R$) / margem de contribuição unitária (R$)
Ponto de Equilíbrio Financeiro (PE fin.) = Custos Fixos – Depreciações + Dívidas
do período / Margem de Contribuição Unitária
Segundo Wernke (2008, p.49), “o gestor necessita saber qual o valor de atividade é o
suficiente para que a empresa não tenha prejuízos. Ou ainda, qual o nível de produção (ou
vendas) deve ser atingido para que a empresa alcance lucro desejado pelos acionistas”.
Ainda, o mesmo autor relata que o ponto de equilíbrio é representado pelo nível de
vendas em que a empresa opera sem lucro ou prejuízos, ou seja, o numero de unidades
24

vendidas no ponto de equilíbrio é o suficiente para a empresa pagar seus custos fixos e
variáveis, sem gerar lucro.
E a Margem de Segurança, conforme Wernke (2008, p.62), “é o volume de vendas que
supera as vendas calculadas no ponto de equilíbrio. Ou seja, representa o quanto as vendas
podem cair sem que haja prejuízo para empresa”.
Para Bruni e Famá (2004, p. 262), “a margem de segurança consiste na quantia ou
índice das vendas que excedem o ponto de equilíbrio da empresa. Representa o quanto as
vendas podem cair sem que a empresa incorra prejuízos”.
A Margem de segurança pode ser expressa quantitativamente, em unidades físicas ou
monetárias, ou sob a forma percentual. Para obtenção da margem de segurança pode ser
utilizadas as seguintes fórmulas:
Margem de segurança em valor (R$) = vendas efetivas (R$) – Vendas no ponto de
equilíbrio (R$)
Margem de segurança em unidades = vendas efetivas – Vendas no ponto de
equilíbrio
Margem de segurança em percentual (%) = margem de segurança (R$) / Vendas
Totais (R$)
A Margem de Segurança Operacional corresponde à quantidade de produtos ou valor
de receita em que se opera acima do Ponto de Equilíbrio.
Pode ser representada pela seguinte fórmula:
MSO = Volume de Unidades Vendidas (-) Quantidade no Ponto de Equilíbrio
Quanto maior for a MSO, maior a capacidade de geração de lucro e também, maior a
segurança de que a empresa não incorrerá em prejuízos.

2.8 Métodos de Análise de Investimentos

Análise de investimento se envolve as decisões acerca da aplicação de recursos com


prazos geralmente longos, objetivando trazer retorno aos investidores ou proprietários deste
capital.
Para Souza (2003, p.68), “o investimento constitui a troca de algo certo (recursos
econômicos) por algo incerto (fluxos de caixa a serem gerados pelo investimento no futuro)”.
Segundo Woiler e Mathias apud Souza (2003, p. 69), projeto de investimento é
definido como:
25

O conjunto de informações interna e ou externas á empresa, coletadas e processadas


com o objetivo de analisar-se (e, eventualmente, implantar-se) uma decisão de
investimento. Nestas condições, o projeto não se confunde com as informações, pois
ele é entendido como sendo um modelo que, incorporando informações qualitativas,
procura simular a decisão de investir e suas aplicações.

Os índices ou indicadores financeiros têm como objetivo medir a situação financeira


da empresa. Sendo que os principais métodos de investimentos são: Tempo de Retorno de
Investimentos – Payback, Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR).
O Tempo de Retorno de Investimento, ou seja, também é conhecido como Paybak,
conforme Souza (2003, p.74):

É um indicador que mostra o prazo de retorno do investimento total de recursos


financeiros aplicados no empreendimento. Esse método é útil na análise de projetos,
para a mensuração do risco. Para as empresas que elaboram os projetos de
investimentos de capital e decidem por sua implantação (ou não), quando o prazo de
retorno dos investimentos for inferior ao padrão preestabelecido pela instituição, o
projeto será aprovado. Se esse prazo de retorno for superior ao período máximo
definido pela empresa, o projeto será rejeitado.

Segundo Santos (2001, p.150), “Tempo de Retorno estima-se quando tempo ocorrerá a
recuperação do capital investido em função do luxo de caixa gerado”. São usados para avaliar
quanto tempo o valor investido inicialmente será recuperado pela empresa. É usado na tomada
de decisões da empresa. Quanto menor for o período de playback, menor o tempo que a
empresa precisa esperar para obter lucro.
O Valor presente Líquido (VPL) de um investimento é igual ao valor presente do fluxo
de caixa líquido, sendo, portanto, um valor monetário que representa a diferença entre as
entradas e saídas de caixas trazidas a valor presente (SANTOS, 2001, p.151).
A fórmula:
𝑛

𝑉𝑃𝐿(𝑖) ≅ ∑ FC𝑗/(1 + i)j


𝑗=0

Onde,
i é a taxa de desconto;
j é o período genérico (j = 0 a j = n), percorrendo todo o fluxo de caixa;
FCj é um fluxo genérico para t = (0 ... n) que pode ser positivo ( receita) ou negativo (custos);
VPL (i) é o valor presente líquido descontado a uma dada taxa i; e n é o número de períodos.
Segundo Souza (2003, p.74), “o VPL corresponde à diferença entre o valor presente
das entradas líquidas de caixa associadas o projeto e o investimento inicial necessário. Traz o
fluxo de entradas e saídas de caixa para o momento 0 (zero)”. Se o valor presente dos futuros
fluxos de caixa projetados for maior que o investimento inicial feito pela mesma, o VPL será
26

positivo, viabilizando o projeto, caso contrário, ela não deve aceitar o projeto, pois não irá
obter lucro.
E a Taxa Interna de Retorno (TIR) é o percentual de retorno obtido sobre o saldo do
capital investido e ainda não recuperado. Matematicamente, a taxa interna de retorno é a taxa
de juros que iguala o valor presente das entradas de caixa ao valor presente das saídas de
caixa (SANTOS, 2001, p. 151).
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa que iguala as entradas de caixa ao valor a ser
investido em um projeto, ou seja, que iguala o VPL à zero. Conforme Souza (2003, p.75),
representa a taxa que torna o valor presente das entradas de caixa associadas ao projeto inicia.
A fórmula matemática:

∑ 𝐹𝐶𝑗. {1/(1 + 𝑖)}𝑗 = 0


𝑗−0

Onde,
I é a taxa de retorno, ou TIR
FCj é um fluxo de caixa qualquer, genérico, para j = ( 0; n )
Unidade é dada em % ao ano, ou % ao mês.

Quando a Taxa Interna de Retorno de um projeto de investimento for maior que sua
Taxa Mínima de Atratividade (TMA), este investimento pode ser considerado lucrativo.
Contudo se ocorrer o inverso, ou seja, se a TIR for menor que a TMA, este investimento não é
lucrativo, pois não compensará o custo de oportunidade da empresa. É uma possibilidade para
o empresário ter noção da taxa necessária para se chegar a um paralelo entre o investimento, e
o retorno futuro.

2.9 Fluxo de Caixa

O Fluxo de Caixa é a demostração das entradas e das saídas de caixa de uma entidade
em um determinado período estabelecido.
Segundo Assaf e Silva (2002, p.39), “o Fluxo de caixa é como instrumento que
possibilita o planejamento e o controle dos recursos financeiro de uma empresa. Geralmente,
é dispensável ainda em todo o processo de tomada de decisão”.
Para Zdanowicz (1995, p. 35), o fluxo de caixa:
27

Represnta o movimento de numerario diario da empresa, em função dos impressos e


dos desembolsos de caica. Deve-se ratificar que o disponivel é um dos principais
subgrupos do balanço Patrimonial, pois informa o montante de recursos existentes
na empresa, em determinado periodo.
Quando a empresa pretende honrar uma obrigaçoes com terceiros, ela precisa saber,
se na data do vencimento terá o dinheiro disponível para saldar o compromisso.
Nesses termos, o centro de interesse estará voltado para o disponível, ou seja, os
saldos de caixa, bancos e aplicações finaceiras da empresa.

Assaf e Silva (2002, p.39) ressaltam que o Fluxo de caixa:

É fundamental importância para empresas, constituindo-se numa indispensável


sinalização dos rumos financeiros dos negócios. Para se manterem em operação, as
empresas devem liquidar corretamente seus vários compromissos, devendo como
condição básica apresentar o respectivo saldo em seu caixa nos momentos dos
vencimentos. A Insuficiência de caixa pode determinar cortes nos créditos,
suspensão de entregas de materiais e mercadorias, e ser causa de uma série
descontinuidade em suas operações.

Conforme Pizzutti (2005, p. 48), o modelo de fluxo de caixa para a projeção e o


controle financeiro:

Quadro 3: Modelo de Fluxo de Caixa mensal


NOME DA EMPRESA MÊS MÊS
1 2
1- SALDO INICIAL
2- ENTRADAS DE CAIXA
Valores a receber de clientes + vendas a vista
3-SAÍDAS DE CAIXA
Salários a pagar, encargos a pagar, duplicatas a pagar e despesas do mês a pagar.
4-SALDO FINAL (saldos+entradas-saidas)
5-APLICAÇÕES FINANCEIRAS (Saidas de caixa)
6-APLICAÇÕES FINANCEIRAS (Retorno ao caixa)
7-EMPRÉSTIMOS (Entradas ao caixa)
8-EMPRÉSTIMOS (Saidas por amortizações)
9-SALDO FINAL ((4+5+6+7-8)
Fonte: (Pizzutti, 2005, p. 48).

Assaf e Silva (2002) apontam como principais finalidades do fluxo de caixa informar a
capacidade da entidade para liquidar seus compromissos perante terceiros, bem como permitir
o planejamento de contratações de financiamentos, maximização dos rendimentos das
aplicações das sobras de caixa, além de permitir a avaliação do impacto financeiro tanto das
variações nos custos quanto das vendas.
28

O Fluxo de caixa é uma visão geral sobre todas as funções da empresa, como:
pagamento, recebimentos, compra de matéria-prima, compra de materiais secundários,
salários e outros, pois permite a ela acompanhar as entradas e os desembolso fornecendo
subsídios para o seu planejamento financeiro, e também prevê o que se poderá gastar no
futuro dependendo do que se consome hoje.
29

3 METODOLOGIA DO TRABALHO

Os procedimentos metodológicos compreendem a classificação da pesquisa, o plano


de coleta de dados (instrumentos de coletas de dados), o plano de análise e interpretação de
dados e o plano de estrutura da Monografia utilizado para o desenvolvimento da mesma.

3.1 Classificação da Pesquisa

A pesquisa classifica-se de acordo com ponto de vista de sua natureza, de seus


objetivos, quanto à forma de abordagem do problema e dos procedimentos técnicos.

3.1.1 Do ponto de vista de sua Natureza

Do ponto de vista da natureza, o trabalho de conclusão é classificado como pesquisa


aplicada, porque o objetivo é pesquisar e desenvolver um plano de negócio para implantação
de um escritório de contabilidade, conforme Souza, Fialho e Otani (2007, p.38) relata que
“objetiva gerar conhecimentos para aplicação pratica e dirigida à solução de problemas
específicos”.

3.1.2 Do ponto de vista de seus Objetivos

Do ponto de vista de seus objetivos, o trabalho de conclusão é caracterizado como


pesquisa exploratória, descritiva e explicativa.
Pesquisa Exploratória visa aprofundar os conhecimentos sobre plano de negócios,
conforme Gil (1999, p.43), “que tem como principal finalidade desenvolver, esclarecer e
modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais preciosos ou
hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores, apresentando mais rigidez no planejamento”.
Para Souza, Fialho & Otani (2007, p.38), “a Pesquisa Descritiva trata da descrição do
fato ou do fenômeno através de levantamentos ou observação”, ou seja, tem a principal
preocupação de identificar, observar, registrar e interpretar os fatos.
E a Pesquisa Explicativa, segundo Gil (2010, p.27), “têm como proposito identificar
fatores que determinam ou contribuem para ocorrência de fenômenos. Estas pesquisas são as
que mais aprofundam o conhecimento da realidade, pois tem como finalidade explicar a
razão, o porquê das coisas”.
30

Realizam-se por meio de levantamento bibliográfico, entrevistas, análise de exemplos


sobre o tema estudado.

3.1.3 Do Ponto de Vista Quanto a Forma de Abordagem do Problema

Quanto a Forma de Abordagem do Problema, a pesquisa é classificada como


qualitativa, pelo fato de que não utilizou métodos estatísticos na coleta, tratamento e análise
de dados. Segundo Souza, Fialho e Otani (2007, p.39) considera que há uma relação dinâmica
entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.

3.1.4 Do ponto de vista dos Procedimentos Técnicos

Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa é classificada como Bibliográfica e


Levantamento de dados.
Para Gil (2010, p.29) “a Pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já
publicado, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e entre outros”. Esta pesquisa teve
o embasamento teórico necessário para que fosse possível a elaboração deste Plano de
Negócios realista, e que de fato também foi relevante na tomada de decisão de implantação de
um escritório de contabilidade.
Segundo Souza, Fialho e Otani (2007, p.41), Levantamento “é o tipo de pesquisa que
consiste na interrogação diretas das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer”.
Portanto, para elaboração do estudo tornou-se buscar a base conceitual, referente a
plano de negócios, realizou-se um levantamento de todas as informações necessárias para
elaboração do mesmo.

3.2 Coleta de Dados (Instrumentos de Coleta de Dados)

Os instrumentos de coleta utilizados no estudo, chamado de observação, envolve a


Observação não-participante, o pesquisador presencia o fato, mas não participa; Observação
Individual é realizada por um pesquisador; e a Observação na vida Real onde é registrado de
dados á medidas que ocorrem.
E ainda realizou-se Entrevistas que é o meio pelo qual se obtém informações do
entrevistado, de forma despadronizada ou não-estruturada que não existe rigidez de roteiro.
31

“A entrevista despadronizada ou não-estruturada consiste em uma conversação


informal, que pode ser alimentada por perguntas abertas, que proporcionam maior liberdade
para o informante” (SILVA, 2003, p.70). As Entrevistas despadronizadas ou não-estruturadas
são tipos de perguntas abertas e podem ser respondidas dentro de uma conversa informal.
Os meios utilizados para a coleta de dados foram realizados por meio de levantamento
bibliográfico que serviu para o embasamento teórico, onde levantou-se as informações
fundamentais para elaboração de Plano de Negócios na implantação de escritório de
contabilidade.

3.3 Análise e Interpretação dos Dados

A análise e interpretação de dados é a parte mais importante de um trabalho, pois é por


meio dela que o pesquisador interpreta os dados coletados e os transforma em análises,
obtendo o entendimento dos fatos ocorridos e previsões dos mesmos.
Em função dos dados coletados, pode-se verificar a possibilidade de avaliar a
viabilidade de implantação de um escritório de contabilidade, bem como quais os
investimentos necessários para colocar o negócio em funcionamento, identificação das
carências dos clientes a fim de que se consiga criar um empreendimento diferenciado, capaz
de se sobressair à concorrência, e além de permitir um estudo acerca dos concorrentes e dos
serviços a serem prestados.
Neste estudo as análises foram constituídas em consolidações teóricas, pesquisa de
mercado, elaboração do custo do negócio, e a análise da viabilidade econômica do mercado
do trabalho geral proposto.
32

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A elaboração deste estudo tem como propósito a elaboração de um plano de negócios


que proporcionasse a análise de viabilidade da abertura de um Escritório de Contabilidade na
cidade de Ijuí - RS, para prestar todos os serviços de fiscais, contábil, pessoal, além de
consultoria gerencial.

4.1 Sumário Executivo

O presente Plano de Negócios elaborou-se visando auxiliar os sócios na tomada de


decisão antes de iniciar um novo empreendimento, com o intuito de colocar em
funcionamento o projeto de um escritório de contabilidade que preste todos os serviços na
parte fiscal, pessoal, contábil e também consultoria. Envolve todas as áreas, incluindo a
Constituição de firmas, contratos, distratos e também declaração de imposto de renda, no
entanto o diferencial será a consultoria prestada aos clientes que demandam esse serviço a
partir das suas necessidades.
Os serviços prestados pelo escritório são representados pelos registros dos fatos que
merecem a atenção da fiscalização, ou seja, os registros de compras, vendas, inventários,
produção, admissão e demissão pessoal, folha de pagamento, etc.
É um empreendimento que tem como objetivo fornecer adequadas informações sobre
a tomada de decisão de empresários a respeito de seus negócios, onde se deve exigir o
máximo de cuidado para que a pessoa física ou jurídica não fique mal perante a Receita
Federal e que não tenha que vir futuramente, passar por um longo e penoso processo de
fiscalização, que possa levar a queda de seu negócio.

4.2 Dados Iniciais da Empresa

A empresa Woitchunas Consultoria e Contabilidade Ltda. cuja viabilidade de abertura


foi estudada no presente trabalho será constituída por dois sócios, sendo 50% de capital social
de cada um, onde prestará serviços para os clientes, seguindo os princípios da contabilidade e
as normas brasileiras de contabilidade, dispondo de ferramentas avançadas, seja no preparo do
pessoal técnico, visando total tranquilidade e precisão de informações para o pleno
desenvolvimento do empresário em sua atividade principal.
33

4.2.1 Descrição Legal

O escritório de contabilidade proposto neste estudo se enquadra como uma


Microempresa, registrada na junta comercial do Estado do Rio Grande do Sul, e a forma de
tributação será optante do Simples Nacional, através da alíquota de 6% sobre o faturamento.
É um negócio ligado à prestação de serviços para pessoa física ou jurídica, pequenas e
médias empresas, associações, entre outras entidades. Este tipo de negócio está ligado ao setor
terciário, que requer um trabalho minucioso de análise e por isso requer de tempo. Por isso,
muitas vezes é vantagem para uma empresa contratar um escritório de contabilidade, que
passa a ser responsável pelo balanço contábil e financeiro, pagamento de tributos, resoluções
de problemas relativos ao quadro de funcionários, bem como, a elaboração de informações
gerenciais, a consultoria contábil-gerencial, entre outras questões relativas à contabilidade
empresarial.

4.2.2 Estrutura Funcional e Organizacional

O organograma é uma representação gráfica da divisão do trabalho e das relações de


poder dentro de uma organização. As linhas horizontais representam a distribuição das
atividades em áreas de atuação, já as linhas verticais evidenciam os níveis hierárquicos
apresentando os graus de responsabilidade e poder de decisão.
A seguir apresentaremos a estrutura organizacional da empresa através do
organograma:

Gerência Geral

Gestor Operacional Gestor Financeiro


e Consultoria

Departamento Departamento Departamento Recepção e


Contábil Fiscal Pessoal Atendimento

Figura 2: Organograma do Escritório Proposto


Fonte: Dados conforme pesquisa
34

A gerência geral é a instância máxima de decisão e será composta pelos dois sócios
gerentes, o que são os gestores responsáveis pelas funções administrativas (planejamento,
execução e controle) e operacionais. Os quatros departamentos responsáveis pela
operacionalização da prestação de serviços estará subordinado ao gestor operacional que
assim como o gestor administrativo terá que prestar contas ao final de cada mês à gerência
geral da empresa.
Em relação à estrutura funcional da empresa, composta pelos dois sócios proprietários,
um colaborador no setor fiscal, um colaborador no setor pessoal, dois no setor contábil e um
colaborador no setor atendimento.
O escritório de contabilidade funcionará normalmente das segundas às sextas-feiras,
das 8 horas às 18 horas. Ele deve ter organização e administração adequadas à atividade.
As principais ferramentas de trabalho dos contadores são o Código de Ética do Contabilista,
os Comitês de Pronunciamentos Contábeis (CPC), as Normas Brasileiras de Contabilidade e a
legislação tributária e fiscal vigente.

4.2.2.1 Missão

Fornecer serviços contábeis e assessoramento aos nossos clientes, para que


multipliquem seus resultados e tenham uma boa visão da organização, fornecendo confiança,
assessoria, qualidade e transparência.

4.2.2.2 Visão

Ser empresa contábil referência no atendimento ao cliente e excelência de serviços,


fundamentado em princípios éticos, na confiabilidade de informações com equipe qualificada
e integrada.

4.2.2.3 Valores

- Excelência: Entregamos o que prometemos, de forma eficiente e precisa. Agregamos valor


para exceder as expectativas.
- Atendimento: A satisfação dos nossos clientes é o combustível do nosso crescimento. Por
isso damos total atenção ao relacionamento com os nossos clientes.
35

- Pessoas: A nossa equipe é parte fundamental do bom atendimento e da excelência dos


serviços e, por isso, valorizamos e investimos em pessoas.

4.2.2.4 Objetivos organizacionais

Os objetivos da empresa envolvem os seguintes itens:


- Prestar serviços com qualidade, transparência e eficácia a todos os clientes;
- Estabelecer vínculos profissionais e responsáveis aos tomadores dos serviços;
- Qualificar continua e gradativamente o material humano para garantir a qualidade dos
serviços;
- Criar mecanismos para adequação do escritório de contabilidade a qualidade total dos
serviços prestados;
- Aproximar os clientes através de visitas, cursos, treinamentos, palestras e outros meios, e
- Demonstrar aos clientes a importância dos serviços contábeis na gestão das empresas.

4.2.3 Sócios e Parcerias

Uma das sócias-proprietárias do Escritório de Contabilidade é Bacharel em Ciências


Contábeis e pós-graduanda em Controladoria e Gestão Tributária pela UNIJUI, possui
experiência na área fiscal, pessoal e contábil e tendo desenvolvido através do curso da pós-
graduação um gosto especial pela área gerencial e controladoria, que a influenciou
significativamente na intenção de abertura de um negócio próprio.
Pretende-se ainda firmar uma parceria com o Sindicato de Contabilista de Ijuí,
Conselho Regional de Contabilidade Rio Grande do Sul (CRCRS), Sindicato das Empresas de
Serviços Contábeis, Assessoramento, Perícias Informações e Pesquisas do Estado do Rio
Grande do Sul (SESCON-RS), Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUI) e com outros profissionais
da área para estarmos sempre aprimorando nossos serviços e tornando-o assim com melhor
qualidade para satisfação dos clientes.

4.3 O Plano de Marketing

Na sequência apresenta-se o plano de marketing da empresa que envolve toda a


análise de mercado e as estratégias de atratividade de clientes.
36

4.3.1 Análise de Mercado

No mercado de hoje em dia, os serviços contábeis se encontram bastante concorrido,


para isso é necessário ter alguns diferenciais para se destacar sobre os demais, mantendo a
qualidade, transparência e confiabilidade no atendimento e nos serviços prestados. Em relação
à concorrência entre os escritórios de contabilidade, o contador precisa traçar um diagnóstico
correto da situação real do empreendimento, de forma a estabelecer estratégias adequadas
para o cliente atingir suas metas e objetivos.
Não é só na aplicação da pratica que habilita o profissional a superar a concorrência. É
imprescindível que ele faça o acompanhamento diário das mudanças na legislação e também
às econômicas e financeira. É importante que o profissional esteja atento para diversas
mudanças que ocorrem no dia a dia e, além disso, uma boa especialização e atualização
através de cursos, leituras e análises.

4.3.1.1 Clientela

O escritório prestará serviços de empresas principalmente de pequeno e médio porte, e


também se surgir alguma de grande porte, já que esta última normalmente tem um
profissional dentro da empresa, podendo se explorar mais a consultoria contábil e gerencial
para estas empresas. Também atenderá as diferentes formas de tributação, números de
lançamentos e funcionários. Porém, seus serviços estarão limitados pelo pequeno número de
colaboradores que atuarão no escritório, inicialmente.
Para o cliente, o Contador é o profissional que resolve os problemas de ordem fiscal,
tributária e de pessoal. É quem traça a saúde financeira da empresa e, ao mesmo tempo,
orienta sobre o correto pagamento de tributos. Mas é pelo seu desempenho que o Contador
conquista seu cliente.
Também para atrair e fidelizar os clientes, o escritório desenvolverá um serviço de
qualidade com diferencial competitivo de preço e prestação de serviço, buscando a fidelização
dos clientes.
37

4.3.2 Oportunidades e Ameaças

As identificações das oportunidades, ameaças, forças e fraqueza, é uma possibilidade


para analisar mais profunda e eficaz de uma empresa em relação ao mercado e aos
procedimentos internos.
Na análise de oportunidades e ameaças estudadas para o escritório de Contabilidade,
foram levantados alguns indicadores, os quais podem ser visualizados nos pontos a seguir.
Os Pontos Fracos:
- Falhas nos processos internos
- Falta de conhecimento das necessidades dos clientes.
- Falta de um processo sistêmico para definição dos honorários,
Os pontos Fortes:
- Mix de serviços oferecido;
- Rede de Relacionamento;
- Excelente estrutura;
- Habilidade de negociação;
- Imagem externa da empresa pró-ativa;
As análises de Oportunidades:
- Novas tecnologias
As análises de Ameaças:
- Entradas de novos concorrentes;
- Perda de faturamento por evasão de clientes;
- Aumento da carga tributária na folha de pagamento e fiscal

4.3.3 Estratégias de Marketing

Na sequência, estão apresentadas as estratégias de marketing que se pretende adotar na


empresa, relacionando-se aos produtos oferecidos e ao preço.

4.3.3.1 Produtos e serviços

Oferecer qualidade, um bom serviço, inovação, preço, participação de mercado e a


busca de melhorias são os pontos chave para um bom negócio e sem eles a empresa só tende
ao fracasso.
38

Devido à baixa qualidade dos produtos ou serviços que estão sendo oferecidos, é
importante ter qualidade, pois os clientes estão se tornando exigentes a cada dia e este é um
ponto em que se pode sobressair sobre as demais empresas. Oferecer também um bom serviço
é uma boa estratégia para vencer a concorrência.
O empreendimento prestará serviço nas seguintes áreas:
1) Área Contábil:
- Classificação de documentos de acordo com a natureza das origens de capital e suas
respectivas aplicações sejam despesas, custos, investimentos etc.
- Balancetes mensais para análise das evoluções das contas.
- Apuração de impostos e preparação de informações para recuperações tributárias.
- Planejamento tributário.
- Encerramento de balanço anual.
- Apresentação de declarações do âmbito federal, como DCTF, DACON, DIPJetc.

2) Área Fiscal:
- Lançamento de notas fiscais de entrada e saída de mercadorias.
- Fechamento dos livros auxiliares de escrituração.
- Apresentação de informativos fiscais.
- Apuração de impostos (Federais, Municipais e Estaduais)
- Apuração e verificação de impostos sobre compra de ativos e materiais de consumo,
traçando um comparativo entre valores cobrados com os efetivamente devidos.
- Verificação do desempenho da sua empresa.

3) Departamento pessoal:
- Elaboração de folha de pagamento mensal.
- Registro de admissão, anotações de salários, recolhimentos de contribuições sindicais e
referentes a demissões.
- Controle de férias e demais direitos trabalhistas.
- Apresentação de CAGED, RAIS e relação de contribuição sindical.
- Consultoria para melhor aplicação das regras trabalhistas, como advertências, suspensões e
demissões por justa causa, com o devido processo administrativo.

4) Rotinas de cadastro e mais serviços burocráticos:


39

- Trabalho voltado pra resolver problemas burocráticos da empresa, como INSS, SET, SRF,
PGFN, PMN e outros.
- Preenchimento de cadastros financeiros de bancos, financeiras e outras entidades que
venham a negociar com sua empresa.
- Atualização de cadastros junto aos órgãos fiscalizadores da atividade mercantil.

5) Consultoria e assessoria:
Este serviço é um grande diferencial do escritório de contabilidade. O objetivo é traçar
junto com nosso cliente, metas e formatos para uma melhor postura frente à legislação
previdenciária e tributária, criando um planejamento capaz de reduzir, diferir ou mesmo
isentar o pagamento dos tributos, guias e outros. E claro, sempre seguindo a legislação, que
muda cada vez mais rápido.

4.3.3.2 Preços

Para determinar os preços de serviços a serem executados, os empresários contábeis


consideram a complexidade da empresa/cliente, além de tomar como base de orientação do
preço mínimo, os preços praticados no mercado pelas outras empresas contábeis, ou as tabelas
propostas pelos sindicatos e associações profissionais.
Para determinação dos honorários, existem outros fatores que influenciam na
formação dos preços como o valor do faturamento das empresas/clientes, o número de
funcionários da mesma, o tipo de tributação desenvolvida e a atividade econômica da
empresa/cliente.
Na execução dos serviços, cobrará os honorários profissionais pela analise dos preços
praticados pelos concorrentes, podendo variar pela quantidade dos lançamentos fiscais e
contábeis, números de funcionários da mesma. O intuito da empresa é começar com preços
acessíveis aos clientes e competitivos para o mercado.

4.3.4 Relacionamento com os Clientes

A relação entre escritório e clientes tem de ser regida por contrato para estabelecer de
forma clara os deveres e obrigações das partes envolvidas. Existe atualmente grande
concorrência no mercado, incentivada pelo processo de terceirização desses serviços. Uma
40

boa saída para se diferenciar é a especialização, ou seja, o atendimento a um determinado


segmento.

4.4 O Planejamento Financeiro

Nesta etapa, tem-se o planejamento financeiro da empresa, onde entre outros


procedimentos estimou-se o capital necessário para colocar o escritório de contabilidade em
funcionamento, as previsões de receitas, despesas, a apuração do resultado, elaboração do
fluxo de caixa, balanço patrimonial, bem como as respectivas análises dos indicadores e
informações gerenciais gerados.

4.4.1 Investimento Inicial

Para iniciar as atividades de qualquer empreendimento é necessário um investimento


inicial. A intenção é de alugar uma sala comercial com área total de 100 m², tamanho
suficiente para alocação do escritório, com um banheiro, pequena cozinha, área de
atendimento e o compartimento de trabalhos dos contadores e funcionários.
Para elaboração da estimativa de recursos necessários para sua abertura, foram
considerados os investimentos fixos, as despesas pré-operacionais e a necessidade de capital
de giro. Será necessário montar todo o escritório, adquirindo os móveis e equipamentos
necessários para bem atender aos clientes.
Quanto à aquisição dos móveis, utensílios, maquinas e equipamentos, no quadro 04 é
descrito o investimento inicial da empresa em estudo:

ESTIMATIVAS DE INVESTMENTO FIXO


Descrição Quantidade Valor Unitário RS Valor Total RS
Máquinas e Equipamentos 8.790,80 21.848,40
Notebook 2 1.299,00 2.598,00
Impressora 1 399,00 399,00
Telefone sem fio 5 89,90 449,50
Bebedouro d'água 1 275,00 275,00
Ar Split 18000 BTUS 2 1.899,00 3.798,00
Alarme (Aparelho) 1 2.000,00 2.000,00
Computadores 6 1.100,00 6.600,00
Calculadoras 7 200,00 1.400,00
Aparelho de Fax 1 299,00 299,00
Nobreak 8 400,00 3.200,00
Software 1 700,00 700,00
41

Cafeteira 1 129,90 129,90


Móveis e Utensílios 4.097,90 8.145,30
Mesa Formato L 5 369,00 1.845,00
Escrivaninha 2 299,00 598,00
Cadeiras giratórias 7 96,90 678,30
Jogo de estofados 1 699,00 699,00
Armário Porta Arquivo 4 Gavetas 2 499,00 998,00
Armário 3 399,00 1.197,00
Mesa Pequena 1 240,00 240,00
Estante de aço para almoxarifado 3 108,00 324,00
Cadeiras 3 89,00 267,00
Conjunto de Pia/Fogão/Frigobar 1 1.299,00 1.299,00
Total Investimento Fixo 29.993,70
Quadro 4: Estimativas de Investimento Fixo
Fonte: Dados conforme pesquisa

O quadro 05 discrimina os investimentos pré-operacionais necessários para abertura


do escritório, totalizando R$ 2.580,00, dentre os quais o valor mais representativo refere-se às
despesas de Publicidade, seguido das despesas de Criação e Hospedagem de Web site,
despesas de instalação do alarme e por última pintura e fachada do escritório.

ESTIMATIVA DE INVESTIMENTOS PRÉ-OPERACIONAIS


Descrição Valor R$ %
Publicidade 650,00 25,1938
Criação e hospedagem de web site 380,00 14,72868
Instalação do alarme 600,00 23,25581
Pintura e Fachada 950,00 36,82171
Total dos Investimentos Pré-Operacionais de Instalação 2.580,00 100
Quadro 5: Estimativa de Investimentos Pré-Operacionais de Instalação
Fonte: Dados conforme pesquisa

Estima-se que o capital total a ser investido na abertura do escritório seja de R$


35.000,00, dos quais R$ 29.993,95 representam o investimento fixo necessário, sendo R$
21.848,40 em máquinas e equipamento e R$ 8.145,30 em móveis e utensílios.
Assim, chega-se ao investimento inicial no total de R$ 35.000,00, necessário para a
implantação do empreendimento, capital este que os proprietários aplicarão com recursos
próprios, sendo distribuído entre estimativas de investimentos fixos, de investimentos pré-
operacionais de instalação e de capital de giro, conforme quadro 06:
42

ESTIMATIVA DE CAPITAL DE GIRO


Descrição Valor (RS) %
Estimativa dos Investimentos Fixos 29.993,70 85,70
Estimativa do capital de Giro 2.426,30 6,93
Estimativa de Investimento Pré-Operacionais de Instalação 2.580,00 7,37
Total do Investimento Inicial 35.000,00 100
Quadro 6: Estimativa de Capital de Giro
Fonte: Dados conforme pesquisa

A maior parte do capital inicial representa a estimativa dos Investimentos Fixos no


valor R$ 29.990,70 ou 85,70% do investimento. Por sua vez, o capital de giro de R$ 2.426,30
e as despesas pré-operacionais de R$ 2.580,00, demandam respectivamente 6,93 % e 7,37%
do investimento inicial total.

4.4.2 Levantamento das Despesas Mensais

A despesa com pessoal é composta pelo montante de dispêndios que a empresa tem
com seus funcionários, incluindo os valores que devem ser pagos diretamente aos
colaboradores, bem como os encargos sociais e as provisões. Inicialmente serão contratados
apenas cinco colaboradores, estimando-se uma despesa mensal com pessoal no valor de R$
7.414,22, conforme quadro 07.

DESPESA COM PESSOAL


Dep.
Descrição % Dep. Fiscal Dep. Pessoal Dep. Contábil Atend. Total
Salário Bruto 1.200,00 1.200,00 1.100,00 800,00
13º Salário 8,33% 99,96 99,96 91,63 66,64
Férias 8,33% 99,96 99,96 91,63 66,64
1/3 de férias 2,78% 33,36 33,36 30,58 22,24
Subtotal 1.433,28 1.433,28 1.313,84 955,52
FGTS 8% 114,66 114,66 105,11 76,44
Previsões 7% 100,33 100,33 91,97 66,89
Total 1.648,27 1.648,27 1.510,92 1.098,85
Nº de funcionárias 1 1 2 1 5
Total 1.648,27 1.648,27 3.021,83 1.098,85 7.417,22
Quadro 7: Despesa com Pessoal
Fonte: Dados conforme pesquisa
43

Agregam esta despesa os encargos sociais, ou seja, salário bruto, sobre o qual são
apropriados de 8,33% a título de 13º salário, bem como 8,33% e 2,78% referente férias e 1/3
de férias, respectivamente. No que se refere aos encargos trabalhistas, estima-se uma despesa
de 8% de FTGS, além de 7% de previsões referente às faltas remuneradas e licenças que os
trabalhadores têm direito, como por motivo de falecimento de familiar, casamento e
nascimento de filho, além da multa rescisória do FGTS. Cabe salientar que quanto ao INSS,
por se tratar de empresa optante pelo Simples Nacional, o pagamento do referido encargo é
embutido na alíquota do Simples.
A remuneração dos sócios Contadores estima-se um pró-labore de R$ 2.500,00 para
cada um. Com relação ao INSS e Imposto de Renda Retido na Fonte, a cargo das funcionárias
e dos sócios, referente ao salário e pró-labore, respectivamente, a empresa somente irá reter o
valor e repassá-lo ao órgão competente, não impactando em despesa para a empresa.
A depreciação é caracterizada como uma despesa fixa, representando a perda de valor
do bem em função do uso ou obsolescência, não sofrendo alteração em função do volume de
vendas. O valor da depreciação tem por base o custo de aquisição subtraído o valor residual,
que poderá ser recuperado ao fim de sua vida útil. O quadro 08 apresenta de forma
individualizada o cálculo da depreciação das máquinas, equipamentos, móveis e utensílios do
escritório de contabilidade, de acordo com a estimativa de vida útil dos referidos bens e do
valor a ser depreciado.

ESTIMATIVA DO CUSTO DE DEPRECIAÇÃO


Valor do Valor Valor a ser Taxa de Depreciação Depreciação
Descrição
bem Residual Depreciado Depreciação Anual Mensal
Máquinas e Equipamentos
Notebook 2.598,00 259,80 2.338,20 20% 467,64 38,97
Impressora 399,00 39,90 359,10 20% 71,82 5,99
Telefone sem fio 449,50 44,95 404,55 20% 80,91 6,74
Bebedouro d'água 275,00 27,50 247,50 20% 49,50 4,13
Ar Split 18000
BTUS 3.798,00 379,80 3.418,20 20% 683,64 56,97
Alarme (Aparelho) 2.000,00 200,00 1.800,00 20% 360,00 30,00
Computadores 6.600,00 660,00 5.940,00 20% 1.188,00 99,00
Calculadoras 1.400,00 140,00 1.260,00 20% 252,00 21,00
Aparelho de Fax 299,00 29,90 269,10 20% 53,82 4,49
Nobreak 3.200,00 320,00 2.880,00 20% 576,00 48,00
Software 700,00 70,00 630,00 0% 0,00 0,00
Cafeteira 129,90 12,99 116,91 20% 23,38 1,95
Total 21.848,40 2.184,84 19.663,56 3.806,71 317,23
44

Móveis e Utensílios
Mesa Formato L 1.845,00 184,50 1.660,50 10% 166,05 13,84
Escrivaninha 598,00 59,80 538,20 10% 53,82 4,49
Cadeiras giratórias 678,30 67,83 610,47 10% 61,05 5,09
Jogo de estofados 699,00 69,90 629,10 10% 62,91 5,24
Arquivo de aço 998,00 99,80 898,20 10% 89,82 7,49
Armário 1.197,00 119,70 1.077,30 10% 107,73 8,98
Mesa Pequena 240,00 24,00 216,00 10% 21,60 1,80
Estantes 324,00 32,40 291,60 10% 29,16 2,43
Cadeiras 267,00 26,70 240,30 10% 24,03 2,00
Conj. de Pia,
Fogão e Frigobar 1.299,00 129,90 1.169,10 10% 116,91 9,74
Total 8.145,30 814,53 7.330,77 733,08 61,09
Total de Depreciação 29.993,70 378,32
Quadro 8: Estimativa do Custo de Depreciação
Fonte: Dados conforme pesquisa

Assim, estima-se que a depreciação mensal do grupo de máquinas e equipamentos seja


de R$ 317,23, enquanto que a depreciação dos móveis e utensílios seja de R$ 61,09. Portanto,
mensalmente deve-se proceder a contabilização da despesa com depreciação dos bens do
imobilizado estimada em R$ 378,32.
As despesas fixas mensais do escritório de contabilidade foram estimadas em R$
15.926,68, conforme quadro 09.

ESTIMATIVA DE DESPESAS FIXAS MENSAIS


Descrição Valor R$ %
Água 89,00 0,56
Luz 350,00 2,20
Telefone/Internet 300,00 1,88
Aluguel 1.200,00 7,53
Mensalidade Sistemas 147,00 0,92
Despesas Financeiras 70,00 0,44
Mensalidades Legislação 350,00 2,20
Material de Expediente 400,00 2,51
Material de Higiene e limpeza 150,00 0,94
Pró – Labore 5.000,00 31,39
IPTU 77,14 0,48
Salários 7.417,22 46,57
Depreciação 378,32 2,38
Total 15.928,68 100,00
Quadro 9: Despesas Fixas Mensais
Fonte: Dados conforme pesquisa
45

O item mais representativo é composto pela despesa com pessoal, seguido pela
retirada de pró-labore e pelo aluguel do prédio, que respectivamente, representam 46,57%,
31,39% e 7,53% do total das despesas fixas, de modo que as demais despesas somadas
totalizam 14,51%. Para facilitar a visualização da composição do custo fixo do escritório,
apresenta-se na sequência a figura 03, apresenta os percentuais das despesas projetadas para o
desempenho da empresa.

0,56% 2,20%
2,38%
1,88%
0,92%
Água
0,44%
7,53%
Luz
2,20%
Telefone/Internet
2,51%
Aluguel
0,94%
Mensalidade Sistemas
Despesas Financeiras
Mensalidades Legislação
46,57%
Material de Expediente
Material de Higiene e limpeza

31,39% Pró – Labore


Iptu
Salários
Depreciação

0,48%

Figura 3: Representatividade das Despesas Fixas Mensais


Fonte: Dados conforme pesquisa

Portanto, os salários, o aluguel e o pró-labore representam mais de 85% do valor total


das despesas mensais estimadas.

4.4.3 Preços de Prestação de Serviços

Como o escritório atua com prestação de serviços da área contábil, fiscal, de pessoal e
principalmente a consultoria, terá condições de atender diversos ramos de negócios, dentre
eles comércio, indústrias e empresas prestadoras de serviços.
46

No quadro 10, apresenta-se projeção de clientes fictícios que o escritório terá


condições de atender, com essa equipe de profissionais e estrutura instalada.

Quadro 10: Estimativa de Preços de Prestação de Serviços


ESTIMATIVA DE PREÇOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
Nº Empresas Fat Anual Fat mensal R$ %
1 Dalagna Representações Ltda. 40.000,00 3.333,33 350,00 1,639
2 Anadu Confecções & Malharia Ltda. 60.000,00 5.000,00 700,00 3,279
3 Comércio de Pneus Brunig Ltda. 86.000,00 7.166,67 830,00 3,888
4 Indústria de Cimento Dorneles Ltda. 350.000,00 29.166,67 2.069,00 9,692
5 Autoposto Carga Pesada Ltda. 130.000,00 10.833,33 1.100,00 5,153
6 Mecânica JMF Ltda. 58.000,00 4.833,33 700,00 3,279
7 Auto Mecânica Badke & Cia Ltda. 83.000,00 6.916,67 860,00 4,028
8 Livraria Mega Papelaria Ltda. 58.000,00 4.833,33 700,00 3,279
9 PA Comércio de Livros Ltda. 84.000,00 7.000,00 900,00 4,216
10 Ótica Schuler & Cia Ltda. 56.000,00 4.666,67 700,00 3,279
11 Transportadora Três Maiense Ltda. 68.400,00 5.700,00 850,00 3,982
12 Fábrica de Bloco Sustentável Maia 79.000,00 6.583,33 900,00 4,216
13 Madeireira Três Passos Ltda. 90.000,00 7.500,00 925,00 4,333
14 Agroindústria Rio Grandense 1.400.000,00 116.666,67 4.743,00 22,218
15 Supermercado Bom Gosto 130.000,00 10.833,33 1.211,00 5,673
16 Padaria Delicia & Cia 30.000,00 2.500,00 500,00 2,342
17 Arena Bazar Ltda. 47.000,00 3.916,67 660,00 3,092
18 ABC, Publicidade & Marketing Ltda. 35.000,00 2.916,67 500,00 2,342
19 Igreja Evangélica em São Pedro 43.000,00 3.583,33 250,00 1,171
20 Igreja Batista Pioneira em Curitiba 80.000,00 6.666,67 600,00 2,811
21 Associação de Mulheres de Nazaré 18.000,00 1.500,00 200,00 0,937
22 Clube de Corredores de Rio Grande 16.000,00 1.333,33 200,00 0,937
23 Associação de Beneficente de Ijuí 36.000,00 3.000,00 200,00 0,937
24 Igreja Católica Santo Antônio 60.000,00 5.000,00 350,00 1,639
25 Sociedade Ginastica de Cruz Alta 54.000,00 4.500,00 350,00 1,639
Total 21.348,00 100,00
Fonte: Dados conforme pesquisa no SCI

Os honorários foram projetados considerando tabela do Sindicato dos Contabilistas de


Ijuí (SCI). O faturamento mensal prevista do escritório de contabilidade é de R$ 21.348,00.
47

4.4.4 Projeção de Resultado

O quadro 11 apresenta a margem de contribuição unitária de cada cliente. Ou seja, o


valor resultante do serviço prestado depois de deduzidos os custos e despesas variáveis
associados aos serviços.

ESTIMATIVA DE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Preço de Custo Margem Custos Resultado Resultado


Clientes Simples R$ %
Venda Variável de Cont. Fixos
Dalagna
Representações Ltda. 350,00 42,30 21,00 286,70 261,15 25,55 1,64
Anadu Confecções &
Malharia Ltda. 700,00 84,60 42,00 573,40 522,30 51,10 3,28
Comércio de Pneus
Brunig Ltda. 830,00 100,31 49,80 679,89 619,30 60,59 3,89
Indústria de Cimento
Dorneles Ltda. 2.069,00 250,05 124,14 1.694,81 1.543,77 151,04 9,69
Autoposto Carga
Pesada Ltda. 1.100,00 132,94 66,00 901,06 820,76 80,30 5,15

Mecânica JMF Ltda. 700,00 84,60 42,00 573,40 522,30 51,10 3,28
Auto Mecânica Badke
& Cia Ltda. 860,00 103,93 51,60 704,47 641,68 62,78 4,03
Livraria Mega
Papelaria Ltda. 700,00 84,60 42,00 573,40 522,30 51,10 3,28
PA Comércio de
Livros Ltda. 900,00 108,77 54,00 737,23 671,53 65,70 4,22
Ótica Schuler & Cia
Ltda. 700,00 84,60 42,00 573,40 522,30 51,10 3,28
Transportadora Três
Maiense Ltda. 850,00 102,73 51,00 696,27 634,22 62,05 3,98
Fábrica de Bloco
Sustentável Maia Ltda. 900,00 108,77 54,00 737,23 671,53 65,70 4,22
Madeireira Três
Passos Ltda. 925,00 111,79 55,50 757,71 690,18 67,53 4,33
Agroindústria Rio
Grandense Ltda. 4.743,00 573,21 284,58 3.885,21 3.538,96 346,25 22,22
Supermercado Bom
Gosto Ltda. 1.211,00 146,35 72,66 991,99 903,58 88,41 5,67

Padaria Delicia & Cia 500,00 60,43 30,00 409,57 373,07 36,50 2,34

Arena Bazar Ltda. 660,00 79,76 39,60 540,64 492,45 48,18 3,09
ABC, Publicidade &
Marketing Ltda. 500,00 60,43 30,00 409,57 373,07 36,50 2,34
Igreja Evangélica em
São Pedro 250,00 30,21 15,00 204,79 186,54 18,25 1,17
Igreja Batista Pioneira
em Curitiba 600,00 72,51 36,00 491,49 447,69 43,80 2,81
Associação de
Mulheres de Nazaré 200,00 24,17 12,00 163,83 149,23 14,60 0,94
Clube de Corredores
de Rio Grande 200,00 24,17 12,00 163,83 149,23 14,60 0,94
48

Associação de
Beneficente de Ijuí 200,00 24,17 12,00 163,83 149,23 14,60 0,94
Igreja Católica Santo
Antônio 350,00 42,30 21,00 286,70 261,15 25,55 1,64
Sociedade Ginastica
de Cruz Alta 350,00 42,30 21,00 286,70 261,15 25,55 1,64
Total 21.348,00 2.580,00 1.280,88 17.487,12 15.928,68 1.558,44 100,00
Quadro 11: Estimativa de Margem de Contribuição e de Ponto de Equilíbrio
Fonte: Dados conforme pesquisa

Descontado do preço de venda dos serviços prestados, imposto Simples Nacional de


6% sobre o valor de prestação de serviços e custos variáveis.
Os clientes com maior margem de contribuição, ou seja, os mais rentáveis para a
empresa são Agroindústria Rio Grandense Ltda e Indústria de Cimento Dorneles Ltda, e os
clientes com menor margem de contribuição unitária são Associação de Mulheres de Nazaré,
Clube de Corredores de Rio Grande e Associação de Beneficente de Ijuí. A margem de
contribuição total foi de R$ 17.487,12, esse valor são necessários para pagar as despesas fixas
da empresa e gerar o resultado.
A projeção de demonstração do resultado dos três primeiros meses de funcionamento
da empresa foi elaborada considerando o preço de prestação de serviços, e todas as demais
informações trabalhadas até o momento.
Os valores que compõem a Demonstração do Resultado do Exercício são regidos pelo
princípio de competência, o qual reconhece as receitas, custos e despesas no período em que
ocorreram.
Para construção deste demonstrativo, conforme pode ser observado no quadro 12,
considerou-se um volume de serviços prestados constante nos meses de referência, sendo que
para determinação das despesas com Simples Nacional, foi aplicada a alíquota de 6% sobre a
estimativa de faturamento mensal da empresa obtendo-se o valor de R$ 1.280,88. Por sua vez
observa-se que no mês 1, os custos variáveis representam 18,09% da receita total, enquanto
nos meses seguintes representam 6%, de modo que a margem de contribuição
respectivamente no mês 1 e meses subsequentes, representa 81,91% e 94% da receita total.
Tal variação se justifica pelo fato de que no mês em que as atividades são iniciadas, ocorrem
despesas de instalação estimadas em R$ 2.580,00, englobando os itens descritos no quadro
05, não se repetindo nos demais meses. Em relação às despesas fixas mensais, conforme
demonstrado no quadro 09, estima-se que se mantenham em R$ 15.928,68.
49

Demonstração do
Resultado do Exercício Mês 01 Mês 02 Mês 03
Discriminação Valor R$ % Valor R$ % Valor R$ %
1. Receita Total 21.348,00 100,00 21.348,00 100,00 21.348,00 100,00
Prestação de Serviços 21.348,00 100,00 21.348,00 100,00 21.348,00 100,00
2. Custos Variáveis 3.860,88 18,09 1.280,88 6,00 1.280,88 6,00
Simples Nacional (6%) 1.280,88 6,00 1.280,88 6,00 1.280,88 6,00
Despesas de Instalação 2.580,00 12,09 0,00 0,00 0,00 0,00
3. Margem de
Contribuição 17.487,12 81,91 20.067,12 94,00 20.067,12 94,00
4. Custos Fixos Totais 15.928,68 100,00 15.928,68 100,00 15.928,68 100,00
Água 89,00 0,56 89,00 0,56 89,00 0,56
Luz 350,00 2,20 350,00 2,20 350,00 2,20
Telefone/Internet 300,00 1,88 300,00 1,88 300,00 1,88
Aluguel 1.200,00 7,53 1.200,00 7,53 1.200,00 7,53
Mensalidade Sistemas 147,00 0,92 147,00 0,92 147,00 0,92
Despesas Financeiras 70,00 0,44 70,00 0,44 70,00 0,44
Mensalidades Legislação 350,00 2,20 350,00 2,20 350,00 2,20
Material de Expediente 400,00 2,51 400,00 2,51 400,00 2,51
Material de Higiene e
Limpeza 150,00 0,94 150,00 0,94 150,00 0,94
Pró – Labore 5.000,00 31,39 5.000,00 31,39 5.000,00 31,39
IPTU 77,14 0,48 77,14 0,48 77,14 0,48
Salários 7.417,22 46,57 7.417,22 46,57 7.417,22 46,57
Depreciação 378,32 2,38 378,32 2,38 378,32 2,38
5. Resultado Operacional
(Lucro/Prejuízo) 1.558,44 7,30 4.138,44 19,39 4.138,44 19,39
Quadro 12: Demonstração do Resultado de Exercício
Fonte: Dados conforme pesquisa

Assim, forma-se o resultado operacional líquido, que no primeiro mês de atividades da


empresa estima-se que seja de R$ 1.558,44, correspondendo a 7,30% da receita total
estimada. Para os meses seguintes, projeta-se se um lucro líquido R$ 4.138,44, representando
19,39% do faturamento bruto estimado.

4.4.4.1 Construção de Cenários

A construção de cenários tem o objetivo de analisar as condições em que a empresa


poderá desenvolver suas atividades, caso seus serviços não atinjam o montante estimado
50

como ideal, pois apesar de as projeções terem sido feitas com base em dados coletados a fim
de que fossem as mais reais possíveis, podem ocorrer variações.

CENÁRIO OTIMISTA CENÁRIO PESSIMISTA


Média Mensal Média Anual Média Mensal Média Anual
Valor Valor
Discriminação (R$) % Valor (R$) % (RS) % Valor (RS) %
1. Receita Total 21.348,00 100,00 256.176,00 100,00 18.145,80 100,00 217.749,60 100,00
Receita Prestação
de Serviços 21.348,00 100,00 256.176,00 100,00 18.145,80 100,00 217.749,60 100,00
2. Custos
Variáveis Totais 3.860,88 18,09 17.950,56 7,01 3.668,75 20,22 15.644,98 7,18
Simples Nacional
(6%) 1.280,88 6,00 15.370,56 6,00 1.088,75 6,00 13.064,98 6,00
Despesas de
Instalação 2.580,00 12,09 2.580,00 1,01 2.580,00 14,22 2.580,00 1,18
3. Margem de
Contribuição 17.487,12 81,91 238.225,44 92,99 14.477,05 79,78 202.104,62 92,82
4. Custos Fixos
Totais 15.928,68 100,00 191.144,16 100,00 15.928,68 87,78 191.144,16 87,78
Água 89,00 0,56 1.068,00 0,56 89,00 0,49 1.068,00 0,49
Luz 350,00 2,20 4.200,00 2,20 350,00 1,93 4.200,00 1,93
Telefone/Internet 300,00 1,88 3.600,00 1,88 300,00 1,65 3.600,00 1,65
Aluguel 1200,00 7,53 14.400,00 7,53 1.200,00 6,61 14.400,00 6,61
Mensalidade
Sistemas 147,00 0,92 1.764,00 0,92 147,00 0,81 1.764,00 0,81
Despesas
Financeiras 70,00 0,44 840,00 0,44 70,00 0,39 840,00 0,39
Mensalidades
Legislação 350,00 2,20 4.200,00 2,20 350,00 1,93 4.200,00 1,93
Material de
Expediente 400,00 2,51 4.800,00 2,51 400,00 2,20 4.800,00 2,20
Material de
Higiene e
limpeza 150,00 0,94 1.800,00 0,94 150,00 0,83 1.800,00 0,83
Pró – Labore 5000,00 31,39 60.000,00 31,39 5.000,00 27,55 60.000,00 27,55
IPTU 77,14 0,48 925,68 0,48 77,14 0,43 925,68 0,43
Salários 7417,22 46,57 89.006,69 46,57 7.417,22 40,88 89.006,69 40,88
Depreciação 378,32 2,38 4.539,79 2,38 378,32 2,08 4.539,79 2,08
5. Resultado
Operacional
(Lucro/Prejuízo) 1.558,44 7,30 47.081,28 18,38 -1.451,63 -8,00 10.960,47 5,03
Quadro 13: Demonstração do Resultado de Exercício Cenário Otimista e Pessimista
Fonte: Dados conforme pesquisa

Para elaboração do quadro 13, demonstra a construção de dois cenários, projetando um


faturamento otimista e outro pessimista.
51

No cenário otimista estimou-se uma receita mensal no valor de R$ 21.348,00, e uma


receita anual no valor de R$ 256.176,00. Os custos variáveis mensais somam R$ 3.860,88,
que descontados da receita de vendas, resulta em uma margem de contribuição no valor de R$
17.487,12. Os custos variáveis acumulados no ano resultam em R$ 17.950,56, que
descontados da receita acumulada, resultam em uma margem de contribuição anual de R$
238.225,44.
Descontando as despesas fixas mensais de R$ 15.928,68 tem-se um lucro líquido de
R$ 1.558,44. Equivalente a 7,30% do faturamento mensal. Anualmente calcularam-se as
despesas fixas no valor de R$ 191.144,16, resultando em um lucro líquido anual de R$
47.081,28. Equivalente a 18,38% do faturamento anual.
No cenário pessimista foi simulada a baixa de preço de 15% dos preços de prestação
de serviços, resultando em uma receita mensal no valor de R$ 18.145,80, e a receita anual no
valor de R$ 217.749,60. Os demais custos variáveis foram reduzidos na mesma proporção da
baixa de preços de prestação de serviço, somente as despesas de instalação não sofreram
alteração. As despesas fixas mantiveram-se as mesmas, pois mesmo reduzindo os preços de
prestação de serviços, os custos fixos da empresa permanecem os mesmos. Sendo assim, o
resultado seria um prejuízo mensal no valor de R$ -1.451,63, e o resultado anual seria lucro
no valor de R$ 10.960,47. Comparando-se com Otimista com Pessimista, a diferença entre
lucros é de 36.120,82, ou seja, 76,72%.
A construção de cenários é de suma importância para a empresa, assim os sócios
poderão se preparar para possíveis quedas, ou seja, redução dos preços nas prestações de
serviços. Pois nos primeiros meses os serviços poderão ser maiores, mas após um período
podem se manter ou até reduzir e, nesse caso os empresários poderão controlar a situação de
forma positiva para a empresa.

4.4.5 Projeção do Fluxo de Caixa

É possível elaborar o fluxo de caixa projetado para os seis primeiros meses da


empresa, com a finalidade de demonstrar a movimentação dos recursos que se estima passem
pelo caixa da empresa, ou seja, demonstrar todas as entradas e saídas de valores do caixa.
52

FLUXO DE CAIXA PROJETADO PARA SEIS MESES INICIAIS - CENÁRIO OTIMISTA


Mês 01 - Mês 02- Mês 03 - Mês 04 - Mês 05 - Mês 06 -
Especificações (R$) (R$) (R$) (R$) (R$) (R$)
SALDO INICIAL 2.426,30 4.363,06 8.879,81 13.396,57 17.913,32 22.430,08
ENTRADAS 21.348,00 21.348,00 21.348,00 21.348,00 21.348,00 21.348,00
Receita Prestação
de Serviço 21.348,00 21.348,00 21.348,00 21.348,00 21.348,00 21.348,00
SAÍDAS 19.411,24 16.831,24 16.831,24 16.831,24 16.831,24 16.831,24
CUSTOS
VARIÁVEIS 1.280,88 1.280,88 1.280,88 1.280,88 1.280,88 1.280,88
Simples 1.280,88 1.280,88 1.280,88 1.280,88 1.280,88 1.280,88
DESPESAS PRÉ-
OPERACIONAIS 2.580,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Publicidade 650,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Criação e hosp.
de web site 380,00 0,00 00,0 0,00 0,00 0,00
Instalação do
alarme 600,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Pintura e Fachada 950,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
DESPESAS
FIXAS 15.550,36 15.550,36 15.550,36 15.550,36 15.550,36 15.550,36

Água 89,00 89,00 89,00 89,00 89,00 89,00

Luz 350,00 350,00 350,00 350,00 350,00 350,00

Telefone/Internet 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00

Aluguel 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00


Mensalidade
Sistemas 147,00 147,00 147,00 147,00 147,00 147,00
Despesas
Financeiras 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00
Mensalidades
Legislação 350,00 350,00 350,00 350,00 350,00 350,00
Material de
Expediente 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00
Material de
Higiene e limpeza 150,00 150,00 150,00 150,00 150,00 150,00

Pró – Labore 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00

IPTU 77,14 77,14 77,14 77,14 77,14 77,14

Salários 7.417,22 7.417,22 7.417,22 7.417,22 7.417,22 7.417,22

Depreciação (378,32) (378,32) (378,32) (378,32) (378,32) (378,32)


SALDO
LÍQUIDO MÊS 4.363,06 8.879,81 13.396,57 17.913,32 22.430,08 26.946,84
Quadro 14: Fluxo de Caixa Cenário Otimista
Fonte: Dados conforme pesquisa
53

O quadro 14 apresenta-se o fluxo de caixa projetado da empresa. O saldo inicial para


início de suas atividades está estimado em R$ 2.426,30. O valor de receita de prestação de
serviços é de R$ 21.348,00.
As saídas do primeiro mês somam R$ 19.411,24. Sendo R$ 1.280,88 referentes aos
custos variáveis, R$ 2.580,00 referentes às despesas pré-operacionais e, R$ 15.550,36
referentes às despesas fixas O que resulta em um saldo final de caixa do primeiro mês em R$
4.363,06.
No segundo mês, gerando uma entrada no caixa de R$ 21.348,00. As saídas somam
R$ 16.831,24. Restando em caixa um valor de R$ 8.879,81.
No decorrer dos próximos meses a empresa se mantém com um saldo positivo em
todos os meses. Isso significa que com a receita dos serviços prestados, a empresa consegue
pagar seus custos variáveis e suas despesas mensais. Mantendo um saldo liquido mensal
positivo, que pode ser usado para capital de giro, investimentos ou para alguma eventualidade
ou necessidade da empresa.

FLUXO DE CAIXA PROJETADO PARA SEIS MESES INICIAIS - CENÁRIO PESSIMISTA


Mês 01 - Mês 02- Mês 03 - Mês 04 - Mês 05 - Mês 06 -
Especificações (R$) (R$) (R$) (R$) (R$) (R$)
SALDO INICIAL 2.426,30 1.352,99 2.859,68 4.366,36 5.873,05 7.379,74
ENTRADAS 18.145,80 18.145,80 18.145,80 18.145,80 18.145,80 18.145,80
Receita Prestação
de Serviço 18.145,80 18.145,80 18.145,80 18.145,80 18.145,80 18.145,80
SAÍDAS 19.219,11 16.639,11 16.639,11 16.639,11 16.639,11 16.639,11
CUSTOS
VARIÁVEIS 1.088,75 1.088,75 1.088,75 1.088,75 1.088,75 1.088,75
Simples 1.088,75 1.088,75 1.088,75 1.088,75 1.088,75 1.088,75
DESPESAS PRÉ-
OPERACIONAIS 2.580,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Publicidade 650,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Criação e hosped.
de web site 380,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Instalação do
alarme 600,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Pintura e fachada 950,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
DESPESAS
FIXAS 15.550,36 15.550,36 15.550,36 15.550,36 15.550,36 15.550,36
Água 89,00 89,00 89,00 89,00 89,00 89,00
Luz 350,00 350,00 350,00 350,00 350,00 350,00
Telefone/Internet 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00 300,00
Aluguel 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00 1.200,00
Mensalidade
Sistemas 147,00 147,00 147,00 147,00 147,00 147,00
54

Despesas
Financeiras 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00 70,00
Mensalidades
Legislação 350,00 350,00 350,00 350,00 350,00 350,00
Material de
Expediente 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00
Material de
Higiene e limpeza 150,00 150,00 150,00 150,00 150,00 150,00
Pró – Labore 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00
IPTU 77,14 77,14 77,14 77,14 77,14 7,14
Salários 7.417,22 7.417,22 7.417,22 7.417,22 7.417,22 7.417,22
Depreciação (378,32) (378,32) (378,32) (378,32) (378,32) (378,32)
SALDO
LÍQUIDO MÊS 1.352,99 2.859,68 4.366,36 5.873,05 7.379,74 8.886,43
Quadro 15: Fluxo de Caixa Pessimista
Fonte: Dados conforme pesquisa

O quadro 15 apresenta um cenário pessimista, onde considera redução de 15% nos


preços de prestação de serviços, considerando a projeção inicial. Verifica-se que mesmo
reduzindo os preços cobrados pelo serviço prestado, a empresa consegue pagar suas despesas
mensais e seus custos variáveis, mantendo um saldo positivo. Esse resultado se deve ao fato
da empresa possuir um saldo pequeno inicial que faz manter o caixa positivo.

4.4.6 Balanço Patrimonial Projetado

Foi elaborado o Balanço Patrimonial Projetado no primeiro mês de atividade da


empresa, conforme apresentado no quadro 16.

Balanço Patrimonial Projetado - Mês 01


Ativo Valor % Passivo Valor %
Ativo Circulante 6.943,06 18,99 Passivo Circulante 0,00 0,00
Caixa 6.943,06 18,99
Ativo Não Circulante 29.615,38 81,01 Patrimônio Líquido 36.558,44 100,00
Imobilizado 29.993,70 82,04 Capital Social 35.000,00 95,74
(-) Depreciação Acumulada 378,32 -1,03 Lucros 1.558,44 4,26
Total das Aplicações 36.558,44 100,00 Total das Origens 36.558,44 100,00
Quadro 16: Balanço Patrimonial Projetado Mês 01
Fonte: Dados conforme pesquisa
55

No quadro 16 apresenta-se o Balanço Patrimonial projetado no primeiro mês de


atividade do escritório, estima-se que as aplicações de recursos totalizem R$ 36.558,44, sendo
que o Ativo Circulante representa 18,99% deste total, e o Ativo Não Circulante 81,01%.
Compõe o Ativo Circulante a conta de Caixa, no valor de R$ 6.943,06. Por sua vez o Ativo
Não Circulante, no valor de R$ 29.615,38 é composto pela conta de Imobilizado, onde estão
registrados os móveis, utensílios, máquinas e equipamentos da empresa, deduzidas as
depreciações acumuladas.
Quanto às origens dos recursos, 0 % representam as origens de capital de terceiros, ou
Passivo, e 100% representam as origens de capital próprio, ou Patrimônio Líquido. O
Patrimônio Líquido é composto pelo Capital Social, de R$ 35.000,00 e o Lucro Líquido de R$
1.558,44, auferido pela empresa em seu primeiro mês de atividades.

4.4.7 Indicadores Financeiros

Na sequência são apresentados os indicadores financeiros que medem a viabilidade do


escritório de contabilidade a ser implantado.
O ponto de equilíbrio representa o volume de vendas ou serviços onde não há nem
lucro nem prejuízo, ou seja, onde a receita é equiparada aos custos e despesas envolvidos na
comercialização ou prestação de serviços, de modo que com esta informação a empresa sabe
qual é o mínimo que deve ser vendido ou serviço prestado para cobrir todos os custos e
despesas. Sendo assim todas as vendas ou serviços excedentes ao ponto de equilibro geram
margem de lucro para a empresa.

Ponto de Equilíbrio = Custos e despesas fixas X 100 = 15.928,68 x 100= 91,09%


Margem de contribuição 17.487,12

Quadro 17: Ponto de Equilíbrio


Fonte: Dados conforme pesquisa

No quadro 17 apresenta o ponto equilíbrio, ou seja, é um indicador de segurança do


negócio, pois mostra o quanto é necessário vender ou prestar serviços para que as receitas se
igualem aos custos.
O ponto de equilíbrio em percentual é de 91,09%, sendo encontrado a partir da divisão
das despesas fixas totais, no valor de R$ 15.928,68, pelo total da margem de contribuição
56

total no valor de R$ 17.487,12 e multiplica por 100. O percentual do ponto equilíbrio é


calculado sobre o faturamento projetado, obtendo-se o seguinte resultado: R$ 21.348,00 x
91,09% = R$ 19.445,89. Ou seja, R$ 19.445,89 seria o valor mínimo que a empresa teria que
vender no ano para não ter lucro e nem prejuízo. A lógica do ponto de equilíbrio mostra que,
quanto mais baixo for o indicador, menos arriscado é o negócio.
A lucratividade é um indicador que mede o lucro líquido sobre a receita operacional
líquida, o qual servirá para capital de giro e investimentos na empresa. O percentual da
empresa é de 7,77% no primeiro mês, e de 20,62% a partir do segundo mês, conforme pode
ser observado no quadro 18. O Resultado Operacional dividido pela Receita Operacional
Líquida (receita bruta menos os impostos). Quanto maior esse percentual melhor, pois
demonstra que após realizar seus serviços e pagar suas despesas e impostos, sobrarão valores
para possíveis investimentos.

Lucratividade
Lucro Líquido x 100 = 1.558,44 x 100 = 7,77%
(%) Mês 01 =
Receita Operacional Líquida 20.067,12

Lucratividade
Lucro Líquido x 100 = 4.138,44 x 100 = 20,62%
(%) Mês 02 =
Receita Operacional Líquida 20.067,12
Quadro 18: Lucratividade
Fonte: Dados conforme pesquisa

Por sua vez a rentabilidade representa o quanto o resultado da empresa rende


mensalmente em relação ao investimento total, que no caso do escritório de contabilidade,
estima-se que seja R$ 35.000,00. Desta forma, para o primeiro mês de atividades da empresa,
prevê-se uma rentabilidade de 4,45%, e de 11.82% a partir do segundo mês, conforme
quadro19.

Rentabilidade (%) = Lucro Líquido x 100 = 1.558,44 x 100 = 4,45%


Mês 01 Investimento 35.000,00

Rentabilidade (%) = Lucro Líquido x 100 = 4.138,44 x 100 = 11,82%


Mês 02 Investimento 35.000,00
Quadro 19: Rentabilidade
Fonte: Dados conforme pesquisa
57

O quadro 20 demonstra o Prazo de Retorno de Investimento que se refere ao período


de tempo necessário para recuperar, por meio de lucro líquido, o capital inicial investido no
empreendimento, sem considerar taxa de desconto. Conforme pode ser observado, o
investimento inicial para abertura do escritório, estimado em R$ 35.000,00, será recuperado
em 8 meses e 14 dias, ou seja, aproximadamente 9 meses.

PRI- Prazo de Retorno


de Investimento = Investimento Total x 100 = 35.000,00 x 100 = 8,46 Meses
Lucro Líquido 4.138,44

Quadro 20: Prazo de Retorno de Investimento


Fonte: Dados conforme pesquisa

4.5 Análise de Investimentos

As Analises de Investimentos são realizadas pelos métodos de Valor presente (VLP),


Taxa Interna de Retorno (TIR) e Playback.

4.5.1 Valor Presente Líquido (VPL)

O método Valor Presente líquido (VPL) cabe salientar que sempre que for positivo, ou
seja, superior ao valor do investimento, significa que o empreendimento terá um retorno
acima do custo de oportunidade da empresa. O quadro 21, que demonstra o cálculo de análise
de investimento pelo método do valor presente líquido, considerando-se uma taxa mínima de
atratividade – TMA de 20%:

METODO DO VPL
Meses Fluxo de caixa Saldo VP VPL
0 -35.000,00 -35.000,00 -35.000,00 -35.000,00
1 4.363,06 -30.636,94 3.635,88 -31.364,12
2 8.879,81 -21.757,13 6.166,53 -25.197,58
3 13.396,57 -8.360,56 7.752,64 -17.444,94
4 17.913,32 9.552,76 8.638,75 -8.806,18
5 22.430,08 31.982,84 9.014,15 207,96
6 26.946,84 58.929,68 9.024,44 9.232,40
7 31.463,59 90.393,27 8.780,91 18.013,32
58

8 35.980,35 126.373,62 8.367,88 26.381,19


9 40.497,10 166.870,72 7.848,61 34.229,81
10 45.013,86 211.884,58 7.269,99 41.499,79
11 49.530,62 261.415,20 6.666,23 48.166,02
12 54.047,37 315.462,57 6.061,77 54.227,79
TMA 20,00%
Quadro 21: Valor Presente Líquido (VPL)
Fonte: Dados conforme pesquisa

O cálculo anterior aponta um VLP positivo dentro do horizonte de tempo de cinco


meses; isso significa que nos quatros primeiros meses, o escritório paga o investimento inicial
e que a partir do quinto mês, passa a apresentar um fluxo positivo de valores.

4.5.2 Taxa Interna de Retorno (TIR)

A Taxa Interna de Retorno (TIR) está intimamente relacionada com o Valor Presente
Líquido, representando a taxa efetiva de juros que iguala o VPL de um determinado projeto à
zero.

Meses Fluxo de caixa Saldo VP VPL


0 -35.000,00 -35.000,00 -35.000,00 -35.000,00
1 4.363,06 -30.636,94 3.098,49 -31.901,51
2 8.879,81 -21.757,13 4.478,39 -27.423,12
3 13.396,57 -8.360,56 4.798,11 -22.625,01
4 17.913,32 9.552,76 4.556,30 -18.068,71
5 22.430,08 31.982,84 4.051,59 -14.017,12
6 26.946,84 58.929,68 3.456,70 -10.560,42
7 31.463,59 90.393,27 2.866,30 -7.694,12
8 35.980,35 126.373,62 2.327,75 -5.366,37
9 40.497,10 166.870,72 1.860,61 -3.505,76
10 45.013,86 211.884,58 1.468,71 -2.037,05
11 49.530,62 261.415,20 1.147,68 -889,37
12 54.047,37 315.462,57 889,37 0,00
TIR 40,81%
Quadro 22: Taxa Interna de Retorno (TIR)
Fonte: Dados conforme pesquisa

No quadro 22, pode-se observar a terceira coluna corresponde ao valor dos fluxos de
caixa gerados pelo empreendimento, a quarta coluna corresponde o saldo de fluxo de caixa,
59

na quinta coluna é valor presente calculado sobre a taxa efetiva de 40,81% ao mês, ou seja, a
TIR deste empreendimento e a na sexta coluna apresenta-se o valor dos fluxos de caixa
trazidos a valor presente, ou seja, considerando o custo do dinheiro no tempo, gerando um
VPL nulo, igual a zero.

4.5.3 Payback

A relação ao retorno dos investimentos pela técnica de payback, observada quando os


benefícios líquidos de caixa se igualam ao valor do investimento inicial, foi possível
identificar o número de meses necessários para recuperar o que foi investido na empresa, de
acordo com o quadro 23:

Meses Fluxo de Caixa Gerado Acumulado


0 -35.000,00 -35.000,00
1 1.936,76 -33.063,24
2 4.516,76 -28.546,49
3 4.516,76 -24.029,73
4 4.516,76 -19.512,98
5 4.516,76 -14.996,22
6 4.516,76 -10.479,46
7 4.516,76 -5.962,71
8 4.516,76 -1.445,95
9 4.516,76 3.070,80
10 4.516,76 7.587,56
11 4.516,76 12.104,32
12 4.516,76 16.621,07
Quadro 23: Payback
Fonte: Dados conforme pesquisa

Pode-se observar que a partir do mês 9, a empresa terá recuperado todo seu
investimento, com um valor positivo de caixa de R$ 3.070,80.
60

CONCLUSÃO

Iniciar um negócio próprio corresponde á realização de um sonho de muitos


empreendedores, porém é preciso muito mais que uma ideia para se obter êxito no mercado.
Para chegar ao mercado, é necessário ter um diferencial para atrair clientes, que até então, já
são atendidos pela concorrência.
Para identificar a viabilidade de abertura de um negócio, faz-se necessário um
adequado estudo com previsões que possam auxiliar a tomada de decisão, identificando os
riscos e propondo estratégias para minimizá-los e até mesmo evita-los.
Este estudo, teve como objetivo analisar a viabilidade econômica e financeira da
implantação de um escritório de contabilidade, com foco em consultoria, neste município.
Inicialmente o estudo proposto apresenta a sua contextualização e nesta o objetivo de
elaborar um plano de negócios. Logo, consta a revisão bibliográfica, envolvendo conceitos,
aplicações e finalidades do plano de negócio na qual se apresenta uma ampla pesquisa que foi
fundamental para o desenvolvimento do estudo aplicado, seguido pela metodologia utilizada
no desenvolvimento do estudo.
Na sequencia, o estudo apresenta desde a descrição da empresa, onde observou-se as
variáveis deste tipo de negócio, delimitaram-se os serviços prestados e a estrutura do
escritório de contabilidade, com a finalidade de determinar as atividades da empresa e
caracterizar a mesma para atuação do mercado.
Para examinar a viabilidade do escritório de contabilidade, foram feitas as observações
referente ao setor, aos clientes, à concorrência do escritório de contabilidade e foram traçadas
algumas estratégias de marketing, qualificando ainda mais a proposta do escritório.
Constatou-se que é um setor em crescimento, com grande número de clientes em potencial,
sendo necessário um investimento em serviços de qualidade, transparência, ética e com preços
competitivos, além do aprimoramento técnico constante na área.
Por meio da analise de viabilidade foram descrito os investimentos iniciais além dos
gastos fixos da empresa, sendo necessário um investimento aproximado de R$ 29.993,70 em
61

móveis, utensílios e equipamentos e as despesas fixas no valor de R$ 15.928,68. Apurou-se o


ponto de equilíbrio do negócio, sendo possível projetar seu faturamento e elaborar a
demonstração do resultado do exercício que apontou lucro já nos primeiros meses de
atividades.
Na analise da viabilidade financeira, avaliou-se o retorno do investimento, com
disponibilidade positiva de caixa a partir do primeiro mês. Por meio do método payback
observou-se que o investimento será recuperado no nono mês de atividade do escritório e pelo
método Valor Presente liquido, o desembolso do investimento inicial foi a partir do quinto
mês. Analisou-se também a taxa Interna de retorno para o projeto nesse prazo, indicando
valor superior a TMA, 40,81% a.m.
A análise do cenário pessimista apontou que o empreendimento também é viável,
porem necessita de um prazo bem maior para ter rentabilidade.
Com capital próprio já disponível para o investimento, além do número de
funcionários, constituídos pelos dois sócios do negócio, possibilitaram os baixos custos e
tornaram desnecessária a utilização de financiamentos.
Observou-se a existência de capital próprio para investimento, pelo estudo financeiro
foram constados baixos custos e rentabilidade, porém atrair clientes torna-se uma das
premissas mais difíceis de se alcançar num empreendimento que esta iniciando suas
atividades. Desse modo, partindo do objetivo geral deste estudo, através das analises de
mercado e econômico-financeiro, pode-se constatar que é viável a abertura de um escritório
de contabilidade.
Finalizando este trabalho de Conclusão de Curso, cabe ressaltar que esta pesquisa
proporcionou na minha formação pessoal e profissional permitir colocar em pratica os
conhecimentos de como implantar um escritório de contabilidade, simulando por meio de um
plano de negócio. Nesta pesquisa constatei que tenho todo suporte necessário para ter no
futuro meu próprio escritório de contabilidade, e com certeza será gratificante iniciar um
negócio e chegar ao seu final com a satisfação de ter alcançado os objetivos, e com
sentimento de dever cumprido.
62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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63

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