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SUPLEMENTO DE LEITURA

Alice, uma menina muito curiosa, ao ver um coelho vestindo


um colete e correndo com um relógio na mão, resolve segui-lo.
Ele entra numa toca e ela vai atrás dele, caindo fundo, muito
fundo, até chegar ao País das Maravilhas, lugar alucinante,
povoado de seres estranhíssimos, onde tudo pode acontecer.

O autor e a obra
Alice no País das Maravilhas foi escrito por Lewis lar sobre a história de leitura deles e, mais especifica-
Carroll, pseudônimo do inglês Charles Lutwidge mente, sobre o papel das ilustrações e dos diálogos no
Dodgson, professor de Lógica e de Matemática na imaginário das crianças em fase de alfabetização.
Universidade de Oxford. Sua obra, publicada pri-
meiramente em 1865, surgiu a partir de uma história 2 Alice passou do mundo real para o mundo não-real
contada por Carroll a Alice Liddell (10 anos) e a suas ao entrar na toca do coelho e cair num mundo subter-
irmãs Lorina (13) e Edith (8). Carroll se inspirou na râneo. Você conhece outras histórias com elementos
menina Alice para compor a heroína cujas aventuras que funcionam como uma passagem do universo real
alcançaram sucesso imediato entre jovens e adultos de para o não-real?
todo o mundo. Professor: Aqui chamamos de mundo “real” o uni-
verso que também já faz parte de uma narrativa
1 Num dia quente, Alice estava num banco de jar- ficcional, que é o universo criado pelo autor em sua
dim com sua irmã, olhando entediada um livro que obra. O “não-real” seria outro universo criado no
ela achava “sem graça”, “sem figuras nem diálogos...” interior do primeiro, em que as personagens ultra-
(p. 11). Nessa história, Alice tinha sete anos e meio. passam a sua “realidade” comum, para viver fatos
Em sua opinião, por que crianças dessa idade gostam fabulosos em outro espaço ficcional. Os alunos po-
tanto de livros ilustrados e com diálogos? Você tam- dem citar muitas histórias fantásticas, tais como: Pe-
bém gostava de livros bem ilustrados quando tinha ter Pan (o pó de Pirlimpimpim, que conduz as per-
essa idade? sonagens à Terra do Nunca); O Mágico de Oz (de
Resposta pessoal. Professor: Estimule seus alunos a fa- L. Frank Baum, em que também há a queda de

Parte integrante do livro Alice no País das Maravilhas, da Companhia Editora Nacional. Não pode ser vendida separadamente. Alice no País das Maravilhas 1

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Dorothy num mundo como artifício para ingressar 5 Nas colunas abaixo, você encontra, na primeira, os
numa terra maravilhosa); Alice no País do Espelho lugares que Alice percorreu no País das Maravilhas.
(Alice atravessa um espelho para chegar ao tabuleiro Na segunda, há os fatos ocorridos. Associe os luga-
de xadrez, que é o universo mágico da narrativa) etc. res aos fatos, numerando a segunda coluna de acordo
com a primeira:
3 Chegando ao fundo da toca, Alice encontrou uma
porta bem pequenina e, olhando através dela, avistou (1) Casa do Coelho Branco
ao fundo um belo jardim. Queria chegar até lá, mas (2) No meio de floresta
era grande demais para passar pela porta. Releia esse (3) Na casa da duquesa
episódio nas p. 18 e 19 e encontre: (4) Na casa da Lebre
a) Uma pista de que os objetos, no local onde ela esta- (5) No Jardim
va, comunicavam-se com as pessoas por meio da lin-
guagem escrita. (5) Cortejo da guarda e dos súditos da rainha; jogo de
O vidrinho em que estava escrito “Beba-me”. Profes- croqué.
sor: Comentar com os alunos que o modo imperativo (1) Alice fica enorme e não consegue mais sair da casa;
pressupõe uma situação de interlocução, ou seja, a pre- os animais, do lado de fora, jogam pedras para que ela
sença de um interlocutor. saia de lá.
(4) Alice toma chá e tem um diálogo estranho com
três personagens malucos.
b) Um argumento para considerarmos Alice uma (2) Encontro com o cachorrinho, com a lagarta e com
garota prevenida e cuidadosa: a pomba.
O fato de ela se lembrar dos ensinamentos dos pais e das (3) Duas mulheres enfurecidas gritam, jogam panelas
histórias em que meninas desobedecem às recomendações e caçarolas uma na outra, xingam um bebê, atiram-no
e sofrem terríveis conseqüências. Por esse motivo, ela foi como se fosse uma bola no colo de Alice e saem cor-
ver se no vidro estava escrita a palavra “veneno”. rendo.

4 Alice se vê, logo em seguida, nadando com alguns 6 Uma das características mais marcantes do País das
animais estranhos. De início pensou que estivesse no Maravilhas é o chamado “nonsense”, ou seja, a inver-
mar, mas depois chegou à conclusão de que nadava são da ordem natural das coisas e do sentido habitual
num lago formado por suas próprias lágrimas. Que da linguagem. Faça uma relação das passagens mais
outro fato ocorrido no lago mostra que o julgamento malucas que você encontrou no livro.
de Alice sobre o tamanho das coisas mudava confor- Resposta pessoal. Professor: Será interessante colo-
me o seu tamanho? car no quadro os episódios mencionados pelos alunos,
Ela ter visto um animal nadando e ter pensado que era aproveitar para esclarecer dúvidas e até mesmo suge-
um hipopótamo, mas, quando se aproximou, percebeu rir uma eleição entre os alunos para escolher a melhor
que era um rato. passagem.

Atividades
Espaço

Enquanto caía, Alice pensava: “Quantos quilômetros saber se estou caindo bem a prumo pelo interior da
já terei descido? [...] Com certeza estou pertinho do Terra. Seria engraçado se atravessasse a Terra inteiri-
centro da Terra, a uns 6.600 quilômetros, talvez. [...] nha e fosse sair do outro lado” (p. 15).
Em que latitude e longitude estarei? [...] Gostaria de

2 Alice no País das Maravilhas

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Converse com seus colegas sobre as questões seguintes: a partir de outra já existente é acrescentar a ela outro
radical, um prefixo ou sufixo (curioso + ismo = curio-
7 Você sabe o que significam latitude e longitude? sismo).
Consulte o dicionário ou o professor de Geografia. Se essa palavra não está registrada nos dicionários ou
Conceitos a serem verificados no dicionário. Latitu- não costuma ser empregada na fala, estamos criando
de: na esfera terrestre, ângulo que faz com o plano do um neologismo, isto é, uma palavra nova. Muitos
equador terrestre o raio que passa por determinado autores empregam neologismos em suas obras, tor-
observador ou determinada localidade. Longitude: na nando o texto muito interessante.
esfera terrestre, arco do equador terrestre compreen-
dido entre o meridiano que passa pelo observatório 10 Localize nas frases abaixo outros neologismos
astronômico de Greenwich (subúrbio de Londres) e inventados por Alice. Explique o seu sentido e encon-
o meridiano que passa pelo observador. (Definições tre palavras que contenham o mesmo radical.
do dicionário Aurélio.) É por meio das coordenadas a) “Arre! Como estou asneirenta hoje!”
apresentadas pela latitude e pela longitude que é pos- Asneirenta: que diz muita asneira, bobagem. Asneira,
sível dar a localização exata de qualquer lugar ou ob- asno.
jeto no globo terrestre.
b) “Mas mudemos de assunto, senhor Rato. Vejo que
8 Se alguém, assim como Alice, caísse num buraco e esse assunto gatal não é muito do seu agrado.”
aparecesse no outro lado da Terra, quantos quilôme- Gatal: assunto referente a gatos. Gataria, gatinho.
tros percorreria?
Pesquisa com o professor de Geografia. Um total de c) Com base nas palavras sugeridas abaixo, invente
12.760 quilômetros, que é o diâmetro da Terra. neologismos e redija uma frase com cada um deles.
[Lagarta – chá – esperto]
Resposta pessoal.
Criatividade

9 Alice, enquanto esperava que o Rato contasse a sua


história, olhava para a cauda dele e observava o quan- 11 Pelos jogos com a linguagem, pelas reflexões sobre
to ela era comprida e cheia de voltas. Então já imagi- o sentido das palavras e pelas charadas que propõe ao
nou que a história do Rato, impressa num livro, teria leitor nos diálogos de Alice, percebemos que Lewis
o formato semelhante ao da cauda (releia a história Carroll era professor de Lógica. Veja:
do Rato na p. 38). Redija agora um poema ou texto
em prosa e dê a ele a forma de algo associado ao seu “– Então diga o que você quer dizer.
tema. – Eu quero dizer o que penso, o que dá na mesma.
Resposta pessoal. – Não, senhora – contestou o Chapeleiro. – Se assim
fosse, ‘vejo o que como’ seria o mesmo que ‘como o
que vejo’.
– Está claro – acrescentou a Lebre. – Se assim fosse,
você poderia dizer que ‘quero o que tenho’ é o mesmo
que ‘tenho o que quero’.
Palavras – Claríssimo – ajuntou o Rato do campo, que parecia
falar dormindo. – Se assim fosse, você poderia dizer
“– É nisso que dá o curiosismo!” – exclamou Alice que ‘respiro quando durmo’ é o mesmo que ‘durmo
para si mesma” (p. 22). quando respiro’.
Você deve ter notado que Alice gosta muito de in- – Isso, aliás, é verdade com você – disse o Chapeleiro
ventar palavras, assim como a Emília, personagem de dirigindo-se ao Rato.” (p. 76 e 77)
Monteiro Lobato. Um modo de inventar uma palavra

Alice no País das Maravilhas 3

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a) Crie duas frases empregando dois verbos no pre- – Mais chá? Como, se até agora não tomei chá ne-
sente do indicativo, como nos trechos destacados; nhum? – disse a menina, ofendida.
depois faça a inversão da ordem dos verbos e verifi- – Você quer dizer – interveio o Chapeleiro – que não
que se houve alteração de sentido. Procure criar frases pode tomar menos chá. É fácil tomar mais; menos é
com inversões engraçadas. Ex.: Como maçãs quando que é impossível.” (p. 82)
vou à feira. Vou à feira quando como maçãs. Em sua opinião, quem tem razão sobre o significado
Resposta pessoal. de “mais”?
Discuta a questão com o professor de Matemática.
Resposta pessoal. Professor: O objetivo não é que
b) Releia o trecho em que Alice conversa com os animais: os alunos resolvam a questão, mas que percebam
que o livro traz, de forma lúdica, uma reflexão sobre
“– Não amole! – disse a Lebre. – Tome mais chá e a linguagem.
fique quieta. Deixe o Rato contar a história.

Para saber mais

Para ler Para assistir

Alice no País do Espelho, de Lewis Carroll. Compa- Alice no País das Maravilhas. Estados Unidos, 1951.
nhia Editora Nacional, 2005. Direção: Clyde Geronimi e outros (75 min.).
Pinóquio, de Carlo Collodi. Companhia Editora O Mágico de Oz. Estados Unidos, 1939. Direção:
Nacional, 2004. Victor Fleming (101 min.).
As aventuras de Peter Pan, de J.M. Barrie. Ediouro, Em busca da Terra do Nunca. Estados Unidos, 2004.
2004. Direção: Marc Foster (106 min.).
História sem fim, de Michael Ende. Martins Fontes, História sem fim. Estados Unidos, 1984. Direção:
2005. Wolfgang Petersen (92 min.).

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