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Introdução

O estudo desta disciplina será norteado pelo Estatuto da Advocacia e a


Ordem dos Advogados do Brasil (EAOAB – Lei 8.906/94), pelo Código de
Ética e Disciplina (CED), como também pelo Regulamento Geral do
Estatuto da Advocacia e a OAB (RGEAOAB). Além da Legislação
mencionada, faremos menção também a outros ramos do Direito, a
começar pela Constituição Federal, a qual em seu Art. 133 comenta acerca
da indispensabilidade do Advogado na administração da Justiça, quando
estabelece:

Art. 133 - O advogado é indispensável à administração da justiça,


sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão,
nos limites da lei.

Bem assim estabelece o Art. 2º do Estatuto da Advocacia e a Ordem


dos Advogados do Brasil (Lei 8906/94):

Art. 2º - O advogado é indispensável à administração da justiça.


§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce
função social.
§ 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão
favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos
constituem múnus público.
§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e
manifestações, nos limites desta lei.
Atividade Privativa
da Advocacia

De acordo com o Art. 1 º do Estatuto, são atividades privativas


da Advocacia a postulação a órgão do Poder Judiciário e aos Juizados
especiais, bem como as atividades de consultoria, assessoria e direção
jurídicas.

ATENÇÃO

❖ Consultoria: primeiro atendimento;


❖ Assessoria: atos posteriores; e
❖ Direção Jurídica: gerência jurídica que qualquer empresa pública,
privada ou paraestatal deve possuir referentes à mesma.

O Art. 4º do EAOAB estabelece que são nulos todos os atos privativos


do Advogado praticados por pessoas não inscritas na OAB, como também
aqueles atos praticados por Advogados impedidos, suspensos, licenciados
ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia.

Fique sabendo!

A) Impedimento (Art. 30, I e II do EAOAB): é a proibição parcial do


exercício da Advocacia;
B) Suspensão (Art. 37 do EAOAB): é a punição aplicada pela OAB
afastando o Advogado por um determinado tempo, podendo variar
entre 30 dias a 12 meses;
C) Licenciamento (Art. 12 do EAOAB): solicitação de afastamento por
motivo justificado;
D) Atividade incompatível (Art. 28 do EAOAB): Ao exercer atividade
incompatível com a Advocacia, o profissional será impedido de atuar, em
se tratando de incompatibilidade temporária, será concedida a licença do
mesmo.

Entretanto, importante atentar que as atividades privativas não são


absolutas, apresentando algumas exceções:

- Postulação perante a Justiça do Trabalho


- Postulação perante o Juizado Especial Cível;
- Postulação perante o Juizado Especial Cível Federal;
- Impetração de Habeas Corpus;
- Postulação perante o Juiz de paz; e
- Visar atos e contratos constitutivos de empresas individuais,
- ME e EPP
Advocacia Pública

A Advocacia Pública, como regulamenta o Provimento 114/ 2006


editado pelo Conselho Federal da OAB, deve ser exercida por Advogado
inscrito na OAB, que ocupe cargo ou emprego público, ou de direção de
órgão jurídico, em atividade de representação judicial, de consultoria ou
orientação judicial e de defesa dos necessitados.

ATENÇÃO

Os profissionais que exercem advocacia pública estão sujeitos


primeiramente ao regime da Lei da Advocacia, e só posteriormente ao
seu regime próprio. Porquanto, tais profissionais podem integrar
qualquer órgão da OAB.

O Advogado público pode atuar nas seguintes áreas:

a) Federal: Advogados da União; Procuradores da Fazenda, Procuradores


Federais e Procuradores do Banco Central;

b) Estadual e Distrito Federal: Procuradores do Estado e Procuradores


das Autarquias e Fundações públicas; e

c) Municipal: Procuradores do Município e Procuradores das


Autarquias e Fundações Públicas.
Mandato Judicial

O profissional para advogar em favor dos interesses de terceiros


precisa possuir poderes de representação. Esta representação se
estabelece pela figura contratual do mandato, através do qual alguém
(mandatário ou procurador) recebe poderes de outra pessoa (mandante)
para, em seu nome, executar atos de efeitos jurídicos ou administrar
interesses. Ademais, vale lembrar que o referido contrato será consolidado
pelo instrumento de procuração.

ATENÇÃO

O Advogado sem procuração poderá atuar em casos urgentes, devendo,


entretanto, juntá-la no prazo de 15 dias, prorrogáveis por igual período,
sob pena dos atos praticados serem reputados como inexistentes (Art.
37, CPC e Art. 5 § 1°, EAOAB).

A extinção do mandato poderá ocorrer por meio das seguintes


hipóteses: a) Renúncia: o Advogado poderá renunciar os poderes de
representação unilateralmente, todavia, devendo notificar de forma
inequívoca o mandatário, ademais, deverá o Advogado permanecer em
seu pleno exercício durante o período de 10 (dez) dias, salvo se for
substituído; b) Revogação: Trata-se de ato unilateral do cliente que poderá
revogar sem aviso prévio os poderes de outorga do Advogado, embora
que tal ato não o desobrigará o pagamento de honorários advocatícios e
verbas honorárias de sucumbência; c) Substabelecimento sem reserva de
poderes: revoga os poderes concedidos ao Advogado substabelecente, o
qual não mais poderá atuar no processo e d) Forma presumida:
configurada pela conclusão da causa ou o arquivamento do processo.
Fique sabendo!

A renúncia é um ato do Advogado, ao passo que a revogação é um ato


do cliente.

O Advogado poderá outorgar os poderes que recebeu do cliente por


meio do instrumento de Substabelecimento que poderá ser com reserva
de poderes ou sem reserva de poderes. Para isso, importante que conste
na procuração poderes expressos para substabelecer.
Inscrição na OAB

Os Cidadãos de nacionalidade brasileira diplomados por


qualquer faculdade de Direito do Brasil ou de Portugal, legalmente
habilitados a exercer a advocacia no Brasil, podem inscrever-se na Ordem
dos Advogados (Art. 3° EAOAB), depois de preenchidos os requisitos
constantes no Art. 8° do EAOAB, a saber:

Art. 8º - Para inscrição como advogado é necessário:


I – capacidade civil;
II – diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de
ensino oficialmente autorizada e credenciada;
III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
IV – aprovação em Exame de Ordem;
V – não exercer atividade incompatível com a advocacia;
VI – idoneidade moral;
VII – prestar compromisso perante o Conselho.

I – Capacidade civil: O bacharel em Direito deverá possuir capacidade de


direito e de fato, ou seja, ter 18 anos completos e gozar de sanidade
mental.

II – Diploma ou certidão de graduação em direito: deve ser obtido em


instituição oficialmente autorizada e credenciada pelo MEC. O curso
concluído em instituições estrangeiras apenas terá validade se for
devidamente revalidado no Brasil.
III – Título de eleitor e quitação do serviço militar: o bacharel em Direito
deverá comprovar a regularização eleitoral e, em sendo do sexo masculino,
a regularização militar.
IV – Aprovação em exame da ordem: o exame atualmente é
regulamentado pelo Provimento 144/ 2011, sendo realizado três vezes ao
ano.

V – Não exercer atividade incompatível com a advocacia: no Art. 28 do


EAOAB teremos elencadas todas as atividades que são incompatíveis com
o exercício da Advocacia. Entretanto, muito embora o candidato exerça
atividade incompatível, este poderá realizar o exame, obtendo, acaso
aprovado, uma certidão de aprovação.

ATENÇÃO: A certidão de aprovação não possui prazo de validade.

VI – Idoneidade moral: o bacharel em direito deverá ser pessoa idônea,


pela importância da função social e da própria atividade da advocacia.

ATENÇÃO: O requisito para inscrição na OAB é Idoneidade moral, ao passo que


Inidoneidade moral é uma hipótese de exclusão dos quadros da OAB.

VII – Prestar compromisso perante o Conselho: O bacharel em Direito terá


que prestar compromisso perante o Conselho Seccional, trata-se de ato
personalíssimo, não sendo possível a figura do procurador.

Inscrição principal (Art. 10 EAOAB): Deverá ser realizada no Conselho


Seccional em que o Advogado estabelecer seu domicílio. Vale lembrar que
o domicílio profissional poderá abranger todo o território nacional.
Inscrição suplementar (Art. 10 EOAB, § 2°): Será necessária quando o
Advogado exercer atividade profissional fora da sua sede principal,
excedendo 5 (cinco) causas por ano.
Inscrição por transferência (Art. 10 EOAB, § 3°): Em caso de mudança de
domicílio profissional, deverá o Advogado solicitar junto ao Conselho
Seccional em que se encontra inscrito, a transferência de seu registro para
a Seção que pretende atuar.
Estrangeiros e a Advocacia
no Brasil

O Cidadão estrangeiro, como também o brasileiro formado no


exterior, poderá validar seu diploma desde que atenda aos requisitos
constantes no já mencionado Art. 8° do EAOAB, além de realizar prova de
título de graduação e revalidar no MEC.

Muito embora o Advogado estrangeiro não revalide seu diploma,


poderá este atuar no território nacional, todavia, com algumas restrições
impostas pelo provimento 91/ 2000. De modo que, os Advogados
estrangeiros ou sociedades de advogados deverão obter autorização
precária no Conselho Seccional do local onde tiver o domicílio profissional,
restringindo-se apenas à prestação de serviços de consultoria/ assessoria
em Direito estrangeiro ao país de origem.

Fique sabendo!

O Advogado de nacionalidade portuguesa que queira se inscrever junto a


OAB, será dispensado do Exame de Ordem e da revalidação do diploma.
Cancelamento e
Licenciamento da Inscrição

O Estatuto, em seu Art. 11, disciplina sobre o cancelamento da inscrição


na OAB, apontando algumas hipóteses: a) assim o requerer; b) sofrer
penalidade de exclusão; c) falecer; d) passar a exercer, em caráter
definitivo, atividade incompatível com a advocacia; e e) perder qualquer
um dos requisitos necessários para inscrição.

O cancelamento difere da licença (Art. 12) uma vez que esta significa
afastamento temporário e aquele possui caráter definitivo. Ademais,
quanto as hipóteses, a licença pode ser requerida: a) requerer por motivo
justificado; b) exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter
temporário; e c) sofrer doença mental curável.

Fique sabendo!

Em nova solicitação de inscrição, deve o Advogado fazer prova dos


requisitos do Art. 8° do EAOAB, exceto prestar novo Exame da Ordem.
Sociedade de Advogados

Regulamentada pelos Arts. 15 a 17 do EAOAB, a Sociedade de


Advogados não pode ser registrada em cartório nem funcionar na forma
de sociedade empresária ou qualquer outra que possua cunho mercantil.
Ademais, uma Sociedade de Advogados deve ser composta apenas por
advogados inscritos nos quadros da OAB.

ATENÇÃO

Natureza Jurídica: Sociedade simples;


Personalidade Jurídica: Adquirida junto ao Conselho Seccional da OAB
onde se encontrar a sede da Sociedade;
Responsabilidade dos sócios: Subsidiária e ilimitadamente;
Objeto social: atividade de advocacia;
Razão social: a Sociedade deverá ter obrigatoriamente o nome completo
ou abreviado de um Advogado responsável pela Sociedade, não é
permitido nome fantasia.

Cai na Prova: O contrato social deve ser averbado no Conselho Seccional


da matriz e arquivado no Conselho Seccional da filial.
Espécie de Advogados

a) Profissional liberal: é o profissional que não mantém vínculo


empregatício;
b) Sócio: Advogado regulamente inscrito no local da sede da Sociedade;
c) Associado: Advogado que poderá participar dos lucros da Sociedade a
qual for associado. Não possui vínculo empregatício, sendo apenas uma
relação contratual. Ademais, quanto a responsabilidade civil, este
responderá subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados.
d) Advogado empregado: será aquele que mantém um vínculo
empregatício, sob o regime celetista. Vale lembrar que este não perderá a
isenção técnica nem a independência profissional, inerentes à advocacia.

Fique sabendo!

O salário mínimo não é formalizado pela OAB e sim por sentença


normativa.
Honorários Advocatícios

Trata-se da contraprestação, sem caráter obrigatório, paga pelo


Cliente ao Advogado em razão de serviços judiciais e extrajudiciais.

Tipos de Honorários:
a) Honorários convencionados: honorários acordados livremente entre o
Advogado e seu cliente; b) Honorários arbitrados: na ausência de
estipulação de valores, os honorários poderão ser judicialmente
arbitrados; e c) Honorários de sucumbência: honorários provenientes da
parte vencida, como também nas execuções de títulos extrajudiciais.

Natureza jurídica: os Honorários Advocatícios têm natureza alimentar.

A forma de pagamento dos honorários advocatícios é


livremente pactuada entre as partes. Na falta de convenção, será
observada a norma supletiva do Estatuto (art. 22, § 3°, do EAOAB),
prevendo a divisão do pagamento dos honorários em três momentos, em
partes iguais (1/3 no início da prestação do serviço, 1/3 após a decisão de
1ª instância e 1/3 no final do processo), quando se tratar de processo
judicial, bem como de serviços extrajudiciais. Ademais, o Advogado poderá
fixar sua remuneração sempre acima do mínimo fixado na Tabela de
Honorários, pois a observância do valor mínimo deve-se ao art. 41 do CED.
Os honorários integram o patrimônio civil da pessoa do advogado,
portanto, em caso de morte, transmite-se a seus sucessores legítimos. O
mesmo vale para casos de incapacidade civil superveniente.

Regra: Pago em pecúnia Exceção: Quota litis (pagamento em bens final do


processo).
Prescrição dos honorários (art. 25 EAOAB) - 5 (cinco) anos

A) Vencimento do contrato;
B) B) Trânsito em julgado da decisão;
C) Término do serviço extrajudicial;
D) Desistência ou da transação (acordo); e
E) Renúncia ou revogação.

Incompatibilidade e
Impedimento

Incompatibilidade e Impedimento são espécies de restrições


ao exercício da advocacia. A Incompatibilidade refere-se à proibição total
do exercício da advocacia (art. 28 EAOAB), de modo que o Advogado não
poderá advogar em hipótese alguma, nem mesmo em causa própria.
Entretanto, tal proibição poderá ensejar apenas uma licença quando a
atividade incompatível tiver natureza temporária (art. 12, II, do EAOAB),
ou pode gerar o cancelamento da inscrição, nos casos de atividade
incompatível em caráter definitivo.

ATENÇÃO

Os atos praticados pelo Advogado que passa a exercer atividade


incompatível são nulos. A nulidade é absoluta, não devendo ser
confundida com a anulação ou a anulabilidade.
O impedimento significa que o Advogado poderá exercer
parcialmente suas atividades advocatícias, são espécies de impedimentos:

Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia:


I - os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a
Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade
empregadora;
II - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a
favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas,
sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais
ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público.
Parágrafo único. Não se incluem nas hipóteses do inciso I os docentes dos
cursos jurídicos.

Apesar de serem servidores públicos, os docentes dos cursos


jurídicos podem advogar livremente. O impedimento é a proibição parcial
do exercício da advocacia, todavia, existem algumas hipóteses diferentes,
nas quais a pessoa pode advogar, mas somente no âmbito do cargo público
que ocupa ou, então, pode advogar menos no setor onde trabalha,
tratando de impedimento especial
Responsabilidade Civil,
Penal e Disciplinar do
Advogado
No exercício profissional, o Advogado é responsável pelos atos
que praticar com dolo ou culpa. A relação estabelecida entre o cliente e o
advogado é de consumo, sendo prestador de serviço, a regra é a
responsabilidade objetiva, mas a própria Lei condicionou-a à existência de
culpa no que se refere aos profissionais liberais. A responsabilidade civil do
Advogado, portanto, decorre da culpa e tem fundamento na
responsabilidade civil subjetiva, exigindo que se comprove a efetiva culpa.

Portanto, o Advogado será responsabilizado civilmente quando:


pelo erro de direito, pelo erro de fato, pelas omissões de providências
necessárias para ressalvar direitos do seu constituinte, pela perda de prazo,
pela desobediência às instruções do constituinte, pelos pareceres que der
contrário à lei, à jurisprudência e à doutrina, pela omissão de conselho,
pela violação de segredo profissional, pelo dano causado a terceiro, pelo
fato de não representar o constituinte, pela circunstância de ter feito
publicações desnecessárias sobre alegações forenses ou relativas a causas
pendentes, por ter servido de testemunha nos casos arrolados no art. 7°,
XIX, do EAOAB, por reter ou extraviar autos que se encontravam em seu
poder, pela violação ao disposto no art. 34, XV, XX, XXI, da Lei 8.906/94.

Responsabilidade Penal
O crime de Patrocínio Infiel é um dos crimes praticados contra a
administração da Justiça, ocorre quando o Advogado prejudica o interesse
do seu cliente (art. 355, do CPB). O sujeito ativo desse crime é o Advogado,
membros da Advocacia Geral da União, da Procuradoria da Fazenda
Nacional, das Defensorias Públicas, Procuradorias e Consultorias Jurídicas
dos Estados, Municípios, Distrito Federal, Autarquias e demais entidades
da Administração indireta e fundacional. O sujeito passivo é o Estado e,
secundariamente, a parte prejudicada.
ATENÇÃO

Os atos praticados pelo Advogado que passa a exercer atividade


incompatível são nulos. A nulidade é absoluta, não devendo ser
confundida com a anulação ou a anulabilidade.

Para configurar o crime de Patrocínio Infiel, não basta ter a


configuração de negligência ou imperícia, sendo necessário dolo e malícia.

Patrocínio simultâneo e Patrocínio sucessivo são crimes praticados por Advogado, ou


Procurador judicial, contra a Administração da justiça. O Advogado comete crime de
Patrocínio simultâneo quando defende, na mesma causa, ao mesmo tempo, os
interesses de partes contrárias. Ocorrerá o Patrocínio sucessivo, entretanto, quando o
Advogado deixar de patrocinar a parte autora e passar a representar a parte
contrária.

Importante mencionar também o crime de Exercício da


atividade com infração de decisão administrativa, configurado pela prática
reiterada dos atos próprios da atividade da qual o sujeito se encontra
impedido de exercer por decisão administrativa. Por fim, temos o crime de
Sonegação de autos por meio do qual o Advogado inutiliza ou não restitui
as peças referentes a um processo.

Responsabilidade Disciplinar:

Trata-se da apuração e aplicação, pela OAB, ao Advogado ou


estagiário que infringir as normas contidas no EAOAB, no RGEAOAB e no
CED, de processo e punição pela OAB.

ATENÇÃO

São três as infrações disciplinares: censura, suspensão e exclusão.


Enquanto que a sanção se divide em quatro: censura, suspensão,
exclusão e multa (art. 35 EAOAB).
Sanções Disciplinares:

a) Censura: Pode ser convertido em advertência – na presença de


circunstâncias atenuantes. Ademais, as causas atenuantes serão utilizadas
para determinar o valor da multa e o período da suspensão.

b) Suspensão: Proíbe o exercício da advocacia em todo território nacional


pelo período mínimo de 30 dias e máximo de 12 meses.

c) Exclusão: Implica no cancelamento do número da inscrição, que jamais


se restaura, mas depende da manifestação favorável de 2/3 de todos os
membros do conselho seccional competente, permite o retorno aos
quadros da OAB, por meio de nova inscrição desde que comprido os
requisitos dos §§ 2ºm e 3º do art. 11 EAOAB.

d) Multa: É uma sanção acessória. Aplicada com a censura ou suspensão na


presença de situação agravante.
Procedimento Disciplinar

O Processo disciplinar será iniciado mediante representação


protocolada na OAB, ou por ato de ofício. A competência ficará a cargo do
Conselho Seccional do local da infração, salvo se ela for cometida sob o
Conselho Federal ou quando o representado for membro do Conselho
Federal ou presidente de Conselho Seccional, que passará a ser
competência do Conselho Federal.

ATENÇÃO

Órgãos da OAB: Conselho Federal, Conselho Seccional, Subsecções e


Caixa de Assistência..

Após o recebimento da representação, o Presidente do


Conselho Seccional ou da Subseção deverá designar um Relator para a
instrução do processo e parecer preliminar, o qual será submetido ao
Tribunal de Ética Disciplinar. O Relator nessa fase terá a função apenas de
instruir o processo, posteriormente será nomeado outro Relator que
apresentará o voto ao TED.

Ademais, caberá ao Relator nesta primeira fase, nos termos do


artigo 51, § 2° do CED, realizar um juízo de análise dos pressupostos de
admissibilidade do processo disciplinar. Se a representação estiver
desconstituída dos pressupostos de admissibilidade, o Relator poderá
propor o seu arquivamento liminar.
O pedido de arquivamento será submetido ao Presidente do
Conselho que, estando de acordo, determinará a extinção do processo sem
a apreciação do mérito, todavia, se entender que os pressupostos estão
presentes, ele determinará o prosseguimento do feito, podendo, caso
necessário, substituir o Relator.

Presentes os requisitos, o Relator determinará a notificação do


Advogado representado para que este, no prazo de 15 dias, apresente sua
defesa prévia com rol de testemunhas. Caso o Advogado não apresente
sua defesa prévia no prazo mencionado, o Presidente do Conselho
Seccional ou da Subseção solicitará a nomeação de Defensor Dativo.

Após a apresentação da Defesa Prévia devidamente instruída de


todos os documentos e o rol de testemunhas, até no máximo 5 (cinco),
será proferido o despacho saneador e marcada a audiência para oitiva do
Interessado, do Representado e das Testemunhas das partes,
respectivamente. Posteriormente, concluída a instrução, será concedido
um prazo de 15 dias às partes para apresentação de suas Alegações Finais.
Por fim, o Relator irá proferir Parecer preliminar com sua conclusão,
submetendo-o ao TED.

Após a apreciação do TED, o Presidente do Tribunal irá designar


um novo relator para proferir o voto. O CED faculta ao Relator nomeado,
realizar diligências, caso haja alguma dúvida acerca de todo o processo. O
processo será inserido automaticamente na pauta da primeira sessão de
julgamento.

Fique sabendo!

Prazos: para todos os atos deste processo, aplica-se o prazo de 15 dias. O


prazo da Defesa Prévia, poderá ser prorrogado pelo relator, ao seu juízo.
Prescrição do processo disciplinar (Súmula 01/2011) ocorrerá contado da
data da constatação do fato (data do protocolo. O Processo Disciplinar
utiliza-se subsidiariamente o Código de processo penal e nos não
disciplinares as regras do procedimento comum e da legislação
processual civil, nesta ordem.
Recursos

A Lei permite apenas um tipo de Recurso contra decisão de


qualquer Órgão da OAB. Além do recurso comum, o RGEAOAB dispõe que
há mais de um recurso à disposição das partes, sendo eles:

- Recurso Comum: previsto nos Arts. 75 e 76 do EAOAB


Art. 75. Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decisões definitivas
proferidas pelo Conselho Seccional, quando não tenham sido unânimes ou,
sendo unânimes, contrariem esta lei, decisão do Conselho Federal ou de
outro Conselho Seccional e, ainda, o regulamento geral, o Código de Ética
e Disciplina e os Provimentos.
Parágrafo único. Além dos interessados, o Presidente do Conselho
Seccional é legitimado a interpor o recurso referido neste artigo.
Art. 76. Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões
proferidas por seu Presidente, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela
diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados.

- Embargos: Embargo da decisão não unânime do Conselho Federal,


Conselho Seccional e de subseção, por seu Presidente, para que a matéria
seja revista na sessão seguinte.

- Revisão do Processo Disciplinar: previsão no art. 73, § 5° EAOAB


Efeitos dos Recursos e Prazo: Os Recursos têm duplo efeito; Suspensivo:
por meio do qual a penalidade fica suspensa até a confirmação da decisão
pelo Órgão julgador hierarquicamente superior; e Devolutivo: o qual
devolve ao Órgão julgador hierarquicamente superior a matéria para
reapreciação. Todos os Recursos têm efeito suspensivo e devolutivo,
exceto quando tratarem de eleições, suspensão preventiva decidida pelo
TED e cancelamento da inscrição obtida com falsa prova, situações que
apenas caberá o efeito devolutivo.
Recursos ao Conselho Federal – Art. 75, EAOAB: cabe Recurso ao
Conselho Federal todas as decisões definitivas proferidas pelo Conselho
Seccional, quando não tenham sido unânimes, ou, sendo unânime,
contrariarem o Estatuto da Advocacia, decisão do Conselho Federal ou de
outro Conselho Seccional.

Recursos ao Conselho Seccional – Art. 76, EAOAB: em todas as decisões


emanadas pelo Presidente do Conselho Seccional, pelo tribunal de Ética e
Disciplina ou, ainda, pela Diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência
dos Advogados caberá recurso ao Conselho Seccional.

Reabilitação: O Advogado punido também poderá requerer sua


reabilitação, após um ano de cumprimento efetivo da sanção, inclusive a
exclusão. Ademais, quando a sanção disciplinar resultar da prática de
crime, o pedido de reabilitação depende também da correspondente
reabilitação judicial.
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