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HISTÓRICO
O prédio foi construído no final da
década de 80 (provavelmente entre
1987 e 1990), e sua ocupação pe-
los moradores foi iniciada no início
da década de 90. Segundo relatos
contidos nos relatórios e entrevis-
tas com alguns moradores, os da-
nos no prédio começaram a surgir
desde o início da sua ocupação.
Desde então, estes danos foram se
agravando, especialmente nos dois
pavimentos inferiores de garagem e
no mezanino.
Os danos incluíam fissuras e trincas
em alvenarias, vigas, lajes e pilares,
além de um acentuado desaprumo
do prédio nas direções leste e sul.
A partir de 1992 o prédio começou
a ser monitorado com medições pe-
riódicas de recalques e desaprumo
das fachadas. Além disto, havia um
acompanhamento da evolução de
Figura 3 – Fôrma das sapatas da lâmina do prédio algumas fissuras.
Figura 8 – Inclinação da piscina na laje da periferia do prédio Desabamento do edifício Areia Branca
Figura 15 – Efeito do desabamento do Edifício Areia Branca nos recalques da lâmina do prédio Detalhe das estacas executadas no bloco de
elevação
Em 15/10/2004 houve um fato inu- Conclusão dos dados para as pesquisas sobre
sitado: o desabamento do Edifício desempenho de edifícios e intera-
O artigo apresenta um caso real
Areia Branca com 12 pavimentos, lo- ção solo-estrutura em andamento na
de monitoramento dos recalques,
calizado defronte ao prédio em ques- Universidade de Pernambuco, bem
onde a instrumentação permitiu
tão. Na ocasião, as estacas de reforço como aos engenheiros envolvidos no
ainda não estavam finalizadas, mas identificar o mau desempenho das
projeto, execução e monitoramento
não houve necessidade de desocu- fundações de um edifício na RMR
do reforço das fundações.
pação do prédio. Com o efeito do de- com 26 lajes. A partir dos resultados
sabamento do Edifício Areia Branca, o do monitoramento do prédio, foi
prédio recalcou cerca de 2 mm prati- concebido e executado um reforço LEITURAS
para as suas fundações. O reforço foi
camente uniforme (veja figura 15). COMPLEMENTARES
feito com o prédio ocupado e a esta-
Durante toda a execução do refor- Gusmão, A. D. (2005), Prática de Funda-
bilização dos recalques foi consegui-
ço, foi feito o monitoramento dos ções no Recife. Em Gusmão, A. D.; Gus-
da. Durante o reforço houve um fato
recalques. A frequência das leituras mão Filho, J. A.; Oliveira, J. T. R. e Maia, G.
era alterada em função dos próprios inusitado: o desabamento de um B. (Org.). Geotecnia no Nordeste. Recife,
resultados obtidos. Também foi feito prédio com 12 pavimentos localiza- vol. 1, p. 225-246.
um acompanhamento das principais do defronte ao prédio em questão, o
que provocou um recalque pratica- Gusmão, A. D. (2006) Desempenho de
fissuras pelo engenheiro residente no
mente uniforme de 2 mm. Fundações de Edifícações, XIII Congresso
condomínio do prédio. Após a esta-
Brasileiro de Mecânica dos Solos e Enge-
bilização dos recalques, observou-se nharia Geotécnica, Curitiba.
que os danos existentes não mais
evoluíram. Atualmente, estão sendo
AGRADECIMENTOS
Gusmão Filho, J. A. (1998), Fundações: do
recuperadas as fissuras e trincas nas Os autores agradecem ao condomí- Conhecimento Geológico à Prática da En-
vigas, lajes e paredes. nio do prédio pela permissão do uso genharia, Editora da UFPE, Recife.