Fissuras e Trincas Causadas por Recalque Diferencial

de Fundações
Suzana Valéria Boian de Camargo
Pós-Graduação em Engenharia de Estruturas
Faculdade de Engenharia de Sorocaba - FACENS
Sorocaba, Brasil
suzanaboian@gmail.com

Resumo—O presente trabalho visa demonstrar a importância
da identificação e conhecimento das causas de patologias tipo
fissuras e trincas provocadas por recalque diferencial de
fundação. A pesquisa foi realizada através de revisão
bibliográfica sobre as principais causas do surgimento de
recalques diferenciais nas fundações, e como consequência, o
aparecimento de fissuras e trincas na estrutura da edificação.
Para melhor entendimento das manifestações patológicas tipo
recalques diferenciais de fundações foi realizado estudo sobre as
etapas de execução da fundação, desde a definição e investigação
do solo; principais tipos de fundações; patologias em fundações e
suas principais causas desde a investigação do solo, análise e
projeto, execução e pós-conclusão; fissuras e trincas provocadas
por recalque diferencial de fundação; reforço de fundação e
recuperação das fissuras e trincas.
Palavras-chave — Recalque Diferencial de Fundação, Fissuras,
Trincas, Patologias.
Abstract—The present work aims to demonstrate the
importance of identification and knowledge of pathologies causes,
like fissures and cracks caused by differential settlement of
foundation. The research was realized through bibliography
review about the principal causes of the emergence of differential
settlement of foundations, and as a consequence, the appearance
of fissures and cracks in the building structure. For better
understanding of pathological manifestations, like differential
settlement of foundations, were realized studies about stages of
foundation execution, since from soil definition and investigation;
principal kinds of foundations; pathologies in foundations and
it´s main causes since the soil investigation, analysis and design,
execution and post-completion; fissures and cracks caused by
differential settlement of foundation; foundation reinforcement
and restoration of fissures and cracks.
Keywords — Differential Settlement of Foundation, Fissures,
Cracks, Pathologies.
I. INTRODUÇÃO
As fissuras e trincas são um dos problemas patológicos
mais comuns e relevantes que afetam as edificações e podem
interferir na estética, na durabilidade e nas características
estruturais.
Outra patologia recorrente nas edificações é o recalque. O
recalque ou assentamento é o termo utilizado em engenharia
civil para caracterizar o fenômeno que ocorre quando uma
edificação sofre um rebaixamento devido ao adensamento do
solo sob sua fundação.
O recalque é a principal causa de trincas em edificações,
especialmente quando ocorre o recalque diferencial, ou seja,
uma parte da obra rebaixa mais que outra gerando
esforços estruturais não previstos e podendo até levar a obra à
ruína.
A identificação das causas do recalque diferencial é de
suma importância, pois somente após o cessamento do
recalque pode-se tratar os danos causados pelo mesmo, no
caso as trincas, bem como estabelecer a segurança da obra.
Também ao identificar a causa pode-se tratar corretamente o
recalque e consecutivamente as trincas originadas.
II. OBJETIVO
O presente trabalho objetiva demonstrar as patologias tipo
fissuras e trincas na estrutura da edificação causadas devido ao
recalque diferencial de fundações, apresentando as etapas de
execução da fundação, as possíveis falhas durante as etapas e
indicar possíveis reparos para as patologias estudadas.
III. METODOLOGIA (MATERIAIS E MÉTODOS)
Este artigo é uma pesquisa teórica e bibliográfica, onde visa
o estudo de literatura especializada em fundações e patologias
nelas ocorridas, especialmente daquelas originadas de recalque
diferencial, ocasionando fissuras e trincas na estrutura da
edificação.
Tem como principal objetivo identificar as principais causas
das patologias tipo fissuras e trincas provocadas por recalque
diferencial de fundações.
IV. DEFINIÇÃO DO SOLO
O solo é um material constituído por um conjunto de
partículas sólidas, deixando entre si vazios que poderão estar
parcial ou totalmente preenchidos pela água (CAPUTO apud
SANTOS, [1], p.15), conforme Figura 1.
Fig. 1. Elementos constituintes de um solo (Caputo apud Santos, [1],
p.15).

O comportamento de um solo depende da quantidade
relativa de cada uma das três fases: sólidos, água e ar (PINTO
apud SANTOS, [1], p.15).
Segundo Santos [1] a evaporação pode diminuir a
quantidade de água, e a compressão do solo pode provocar a
saída de água e ar, reduzindo o volume de vazios, alterando a
resistência do solo e contribuindo para a ocorrência de
recalque de fundação.
Os solos são constituídos de seixos e pedregulhos, areias,
siltes e argilas. Essa classificação é obtida em função do
diâmetro das partículas que compõem o solo. É feita mediante
uma análise granulométrica, onde o solo é passado por
peneiras de diversas aberturas. Dessa forma, pode ser
determinado o diâmetro máximo da porção que passou pela
peneira e sua porcentagem (BOTELHO; CARVALHO, p.87
apud SANTOS, [1], p.18).
De acordo com Rebello apud Santos [1], dependendo da
quantidade de cada tipo de solo encontrado na amostra, dá-se a
ela uma denominação, conforme Tabela I.
TABELA I. DISTRIBUIÇÃO DOS TIPOS DE SOLOS E SUAS DENOMINAÇÕES
Fonte: Rebello apud Santos [1].
A. Solos Argilosos
Segundo Rebello apud Santos [1] em razão da
complexidade da constituição da argila, não se consegue obter
um índice que possa definir diretamente a sua parcela de
influência no comportamento do solo.
Em solos argilosos, que tem como característica a
impermeabilidade, as fundações tendem a recalcar em longo
período de tempo devido a expulsão do volume de água no
solo.
B. Solos Arenosos
Os solos arenosos são mais permeáveis e não possuem
coesão. Em razão da falta de coesão, os cortes no terreno
exigem que sejam feitas superfícies inclinadas, chamadas de
taludes. Cortes verticais no terreno não seriam estáveis. Dessa
forma, a areia ao ser escavada imediatamente escorrega sobre
si mesma e se acomoda até atingir um ângulo natural de
repouso, também chamado de ângulo de atrito (BOTELHO;
CARVALHO apud SANTOS, [1], p.22).
Em solos arenosos, devido à elevada permeabilidade,
dificulta o processo de escavação no sentido de permitir o
acesso da água do lençol freático para o interior da escavação.
Ao contrário dos solos argilosos, em solos arenosos o
recalque é imediato.
C. Solos Siltosos
O silte é o solo intermediário entre a areia e a argila. Quase
nunca se tem solo siltoso; ou se tem o solo siltoso-arenoso ou
siltoso-argiloso, e para efeitos práticos eles são tratados como
argilas quando classificados como siltes argilosos, e como
areias, quando siltes arenosos (BOTELHO; CARVALHO
apud SANTOS, [1], p.24).
Segundo Thomaz [2], a capacidade de carga e a
deformabilidade dos solos não são constantes, sendo função
dos seguintes fatores mais importantes:
 Tipo e estado do solo (areia nos vários estados de
compacidade ou argilas nos vários estados de
consistência);
 Disposição do lençol freático;
 Intensidade da carga, tipo de fundação (direta ou
profunda) e cota de apoio da fundação;
 Dimensões e formato da placa carregada (placas
quadradas, retangulares, circulares);
 Interferência de fundações vizinhas.
V. INVESTIGAÇÃO GEOLÓGICA E GEOTÉCNICA
A investigação do solo é a primeira etapa de um projeto de
fundações. Sua identificação e caracterização são essenciais a
fim de se evitar problemas.
Patologias originadas através de incertezas quanto às
condições do solo podem ser resultado da ausência ou
insuficiência da investigação; e falhas na interpretação dos
resultados da investigação do solo.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), através da NBR 6122 – Projeto e execução de
fundações (ABNT, [3]):
Para qualquer edificação deve ser feita uma campanha de
investigação geotécnica preliminar, constituída no
mínimo por sondagens a percussão (com SPT – Standard
Penetration Test), visando a determinação da estratigrafia
e classificação dos solos, a posição do nível d´água e a
medida do índice de resistência à penetração.
O ensaio de sondagem é regulamentado pela NBR 6484
(ABNT, [4]) – Solo – Sondagens de simples reconhecimento
com SPT – Método de Ensaio, auxiliada pela NBR 8036
(ABNT, [5]) - Programação de sondagens de simples
reconhecimento do solo para fundações de edifícios –
Procedimento, que determina as quantidades mínimas de
sondagens, conforme Tabela II.
TABELA II. QUANTIDADE MÍNIMA DE SONDAGENS
Fonte: NBR 8036 (ABNT, [5]).

O resultado do ensaio é o número de golpes necessário para
cravar 30 cm finais. Quando o número de golpes for
apresentado em forma de fração, por exemplo, 7/10 significa
que foram realizados 7 golpes e o amostrador cravou 10 cm no
solo (VELLOSO; LOPES apud SANTOS, [1], p.30)
A seguir modelo de relatório de sondagem (FIGURA 2).
Fig. 2. Relatório de Sondagem SPT (Milititsky, Consoli e Schnaid , [6],
p.36).
Segundo a NBR 6484 (ABNT, [4]), o processo de
perfuração deve ser utilizado até onde se obtiver uma das
seguintes condições:
 Quando se obtiver 30 golpes para penetração dos 15 cm
iniciais em 3 metros sucessivos;
 Quando se obtiver 50 golpes para penetração dos 30 cm
iniciais em 4 metros sucessivos; e
 Quando se obtiver 50 golpes para penetração dos 45 cm
em 5 metros sucessivos.
Também determina a norma NBR 6484 (ABNT, [4]):
No ensaio de avanço por perfuração por circulação de
água, forem obtidos avanços inferiores a 50 mm em cada
período de 10 minutos ou quando, após a realização de
quatro ensaios consecutivos, não for alcançada a
profundidade de execução do SPT.
Ainda, segundo determina a NBR 6122 (ABNT, [3]):
Caso após a realização de sondagens a percussão ainda
restarem dúvidas quanto à natureza do material
impenetrável a percussão, devem ser realizados
investigações ou ensaios complementares como:
sondagens rotativas e mistas; sondagem a percussão com
medida de torque, ensaio de cone e o ensaio de
adensamento.
A. Ausência de Investigação do Solo
Não é admissível a ausência de investigação do solo para
qualquer tipo de obra de construção civil.
A investigação deve ser baseada através das normas
vigentes citadas anteriormente. A ausência de investigação é o
principal motivo de problemas na fundação e adoção de
solução inadequada.
Milititsky, Consoli e Schnaid [6], resumem os problemas
referente à ausência de investigação do solo para cada tipo de
fundação, conforme Tabela III.
TABELA III. PROBLEMAS TÍPICOS DECORRENTES DE AUSÊNCIA DE
IDENTIFICAÇÃO PARA OS DIFERENTES TIPOS DE FUNDAÇÃO
Fonte: Milititsky, Consoli e Schnaid, [6].
B. Investigação Insuficiente
Segundo Milititsky, Consoli e Schnaid [6], realizada a
investigação do solo, esta pode ser inadequado à identificação
de aspectos que acabam comprometendo o comportamento da
fundação, como:
 Número insuficiente de sondagens;
 Profundidade de investigação insuficiente;
 Propriedades de comportamento não determinadas por
necessitar de ensaios especiais;
 Situações com grande variação de propriedades.
C. Investigação com Falhas
Algumas falhas podem ocorrer durante a realização da
investigação, tais como:
 Investigação realizada em local diferente ao local da
obra;
 Localização incompleta;
 Adoção de procedimentos incorretos ou ensaio não
padronizado;
 Uso de equipamento com defeito ou fora da
especificação;
 Má descrição do tipo de solo;
 Apresentação de resultados fraudulentos.
Para evitar esses tipos de problemas é necessária a
contratação de serviços de empresas idôneas e o
acompanhamento do contratante e/ou responsável pelo
projeto/obra (MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID, [6],
p.33).
VI. FUNDAÇÕES
Fundações são elementos responsáveis pela transmissão de
cargas da estrutura para o solo. Seu comportamento em longo
prazo pode ser afetado por inúmeros fatores, iniciando por
aqueles decorrentes do projeto propriamente dito, que envolve
o conhecimento do solo, passando pelos procedimentos
construtivos e finalizando por efeitos de acontecimentos pós-
implantação, incluindo sua possível degradação.
Segundo Thomaz [2], até há pouco tempo as fundações dos
edifícios eram dimensionadas pelo critério de ruptura do solo,
apresentando as construções cargas que geralmente não
excediam a 500 tf. Hoje em dias as construções já chegaram a
atingir cargas de 20000 tf, sendo imprescindível uma mudança
de postura para o cálculo e dimensionamento das fundações
dos edifícios.
A escolha do tipo de fundação ocorre a partir da
determinação das cargas de projeto da superestrutura e do tipo
do solo obtido através de investigação geotécnica.
A definição das cargas deve incluir considerações referentes
ao próprio comportamento do solo e não somente às cargas
permanentes e acidentais da superestrutura.
As fundações são separadas em dois grupos: fundações
superficiais (rasa ou direta) e fundações profundas.
Os principais tipos de fundações utilizados no Brasil,
previstos na NBR 6122 (ABNT, [3]), serão apresentados neste
capítulo.
A. Fundações Superficiais (Rasa ou Direta)
Conforme a NBR 6122 (ABNT, [3]), fundação superficial é
elemento de fundação em que a carga é transmitida ao terreno
pelas tensões distribuídas sob a base da fundação, e a
profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente
à fundação é inferior a duas vezes a menor dimensão da
fundação.
As fundações superficiais são tipicamente projetadas com
pequenas escavações no solo não sendo necessários grandes
equipamentos para execução.
Dentre as fundações superficiais estão:
 Sapata: elemento de fundação superficial de concreto
armado, dimensionado de modo que as tensões de tração
nele produzidas não sejam resistidas pelo concreto, mas
sim pelo emprego da armadura. Pode possuir espessura
constante ou variável, sendo sua base em planta
normalmente quadrada, retangular ou trapezoidal.
 Bloco: elemento de fundação superficial de concreto,
dimensionado de modo que as tensões de tração nele
produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem
necessidade de armadura. Pode ter suas faces verticais,
inclinadas ou escalonadas e apresentar normalmente em
planta seção quadrada ou retangular.
 Radier: elemento de fundação superficial que abrange
todos os pilares da obra ou carregamentos distribuídos
(por exemplo: tanques, depósitos, silos, etc.).
 Sapata associada: sapata comum a vários pilares, cujos
centros, em planta, não estejam situados em um mesmo
alinhamento.
 Viga de fundação: elemento de fundação superficial
comum a vários pilares, cujos centros, em planta, estejam
situados no mesmo alinhamento.
 Sapata corrida: sapata sujeita à ação de uma carga
distribuída linearmente.
B. Fundações Profundas
Conforme a NBR 6122 (ABNT, [3]):
Fundação profunda é elemento de fundação que transmite
a carga ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou
por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma
combinação das duas, devendo sua ponta ou base estar
assente em profundidade superior ao dobro de sua menor
dimensão em planta, e no mínimo 3,0m. Neste tipo de
fundação incluem-se as estacas e os tubulões.
As fundações profundas são usadas geralmente em projetos
grandes que precisam transmitir maiores cargas ao terreno e
quando as camas superficiais do solo são pobres ou fracas.
Dentre as fundações profundas estão:
 Estaca: elemento de fundação profunda executado
inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que,
em qualquer fase da sua execução, haja descida de
operário. Os materiais empregados podem ser: madeira,
aço, concreto pré-moldado, concreto moldado in situ ou
mistos.
 Tubulão: elemento de fundação profunda, cilíndrico, em
que, pelo menos na sua etapa final, há descida de
operário. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar
comprimido (pneumático) e ter ou não base alargada.
Pode ser executado com ou sem revestimento, podendo
este ser de aço ou de concreto. No caso de revestimento
de aço (camisa metálica), este poderá ser perdido ou
recuperado.
 Caixão: elemento de fundação profunda de forma
prismática, concretado na superfície e instalado por
escavação interna. Na sua instalação pode-se usar ou não
ar comprimido e sua base pode ser alargada ou não.
VII. PATOLOGIAS CONSTRUTIVAS
Segundo a Norma de Inspeção Predial do IBAPE/SP [7],
define-se como Patologia Construtiva, o estudo que se ocupa
da natureza das modificações estruturais e ou funcional,
produzindo anomalias construtivas.
Segundo Chaves [8], entende-se por patologia todas as
manifestações, que ao longo da vida útil de determinado
edifício, prejudicam o seu desempenho.
Assim, é de crucial importância conhecer, em primeiro
lugar, as variadas origens que conduzem ao aparecimento da
patologia. Nesse sentido, podem classificar-se em quatro tipos:
 Congênitas – são aquelas originárias da fase de projeto,
em função da não observância das normas técnicas, ou de
erros e omissões dos projetistas, que resultam em falhas
no detalhe e concepção inadequada dos revestimentos.
São responsáveis por grande parte das avarias registadas
em edificações.
  Construtivas – quando a sua origem está relacionada com
a fase de execução da obra, resultante do emprego de
mão de obra desqualificada, produtos não certificados,
ausência de metodologia para assentamento das peças, o
que, segundo pesquisas mundiais, também são
responsáveis por grande parte das anomalias em
edificações.
 Adquiridas – quando ocorrem durante a vida útil do
imóvel, sendo resultado da exposição ao meio em que se
inserem, podendo ser naturais, decorrentes da
agressividade do meio, ou da ação humana, em função de
manutenção inadequada ou realização de interferência
incorreta nos revestimentos, danificando as camadas e
desencadeando um processo patológico.
 Acidentais – caracterizadas pela ocorrência de algum
fenômeno atípico, resultado de uma solicitação invulgar,
como a ação da chuva com ventos de intensidade
superior ao normal e até mesmo incêndio. A sua ação
provoca esforços de natureza imprevisível, especialmente
na camada de base e sobre as juntas, quando não atinge
até mesmo as peças, provocando movimentações que irão
desencadear processos patológicos em cadeia.
Patologia das construções é a ciência que estuda os defeitos
dos materiais, componentes, elementos ou da edificação como
um todo, diagnosticando suas causas e estabelecendo seus
mecanismos de evolução, formas de manifestação, medidas de
prevenção e recuperação.
Portanto, a identificação da origem do problema permite
também identificar quem cometeu a falha, seja ela na fase de
projeto, da qualidade do material, da etapa de construção, da
falta de manutenção ou ainda acidente ocorrido em sua vida
útil.
VIII. PATOLOGIAS EM FUNDAÇÕES
As patologias de fundação, em geral podem ocorrer ou ser
originados nas fases a seguir:
 Caracterização do comportamento do solo (investigação);
 Análise e projeto das fundações;
 Execução das fundações;
 Eventos pós-conclusão das fundações;
 Degradação dos materiais constituintes das fundações.
Segundo Milititsky, Consoli e Schnaid [6], em mais de 80%
dos casos de maus desempenhos de fundações, a ausência
completa de investigação do solo é o motivo da adoção
inadequada da fundação, conforme descrito no item IV.
Os problemas que ocorrem na fase de análise e projeto de
uma obra de fundação, podem ser classificadas da seguinte
forma (MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID, [6], p.60):
 Relativos ao solo: descrição das patologias envolvendo o
solo como causador do problema;
 Relativos a mecanismo: problemas causados pela
ausência de identificação de mecanismo causador de mau
comportamento ou colapso;
 Relacionados ao desconhecimento do comportamento
real das fundações: cada tipo de fundação mobiliza
cargas e deforma de maneira específica, o que afeta o
desempenho da estrutura apoiada sobre as mesmas;
 Relativos à estrutura de fundação: problemas causados
pelo projeto ou detalhamento estrutural do elemento de
fundação;
 Relacionados às especificações construtivas, ou sua
ausência;
 Relacionados aos problemas do projeto de fundação em
aterros.
As falhas de execução é a segunda maior causa dos
problemas relacionados com a fundação. Seu bom
desempenho não depende somente da caracterização do solo
através da sua adequada investigação e do projeto adequados a
implantar, mas também de especificações precisas e
detalhadas de materiais e procedimentos em conformidade
com a boa prática, uso de processos construtivos apropriados
executados por profissionais capacitados e equipamento
adequado, acompanhados de supervisão e controle construtivo
(MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID, [6], p.105).
Por causa de eventos pós-conclusão, a fundação pode
apresentar alterações quanto a sua segurança e estabilidade.
Algumas ocorrências pós-conclusão podem ser previstas e
permitem a adoção de medidas preventivas ainda durante a
fase de projeto; outros, entretanto, são imprevisíveis e acabam
sendo tratados como acidentais ou problemas, tais como
(MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID, [6], p.163):
 Alterações significativas no carregamento próprio da
superestrutura, decorrente da alteração do uso da
edificação ou modificações e ampliações não previstas;
 Movimentação da massa de solo decorrente de fatores
externos como: escavações próximas à construção;
rompimento de canalizações enterradas; extravasores de
água de cobertura sem destinação adequada; oscilações
ou rebaixamento do nível de água; erosão ou
solapamento;
 Vibrações e choques por equipamento dentro da
construção ou em sua proximidade.
Ainda segundo Milititsky, Consoli e Schnaid [6] os projetos
de fundação, devido aos elementos enterrados, em contato
com o solo e água, devem considerar os aspectos de
permanência e integridade ao longo do tempo. A ação dos
elementos naturais sobre os materiais das fundações exige a
verificação da existência de materiais agressivos e seus
possíveis efeitos, cuja avaliação deve ser prevista em todas as
fases da obra. Os principais materiais de um elemento de
fundação são: concreto e seus agregados, aço, madeira e
rocha.
Um dos mais conhecidos casos sobre patologias de
fundações é a Torre de Pisa, na Itália (FIGURA 3).

Fig. 3. Torre de Pisa, Itália (Acervo do Autor, 2016).
IX. RECALQUE DIFERENCIAL DE FUNDAÇÃO
Recalque pode ser definido pelo movimento vertical
descendente de um elemento estrutural, ou seja, deslocamento
vertical para baixo, sofrido pela base da fundação em relação à
superfície do terreno, resultante da deformação do solo
oriundo da aplicação de cargas ou devido ao peso próprio das
camadas sobre a qual se apoia o elemento.
Basicamente, quando o deslocamento vertical ocorre em
toda a fundação é chamado de recalque total; quando apenas
sob uma parte é chamado de recalque diferencial.
Com a finalidade de melhor descrever e uniformizar a
definição dos possíveis movimentos da fundação, a Figura 4
identifica o significado de recalques totais, recalques
diferenciais, rotações relativas, distorções angulares e etc.
(MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID, [6], p.17).
(A) definições de recalques (s), recalques diferenciais (δs), rotação (θ)
deformação angular (α);
(B) definições de deflexão relativa (Δ) e deflexão proporcional (Δ/L);
(C) definições de inclinação (ω) e rotação relativa (distorção angular) β.
Fig. 4. Definições dos possíveis movimentos das fundações (Milititsky,
Consoli e Schnaid, [6]).
Segundo Thomaz [2], os solos são constituídos por
partículas sólidas, água, ar e raras vezes material orgânico.
Sob efeito de cargas todos os solos se deformam. Estas
deformações sendo diferenciadas ao longo do plano das
fundações de uma obra, tensões serão introduzidas na estrutura
da mesma, podendo surgir o aparecimento de trincas.
No caso de solos fofos e moles os recalques são
basicamente provenientes da sua redução de volume, já que a
água presente no bulbo de tensões das fundações tenderá a
percolar para regiões sujeitas a pressões menores.
Para os solos permeáveis como a areia, os recalques
acontecem em períodos de tempo mais curtos após serem
solicitados; para solos menos permeáveis, como as argilas, os
recalques ocorrem de maneira bastante lenta.
Para as fundações diretas o recalque dependerá do tipo do
solo e das dimensões do componente de fundação. Para as
fundações profundas também podem ocorrer recalques
bastante significativos. Como exemplo desses recalques tem-
se o efeito de agrupamento de estacas, as estacas flutuantes e
as estacas muito profundas. O máximo atrito lateral
mobilizado ocorre para pequenos recalques, independente do
diâmetro do componente da fundação, e ultrapassados esses
limites haverá uma grande possibilidade de ocorrerem
recalques intensos (THOMAZ, [2]).
Em toda obra ocorre recalque em fundações, sendo os
recalques admissíveis parte importante nas análises e projetos
de fundações, definindo um limite a partir do qual se considera
problemática a segurança ou o desempenho da estrutura
(MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID, [6], p.18).
Os danos causados em recalques podem ser divididos em
três grupos: visuais ou estéticos (sem risco de qualquer
natureza), danos comprometendo o uso e funcionalidade do
prédio e finalmente, danos estruturais ponto em risco a
segurança dos usuários.
As indicações do Eurocode 7 apud Milititsky, Consoli e
Schnaid [6], indicam os seguintes limites para rotações
relativas admissíveis, a fim de evitar que o estado limite de
serviço seja atingido: entre 1/2000 e 1/300, dependendo do
tipo de prédio, com 1/500 aceitável em muitos casos. Para
evitar atingir-se o estado limite último o valor admissível
indicado é de 1/150.
X. TRINCAS E FISSURAS
Segundo Thomaz [2], as trincas e fissuras podem ser
considerados um dos problemas mais frequentes e importantes
que ocorrem nas edificações, dentre os inúmeros problemas
patológicos, devido a três aspectos fundamentais, como o
aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura,
comprometimento do desempenho da obra em serviço, e o
constrangimento psicológico que a fissuração pode causar no
usuário.
Segundo a NBR 15575 (ABNT, [9]) – Edificações
habitacionais – Desempenho – Parte 2: Requisitos para os
sistemas estruturais (item 3.7 e 3.9):
Define-se como fissura de componente estrutural o
seccionamento na superfície ou em toda seção transversal
 de um componente, com abertura capilar, provocado por  Recalque diferenciado causado pela interferência no
tensões normais ou tangenciais. As fissuras podem ser bulbo de tensões entre o edifício menor com o edifício
classificadas como ativas (variação da abertura em função maior (FIGURA 7);
de movimentações higrotérmicas ou outras) ou passivas
(abertura constante); e como trinca sendo a expressão
coloquial qualitativa aplicável a fissuras com abertura
maior ou igual a 0,6 mm.

XI. FISSURAS E TRINCAS CAUSADAS POR RECALQUE

DIFERENCIAL
A ocorrência de movimentações das fundações é
reconhecível através do aparecimento de fissuras nos
elementos estruturais. Toda vez que a resistência dos
componentes da edificação ou conexão entre elementos for
superada pelas tensões geradas por movimentação, ocorrem às
fissuras (MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID, [6], p.24).
Quanto às trincas provocadas por recalques diferenciados,
estas são geralmente inclinadas, apresentando aberturas de Fig. 7. Recalque diferenciado no edifício menor pela interferência no seu
bulbo de tensões, em função da construção do edifício maior (Thomaz, [2],
maiores proporções, “deitando-se” em direção ao ponto onde p.96).
ocorreu o maior recalque. Outra característica das fissuras
provocadas por recalque é a presença de esmagamentos  Recalque diferenciado causado pela falta de
localizados, em forma de escamas, dando indícios das tensões homogeneidade do solo (FIGURA 8);
de cisalhamento que as provocam (THOMAZ, [2], p.94).
Segundo Thomaz [2], diversos fatores podem conduzir aos
recalques diferenciados e consequentemente a fissuração da
estrutura do edifício, conforme demonstrados a seguir, através
de ilustrações de alguns casos:
 Recalque diferenciado causado por consolidações
distintas do aterro carregado (FIGURA 5);

Fig. 8. Recalque diferenciado, por falta de homogeneidade do solo

(Thomaz, [2], p.97).

 Recalque diferenciado causado por rebaixamento do

Fig. 5. Recalque diferenciado por consolidação distinta do aterro lençol freático; foi cortado o terreno à esquerda do
carregado (Thomaz, [2], p.96). edifício (FIGURA 9);

 Recalque diferenciado causado por fundações assentadas

sobre seções de corte e aterro; trincas de cisalhamento
nas alvenarias (FIGURA 6);

Fig. 09. Recalque diferenciado, por falta rebaixamento do lençol freático

(Thomaz, [2], p.97).
Fig. 6. Fundações assentadas sobre seções de corte e aterro; trincas de
cisalhamento nas alvenarias (Thomaz, [2], p.96).
 Recalque diferenciado causado pela diferença no
carregamento em um mesmo edifício (uma parte mais
carregada e outra menos carregada), com um mesmo
sistema de fundação, ocorrendo recalque diferencial entre
as duas partes, ocasionando o surgimento de fissuras
verticais entre as partes e/ou fissuras inclinadas na parte
mais carregada;
 Recalque diferencial causado pelos diferentes sistemas de
fundação adotados em uma mesma edificação (FIGURA
10);
Fig. 10. Recalque diferenciado, por diferentes sistemas de fundação na
mesma edificação (Thomaz, [2], p.98).
 Recalque diferencial causado pela saturação do solo
devido à penetração de água de chuva nas vizinhanças da
fundação; podem ocorrer também pela absorção de água
por vegetação localizada próxima à obra (FIGURA 11);
Fig. 11. Recalque diferenciado, por contração do solo, devida à retirada de
água por vegetação próxima (Thomaz, [2], p.99).
Além de todos os fatores anteriormente apresentados como
causas de recalques diferenciais, pode-se acrescentar um
fenômeno geológico conhecido como afundamentos
localizados do terreno, que no geral vão se processando
lentamente com o passar dos anos, causados por falhas no
subsolo, denominadas cavernas, oriundas regularmente da
lixiviação de calcário localizado em camadas profundas
(THOMAZ, [2], p.94).
XII. REFORÇO DE FUNDAÇÃO E RECUPERAÇÃO DAS FISSURAS
Segundo Thomaz [2], a recuperação das trincas só deverá
ser procedida em função de um diagnóstico seguramente
firmado, e somente após ter pleno conhecimento da extensão
dos danos causados na edificação.
Os reparos definitivos deverão ser projetados sabendo-se as
causas que originaram os problemas. As medidas de
recuperação têm como base as mesmas aplicadas nas medidas
preventivas, quanto maior aproximação entre as medidas
corretivas e preventivas, maior a eficiência do reparo.
Se tratando de recalques de fundação, a recuperação do
componente trincado é a parte menos importante para
solucionar o problema. É necessário o reparo na fundação da
edificação, sendo que é bem provável a continuação do
movimento nela existente. Apenas o tratamento das trincas
com selantes flexíveis, por exemplo, maquiaria o problema,
encobrindo evoluções perigosas para a segurança do edifício.
Portanto a recuperação das trincas na estrutura só deverá ser
efetuada quando o movimento estiver estabilizado.
Para combater a causa dos recalques de fundação, podem
ser empregadas técnicas de consolidação do terreno
(compactação, injeção de nata de cimento, etc).
Segundo Calisto e Koswoski [10], para o reforço da
fundação os tipos mais comuns são:
 Estacas Mega: também conhecida como estacas de
reação, esse sistema consiste na introdução de cilindros
de metal ou concreto sob a fundação existente;
 Estacas raiz: é uma estaca moldada in loco, executada
através de perfuração rotativa ou roto-percussiva,
revestida integralmente no trecho em solo por meio de
tubo metálico que garante a estabilidade da perfuração.
 Alargamento da base: possível em fundações com base
alargada e transferência de carga por contato horizontal
com o solo (como tubulões, sapatas, etc.), o reforço de
base consiste no aumento da área de apoio.
 Enrijecimentos estruturais: método que visa apenas
diminuir eventuais recalques diferenciais. Esse efeito
pode ser atingido com a colocação de vigas de rigidez
interligando as fundações, ou de peças que travem a
estrutura.
Medidas complementares devem ser tomadas como a
impermeabilização superficial do terreno ao redor da obra,
drenagem superficial de águas que possam eventualmente
empoçar nas proximidades da fundação e cortes de árvores
que absorvem muita água do solo (THOMAZ, [2], p.159).
 XIII. RESULTADOS
Diante do exposto acima, é de suma importância o
conhecimento do tipo do solo, através da realização de
investigações geotécnicas, afim da sua identificação e
caracterização evitando assim problemas na escolha do tipo de
fundação a ser utilizada.
O não conhecimento do tipo do solo e consecutivamente a
erronia escolha do tipo da fundação a ser executada, resultam
em patologias como o recalque diferencial que provocam
trincas e fissuras na estrutura e alvenarias.
Além da exata investigação do solo e da escolha do tipo de
fundação, outros fatores são importantes para se evitar o
recalque diferencial das fundações como o cálculo da
superestrutura, execução da fundação e superestrutura,
compactação de aterros, eventos pós-conclusão, entre outros.
XIV. CONCLUSÃO
O presente artigo apresentou as principais causas de
recalques diferenciais de fundações e as patologias tipo
fissuras e trincas ocasionadas devido a esses movimentos.
Para melhor entender o comportamento das fundações e as
possíveis manifestações patológicas tipo recalques
diferenciais, foi realizado estudo sobre as etapas de execução
da fundação, desde a definição e investigação do solo;
principais tipos de fundações; patologias em fundações e suas
principais causas desde a investigação do solo, projeto,
execução e pós-conclusão; fissuras e trincas provocadas por
recalque diferencial de fundação; reforço de fundação e
recuperação das fissuras e trincas.
Com isso pode-se concluir que é de suma importância à
realização de investigações geotécnicas e análises do solo
conforme normatizações vigentes e acompanhado e analisado
por profissionais capacitados
Outra fase importante em uma obra de fundação é a análise
do projeto, que devem ser executados conforme as
características do solo obtidas através das investigações
geotécnicas, adequada escolha do tipo de fundação a ser
utilizada conforme o tipo de solo e o carregamento da
superestrutura.
A fase de execução de uma obra de fundação é a segunda
maior causadora dos problemas patológicos. Para que não
ocorram tais eventos, o processo executivo deve ser realizado
seguindo as determinações em projeto, seguindo processos
construtivos apropriados e executados por profissionais
capacitados e equipamentos adequados.
Portanto, para um bom desempenho nas fundações e para o
não surgimento da patologia tipo recalque diferencial e de
outras patologias de fundação, todas as etapas da obra de
fundação devem ser minunciosamente analisadas e executadas
por profissionais capacitados e equipamentos adequados.
Através do trabalho apresentado no presente artigo, caso
essas etapas sejam realizadas em desconformidades com as
normas vigentes e ausência de boa prática para o processo de
produção de fundação, ocorrerão às manifestações patológicas
tipo recalque diferencial de fundações.
Quando ocorre o surgimento de fissuras e trincas causadas
por recalque diferencial, a recuperação das mesmas só deverá
ser procedida em função de um diagnóstico seguramente
firmado, e somente após ter pleno conhecimento da extensão
dos danos causados na edificação.
REFERÊNCIAS
[1] G.V. Santos, “Patologias devido ao recalque diferencial em fundações”
Ph.D. dissertação, Eng. Civil, UniCEUB, Brasília, BR, 2014.
[2] E. Thomaz, “Trincas em edifícios – causas, prevenções e recuperação”,
em PINI, 1nd ed., São Paulo, 1989, pp. 15-170.
[3] Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6122. “Projeto e
Execução de Fundações” (ABNT, 2010).
[4] ____. NBR 6484. “Solo - Sondagens de simples reconhecimentos com
SPT - Método de ensaio” (ABNT, 2001).
[5] ____.NBR 8036. “Programação de sondagens de simples
reconhecimento dos solos para fundações de edifícios - Procedimento”
(ABNT, 1983).
[6] J. Milititsky, N.C. Consoli, F. Schnaid, “Patologia das fundações”, em
Oficina de Textos, 2nd ed., São Paulo, 2015, pp. 1-256.
[7] Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo.
“Norma de Inspeção Predial”, IBAPE/SP, 2011.
[8] A.M.V.A. Chaves, “Patologia e Reabilitação de Revestimentos de
Fachada”, M.S. Teses, Eng. Civil, Univ. Minho Escola de Engenharia:
Braga, Portugal, 2009
[9] ____.NBR 15575. “Edificações habitacionais – Desempenho: Requisitos
para os sistemas estruturais” (ABNT, 2013).
[10] Calisto, R. Koswoski, “Efeito do recalque diferencial de fundações em
estruturas de concreto armado e alvenaria de vedação. Estudo de Caso”,
Ph.D. dissertação, Eng. De Produção Civil, Univ. Tec. Federal do
Paraná, Curitiba, PR, 2015.
S.V.B. Camargo nasceu em Sorocaba, São
Paulo, em 1985. Graduada em Engenharia
Civil pela Faculdade de Engenharia de
Sorocaba, Sorocaba, São Paulo, em 2007 e
Pós-Graduação Lato Sensu em Perícia de
Engenharia e Avaliações pela Fundação
Armando Alvares Penteado, em 2013.
Na época da graduação estagiou de 2005 a
2006 na Construtora Paulo Afonso, no
setor de compras e de 2006 a 2007 na Companhia de
Desenvolvimento Habitacional e Urbano do estado de São
Paulo, no setor de habitações populares na regional de
Sorocaba. Após a conclusão da graduação, trabalhou em 2008
na Construtora Fabio Pilão, no setor de orçamentos e
acompanhamento de obras; de 2008 a 2009 na Contracta
Engenharia, no setor da qualidade nas obras nucleares de
Aramar e a partir de 2010 iniciou suas atividades na Prefeitura
Municipal de Sorocaba, através de concurso público, no setor
de perícias e avaliações.