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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

COLEGIADO DE MEDICINA

PRÁTICAS DE INTEGRAÇÃO ENSINO/SERVIÇO/COMUNIDADE III

Camila Tonini, Elio Costa, Gabriela Alves, Jamylle Marques, Laryssa Vila, Mariana
Cricco, Mauricio Novais, Maycon Valience, Miguel Aguiar, Rodrigo Siqueira, Thays
Albuquerque, Yvana Cassemiro

Reforma da Atenção Primária da Saúde à Saúde na cidade do Rio de Janeiro –


Avaliação dos Primeiros Três Anos de Clínicas da Família

Ilhéus, Bahia

02 de maio de 2018
No Brasil, a organização da APS por meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF)
trouxe avanços importantes na saúde e nas condições de vida da população
brasileira. O artigo “Reforma da Atenção Primária à Saúde Na Cidade Do Rio de
Janeiro - Avaliação Dos Primeiros Três Anos De Clínicas Da Família” de Erno
Harzheim, publicado em 2013, analisa as mudanças estruturais, tecnológicas e
organizacionais que foram realizadas no município do Rio de Janeiro a partir de
2009, no qual houve profunda transformação na gestão pública de saúde. Mudanças
estas que foram acompanhadas por outras cidades brasileiras, inclusive Itabuna –
Ba, e identificadas na vivência dos alunos com o PIESC. Esta percepção fica clara
se observamos a função que as ESF adquiriram neste município, possibilitando uma
integração entre ações preventivas e curativas, bem como maior atenção ao
indivíduo e a comunidade.

O artigo em questão buscou evidenciar a importância do investimento em


qualidade estrutural e funcional na Atenção Primária à Saúde por meio do
acompanhamento de seu processo evolutivo, após a implementação de Clínicas
da Família e avaliação comparativa da contribuição individual entre Unidades de
Saúde tipo A, B e C, segundo o grau de orientação, para a revolução na
qualidade da APS. Tais Clínicas da Família tiveram forte impacto no
funcionamento da atenção à saúde como um todo, principalmente por suas
características estruturais e funcionais de qualidade superior às previamente em
vigência, sendo a ambiência, conforto, beleza e sustentabilidade aspectos de
fundamental importância para um funcionamento eficiente. Outrossim, os fatores
supracitados representaram impacto direto na criação de forte vínculo do
usuário à unidade, contribuindo com a longitudinalidade do atendimento e
consequentemente, demonstrando aumento da resolubilidade dos problemas de
saúde da população. Em sinergia, a concentração de 5 ou mais equipes de
saúde e incorporação de tecnologia apropriada, com oferta de coleta de exames
laboratoriais e outros mais complexos, contribuíram, não só para desonerar o
sistema de saúde, como produzir impacto positivo sobre indicadores de saúde
do Rio de Janeiro, referenciado pela redução da mortalidade infantil que, de
acordo com DATASUS, em 2004 se encontrava em 17,2 óbitos a cada mil
nascidos e em 2011, teve redução para 13,5.
A partir da análise de dados do DATASUS que englobam a saúde da mulher e da
criança antes, durante e após a gestação, bem como a taxa de mortalidade
neonatal, infantil, o número de casos de sífilis congênita e gestacional, a coleta de
dados acerca do pré-natal, dentre outros problemas de saúde gerais, como infecção
pelo HIV e os fatores de risco para doenças crônicas, foi possível a visualização das
prioridades em problemas de saúde passíveis de modificação pela ESF,
similarmente à prevalência ou redução das taxas ao longo do período que o
presente estudo foi realizado (2009-2012). Ademais, além da evolução estrutural das
equipes implantadas, houve conjunta atenção destinada à qualidade destas. Pode-
se citar o investimento realizado nos recursos humanos, com o estímulo salarial e o
fomento à formação das equipes por meio da residência médica e multiprofissional.
Como resultado, esse fato proporcionou maior eficiência aos serviços, atraindo
profissionais dispostos à especialização e capazes de intervir de acordo com o
modelo preconizado. Ressalta-se ainda, o aumento da cobertura e acesso
universais aos serviços à população, que além de exaltarem as Unidades do tipo A
em relação as do tipo C, tornam viáveis o exercício da equidade. Os dados expostos
corroboram com a mudança na cobertura da população carioca por ESF, que antes
de 2009, quantificava-se em 6,9% e que, ao fim de 2012, elevou-se a 39%.

Os dados apresentados no artigo comprovam que houve louvável progresso nas


ESF, com adequação de consultas espontâneas e programadas, associado a
avanços na longitudinalidade, integralidade e orientação familiar, exercendo grande
impacto na satisfação do usuário e dos profissionais de saúde.

De modo contextual, verifica-se que, a USF “Dr. Aurivaldo Peixoto Sampaio”, de


Itabuna, possui características estruturais, organizacionais e de perfil profissional
que superam as Unidades do tipo C, porém demandam maior investimento para
analogia às do tipo A. Características como a reforma da infraestrutura da Unidade,
a atuação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), a presença de novos
profissionais qualificados e a mudança na gestão, evidenciaram essa evolução da
USF em relação ao serviço da Atenção Primária. Ademais, a metodologia do curso
de Medicina da UESC que proporcionou a inserção dos alunos no âmbito desse
nível de atenção, também pode ser considerada um avanço ao exprimir a dedicação
em formar profissionais adequados as necessidades da saúde pública brasileira e
que sejam responsáveis pelas melhorias futuras, bem como as que ocorreram na
cidade do Rio de Janeiro.

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