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A Composição Detalhada da Taxa de Encargos Sociais dos


Operários - Horistas
Eng. Marcio Soares da Rocha

A taxa de encargos sociais e trabalhistas das obras e serviços de Engenharia resulta de


uma soma de diversos encargos diferentes, classificados em cinco grupos (A, B, C, D, E),
como se pode perceber a seguir, nesta seção.

Nas composições de custos unitários diretos, a taxa de encargos sociais e trabalhistas é


calculada sobre o salário-hora, pois essa é a unidade adotada nas composições de custos
unitários diretos. No cálculo dos percentuais que compõem esta taxa, portanto, é utilizada a
unidade “hora” (h).

Cada encargo componente da taxa está explicitado a seguir, com sua respectiva equação
de cálculo, e enquadrado em seu respectivo grupo.

Antes, porém, de dar início ao estudo do cálculo de cada encargo, convém calcular o total
de horas produtivas anuais na Construção Civil, pois esse será um dado importante para o
cálculo de quase todos os encargos.

Cálculo das horas da Jornada Anual (sem considerar anos bissextos):

1 ano => 365 dias x 7,3333 h = 2.676,65 h

Cálculo das horas descontadas por ano (não trabalhadas)

Férias: 30 x 7,3333 = 220 h

Domingos: 48 dias x 7,3333 h = 351,84 h

Feriados: 11 dias x 7,3333 h = 80,66 h

Auxílio-enfermidade: 14 dias x 7,3333 h x 15% = 15,39 h

Licença-paternidade: 5 dias x 7,3333 h x (0,0212/0,8459) x 0,9235 = 0,85 h

Obs.: (1) taxa de natalidade no país = 2,12%; (2) população em idade reprodutiva (de 18 a
49 anos) no país = 84,59%, cf. Baeta (2012, p. 161).

Licença-maternidade: 120 dias x 7,3333 h x (0,0212/0,8459) x 0,0765 = 1,69 h

Faltas justificadas: 2 x 7,3333 = 14,67 h

Acidentes de trabalho: 14 dias x 7,3333 x 0,03026 = 3,10 h

Obs.: (1) entre os 15 dias corridos de afastamento para acidentes de trabalho, há sempre
um domingo; (2) percentual que utiliza este auxílio acidente = 3,026% (cf. Baeta, 2012 p.
161)

Total de horas não trabalhadas por ano: 688,23 h


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Este número de horas não trabalhadas corresponde a 93,85 dias (aproximadamente 94


dias) não trabalhados.

Cálculo das Horas Produtivas por ano (Hp)

Hp = Total de horas anuais – Horas não trabalhadas = 2.678,49 – 688,23 = 1.990,26 h.

Encargos do Grupo A

O Grupo A é formado por encargos decorrentes de leis trabalhistas nacionais, portanto,


possuem valores iguais e constantes para todo o país, com exceção de um encargo que
incide apenas em alguns estados, que é a contribuição para o Serviço Social da Indústria da
Construção e do Mobiliário (SECONCI). Nos estados onde não incide o SECONCI, este
encargo deve ser diminuído. No presente cálculo o SECONCI não foi considerado.

Tabela 1 – Encargos Sociais do grupo A

Encargos do Grupo A Percentual


(%)
A.1. Previdência Social 20,00
A.2. FGTS 8,00
A.3. Salário Educação 2,50
A.4. Serviço Social da Indústria (SESI) 1,50
A.5. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) 1,00
A.6. Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (SEBRAE) 0,60
A.7. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 0,20
A.8. Seguro contra acidentes de trabalho (INSS) 3,00
A.9. Serviço Social da Indústria da Construção e do Mobiliário 1 0,00
(SECONCI)
TOTAL 36,80

Encargos do Grupo B

O Grupo ‘B’ é formado pelos encargos trabalhistas. A forma de cálculo de cada um é


apresentada a seguir, porém, é importante observarem-se algumas considerações iniciais,
contidas nas Tabelas 2 e 3:

1
O SECONCI incide apenas em alguns estados brasileiros, tais como São Paulo e Rio de Janeiro.
Nesses estados onde incide esse encargo, o total do grupo ‘A’ passa a ser de 37,80%.

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Tabela 2 – Dados gerais de tempo (decorrentes das Leis trabalhistas)

Item Número
Horas trabalhadas por semana 44,00
Dias trabalhados por semana 6,00
Horas trabalhadas por dia (44 / 6) 7,33
Dias por mês 30,00
Horas trabalhadas por mês (30 x 7,33) 220,00
No. de semanas em um ano (365 / 7) 52,00
No. de meses em um ano 12,00
No. de semanas em um mês (52 / 12) 4,33
No. de dias úteis em um mês (4,33 semanas x 6 dias trabalhados) 26,00
No. de meses trabalhados em um ano 11,00
No. de semanas trabalhadas em um ano (11 x 4,3333) 48,00
No. de domingos em um ano 52,00
No. de domingos nos meses trabalhados em um ano 48,00
Dias de férias por ano (menos quatro domingos) 26,00
No. de dias feriados por ano a considerar (cf. Tabela 5.7) 11,00
Dias não trabalhados por ano 93,85
Horas não trabalhadas por ano 688,23
Dias por ano 365,25
Dias produtivos por ano (365 – 93,85) 271,15
Horas produtivas (trabalhadas) por ano 1.990,26
Dias de licença paternidade 5,00
Dias de licença maternidade (excetuando-se os domingos) 104,00
Dias cobertos por auxílio enfermidade (corridos) 15,00
Dias úteis cobertos por auxílio enfermidade 14,00
Dias cobertos por auxílio acidentes de trabalho (corridos) 15,00
Dias úteis cobertos por auxílio acidentes de trabalho 14,00
Dias cobertos pelo auxílio enfermidade - complemento 75,00
Dias cobertos pelo auxílio-acidentes - complemento 90,00
No. de dias com almoço na obra (menos 04 fins de semana) 22,00
No. de dias em que o operário utiliza vale transporte (média) 22,00

Tabela 3 – Feriados considerados para o cálculo do encargos sociais e trabalhistas

Feriados No de dias
Feriados Nacionais 07
Feriados Civis e religiosos 05
Dia do trabalhador da construção civil 01
Dias em que feriados coincidem com domingos em um ano (-) 02
Total 11

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B.1. Repouso semanal remunerado - Domingos

O trabalhador tem direito, de acordo com a legislação em vigor (artigos 68 e 70 da


Consolidação das Leis do Trabalho – CLT), a um repouso remunerado, um dia por semana.
Considerando que um ano possui 48 domingos (fora o mês de férias), o percentual relativo a
este encargo é calculado dividindo-se o número de horas relativas aos domingos do ano
pelo número de horas úteis trabalhadas no ano:

48 x 7,3333
%Domingos  x 100 = 17,69%
1.990,26

B.2. Feriados

O desconto dos feriados é calculado dividindo-se o número de horas relativas aos feriados
do ano pelo número de horas úteis trabalhadas no ano:

11 x 7,3333
%Feriados  x 100 = 4,05%
1990,26

B.3. Auxílio-enfermidade

Este encargo é regulamentado pelo art. 18 da Lei 8.212/91 e art. 476 da CLT. Os primeiros
quinze dias do auxílio-enfermidade devem ser pagos pela empresa. O cálculo deste encargo
é feito a partir da divisão dos dias úteis cobertos pelo benefício pelos dias efetivamente
produtivos no ano, aqui calculados em hora:

15,39
%Auxílio-enfermidade  x 100 = 0,77%
1990,26

B.4. Licença-paternidade

O art. 10º, inciso II, § 1º das Disposições Transitórias da Constituição determina 05 dias de
afastamento a título de licença paternidade. Este encargo é calculado dividindo-se o número
de horas estimadas para o uso desta licença por ano, pelo número de horas produtivas no
ano:

0,85
%Licença-paternidade  x 100 = 0,04%
1988,42

B.5. Licença-maternidade

Calcula-se este encargo dividindo-se o número de horas estimadas para o uso desta licença
por ano, pelo número de horas produtivas no ano, porém, o empregador também arca com
os encargos relativos às férias e ao 13º salário:

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 0,0212  120 x 7,3333 220  220  220 / 3


%Licença-maternidade    x x x 100
 0,8459 x 0,0765  1990,26 1990,26

%Licença-maternidade = 0,02%

B.6. Acidentes de Trabalho

Este encargo é regulamentado pela Lei n o 6.367/76 e art. 473 da CLT. A legislação
determina que o ônus relativo aos primeiros quinze dias, em casos de acidentes de trabalho,
devem ser arcados pelas empresas contratantes. Esses quinze dias corridos representam
quatorze dias úteis (pois um dia sempre cais num domingo). Para calcular este encargo,
deve-se dividir o número de horas estimadas para o uso desta licença por ano, pelo número
de horas produtivas no ano:

3,10
%Acidentes de Trabalho  x 100 = 0,16%
1990,26

B.7. Férias gozadas

As férias dos trabalhadores são pagas conforme artigo art. 142, da CLT, e inciso
XVII do Art. 7º, da Constituição Federal.

É permitido ao empregado se ausentar do trabalho durante um mês a cada 12


meses e a sua remuneração será acrescida de um terço. No cálculo deste encargo é
considerado o tempo médio de permanência na construção civil da região, cujo detalhe de
cálculo é demonstrado no encargo C.1.

O adicional de férias decorrente da diferença entre o tempo médio de permanência


e os doze meses (19,26 -12= 7,26) é pago no encargo Férias Indenizadas, no Grupo C.

B.8 Faltas justificadas

Os artigos 473 e 822 da CLT garantem ao trabalhador o recebimento dos seus


vencimentos quando este faltar por motivo justificado. Boa parte dos construtores e
consultores de custos de Engenharia aponta uma ocorrência média de duas faltas
justificadas ao longo do ano. Baeta (2012, p. 165) também indica este número de faltas
justificadas por ano. Assim, este encargo pode ser calculado (em horas) desta forma:

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B.9 Décimo Terceiro Salário

O Décimo Terceiro Salário é o pagamento de um salário a mais ao trabalhador, por


ano. A Lei 4.090/1962 estabelece este benefício. A influência desses trinta dias pagos sobre
o montante das horas produtivas é calculada da seguinte forma:

B.10 Dias de Chuva

Os dias de chuva não são trabalhados, mas são pagos, portanto, devem ser
incluídos no cálculo dos encargos sociais.

Para o cálculo do percentual de encargos sociais relativo ao pagamento pelos dias


chuvosos, deve-se considerar, para cada estado da federação em que se está analisando: o
número médio de dias chuvosos por ano; o percentual de tempo em que as chuvas caem
em horário de trabalho; e o percentual de serviços na obra que necessitam de bom tempo.

 Número médio de dias de chuvas por ano (no Nordeste) = considerou-se 60


(dado variável para cada estado)

 Percentual de chuvas que caem em horário de trabalho = considerar 20%

 Percentual de serviços que necessitam de bom tempo = considerar 20%

Então, os dias de chuva a considerar são: 43,23 x 0,20 x 0,20 = 1,72 dias
(arredondar para 02 dias, ou 14,67 h).

B.11 Greves

Muitos sindicatos estaduais de construtores não consideram nenhum dia de greve


no cálculo dos encargos sociais, pois supõem que os construtores descontam os dias de

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greve dos salários dos seus operários. Porém, como nem sempre isto acontece,
consideraremos dois dias de greves.

Total do Grupo B: 43,94%

Encargos do Grupo C (Encargos Indenizatórios)

C.1 Depósito por Rescisão sem Justa Causa

A Consolidação das leis do Trabalho (CLT) obriga os empregadores a depositar


40% do valor do Fundo de Garantia quando demitem empregados sem justa causa. A Lei
complementar no 110, de 29 de junho de 2001 (com vigência a partir de 01 de outubro de
2001), tornou obrigatória uma contribuição adicional de 10% sobre o total dos depósitos do
FGTS para o trabalhador, quando este é demitido sem justa causa. Assim, o percentual de
depósito obrigatório do FGTS passou a ser de 50%.

Cabe ressaltar que os depósitos do FGTS também são efetuados sobre o


13º salário, o adicional de 1/3 de férias, e o aviso prévio trabalhado.

São utilizados para o cálculo deste encargo os dados obtidos no CAGED:


tempo médio de permanência na Construção Civil , rotatividade descontada e o
percentual de dispensados sem justa causa, a incidência de 8% do FGTS e a multa
de 50%.

O tempo médio de permanência na Construção Civil no Brasil é um dado


estatístico, portanto, uma variável no cálculo da taxa de Encargos Sociais, que deve ser
calculada por estado da federação. O Ministério do Trabalho publica anualmente o Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e, o seu website
(http://bi.mte.gov.br/cagedestabelecimento/pages/consulta.xhtml#) deve ser consultado pelo
orçamentista/auditor a cada ano, para atualização desse dado estatístico.

Nesse website, pode-se obter o estoque médio de admissões e desligamentos.


Deve-se marcar a opção “Admissões e Desligamentos Agregados 13 meses com Estoque
em 01 de Janeiro” no Brasil, como se vê na Figura 7.1.

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Figura 7.1 – Website do CAGED – para consulta anual dos dados sobre Admissões e
Desligamentos por Setor Econômico

Fonte: http://bi.mte.gov.br/cagedestabelecimento/pages/consulta.xhtml#. Acesso em maio/2013.

Nesta mesma página eletrônica, um pouco mais abaixo, deve-se desmarcar a


opção “Total Brasil” e selecionar o nível “Unidade da Federação” como se vê na Figura 7.2.

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Figura 7.2 – Seleção do nível setorial a pesquisar no CAGED

Em seguida, seleciona-se o estado, como na Figura 7.3.

Figura 7.3 – Seleção do estado da federação a pesquisar no CNAE 2.0 / CAGED

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Nesta mesma página eletrônica, um pouco mais abaixo, deve-se desmarcar a


opção “Total de atividades econômicas” e selecionar “Seção de Atividade Econômica”, como
se vê na Figura 7.4 e, em seguida selecionar a letra “F” (Figura 7.5), que corresponde à
Construção e clicar no botão <Gerar Relatório>.

Figura 7.4 – Seleção do tipo de filtro por atividade econômica a pesquisar no CNAE
2.0 / CAGED

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Figura 7.5 – Seleção da atividade econômica a pesquisar no CNAE 2.0 / CAGED

O website citado gerará uma tabela semelhante à da Figura 7.6.

Figura 7.6 – Dados estatísticos de admissões e desligamentos no Ceará, nos últimos 13


meses, no website no CNAE 2.0 / CAGED / TEM e último estoque disponível.

Último estoque disponível (01/01/2013): 95.291

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Para obter-se o número de dispensados descontados (sem considerar os


desligamentos espontâneos, aposentados, mortos e transferências de saída), deve-se
acessar novamente o website <http://bi.mte.gov.br/cagedestabelecimento/pages/consulta.xhtml#>
e, desta feita, marcar a opção “Desligamentos por Tipo de Movimento - 13 Meses”. Depois
disso, procedendo-se novamente como nas Figuras 7.2 a 7.5, obtém-se uma tabela como a
da Figura 7.7.

Figura 7.7 - Desligamentos por Tipo de Movimento no Ceará - 13 Meses

Na tabela acessada, obtém-se o total de dispensados descontados, no estado


selecionado (no caso o Ceará), de 59.380. Dividindo-se esse total de dispensados
descontados pelo último estoque disponível (95.291), tem-se que a Taxa de Rotatividade no
Ceará (Trot) é de 0,62 (62%).

Para saber-se o tempo de permanência na construção civil atualizado, no estado do


Ceará, com base nos dados do CAGED, calcula-se:

No estado do Ceará (até abril de 2013):

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Para obter-se o percentual de dispensados sem justa causa, divide-se o total de


dispensados sem justa causa pelo total de dispensados (68.906/69.491=99,16%)

Então, calcula-se o número de horas equivalente à rescisão sem justa causa com a
expressão:

[( ) ]

Num. horas (rescisão sem justa causa) = 117,30 horas.


E calcula-se o percentual de Rescisão sem Justa Causa dividindo-se o Numero de
horas equivalente à rescisão sem justa causa pelo número de horas trabalhadas por ano:

C.2 Férias Indenizadas

Por meio deste encargo indeniza-se a diferença entre o tempo médio de


permanência no emprego e os doze meses normais de um ano (19,26 – 12 = 7,26 meses),
acrescida de um adicional de 33%. Este encargo, entretanto, só incide sobre o percentual de
trabalhadores dispensados sem justa causa (99,16%, conforme calculado no item C.1).
Obtém-se o percentual de férias indenizadas da seguinte forma:

C.3 Aviso Prévio Indenizado

Depois da publicação da Lei 12.506/2011, a partir de 13/10/2011, a duração do


aviso prévio passou a ser considerada de acordo com o tempo de serviço do empregado,
podendo chegar a até 90 dias. O aviso prévio deve ser concedido na proporção de 30 dias
aos empregados que possuem até um ano de serviço na empresa. E esta Lei estabelece
que devem ser acrescidos 03 dias ao aviso prévio por ano de serviço prestado na mesma
empresa, até o máximo de 60 dias, em um total de até 90 dias.

O percentual de dispensados sem justa causa é 99,16% (conforme calculado no


item C.1), portanto, com direito ao Aviso Prévio Indenizado.

Considerando, então, que:

a) 95% dos avisos prévios na construção civil são indenizados (cf. Baeta 2012, p.
165)

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b) O percentual de dispensados sem justa causa no Ceará, atualmente, é de


99,16%;
c) A permanência média dos operários na construção civil, no Ceará, é de 19,26
meses;

Tem-se:

C.4 Aviso Prévio Trabalhado

Nesta modalidade de aviso prévio, existem dois tipos: (a) o aviso prévio trabalhado
por inciativa do empregador, e (b) o aviso prévio trabalhado espontâneo (por inciativa do
trabalhador). No primeiro, é gerado um custo adicional para a empresa de 7 dias de salários,
equivalente ao horário de trabalho reduzido em 2 horas diárias durante o período de 30 dias
do aviso prévio trabalhado. De acordo com os dados da Seção F – Construção do CNAE 2.0
obtidos do CAGED, em 2013, no Ceará, 9.893 desligamentos foram declarados
espontâneos.

Neste caso, adota-se que apenas 5% do percentual de demissões sem justa causa
(99,16%) geram direito ao aviso prévio trabalhado. Além disso, deve-se considerar, segundo
a tabela da Figura 7.7, o percentual de dispensados por iniciativa própria no Ceará
(espontâneos) de 14,24%. De acordo com Baeta (2012, p. 165), estima-se
conservadoramente que 50% de todas as remunerações a pedido do trabalhador tenha o
aviso prévio cumprido na modalidade trabalhado. Então:

( )

( )

( )

C.5 Indenização Adicional (devida a demissões no mês anterior à data da Convenção


Coletiva)

Considera-se que o percentual de demissões que ocorrem no mês anterior à data


da Convenção Coletiva é de 1/12 = 8,33%. Calcula-se o percentual de Indenização Adicional
com a seguinte fórmula:

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Total do Grupo C:

Encargos do Grupo D – Reincidências Cumulativas

D.1 Reincidências do Grupo A no Grupo B e do Grupo A em C.2 (Férias Indenizadas)

D.1 = (0,3680 x 0,4394)+(0,3680 x 0,0476) = 17,92%

D.2 Reincidências do Grupo A em C.4 e de A2 (FGTS) em C.3 (Aviso Prévio Indenizado)

D.2 = (0,3680 x 0,0049)+(0,08 x 0,0714) = 0,75%

Total do Grupo D: 18,67%

Total A + B + C + D = 118,20%

Encargos do Grupo E – Encargos Complementares (ou Encargos Locais)

A incidência e os valores dos encargos desse grupo variam de região para região,
de acordo com a respectiva convenção coletiva regional entre os sindicatos patronais e os
dos trabalhadores da construção. Nesta seção estão analisados os principais encargos
complementares que podem constar nas diversas convenções coletivas regionais do país,
os quais são:

 E.1 Vale-Transporte
 E.2 Café da Manhã
 E.3 Almoço
 E.4 Auxílio Alimentação ou Cesta Básica
 E.5 Participação nos Resultados (ou nos Lucros)
 E.6 Uniforme
 E.7 EPI
 E.8 Seguro de Vida
 E.9 Atendimento Médico

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Esses encargos sociais complementares comumente têm sido desprezados Nos


orçamentos públicas porque tanto podem ser computados como custos diretos (na taxa de
Encargos Sociais) tanto como custos indiretos (no BDI da obra).
Se alguns ou todos os encargos complementares aqui elencados foram
considerados na taxa de Encargos Sociais, os orçamentistas devem compor a taxa de
Encargos Sociais considerando-os. Se, por outro lado, tais encargos foram computados
como despesas administrativas da obra, essas devem ser consideradas pelos orçamentistas
como despesas diretas (em obras públicas) ou no BDI (obras particulares). O cuidado que
se deve ter é o de nunca computa-los em duplicidade. As despesas com os chamados
encargos complementares só podem estar computadas ou na taxa de Encargos Sociais ou
como despesas administrativas.

Cada encargo complementar é comentado a seguir, onde também é exemplificado


o seu cálculo, tendo como base dados do estado do Ceará.

E.1 Vale Transporte

De acordo com o que determina a Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, o


empregador deve cobrir as despesas de transportes, podendo descontar até 6% (seis por
cento) do salário do trabalhador. O auditor deve verificar, na convenção coletiva da região
onde a obra auditada está ou foi construída, qual o percentual de desconto adotado. A
fórmula para obter-se o percentual relativo ao vale transporte é a seguinte:

( ) ( )

Onde:
NVTd = número de vales transporte por dia, por operário
C1 = tarifa de transporte urbano praticado na cidade/região;
N = número de dias trabalhados no mês (média de 22 dias);
S = salário médio mensal dos trabalhadores do estado onde é (ou foi) executada a obra.
%Desc = percentual de desconto no salário médio adotado na convenção coletiva local
(podendo ir de 0,00% até 6,00%)

O Salário médio dos trabalhadores é obtido com a seguinte fórmula:

( ) ( )

Exemplificando esta fórmula com os salários de servente e pedreiro praticados no


primeiro trimestre de 2013 no estado do Ceará (constantes no sistema referencial da
SEINFRA-CE), tem-se que o salário médio é:

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( ) ( )

Sendo R$ 869,72 o salário médio no Ceará; sendo C1 = R$ 2,20 e sendo o


desconto no salário convencionado em 1,5%, o percentual do encargo Vale Transporte, no
Ceará, neste período, é:

( ) ( )

E.2 Café da Manhã

As convenções coletivas regionais obrigam as empresas a fornecerem uma


refeição mínima matinal aos trabalhadores, sendo o seu percentual na taxa de Encargos
Sociais calculado com a seguinte fórmula:

( )
[ ]

Onde:
C2 = custo do café da manhã, cujos ingredientes (pão, ovo, copo de café com leite
etc.) são definidos em cada convenção coletiva;
N = número de dias trabalhados no mês;
%Desc. = desconto no salário devido ao café da manhã (varia em cada convenção
coletiva);
S = salário médio mensal.

Supondo C2 = R$ 2,00 e Desc. = R$ 3,00, tem-se que:

( )
[ ]

E.3 Almoço

( )
[ ]

Onde:
C3 = Custo do almoço;
N = Número de dias trabalhados no mês;
%Desc. = percentual de desconto no salário devido ao almoço (varia em cada
convenção coletiva);
S = Salário médio mensal dos operários.

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A Composição Detalhada da Taxa de Encargos Sociais dos


Operários - Horistas

Supondo C3 = R$ 5,20 e Desc. = R$ 3,00, tem-se que:

( )
[ ]

E.4 Auxílio Alimentação (ou Cesta Básica)

Existem sindicatos regionais que aderiram ao Programa de Alimentação do


Trabalhador2 (PAT) e fornecem o Auxílio Alimentação, como se vê na cláusula décima
terceira da Convenção Coletiva do Sinduscon-CE/2012-2013:

As empresas fornecerão, mensalmente, no primeiro dia útil de cada mês, a


todos os seus empregados em atividade, auxílio alimentação no valor de R$
50,00 (cinqüenta reais), não constituindo, com isso, salário in natura,
conforme determina o Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT.

Outras convenções determinam o pagamento de uma cesta básica (auxílio


alimentação) ao trabalhador, fixando o seu valor.

O percentual desse encargo é, portanto, calculado da seguinte forma:

Com os valores do Sinduscon-CE, o percentual desse encargo é:

E.5 Participação nos Resultados

Alguns sindicatos regionais de construtores negociam com os sindicatos de


operários como será aplicada a “Participação nos Resultados” (ou nos lucros), com base na
Lei n° 10.101, de 19/12/2000. O resultado dessa negociação é consignado em uma das
cláusulas da respectiva convenção coletiva e passa a ser mais um encargo social (ou mais
uma despesa direta ou indireta).

Pela citada Lei, a adoção da Participação nos Resultados não é compulsória, mas
as empresas estão obrigadas a negociá-la com os representantes dos trabalhadores.

A sua quantificação tem que ser feita observando-se o que está determinado em
cada convenção coletiva regional. O Sinduscon-CE, por exemplo, vem concedendo esse

2
Ver http://portal.mte.gov.br/pat/. Acessado em abril 2013.

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encargo para os operários da região metropolitana de Fortaleza há alguns anos3, pagando


40% do salário a cada seis meses trabalhados. Esse percentual, no entanto, pode ir
diminuindo gradativamente se o trabalhador tiver ausências laborais durante os seis meses
de apuração do valor do encargo. Considerado desse modo, a sua quantificação pode ser
formulada da seguinte maneira:

Onde:
P = percentual de Participação nos resultados sobre o salário;
t = período (em meses) no qual a Participação nos Resultados será concedida.

Com os dados da Convenção Coletiva do Sinduscon-CE 2012-2013:

E.6 Uniforme

Os empregadores são obrigados a fornecer Uniformes e Equipamentos de Proteção


Individual (EPI) aos operários da construção (civil ou pesada) pela legislação (Art. 166 da
CLT e NR-6 e NR-18 da Lei nº 6.514/77). Há convenções que unem “Uniforme” e “EPI” em
um só encargo; todavia, para melhor compreensão e facilidade de cálculo, trataremos aqui
de cada um de forma separada.

Calcula-se o percentual deste encargo “Uniforme” com a seguinte fórmula:

( )
[ ]

Onde:
CUnif = Custo do uniforme (bata e calça)
Tp = Tempo médio de permanência na construção civil
VU = Vida útil do uniforme, em meses
N = Número de operários da obra
S = Salário médio mensal dos operários

3
Consta na Cláusula Nona da Convenção Coletiva 2012-2013 do Sinduscon-CE para a região de Fortaleza.

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Considerando-se:
 Tempo de permanência na construção civil de 19,26 meses;
 Uma obra com 30 operários;
 A vida útil de um uniforme de 6 meses;
 O preço médio de um uniforme de R$ 50,00;
 O salário médio mensal dos trabalhadores de R$ 869,72;

Tem-se:

( )
[ ]

E.7 EPI

Utiliza-se para o cálculo do percentual para Equipamentos de Proteção Individual


uma fórmula semelhante à utilizada para o cálculo do percentual para “Uniforme”, sendo que
o VU, nesse caso, é a vida útil média dos EPI, em meses.

Onde:
CEPI = Custo anual do conjunto de EPI básico por operário;
S = Salário médio mensal dos trabalhadores.

O Custo anual do conjunto de EPI por operário (sem incluir o uniforme) é calculado
conforme a Tabela 7.4.

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A Composição Detalhada da Taxa de Encargos Sociais dos


Operários - Horistas

Tabela 7.4 – Custo médio anual de EPI por operário

EPI Unidade Consumo Custo Custo total


anual unitário
Capacete Unid. 2,00 R$ 12,00 R$ 24,00
Bota de PVC Par 2,00 R$ 30,00 R$ 60,00
Meia Par 4,00 R$ 2,50 R$ 10,00
Luva de Raspa Par 4,00 R$ 12,00 R$ 48,00
Cinto antiqueda Unid. 0,25 R$ 70,00 R$ 17,50
Protetor auricular Unid. 1,00 R$ 25,00 R$ 25,00
Avental de raspa Unid. 0,33 R$ 17,00 R$ 5,61
Óculos de proteção Unid. 0,20 R$ 4,00 R$ 0,80
Capa de chuva Unid. 1,00 R$ 18,00 R$ 18,00
Protetor facial Unid. 0,20 R$ 25,00 R$ 5,00
R$ 213,91

Considerando-se:

 O custo médio anual do conjunto de EPI4 igual a R$ 213,91;


 O salário médio mensal dos trabalhadores de R$ 869,72;

Tem-se:

E.8 Seguro de Vida/Acidente

Se esse encargo constar na convenção coletiva da região onde a obra analisada


está sendo ou foi construída, pode ser calculado com a seguinte fórmula:

Onde:
Csv = Custo mensal do seguro de vida/acidente pago a cada trabalhador;
S = Salário médio mensal dos trabalhadores da construção civil na região.

Para obter o custo mensal do seguro de vida/acidente por operário, considerando o


prêmio determinado em cada convenção coletiva, o melhor é que os auditores consultem

4
O preços dos equipamentos de proteção individual podem facilmente ser consultados em websites
de lojas, tais como o http://www.cobequi.com.br.

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diretamente as seguradoras conveniadas com cada Sinduscon estadual. Os valores de


prêmios de seguros determinados nas diversas convenções coletivas do país variam
bastante e a cada valor de prêmio corresponde um custo mensal peculiar.

A Convenção Coletiva 2012-2013 do Sinduscon-CE, por exemplo, definiu o prêmio


de seguro em 80 pisos salariais mínimos por operário (cláusula décima nona):

Os empregadores contratarão, às suas expensas, seguro de vida para todos


os seus empregados com as seguintes coberturas: para o caso de morte
natural, 40 (quarenta) PSMCCRMF; para os casos de morte por acidente,
80 (oitenta) PSMCCRMF; no caso de invalidez permanente por acidente de
trabalho, até 80 (oitenta) PSMCCRMF conforme tabela do INSS.

Já a Convenção Coletiva 2013-2015 do Sinduscon-Rio com o Sintraconst-Rio


determina um prêmio de seguro no valor de R$ 23.000,00 por operário (cláusula décima
sétima). Por suas vezes, as Convenções Coletivas celebradas em 2012 entre o Sinduscon-
SP e diversos sindicatos regionais de operários determinaram um prêmio no valor de
R$ 40.000,00.

Como se vê, há grande variação nos prêmios de seguros constantes nas diversas
convenções coletivas regionais do país e cada um deve ser considerado peculiarmente
quando da análise da taxa de Encargos Sociais de uma obra.

Uma alternativa para estimar-se o custo do seguro de vida (Csv) seria fazer uma
simulação online em alguns websites de grandes seguradoras. Uma simulação feita por este
autor para um prêmio de R$ 40.000,00 no website do Bradesco Previdência 5 considerando
um indivíduo com trinta anos de idade retornou um custo mensal de R$ 18,58. Por
proporção, o custo mensal para um prêmio de R$ 70.000,00 (como o do Sinduscon-CE)
seria de R$ 32,51.

Com esses dados, o percentual desse encargo Seguro de Vida, no Ceará, é:

Com base na mesma citada simulação, também por proporção, o custo mensal
para um prêmio de R$ 23.000,00 (como o do Sinduscon-Rio) seria de R$ 10,68. Com esse
custo mensal e considerando o salário médio mensal no Rio de Janeiro de R$ 1.412,84,
tem-se:

5
http://www.bradescoprevidencia.com.br/PersonalLife/Paginas/index.asp?srtTipoSimulador=H. Acessado em
abril/2013.

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Como se pode perceber, o percentual desse encargo será diferente em cada


região, e deve ser calculado/analisado conforme os dados de cada convenção coletiva
regional.

E.9 Atendimento Médico

O art. 168 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e a NR 07- PROGRAMA


DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL6 (PSMSO) determina que as
empresas façam constar no PSMSO os exames médicos: admissional, periódico, de retorno
ao trabalho, de mudança de função e demissional.

Os exames médicos comumente realizados na construção civil são o de Saúde


Ocupacional, o de Audiometria e os Exames Específicos ou Especiais (raio x, oftalmológico,
eletrocardiograma e outros). Os custos desses exames variam bastante entre si. Para o
cálculo do percentual desse encargo, recomenda-se adotar o custo médio dos exames
médicos periódicos realizados em obra.

O percentual do encargo Atendimento Médico é calculado com a fórmula:

( )
[ ]

Onde:
CEM = custo médio de um exame médico periódico;
NEM = Número de exames médicos realizados por mês na obra;
N = Número de operários da equipe da obra;
S = Salário médio mensal dos trabalhadores da construção civil na região.

Para exemplificar o cálculo desse encargo aqui, foram feitas as seguintes


considerações:

 Custo médio de um exame médico periódico na obra: R$ 30,00 7


 Número de exames médicos realizados por mês na obra: 15;
 Número de operários na obra: 30;
 Salário médio na construção civil, na região: R$ 869,72.

Com esses dados:

6
Disponível em <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D308E21660130E0819FC102ED/nr_07.pdf>. Acesso
em 23 abril 2013.
7
Conforme entrevistas a construtores.

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( )
[ ]

Total Grupo E: 40,10%

Encargos Totais (A + B + C + D + E ) = 158,30%

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Operários - Horistas

Composição da taxa de Encargos Sociais – Horistas / Ceará (até abril/2013)

ITEM GRUPO PERCENTUAL


GRUPO A - ENCARGOS BÁSICOS 36,80 %

A.1. Previdência Social (INSS) 20,00 %


A.2. FGTS 8,00 %
A.3. Salário Educação 2,50 %
A.4. Serviço Social da Indústria (SESI) 1,50 %
A.5. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) 1,00 %
A.6. Serviço de Apoio à Pequena e Média Empresa (SEBRAE) 0,60 %
A.7. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 0,20 %
A.8. Seguro contra acidentes de trabalho (INSS) 3,00 %
A.9. Serviço Social da Indústria da Construção e do Mobiliário 0,00 %
(SECONCI)

GRUPO B - ENCARGOS TRABALHISTAS 43,94 %


B.1. Repouso Semanal (domingos) 17,69 %
B.2. Feriados 4,05 %
B.3. Auxílio Enfermidade 0,77 %
B.4. Licença Paternidade 0,04 %
B.5. Licença Maternidade 0,02 %
B.6. Acidentes de Trabalho 0,16 %
B.7. Férias Gozadas + 1/3 7,94 %
B.8. Faltas Justificadas 0,74 %
B.9. 13o. Salário 11,05 %
B.10. Dias de chuvas 0,74 %
B.11. Greves 0,74 %

GRUPO C - ENCARGOS INDENIZATÓRIOS 18,90 %


C.1. Depósito Por Rescisão Sem Justa Causa 5,89 %
C.2. Férias Indenizadas + 1/3 4,76 %
C.3. Aviso Prévio Indenizado 7,14 %
C.4. Aviso Prévio Trabalhado 0,19 %
C.5. Indenização Adicional (demissões no mês anterior à Conv. Coletiva) 0,91 %

GRUPO D - REINCIDÊNCIAS CUMULATIVAS 18,56 %


D.1. De A em B e de A em C.2 17,92 %
D.2. De A em C.4 e de A2 (FGTS) em C.3 0,64 %

SUBTOTAL 1 (A+B+C+D) 118,20 %

GRUPO E - ENCARGOS COMPLEMENTARES (LOCAIS) 40,10 %


E.1. Vale Tranporte 9,63 %
E.2. Café da Manhã 4,71 %
E.3. Almoço 12,81 %
E.4. Auxílio Alimentação (ou Cesta Básica) 5,75 %
E.5. Participação nos Resultados 0,80 %
E.6. Uniforme 0,62 %
E.7. E.P.I. 2,05 %
E.8. Seguro de Vida 3,74 %
E.9. Atendimento Médico 1,72 %

TAXA TOTAL ENCARGOS SOCIAIS 158,30 %

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