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Exercício de Apoio¹
Segue exercício proposto com a devida solução e comentários, tem por objetivo contribuir para o
estudo do assunto abordado no capítulo 11 do livro texto2: Mão - de - obra - direta. Recomenda-
se resolver primeiro o exercício para depois tomar conhecimento da solução para conferir.
Problema proposto: A Industrial KDT examina adotar algumas proposições com o objetivo de
aumentar a produtividade do trabalho do seu setor de montagem, atualmente formado por 14
empregados, todos eles com mais de um ano de trabalho na empresa.
O salário de cada empregado é de R$ 1.500 por mês, para uma jornada semanal de 44 horas de
segunda a sexta-feira. A empresa concede atualmente, 20 minutos por dia para descanso e uma
cesta básica de alimentos cujo custo mensal por empregado é de R$ 170,00.
Os encargos sociais da empresa são o INSS de 28,80%, FGTS de 8,00%, 13° salário, férias e abono
constitucional de 1/3 sobre férias. O número de feriados que recaem em dias de semana, é de 11
dias ao ano.
1
Adaptado de LAURIA, Luciano Carlos.
2
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2010.
1
a) a concessão de um 14° salário, no valor de R$ 2.000 por ano, na forma de distribuição de
lucros (Lei 10.101), de forma que a produtividade se eleve para 34 unidades por hora de
trabalho de cada empregado; ou
2
SOLUÇÃO: 1 - COM OS BENEFÍCIOS ATUAIS:
COMENTÁRIOS:
3
A anualização dos cálculos permite identificar para um período de um ano, todos os custos
com salários e encargos sociais – muitos desses, vinculados a um exercício, como a gratificação
natalina (13° salário) e o abono constitucional pecuniário de 1/3 sobre férias.
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Observa-se que no cálculo dos 12 meses, já estará sendo considerado no total dos salários
um mês de férias por ano – pois efetivamente, o empregado trabalha 11 meses e descansa 1
mês. As férias é O PRÓPRIO SALÁRIO, com a diferença que o empregado não trabalha no mês
de férias. Portanto, é um encargo social que é pago diretamente ao empregado.
3
IMPORTANTE:
A legislação brasileira permite a contratação de empregado por mês ou por hora (ou
ainda por semana, mas esta opção está em desuso).
A lei trabalhista estabelece a jornada mensal de 220 horas, mas isso não quer dizer que
são todas trabalhadas.
Quando se calculam os encargos sociais sobre o SALÁRIO MENSAL, incidem sobre o
mesmo, o INSS, o FGTS, o 13º salário e o abono constitucional de 1/3 sobre férias.
Então, quando se necessita identificar o custo de cada hora efetivamente trabalhada,
que resulta em produtos fabricados (ou serviços prestados, nas empresas do setor
serviço), relacionando o tempo, o custo e a quantidade produzida, se torna então
imperioso calcular o custo HOMEM POR HORA, já com os encargos sociais.
Assim, como informa o livro-texto, a "maneira mais fácil de calcular esse valor é
verificar o gasto que cabe a empresa por ano e dividi-lo pelo número de horas em que
o empregado efetivamente se encontra à sua disposição", ou seja, nas horas em que o
empregado produz.
Por isso, o termo "hora efetivamente trabalhada". Pois nem todas as 220 horas
REMUNERADAS MENSALMENTE por lei, são trabalhadas, pois por mês, tem-se quatro
finais de semana (REPOUSO SEMANAL REMUNERADO), além dos feriados, em que o
empregado recebe e não trabalha.
Ao converter vinte minutos em número decimal, para reduzir dos 8,80 (oito horas e
oitenta por cento de uma hora), pode-se utilizar mais de uma casa decimal. Assim:
20 minutos corresponde a 0,3333 de uma hora, ou seja, 1/3 de hora. 8,80 -
0,3333 = 8,4667 x 228 x 14 = 27.025,71.
Se calcular com duas casas decimais, irá obter 8,47, vezes 228 x 14 =
27.036,24. Qualquer número resultante de duas, três ou mais casas
decimais estará correto.
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O número de domingos e sábados por ano é facilmente obtido dividindo-se 365 dias do ano
por 7 dias semanais. Como em cada semana têm-se um domingo e um sábado, chega-se
portanto aos 52 dias para cada um por ano.
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Como o custo homem hora é de R$ 15,2299/Hh, isto representa encargos sobre o salário
contratado equvalente a (15,2299 / 6,8181) = 223,37%, ou seja para cada R$ 1,00 de salário a
empresa incorre em R$ 2,23 de custo com pessoal.
÷
G) Custo unitário de MOD: 15,2229/ Hh 30 unidades por hora = R$ 0,5077/unidade
C) Número de dias efetivamente trabalhados (DET) por ano: Permanecem 228 DET
D) Horas efetivamente trabalhadas(HET) por ano: mesmas 27.025,71 HET
E) Custo Homem hora (R$ 439600 / 27025,71het) = R$ 16,266/HET
F) Novo Percentual de encargos (16,266 - 6,8182) = R$ 9,4478/HET 16,266 / 6,8182 =
238,57%. Para cada R$ de 1,00 de salário temos R$ 2,39 de custo com pessoal
G) Custo unitário MOD (R$ 16,266/Hh ÷ 34 unidades por hora = R$ 0,4784/unidade
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Observar que na forma da distribuição de lucros pela Lei 10.101, não incidem encargos
sociais sobre os valores pagos (limitados a duas vezes por ano.
C) Número de dias efetivamente trabalhados (DET) por ano: Permanecem 228 DET
D) Horas efetivamente trabalhadas(HET) por ano: mesmas 27.025,71 HET
E) Custo Homem hora (R$ 445200 / 27025,71het) = R$ 16,4732/HET
F) Novo Percentual de encargos (16,4732 - 6,8182) = R$ 9,6551/HET 16,4732 / 6,8182
= 241,61%. Para cada R$ de 1,00 de salário temos R$ 2,42 de custo com pessoal
G) Custo unitário MOD (R$ 16,4732/Hh ÷ 35 unidades por hora = R$ 0,4707/unidade
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Observar que sobre o valor do benefício com a concessão de plano de saúde não incidem
encargos sociais sobre os valores pagos.
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Conclusão:
Entre as duas opções, a melhor relação em termos de custo por unidade, considerando
também o maior volume, é a concessão do plano de saúde. Nessa alternativa, o custo H/h
apresenta-se menor que os demais, para cada uma das 35 unidades produzidas por hora.
Entretanto, tem essa alternativa a desvantagem de ser uma concessão mensal, obrigando ao
pagamento a cada mês e de tal forma incorporando como um benefício comprometido em
face da natureza (plano de saúde), que fica praticamente difícil para a empresa retirar esse
benefício, caso a produtividade não seja obtida.
A melhor opção estratégica se afigura na concessão do 14° salário (PLR), uma vez que será
concedido sob o amparo da lei, sem implicações maiores e sem criação de eventuais
passivos trabalhistas; principalmente, por ser uma concessão ao término do período, a
gratificação ocorrerá se efetiva e concretamente o volume de produção esperado seja
atingido.
Registramos que a decisão deverá se pautar pelo VALOR do custo H/h, e não pelo percentual
dos encargos sociais. O ônus é em valor de pagamento de salários e encargos sociais, e não
do percentual. A utilidade da medida do ônus dos encargos em percentual é devida a
comparações, permitindo avaliar o impacto de determinados benefícios no total. Mas a
tomada de decisões é sempre baseada em valor do custo homem/hora, notadamente
quando relacionada ao valor da MOD por unidade produzida.