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Cálculo da Retribuição horária

Casos Práticos
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IRS e Segurança Social

Fórmula de cálculo da retribuição horária (artigo 271.º do CT)

“1 - O valor da retribuição horária é calculado segundo a seguinte fórmula:


(Rm x 12) ÷ (52 x n)
2 - Para efeito do número anterior, Rm é o valor da retribuição mensal e n o período
normal de trabalho semanal, definido em termos médios em caso de
adaptabilidade.”

Podemos, assim, encontrar no artigo 271.º do Código do Trabalho a fórmula de


cálculo da retribuição horária de um trabalhador.
Nos termos da referida norma, o valor da retribuição horária é calculado de acordo
com a seguinte fórmula:
(Remuneração mensal x 12) ÷ (52 x n.º de horas do período normal de
trabalho semanal)

Exemplo 1: Trabalhador com uma retribuição mensal de € 665,00, com um


período normal de trabalho diário correspondente a 8h e um período normal de
trabalho semanal de 40h:
(€ 665 x 12) ÷ (52 x 40) = € 7.980 ÷ 2080 = € 3,84
Será este (€ 3,84), o valor da retribuição horária do trabalhador.

Exemplo 2: Trabalhador com uma retribuição mensal de € 1.500,00, com um


período normal de trabalho diário correspondente a 8h e um período normal de
trabalho semanal de 40h:
(€ 1.500 x 12) ÷ (52 x 40) = € 18.000 ÷ 2080 = € 8,65
Será este (€ 8,65), o valor da retribuição horária do trabalhador.

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Exemplo 3: Trabalhador com uma retribuição mensal de € 1.500,00, com um


período normal de trabalho diário correspondente a 7h e um período normal de
trabalho semanal de 35h:
(€ 1.500 x 12) ÷ (52 x 35) = € 18.000 ÷ 1820 = € 9,89
Será este (€ 9,89), o valor da retribuição horária do trabalhador.

O Código do Trabalho prevê que na determinação do valor da retribuição deve ter-


se em conta a quantidade, natureza e qualidade do trabalho, observando-se o
princípio de que, para trabalho igual ou de valor igual, salário igual.

Este artigo 271.º propõe-se resolver a questão do cálculo da retribuição horária,


para os mais diversos efeitos:
- os descontos em consequência de falta justificada ou injustificada (artigos 255.º
e 256.º do CT);
- para proceder ao cálculo do acréscimo remuneratório por trabalho suplementar
(artigo 268.º, n.º 1 do CT),
- por trabalho prestado em dia feriado, em estabelecimento legalmente dispensado
de encerrar (artigo 269.º, n.º 2, CT);
- para determinar a prestação devida ao trabalhador nos períodos de não trabalho
durante os quais esta continue a ser devida, como acontece no caso de
encerramento temporário do estabelecimento por motivo inerente ao empregador
(artigo 309.º do CT);
- para o cálculo do acréscimo remuneratório por trabalho noturno (artigo 266.º,
n.º1, CT);

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Estando em causa a determinação do valor dos acréscimos por trabalho


suplementar, a “retribuição mensal” é a retribuição – base, acrescida de
diuturnidades, se a elas o trabalhador tiver direito.

Exemplo 4
Trabalhador com uma retribuição base mensal de € 890,00, com um período
normal de trabalho diário correspondente a 8h e um período normal de trabalho
semanal de 40h. No mês de junho foram registadas 16 horas de faltas não
justificadas.
(€ 890 x 12) ÷ (52 x 40) = € 10.680 ÷ 2080 = € 5,13
Será este (€ 5,13), o valor da retribuição horária do trabalhador.

n.º de horas mensais = (52 x 40) ÷ 12 = 173,33

retribuição base do mês de junho = € 5,13 x (173,33 – 16) = € 5,13 x 157,33 =


€ 807,10

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Trabalho Noturno (artigos 223.º, 224.º, 225.º e 268.º do CT)


Considera-se trabalho noturno o prestado num período que tenha a duração
mínima de sete horas e máxima de onze horas, compreendendo o intervalo entre
as 0 e as 5 horas. (artigo 223.º, n.º 1, CT)

O período de trabalho noturno pode ser determinado por instrumento de


regulamentação coletiva de trabalho, com observância do disposto no parágrafo
anterior, considerando-se como tal, na falta daquela determinação, o
compreendido entre as 22 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte. (artigo
223.º, n.º 2, CT)
Considera-se trabalhador noturno o que presta, pelo menos, três horas de trabalho
normal noturno em cada dia ou que efetua durante o período noturno parte do seu
tempo de trabalho anual correspondente a três horas por dia, ou outra definida por
instrumento de regulamentação coletiva de trabalho (artigo 224.º, n.º 1, CT)
O trabalho noturno é pago com acréscimo de 25 % relativamente ao pagamento
de trabalho equivalente prestado durante o dia (artigo 268.º, n.º 1, CT)
Conforme prevê o n.º 2, do artigo 268.º, o acréscimo previsto no parágrafo anterior
pode ser substituído, mediante instrumento de regulamentação coletiva de
trabalho, por:
a) Redução equivalente do período normal de trabalho;
b) Aumento fixo da retribuição base, desde que não importe tratamento menos
favorável para o trabalhador.

O acréscimo de 25% não se aplica, salvo se previsto em instrumento de


regulamentação coletiva de trabalho:
a) Em atividade exercida exclusiva ou predominantemente durante o período
noturno, designadamente espetáculo ou diversão pública;

b) Em atividade que, pela sua natureza ou por força da lei, deva funcionar à
disposição do público durante o período noturno, designadamente

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empreendimento turístico, estabelecimento de restauração ou de bebidas, ou


farmácia, em período de abertura;

c) Quando a retribuição seja estabelecida atendendo à circunstância de o trabalho


dever ser prestado em período noturno.

Exemplo 5: Trabalhador com uma retribuição mensal de € 760,00, com um


período normal de trabalho diário correspondente a 8h e um período normal de
trabalho semanal de 40h. Durante o mês de março realizou 6h de trabalho noturno.

(€ 760 x 12) ÷ (52 x 40) = € 9.120 ÷ 2080 = € 4,38


Será este (€ 4,38), o valor da retribuição horária do trabalhador.

Cálculo do acréscimo remuneratório por trabalho noturno relativo ao mês de março


= 6h x € 4,38 x 1,25 = € 32,85

O valor do trabalho noturno é sujeito a IRS e constitui base de incidência


contributiva para a Segurança Social.

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BIBLIOGRAFIA
XAVIER, BERNARDO DA GAMA LOBO – Manual de Direito do Trabalho, 3.ª Edição, março de 2018, Rei
dos Livros.

MARECOS, DIOGO VAZ - Código do Trabalho Comentado, 4.ª Edição, fevereiro 2020, Almedina.

LEITÃO, LUÍS MENEZES - Direito do Trabalho, 7.ª Edição, abril 2021, Almedina.

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