Você está na página 1de 12

IRS: A tributação dos Residentes

E-Learning
Tributação em IRS dos Residentes

IRS: A tributação dos Residentes

BASE DO IMPOSTO

Estabelece o n.º 1, do artigo 1.º do CIRS (Base de Imposto):

O imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) incide sobre o valor anual dos
rendimentos das categorias seguintes, mesmo quando provenientes de atos ilícitos, depois de
efetuadas as correspondentes deduções e abatimentos:

Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente;

Categoria B - Rendimentos empresariais e profissionais;

Categoria E - Rendimentos de capitais;

Categoria F - Rendimentos prediais;

Categoria G - Incrementos patrimoniais;

Categoria H - Pensões.

Estabelece o Artigo 18.º - Rendimentos obtidos em território português:

1 - Consideram-se obtidos em território português:

a) Os rendimentos do trabalho dependente decorrentes de atividades nele exercidas, ou quando


tais rendimentos sejam devidos por entidades que nele tenham residência, sede, direção efetiva
ou estabelecimento estável a que deva imputar-se o pagamento;

b) As remunerações dos membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas e outras
entidades, devidas por entidades que nele tenham residência, sede, direção efetiva ou
estabelecimento estável a que deva imputar-se o pagamento;

c) Os rendimentos de trabalho prestado a bordo de navios e aeronaves, desde que os seus


beneficiários estejam ao serviço de entidade com residência, sede ou direção efetiva nesse
território;

FORMADOR / Dr. Miguel Fragoso Página | 2

geral@certform.pt 226 066 442 / 935 569 146 / 935 569 148 www.certform.pt
E-Learning
Tributação em IRS dos Residentes

d) Os rendimentos provenientes da propriedade intelectual ou industrial, da prestação de


informações respeitantes a uma experiência adquirida no setor comercial, industrial ou científico,
ou do uso ou concessão do uso de equipamento agrícola, comercial ou científico, quando não
constituam rendimentos prediais, bem como os derivados de assistência técnica, devidos por
entidades que nele tenham residência, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que
deva imputar-se o pagamento;
e) Os rendimentos de atividades empresariais e profissionais imputáveis a estabelecimento
estável nele situado;

f) Os rendimentos que não se encontrem previstos na alínea anterior decorrentes de atividades


profissionais e de outras prestações de serviços, incluindo as de carácter científico, artístico,
técnico e de intermediação na celebração de quaisquer contratos, realizadas ou utilizadas em
território português, com exceção das relativas a transportes, telecomunicações e atividades
financeiras, desde que devidos por entidades que nele tenham residência, sede, direção efetiva
ou estabelecimento estável a que deva imputar-se o pagamento;

g) Outros rendimentos de aplicação de capitais devidos por entidades que nele tenham
residência, sede, direção efetiva ou estabelecimento estável a que deva imputar-se o
pagamento;

h) Os rendimentos respeitantes a imóveis nele situados, incluindo as mais-valias resultantes da


sua transmissão;

i) As mais-valias resultantes da transmissão onerosa de partes representativas do capital de


entidades com sede ou direção efetiva em território português, incluindo a sua remição e
amortização com redução de capital e, bem assim, o valor atribuído aos associados em resultado
da partilha que, nos termos do artigo 81.º do Código do IRC, seja considerado como mais-valia,
ou de outros valores mobiliários emitidos por entidades que aí tenham sede ou direção efetiva,
ou ainda de partes de capital ou outros valores mobiliários quando, não se verificando essas
condições, o pagamento dos respetivos rendimentos seja imputável a estabelecimento estável
situado no mesmo território;

j) As mais-valias resultantes da alienação dos bens referidos na alínea c) do n.º 1 do artigo 10.º,
quando nele tenha sido feito o registo ou praticada formalidade equivalente;

l) As pensões devidas por entidade que nele tenha residência, sede, direção efetiva ou
estabelecimento estável a que deva imputar-se o pagamento;

m) Os rendimentos de atos isolados nele praticados;

FORMADOR / Dr. Miguel Fragoso Página | 3

geral@certform.pt 226 066 442 / 935 569 146 / 935 569 148 www.certform.pt
E-Learning
Tributação em IRS dos Residentes

n) Os incrementos patrimoniais não compreendidos nas alíneas anteriores, quando nele se


situem os bens, direitos ou situações jurídicas a que respeitam, incluindo, designadamente, os
rendimentos provenientes de operações relativas a instrumentos financeiros derivados, devidos
ou pagos por entidades que nele tenham residência, sede, direção efetiva ou estabelecimento
estável a que deva imputar-se o pagamento;

o) Os rendimentos derivados do exercício, em território português, da atividade de profissionais


de espetáculos ou desportistas, ainda que atribuídos a pessoa diferente.
p) As mais-valias resultantes da transmissão onerosa de partes de capital ou de direitos similares
em sociedades ou outras entidades, não abrangidas pela alínea i), quando, em qualquer
momento durante os 365 dias anteriores, o valor dessas partes de capital ou direitos resulte,
direta ou indiretamente, em mais de 50 %, de bens imóveis ou direitos reais sobre bens imóveis
situados em território português, com exceção dos bens imóveis afetos a uma atividade de
natureza agrícola, industrial ou comercial que não consista na compra e venda de bens imóveis.
Entende-se por estabelecimento estável qualquer instalação fixa ou representação permanente
através das quais seja exercida uma atividade profissional, comercial, industrial ou agrícola.

MODELOS DE TRIBUTAÇÃO EM IRS DOS RENDIMENTOS OBTIDOS POR


SUJEITOS PASSIVOS RESIDENTES E AS OPÇÕES DE ENGLOBAMENTO

Residência (artigo 16.º do CIRS)

A residência fiscal é aferida em relação a cada sujeito passivo independentemente do


seu estado civil.

Consideram-se residentes as pessoas que:

Critério da permanência

São residentes em território português as pessoas que, no ano a que respeitam os rendimentos:

a) Hajam nele permanecido mais de 183 dias, seguidos ou interpolados, em qualquer período
de 12 meses com início ou fim no ano em causa;

b) Tendo permanecido por menos tempo, aí disponham, num qualquer dia do período referido
na alínea anterior, de habitação em condições que façam supor intenção atual de a manter e
ocupar como residência habitual;

FORMADOR / Dr. Miguel Fragoso Página | 4

geral@certform.pt 226 066 442 / 935 569 146 / 935 569 148 www.certform.pt
E-Learning
Tributação em IRS dos Residentes

Critério da entidade devedora dos rendimentos

c) Em 31 de dezembro, sejam tripulantes de navios ou aeronaves, desde que aqueles estejam


ao serviço de entidades com residência, sede ou direção efetiva nesse território;

d) Desempenhem no estrangeiro funções ou comissões de carácter público, ao serviço do


Estado Português.

Considera-se como dia de presença em território português qualquer dia, completo ou parcial,
que inclua dormida no mesmo.

A perda da qualidade de residente ocorre a partir do último dia de permanência em território


português.

A residência fiscal é aferida em relação a cada sujeito passivo do agregado.

Como regra geral, os sujeitos passivos são considerados residentes sempre que tenha havido a
permanência, no território português, durante mais de 183 dias, contados em qualquer período
de 12 meses começando ou terminando no ano em questão, considerando-se igualmente dias
parciais. Tendo permanecido por menos tempo, poderão considerar-se residentes se, em
qualquer período de 12 meses, começando ou terminado no ano em causa, dispuserem de
habitação em condições que façam supor a intenção de a manter e ocupar como residência
habitual (artigo 16.º do CIRS).

Residência parcial: em relação ao não residente que vem para território português, um
sujeito passivo que se torne residente pelos critérios da permanência, nesse ano, pode
ser considerado como não residente de 1 de janeiro até ao dia anterior à sua chegada e
como residente desde o dia da sua chegada até 31 de dezembro (residência fiscal
parcial), salvo quando tenha sido considerado como residente em qualquer dia do ano
anterior, caso em que é residente desde o primeiro dia do ano.

Residência numa Região Autónoma (artigo 17.º do CIRS)

1 - Para efeitos do CIRS, considera-se que no ano a que respeitam os rendimentos as pessoas
residentes no território português são residentes numa região autónoma quando permaneçam
no respetivo território por mais de 183 dias.

2 - Para que se considere que um residente em território português permanece numa região

FORMADOR / Dr. Miguel Fragoso Página | 5

geral@certform.pt 226 066 442 / 935 569 146 / 935 569 148 www.certform.pt
E-Learning
Tributação em IRS dos Residentes

autónoma, para efeitos do número anterior, é necessário que nesta se situe a sua residência
habitual e aí esteja registado para efeitos fiscais.

3 - Quando não for possível determinar a permanência a que se referem os números anteriores,
são considerados residentes no território de uma região autónoma os residentes no território
português que ali tenham o seu principal centro de interesses, considerando-se como tal o local
onde se obtenha a maior parte da base tributável, determinada nos seguintes termos:

a) Os rendimentos do trabalho consideram-se obtidos no local onde é prestada a atividade;

b) Os rendimentos empresariais e profissionais consideram-se obtidos no local do


estabelecimento ou do exercício habitual da profissão;

c) Os rendimentos de capitais consideram-se obtidos no local do estabelecimento a que deva


imputar-se o pagamento;

d) Os rendimentos prediais e incrementos patrimoniais provenientes de imóveis consideram-se


obtidos no local onde estes se situam;

e) Os rendimentos de pensões consideram-se obtidos no local onde são pagas ou colocadas à


disposição.

4 – São havidas como residentes no território de uma região autónoma as pessoas que
constituem o agregado familiar, desde que aí se situe o principal centro de interesses, nos termos
definidos no número anterior.

FORMADOR / Dr. Miguel Fragoso Página | 6

geral@certform.pt 226 066 442 / 935 569 146 / 935 569 148 www.certform.pt
E-Learning
Tributação em IRS dos Residentes

No IRS os rendimentos não são todos tributados da mesma forma.

Vamos considerar a tributação dos sujeitos passivos residentes em território


português (para os quais o IRS incide sobre a totalidade dos seus rendimentos,
incluindo os obtidos fora deste território), e vamos analisar as três formas de
tributação previstas no CIRS: por englobamento, a taxas liberatórias e a taxas
especiais.

1. Tomando por referência a tributação dos sujeitos passivos residentes em


território português (para os quais o IRS incide sobre a totalidade dos seus
rendimentos, incluindo os obtidos fora deste território), vamos analisar os três
modelos de tributação previstos no CIRS: por englobamento, a taxas liberatórias e
a taxas especiais.
2. O artigo 22.º do CIRS prevê a regra geral de que o rendimento coletável é o que resulta
do englobamento dos rendimentos das várias categorias de rendimentos auferidos em
cada ano, depois de feitas as deduções e os abatimentos previstos para cada uma delas
(deduções específicas). Logo a seguir, refere que não são englobados para efeitos da
sua tributação os rendimentos referidos nos artigos 71.º e 72.º auferidos por residentes
em território português, sem prejuízo da opção pelo englobamento neles prevista. Com
isto afasta-se o conceito de imposto global, mas para assegurar a ideia central do
englobamento, permite-se que este se faça para vários rendimentos tributados por taxas
específicas, desde que o seu titular manifeste expressamente essa vontade.
3. RENDIMENTOS SUJEITOS A TAXAS LIBERATÓRIAS, o artigo 71.º apresenta-nos
as taxas liberatórias, que são taxas de retenção na fonte a título definitivo. Relativamente
a sujeitos passivos residentes, as taxas liberatórias aplicam-se sobre rendimentos de
aplicação de capitais, quando pagos por entidades que disponham de contabilidade
organizada. Como a retenção na fonte a taxas liberatórias traduz-se numa tributação a
título definitivo, os sujeitos passivos que obtenham estes rendimentos ficam inclusive
dispensados de os incluir na sua declaração de IRS.
4. Todavia, os residentes em território nacional podem optar por englobar, para efeitos
da sua tributação, os rendimentos de capitais obtidos em território português e os
rendimentos de valores mobiliários obtidos nos termos da alínea b) do n.º 1 do art.º 71.º.
Se for opção englobar estes rendimentos, o sujeito passivo terá de os declarar no modelo
3, apresentando o anexo E ou G.

FORMADOR / Dr. Miguel Fragoso Página | 7

geral@certform.pt 226 066 442 / 935 569 146 / 935 569 148 www.certform.pt
E-Learning
Tributação em IRS dos Residentes

5. Importa então perceber em que situações a opção de englobamento poderá ser


vantajosa para os titulares dos rendimentos que foram sujeitos à taxa liberatória de 28%.
Os rendimentos englobados por opção serão adicionados aos rendimentos de
englobamento obrigatório, para serem sujeitos às taxas progressivas de 14,5%, 28,5%,
37%, 45% e 48%, previstas no artigo 68.º do CIRS.
6. Começando pelo caso particular dos lucros devidos por pessoas coletivas sujeitas e
não isentas do IRC, o artigo 40.º-A do CIRS prevê que, cumpridos todos os requisitos,
no caso de opção pelo englobamento, estes serão considerados em apenas 50% do seu
valor, para atenuação da dupla tributação económica.
7. Feita a opção pelo englobamento, a retenção que tiver sido efetuada tem a natureza
de pagamento por conta do imposto devido a final, o que permite a sua integral dedução
à coleta de IRS apurada. Na prática, equivale a dizer-se que a retenção na fonte sobre
os 50% dos lucros englobados foi feita à taxa de 2 x 28% = 56%. Um sujeito passivo que
tenha obtido rendimentos sujeitos a taxas liberatórias apenas provenientes de lucros terá
sempre vantagem em optar pelo seu englobamento pois a taxa a aplicar à metade do
rendimento englobado será sempre inferior aos referidos 56%, e irá recuperar parte do
excesso retido na fonte (seja através do aumento do reembolso de IRS, seja por
diminuição do IRS a pagar).
8. Desde 2015, sempre que um sujeito passivo opte por englobar rendimentos fica
obrigado a englobar a totalidade dos rendimentos da mesma categoria.
9. Numa situação de opção de englobamento de lucros, se o sujeito passivo tiver auferido
no mesmo ano juros de depósitos bancários ou de obrigações, por exemplo, terá que
englobar a totalidade destes rendimentos. Sendo que os juros foram tributados à
retenção de 28%, se a taxa a que ficam sujeitos com o englobamento for de 28,5% ou
superior a opção mostra-se desfavorável para estes. Ainda assim, pode revelar-se
vantajoso o englobamento deste conjunto de rendimentos (lucros + juros), desde que a
poupança conseguida pela diferença de taxas nos primeiros seja superior ao
agravamento de tributação gerado nos segundos.
10. Se o sujeito passivo auferir rendimentos sujeitos a taxas liberatórias que não incluam
lucros, a análise poderá passar por três situações distintas:
― Sempre que os rendimentos de englobamento obrigatório já estejam a ser tributados
no escalão dos 28,5%, naturalmente não haverá qualquer vantagem na opção pelo
englobamento, pois a taxa liberatória a que já foram tributados é menor (28%).
― Se os rendimentos englobados forem todos tributados a 14,5% não haverá qualquer
dúvida que é vantajoso optar pelo englobamento.

FORMADOR / Dr. Miguel Fragoso Página | 8

geral@certform.pt 226 066 442 / 935 569 146 / 935 569 148 www.certform.pt
E-Learning
Tributação em IRS dos Residentes

― Mas se parte dos rendimentos englobados vierem a ser tributados a 14,5% e outra
parte em escalões com taxas superiores, tudo dependerá da conjugação da poupança
conseguida na tributação à taxa do primeiro escalão com o agravamento verificado na
tributação à taxa de 28,5% e, eventualmente, de 37%.
11. RENDIMENTOS SUJEITOS A TAXAS ESPECIAIS, as taxas especiais de IRS estão
previstas no artigo 72.º do Código. São taxas proporcionais que se aplicam sobre
rendimentos de declaração obrigatória na modelo 3 de IRS. Alguns destes até podem ter
sido sujeitos a retenção na fonte, mas esta é feita a título provisório. Nunca a título
definitivo.
12. Há que distinguir bem taxas liberatórias de taxas especiais: taxas liberatórias são
taxas de retenção na fonte, que se aplicam aquando do pagamento dos rendimentos
para os tributar, em princípio, a título definitivo, ficando por isso dispensados de inclusão
na declaração de IRS; as taxas especiais são aplicadas apenas no momento da
liquidação do IRS feita pela AT, sobre rendimentos de declaração obrigatória.
13. Consultando o artigo 72.º do CIRS verificamos quais os rendimentos sujeitos a taxas
especiais e, por isso, dispensados de englobamento. Estes rendimentos, se obtidos por
sujeitos passivos residentes, podem ser englobados por opção dos mesmos, com
exceção das gratificações auferidas pela prestação ou em razão da prestação de
trabalho, quando não atribuídas pela entidade patronal nem por entidade que com esta
mantenha relações de grupo, domínio ou simples participação, independentemente da
respetiva localização geográfica.
14. Na opção de englobamento de rendimentos sujeitos a taxas especiais aplica-se a
regra já referida que obriga ao englobamento de todos os rendimentos da mesma
categoria. Daqui resulta que atualmente a opção faz-se categoria a categoria.
15. Um sujeito passivo pode perfeitamente optar por englobar rendimentos de lucros (que
foram sujeitos a retenção a taxa liberatória) e não englobar rendimentos prediais ou de
mais-valias (sujeitos a taxas especiais) que tenha obtido no mesmo ano.
16. Na opção de englobamento de rendimentos referidos no artigo 72.º (Taxas
Especiais) o valor a englobar será sempre o mesmo que está sujeito às taxas
especiais, pelo que a análise da vantagem ou desvantagem do exercício da opção deve
fazer-se atendendo aos cenários equivalentes já explicados.
17. Mas deve ser tido em conta um fator adicional e pouco conhecido. O IRS resultante
da aplicação das taxas especiais não é considerado coleta, pelo que não beneficia das
deduções à coleta previstas no artigo 78.º do CIRS, exceto as relativas a retenções na
fonte.

FORMADOR / Dr. Miguel Fragoso Página | 9

geral@certform.pt 226 066 442 / 935 569 146 / 935 569 148 www.certform.pt
E-Learning
Tributação em IRS dos Residentes

18. Em sujeitos passivos que só obtenham rendimentos sujeitos a taxas especiais, pode
ser vantajoso englobá-los, mesmo que tributados por exemplo a 37%, pois dependendo
do montante de deduções à coleta existentes o valor final de IRS apurado pode ser
inferior.
19. Mesmo em sujeitos passivos que tenham algum rendimento de englobamento
obrigatório, este efeito positivo também pode verificar-se no caso de a coleta gerada por
estes ser inferior ao montante de deduções potenciais.
20. RENDIMENTOS DE ENGLOBAMENTO OBRIGATÓRIO: O CIRS não nos indica
explicitamente quais os rendimentos de englobamento obrigatório. Como referimos, a
regra geral é que o rendimento coletável em IRS é o que resulta do englobamento dos
rendimentos das várias categorias auferidas em cada ano. Mas depois é apresentada a
exclusão desta regra geral de englobamento para os rendimentos referidos nos artigos
71.º e 72.º.
21. Por isso, a forma de perceber quais são os rendimentos de englobamento obrigatório
passa por identificar quais os que estão sujeitos a taxas liberatórias e a taxas especiais
para, por exclusão, concluir quais os que não estão afastados de englobamento,
precisamente por não serem referidos nos artigos 71.º e 72.º. Assim, serão de
englobamento obrigatório todos os rendimentos previstos no CIRC desde que não
mencionados nestes dois artigos.

FORMADOR / Dr. Miguel Fragoso Página | 10

geral@certform.pt 226 066 442 / 935 569 146 / 935 569 148 www.certform.pt
E-Learning
Tributação em IRS dos Residentes

MODELOS DE TRIBUTAÇÃO EM IRS DOS RENDIMENTOS OBTIDOS POR


SUJEITOS PASSIVOS RESIDENTES E AS OPÇÕES DE ENGLOBAMENTO (Síntese)

Rendimentos com englobamento Rendimentos Sujeitos a Taxas Rendimentos Sujeitos a Taxas


obrigatório – artigo 22.º CIRS Especiais – artigo 72.º CIRS Liberatórias – artigo 71.º CIRS
Categoria A – art.º 2.º Categorias A e B
Com exceção das gratificações quando Taxa de 20% para os rendimentos
não atribuídas pela Entidade Patronal e auferidos por residentes não habituais
os rendimentos do trabalho em atividades de elevado valor
dependente auferidos pelos residentes acrescentado …
não habituais

Categoria B – artigos 3.º e 4.º Categoria E


Com exceção dos rendimentos Taxa especial de 28% para capitais,
auferidos pelos residentes não com exceção dos rendimentos
habituais sujeitos a taxas liberatórias.

Categoria G Categoria F – Taxa especial de 28% Os rendimentos sujeitos a taxas


para os rendimentos prediais liberatórias, são sujeitos a
Alienação onerosa de direitos reais retenção na fonte a título
sobre bens imóveis (artigo 10.º, n.º 1, Categoria G – Mais – Valias e definitivo (não são declarados na
alínea a); Incrementos Patrimoniais, artigo 10.º, declaração do IRS modelo 3).
n.º 1, alíneas b), c), e), f), g) e h) –
Cessão onerosa de posições Taxa especial de 28%
contratuais ou outros direitos inerentes
a contratos relativos a bens imóveis
(artigo 10.º, n.º 1, alínea d);

Categoria H – Pensões Categoria H – Pensões


Com exceção das pensões de As pensões de alimentos previstas no
alimentos enquadradas no artigo 83.º- artigo 83.º-A – Taxa de 20%
A
Categoria E – Rendimentos de
= O sujeito passivo pode optar pelo Capitais obtidos em território
englobamento na declaração nacional e Categoria G –
Rendimento total líquido / modelo 3 – artigo 22.º, n.º 5. rendimentos de valores mobiliários,
Rendimento coletável aplica-se a taxa de 28% (artigo 71.º,
Categoria A – Taxa especial de 10% n.º 1, al. b)
para as gratificações quando não
atribuídas pela entidade patronal O sujeito passivo pode optar pelo
englobamento, neste caso terá de
declarar os rendimentos na
declaração modelo 3 – anexos E ou
G

FORMADOR / Dr. Miguel Fragoso Página | 11

geral@certform.pt 226 066 442 / 935 569 146 / 935 569 148 www.certform.pt
E-Learning
Tributação em IRS dos Residentes

x Taxas gerais do artigo 68.º do CIRS x Taxas especiais do artigo 72.º do


CIRS

= Coleta (1)
= IRS relativo a taxas especiais (2)

(1) + (2) = Coleta total

Bibliografia
RICARDO, Joaquim, Direito Tributário Anotado e Remissivo, 24.ª Edição, 2021, VidaEconómica

FORMADOR / Dr. Miguel Fragoso Página | 12

geral@certform.pt 226 066 442 / 935 569 146 / 935 569 148 www.certform.pt

Você também pode gostar