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SITUAÇÃO PROBLEMA

Os investimentos necessários à realização de um evento como as Olimpíadas referem-


se à construção e reforma de estádios, mas também a questões estruturais como mobilidade
urbana, comunicações, infraestrutura urbana, etc.
No caso de estádios, os projetos de investimentos costumam ser bastante controversos.
O Comitê Olímpico Internacional (COI), estabelece requisitos para serem atendidos por
estádios para sediarem suas modalidades esportivas, mas preencher tais critérios exige
grandes investimentos, especialmente no Brasil, onde a maioria dos espaços está defasada,
boa parte deles tendo sido construída em meados do século passado, quando os requisitos
eram bem menos rigorosos.
Além disso, projetos de estádios (e outros espaços) para as Olimpíadas: não podem
levar consideração as receitas da própria Olimpíadas, que são atribuídas ao COI. Dependem,
assim, da geração de receitas com jogos regulares, e uma dificuldade nesse sentido é o gasto
relativamente baixo dos torcedores com ingressos de jogos.

ESTUDO DA SITUAÇÃO PROBLEMA

Os projetos desta natureza necessitam passar por análises para que possa evitar
transtornos no caminhar da sua construção e da sua utilização. Empreendimentos como
Complexos Olímpicos exigem estudos para que se possa realizar um investimento financeiro,
e permita a visualização de um retorno em diversos setores da sociedade que este impacta,
tanto social, como econômico. Alguns requisitos básicos para a etapa de prevenção seriam
conhecer as exigências do Comitê Olímpico Internacional no que tange a capacidade máxima
dos estádios, que tipos de jogos devem conter cada estádio, acomodações para a imprensa em
geral, acomodação para os atletas, mobilidade urbana, órgãos financiadores (governamentais
e/ou privados), desembolso necessário para o empreendimento, segurança patrimonial e
destacamento policial, estacionamentos, localização, atendimento aos pré-requisitos da ABNT
zpara questões como segurança, instalações elétricas, instalações hidrossanitárias,
acessibilidade, estrutura e conforto, e das Normas Técnicas Internacionais quando esta não
abranger.
Os Projetos desta natureza se tornam viáveis desde quando o país sede adota a
filosofia de investir em atividades esportivas para que se tenha no futuro uma proeminência
mundial no que diz respeito ao aproveitamento nas diversas modalidades esportivas. Isto é
uma política com resultados positivos para médio e longo-prazo. É óbvio que, para que isto
aconteça, não só as instalações erguidas devem ser intensamente utilizadas, como o despertar
da população se faça como uma cobrança velada sobre o capital investido neste
empreendimento.
O retorno financeiro, ou payback, advém de eventos anuais ou semestrais, de
abrangência mundial. Desta forma, consegue-se através do turismo promover um retorno
financeiro indireto nos sistemas de hotelaria, restaurantes, transportes, entretenimento
noturno, acesso aos estádios, melhoria das instalações urbanas e da segurança, juntamente
com a melhoria da imagem do país no cenário mundial. Uma justificativa prática disto são as
obras de mobilidade urbana que ficam como legado para a população.
As Olimpíadas do Rio de Janeiro são uma prova concreta de que estas obras dão um
retorno significativo para a população no sentido da movimentação financeira na cidade, da
mobilidade urbana (construção de VLT – veículo leve sobre trilhos, de viadutos e uma nova
linha de metrô), ganho de uma Vila Olímpica, que irá facilitar o treinamento e o surgimento
de novos atletas, visibilidade mundial, entre outros fatores positivos sociais e econômicos que
se refletem em toda conjuntura social instaurada na cidade do Rio de Janeiro.
Quando não bem planejado, estes projetos correm o risco de se tornarem um “elefante
branco” no futuro, que são obras que ficaram subutilizadas, quando não abandonadas, após a
realização dos jogos, e cujos investimentos vultosos sangraram cofres públicos.
“Cidades como Berlim, Sarajevo e Atenas, símbolo
maior dos Jogos Olímpicos, são exemplos de locais que o
grande legado das Olimpíadas ficou apenas no papel. O caso
mais simbólico de abandono ocorreu na Vila dos Jogos de
Inverno de 2014, em Sochi, que menos de dois meses após o seu
término já havia se transformado numa cidade fantasma.
Última sede Olímpica, a cidade russa não resistiu à crise
política e econômica da região. (PIRES, Jader)
A má gestão da comissão organizadora da obra pode denegrir a imagem do país
mundialmente, tornando-o um ícone da desorganização.
ANEXOS
Imagens de Complexos Olímpicos abandonados pelo Mundo

Após 80 anos dos Jogos Olímpicos de Berlim, as construções estão totalmente abandonadas e se
transformaram num enorme elefante branco para o governo alemão - Foto: Tobias Scheck/ Flickr - CC
BY 2.0
Jogos Olímpicos de Sarajevo (1984)

Atualmente, a pista de bobsleigh foi cercada pela vegetação local - Foto: Damien Halleux
Radermecker/ Flickr - CC BY-SA 2.0
Parcialmente desabado nos dias atuais, há três décadas o local serviu como pista de esqui para os
Jogos Olímpicos - Foto: N.H./ Flickr - CC BY 2.0

Jogos Olímpicos de Atenas (2004)

Abandonada desde o final dos Jogos, a Vila de Atenas está na lista das mais caras construções da
história olímpica - Foto: Kristof Verslype/ Flickr - CC BY 2.0
Jogos Olímpicos de Sochi (2014)

Trechos da Vila Olímpica foram tomados pela lama e sujeira - Foto: Blog Sochi/ Flickr - CC0 1.0
Universal
A

Cidade construída para recepcionar os atletas foi abandonada depois de dois meses do término dos
Jogos de Inverno - Foto: Blog Sochi/ Flickr - CC0 1.0 Universal
A

Vila Olímpica se transformou numa cidade fantasma, sem habitantes e totalmente esquecida pelo
poder público - Foto: Blog Sochi/ Flickr - CC0 1.0 Universal
REFERÊNCIAS

PIRES, Jader. Jogos Olímpicos: estruturas abandonadas por todo o mundo <
http://papodehomem.com.br/jogos-olimpicos-estruturas-abandonadas-por-todo-o-mundo/>.
Acesso em: 07 set. 2016

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