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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG

ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA MECÂNICA EMPRESARIAL
ELEMENTOS DE MÁQUINAS
PROF. CARLOS GUILHERME

TRABALHO SOBRE PARAFUSOS

SUELEN PEREIRA ÁVILA – 37730

RIO GRANDE, JANEIRO DE 2014


Sumário

Introdução ......................................................................................................... 5

História.............................................................................................................. 6

Arquitas de Tarento ....................................................................................... 6

Arquimedes ................................................................................................... 7

Johannes Gutenberg ....................................................................................... 7

Leonardo da Vinci ......................................................................................... 7

Jacques Besson .............................................................................................. 7

Henry Maudslay ............................................................................................ 8

Estrutura e aplicação.......................................................................................... 8

Roscas ........................................................................................................... 9

Tipos de roscas ........................................................................................ 10

Sentido de direção de rosca ...................................................................... 11

Elementos gerais das roscas ..................................................................... 12

Corpo do parafuso ....................................................................................... 12

Cabeça do parafuso ...................................................................................... 13

Tipos de porcas ............................................................................................ 13

Tipos de parafusos ....................................................................................... 16

Padronização ............................................................................................... 19

Dimensionamento de fixadores roscados...................................................... 20

Área sob tração ........................................................................................ 20

Tensão de cisalhamento ........................................................................... 21

Tensões torcionais ................................................................................... 23

Normas ........................................................................................................ 24

Fadiga em parafusos metálicos..................................................................... 26

Influência da rosca na resistência à fadiga de parafusos ............................ 26

Influência do processo de fabricação da rosca .......................................... 28

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Influência do tipo de conexão parafuso/porca ........................................... 31

Influência da instalação do parafuso na resistência à fadiga ...................... 32

Seleção de materiais e suas propriedades para parafusos .......................... 32

Inovações nos materiais utilizados em parafusos ...................................... 34

Exemplo de aplicações .................................................................................... 37

Parafuso de Arquimedes .............................................................................. 37

Prensa de parafuso ....................................................................................... 39

Compressor de parafusos ............................................................................. 40

Exemplo de cálculo – Ligação aparafusada com cisalhamento excêntrico .... 41

Bibliografia ..................................................................................................... 48

Lista de Figuras
Figura 1 - Parafuso ........................................................................................... 5
Figura 2 - Exemplo de união por parafusos ....................................................... 8
Figura 3- Partes de um parafuso ........................................................................ 9
Figura 4 - Rosca de parafuso............................................................................. 9
Figura 5 - Montagem de peças ........................................................................ 10
Figura 6 - Movimentação de peças.................................................................. 10
Figura 7 - Rosca triangular.............................................................................. 10
Figura 8 - Rosca trapezoidal ........................................................................... 10
Figura 9 - Rosca redonda ................................................................................ 11
Figura 10 - Rosca quadrada ............................................................................ 11
Figura 11 - Rosca dente-de-serra..................................................................... 11
Figura 12 - Rosca direita ................................................................................. 11
Figura 13 - Rosca esquerda ............................................................................. 12
Figura 14 - Elementos gerais das roscas .......................................................... 12
Figura 15 - Parafuso corpo cilíndrico .............................................................. 12
Figura 16 - Parafuso corpo cônico .................................................................. 13
Figura 17 - Parafuso corpo parcialmente roscado ............................................ 13
Figura 18 - Parafuso corpo totalmente roscado................................................ 13
Figura 19 - Porca sextavada ............................................................................ 14

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Figura 20 - Porca com assento cônico ............................................................. 14
Figura 21 - Porca com assento esférico ........................................................... 14
Figura 22 - Porca cega .................................................................................... 14
Figura 23 - Porca chapéu ................................................................................ 14
Figura 24 - Porca com entalhes radiais ............................................................ 14
Figura 25 - Porca castelo ................................................................................ 15
Figura 26 - Porca com furo de fixação ............................................................ 15
Figura 27 - Porca com parafuso de fixação ..................................................... 15
Figura 28 - Porca quadrada ............................................................................. 15
Figura 29 - Tipos de parafusos ........................................................................ 18
Figura 30 - Efeito da laminação a frio dos filetes de parafusos fabricados com
aço tratado termicamente para um mínimo de 860 Mpa ............................................... 29
Figura 31 - Efeito da laminação da rosca antes e após o tratamento térmico em
parafusos com limite de resistência à tração de aproximadamente 1.500 MPa (Madayag,
1969) .......................................................................................................................... 29
Figura 32 - Parafuso de Arquimedes ............................................................... 38
Figura 33 - Prensa de parafuso ........................................................................ 39
Figura 34 - Compressor de parafuso ............................................................... 40
Figura 35 - Exemplo ligação aparafusada com cisalhamento excêntrico .......... 41

Lista de Tabelas
Tabela 1 - Fatores de área de cisalhamento por corte de roscas ........................ 23
Tabela 2 - Propriedades mecânicas para parafusos ........................................... 34
Tabela 3 - Composições químicas para as classes de parafusos de aço ............. 36
Tabela 4 - Resistência de cálculos dos parafusos em ligações por contato ........ 45
Tabela 5 - Resistência de cálculo à pressão de contato na parede do furo (entre
dois furos) ................................................................................................................... 46
Tabela 6 - Resistência de cálculo à pressão de contato na parede do furo (furo e
borda) ......................................................................................................................... 46
Tabela 7 - Força de protensão mínima em parafusos de alta resistência ............ 47
Tabela 8 - Resistência de cálculo à força cortante em ligações por atrito .......... 47

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Introdução

O parafuso é uma peça metálica ou feito de matéria dura (PVC, plástico, vidro,
madeira, entre outros), em formato cônico ou cilíndrico, sulcada em espiral ao longo de
sua face externa e com a sua base superior adaptada a diversas ferramentas de fixação
(cabeça do parafuso), como chave de fenda ou demais modelos.
O parafusos tem por finalidade ser o elemento de fixação de duas ou mais
superfícies, combinadas ou em junções diferentes, como a madeira, parede de alvenaria
(neste caso com a utilização de bucha de fixação), chapas metálicas ou numa matriz de
matéria pouco dura ou dura, podendo associar o uso de porcas ou através do efeito
combinado de rotação e pressão em um orifício destinado exclusivamente para recebê-
lo, sulcado em sentido contrário ao espiral ou não.

Figura 1 - Parafuso

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História

A origem do parafuso possui algumas versões e uma destas aponta como o


inventor, o grego Arquitas de Tarento (ou Archytas de Tarentum) por volta de 400 a.C.,
quando desenvolveu o parafuso para ser utilizado em prensas para a extração de azeite
da olivas, bem como, para a produção de vinho.
Outra personalidade que desenvolveu aplicações científicas com o uso do
parafuso foi Arquimedes, por volta de 250 a.C., quando desenvolveu o princípio da
rosca e utilizou-o para a construção de dispositivos para a elevação de água na irrigação.
Porém, é de amplo conhecimento que os romanos utilizavam, e muito, o princípio de
Arquimedes para a extração de minérios em suas minas, bem como, para pivôs em
portas.
Algumas evidências apontam o parafuso como parte integrante de rústicos
instrumentos cirúrgicos pelos anos de 79 a.C.. O parafuso já era descrito em livros do
início do século XV e anos mais tarde, Johann Gutenberg já os utilizava em sua
impressora.
Leonardo Da Vinci chegou a desenhar algumas máquinas para fabricar o
parafuso, mas somente em 1568 essa máquina ganhou forma quando Jacques Besson,
um matemático francês, desenvolveu tal equipamento. No final do século XVII, os
parafusos já eram componentes comuns nas armas de fogo. O britânico Henry Maudslay
patenteou o parafuso de fenda em 1797.
Abaixo segue breve descrição de cada um desses inventores:

Arquitas de Tarento

Foi um filósofo, cientista, estadista, matemático e astrônomo grego, considerado


o mais ilustre dos matemáticos pitagóricos.
Fundou a mecânica matemática e influenciou Euclides. Foi o primeiro a usar o
cubo em geometria e a restringir as matemáticas às disciplinas técnicas como a
geometria, aritmética, astronomia e acústica. Embora inúmeras obras sobre mecânica e
geometria lhe sejam atribuídas, restaram apenas fragmentos cuja preocupação central é
a Matemática e a Música.

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Arquimedes

Arquimedes de Siracusa foi um matemático, físico, engenheiro, inventor, e


astrônomo grego, considerado um dos principais cientistas da Antiguidade Clássica.
Entre suas contribuições à Física, estão as fundações da hidrostática e da
estática, tendo descoberto a lei do empuxo e a lei da alavanca, além de muitas outras.
Ele inventou ainda vários tipos de máquinas para usos militar e civil, incluindo armas de
cerco, e a bomba de parafuso que leva seu nome. Experimentos modernos testaram
alegações de que, para defender sua cidade, Arquimedes projetou máquinas capazes de
levantar navios inimigos para fora da água e colocar navios em chamas usando um
conjunto de espelhos.

Johannes Gutenberg

Foi um inventor e gráfico alemão. Sua invenção do tipo mecânico móvel para
impressão começou a Revolução da Imprensa e é amplamente considerado o evento
mais importante do período moderno. Teve um papel fundamental no desenvolvimento
da Renascença, Reforma e na Revolução Científica e lançou as bases materiais para a
moderna economia baseada no conhecimento e a disseminação da aprendizagem em
massa.

Leonardo da Vinci

Leonardo di Ser Piero da Vinci se destacou como cientista, matemático,


engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. É
ainda conhecido como o precursor da aviação e da balística.

Jacques Besson

Foi um protestante francês, filósofo, que trabalhou principalmente como


professor de matemática até que o patronado real cruzou o seu caminho. Publicou um
livro sobre extração de óleos e águas de medicamentos simples, descreveu um
instrumento elaborado que podia ser usado para navegação, agrimensura, cartografia e

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astronomia. Nomeado pelo rei Carlos IX como “Senhor das máquinas do rei", também
lançou um livro e desenhos de um conjunto de instrumentos e máquinas que imaginou
serem construídos.

Henry Maudslay

Foi um engenheiro e inventor inglês. Dentre outros desenvolvimentos


tecnológicos aperfeiçoou o torno mecânico, utilizado na Europa desde o século XVI,
criando um mecanismo que mantém a ferramenta firme durante o trabalho, aumentando
em muito a sua precisão. É considerado um pioneiro do desenvolvimento das máquinas
ferramenta.

Estrutura e aplicação

Mecanicamente o parafuso é um órgão que tem por fim transformar um


movimento de rotação em torno do seu eixo num movimento de translação segundo esse
eixo. O sistema parafuso é formado por duas peças que se moldam perfeitamente uma
na outra: o parafuso propriamente dito, e a porca.
A função do parafuso como item de construção ou acessório de máquinas pode
ser a de peça de ligação, de mecanismo cinemático como transformador de movimento
ou como multiplicador de esforços. No primeiro caso, isto é, como peça de ligação, o
parafuso vem roscar-se na porca que pode ser uma das peças a ligar (ligação de peças de
estrutura ou peças de máquinas). No caso de transformação de movimento, uma das
peças, a porca ou o parafuso, é fixa, deslocando-se a outra, pelo movimento de rotação
dado, numa trajetória retilínea, o que é aproveitado para transmitir, então esse
movimento ao ponto de aplicação; é o caso de abertura ou fecho de uma válvula de
corrediça, do comando de alavancas, das prensas por parafusos.

Figura 2 - Exemplo de união por parafusos

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A redução dos esforços por intermédio de parafuso pode-se obter de forma igual
se houver transformação de movimentos, como nos casos atrás apontados, ou por meio
de uma jogo de engrenagens especiais: parafuso sem-fim e roda dentada, em que o
movimento de rotação do parafuso é transmitido, desmultiplicado, ao veio da roda
dentada, situado num plano perpendicular ao eixo do parafuso.
Os parafusos se diferenciam pelo tipo de rosca, da cabeça, da haste e do tipo de
acionamento.

Figura 3- Partes de um parafuso

Roscas

Rosca é um conjunto de filetes em torno de uma superfície cilíndrica e podem


ser internas ou externas.

Figura 4 - Rosca de parafuso

Com as roscas faz-se montagens com as peças, movimenta-se peças

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Figura 6 - Movimentação de peças
Figura 5 - Montagem de peças

Tipos de roscas

Os tipos mais usuais de roscas são:

 Triangular: aplica-se em parafusos e porcas de fixação na união de peças, como


por exemplo, fixação da roda do carro.

Figura 7 - Rosca triangular

 Trapezoidal: aplica-se em parafusos que transmitem movimento suave e


uniforme, como nos fusos de máquinas.

Figura 8 - Rosca trapezoidal

 Redondo: aplica-se em parafusos de grandes diâmetros sujeitos a grandes


esforços, como por exemplo, equipamentos ferroviários.

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Figura 9 - Rosca redonda

 Quadrado: aplica-se em parafusos que sofrem grandes esforços e choques, como


prensas e morsas.

Figura 10 - Rosca quadrada

 Dente-de-serra: aplica-se em parafusos que exercem grande esforço num só


sentido, como macacos de catraca.

Figura 11 - Rosca dente-de-serra

Sentido de direção de rosca

 Rosca direita: Rosqueia (aperta) no sentido horário (convencional).

Figura 12 - Rosca direita

 Rosca esquerda: Rosqueia (aperta)no sentido anti-horário.

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Figura 13 - Rosca esquerda

Elementos gerais das roscas

A seguir, cita-se os principais elementos de roscas de parafusos:

Figura 14 - Elementos gerais das roscas

Corpo do parafuso

O corpo do parafuso pode ser cilíndrico, cônico, parcialmente roscado ou


totalmente roscado.

Figura 15 - Parafuso corpo cilíndrico

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Figura 16 - Parafuso corpo cônico Figura 18 - Parafuso corpo totalmente roscado

Figura 17 - Parafuso corpo parcialmente roscado

Cabeça do parafuso

Pode-se ter para fuso sem cabeça e com cabeça. No caso dos com cabeça elas
podem apresentar diversas formas: quadrada, sextavada, de tremoço (ou esférica),
contrapunçoada, cónica, ou de grampo, forma que as porcas também podem tomar, além
de outras, como, por exemplo, a porca de orelhas, cuja forma é estabelecida para
facilitar o seu aperto manual. O parafuso que para apertar uma peça é roscado em outra
peça de conjunto, ficando então fixo na peça onde está roscado e o aperto da peça a
fixar é feito por meio de uma porca. Para evitar, naqueles parafusos sujeitos a vibrações,
que se desapertem ou desenrosquem, empregam-se dispositivos especiais de fixação das
porcas ou da cabeça do parafuso, como o emprego de anilhas de chapa, que se dobram
contra uma da faces da porca; anilha de mola, anilha belleville, porcas com rasgos ou
furos, por onde se introduz um troço, dupla porca, etc.

Tipos de porcas

A seguir seguem os tipos de porcas mais conhecidas:

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Figura 19 - Porca sextavada Figura 20 - Porca com assento cônico

Figura 21 - Porca com assento esférico Figura 22 - Porca cega

Figura 23 - Porca chapéu Figura 24 - Porca com entalhes radiais

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Figura 25 - Porca castelo Figura 26 - Porca com furo de fixação

Figura 27 - Porca com parafuso de Figura 28 - Porca quadrada


fixação

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Tipos de parafusos

Abaixo seguem alguns tipos de parafusos:

 Parafuso sem porca: Utilizado onde não há espaço para acomodar uma porca, sendo
o parafuso acomodado em um furo.

 Parafuso com porca: Também chamado de parafuso passante. Utiliza-se da porca e


arruelas para a fixação correta.

 Parafuso para pequenas montagens: Apresentam vários tipos de roscas e cabeças e


são utilizados para metal, madeira e plásticos.

 Parafuso de chamada (também chamado de parafuso de reclamo): O parafuso que


serve para ajustar o retículo do óculo no objeto de mira, no óculo astronómico.

 Parafuso de pressão: Parafuso cujo fim é o aperto de uma peça ou objeto contra
outro com força considerável devido à desmultiplicação do esforço que se consegue
pelo parafuso.

 Parafuso diferencial: Parafuso tendo aberto no seu corpo duas roscas de passo
diferente; o que faz quando o parafuso se move numa das porcas, que esteja fixa,
deslocar a outra com uma amplitude de movimento diferente devido a desigualdade
dos passos das roscas.

 Parafuso prisioneiro: Utilizado quando se necessita montar e desmontar parafuso


sem porca a intervalos frequentes.

 Parafuso Allen: É fabricado com aço de alta resistência à tração e submetido a um


tratamento térmico após a conformação. Possui um furo hexagonal de aperto na
cabeça, que é geralmente cilíndrica e recartilhada, para a utilização da chave Allen.

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 Parafuso de fundação farpado ou dentado: São feitos de aço ou ferro e são
utilizados para prender máquinas ou equipamentos ao concreto ou à alvenaria. Têm
a cabeça trapezoidal delgada e áspera que, envolvida pelo concreto, assegurando
uma excelente fixação. Seu corpo é arredondado e com dentes, os quais têm a
função de melhorar a aderência do parafuso ao concreto.

 Parafuso auto-atarraxante: Possui rosca de passo largo em um corpo cônico e é


fabricado em aço temperado. Pode ter ponta ou não e, às vezes, possui entalhes
longitudinais com a função de cortar a rosca à maneira de uma tarraxa. As cabeças
têm formato redondo, em latão ou chanfradas e apresentam fendas simples ou em
cruz (tipo Phillips). Esse tipo de parafuso elimina a necessidade de um furo roscado
ou de uma porca, pois corta a rosca no material a que é preso.

Na figura 19, têm-se demais tipos de parafuso:

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Figura 29 - Tipos de parafusos

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Padronização

O elemento comum entre os vários fixadores é a rosca. Em termos gerais, a


rosca é um filete que faz com que o parafuso avance sobre o material ou porca quando
rotacionado. As roscas podem ser externas (parafusos atarrachante) ou internas (porcas
de furos roscados).
Após a Segunda Guerra Mundial, foram padronizados na Inglaterra, no Canadá e
nos EUA no que hoje se conhece como série Unified National Standard (UNS). O
padrão europeu é definido pela ISO e tem essencialmente a mesma forma da seção
transversal da rosca, usamos, porém, dimensões métricas e, portanto, não é
intercambiável com as roscas UNS.

UNS (americana) -> ângulo 60° -> fios por polegada


ISO (métrica) -> ângulo 60° -> passo em mm
Withworth -> ângulo 55° -> fios por polegada

O comprimento L da rosca é a distância que uma rosca avançará axialmente com


a revolução da porca. Se for uma rosca simples (com uma entrada) o avanço irá igualar
o passo. Parafusos podem ser feitos com roscas múltiplas, também chamadas de rosca
de múltiplas entradas.

Avanço = Passo x Nº de entradas

As roscas múltiplas têm a vantagem de avançar mais rapidamente sobre a porca


com capacidade de transmitir maior potência. As rosca simples resistem mais à
vibrações, resistindo mais ao afrouxamento.
Três séries padrão de famílias de diâmetro primitivo são definidas para as roscas
de padrão UNS, passo grosso (UNC), passo fino (UNF) e o passo extrafino (UNEF).

 Série grossa -> aplicações comuns que requerem repetidas inserções e remoções
do parafuso ou onde o parafuso é rosqueado em material mole.
 Série fina -> mais resistentes ao afrouxamento decorrente de vibrações que as
roscas grossas por causa de seu menor ângulo de hélice.

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 Série ultrafina -> utilizadas onde a espessura do passo é limitada e suas roscas
pequenas são uma vantagem.

Os padrões Unified National e ISO definem intervalos de tolerância para roscas


internas e externas de maneira a controlar seu ajuste. A UNS define 3 tipos de classes
chamadas 1, 2 e 3. A classe 1 possui as tolerâncias mais largas e utiliza fixadores de
“qualidade comercial” (pouco custosos) para o uso casual em residências, etc. a classe 2
define tolerâncias mais estreitas para uma melhor qualidade de encaixe entre as partes e
é adequado para uso geral em projeto de máquinas. A classe 3 é de maior precisão e
pode ser especificada quando ajustes mais precisos são requeridos. O custo aumenta
com classes de ajustes mais altas. Outra designação diferencia roscas A (externas) e B
(internas). Exemplo de especificação:

ROSCA UNS: ¼ – 20 UNC – 2A


Rosca externa de diâmetro 0,25 inch (polegada) com 20 fios por polegada, série
grossa, classe 2 de ajuste.

ROSCA MÉTRICA: M8 x 1,25


Rosca ISO comum de 8 m de diâmetro por 1,25 mm de passo de hélice.

Todas as roscas padrão são de mão direita (RH – right hand) por padrão, a
menos que haja especificação em contrário por adição das letras LH (left hand) à
especificação.
Uma rosca direita afastará a porca (ou parafuso) de você quando um ou outro
componente for girado na direção dos ponteiros do relógio.

Dimensionamento de fixadores roscados

Área sob tração

Se uma barra rosqueada é submetida a uma carga de tração pura, é de se esperar


que sua resistência seja limitada pela área de seu diâmetro menor (da raiz) dr. Contudo,

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testes das barras rosqueadas sob tração mostram que a sua resistência à tração é melhor
definida para média dos diâmetros menor e primitivo.
A área sob tração AT, é definida como:

Onde para roscas UNS:

E para roscas ISO:

Com:
d = diâmetro externo
N = número de filetes por polegada
p = passo em milímetros

A tensão em uma barra rosqueada devido a uma carga axial de tração F, é então:

Tensão de cisalhamento

Um possível modo de falha por cisalhamento envolve o rasgamento de filetes da


rosca tanto da porca quanto do parafuso. O que, se um ou outro desses cenários ocorrer,
depende das resistências relativas dos materiais da porca e parafuso. Se o material da
porca for mais fraco (como quase sempre ocorre), os seus filetes podem ser cortados ao
longo do seu diâmetro maior. Se o parafuso é mais fraco, pode ter os seus filetes de
roscas rasgados ao longo do seu diâmetro menor.

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Se ambos os materiais possuem resistência idêntica, o conjunto pode ser rasgado
ao longo do diâmetro primitivo. Em todo caso devemos supor algum grau de
compartilhamento da carga entre os filetes das roscas a fim de calcular as tensões.
Um modo de proceder consiste em considerar que uma vez que uma falha
completa requer que todos os filetes da rosca sejam rasgados, estas podem ser
consideradas como compartilhando a carga igualmente. Essa hipótese é provavelmente
válida, desde que a porca ou parafuso (ou ambos) seja dúctil de modo a permitir que
cada rosca rasgue a medida que o conjunto começa a falhar. Contudo, se ambas as
partes são frágeis (por exemplo, aços de alta resistência ou ferro fundido) e o ajuste dos
filetes da rosca é pobre, podemos imaginar cada filete assumindo toda a carga por
turnos até que haja fratura e o trabalho seja repassado para o próximo filete. A realidade
está inserida nestes extremos. Se expressarmos a tensão sob cisalhamento em termos do
número de filetes de rosca engajados, um julgamento deve ser feito em cada caso para
determinar o grau de compartilhamento de carga apropriado.
A área sob cisalhamento ou rasgamento AS para um filete de rosca é a área do
cilindro do seu diâmetro menor dR:

p → passo da rosca
Wi → fator que define a porcentagem do passo ocupado pelo metal no diâmetro menor

A área para um passo da rosca, obtida a partir desta equação pode ser
multiplicada por todos, por um ou alguma fração do número total de filetes de rosca
engajados de acordo ao que julgar correto o projetista, sempre levando em conta os
fatores discutidos acima para cada caso em particular.
Para o rasgamento da porca no seu diâmetro maior, a área sob cisalhamento para
um filete de rosca é:

p → passo da rosca
Wo → fator que define a porcentagem do passo ocupado pelo metal no diâmetro maior
da porca

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Fatores de área para área de cisalhamento por corte de roscas:
TIPO ROSCA Wi Wo
UNS/ISO 0,80 0,88
QUADRADA 0,50 0,50
ACME 0,77 0,63
(trapezoidal)
BOTARÉU 0,90 0,83
Tabela 1 - Fatores de área de cisalhamento por corte de roscas

A tensão de cisalhamento para rasgamento da rosca é então calculada à partir de:

Tensões torcionais

Quando uma porca é apertada em um parafuso, ou quando o torque é transmitido


através de uma porca de um parafuso de potência, uma tensão de torção pode ser
desenvolvida no parafuso. O torque que torce o parafuso depende do atrito na interface
parafuso-porca. Se o parafuso e a porca estão bem lubrificados, uma porção menor do
torque aplicado é transmitida ao parafuso e uma maior é absorvida entre a porca e a
superfície engastada. Se a porca estiver agarrada ao parafuso por causa da ferrugem,
todo o torque aplicado irá torcer o parafuso. Oque explica porque os parafusos
enferrujados normalmente cisalham mesmo quando se tenta afrouxar a porca. Em um
parafuso de potência, se o colar de empuxo possuir um baixo atrito, todo o torque
aplicado a porca criará tensões torcionais no parafuso (uma vez que pouco torque é
levado ao chão por meio do pequeno atrito no colar). Assim, para acomodar o pior caso
de atrito nas roscas, utilize o torque total aplicado na equação de cômputo das tensões
de torção em uma seção circular:

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Onde:

Τ = tensão de cisalhamento de trabalho


Τadm = tensão de cisalhamento admissível
WT = módulo de resistência à torção para seção circular
dR = diâmetro menor do parafuso

Normas

Existem inúmeras normas de parafusos, cada uma é referente a um tipo


especifico de parafuso segue a correspondência de normas e modelos de parafusos.
Abaixo seguem relacionadas algumas normas:

 ABNT NBR 10041:2010 - Elementos de fixação – Parafusos auto atarraxante


com cabeça escareada e fenda cruzada – Dimensões;
 ABNT NBR 10042:2010 - Elementos de fixação — Parafusos auto-atarraxantes
com cabeça escareada abaulada e fenda cruzada — Dimensões;
 ABNT NBR 10089:2010 - Parafusos — Comprimento do corpo e da parte
roscada;
 ABNT NBR 10107:2010 - Parafusos com cabeça sextavada e rosca total – Grau
de produto C – Dimensões e tolerâncias;
 ABNT NBR 10113:2010 - Parafuso de cabeça cilíndrica com fenda – Grau de
produto A – Requisitos e designação;
 ABNT NBR 10115:2010 - Parafuso de cabeça escareada com fenda – Grau de
produto A – Requisitos e designação;
 ABNT NBR 10116:2010 - Parafuso com cabeça escareada-abaulada e fenda —
Grau de produto A — Requisitos e designação;

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 ABNT NBR 5869:2010 - Pontas de rosca e partes sobressalentes de parafusos –
Formas e dimensões;
 ABNT NBR 5870:2010 - Saídas de rosca – Formas e dimensões;
 ABNT NBR 5926:2010 - Arruelas de pressão pré-montadas em parafusos —
Requisitos;
 ABNT NBR 8133:2010 - Rosca para tubos onde a vedação não é feita pela
rosca – Designação, dimensões e tolerâncias;
 ABNT NBR 9583:2010 - Parafusos auto atarraxantes com cabeça cilíndrica e
fenda — Dimensões;
 ABNT NBR 9586:2010 - Parafusos auto-atarraxante com cabeça escareada-
abaulada e fenda — Dimensões;
 ABNT NBR 9595:2010 - Elementos de fixação – Parafusos auto-atarraxantes –
Aplicação, escolha de diâmetros de furo básico e de passagem;
 ABNT NBR 9980:2010 - Parafuso de cabeça redonda, para uso como escada de
torres de linha de transmissão de energia elétrica – Requisitos e designação;
 ABNT NBR 9981:2010 - Parafuso sextavado de alta resistência para uso
estrutural – Dimensões;
 ABNT NBR 9983:2010 - Arruela de uso em parafuso sextavado estrutural de
alta resistência - Dimensões e material – Padronização.
 DIN 921 – Parafuso Cabeça de bandeja entalhado
 DIN 906- Parafuso Bujão (Com Plug Allen)
 DIN 908-Bujão Rosca BSP e Métrica
 DIN 910-Bujão
 DIN 911- Chave Sextavada
 DIN 912 – Parafuso Allen Rosca ISO
 DIN 913- Parafuso Allen sem Cabeça
 DIN 914- Parafuso Allen sem Cabeça
 DIN 915 -Parafuso Allen sem Cabeça
 DIN 916- Parafuso Allen sem Cabeça, ponta cônica Recartilhada
 DIN 920- Parafuso Cabeça com Fenda
 DIN 923- Parafuso Com cabeça com fenda com ombros.
 DIN 927- Parafusos com fenda no ombro
 DIN 931- Parafuso Cabeça Sextavada

25
 DIN 933-Parafuso Sextavado Inox
 DIN 933 Sz- Parafuso Sextavado com Fenda
 DIN 939-Prisioneiro com Rosca Parcial
 DIN 938-Prisioneiro com Rosca Parcial
 DIN 940-Prisioneiro com Rosca Parcial
 DIN 961 Rosca Cabeça Sextavada Rosca Total
 DIN 963 A- Parafuso Cabeça Chata com Fenda
 DIN 964 A- Parafuso Cabeça Chata oval com Fenda
 DIN 965 A- Parafuso Cabeça Chata com Fenda PHILIPIS
 DIN 966 A- Parafuso Cabeça Chata Oval Com Fenda Philips

Fadiga em parafusos metálicos

Para denotar a fadiga em parafusos, será citado parte de uma dissertação de


mestrado acadêmico apresentada à comissão de Pós Graduação da Faculdade de
Engenharia Mecânica, da Universidade Estadual de Campinas.

Influência da rosca na resistência à fadiga de parafusos

Com relação ao perfil da rosca, Thurston (1951) mostrou que uma rosca
Withworth com um perfil normalizado pelo Reino Unido possui limite de resistência à
fadiga superior quando comparado ao perfil com normalização americana. Por outro
lado, Forrest (1952) apresentou a superioridade das roscas Unified em relação à rosca
Withworth sob carregamento axial.
Quando a resistência à fadiga de parafusos está em jogo, a questão que
geralmente surge é qual tipo de rosca, fina ou grossa, deve ser utilizado. A resistência à
fadiga de parafusos é significativamente afetada pela severa concentração de tensão que
surge na raiz do primeiro filete da rosca em contato com a porca. O quanto essa
concentração de tensão fragiliza o parafuso de uma dada dimensão depende do passo da
rosca de duas maneiras. Por um lado, quanto menor passo da rosca, maior será a
concentração de tensão no parafuso (Dragoni, 1994), o qual contribui para uma redução
da resistência. Por outro lado, quanto menor for o passo da rosca, menor será a
sensibilidade ao entalhe e maior será a seção transversal do parafuso, o que beneficia a

26
resistência. O efeito real do passo da rosca na resistência do parafuso é uma interação
entre esses dois mecanismos (Dragoni, 1997).
Dragoni (1997) estudou o efeito do passo da rosca na resistência à fadiga de
parafusos de aço, de especificação ISO, acoplados com porcas padronizadas. Por meio
da análise de elementos de contorno e da foto elasticidade, Dragoni (1997) mostrou que
a capacidade de carga de parafusos está relacionada a uma compreensão do fator de
entalhe, o qual inclui tanto a concentração de tensão e a sensibilidade ao entalhe.
Dragoni apresenta gráficos do fator de entalhe como uma função do diâmetro nominal e
do passo da rosca para uma seleção de classes de parafusos. Os gráficos mostram que a
capacidade de carga aumenta sensivelmente com a diminuição do passo para parafusos
pequenos fabricados com aços de baixa resistência mecânica (classe ISO 4.6).
Reciprocamente, a capacidade de carga aumenta significantemente com o passo
(melhoras acima de 40 % podem ser alcançadas) para parafusos grandes fabricados com
aços de alta resistência mecânica (classe ISO 12.9).
Majzoobi (2005) também investigou o efeito do passo da rosca (grossa e fina) na
resistência à fadiga de parafusos com especificação ISO, dentro de uma faixa de 10 ≤d
≤24 mm (d = diâmetro externo), e parafusos com especificação American Unified,
dentro da faixa de 7/16” ≤d ≤1”. Foram utilizados no estudo cinco dimensões de
parafusos ISO (M10, M12, M16, M20 e M24) e cinco American Unified (7/16”, 1/2",
5/8”, 7/8” e 1”) com dois passos de rosca diferentes (rosca grossa e fina). Os parafusos
ISO eram da classe 5.8 e os parafusos American Unified eram classificados como A325
de acordo com a especificação da ASTM. Os resultados experimentais mostraram que
para os parafusos de especificação ISO, parafusos com rosca grossa tem uma vida em
fadiga maior que os parafusos com rosca fina. Para os parafusos de especificação
American Unified, quando a comparação foi realizada com base na tensão no núcleo
(Força / Área do núcleo), parafusos com rosca grossa são superiores aos parafusos com
rosca fina, no entanto, quando baseado na tensão nominal (Força / Área nominal), tanto
os parafusos de rosca grossa quanto os de rosca fina exibiram a mesma capacidade de
carga. Os 31 resultados também indicaram que para a mesma tensão no núcleo, a vida
em fadiga de parafusos ISO e American Unified, exceto para o parafuso de 1”, diminui
com o aumento do diâmetro nominal dentro da faixa analisada. Para o parafuso de 1”, a
vida em fadiga aumentou com o aumento do diâmetro nominal.

27
Influência do processo de fabricação da rosca

Vários processos podem ser utilizados para fabricar a rosca dos parafusos. A
Usinagem é economicamente vantajosa para pequenas quantidades e geometrias
complicadas. No entanto, defeitos (tais como, micro trincas e contornos de grãos) que
se formam na superfície durante o processo de fabricação servem como locais
preferenciais para o início de uma trinca por fadiga. Assim, roscas usinadas geralmente
exibem propriedades de fadiga inferiores. A laminação, por outro lado, é vantajosa para
elevado números de produção. Durante este processo, grãos são alinhados na direção de
laminação (“fibras mecânicas”) e tensões residuais de compressão são introduzidas no
material. Consequentemente, tanto o início como a propagação de trincas por fadiga
são dificultadas (Ifergane, 2001). A Figura 30 ilustra a melhora na resistência à fadiga
de parafusos, com limite de resistência à tração de aproximadamente 860 MPa, com
filetes laminados a frio após tratamento térmico (Madayag, 1969).
A sequência dos processos envolvidos na fabricação dos parafusos também
pode afetar as propriedades de fadiga da rosca dos parafusos. Já foi reportado que
tensões residuais de compressão na raiz da rosca de parafusos e na raiz do entalhe de
outro elemento estrutural podem aumentar significativamente a resistência à fadiga
(Bradley et al., 2006). Se o tratamento térmico for conduzido após a laminação, ocorre
uma diminuição da vida em fadiga devido ao crescimento dos grãos na superfície da
rosca, a eliminação das tensões residuais e a uma alta taxa de propagação das micro
trincas, que foram introduzidas durante o processo de fabricação da rosca. A Figura 31
ilustra a diferença na resistência à fadiga de aços laminados antes e após o tratamento
térmico (Madayag, 1969). No entanto, para roscas usinadas, a influência da sequência
de usinagem/tratamento térmico não é evidente, mas depende principalmente do
material e dos parâmetros de usinagem. Em aços de alta resistência mecânica, por
exemplo, micro trincas que foram formadas na raiz da rosca durante o processo de
usinagem podem se propagar durante o tratamento térmico, resultando em uma
diminuição da vida em fadiga (Ifergane, 2001). Por outro lado, após o tratamento
térmico o aço de alta resistência mecânica se torna menos dúctil e, portanto, exibe uma
alta tendência de trincar durante a usinagem (Dieter, 1988).

28
Figura 30 - Efeito da laminação a frio dos filetes de parafusos fabricados com aço tratado
termicamente para um mínimo de 860 Mpa

Figura 31 - Efeito da laminação da rosca antes e após o tratamento térmico em parafusos com
limite de resistência à tração de aproximadamente 1.500 MPa (Madayag, 1969)

Bradley et al. (2006) verificaram a influência da laminação a frio da rosca, antes


e após o tratamento térmico, na resistência à fadiga de parafusos com rosca fina e de
alta resistência mecânica para múltiplas condições de pré-carga. Foram utilizados

29
parafusos da classe ISO 12.9 fabricados com aço SAE 8640 somente com o perfil 3/8
UNRF-24. As pré-cargas utilizadas foram 1, 50, 75, 90 e 100% da tensão de prova dos
parafusos com rosca laminada antes do tratamento térmico. A resistência à fadiga de
roscas finas laminadas após tratamento térmico com pré-carga de 1 % (razão de cargas
menor do que 0,05) aumentou consideravelmente (158 %) baseada em Sa (tensão
alternada) e 107 ciclos quando comparada com roscas que foram laminadas antes do
tratamento térmico. Isso está em acordo com resultados de comparação entre roscas
laminadas antes e após o tratamento térmico para razões de cargas (R) baixas. Quando
os parafusos foram ensaiados com pré-cargas maiores, obtiveram um aumento na
resistência à fadiga em 107 ciclos de 69 a 30 %. Esses aumentos são muito inferiores
aos 158 % quando utilizado uma pré-carga de 1 %, porém ainda são significantes.
Stephens et al. (2006) pesquisaram a influência da laminação a frio da rosca,
antes e após o tratamento térmico, na resistência à fadiga de parafusos com rosca grossa
e de alta resistência mecânica pra múltiplas condições de pré-carga. Para isso, utilizou
parafusos da classe ISO 12.9 fabricados com aço SAE 8640, porém com perfil de rosca
3/8 UNRC-16. As pré-cargas utilizadas foram 1, 50, 75, 90 e 100 % da tensão de prova
dos parafusos com rosca laminada antes do tratamento térmico. A resistência à fadiga de
roscas laminadas após tratamento térmico com pré-carga de 1 % obteve um aumento de
147 % na resistência à fadiga baseado em Sa (tensão alternada) e 107 ciclos quando
comparado com roscas que foram laminadas antes do tratamento térmico. Isso está em
acordo com resultados de comparação entre roscas laminadas antes e após o tratamento
térmico para razões de cargas (R) baixas. No entanto, utilizando uma alta pré-carga, a
resistência à fadiga de roscas com laminação após tratamento térmico não aumentou.
Kephart (2006) estudou a suscetibilidade de parafusos com diferentes processos
de fabricação da rosca ao fenômeno da corrosão sob tensão (CST). Kephart mostrou que
parafusos com rosca usinada de um material de alta resistência mecânica (ASTM A193
B-7 e A354 Classe 8), que foram expostos a um ambiente agressivo contendo 8 % em
peso de nitrato de amônio fervente e solicitados por volta de 40 % do limite de
escoamento do aço, sofreram o fenômeno da CST intergranular em apenas um dia. Em
condições de ensaio similar, os parafusos com rosca laminada antes do tratamento
térmico (têmpera e revenido) apresentaram uma suscetibilidade ao fenômeno da CST
similar aos parafusos com rosca usinada. No entanto, parafusos com rosca laminada
após tratamento térmico não exibiram o fenômeno da CST após uma semana de
exposição, até mesmo quando solicitados a 100 % do limite de escoamento da liga B-7.

30
Este efeito benéfico do processo ótimo de laminação da rosca (laminação da rosca após
tratamento térmico) ocorre devido aos altos níveis de tensão residual de compressão na
raiz da rosca (entalhes).

Influência do tipo de conexão parafuso/porca

As porcas são fabricadas em várias formas geométricas. A pergunta que surge é


qual a geometria que garante uma maior vida em fadiga e possui a maior capacidade de
carga, para o caso de parafusos conectados com porcas padronizadas. Embora muitos
aspectos da conexão parafuso/porca têm sido estudados extensivamente por muitos
pesquisadores, uma menor atenção tem sido dada ao estudo do efeito da geometria da
porca, arruelas de pressão e materiais de vedação na vida em fadiga de parafusos
(Majzoobi, 2005).
Dragoni (1992) examinou o efeito da geometria da porca utilizando
fotoelasticidade. Ele mostrou que entre os parâmetros, tais como: passo da rosca,
espessura radial da borda e o comprimento da borda, em uma porca cônica com fresta, o
comprimento da borda é o parâmetro mais eficaz para reduzir a concentração de tensão.
Os resultados de Dragoni indicaram que o fator de concentração de tensão pode ser
reduzido de 7 para 4 usando um comprimento adequado de borda.
Majzoobi (2005) investigou o efeito da geometria da porca, da arruela de
pressão e de um material de vedação (fita Teflon) na resistência à fadiga de parafusos
ISO M12 e M16. Além disso, foi realizado um estudo da distribuição de tensões axial e
de flexão na rosca por simulação numérica de conexões parafuso e porca utilizando o
método de elementos finitos. Os resultados experimentais mostraram que entre a porca
hexagonal simples, a porca cônica e a porca cônica com frestas, a que obteve a vida em
fadiga mais alta foi a porca cônica com frestas. A presença de uma arruela de pressão
também aumenta a vida em fadiga, desde que o torque de aperto seja aplicado
corretamente para produzir uma pré-carga no parafuso. O uso da fita Teflon como um
material de preenchimento entre o parafuso e a porca tem mostrado um aumento
significante na vida em fadiga. Em geral, a mais alta vida em fadiga foi obtida para a
porca cônica com fresta utilizando arruela de pressão. Embora não considerada nos
experimentos, uma combinação da porca cônica com frestas, com a arruela de pressão e
com a fita Teflon é de se esperar um aumento ainda maior da resistência à fadiga do
conjunto.
31
Influência da instalação do parafuso na resistência à fadiga

O carregamento imposto nos parafusos é um fator muito importante na falha por


fadiga. Quando colocado em serviço, é mais provável que o parafuso falhe por fadiga se
a montagem envolver leves vedações ou flanges, ou se o parafuso não for alinhado e
apertado corretamente. A resistência à fadiga está também relacionada com a força de
aperto. Em muitas montagens, certa força mínima de aperto é necessária para garantir
tanto o alinhamento correto do parafuso em relação a outros componentes da montagem
como a pré-carga correta no parafuso. O alinhamento garante que o parafuso não estará
sujeito a carregamento excêntrico inadequado, e a pré-carga correta garante que a tensão
média adequada seja estabelecida para a aplicação. Em alguns casos, tensões de aperto
que excedem o limite de escoamento podem ser desejáveis; experimentos têm mostrado
que parafusos apertados além do limite de escoamento têm melhor resistência à fadiga
do que parafusos apertados abaixo do limite de escoamento (ASM Comittee on
Threaded Steel Fasteners, 1993).

Seleção de materiais e suas propriedades para parafusos

Embora a composição química possa ser um fator importante quando se


especificam e selecionam parafusos para diversas aplicações (particularmente quando as
aplicações requerem serviço em elevada temperatura, resistência à corrosão ou boa
temperabilidade com propriedades de tenacidade adequadas), o critério primário na
seleção de parafusos envolve a especificação dos níveis de resistência mecânica.
Consequentemente a graduação ou classe de parafusos, prisioneiros e porcas são
amplamente utilizados para designar os vários níveis de resistência mecânica ou
desempenho de prendedores com rosca nas especificações desenvolvidas pela
Sociedade dos Engenheiros Automotivos (SAE), Organização Internacional de
Normalizações (ISO), a Sociedade Americana de Ensaios e Materiais (ASTM) e/ou
Instituto de Prendedores Industriais (IFI). Isso permite o comprador de parafusos,
prisioneiros e porcas de aço selecionar o nível de resistência mecânica desejado por
meio de especificações da SAE, ISO, ASTM ou IFI. O produtor então seleciona um aço
particular que satisfaz a vasta variação de composição química permitidas por essas

32
especificações. Isso possibilita ao produtor utilizar o material mais econômico
consistente com seus equipamentos e procedimentos de produção que satisfaçam as
propriedades especificadas. A resistência mecânica e as designações das propriedades
de parafusos e prisioneiros são tipicamente baseadas no limite de resistência à tração
mínimo, enquanto que as designações da classe de porcas são tipicamente baseada na
tensão de prova. (ASM Comittee on Threaded Steel Fasteners, 1993).
Algumas propriedades requeridas pelas classes de parafusos são dadas pela
Tabela 2 (ISO 898-1, 1999).
Diversos aços de baixo carbono, médio carbono e ligas são utilizados na
fabricação das diferentes classes de parafusos para trabalharem entre -50 e 200 ºC.
Além do efeito da composição química do aço na resistência à corrosão e nas
propriedades a elevada temperatura, a temperabilidade do aço utilizado em prendedores
com rosca é importante quando se seleciona a composição química do aço. À medida
que a resistência mecânica requisitada e o tamanho da seção aumentam, a
temperabilidade do aço se torna um fator importante (ASM Comittee on Threaded Steel
Fasteners, 1993).
A Tabela 3 apresenta as composições químicas para as classes de parafusos de
aço dadas na Tabela 2.6 (ISO 898-1, 1999). O fabricante de parafusos pode escolher
qualquer aço dentro da limitação de cada classe, dados pela Tabela 3, para obter as
propriedades especificadas na Tabela 2.

33
Tabela 2 - Propriedades mecânicas para parafusos

Inovações nos materiais utilizados em parafusos

Os engenheiros, quando projetam parafusos, devem escolher materiais que


garantam a máxima resistência mecânica. Se o material escolhido puder ser utilizado no
parafuso com um número de etapas inferior ao processo tradicional, então a companhia
que fabrica esses parafusos pode economizar tempo e dinheiro (Goss, 1997).
Normalmente, parafusos de alta resistência mecânica são produzidos de um fio-
máquina recozido. O fio é conformado a frio no formato do parafuso e roscado. Um
tratamento térmico, têmpera e revenido, fornece ao parafuso as propriedades mecânicas
necessárias. No entanto, desenvolvimentos recentes têm levado a parafusos de alta
resistência mecânica a partir de aço encruado, o que elimina o recozimento do fio e um
posterior tratamento térmico no parafuso. Além disso, este novo processo oferece
muitos benefícios no desempenho desses parafusos, tais como: aumento do limite de
resistência à fadiga, menor suscetibilidade ao fenômeno da fragilização por hidrogênio e
propriedades mecânicas mais altas (Goss, 1997).

34
35
Tabela 3 - Composições químicas para as classes de parafusos de aço

36
Exemplo de aplicações

Parafuso de Arquimedes

Esta máquina originalmente era constituída por um parafuso colocado dentro de


um tubo cilíndrico oco. Pode ser vista como um plano inclinado (outra máquina
simples) envolvido por um cilindro. A extremidade mais baixa é colocada na água e o
parafuso é rodado (antigamente por um moinho de vento ou mesmo manualmente,
atualmente por um motor elétrico). À medida que a extremidade inferior do tubo roda,
este arrasta um determinado volume de água, que, à medida que o veio roda, vai
deslizando para cima ao longo do parafuso até sair pela extremidade superior do tubo.
O espaço entre o parafuso e o cilindro não tem que ser estanque, uma vez que a
quantidade de água arrastada pelo tubo a cada volta é relativa à velocidade angular do
parafuso. Além disso, a água em excesso na secção mais elevada do parafuso é vertida
para a anterior e assim sucessivamente, atingindo-se um tipo de equilíbrio durante a
utilização desta máquina, o que evita a perda de eficiência da mesma.
O parafuso não tem que obrigatoriamente girar dentro do cilindro, mas pode
girar em conjunto com este desde que solidariamente. O espaço entre o parafuso e o
cilindro pode ser vedado (por exemplo com uma resina) ou se o mecanismo for
constituído por uma peça inteira de bronze, como supostamente era o caso na Babilónia.
Na antiguidade foram utilizados em sistemas de irrigação, pelos romanos, para
retirar água de minas e mais tarde seriam utilizados pelos neerlandeses acoplados a
moinhos de vento para drenar os pôlders. Podem também ser utilizados para
bombeamento de lamas, concreto e esgotos, uma vez que os sólidos não causam grandes
problemas de funcionamento.
A partir da década de 1970, os Países Baixos aperfeiçoaram o parafuso de
Arquimedes e este tipo de máquina hidráulica é muito utilizado atualmente em todo o
mundo, sobretudo para grandes caudais e pequenas alturas (altura máxima de 5,0 m).

37
Figura 32 - Parafuso de Arquimedes

38
Prensa de parafuso

A prensa de parafuso é um exemplo de mecanismo que usa parafuso. Constitui-


se em uma base, duas colunas laterais - dispostas linearmente nas extremidades centrais
da base cobertas por uma travessa, geralmente de metal resistente e de espessura
razoável, trespassada por um parafuso de secção quadrada.
Na parte superior desse parafuso temos uma alavanca de manejo ou uma roda.
Na parte inferior, uma placa móvel, conectada ao parafuso e limitada pelas colunas
laterais.
Ela é muito usada no trabalho de encadernador e na produção doméstica de
papel. O material a ser prensado é colocado entre a base e a placa móvel. Girando-se a
alavanca de manejo ou volante, a placa móvel é fortemente pressionada contra a parte
superior do material, prensando-o contra a base. Cada prensa, dependendo da secção do
parafuso, tem uma capacidade diferente de prensagem.

Figura 33 - Prensa de parafuso

39
Compressor de parafusos

Esse tipo de compressor possui dois rotores em forma de parafusos que giram
em sentido contrário, mantendo entre si uma condição de engrenamento. A conexão do
compressor com o sistema se faz através das aberturas de sucção e descarga,
diametralmente opostas: O gás penetra pela abertura de sucção e ocupa os intervalos
entre os filetes dos rotores. A partir do momento em que há o engrenamento de um
determinado filete, o gás nele contido fica encerrado entre o rotor e as paredes da
carcaça. A rotação faz então com que o ponto de engrenamento vá se deslocando para a
frente, reduzindo o espaço disponível para o gás e provocando a sua compressão.
Finalmente, é alcançada a abertura de descarga, e o gás é liberado. De acordo com o
tipo de acesso ao seu interior, os compressores podem ser classificados em herméticos,
semi-herméticos ou abertos. Os compressores de parafuso podem também ser
classificados de acordo com o número de estágios de compressão, com um ou dois
estágios de compressão (sistemas compound).

Figura 34 - Compressor de parafuso

40
Exemplo de cálculo – Ligação aparafusada com cisalhamento excêntrico

Têm-se calculada a ligação mostrada na figura 35.

Figura 35 - Exemplo ligação aparafusada com cisalhamento excêntrico

41
Considerações:

O método usual de dimensionamento de ligações com cisalhamento excêntrico é


o elástico, a seguir aplicado:
Os esforços nos parafusos são obtidos pela superposição dos dois efeitos:
 O esforço vertical de 110 KN atuando no centro de gravidade do conjunto,
originando esforço de cisalhamento igual nos seis parafusos.
 Momento torçor cisalhando o conjunto de parafusos, admitindo-se as seguintes
hipóteses: as placas de ligação são perfeitamente rígidas e os parafusos perfeitamente
elásticos; a rotação da ligação produz deformação por cisalhamento nos parafusos que
são proporcionais e normais ao raio que vai do centro de gravidade do conjunto de
parafusos ao parafuso considerado.

Solicitação de parafusos

 Devido ao esforço vertical


110
= = 18,3
6

 Devido ao momento
= 110 = 2310
Momento polar de inércia do conjunto de parafusos, considerando que eles
tenham área unitária:
Σ = Σ( + ) = 4(6,5 + 7,5 ) = 478,5

Esforço no parafuso mais solicitado:


Os quatro parafusos mais distantes do centro de gravidade são os mais
solicitados.
2310 9,9
= = = 47,8
Σ 478,5

Esforço resultante no parafuso:


Considerando os esforços Fm e Fv, os parafusos mais solicitados são os dois
extremos do lado da carga de 110KN.

42
As componentes de Fm são:
,
Horizontal: = = = 36,2
,
Vertical: = = = 31,4

Resultante: = 36,2 + (31,4 + 18,3) = 61,5

 Verificação dos parafusos

- Corte do parafuso (NBR 8800)


Verificação da pega (NBR 8800, 7.3.2.3) espessura da chapa de ligação mais espessura
da mesa da coluna:
12,5+25=37,5mm, é menor que 5 x d=5 x 22,2=112,5mm (OK)

Resistência do parafuso ao corte: pela tabela 4, considerando parafuso ASTM A-325


com d=7/8in e a rosca situada no plano de corte, a resistência de corte é:
= 87,38

- Resistência à pressão de contato nos furos (NBR 8800, 7.3.2.4)


O cálculo será feito para a chapa da ligação que é menos espessa que a mesa da coluna e
tem as mesmas distâncias entre centros de furos e bordas.

Considerando as tabelas 5 e 6 para AÇO ASTM A-36, parafusos d = 7/8” e espessura de


chapa de 12,5 mm, a resistência à pressão de contato.

Para rasgamento de contato entre dois furos, com s = 75 mm, φRn= 12,5 x 16 = 200kN

Para rasgamento entre furo e borda com e = 50 mm, φRn= 12,5 x 15 = 187,5 KN que é
o menor dos dois valores, sendo o dimensionamento governado pelo valor
anteriormente achado, φvRnv= 87,38 kN, que ainda é menor.

Verificação:
A solicitação de cálculo no parafuso, 61,5 kN é menor que a resistência de cálculo,
87,38kN (OK).

43
- resistência ao deslizamento (NBR 8800, 7.3.3.2):
Como a ligação é por atrito, ela deverá ser verificada também ao efeito de deslizamento.
Conforme visto anteriormente, como este é um estado limite de utilização, o esforço no
parafuso a ser considerado é o nominal;

Admitindo que o coeficiente γ de ponderação das ações seja 1,4, a solicitação nominal
do parafuso será:
61,5
= 43,9
1,4

A resistência ao deslizamento deverá ser: (NBR 8800, 7.3.3.2)


φvRnv= φvµξ(Tb– T), com φv= 1

Tb= 173 kN para parafuso com d = 7/8”, igual ao esforço de protensão na montagem do
parafuso, conforme tabela 19 – NBR 8800, também reproduzida neste trabalho (tabela
7).
T = 0, força de tração no parafuso, inexistente no caso, pois o parafuso é submetido
apenas ao cisalhamento;

µ= 0,28, coeficiente de atrito para superfícies laminadas e limpas de óleo e graxa,


conforme tabela 15 – NBR 8800.
ξ= 1, fator de redução para furo padrão. Então,
φvRnv= 1,0 x 0,28 x 1(173) = 48,4 KN

Este valor pode ser achado diretamente na tabela 8, onde estão indicados os valores de
φvRnvpara parafusos ASTM A-325 e A-490 submetidos apenas ao cisalhamento e com
µ= 0,28 e ξ= 1.

Para ASTM A-325 e d = 7/8” o valor é 48,44kN, conforme anteriormente calculado.

Verificação:
A solicitação nominal de cálculo, 43,9 kN, é menor que a resistência ao deslizamento e
a conexão fica verificada a este efeito.

44
Tabelas utilizadas no exercício anterior:

Tabela 4 - Resistência de cálculos dos parafusos em ligações por contato

45
Tabela 5 - Resistência de cálculo à pressão de contato na parede do furo (entre dois furos)

Tabela 6 - Resistência de cálculo à pressão de contato na parede do furo (furo e borda)

46
Tabela 7 - Força de protensão mínima em parafusos de alta resistência

Tabela 8 - Resistência de cálculo à força cortante em ligações por atrito

47
Bibliografia

JUVINALL, ROBERT C. Fundamentos do projeto de Comp. De Máquinas,


2008

SHIGLEY, JOSEPH E. Projeto de Eng Mecânica, 2005

http://pt.wikipedia.org/wiki/Parafuso#cite_note-gepb1-3 Acesso em 23 de
Dezembro de 2013 as 15:00h

http://pt.wikipedia.org/wiki/Parafuso_de_Arquimedes Acesso em 23 de
Dezembro de 2013 as 15:30h

http://www.soparafusos.com.br/curiosidades.htm Acesso em 23 de Dezembro de


2013 as 17:00h

Marcelo, André Luiz; Propriedades de Fadiga de Parafusos de Alta


Resistência Mecânica. Trabalho de dissertação de mestrado acadêmico apresentada à
comissão de Pós Graduação da Faculdade de Engenharia Mecânica, – Universidade
Estadual de Campinas, 2008.

http://www.metalica.com.br/artigos-tecnicos/parafusos Acesso em 09 de Janeiro


de 2014 as 17:00h

48

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