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ele004-Comandos Elétricos

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – Findes

Lucas Izoton Vieira


Presidente

Senai – Departamento Regional do Espírito Santo

Manoel de Souza Pimenta


Diretor-gestor

Robson Santos Cardoso


Diretor-regional

Alfredo Abel Tessinari


Gerente de Operações e Negócios

Fábio Vassallo Mattos


Gerente de Educação e Tecnologia

Agostinho Miranda Rocha

Equipe técnica

Marcelo Bermudes Gusmão


Coordenação

Sandro Silva
Elaboração

Giovani Gujansky
Revisão técnica

Lygia Bellotti
Adaptação de linguagem

Amanda Correia de Freitas


Revisão gramatical

Tatyana Ferreira
Revisão pedagógica

Andrelis Scheppa Gurgel

Jackeline Oliveira Barbosa


Jarbas Gomes
Diagramação

Eugênio Santos Goulart


Fabrício Zucoloto
Fernando Emeterio de Oliveira
Ilustração

Fernanda de Oliveira Brasil


Leonardo Pedrin
Maria Carolina Drago i
Tatyana Ferreira
Vanessa Yee
Organização
Eletroeletrônica
Comandos Elétricos
Versão 0

Vitória
2009
© 2009. Senai - Departamento Regional do Espírito Santo
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998. É proibida a reprodução total ou parcial desta publicação, por
quaisquer meios, sem autorização prévia do Senai-ES.

Senai-ES
Divisão de Educação e Tecnologia - Detec

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do Senai-ES - Unidade Vitória

Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)

SENAI. Departamento Regional do Espírito Santo.

S492c Comandos elétricos / Serviço Nacional de Aprendizagem Indus-


trial, Departamento Regional do Espírito Santo. - Vitória : SENAI/ES,
2009.
74p. : il.
Inclui bibliografia
1. Comandos elétricos. 2. Acionamento elétrico. 3. Dispositivo
de proteção. 4. Dispositivo de sinalização. 5. Diagrama de comando.
6. Motor elétrico. 7. Chave de partida. I. Título.
CDU: 621.31

Senai-ES - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Departamento Regional do Espírito Santo


Av. Nossa Senhora da Penha, 2053
Ed. Findes - 6º andar Cep: 29056-913 - Vitória - ES
Tel: (27) 3334-5600 - Fax: (27) 3334-5772 - http://www.es.senai.br
Apresentação

A busca por especialização profissional é constante. Você, assim como a


maioria das pessoas que deseja agregar valor ao currículo, acredita nessa
ideia. Por isso, para apoiá-lo na permanente tarefa de se manter atuali-
zado, o Senai-ES apresenta este material, visando a oferecer as informa-
ções de que você precisa para ser um profissional competitivo.

Todo o conteúdo foi elaborado por especialistas da área e pensado a


partir de critérios que levam em conta textos com linguagem leve, gráfi-
cos e ilustrações que facilitam o entendimento das informações, além de
uma diagramação que privilegia a apresentação agradável ao olhar.

Como instituição parceira da indústria na formação de trabalhadores qua-


lificados, o Senai-ES está atento às demandas do setor. A expectativa é
tornar acessíveis, por meio deste material, conceitos e informações neces-
sárias ao desenvolvimento dos profissionais, cada vez mais conscientes
dos padrões de produtividade e qualidade exigidos pelo mercado.

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
• Comandos Elétricos
5
• Comandos Elétricos
6
Sumário

Comandos Elétricos................................................................................................................. 9
Circuitos básicos de acionamento elétrico.................................................................... 27
Diagramas.................................................................................................................................. 37
Motores elétricos e chaves de partida............................................................................. 45
Instalações de sistemas de partida de motores elétricos......................................... 57
Referências Bibliográficas.................................................................................................... 73

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
• Comandos Elétricos
7
• Comandos Elétricos
8
Comandos Elétricos

O processo de acionamento de um motor não inclui somente a conexão


dele a uma rede elétrica. Para trabalhar com os motores, é necessário
conhecer as características principais de cada tipo disponível no mercado,
além de suas normas de funcionamento e segurança. As determinações
da concessionária de energia local e outros fatores que influenciam no
funcionamento adequado de um motor também precisam ser domina-
dos pelos profissionais que atuam com os comandos elétricos.

Para que você trabalhe com propriedade e segurança nessa área, você
estudará neste curso os diferentes sistemas de partida de motores elé-
tricos monofásicos e trifásicos, além dos componentes utilizados na
montagem de quadros de comando de cada um dos tipos de motores.
A interpretação dos diagramas que representam os circuitos de aciona-
mentos desses dispositivos também será abordada.

Lembre-se de que seu aprendizado exige esforço e dedicação e irá con-


tribuir bastante para sua atuação em trabalhos de eletricidade.

Bons estudos!

Dispositivos
Os dispositivos de comando, proteção e sinalização têm a função de
comandar, proteger e sinalizar os comandos elétricos. Neste capítulo
você vai conhecê-los melhor. O primeiro tipo abordado vão ser os dis-
positivos de comando.

Dispositivos de comando
Estes elementos de comutação são responsáveis por permitir ou impedir
a passagem da corrente elétrica entre uma ou mais partes do circuito.

A seguir, você vai estudar os tipos mais comuns.

Chave
As chaves, que recebem também o nome de contato, realizam a cone-
xão ou desconexão entre dois pontos do circuito elétrico. Possuem dois
terminais, um que fica ligado a uma fonte ou gerador e outro que se
Achou importante? conecta à carga ou receptor.
Faça aqui suas anotações.
• Comandos Elétricos
9
Esses dispositivos são fabricados a partir de metais de resistência elétrica
de baixo valor, para não dificultar a passagem da corrente e de alta resis-
tência mecânica para ligar e desligar.

A parte de metal deve ter área de secção transversal de acordo com a cor-
rente comandada. Quanto maior for a corrente que demanda comando,
maiores precisam ser os contatos usados na montagem.

Um fator importante em relação à pressão de contato entre as partes


móveis é que os contatos maiores vão demandar pressões de contato
elevadas visando obter o menor valor possível de corrente no ponto de
contato.

Quanto maior for a tensão na qual o contato atua, maior deve ser a sepa-
ração dos contatos no momento do desligamento do circuito.

Para evitar que haja desgaste no circuito por conta de arco voltaico resul-
tante do processo de desligamento de processo que envolva carga indu-
tiva, a velocidade de ligação ou desligamento deve ser a maior possível.

Há diversos tipos de contato com trava, como o tipo alavanca apli-


cado em interruptores de iluminação. Existem também os contatos de
impulso, que possuem uma posição normal, garantida por uma mola e
outra contrária, que se mantém somente enquanto houver impulso de
atuação do contato. Estes dispositivos podem ser chamados de fechador
ou abridor, de acordo com a posição em que a mola está.

As chaves podem ser de dois tipos: seccionada e seletora.

Seccionadora
Este tipo de chave é responsável por promover a manobra de abertura
ou de desligamento dos condutores que fazem parte de uma instalação
elétrica. Esta abertura é feita para manter a instalação desligada.

Seguindo uma margem de segurança, a chave seccionadora deve supor-


tar a tensão e a corrente nominal da instalação. Essa situação é bastante
comum em contatos elétricos, mas neste caso a margem exigida é
maior.

É necessário que as seccionadoras demonstrem externamente se estão


desligadas ou ligadas.

Este equipamento também deve ter formato que possibilita a ligação


somente com os meios adequados para tal e torne impossível o aciona-
mento do aparelho por choques mecânicos ou vibrações. As chaves sec-
cionadores tripolares, por exemplo, precisam garantir que as três fases
sejam ligadas ao mesmo tempo.

As seccionadoras podem ser adequadas para atuar da seguinte forma:

• Comandos Elétricos
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Sob carga interruptora
Neste caso, a chave é responsável pelo desligamento do circuito. Para
isso, deve possuir câmara de extinção do arco voltaico, que se forma no
desligamento, sua abertura e fechamento que devem ser auxiliadas por
molas para elevar a velocidade das operações.

Sem carga
Se as chaves não possuírem carga, a passagem da corrente será interrom-
pida por um outro dispositivo, como o disjuntor. Nesse caso, a chave só
deverá ser aberta se o circuito já estiver sem corrente. Assim, esta pode
possuir uma chave NA auxiliar que precisa desligar o disjuntor antes que
a operação de abertura termine.

As chaves podem ainda apresentar operação apenas local e remota, situ-


ação na qual sua operação é motorizada.

Seletora
Este tipo de chave apresenta duas ou mais posições e pode desempe-
nhar uma ou mais funções em um processo. A chave seletora possui um
ponto de contato comum com os outros contatos. Veja na ilustração a
seguir esse tipo de chaves.

(a) Chave de impulso: três posições

C NF
NA
(b) Chave trava: duas posições

Depois das chaves, você vai conhecer as botoeiras, outro dispositivo de


comando.

Botoeiras
Este é um tipo de dispositivo que não possui retenção e que pode ser
acionado manualmente. Na maioria dos casos, as botoeiras apresentam
um contato aberto e outro fechado. Conforme o tipo de sinal que deve
ser enviado ao comando elétrico, recebem o nome de pulsadores ou de
trava.

A função dos pulsadores é inverter os contatos a partir da ativação de


um botão. A volta para a posição inicial é realizada pela atuação de
uma mola quando o acionamento é finalizado. Apresentam um contato
aberto e um fechado que podem ser ativados por um dispositivo pulsa-
dor liso e voltar à posição de destino com o uso de uma mola.
• Comandos Elétricos
11
Atente para a figura a seguir e observe que se o botão não for acionado,
os contatos 11 e 12 vão ficar fechados, o que possibilita a passagem da
corrente elétrica ao mesmo tempo em que os contatos 13 e 14 conti-
nuam abertos e interrompem a passagem desta.

No momento em que o botão é ativado, os contatos são invertidos,


assim, estes retornam à posição inicial com o uso da mola de retorno.

A abertura do fechador é garantida pela mola e se fecha enquanto esti-


ver acionado. Quando o circuito está aberto, recebe o nome de normal-
mente aberto (ou NA).

O abridor é um dispositivo que se mantém fechado com o uso de uma


mola que se abre ao mesmo tempo em que ele estiver acionado, por
esta função é denominado normalmente fechado (ou NF).

botão tipo 13 11
cogumelo

contato NF
14 12
simbolo

bornes bornes

contato NA mola de reposição

• Comandos Elétricos
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Relé
O relé apresenta normalmente uma bobina e um conjunto de contatos.
Observe a figura a seguir que ilustra a parte física de um relé, além do
símbolo elétrico que o representa.

NF
Isolador
NA
M
Terminais da
a
bobina

Núcleo

NA NF NA NF

C C

No momento em que a bobina recebe energia, os contatos passam a ocu-


par novas posições que são mantidas enquanto a bobina for alimentada.

O relé pode apresentar diversos conjuntos de contatos. Entre os princi-


pais benefícios do uso do elemento é que há isolação galvânica entre os
terminais da bobina e os contatos NA e NF. Veja a ilustração a seguir que
demonstra mais uma vantagem do relé que é o acionamento de cargas
com tensões diversas por meio da aplicação de somente um dispositivo.

NF
S NA NF
NA
24V K
C C

127V 220V
Carga 1 Carga 2

• Comandos Elétricos
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Outra propriedade muito explorada nos relés é a propriedade de memó-
ria por meio de circuito de autorretenção ilustrado na figura a seguir.

K
S1 K

V1

S2

K L

No caso ilustrado acima, a chave (botoeira) (S1) ativa a bobina (K) e faz
com que o contato auxiliar (K) estabeleça um novo modo de manu-
tenção da bobina energizada. Assim, não há desligamento do relé no
momento que a chave S1 é desativada. O contato auxiliar é comumente
denominado contato de retenção ou selo. Para o desligamento, é utili-
zada a chave (S2).

Agora, conheça alguns tipos de relés de tempo.

De tempo
Os relés de tempo são ativados por corrente alternada. Sua aplicação
ocorre em manobras que demandam temporização, em esquemas de
comando, para partida, proteção e regulagem de diversos equipamen-
tos. Os relés de tempo eletrônicos também podem ter aplicações em
corrente contínua.

De tempo com retardo na ligação


O relé de tempo com retardo na ligação recebe este nome, pois a comu-
tação dos contatos ocorre somente após um tempo, que é regulado de

• Comandos Elétricos
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acordo com uma escala.

A energização dos terminais de alimentação do dispositivo é que dá iní-


cio à temporização. A figura a seguir mostra um exemplo que explicita o
funcionamento.

S L

K
NA NF

fechada
chave S aberta

acesa
lâmpada L apagada
L

De tempo com retardo no desligamento


Depois da desenergização dos terminais de alimentação, este tipo de
relé conserva os contatos comutados por um tempo determinado por
escala própria. Veja a ilustração que demonstra seu funcionamento.

S L

K
NA NF

fechada
chave S aberta

acesa
lâmpada L apagada
t

Após estudar os relés, você verá como funciona o contator.

• Comandos Elétricos
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Contator
O contator é um elemento eletromagnético responsável pelo aciona-
mento e o desligamento do circuito do motor. Sua aplicação é feita espe-
cialmente em comandos elétricos automáticos à distância. O dispositivo
possui uma bobina que, ao receber energia, desenvolve um campo mag-
nético no núcleo fixo que atrai um núcleo móvel que tem a função de
fechar o circuito.

Com a interrupção do envio de alimentação para a bobina, o campo mag-


nético passa a não existir mais, o que leva o núcleo a retornar, por meio
de molas, ao seu local de destino, conforme ilustra a figura a seguir.

A operação de um contator pode ser comparada a de um relé no


momento em que sua bobina é energizada e os contados NF se abrem
e os NA se fecham.

Ip Contato móvel
Mola
Ip Contato fixo

Núcleo móvel

Bobina
Núcleo fixo
Ip

As partes que compõem o contator são chamadas contatos. Você vai


estudá-los agora.

Contatos
Um contator possui contatos principais e auxiliares. Geralmente, os prin-
cipais são mais robustos e toleram valores de correntes mais elevados,
de acordo com o tipo de carga que o motor precisa movimentar. Assim,
quanto maior for a carga, maior deverá ser a corrente nos contatos.

Os auxiliares são responsáveis pela sinalização e comandos de motores


de tipos diversos. Podem ser contatos NF (normalmente fechado) e NA
(normalmente aberto).

• Comandos Elétricos
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Confira a seguir a simbologia de contatores e a identificação dos conta-
tos e da bobina.

1 3 5

K1

2 4 6
Bobina

Contatos principais

A1
13 21 31 43

K1

Bobina 14 22 32 44

A2
Contatos auxiliares

A caracterização de um contator leva em consideração as seguintes ques-


tões: número de contatos, tensão nominal da bobina, corrente máxima
nos contatos e condições de operação que estabelecem as categorias de
aplicação. Conheça, agora, o principal tipo de contador: o de impulsos
elétricos.

Contator de impulsos elétricos


A função do elemento é fazer a contagem progressiva, a partir da opera-
ção dos impulsos elétricos, na bobina contadora. Os impulsos são origi-
nários de outros dispositivos, como relés, contatores, chaves e sensores
elétricos.

• Comandos Elétricos
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As chaves de impulso que ficam no painel do contador é que oferecem
as condições para o usuário programar os aparelhos. No momento em
que o número de impulsos elétricos na bobina for o mesmo programado
pelo usuário haverá o acionamento dos contatos do contador. Veja a
seguir o funcionamento do dispositivo.

S L

K
NA NF

chave S fechada
aberta
Reset aconado
desacionado
acesa
lâmpada L apagada

A seguir, você vai aprender mais sobre os dispositivos de proteção.

Proteção
Os dispositivos de proteção são aplicados no circuito de modo inter-
calado visando a impedir a passagem de corrente elétrica, em caso de
serem identificadas condições anormais, como o curtos-circuitos ou
sobrecargas. Os curtos-circuitos ocorrem devido a ligações eventuais de
elementos condutores submetidos a tensão, o que faz com que a cor-
rente alcance um valor além do normal, causando excesso de tempera-
tura e de esforços térmicos eletrodinâmicos.

A sobrecarga, que significa corrente superior à corrente nominal da ins-


talação, se for aplicada no circuito por muito tempo provoca danos à ins-
talação elétrica e aos equipamentos devido à elevação da temperatura.

Para que estas disfunções não ocorram, normalmente, são aplicados dis-
positivos de proteção, como fusível, o disjuntor e o relé. Você vai conhe-
cer cada um deles a seguir. Confira.

• Comandos Elétricos
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Fusível
O acionamento do fusível ocorre devido à abertura de um filamento que
é atravessado por corrente elétrica maior que o valor da especificação. A
ilustração a seguir representa um fusível tipo cartucho e seu símbolo. Há
também outros tipos, como Diazed e NH, usados quando é necessária
maior capacidade de corrente.

Filamento
Tubo de Vidro

Terminal

(a) Representação

FUS. 5A

(b) Simbolo elétrico

Normalmente, os fusíveis têm dimensão 20% maior que a da corrente


nominal do circuito. Eles podem ser denominados de ação retardada ou
rápida. O primeiro tipo é aplicado em equipamentos que apresentam
corrente de partida muito maior que a nominal, como motores elétricos
e cargas capacitivas. O fusível de ação rápida é aplicado quando há car-
gas resistivas para proteger semicondutores, como o diodo e o tiristor
em conversores estáticos de potência.

Tipo: Diazed
Usado em circuitos baixa potência
(possui porta-fusível)

Tipo: “NH”
Usado em circuitos de alta potência
(conetado por encaixe)

• Comandos Elétricos
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Disjuntor termomagnético
Este dispositivo pode ser usado para proteção e, algumas vezes, como
chave. A função dele é cessar a passagem de corrente, se houver sobre-
carga ou curto-circuito. A ação é realizada com base no princípio da dila-
tação de lâminas fabricadas a partir de metais distintos e que possuem
coeficientes de dilatação diferentes. Uma pequena sobrecarga deforma
o sistema sob o calor, e o circuito é desligado.

O impedimento da ocorrência de curto-circuito é feito por meio de um dis-


positivo magnético, que desativa o circuito quase que instantaneamente.

Os disjuntores podem ser: monopolares, bipolares e tripolares, conforme


mostram as imagens.

Entre os benefícios do uso dos disjuntores termomagnéticos é que eles


podem ser religados e não demandam reposição. Além disso, podem
também ser usados como chave de comando.

Disuntor Monopolar Disuntor Bipolar Disuntor Tripolar

Relé de sobrecarga ou térmico


O funcionamento do relé de sobrecarga também está baseado na dila-
tação linear de duas lâminas metálicas com coeficientes de dilatação tér-
mica diferentes e acopladas rigidamente entre si (bimetal).

A dilatação ocorre, por exemplo, quando há uma falta de fase em circuito


elétrico, o que provoca o aumento de corrente e, consequentemente, do
calor, e a dilatação das lâminas.

A deformação provocada pela dilatação aciona a abertura do contato


auxiliar que, por sua vez, interrompe a passagem da corrente, desati-
vando a carga do circuito. Para acioná-la novamente, é preciso solucionar
a disfunção que provocou o desarme do relé térmico e, depois, acionar o
botão de rearme do relé.

Veja as principais partes de um relé térmico:


• Contato auxiliar (NA + NF ) de comando da bobina do contator.
• Botão de regulagem da corrente de desarme.
• Comandos Elétricos
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• Botão de rearme de ação manual.
• Três bimetais.

Agora, veja na figura a seguir um exemplo de circuito de potência utili-


zando um relé térmico.

Relé Térmico
Vr FUS
1 4
Vs FUS
2 5
Vt FUS
3 6

C
Motor

(a) Circuito de Potência

FUS
+
R1

S1 c

S2
c
-

(b) Circuito de Comando

Depois dos dispositivos de proteção, é hora de estudar quais dispositivos


são acionados em um painel, quando há uma ocorrência.

Sinalização
Os dispositivos de sinalização demonstram o estado de painéis de
comando ou de processos automatizados. Os dados mais comuns identi-
ficados por estes dispositivos são: ligado, desligado, falha e emergência.
Estude cada um deles.

Indicador visual
Estes elementos enviam sinais de luz que demonstram, por exemplo,
estado de emergência, falha, entre outros. Os indicadores visuais são
os dispositivos mais aplicados, pois além de simples, apresentam baixo
custo e são eficientes na indicação.

• Comandos Elétricos
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As informações são fornecidas por lâmpadas, também conhecidas como
LED - sigla em inglês diodos emissores de luz. Veja a tabela a seguir que
demonstra as cores que indicam cada estado.

Estado Cor
Ligado Vermelho
L
Desligado Verde
Falha Amarelo

Indicador acústico
Este dispositivo envia sinais sonoros que indicam falhas ou emergência,
por meio de sirenes e buzinas elétricas. Geralmente, os indicadores acús-
ticos são aplicados em locais que não permitem a visualização de sinais
luminosos e quando é necessário que sejam percebidos por várias pes-
soas em diferentes locais.

Agora, veja quais os símbolos mais utilizados em comandos elétricos.

Símbolo

Principais símbolos em comandos elétricos


Observe que alguns destes símbolos são bastante utilizados. Confira.

SÍMBOLO DESCRIÇÃO

Disjuntor com elemento magnético, que protege contra


corrente de curto-circuito

Transformador trifásico

Botoeira NF
E

Botoeira NF com retorno por mola


E

Fusível

• Comandos Elétricos
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SÍMBOLO DESCRIÇÃO

E Contato normalmente aberto (NA)

Contato normalmente fechado (NF)

Acionamento temporizado na ligação

Lâmpada / Sinalização

M Motor trifásico
3~

Identificação dos contatos principais


Os terminais de entrada 1, 3 e 5 voltam-se para a rede (fonte), no momento
em que os terminais de saída 2, 4 e 6 se voltam para o motor (carga). Os
terminais de alimentação da bobina são identificados como “A1” e “A2”
ou ainda “a” e “b”.

1 3 5
A1
Contator
2 4 6 A2

1 3 5 12 14

2 4 6 11
Relé

• Comandos Elétricos
23
Identificação dos contatos auxiliares
Veja como identificar contatos auxiliares.

1
Contato Normalmente Fechado(NF) (abridor)
2
3

Contato Normalmente Aberto(NA) (fechador)

Observe mais um exemplo:

13 23 33 41
a Número Número
de Identificação de Idenficação
b da função da sequência
14 23 34 42
Número de identificação
Número de identificação

3 Fechadores 3 1
1 Abridor

13 21 31 43
A1

A2
14 22 32 44

Identificação dos contatos auxiliares de um relé de sobre-


carga
Os contatos principais do relé térmico são identificados do mesmo modo
que os contatos principais dos contatores. Confira.

95 95 97

96 98 96 98

• Comandos Elétricos
24
Veja a tabela com a denominação para os aparelhos nos esquemas elé-
tricos:

DENOMINACÃO APARELHOS
b0 ou S0 Botão de comando desliga
b1 ou S1 Botão de comando liga
b2 – b22 ou S2-S22. Botão de comando esquerda/direita
K1 – K2 K3 K4 K5 ou C1,C2,
Contator principal
etc.
Contator auxiliar-relé de tempo relê
d1 – d2 d3
auxiliar.
F1 – F2 F3 Fusível principal
F7 – F8 F9 Relé bimetálico
F21 F22 Fusível para comando
h1 Armação de sinalização liga
Armação de sinalização direita/
h2
esquerda
M1 Motor, trafo principal
M2 Auto trafo
Circuito de medição-corrente alter-
nada
RST

O próximo tema de estudos serão os circuitos para acionamento elétricos.

• Comandos Elétricos
25
• Comandos Elétricos
26
Circuitos básicos de acionamento elétrico

Nesta unidade, você vai aprender como funcionam alguns circuitos


básicos de comando e de acionamento elétrico. Esses dispositivos são
bastante utilizados, mas a sua complexidade interna ou operações de
funcionamento podem passar despercebidos.

O ato de acender uma lâmpada ou de ligar e desligar um equipamento


são algumas aplicações práticas do tema que você vai estudar a partir
de agora.

Esses tópicos serão abordados em nível industrial. Então, conheça os cir-


cuitos de retenção, intertravamento, de prioridade e temporizados.

Retenção
Um circuito de retenção funciona do modo como é apresentado na
figura a seguir. Ao apertar a botoeira “b1”, a bobina do contator “d” é
energizada. Isso faz com que os contatos de retenção “d” se fechem e o
contato “d” também para a lâmpada, que é acesa. Se a botoeira “b1”for
liberada, a bobina continua energizada, e a lâmpada “h” se mantém
acesa. No momento em que a botoeira “b0” for apertada, a bobina não
receberá mais energia, o que provoca a abertura dos contatos de reten-
ção para a lâmpada “h”, que se apaga.

Quando “b0” for liberada, a lâmpada permanecerá apagada e o circuito


voltará ao estado inicial. Observe o esquema a seguir.

(b)
(a) b0
b0
d b1 d

b1 d d

d h d h

Se as botoeiras “b0” e “b1” forem acionadas simultaneamente, no circuito


da figura “a”, a lâmpada “h” não se acende. Isso ocorre, pois a botoeira
“b0” prevalece na desenergização. No circuito da figura “b” a lâmpada
“h” se acende porque, neste caso, a botoeira “b1” tem preferência na
Achou importante? energização.
Faça aqui suas anotações.
• Comandos Elétricos
27
Intertravamento
O intertravamento é promovido se forem obedecidos alguns critérios.
No circuito da figura a seguir, por exemplo, ao apertar a botoeira “b12”
(ou “b13”), a bobina do contator “d1” (ou “d2”) é energizada, impedindo
a energização da outra, e não permitindo energizar as outras duas ao
mesmo tempo, porque ambas estão intertravadas.

Observe.

b13 (a)
b12
d d
2 2

b13 b12

d1 d2 h2 h3

b12 b13
d d
1 2

d2 d1

d1 d2 h12 h13

(b)

No caso de serem acionadas as botoeiras “b12” e “b13”, no circuito da


figura (a), que tem intertravamento mecânico através dos contatos nor-
malmente fechados das botoeiras conjugadas, as lâmpadas não irão
acender. Já no circuito da figura (b), o tipo de intertravamento que ocorre
é elétrico com os contatos normalmente fechados dos contatores. Nesse
caso, a lâmpada “h12” se acende e “h13” não.

Na ilustração a seguir, você pode conferir um retenção (selo) e intertra-


vamento elétrico.

b0
d d
1 2
b12 b13
d1 d2
d2 d1

d1 d2 h12 h13

• Comandos Elétricos
28
Se as botoeiras “b12” ou “b13” forem acionadas, a bobina do contator
“d1” ou “d2” passa a receber energia e o contato de selo “d1” ou “d2” se
fecha e conserva a energização. O contato de intertravamento de “d1”
ou “d2”, ligado em série com “d2” ou “d1”,impede que haja energização
simultânea das duas bobinas. Para fornecer energia para a bobina “d2”
ou “d1”, é preciso acionar a botoeira “b0”, impedindo a energização da
bobina “d1” ou “d2” antes de apertar “b13” ou “b12”.

Nesse caso, se “b12” e “b13” forem acionadas ao mesmo tempo, os dois


contatores vão ser energizados instantaneamente até que um dos con-
tatos de intertravamento se abra.

Nas figuras a e b a seguir você poderá conferir os circuitos de intertrava-


mento mecânico e elétrico que proporcionam mais segurança por causa
de sua configuração.

(a)
b0
d d
1 2
b12 d2
d1

b12 b13

d2 d1

d1 d2 h12 h13

(b)
b0
d d
1 2
b12

b12 d1 b13 d2

d2 d1

d1 d2 h12 h13

Caso a bobina do contator “d1” ou “d2” for energizada com o objetivo


de fazer com que a bobina do contator “d2” ou “d1” no circuito da figura
(a) fique no mesmo estado, será preciso acionar previamente a botoeira
“b0” e depois “b13” ou “b12”. No circuito da figura (b) ilustrada anterior-
mente, não é preciso realizar este procedimento, pois se “b13” ou “b12”
forem acionadas, a bobina do contator “d1” ou “d2” será desenergizada
pelo contato de intertravamento da botoeira adequada.

• Comandos Elétricos
29
Prioridades
Os circuitos de prioridades têm a função de estabelecer a ordem pela
qual os elementos serão acionados no circuito. Você conhecerá a seguir
somente circuitos que permitem que seus contatores sejam energiza-
dos, de acordo com especificações previamente estabelecidas. Os circui-
tos abordados neste tópico podem ser divididos em:

Primeira ação
Recebe este nome, pois possibilita a energização somente do contator
acionado em primeiro lugar. Veja:

d1 d2 da
b0 d1 d2

b12 d1 b13 d2 b1a da

d1 d2
d2 da
h12 h13 h1a

Última ação
Já o circuito da imagem a seguir, permite a energização do contator ati-
vado em último lugar.

d1 d2 da
b0 b12 b13

b12 d1 b13 d2 b1a da

d1 d2 da
d2 da
h12 h13 h1a

• Comandos Elétricos
30
Primeiro lugar
O circuito a seguir permite a energização de qualquer contator em pri-
meiro lugar.

d1 d2 da
b0 d1 d2

b12 d1 b13 d2 b1a da

d1 d2 da
h12 h13 h1a

Sequência
Este circuito possibilita que os contatores sejam energizados somente
em sequência, a partir do primeiro.

bo
d1 d2 da

b12 d1 b13 d2 b 1a d3

d1 d2 da h12 h13 h1a

Temporizado
O momento de acionamento ou retirada de um dispositivo do circuito é
atribuição do temporizado. Observe a seguir os circuitos dos quais fazem
parte este elemento.

Liga retardado
Quando a chave seccionadora “a” do circuito representado pela figura
(a) é ativada, a lâmpada “h” se acende depois de um tempo “t” determi-
nado no temporizador “d”. No mesmo momento em que a chave “a” é
liberada, a lâmpada “h” se apaga.

• Comandos Elétricos
31
Já o circuito da figura (b) tem a mesma função do anterior, a diferença entre
eles é que o acionamento neste caso é feito com o uso de botoeiras.

b0
a

Cd
Cd b1 d

d h
d h

(a) (b)

Desliga retardado
Na ilustração da figura (a) a seguir, no momento em que a chave seccio-
nadora “a” é ativada, a lâmpada “h” se acende. Se a chave for liberada,
após certo tempo “t”, ajustado no temporizador “d2”, a lâmpada “h” se
apaga.

No caso do circuito da figura (b) a função é a mesma, mas o acionamento


é realizado por botoeiras.

a d1 d2

d3
b1 C
d2

d1 d2 d3 h

(a)

b1 d2

d3
C2
b0 d1 -

d1 d2 h

(b)

• Comandos Elétricos
32
Liga-desliga retardado
No circuito liga-desliga retardado representado na figura (a), a seguir, se
a chave seccionadora “a” for acionada, após tempo “t” determinado pelo
temporizador “d1” a lâmpada “h” se acende. Se a chave seccionadora
“a” for liberada, após certo tempo “t2”, ajustado no temporizador “d2”, a
lâmpada “h” se apaga.

O circuito da figura (b) tem a mesma função do anterior, mas nele o acio-
namento é por botoeiras.

a C d3
d1

d3
C C
d1 d2

d1 d2 d3 h

(a)

b0 C d3
d1

d3
C C
d1 d1 d2
b1

d1 d2 d3 h

(b)

• Comandos Elétricos
33
Ação temporizada
No circuito de ação temporizada da figura (a) quando a chave secciona-
dora “a” é ativada, a lâmpada “h” é acesa no mesmo instante e perma-
nece acesa durante o tempo “t”, ajustado no temporizador “d”. O circuito
da figura (b) tem a mesma função, mas é acionado por botoeiras.

a Cd
1

Cd
1

h
d1 d2

(a)

b0

b1 d2

Cd
C a
d3

d1 d2 d2 h

(b)

Liga retardado com ação temporizada


No circuito da figura (a) representado a seguir, quando a chave secciona-
dora “a” é acionada a lâmpada “h” se acende após o tempo “t1”, especifi-
cado no temporizador “d1”, e permanece neste estado pelo tempo “t2”,
ajustado no temporizador “d2”.

• Comandos Elétricos
34
O circuito da figura (b) tem a mesma função, e o acionamento por
botoeiras.

a Cd
1

Cd
1

h
d1 d2

(a)

b0

b1 d2

Cd
C a
d3

d1 d2 d2 h

(b)

Os diagramas de comando serão o próximo tema de estudos. Confira.

• Comandos Elétricos
35
• Comandos Elétricos
36
Diagramas

Representar os circuitos elétricos em diversos aspectos, segundo a fina-


lidade desejada. Esta é a função dos diagramas elétricos, que podem ser
feitos com os seguintes objetivos:
• Representar o funcionamento sequencial dos circuitos.
• Reproduzir os elementos e suas respectivas funções e as interliga-
ções, de acordo com normas estabelecidas.
• Possibilitar visão das partes do conjunto para análise.
• Permitir a rápida localização física dos elementos.

Nesta unidade, você vai aprender quais são os tipos de diagrama e as


definições básicas de um circuito de alimentação e controle.

Tipos
Conheça agora os tipos de diagrama.

Multifilar completo
Este diagrama demonstra o modo com que o circuito elétrico se desen-
volve. A representação deste tipo de circuito é complexa, no caso de eles
serem mais elaborados, como o da figura a seguir.

3~60Hz 380V
R
S 21 22
T

C1
b1 b2 b0

C1 C2

a4
UV W
M
3~
Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
• Comandos Elétricos
37
Funcional e de disposição
A leitura dos circuitos elétricos apresenta três questões importantes,
como:
• Caminhos de corrente ou os circuitos que se estabelecem do início
ao fim da operação.
• A atribuição de cada elemento no conjunto, sua dependência e
interdependência em relação a outros elementos.
• A localização dos elementos no circuito.

Por causa da complexidade de leitura do diagrama tradicional, estas três


questões foram divididas em duas partes, que podem ser demonstradas
pelos diagramas funcional e de execução ou disposição.

Na primeira parte, a trajetória da corrente, os elementos, suas funções,


interdependência e sequência funcional são representados de forma bas-
tante prática e de fácil compreensão pelo diagrama funcional. Observe:

3~60Hz 380V 2~60Hz220V


R
S R
T e21 11
N
e4 o14
e1 12

b0
C1 C2
b2 b1

b1 b2

e4 C1 C2
SVW
M C2 C1
m1 3~ C1 a a
C2
S b b
e22 4 5 5 7

• Comandos Elétricos
38
Já na segunda parte há a representação, a identificação e a localização
física dos elementos que é realizada pelo diagrama de execução ou de
disposição. Veja como fica a ilustração, neste caso.

e1 e1 e1 e21 e22

c1 c2

BORNES
e2

Portanto, o funcional é voltado para os circuitos, os elementos e as fun-


ções. Já o de disposição tem foco na organização física desses elemen-
tos.

A combinação desses dois tipos permite que os objetivos propostos


sejam atingidos de modo mais prático e racional.

Veja a seguir como pode ser feita a identificação dos componentes.

Identificação dos componentes no diagrama funcional


A representação dos componentes do diagrama é feita de acordo com
símbolos identificados por letras, números ou símbolos gráficos.

Veja a seguir como eles são representados no diagrama.

Identificação por letras e números


Observe como é realizada a identificação por letras e números.

a a a a
c1 c2 d1 d2
b b b b

• Comandos Elétricos
39
Identificação por símbolos gráficos
Esta identificação é feita da seguinte maneira:

a a
Y Y Identificação
por função
b b

Nesse caso, os retângulos ou círculos simbolizam os componentes, e as


letras C1, C2, C3 ou L, Y e ∆ representam, respectivamente, um contator
localizado no circuito de potência. A letra L e os símbolos Y e ∆ identifi-
cam o que pode ser:
• L relativo à linha.
• Y relativo à ligação estrela.
• ∆ relacionado à ligação triângulo.

Do mesmo modo, C1, C2, C3 e outros representam contatores que têm


suas atribuições indicadas no diagrama de potência. Estes contatores
também podem ser indicados por K1, K2, K3, entre outros.

3~60Hz 380V
R 2~60Hz220V
S
T Ro
N e21
e1
e4

C1 C2 b0

b2 b1

b1 b2
e4
UV W C1 C2
M
m1 3~ C2 C1
C1 a C2
a
N b b

Definição
A partir de agora você vai aprender o conceito de circuito de força e de
controle.

• Comandos Elétricos
40
Circuito de força
Este tipo de circuito, que também recebe o nome de circuito principal,
tem a função de fornecer a corrente que a operação demanda para os
equipamentos. Em montagens realizadas em laboratório, por exemplo,
os equipamentos são motores de potência baixa, já que neste caso, sua
aplicação é somente didática.

L1 L2 L3

1 3 5
L
2 4 6
1 3 5
R
2 4 6
1 3 1

2 4 2
Circuito U v w
de força Motor
X Y Z
2 4 6
Y
1 3 5

Circuito de comando
O circuito, que também pode ser denominado auxiliar, é aplicado em
ações de ativação e desligamento de elementos de manobra, como con-
tatores, relés, temporizadores, entre outros.

O dispositivo pode ser usado ainda para realizar travamento no caso de serem
identificadas disfunções em equipamentos de força e de sinalização.

5L
1
F
2
Desliga S1
alarme Circuito
S2
21 de comando
Desliga L
22 B1
B3
Liga Ra
B4
B2
O2 O4 O4
L Y
O3 O3
O1 B B B B
L Ra TM
Y
A A A A
1L

• Comandos Elétricos
41
Algumas especificidades deste tipo de circuito serão apresentadas ao
longo desta unidade.

Intertravamento de contatores
O intertravamento é um sistema, elétrico ou mecânico, usado para impe-
dir que dois ou mais contatores se fechem ao mesmo tempo e ocorra,
assim, curto-circuito ou alteração de sequência de funcionamento do cir-
cuito. Aqui, você vai conhecer mais de perto o intertravamento elétrico.

2~60Hz220V
R
e21 11
e4 o14
12

1
b0 2
1 1
b2 b1
2 2
3 3
b1 b2
4 4
13 13
C1 14 C2 14
11 11
C2 12 C1 12
C1 a C2 a
S b b
e22

Elétrico
O intertravamento elétrico pode ser realizado de dois modos:
• Por contatos auxiliares do contator: neste caso, é aplicado contato
auxiliar tipo “NF” (normalmente fechado) de um contator do circuito de
comando, que alimenta a bobina de outro contator. Assim, o funciona-
mento de um está sujeito ao do outro, conforme ilustrado na figura ante-
rior.
• Por botões conjugados: Quando o intertravamento é realizado por
botões conjugados, estes são inseridos no circuito de comando de modo
que, ao serem ativados para acionar um contator, provoquem a interrup-
ção do outro.

Quando o botão b1 é o fechador, o contato é normalmente aberto – NA


de C1, conjugado com b2, abridor (NF) de C2.

Se b2 for o fechador de C2, ficará conjugado com b1 e abridor de C1.

• Comandos Elétricos
42
Quando for possível, é recomendável aplicar ambos os processos (a e b)
de intertravamento.

Depois de adquirir conhecimentos sobre diagramas, na próxima unidade


você estudará os motores elétricos de chave de partida.

• Comandos Elétricos
43
• Comandos Elétricos
44
Motores elétricos e chaves de partida

Nesta unidade, você vai aprender mais sobre o funcionamento dos


motores alimentados por energia elétrica de rede que possui tensão,
corrente e fator de potência e, fornecem energia mecânica no seu eixo.
Este diferenciado pela rotação e pelo conjugado mecânico.

O que ocorre em laboratórios de instalações elétricas nos quais são apli-


cados motores de indução tipo gaiola é um exemplo do conteúdo que
será abordado a partir de agora.

As chaves de partida também serão abordadas a seguir.

Motores elétricos
Os motores elétricos podem ser monofásicos ou trifásicos e de sua cons-
tituição podem fazer parte enrolamentos, chaves de partida, ligações,
velocidades, além de outros itens que influenciam o funcionamento
ordenado e sincrônico.

Veja como operam os motores, de acordo com o tipo.

Indução tipo gaiola


Motores de indução tipo gaiola possuem:
• Estator, com enrolamento montado na carcaça do motor para forne-
cer o campo girante dele.
• Rotor, com o enrolamento composto por barras curto-circuitadas,
que sob ação do campo girante, fornece energia mecânica no eixo do
motor.

Veja como o rotor tipo gaiola é representado graficamente.

Achou importante?
Rotor Gaiola
Faça aqui suas anotações.
• Comandos Elétricos
45
Ao receber energia, o motor passa a operar como um transformador que
possui secundário em curto-circuito. Neste momento, a corrente elétrica
pode chegar a sete vezes a corrente nominal. Se o campo girante arrasta
o rotor e eleva a velocidade, a corrente cai até chegar ao mesmo valor da
corrente nominal, ao mesmo tempo em que a rotação atinge seu valor
nominal.

Se o motor for ligado vazio, chega rapidamente à velocidade nominal,


assim, a sua corrente é reduzida rapidamente. Neste caso, o motor pode
iniciar com tensão bem menor que a nominal, metade, por exemplo.
Deste modo, no momento em que a velocidade estiver próxima da
nominal o circuito poderá ser alimentado pela tensão nominal.

Em situações cotidianas, como atividades agrícolas, uso de aparelhos


eletrodomésticos, entre outras, o motor inicia a operação realizando tra-
balho, isto é, em carga.

Por exemplo, em uma máquina de lavar roupa, o motor começa iniciando


a movimentação das roupas e da água, isto é, parte com carga acoplada
ao seu eixo.

Se tratando de questões elétricas, a partida de um motor é mais com-


plexa, pois ao dar a partida com metade da tensão nominal, pode ser
preciso que o motor leve um tempo maior do que o preconizado para
chegar à rotação nominal. Se isso ocorrer, há um risco maior de o motor
queimar porque a corrente é bem maior que a nominal. Um dos moti-
vos prováveis para esta ocorrência pode ser o fato de que o conjugado
oferecido pelo motor no eixo é menor se a tensão for menor, assim, a
potência mecânica no eixo também será menor.

Geralmente, é preciso fornecer ao motor de partida 65, 80 ou 100% da


tensão nominal e com correntes correspondentes maiores.

Durante a partida de um motor de alta potência a tensão nos alimen-


tadores de corrente diminuirá, por causa da grande corrente necessá-
ria para a partida nos condutores. Apesar de este processo ser realizado
rapidamente pode causar danos aos consumidores.

Deste modo, as concessionárias de energia elétrica impõem limites para


a corrente de partida dos motores, conforme as condições de seus res-
pectivos sistemas.

A redução da alimentação das bobinas do motor é promovida visando a


reduzir as dificuldades causadas pela partida com tensão plena. Mais deta-
lhes sobre este tema serão abordados na unidade chaves de partida.

A seguir, serão apresentados, de forma breve, alguns tipos de motores


elétricos.

Monofásicos de fase auxiliar


Faz parte da composição deste motor um rotor tipo gaiola de esquilo
e um estator fabricado a partir de chapas de ferro silício. Geralmente,

• Comandos Elétricos
46
são aplicados em máquinas de lavar roupas, eletrobombas, geladeiras e
enceradeiras de potência elevada.

Este tipo de motor possui ainda as seguintes características:


• Apresenta dois enrolamentos no estator: um de fio mais grosso e
com grande número de espiras chamado de enrolamento principal ou
de trabalho e outro de fio mais fino e que apresenta poucas espiras cha-
mado de enrolamento auxiliar ou de partida.
• O enrolamento principal é mantido ligado durante toda a operação.
• O enrolamento auxiliar opera somente no momento da partida e é
desativado com o acionamento de um dispositivo automático que pos-
sui uma parte na tampa do motor e a outra no rotor.
• O rotor tipo gaiola de esquilo, formado por barras de cobre ou de alu-
mínio curto-circuitadas, apresenta bom conjugado de acionamento (força
na partida ou arranque), proporcionado por um capacitor ligado em série
com o enrolamento auxiliar, de acordo com a ilustração a seguir.

Principal

Auxiliar

Ligação dos motores monofásicos


Os motores monofásicos de fase auxiliar podem ser construídos com dois,
quatro ou seis terminais de saída. Os que possuem dois terminais operam
com tensão de (110 ou 220 V) e somente em um sentido de rotação.

Já os de quatro são adequados para uma tensão (110 ou 220 V), e em


dois sentidos de rotação, estabelecidos de acordo com a ligação reali-
zada entre o enrolamento principal e o auxiliar.

Geralmente, os terminais de enrolamento principal são identificados


pelos algarismos 1e 2 e os do auxiliar pelos números 3 e 4. Assim, a inver-
são demanda a modificação do sentido da corrente, ou seja, esta deve
ser alterada de 3 para 4.

No caso dos motores que possuem seis terminais, há a possibilidade de


operarem em ambas as tensões (110 V e 220 V) e em dois sentidos de
rotação. Assim, a inversão no sentido da rotação é realizada invertendo-
se o sentido da corrente no enrolamento auxiliar, que é designado pelos
números 5 e 6, já o enrolamento principal é identificado pelos números
1, 2, 3 e 4.

• Comandos Elétricos
47
Para alterar o sentido de rotação dos motores de seis terminais é preciso
modificar os terminais de 5 para 6. Se a tensão for 110V, as bobinas são
ligadas em paralelo, no caso de ser 220 V, elas devem ser ligadas em série.

Os motores de fase auxiliar atualmente são fabricados para potência de


1/6 a 2 CV.

Veja as partes de um motor de fase auxiliar na figura a seguir.

Capacitor
Enrolamento auxiliar
Interruptor automático(chave centrifuga)
Ligações
Para 110V Para 220V
1 2 3 2 3
2
34 5 6 5 6
5 1 4 1 4
6

110V 220V
Para inverter a rotação trocar 5 por 6
Enrolamento principal

Trifásicos assíncronos
Este tipo de motor, muito usado na indústria, é adequado para ser utili-
zado em sistemas elétricos de três fases e disponibiliza condições mais
adequadas de operação do que os motores monofásicos, já que não
demanda auxílio de partida, apresenta melhor rendimento e está dis-
ponível em potências mais elevadas. No estator do motor assíncrono de
CA estão alojados três enrolamentos adequados para as três fases. Os
enrolamentos são montados com uma defasagem de 120º.

Os fios que ligam o motor à rede elétrica, que podem ter 3, 6, 9 ou 12


pontas, saem do enrolamento do estator.

Os motores trifásicos podem ter dois tipos de rotores:


• Tipo gaiola de esquilo ou em curto-circuito, o mesmo tipo aplicado
em motores monofásicos.
• Bobinado, que não é fechado em curto internamente e apresenta
bobinas ligadas ao coletor que permite ligar um reostato, e possibilita a
regulagem da corrente que circula no rotor. Isso faz com que a partida
seja mais suave e reduz o pico de corrente usual em partidas de motores.

Padronização da tensão dos motores trifásicos assíncronos


Esse tipo de motor pode atuar com diversas potências e velocidades
para as tensões padronizadas da rede, ou seja, 220, 380, 440 e 760 V, na
frequência de 50 e 60 Hz.

O motor trifásico possui as bobinas distribuídas no estator e conectadas


para formar três circuitos simétricos diferentes, conhecidos como fase
de enrolamento. Essas fases são interligadas, constituindo ligações em

• Comandos Elétricos
48
estrela [ = 380 V] ou em triângulo [ = 220 V] para o acoplamento
à uma rede trifásica. Para isso, é preciso considerar o valor da tensão que
será aplicado na operação.

Na ligação em estrela (380 V) os terminais 4, 5 e 6 são interligados e os


terminais 1, 2 e 3 são ligados à rede. Observe a ilustração.

R1

R S T S2
1 2 3

4 5 6 T3

Na ligação em triângulo (220V), o início de uma fase é fechado com o


final da outra. Essa junção é ligada à rede. Confira.

R S T
1 2 3 R1
6 4

3
T3 5 4
4 5 6
2
S2

Os motores trifásicos de uma só velocidade podem possuir de 3, 6, 9 ou


12 terminais para a ligação à rede elétrica.

As ligações dos que possuem três terminais à rede é realizada a partir da


união dos terminais 1, 2, e 3 aos terminais de rede RST em qualquer ordem.

L1 L2 L2

Atente para o fato de que para inverter o sentido de rotação do motor


trifásico é preciso somente inverter duas fases R com S, por exemplo.
• Comandos Elétricos
49
Os motores trifásicos com seis terminais só têm condição de ligação em
duas tensões: 220/380V ou 440/760V. Eles são ligados em triângulo na
menor tensão e em estrela, na maior. A figura a seguir ilustra uma placa
de ligação desse tipo de motor.

U V W
1 2 3
4 5 6 4 5 6

2 3 1 2 3 1
4 5 6 R S T R S T
X Y Z

Veja que nos motores de seis terminais, é normal identificar as marca-


ções U, V, W, X, Y, e Z, em vez de 1, 2, 3, 4, 5, e 6, respectivamente.

Os motores que apresentam nove terminais podem ser ligados nas


seguintes tensões: 220/380/440V. Já os de doze terminais permitem liga-
ção em quatro tensões: 220/380/440/760V.

Veja como é a configuração das placas de ligação.

11 12 10 11 12 10

5 6 4 5 6 4

8 9 7 8 9 7

2 3 1 2 3 1

R S T R S T

11 12 10 11 12 10

5 6 4 5 6 4

8 9 7 8 9 7

2 3 1 2 3 1

R S T R S T

• Comandos Elétricos
50
Placa de identificação de um motor
A placa de identificação dos motores é um dos elementos que fornece
dados sobre a operação adequada do motor de modo mais ágil. A figura
a seguir demonstra uma placa de identificação de um motor.

MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO


Mod. S71 A4 D761 Nº1050
CV 1/2 Isol. 0 IP 54
Regime S1 Ip4n 5,0
Hz Rpm V220 A 380 Y Cat. N
50 A F.S.
60 1700 A 1,90 1,10 F.S. 1,0
Z X Y
U V
Y Z X Y
Tensão W U V W
Tensão
Menor Maior
R S T R S T

PLACA DE IDENTIFICAÇÃO DE UM MOTOR

Exceto os campos MOD (modelo) e número, os dados são características


técnicas que possibilitam a fácil identificação. Usando como exemplo
a placa de identificação ilustrada anteriormente, observe as principais
características para a identificação e a utilização dos motores nas tarefas:
• CV - Potência mecânica do motor em CV.
• Ip/In – Relação entre as correntes de partida e nominal.
• Hz – Frequência da tensão de operação do motor.
• Rpm – Velocidade do motor em frequência nominal.
• A – Corrente requerida pelo motor em condições nominais de fun-
cionamento, e que depende do tipo ligação.
• F.S. – Fator de serviço. Quando F.S. é igual a 1,0, isso implica que o
motor pode disponibilizar 100% de sua potência mecânica.

A última linha mostra as ligações requeridas para tensão menor (triân-


gulo) e tensão maior (estrela). Ou seja, a ligação dos terminais do motor
depende do nível de tensão de alimentação deste. Sendo que para as
tarefas as ligações dos motores variam segundo seu nível de tensão.

A seguir, você vai aprender como funciona mais um tipo de motor ele-
trico: o Dahlander.

• Comandos Elétricos
51
Dahlander - Motor elétrico trifásico de dupla velo-
cidade
Este tipo de motor apresenta velocidade dupla e é usado em máquinas
operatrizes, pontes rolantes, correias transportadoras, sistemas de venti-
lação, misturadores, centrífugas, nas indústrias naval, alimentícia, madei-
reira, siderúrgica e de mecânica em geral.

Chaves de partida
Estas chaves são responsáveis por oferecer condições de partida ao
motor. Essa partida deve ser, sempre que possível, realizada de modo
direto, sem dispositivos de redução da corrente da operação.

Porém, o elevado valor de corrente pode alterar a operação normal de


elementos instalados no sistema por causa da queda elevada de tensão.
Os transtornos podem ser:
• Necessidade de superdimensionar os sistemas de proteção, o que
leva ao aumento de custos.
• Imposição da redução da corrente de partida pela companhia conces-
sionária de energia elétrica, que pode limitar a queda de tensão na rede.

Se isso ocorrer, é preciso usar um sistema de partida indireta que possa


reduzir o pico de corrente na partida. Este pode ser:
• Resistores em série.
• Transformadores ou autotransformadores (chave compensadora).
• Chaves estrela-triângulo.
• Chaves série-paralelo.

A seguir, conheça os principais tipos de chaves de partida direta e indireta.

Partida direta
Com a chave de partida direta é possível que o motor dê partida com a
tensão nominal de serviço. O sistema é bastante simples e seguro e pode
ser usado em motores de gaiola.

Geralmente, a partida direta dos motores é promovida por contatores,


com a verificação dos motores pelos dispositivos de proteção. A aplica-
ção da chave de partida direta ocorre em função dos seguintes fatores:

• Comandos Elétricos
52
• Provoca queda de tensão da rede por causa do alto valor de cor-
rente de partida (Ip). No caso dos grandes motores, a corrente de partida
é limitada por imposição das concessionárias de energia elétrica. Veja
figura a seguir.
L3
L2
L1

Q1

KM3

• Pode haver interferência em equipamentos instalados no sistema,


pela queda excessiva de tensão.

Partida indireta
Agora, entenda como funcionam as chaves de partida indireta. Você vai
conferir os tipos de elementos utilizados em grandes motores visando a
minimizar a corrente de partida e seus efeitos.

Partida estrela-triângulo
No caso de motores que admitem ligações em dois níveis de tensão estas
podem ser feitas por chaves estrela-triângulo, que diminuem a corrente
de partida.

O processo ocorre da seguinte forma: o motor inicia a operação com


ligação estrela até que sua velocidade se aproxime da nominal. Depois,
um operador ou um relé temporizado transforma a ligação de estrela
para triângulo. Assim, o motor passa a receber alimentação de sua ten-
são nominal.

A ligação estrela-triângulo demanda acessibilidade dos terminais da


bobina.

Veja como ocorrem as ligações das bobinas para as ligações estrela e


triângulo, respectivamente.

• Comandos Elétricos
53
X Y Z X Y Z

U V W U V W

Um pico de corrente elevado na comutação ocorre devido a dois fatores:


comutação prematura, ou seja, realizada quando o motor ainda está com
velocidade baixa ou uma longa duração no processo de comutação, que
provoca redução da velocidade.

No caso de o processo de comutação ter duração reduzida, pode resultar


em corrente de curto-circuito, pois o arco voltaico causado pela abertura
da ligação pode ainda não se encontrar totalmente extinto.

O circuito de força para o acionamento de um motor com a utilização da


chave de partida estrela-triângulo você confere a seguir.

L1
L2
L3
Q1

K1 K2 K3

F4

Chave série-paralelo
Se o motor elétrico admitir ligações em quatro níveis de tensão, é pos-
sível usar as chaves de partida série-paralelo. Geralmente, são aplica-
das em motores de alta potência que demandam uma alta corrente no
momento da partida.

Para que isso ocorra, é preciso que o motor receba energia em duas ten-
sões: a menor deve ter o mesmo valor da rede (tensão de serviço) e a
outra deve ser o dobro dela.

Na partida série-paralelo, o pico de corrente é reduzido a 1/4 daquele


com partida direta. Deve-se ter noção de que, com esse tipo de ligação,

• Comandos Elétricos
54
o conjugado de partida do motor também fica reduzido a ¼. Assim, a
máquina deve partir praticamente em vazio.

Veja a seguir os esquemas de ligação das bobinas para a chave de par-


tida série-paralelo. Atente para o fato de que as bobinas são ligadas em
série e que na figura b são ligadas duas bobinas em paralelo por fase.

L1 L2 L3
1 2 3 7 8 9
1 2 3 7 8 9

4 5 6 10 11 12
4 5 6 10 11 12

(a) (b)

Chave compensadora
A chave compensadora possibilita a partida em motores carregados,
pois tem a função de reduzir a corrente de partida e impedir que haja
sobrecarga na rede de alimentação, e permitindo que o motor seja con-
jugado o suficiente para a partida e a aceleração.

A redução da corrente na chave compensadora é promovida por um


autotransformador, que normalmente é dotado de “taps” de 65 a 80%
da tensão nominal. Esse percentual de tensão fornecerá alimentação
para o motor durante a partida, somente quando chegar à velocidade
nominal, pois será alimentado pela tensão total (nominal da rede).

3~60Hz 380V
R
S
T
N
e1

135 13 5

C12 4 C2
6 24 6
C3 e4
2 1
4 3
6 5

m2
UVW
M
m1 3~

• Comandos Elétricos
55
Neste capítulo o funcionamento dos motores e das chaves de partida
foram objetos de estudos. Nas próximas páginas você entenderá os
mecanismos de acionamento dos motores elétricos.

• Comandos Elétricos
56
Instalações de sistemas de partida de moto-
res elétricos

Neste material serão abordados os comandos elétricos de instalações


dos sistemas de partida. O objetivo é que você aprenda como é feito o
acionamento desde os motores mais simples até os mais elaborados. As
instalações podem ser efetuadas de modo direto e indireto. O primeiro
item estudado será a partida direta.

Partida direta de motor


A partida direta de um motor é aquela promovida com tensão de abas-
tecimento. A maioria das concessionárias de energia possibilita a partida
direta para motores de 5 HP (ou 3,72).

Veja os circuitos de força e comando que utilizam partida direta.

3~60Hz 380V 2~60Hz220V


R
S R
T e21 11
N
e1 14
12
1 35
1
C1 b0 2
246

b1
12 13
14
C1
11 14
UV W
M
m1 3~ C1 a
S b
e22

Sequência operacional
A operação de partida direta em um motor trifásico é realizada na
seguinte sequência:

Achou importante?
Faça aqui suas anotações.
• Comandos Elétricos
57
Start
Os bornes R, S e T, ao serem expostos a tensão e com o acionamento do
botão b1, provocam a energização da a bobina do contator C1. Essa ação
leva ao fechamento do contato de retenção C1, que manterá a bobina
energizada. Portanto, os contatos principais vão se fechar e o motor fun-
cionará.

Stop
Se o botão b0 for acionado, o funcionamento do contator será cortado.
No momento em que for aberto, a alimentação da bobina será elimi-
nada, o contato de retenção C1 se abrirá e os contatos principais tam-
bém. Assim, será realizada a partida do motor.

A partida direta do motor pode ser aplicada para motores trifásicos e


monofásicos. Conheça os dois tipos a seguir:

Trifásico
As normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) estabe-
lecem critérios técnicos e legais para as instalações de baixa tensão. O
fornecedor de energia de cada região é o responsável por expedir a per-
missão da partida direta de motores de potência determinada.

Se for demandado um elemento de partida com baixa tensão de cor-


rente, o sistema será determinado pela carga, de acordo com suas possi-
bilidades ou características.

Os motores podem partir vazios ou em plena rotação, e sua carga pode


ser acrescentada aos poucos até atingir o limite adequado.

Por exemplo: uma serra circular, torno ou compressor, que devem partir
com as válvulas abertas, podem usar o método estrela-triângulo.

No caso de as redes necessitarem de partida com baixa tensão ou cor-


rente, o sistema será determinado pela carga, conforme as possibilida-
des ou o tipo de carga. Para a partida, é preciso carga ou conjugado com
resistência de mais ou menos 50%. Entre os exemplos podem ser citados
calandras, bombas e britadores. Nesse caso, a chave compensadora, usa
de 65% a 80% de transformador.

Em situações que apresentam necessidade de o motor partir com rota-


ção controlada e, ao mesmo tempo, torque elevado são aplicados rotores
bobinados. Como exemplo podem ser citadas pontes rolantes, betonei-
ras e máquinas de “off-set”.

• Comandos Elétricos
58
Reversão de rotação de motor trifásico com con-
tatores
A reversão do sentido de rotação de um motor trifásico é feita pela inver-
são de duas de suas fases de alimentação. Esse trabalho é realizado por
dois contatores, comandados por dois botões conjugados, cujo aciona-
mento permite rotações no sentido horário e anti-horário.

Sequência operacional
A sequência para ligar o motor ou inverter seu sentido de rotação é a
seguinte:

Ligação do motor em um sentido: quando os bornes R, S e T estão


sob tensão e o botão conjugado b1 pulsa, a bobina do contator C1 é ali-
mentada e fecha o contato de retenção C1, que a conserva energizada.
Por isso, a bobina do contator C1 permitirá o fechamento dos contatos
principais e o acionamento do motor em um sentido.

Inversão do sentido de rotação de motor: se o botão conjugado b2


for pulsado, a bobina do contator C2 receberá alimentação, o que leva
ao fechamento do contato de retenção C2, que a conserva energizada.
Se a bobina do contator C2 se mantém energizada, haverá o fechamento
dos contatos principais e o acionamento do motor no sentido inverso.

Fique atento!

Para impedir que a corrente atinja valores de correntes de pico muito


altos, aguarde, sempre que possível, a parada do motor para realizar a
reversão da rotação. Em tornos mecânicos e também em outras máqui-
nas, em alguns casos, é preciso realizar a frenagem por contracorrente,
para inverter rapidamente a rotação.

Segurança do sistema
Para garantir a segurança contra a energização podem ser realizados
dois procedimentos:

Por meio dos botões conjugados: ao pulsar os botões conjugados b1


ou b2, são acionados ao mesmo tempo os contatos abridor e fechador.
Assim, o contato abridor vai atuar antes do fechador, ou seja haverá
intertravamento mecânico.

Por meio de contatos auxiliares: os contatos abridores C1 e C2 impe-


dem a energização de uma bobina, no momento em que outra é energi-
zada. Este processo é conhecido como intertravamento elétrico.

• Comandos Elétricos
59
Reversão de rotação de motor trifásico com conta-
tores e chaves fim de curso
Os contatores comandados por chaves fim de curso são aplicados em
situações que demandam o controle dos movimentos de avanço ou de
retrocesso automático de um dispositivo motorizado de uma máquina.

As chaves de fim de curso são acionadas mecanicamente pelas réguas


com ressaltos (cames) localizadas na parte móvel do dispositivo da
máquina. Veja a ilustração.

Diagrama do circuito Diagrama circuito de comando


2~50Hz220V
principal
3~60Hz 220V R
R e21 11
S e4
T 14
N 12
e1
1
b0 2
1 35 1 35 1 1
C1 C2 b2 b1
2 2
246 246 3 3
b1 b2
4 4
13 13
C1 14 C2 14
12 1 1
1 35 14 b3
246 2 b4 2
11
UV W 31 31
C2 32 C1 32
M C1 a C2 a
m1 3~ b b
S
e22

Sequência operacional
Observe a sequência de operação nesse tipo de partida com motor
trifásico
• Ligação do motor para movimentar dispositivo em um sentido:
se os bornes R, S e T estiverem sob tensão b1, sendo pulsados, a bobina
do contator C1 será alimentada, causando o fechamento do contato de
retenção C1, que a conserva energizada e, também, o fechamento dos
contatos principais.

A ativação do motor em um sentido impulsiona, assim, um dispositivo


até atingir o limite de fim de curso, no momento em que abrirá seu con-
tato b3, desligando a bobina C1.

Se a bobina C1 for desenergizada, os contatos principais se abrem, impe-


dindo a alimentação do motor.

• Comandos Elétricos
60
• Inversão do sentido de movimento do dispositivo: Ao pulsar
o botão conjugado b2, a bobina do contator C2 passa a receber ali-
mentação, fechando o contato de retenção C2, que a faz permanecer
energizada. Assim, haverá o fechamento dos contatos principais e o
acionamento do motor e do dispositivo da máquina, até que esta che-
gue ao limite de fim de curso.

No momento em que chave fim de curso é atingida, seu contato b4 se


abre, desligando a bobina de C2. Desse modo, os contatos principais se
abrem, e alimentação do motor é cortada.

Determinados procedimentos, como o acionamento parcial de um dis-


positivo e, também, os cuidados pessoais que precisam ser considera-
dos no momento de pulsar qualquer botão, revelam o conhecimento, a
segurança dos equipamentos utilizados e a qualidade do profissional.

Portanto, a seguir estão descritos, resumidamente, mais três pontos cha-


ves de manuseio para serem exercitados.

Acionamento parcial do dispositivo


Quando o motor está funcionando, é pulsado o botão b0 e parado o
movimento do dispositivo em qualquer ponto de percurso. A retomada
do movimento no mesmo sentido ou no inverso é possível ao pulsar os
botões b1 ou b2.

Segurança do sistema pelos botões conjugados


Se os botões conjugados b1 ou b2 forem pulsados, serão acionados os
contatos, e ao mesmo tempo, o abridor e o fechador. O contato abridor
atua antes do fechador, o que proporciona o intertravamento mecânico.

Segurança do sistema pelos contatos auxiliares


Os contatos abridores C1 e C2 impedem a energização de uma bobina,
quando a outra está energizada, ou seja, ocorre o intertravamento
elétrico.

Partida consecutiva de motores com relés tempo-


rizados
Este sistema permite o comando automático da partida de dois ou mais
motores, de acordo com uma sequência pré-estabelecida. O tempo
entre as partidas é apontado pela regulagem de relés temporizados.

• Comandos Elétricos
61
Veja os diagramas.

Diagrama Circuito Principal


3~60Hz 380V
R
S
T
N

e1 e2 e3 e4

135 135 135 135 135 135 135 135


C1 C2 C1 C2 C1 C2 C1 C2
24 6 24 6 24 6 24 6 24 6 24 6 24 6 24 6

12 14 12 14 12 14 12 14
e5 e6 e7 e8
11 11 11 11
UV W UV W UV W UV W
M M M M
3~ 3~ 3~ 3~
m1 m2 m3 m4

Diagrama circuito de comando


2~60Hz220V
R
e21

1
b0
2
3 21 21 21
b1 d1 d2 d3
4 23 23 23
13 23 13 13
C1 C1 C2 C3
14 24 14 14
11 11 11 11
e5 14 e6 14 e7 14 e8 14
12 12 12 12

a a a a
d1 c1 d2 c2 d3 c3 c4
b b b b
S
e22

Sequência operacional
A sequencia para fazer partir esse tipo de motor é a seguinte: b1 é pul-
sado, o contator C1 e o relé d1 são energizados e o motor m1 parte. Após
o tempo ajustado para d1, este energiza C2 e d2 e o motor m2 parte.
Passado o tempo determinado para d2, ele energiza C3 e d3 e o motor
m3 parte. Após o tempo ajustado para d3, este energiza C4 e dá partida
a m4, último motor de sequência.

• Comandos Elétricos
62
Em caso de haver mais motores, o processo prosseguiria de forma
idêntica.

Partida automática e frenagem eletromagnética


de motor trifásico nos dois sentidos de rotação
Neste sistema é realizada a partida automática, a troca de sentido de
rotação e a frenagem eletromagnética por corrente retificada. Veja os
diagramas.

Diagrama Circuito Principal


3~60Hz 380V
R
S
T
N
e1
e2
135 135 135
C1 C2 C3
24 6 24 6 2 46
m1
40V
12 14
~ ~
e4 S1
11
UV W e3
13 5
C4
2
4 6

M
m1 3~

2~60Hz220V Diagrama circuito de comando


R
e21
11
e5
12
1 3
b0 Liga Freio
2 4
31
32
31
32

3 13 13 3
b1 c1 b2
4 14 14 4

31 31
c1 c2
32 32

c1
a c2
a c3
a c4 a V3
V1 V2
b b b b
S
e22

• Comandos Elétricos
63
Sequência operacional
Neste caso, a partida, a mudança do sentido de rotação ou a frenagem
do motor demandam os procedimentos determinados. Veja:

Partida e rotação no sentido horário: b1 é pulsado e energiza C1.


Haverá o acionamento do motor que vai girar no sentido horário. É
essencial que o motor esteja parado no momento da partida no sentido
desejado.

Partida no sentido anti-horário: b2 é pulsando e energiza C2. Assim, o


motor será ligado no sentido anti-horário.

Frenagem: independente do sentido em que o motor estiver girando,


pulsando b0 desenergiza-se C1 ou C2, energiza-se C3 e C4 e o motor é
freado. Isso porque C1 e C2 se intertravam e C3 e C4 travam C1 e C2.

Comando automático para duas velocidades com


reversão (DAHLANDER)
É um sistema de comando elétrico usado em motores com enrolamento
único tipo Dahlander. Suas pontas de saída possibilitam a ligação em
comum dos polos, ou yy com n/2 polos, possibilitando que sejam atin-
gidas duas velocidades diferentes, além do sentido de rotação duplo
para V1 e V2.

Atente para a representação gráfica a seguir que integra os circuitos de


força e de comando. Procure observar também as representações dos
componentes do circuito, como os contatores, que são representados
por K e as botoeiras, por S.

Diagrama Circuito Principal


3~60Hz 220V
R
S
T
SA fv
SB fv

F 1,2,3 F1

135 95
F4 96
135
24 6 S0 1
K2 2
2 4 6 13 13
135 135 S1 3 S2 3 K2
4
K1 4
14 14
K3 K1 1
24 6 2 4 6 S2
2
S1 1
2
11
K2 12
K1 11
12
W M Z A1 A1 A1
V 3~ Y K1 K2 K3
U 4/2p X A2 A2 A2
N

• Comandos Elétricos
64
Depois de compreender a partida direta de motores trifásicos, chegou a
vez de entender como ocorre nos monofásicos.

Partida direta de motores monofásicos


Neste tipo de partida, o motor tem alimentação da rede de energia
conectada de modo direto aos terminais do motor. Estude como este
tipo de partida pode ocorrer:

Neste caso, o motor começa a funcionar após a botoeira S1 ser acionada.


Para desligar o motor, basta acionar (S0).

A associação dos circuitos de força e comando é feita por meio dos


esquemas ilustrados nas figuras (a), (b), (c) e (d). Para entender o funcio-
namento, veja os exemplos dos circuitos das figuras (a) e (d).

Diagrama Circuito Principal


3~60Hz 220V
R
S
T
SA fv SA fv SA fv SB fv

F 1,2,3 F 1,2,3 F 1,2,3 F1

95
N N N F4 96
135 135 135

K1 K1 K1 S0 1
24 6 24 6 24 6 2
135 135 135 13
S1 3
4
K1
14
24 6 24 6 46
UVW UVW UVW A1
K1
14 41 5 A2
M M M N
1~ 1~ 1~
2 3 23

O contator K1 faz parte dos circuitos de força e de comando. No primeiro,


o contator energizar ou desenergiza o motor. Para que o processo de
energização seja realizado, é preciso que a bobina do contator se con-
serve energizada, pois produz uma força eletromecânica que é tradu-
zida no fechamento (conexão elétrica) dos contatos móvel e fixo.

O fato de os contatos serem fechados permite a passagem da corrente


pelo motor.

A ativação do contator é promovida pelo circuito de comando, no qual


K1, na figura (d), é a bobina do contator. Com o acionamento, os contatos
abertos de K1 - figura (a) - inclusive o contato auxiliar K1(13; 14), vão se
fechar. No momento em que o contato K1(13; 14) se fecha, a corrente da
bobina percorre dois caminhos, por S1 e por K1(13; 14). Assim, se botoeira
S1 for solta e tornar a ser aberta, a bobina do contator K1 não será dese-
nergizada, pois a corrente circulará por K1(13; 14).
• Comandos Elétricos
65
Partida direta de motores monofásicos com reversão
Veja como é realizada a partida direta neste tipo de motor.

R
S
F 1,2

1 3 5 13
K1
2 4 6 14

F7

2
1 3 4 5 6

R
S
F 1,2

1 3 5 13
K1
2 4 6 14

F7

2
1 3 4 5 6

• Comandos Elétricos
66
F21

b0

b1

13 13
K1 K2
14 14

F22 K1 K2

Segurança nas Botoeiras

b0

b2
b1

2 13 21 13
K2 K1 K1 K2
22 14 22 14
K1 K2
S
Segurança nas Botoeiras
e Contadores

A seguir, você vai aprender como é feita a partida indireta do motor.

Partida indireta de motor


Em situações que o valor de 5 HP é ultrapassado são aplicados elemen-
tos para reduzir tensão nos terminais dos motores. Assim, é possível limi-
tar a corrente de partida.

Confira a seguir, três tipos de circuitos que apresentam esta situação.

• Comandos Elétricos
67
Partida chave estrela-triângulo
Este tipo de chave, que pode ser manual ou automática, é usado em
motores de indução, trifásicos e com rotor em gaiola, que apresentem
seis terminais. Neste caso, a partida de um motor trifásico é realizada
de modo automático em Y, com comutação para ∆, feita a partir de três
contatores comandados por botões. Esse sistema de ligação é utilizado
para diminuir a tensão de fase do motor durante a partida.

Observe as ilustrações nos diagramas.

Diagrama Circuito Principal


3~60Hz 220V
R
S
T
N
e1

135 135 135


C1 C3 C2
24 6 2 4 6 2 4 6

12 14
e4
11

W M Z
V Y
U 3~ X
m1

2~60Hz220V
R Diagrama circuito
e21 11 de comando
e4 14
12

1
b0
2
3
b1
4
31 13 23
C1 32 14 24
13 23 31
C2 14 24 32
31
C3 32
21
d1
22
d1 C2 a a C3 a
b C1 b b
S
e22

• Comandos Elétricos
68
Sequência operacional
C1, C2 e C3 estão desligados e os bornes R, S e T, sob tensão. Com a pul-
sagem do botão b1, a bobina do contator C2 e o relé temporizador d1
serão alimentados. Isto provocará o fechamento do contato de retenção
de C2 que conserva energizadas as bobinas dos contatores C1 e C2, res-
pectivamente, e o relé temporizador d1.

Mantendo-se energizadas, as bobinas dos contatores C2 e C1, ocorrerá


o fechamento dos contatos principais e, consequentemente, haverá o
acionamento do motor em estrela.

Após passar o tempo estabelecido para o relé temporizador d1, este passa
a operar e desliga o contato abridor d1, que desenergizará a bobina do
contator C2, provocando a abertura de seus contatos principais. Com a
desenergização da bobina C2, o contato abridor C2 (31 - 32) volta energi-
zando a bobina C3, que acionará o motor em triângulo.

Parada do motor
A parada do motor em estrela ocorre da seguinte maneira: o motor que
está operando em triângulo e pulsando o botão b0, cessa a energização
da bobina C1, que abrirá os contatos C1 ( 13-14) e C1 (23 –24), interrom-
pendo a corrente da bobina C3. Assim, o motor ficará energizado.

Segurança do sistema
Com a operação do motor em marcha na ligação triângulo, o contato C3
(31-32) fica aberto no diagrama circuito de comando e impede a energi-
zação acidental da bobina C2.

Partida automática do motor trifásico com


autotransformador
A partida automática com autotransformador possibilita que o motor
inicie seu funcionamento com tensão reduzida e depois de um tempo
pré-estabelecido, passe automaticamente à plena tensão.

As vantagens desse tipo de partida em relação à manual são as seguin-


tes:
• Não exige esforço físico do operador.
• Permite comando a distância.

• Comandos Elétricos
69
• A comutação da tensão reduzida para tensão realiza-se no tempo
previsto e ajustado, independente da ação do operador.

3~60Hz 380V
R Diagrama circuito de comando
S
T 2~60Hz220V
N
e1 e21 11
e2 14
12
135 13 5

C12 4 C2 1
6 24 6 b0
2
C3 e4
2 1 3 13 13 13
4 3 b1 C1 C2 C3
6 5 4 14 14 14
15 23 41
d1 C2 24 C2 42
16 18
m2 51 31 31 23 23
UVW C
52
C2
32 C1 32
C1 24C3 24
M a a a a
m1 3~ d1 C1 C2 C3
b b b b
S
e22

Sequência operacional
Os contatores C1, C2, C3 e o relé de tempo ficam desligados, enquanto
os bornes R, S, T estão sob tensão. Pulsando o botão b1, a bobina do
contator C1 fica energizada, e o relé temporizador d1 também. Assim, os
contatos C1 (13 - 14) e C1 (23 - 24) se fecham, conservando energizada a
bobina de C3 e colocando o motor em funcionamento.

Com a alimentação da bobina C3, os contatos C3 (13 - 14) e C3 (23 - 24) se


fecham, tornando a bobina C3 independente do contato C1 (13 - 14).

Como as bobinas de C1 e C3 estão energizadas, os contatos principais


estão fechados, e o motor passa a ser alimentado com a tensão reduzida,
iniciando a partida.

Comutação
Após ter passado o tempo determinado, o relé temporizador d1 comuta,
desenergizando a bobina de C1 e energizando a bobina de C2. A bobina
de C2 se mantém energizada e os contatos de C2(13-14) se fecham e os
de C2(41-42) se abrem, o que causa desenergização da bobina de C3.
Os contatos principais de C3 se abrem e os de C2 se fecham. Assim, o
motor é alimentado com tensão plena, também conhecida como tensão
nominal.

• Comandos Elétricos
70
Partida de motor trifásico de rotor bobinado com
comutação automática de resistores
Neste tipo de partida, o circuito de comando elimina os estágios de
resistores automaticamente. Os relés temporizados é que determinam o
tempo necessário entre a partida e as sucessivas retiradas dos resistores
do circuito do rotor bobinado, até criar curto-circuito. Veja os diagramas.

3~60Hz 380V
R
S
T
N
e1

135

C12 4 6 12
14
e4
11
UVW
M
m1 3~
UVW

r3 C13

r2 C12
r1
C11

Diagrama circuito de comando


2~60Hz220V
R
e21 11
e4 14
12

1
b0
2
3 13 c13
b1 c1
4 14 41 42
31 15 13 13 23 23 23
c11 32 c13 13 d1 c2 c12 d3 c11 c12
31 14 18 14 14 24 24 24
c12
32
31 31 41 d2
c13 32 15 41 31
d3 C2 c11 42 d3
32 42 18 32
a a a a a a a
c1 c13 c11 c12 d1 d2 d3
b b b b b b b
S
e22

• Comandos Elétricos
71
Sequência operacional
Veja como ocorre a sequência de operações neste caso:

1° estágio de partida
Na fase inicial, os contatores C1, C11, C12, C13, os relés temporizados d1 e
d2, e o relé auxiliar d3 estão desenergizados. Se o botão b1 for pulsado,
as bobinas C1 e d1 são energizadas simultaneamente e se mantêm liga-
das pelo contato de retenção comum C1(13 - 14). Se bobina C1 estiver
energizada, seus contatos principais se fecham, e o motor começa a fun-
cionar com todos os resistores intercalados no circuito induzido (r1, r2 e
r3).

2° estágio de partida
Depois de passado o tempo pré-determinado, o relé d1 opera, fechando
o seu contato d1 (15 - 18), energizando C11, que permanece por meio
de seu contato de retenção C11 (13 - 14). Ao mesmo tempo, o contato
fechador de C11(23 - 24) energiza o relé d2 e desenergiza a bobina de d1
através de C11(41 - 42). Se a bobina de C11 estiver energizada, seus con-
tatos principais se fecham, retirando do circuito o resistor r1.

3° estágio de partida
Após o tempo ajustado para d2, ocorre a sua operação, e o contato d2
(15 - 18) energiza C12, que conserva este estado por meio de seu contato
de retenção C12 (13 - 14). Nesse momento, C11 é desenergizado e retorna
seus contatos à posição de repouso. O contato C12 (23 - 24) se fecha, ali-
mentando d3, que fechará d3 (23 -24), energizando novamente d1. Ener-
gizada a bobina de C12, seus contatos principais se fecham, retirando de
circuito o resistor r2.

4° estágio de partida:
Depois do tempo ajustado para d1, ocorre a sua operação, e seu contato
d1 (15 - 18) se fecha, alimentando C13, que permanece energizado por
seu contato de retenção, e abre o contato de C13 (41 - 42), que volta os
demais à condição inicial. Energizando C13, seus contatos principais se
fecham, o resistor r3 é eliminado, e o rotor curto-circuitado.

Ao fim desta unidade, você encerra também a disciplina de comandos


elétricos. Aproveite o conhecimento obtido até agora e aplique as ins-
truções durante seu trabalho. Isso garantirá operações mais seguras e
tarefas melhor executadas.

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Referências Bibliográficas

Apostila Instalações Elétricas Industriais. UFCC. Campina Grande,2003.

Apostila Automação Básica. SENAI. Vitória, 1999.

Apostila. Desenho Elétrico. SENAI. Vitória,1999.

Apostila. Acionamentos Elétricos.CEFET. Rio de Janeiro, 2005.

Apostila. Comandos Elétricos. CEFET. Rio de Janeiro, 2001.

Apostila. Comandos Elétricos, CEFET. Bahia,2004.

CREDER, Hélio. Instalações Elétricas,12 ed., Rio de Janeiro, Científicos


Editora,1991.

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