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Lei Nº 3-2014 de 28 de Janeiro PDF
Lei Nº 3-2014 de 28 de Janeiro PDF
º 19 — 28 de janeiro de 2014
com comprimento inferior a 15 m, aplica-se o regime atenuar o trabalho monótono e o trabalho repetitivo e
estabelecido para o trabalhador independente. reduzir os riscos psicossociais;
3— ..................................... h) Adaptação ao estado de evolução da técnica, bem
como a novas formas de organização do trabalho;
Artigo 4.º i) Substituição do que é perigoso pelo que é isento
de perigo ou menos perigoso;
[...]
j) Priorização das medidas de proteção coletiva em
Para efeitos da presente lei, entende-se por: relação às medidas de proteção individual;
l) Elaboração e divulgação de instruções compre-
a) ‘Trabalhador’ a pessoa singular que, mediante ensíveis e adequadas à atividade desenvolvida pelo
retribuição, se obriga a prestar serviço a um empregador trabalhador.
e, bem assim, o tirocinante, o estagiário, o aprendiz e os
que estejam na dependência económica do empregador 3— .....................................
em razão dos meios de trabalho e do resultado da sua 4— .....................................
atividade, embora não titulares de uma relação jurídica 5— .....................................
de emprego; 6— .....................................
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7— .....................................
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8— .....................................
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9— .....................................
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 — O empregador suporta a totalidade dos encar-
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . gos com a organização e o funcionamento do serviço
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . de segurança e de saúde no trabalho e demais sistemas
j) ‘Auditoria’ a atividade ou o conjunto de atividades de prevenção, incluindo exames de vigilância da saúde,
desenvolvidas pelos organismos competentes para a avaliações de exposições, testes e todas as ações ne-
promoção da segurança e saúde no trabalho dos minis- cessárias no âmbito da promoção da segurança e saúde
térios responsáveis pelas áreas laboral e da saúde, com no trabalho, sem impor aos trabalhadores quaisquer
o objetivo de verificar o cumprimento dos pressupostos encargos financeiros.
que deram origem à autorização para a prestação dos 13 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
serviços de segurança e saúde no trabalho, bem como 14 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
a qualidade do serviço prestado. 15 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 15.º Artigo 18.º
[...] [...]
1— ..................................... 1 — O empregador, com vista à obtenção de parecer,
2— ..................................... deve consultar por escrito e, pelo menos, uma vez por
a) Evitar os riscos; ano, previamente ou em tempo útil, os representantes
b) Planificar a prevenção como um sistema coerente dos trabalhadores para a segurança e saúde ou, na sua
que integre a evolução técnica, a organização do tra- falta, os próprios trabalhadores sobre:
balho, as condições de trabalho, as relações sociais e a a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
influência dos fatores ambientais; b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) Identificação dos riscos previsíveis em todas as c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
atividades da empresa, estabelecimento ou serviço, na d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
conceção ou construção de instalações, de locais e pro- e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
cessos de trabalho, assim como na seleção de equipa- f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
mentos, substâncias e produtos, com vista à eliminação g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
dos mesmos ou, quando esta seja inviável, à redução h) A modalidade de serviços a adotar, bem como o
dos seus efeitos; recurso a serviços externos à empresa e a técnicos qua-
d) Integração da avaliação dos riscos para a segurança lificados para assegurar a realização de todas ou parte
e a saúde do trabalhador no conjunto das atividades da das atividades de segurança e de saúde no trabalho, nos
empresa, estabelecimento ou serviço, devendo adotar termos do n.º 2 do artigo 74.º;
as medidas adequadas de proteção; i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e) Combate aos riscos na origem, por forma a eli- j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
minar ou reduzir a exposição e aumentar os níveis de l) A lista anual dos acidentes de trabalho mortais e dos
proteção; que ocasionem incapacidade para o trabalho superior
f) Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposi- a três dias úteis, elaborada até ao termo do prazo para
ções aos agentes químicos, físicos e biológicos e aos entrega do relatório único relativo à informação sobre
fatores de risco psicossociais não constituem risco para a atividade social da empresa;
a segurança e saúde do trabalhador; m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
g) Adaptação do trabalho ao homem, especialmente
no que se refere à conceção dos postos de trabalho, à 2— .....................................
escolha de equipamentos de trabalho e aos métodos 3— .....................................
de trabalho e produção, com vista a, nomeadamente, 4— .....................................
556 Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 28 de janeiro de 2014
5 — As consultas, respetivas respostas e propostas vi) ‘R 61 — risco durante a gravidez com efeitos
previstas nos n.os 1 e 4 devem constar de registo em adversos na descendência’;
livro próprio organizado pela empresa, nomeadamente vii) ‘R 62 — possíveis riscos de comprometer a fer-
em suporte informático. tilidade’;
6— ..................................... viii) ‘R 63 — possíveis riscos durante a gravidez de
7— ..................................... efeitos adversos na descendência’;
8— ..................................... ix) ‘R 64 — efeitos tóxicos na reprodução’;
9— .....................................
c) A partir de 1 de junho de 2015, as misturas perigo-
Artigo 19.º sas que, nos termos do Regulamento (CE) n.º 1272/2008,
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezem-
[...] bro, relativo à classificação, rotulagem e embalagem
1— ..................................... de substâncias e misturas, sejam classificadas numa ou
mais das seguintes classes de perigo:
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . i) Carcinogenicidade, categorias 1A, 1B ou 2;
c) As medidas de emergência e primeiros socorros, de ii) Toxicidade reprodutiva, categorias 1A, 1B, 2 ou
evacuação de trabalhadores e de combate a incêndios, com efeitos sobre a lactação ou através dela;
bem como os trabalhadores ou serviços encarregues de
as pôr em prática. d) Mutagenicidade em células germinativas, cate-
gorias 1A ou 1B;
2— ..................................... e) [Anterior alínea b).]
3 — O empregador deve informar os trabalhadores f) [Anterior alínea c).]
com funções específicas no domínio da segurança e
da saúde no trabalho sobre as matérias referidas nas 2— .....................................
alíneas a), b), i) e l) do n.º 1 e no n.º 2 do artigo anterior.
4— ..................................... Artigo 43.º
5— ..................................... [...]
6— .....................................
7— ..................................... 1— .....................................
8— ..................................... a) As substâncias e misturas perigosas, os equipa-
9— ..................................... mentos de trabalho e os materiais ou matérias-primas
presentes nos locais de trabalho que possam representar
Artigo 41.º perigo de agressão ao património genético;
[...]
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1— .....................................
2— .....................................
a) As substâncias perigosas que, nos termos do Regu-
3— .....................................
lamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e
4— .....................................
do Conselho, de 16 de dezembro, relativo à classificação,
rotulagem e embalagem de substâncias e misturas, alte-
Artigo 46.º
rado pelo Regulamento (CE) n.º 790/2009, da Comissão,
de 10 de agosto, e pelo Regulamento (UE) n.º 286/2011, [...]
da Comissão, de 10 de março, sejam classificadas numa 1— .....................................
ou mais das seguintes classes de perigo: 2— .....................................
i) Carcinogenicidade, categorias 1A, 1B ou 2; 3— .....................................
ii) Toxicidade reprodutiva, categorias 1A, 1B, 2 ou 4 — Se a empresa cessar a atividade, os registos e
com efeitos sobre a lactação ou através dela; arquivos devem ser transferidos para o organismo com-
iii) Mutagenicidade em células germinativas, cate- petente do membro do Governo responsável pela área
gorias 1A ou 1B; laboral, com exceção das fichas clínicas, que devem ser
enviadas para o organismo competente do ministério
b) Até 31 de maio de 2015, as misturas perigosas responsável pela área da saúde, os quais asseguram a
que, nos termos do Decreto-Lei n.º 82/2003, de 23 de sua confidencialidade.
abril, alterado pelos Decretos-Leis n.os 63/2008, de 2 de 5— .....................................
abril, e 155/2013, de 5 de novembro, sejam classificadas 6— .....................................
como nocivas (Xn) e qualificadas por uma ou mais das
seguintes advertências de risco: Artigo 47.º
[...]
i) ‘R 40 — possibilidade de efeitos cancerígenos’;
ii) ‘R 45 — pode causar cancro’; 1 — (Revogado.)
iii) ‘R 46 — pode causar alterações genéticas here- 2 — Os organismos competentes dos ministérios
ditárias’; responsáveis pelas áreas laboral e da saúde, ouvidos
iv) ‘R 49 — pode causar cancro por inalação’; os parceiros sociais representados na CPCS, podem
v) ‘R 60 — pode comprometer a fertilidade’; elaborar guias técnicos contendo orientações práticas
Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 28 de janeiro de 2014 557
sobre a prevenção e proteção dos agentes e fatores sus- nos termos do Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do
cetíveis de implicar riscos para o património genético Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezem-
do trabalhador ou dos seus descendentes. bro, relativo à classificação, rotulagem e embalagem de
substâncias e misturas;
Artigo 49.º b) Até 31 de maio de 2015, misturas perigosas qua-
[…]
lificadas com uma ou mais das advertências de risco
seguintes:
1— .....................................
2— ..................................... i) ‘R 40 — possibilidade de efeitos cancerígenos’;
ii) ‘R 45 — pode causar cancro’;
3— .....................................
iii) ‘R 49 — pode causar cancro por inalação’;
4— .....................................
iv) ‘R 63 — possíveis riscos durante a gravidez de
5 — O organismo referido no n.º 3 dá conhecimento
efeitos indesejáveis na descendência’, nos termos do
da informação recebida ao organismo competente do
Decreto-Lei n.º 82/2003, de 23 de abril, alterado pelos
ministério responsável pela área da saúde e ao serviço
Decretos-Leis n.os 63/2008, de 2 de abril, e 155/2013,
com competências para o reconhecimento das doenças
de 5 de novembro;
profissionais na área da segurança social e confirma a re-
ceção da comunicação com as informações necessárias,
c) A partir de 1 de junho de 2015, misturas perigosas
indicando, sendo caso disso, as medidas complemen-
classificadas numa ou mais das seguintes classes de
tares de proteção dos trabalhadores que o empregador
perigo:
deve aplicar.
6— ..................................... i) Carcinogenicidade, categorias 1A, 1B ou 2;
ii) Toxicidade reprodutiva, categoria 2,
Artigo 53.º
[…]
nos termos do Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezem-
......................................... bro, relativo à classificação, rotulagem e embalagem de
a) As substâncias perigosas classificadas numa ou substâncias e misturas;
d) [Anterior alínea b).]
mais das seguintes classes de perigo:
e) [Anterior alínea c).]
i) Mutagenicidade em células germinativas, catego- f) [Anterior alínea d).]
rias 1A ou 1B; g) [Anterior alínea e).]
ii) Toxicidade reprodutiva, categorias 1A, 1B ou com h) [Anterior alínea f).]
efeitos sobre a lactação ou através dela, i) Substâncias ou misturas que se libertem nos pro-
cessos industriais referidos no artigo seguinte.
nos termos do Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezem- Artigo 64.º
bro, relativo à classificação, rotulagem e embalagem de Agentes químicos, substâncias e misturas
substâncias e misturas;
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1— .....................................
2 — São proibidas ao menor as atividades em que
Artigo 54.º haja risco de exposição a substâncias classificadas em
conformidade com o Regulamento (CE) n.º 1272/2008,
[...]
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezem-
......................................... bro, relativo à classificação, rotulagem e embalagem
de substâncias e misturas numa ou mais das seguintes
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
classes de perigo:
b) Substâncias classificadas como tóxicas para a re-
produção com efeitos sobre a lactação ou através dela, a) Toxicidade aguda, categorias 1, 2 ou 3;
b) Corrosão cutânea, categorias 1A, 1B ou 1C;
nos termos do Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do c) Gás inflamável, categorias 1 ou 2;
Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezem- d) Líquido inflamável, categoria 1;
bro, relativo à classificação, rotulagem e embalagem de e) Substância autorreativa, tipo CD;
substâncias e misturas; f) Explosivo, categoria ‘explosivo instável’, ou divi-
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . sões 1.1, 1.2, 1.3 ou 1.5;
g) Toxicidade para órgãos-alvo específicos (exposi-
Artigo 59.º ção única), categoria 1;
h) Toxicidade para órgãos-alvo específicos (exposi-
[...]
ção repetida), categorias 1 ou 2;
......................................... i) Sensibilização respiratória, categoria 1;
j) Sensibilização cutânea categoria 1;
a) Substâncias perigosas classificadas numa ou mais
l) Carcinogenicidade, categorias 1A, 1B ou 2;
das seguintes classes de perigo:
m) Mutagenicidade em células germinativas, cate-
i) Carcinogenicidade, categorias 1A, 1B ou 2; gorias 1A ou 1B;
ii) Toxicidade reprodutiva, categoria 2, n) Toxicidade reprodutiva, categorias 1A ou 1B.
558 Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 28 de janeiro de 2014
deve adotar a modalidade de serviço interno, sendo de segurança do trabalho e de técnico de segurança do
admitido o recurso a serviço comum ou externo, nos trabalho;
termos, respetivamente, da secção III e da secção IV do b) Entidade formadora especificamente certificada
presente capítulo, que assegure no todo ou em parte o para o efeito, nos termos do regime quadro de certi-
desenvolvimento daquelas atividades e, ainda, a técnicos ficação das entidades formadoras, com as adaptações
qualificados em número suficiente para assegurar o de- constantes de portaria a aprovar pelo membro do Go-
senvolvimento daquelas atividades apenas nos casos em verno responsável pela área laboral, sendo autoridade
que na empresa ou no estabelecimento não houver meios competente o organismo com competência inspetiva do
suficientes para desenvolver as atividades integradas ministério responsável pela área laboral.
no funcionamento do serviço de segurança e de saúde
no trabalho por parte do serviço interno ou estando em 3 — O manual de certificação previsto na lei que
causa o regime definido no artigo 81.º regula o acesso e exercício da atividade de formação
3— ..................................... profissional de técnico superior de segurança do traba-
4— ..................................... lho e de técnico de segurança do trabalho descreve os
5— ..................................... requisitos das formações referidas no número anterior,
6— ..................................... tendo em conta a necessária articulação com o Catálogo
7 — (Revogado.) Nacional de Qualificações e o sistema de certificação
8 — Constitui contraordenação muito grave a viola- de entidades formadoras.
ção do disposto no n.º 5. 4 — Constitui contraordenação grave a violação do
disposto no n.º 2.
Artigo 75.º
Emergência e primeiros socorros, evacuação
Artigo 78.º
de trabalhadores e combate a incêndios [...]
1 — A empresa ou o estabelecimento, qualquer que 1— .....................................
seja a modalidade do serviço de segurança e saúde no 2 — Sem prejuízo da sua autonomia técnica, os técni-
trabalho, deve ter uma estrutura interna que assegure cos que asseguram o serviço referido no número anterior
as atividades de emergência e primeiros socorros, de prestam a sua atividade no âmbito da organização e sob
evacuação de trabalhadores e de combate a incêndios autoridade do empregador.
a que se refere o n.º 9 do artigo 15.º, assim como, e 3 — Salvo nos casos em que obtiver dispensa nos
sempre que aplicável, de resgate de trabalhadores em termos do artigo 80.º, o empregador deve instituir ser-
situação de sinistro. viço interno que abranja:
2— .....................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 76.º b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[...]
1— ..................................... 4— .....................................
5— .....................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 80.º
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . [...]
e) Trabalhador da atividade de pesca em embarcação 1— .....................................
com comprimento inferior a 15 m cujo armador não 2— .....................................
explore mais do que duas embarcações de pesca até 3 — O organismo competente, depois de verificada
esse comprimento; a conformidade dos requisitos suscetíveis de apreciação
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . documental e nos 45 dias posteriores à apresentação do
requerimento, pode, caso o entenda necessário:
2— .....................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 77.º b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[...]
1— ..................................... 4 — A autorização referida no n.º 1 deve ser revo-
2 — Para efeitos do número anterior, entende-se gada sempre que se verifique alguma das seguintes
por formação adequada a que permita a aquisição de circunstâncias:
competências básicas em matéria de segurança, saúde,
a) Tiver ocorrido um acidente de trabalho mortal por
ergonomia, ambiente e organização do trabalho, seja
violação de regras de segurança e de saúde no trabalho
comunicada previamente ao serviço com competência
imputado ao empregador;
para a promoção da segurança e saúde no trabalho do
b) O empregador apresentar taxas de incidência e
ministério responsável pela área laboral e seja minis-
de gravidade de acidentes de trabalho nos dois últimos
trada, em alternativa, por:
anos superiores à média do respetivo setor, sempre que
a) Entidade formadora certificada ou equiparada existam dados disponíveis;
nos termos da lei que regula o acesso e exercício da c) Se verifiquem doenças profissionais contraí-
atividade de formação profissional de técnico superior das ao serviço da empresa ou para as quais tenham
560 Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 28 de janeiro de 2014
contribuído direta e decisivamente as condições de área da saúde, consoante os casos, no prazo máximo de
trabalho da empresa; 10 dias após a sua celebração.
d) O empregador tiver sido condenado, nos dois 3 — A comunicação deve ser acompanhada, para
últimos anos, pela prática de contraordenação muito além do acordo referido no número anterior, de parecer
grave ou em reincidência pela prática de contraorde- fundamentado dos representantes dos trabalhadores para
nação grave em matéria de segurança e de saúde no a segurança e saúde no trabalho ou, na sua falta, dos
trabalho. próprios trabalhadores e é apresentado, nomeadamente
por via eletrónica, através do balcão único eletrónico dos
5— ..................................... serviços, de acordo com o modelo disponibilizado nas
6 — (Revogado.) páginas eletrónicas dos organismos competentes.
7— ..................................... 4— .....................................
5 — Constitui contraordenação muito grave aplicá-
Artigo 81.º vel a cada empresa abrangida pelos serviços comuns a
violação do disposto no n.º 1 e contraordenação grave
[...]
a violação do disposto nos n.os 2 e 3.
1— .....................................
2— ..................................... Artigo 83.º
3 — O exercício das atividades previsto nos n.os 1 [...]
e 2 depende de autorização concedida pelo organismo
competente para a promoção da segurança e saúde no 1— .....................................
trabalho do ministério responsável pela área laboral. 2— .....................................
4 — Para efeitos do número anterior, o requerimento
a) Associativos — prestados por associações com
de autorização deve ser, preferencialmente, efetuado por
personalidade jurídica sem fins lucrativos, cujo fim esta-
via eletrónica, nos termos do artigo 96.º-A.
tutário compreenda a atividade de prestação de serviços
5 — (Revogado.)
de segurança e saúde no trabalho;
6 — A autorização referida no n.º 3 deve ser revo-
b) Cooperativos — prestados por cooperativas cujo
gada sempre que se verifique alguma das seguintes
objeto estatutário compreenda a atividade de prestação
circunstâncias:
de serviços de segurança e saúde no trabalho;
a) Na empresa, no estabelecimento ou conjunto de c) Privados — prestados por sociedades cujo objeto
estabelecimentos tiver ocorrido um acidente de trabalho social compreenda a atividade de prestação de serviços
mortal por violação de regras de segurança e de saúde de segurança e de saúde no trabalho ou por pessoa sin-
no trabalho imputável ao empregador; gular que detenha as qualificações legalmente exigidas
b) O empregador tiver sido condenado, nos dois últi- para o exercício da atividade;
mos anos, pela prática de contraordenação muito grave d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
em matéria de segurança e de saúde no trabalho ou em
reincidência pela prática de contraordenação grave em 3 — (Revogado.)
matéria de segurança e de saúde no trabalho; 4— .....................................
c) O empregador não tiver comunicado ao organismo
com competência em matéria de promoção da segurança Artigo 84.º
e saúde no trabalho do ministério responsável pela área
[...]
laboral a verificação da alteração dos elementos que
fundamentaram a autorização, no prazo de 30 dias. 1 — Os serviços previstos na alínea c) do n.º 1 do
artigo 74.º, prestados por sociedades, associações,
7— ..................................... cooperativas ou por pessoa singular, estão sujeitos a
8— ..................................... autorização.
9— ..................................... 2— .....................................
10 — O organismo com competência para a pro- 3— .....................................
moção da segurança e saúde no trabalho do ministério 4 — À alteração da autorização, no que respeita a
responsável pela área laboral dispõe de 45 dias a contar setores de atividade e atividades de risco elevado, é
da data de entrada do requerimento para conceder a au- aplicável o disposto na presente subsecção.
torização referida no n.º 3, considerando-se a mesma, na 5— .....................................
ausência de decisão expressa, tacitamente deferida. 6 — Constitui contraordenação muito grave o exer-
11 — Constitui contraordenação muito grave o exer- cício da atividade por serviço externo sem autorização,
cício das atividades referidas nos n.os 1 e 2 sem auto- nomeadamente para a área, o setor ou a atividade de
rização. risco elevado em causa.
7 — A responsabilidade contraordenacional referida
Artigo 82.º no número anterior recai sobre o empregador contratante
e o serviço externo contratado.
Comunicação de serviço comum
8 — Os serviços externos, contratados por empresa
1— ..................................... estabelecida noutro Estado membro do Espaço Econó-
2 — O acordo que institua o serviço comum deve ser mico Europeu, nos termos da legislação desse Estado
celebrado por escrito e comunicado ao organismo com membro, que preste serviços em território nacional ao
competência para a promoção da segurança e saúde no abrigo do n.º 3 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 92/2010,
trabalho do ministério responsável pela área laboral ou de 26 de julho, não carecem de autorização, ficando no
ao organismo competente do ministério responsável pela entanto sujeitos às condições de exercício que lhe sejam
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aplicáveis durante a presença em território nacional mente noutro Estado membro do Espaço Económico
do empregador que os contratou, nomeadamente aos Europeu.
requisitos relativos a: Artigo 86.º
a) Qualificações dos técnicos, constantes da lei que [...]
regula o acesso e exercício da atividade de formação
profissional de técnico superior de segurança do trabalho 1— .....................................
e de técnico de segurança do trabalho; 2— .....................................
b) Instalações, equipamentos e utensílios de avaliação 3— .....................................
das condições de segurança e saúde no trabalho, em a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
conformidade com as prescrições mínimas de segu- b) Prova da abertura de atividade no serviço de fi-
rança e de saúde nos locais de trabalho previstas em nanças competente;
legislação especial; c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) Às unidades de saúde, caso respeitem à área da d) Cópia dos contratos celebrados com os técnicos
saúde, nos termos de legislação especial; e técnicos superiores de segurança, com os médicos
d) Procedimentos no domínio da metrologia relati- do trabalho e enfermeiros, quando reduzidos a escrito,
vos aos equipamentos de avaliação das condições de indicando o tempo mensal de afetação e o período da
segurança e saúde no trabalho e utensílios, nos termos duração do contrato e, no caso da atividade de medicina
de legislação especial. do trabalho, o local da prestação;
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9 — O disposto no número anterior não prejudica f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
o reconhecimento mútuo de requisitos cumpridos no g) Relação dos equipamentos e utensílios para avalia-
Estado membro de origem, nomeadamente relativos a ção das condições de segurança e de saúde no trabalho,
equipamentos e qualificações dos técnicos. com indicação das respetivas características técnicas,
10 — O reconhecimento de qualificações de técnicos marcas, modelos e números de série, a utilizar na sede
provenientes de outros Estados membros segue os ter- e nos estabelecimentos;
mos prescritos na lei que regula o acesso e exercício da h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
atividade de formação profissional de técnico superior i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de segurança do trabalho e de técnico de segurança do j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
trabalho.
4— .....................................
Artigo 85.º 5 — (Revogado.)
[...]
Artigo 88.º
1— .....................................
[...]
a) Disponibilidade permanente de, no mínimo, um
técnico superior e um técnico de segurança no trabalho e 1— .....................................
disponibilidade de um médico do trabalho, que exerçam a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
as respetivas atividades de segurança ou de saúde; b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . c) As situações de subcontratação, nos termos da
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . alínea e) do n.º 1 do artigo 85.º;
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e) Capacidade para o exercício das atividades pre- e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
vistas no n.º 1 do artigo 98.º, sem prejuízo do recurso a
subcontratação apenas para a execução de outras tarefas
2— .....................................
de elevada complexidade ou pouco frequentes;
3— .....................................
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4— .....................................
5— .....................................
2— ..................................... 6— .....................................
3— ..................................... 7— .....................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) A natureza dos vínculos, assim como dos períodos Artigo 90.º
normais de trabalho do pessoal técnico superior e téc- [...]
nico de segurança do trabalho e dos tempos mensais de
afetação ao médico do trabalho e enfermeiro; 1— .....................................
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 — Há lugar a nova vistoria se os elementos modifi-
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cados em função do pedido de alteração da autorização
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . incluírem as instalações, bem como os equipamentos e
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . os utensílios referidos na alínea f) do n.º 3 do artigo 85.º
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 91.º
4— ..................................... [...]
5 — São tidos por cumpridos os requisitos equiva-
lentes ou que visem essencialmente a mesma finalidade 1— .....................................
a que o requerente já tenha sido submetido, designada- 2— .....................................
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os números anteriores à disposição das entidades com e as subsecções das anteriores secções III e IV a secções,
competência inspetiva durante cinco anos. sem alteração das designações correspondentes.
6 — Constitui contraordenação grave a violação do 2 — Os capítulos VI e VII são renumerados como ca-
disposto no presente artigo. pítulos IX e X, sem alteração das designações correspon-
7 — A responsabilidade contraordenacional pela vio- dentes.
lação do disposto nos n.os 1 a 3 recai sobre:
a) O serviço externo de segurança e saúde que viole Artigo 5.º
os deveres em causa, sem prejuízo do disposto no n.º 14 Alteração ao Decreto-Lei n.º 116/97, de 12 de maio
do artigo 15.º;
b) O empregador em empresa onde o serviço comum O artigo 1.º do Decreto-Lei n.º 116/97, de 12 de maio,
de segurança e saúde violou os deveres em causa; alterado pela Lei n.º 113/99, de 3 de agosto, passa a ter a
c) O empregador, sempre que a violação tenha sido seguinte redação:
praticada por serviço interno da empresa.
«Artigo 1.º
Artigo 74.º-A
[...]
Qualificação do serviço interno e comum
1— .....................................
1 — A organização dos serviços internos e dos ser- 2 — O presente diploma aplica-se:
viços comuns deve atender aos requisitos definidos
nas alíneas b) a e) do n.º 1 do artigo 85.º, bem como, a) Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 3.º
quanto aos recursos humanos, ao disposto nos arti- da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, com a redação
gos 101.º e 105.º atual, e com as devidas adaptações, aos navios de pesca
2 — Constitui contraordenação grave a violação do com comprimento inferior a 15 m;
disposto no número anterior. b) Aos navios de pesca novos com comprimento igual
ou superior a 15 m;
Artigo 96.º-A c) Aos navios de pesca existentes com comprimento
Balcão único e registos informáticos
igual ou superior a 18 m.»
devem exercer a sua competência de modo a promover a 2 — O fomento, pelo Estado, da investigação na área
segurança e a saúde no trabalho. da segurança e da saúde no trabalho deve ser orientado,
4 — A coordenação da aplicação das medidas de política em especial, pelos seguintes vetores:
e da avaliação de resultados, nomeadamente relativos à a) Apoio à criação de estruturas de investigação e à
atividade inspetiva, cabe aos organismos competentes do formação pós-graduada de especialistas e de investiga-
ministério responsável pela área laboral. dores;
5 — As medidas de política adotadas e a avaliação dos b) Colaboração entre as várias estruturas nacionais in-
resultados destas e da ação inspetiva desenvolvida em teressadas;
matéria de segurança e de saúde no trabalho, assim como c) Divulgação de informação científica e técnica que
a informação estatística sobre acidentes de trabalho e doen- contribua para o avanço do conhecimento e progresso da
ças profissionais, devem ser objeto de publicação anual e investigação;
de adequada divulgação. d) Incentivo à participação nacional em programas in-
6 — Para efeitos do número anterior, a informação es- ternacionais;
tatística deve permitir a caracterização dos acidentes e das e) Incentivo ao estudo de boas práticas em matéria de
doenças profissionais de modo a contribuir para os estudos sistemas de organização e funcionamento das atividades
epidemiológicos, possibilitar a adoção de metodologias e de prevenção.
critérios apropriados à conceção de programas e medidas
de prevenção de âmbito nacional e setorial e ao controlo 3 — O fomento da investigação, do desenvolvimento
periódico dos resultados obtidos. experimental e da demonstração deve orientar-se predo-
minantemente para a melhoria da prevenção dos riscos
Artigo 8.º profissionais e da proteção da saúde do trabalhador.
Consulta e participação Artigo 11.º
1 — Na promoção e na avaliação, a nível nacional, das Normalização
medidas de políticas no domínio da segurança e da saúde
no trabalho deve ser assegurada a consulta e a participação 1 — As normas e especificações técnicas na área da
das organizações mais representativas dos empregadores segurança e da saúde no trabalho relativas, nomeadamente,
e trabalhadores. a metodologias e a procedimentos, a critérios de amos-
tragem, a certificação de produtos e equipamentos são
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, as
aprovadas no âmbito do SPQ.
organizações de empregadores e trabalhadores com assento 2 — As diretrizes práticas desenvolvidas pela Organi-
na Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS) zação Internacional do Trabalho e Organização Mundial
devem integrar: de Saúde, bem como as normas e especificações técnicas
a) (Revogada.) nacionais a que se refere o número anterior, constituem
b) O Conselho Consultivo para a Promoção da Segu- referências indispensáveis a ser tidas em conta nos proce-
rança e Saúde no Trabalho da Autoridade para as Condições dimentos e medidas adotados em cumprimento da legis-
do Trabalho. lação sobre segurança e saúde no trabalho, bem como na
produção de bens e equipamentos de trabalho.
Artigo 9.º
Artigo 12.º
Educação, formação e informação para a segurança
e para a saúde no trabalho Licenciamento e autorização de laboração
1 — O Estado deve prosseguir a integração de conteú- A legislação sobre licenciamento e autorização de la-
dos sobre a segurança e a saúde no trabalho nos currículos boração contém as especificações adequadas à prevenção
escolares dos vários níveis de ensino, tendo em vista uma de riscos profissionais e à proteção da saúde.
cultura de prevenção no quadro geral do sistema educativo
e a prevenção dos riscos profissionais como preparação Artigo 13.º
para a vida ativa. Segurança de máquinas e equipamentos de trabalho
2 — O Estado promove a integração de conteúdos sobre
1 — No âmbito da prevenção e da segurança dos equi-
a segurança e a saúde no trabalho nas ações de educação
pamentos deve toda a pessoa singular ou coletiva que
e formação profissional de forma a permitir a aquisição fabrique máquinas, aparelhos, ferramentas, instalações
de conhecimentos e hábitos de prevenção de acidentes de e outros equipamentos para utilização profissional pro-
trabalho e doenças profissionais. ceder às investigações e operações necessárias para que,
3 — O Estado promove ações de formação e infor- na fase de conceção e durante a fabricação, sejam, na
mação destinadas a empregadores e trabalhadores, bem medida do possível, eliminados ou reduzidos ao mínimo
como ações de informação e esclarecimento públicos nas quaisquer riscos que tais produtos possam apresentar para
matérias da segurança e da saúde no trabalho. a saúde ou para a segurança das pessoas e garantir, por
certificação adequada, antes do lançamento no mercado,
Artigo 10.º a conformidade com os requisitos de segurança e de saúde
Investigação e formação especializada aplicáveis.
2 — Toda a pessoa singular ou coletiva que importe,
1 — O Estado deve assegurar condições que promovam venda, alugue, ceda a qualquer título ou coloque em ex-
o conhecimento e a investigação na área da segurança e posição máquinas, aparelhos, ferramentas ou instalações
da saúde no trabalho. para utilização profissional deve:
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a) Proceder ou mandar proceder aos ensaios e contro- a outra autoridade competente, por ocasião de visita ou
los necessários para se assegurar que a construção e o fiscalização à empresa ou estabelecimento.
estado de tais equipamentos de trabalho são de forma a 5 — Os representantes dos trabalhadores podem, ainda,
não apresentar riscos para a segurança e a saúde dos traba- solicitar a intervenção do organismo com competência ins-
lhadores, desde que a utilização de tais equipamentos seja petiva do ministério responsável pela área laboral sempre
feita corretamente e para o fim a que se destinam, salvo que verifiquem que as medidas adotadas e os meios for-
quando os referidos equipamentos estejam devidamente necidos pelo empregador são insuficientes para assegurar
certificados; a segurança e saúde no trabalho.
b) Tomar as medidas necessárias para que às máquinas,
aos aparelhos, às ferramentas ou às instalações para utiliza- CAPÍTULO II
ção profissional sejam anexadas instruções, em português,
quanto à montagem, à utilização, à conservação e à repa- Obrigações gerais do empregador e do trabalhador
ração das mesmas, em que se especifique, em particular,
como devem proceder os trabalhadores incumbidos dessas Artigo 15.º
tarefas, de forma a prevenir riscos para a sua segurança e
Obrigações gerais do empregador
a sua saúde e de outras pessoas.
1 — O empregador deve assegurar ao trabalhador con-
3 — Toda a pessoa singular ou coletiva que proceda dições de segurança e de saúde em todos os aspetos do
à montagem, à colocação, à reparação ou à adaptação de seu trabalho.
máquinas, aparelhos, ferramentas ou instalações para utili- 2 — O empregador deve zelar, de forma continuada e
zação profissional deve assegurar, na medida do possível, permanente, pelo exercício da atividade em condições de
que, em resultado daquelas operações, tais equipamentos segurança e de saúde para o trabalhador, tendo em conta
não apresentam risco para a segurança e a saúde das pes- os seguintes princípios gerais de prevenção:
soas, desde que a sua utilização seja efetuada corretamente. a) Evitar os riscos;
4 — As máquinas, os aparelhos, as ferramentas e as b) Planificar a prevenção como um sistema coerente que
instalações para utilização profissional só podem ser for- integre a evolução técnica, a organização do trabalho, as
necidos ou colocados em serviço desde que contenham condições de trabalho, as relações sociais e a influência
a marcação de segurança, o nome e o endereço do fabri- dos fatores ambientais;
cante ou do importador, bem como outras informações que c) Identificação dos riscos previsíveis em todas as ativi-
permitam identificar claramente os mesmos e prevenir os dades da empresa, estabelecimento ou serviço, na conceção
riscos na sua utilização. ou construção de instalações, de locais e processos de tra-
5 — Nos casos de feiras, demonstrações e exposições, balho, assim como na seleção de equipamentos, substâncias
quando as máquinas, aparelhos, ferramentas e instalações e produtos, com vista à eliminação dos mesmos ou, quando
para utilização profissional se encontrem sem as normais esta seja inviável, à redução dos seus efeitos;
proteções de segurança, devem estar indicadas, de forma d) Integração da avaliação dos riscos para a segurança
bem visível, as precauções de segurança, bem como a im- e a saúde do trabalhador no conjunto das atividades da
possibilidade de aquisição destes equipamentos tal como empresa, estabelecimento ou serviço, devendo adotar as
se encontram apresentados. medidas adequadas de proteção;
6 — As autoridades competentes devem divulgar, e) Combate aos riscos na origem, por forma a eliminar
periodicamente, as especificações a respeitar na área de ou reduzir a exposição e aumentar os níveis de proteção;
segurança no trabalho, por forma a garantir uma preven- f) Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposições
ção de conceção e a facilitar os respetivos procedimentos aos agentes químicos, físicos e biológicos e aos fatores de
administrativos. risco psicossociais não constituem risco para a segurança
Artigo 14.º e saúde do trabalhador;
g) Adaptação do trabalho ao homem, especialmente no
Fiscalização e inquéritos que se refere à conceção dos postos de trabalho, à escolha
1 — O organismo com competência inspetiva do ministé- de equipamentos de trabalho e aos métodos de trabalho
rio responsável pela área laboral controla o cumprimento da e produção, com vista a, nomeadamente, atenuar o traba-
legislação relativa à segurança e à saúde no trabalho e aplica lho monótono e o trabalho repetitivo e reduzir os riscos
as sanções correspondentes ao seu incumprimento, sem psicossociais;
prejuízo de competências específicas de outras entidades. h) Adaptação ao estado de evolução da técnica, bem
2 — Compete ainda ao organismo a que se refere o como a novas formas de organização do trabalho;
número anterior a realização de inquérito em caso de aci- i) Substituição do que é perigoso pelo que é isento de
perigo ou menos perigoso;
dente de trabalho mortal ou que evidencie uma situação
j) Priorização das medidas de proteção coletiva em
particularmente grave. relação às medidas de proteção individual;
3 — Em casos de doença profissional ou outro dano para l) Elaboração e divulgação de instruções compreensíveis
a saúde ocorrido durante o trabalho ou com ele relacio- e adequadas à atividade desenvolvida pelo trabalhador.
nado, o organismo competente do ministério responsável
pela área da saúde, através das autoridades de saúde, e 3 — Sem prejuízo das demais obrigações do emprega-
o organismo competente do ministério responsável pela dor, as medidas de prevenção implementadas devem ser
área da segurança social podem, igualmente, promover a antecedidas e corresponder ao resultado das avaliações dos
realização do inquérito. riscos associados às várias fases do processo produtivo,
4 — Os representantes dos trabalhadores podem apre- incluindo as atividades preparatórias, de manutenção e
sentar as suas observações ao organismo com competência reparação, de modo a obter como resultado níveis eficazes
inspetiva do ministério responsável pela área laboral ou de proteção da segurança e saúde do trabalhador.
Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 28 de janeiro de 2014 569
4 — Sempre que confiadas tarefas a um trabalhador, respetivos empregadores, tendo em conta a natureza das
devem ser considerados os seus conhecimentos e as suas atividades que cada um desenvolve, cooperar no sentido
aptidões em matéria de segurança e de saúde no trabalho, da proteção da segurança e da saúde.
cabendo ao empregador fornecer as informações e a for- 2 — Não obstante a responsabilidade de cada empre-
mação necessárias ao desenvolvimento da atividade em gador, devem assegurar a segurança e a saúde, quanto a
condições de segurança e de saúde. todos os trabalhadores a que se refere o número anterior,
5 — Sempre que seja necessário aceder a zonas de risco as seguintes entidades:
elevado, o empregador deve permitir o acesso apenas ao
a) A empresa utilizadora, no caso de trabalhadores em
trabalhador com aptidão e formação adequadas, pelo tempo
regime de trabalho temporário;
mínimo necessário.
b) A empresa cessionária, no caso de trabalhadores em
6 — O empregador deve adotar medidas e dar instruções
regime de cedência ocasional;
que permitam ao trabalhador, em caso de perigo grave e
c) A empresa em cujas instalações outros trabalhadores
iminente que não possa ser tecnicamente evitado, cessar
prestam serviço ao abrigo de contratos de prestação de
a sua atividade ou afastar-se imediatamente do local de
serviços;
trabalho, sem que possa retomar a atividade enquanto
d) Nos restantes casos, a empresa adjudicatária da obra
persistir esse perigo, salvo em casos excecionais e desde
ou do serviço, para o que deve assegurar a coordenação
que assegurada a proteção adequada.
dos demais empregadores através da organização das ati-
7 — O empregador deve ter em conta, na organiza-
vidades de segurança e saúde no trabalho.
ção dos meios de prevenção, não só o trabalhador como
também terceiros suscetíveis de serem abrangidos pelos
3 — A empresa utilizadora ou adjudicatária da obra ou
riscos da realização dos trabalhos, quer nas instalações
do serviço deve assegurar que o exercício sucessivo de
quer no exterior.
atividades por terceiros nas suas instalações ou com os
8 — O empregador deve assegurar a vigilância da saúde
equipamentos utilizados não constituem um risco para a
do trabalhador em função dos riscos a que estiver poten-
segurança e saúde dos seus trabalhadores ou dos trabalha-
cialmente exposto no local de trabalho.
dores temporários, cedidos ocasionalmente ou de trabalha-
9 — O empregador deve estabelecer em matéria de
dores ao serviço de empresas prestadoras de serviços.
primeiros socorros, de combate a incêndios e de evacua-
4 — Constitui contraordenação muito grave a violação
ção as medidas que devem ser adotadas e a identificação
do disposto nos n.os 2 e 3, sem prejuízo da responsabilidade
dos trabalhadores responsáveis pela sua aplicação, bem
do empregador.
como assegurar os contactos necessários com as entidades
Artigo 17.º
externas competentes para realizar aquelas operações e as
de emergência médica. Obrigações do trabalhador
10 — Na aplicação das medidas de prevenção, o empre-
1 — Constituem obrigações do trabalhador:
gador deve organizar os serviços adequados, internos ou
externos à empresa, estabelecimento ou serviço, mobili- a) Cumprir as prescrições de segurança e de saúde no
zando os meios necessários, nomeadamente nos domínios trabalho estabelecidas nas disposições legais e em ins-
das atividades técnicas de prevenção, da formação e da trumentos de regulamentação coletiva de trabalho, bem
informação, bem como o equipamento de proteção que como as instruções determinadas com esse fim pelo em-
se torne necessário utilizar. pregador;
11 — As prescrições legais ou convencionais de se- b) Zelar pela sua segurança e pela sua saúde, bem como
gurança e de saúde no trabalho estabelecidas para serem pela segurança e pela saúde das outras pessoas que possam
aplicadas na empresa, estabelecimento ou serviço devem ser afetadas pelas suas ações ou omissões no trabalho,
ser observadas pelo próprio empregador. sobretudo quando exerça funções de chefia ou coorde-
12 — O empregador suporta a totalidade dos encargos nação, em relação aos serviços sob o seu enquadramento
com a organização e o funcionamento do serviço de segu- hierárquico e técnico;
rança e de saúde no trabalho e demais sistemas de preven- c) Utilizar corretamente e de acordo com as instruções
ção, incluindo exames de vigilância da saúde, avaliações de transmitidas pelo empregador, máquinas, aparelhos, ins-
exposições, testes e todas as ações necessárias no âmbito trumentos, substâncias perigosas e outros equipamentos
da promoção da segurança e saúde no trabalho, sem impor e meios postos à sua disposição, designadamente os equi-
aos trabalhadores quaisquer encargos financeiros. pamentos de proteção coletiva e individual, bem como
13 — Para efeitos do disposto no presente artigo, e cumprir os procedimentos de trabalho estabelecidos;
salvaguardando as devidas adaptações, o trabalhador in- d) Cooperar ativamente na empresa, no estabelecimento
dependente é equiparado a empregador. ou no serviço para a melhoria do sistema de segurança e de
14 — Constitui contraordenação muito grave a violação saúde no trabalho, tomando conhecimento da informação
do disposto nos n.os 1 a 12. prestada pelo empregador e comparecendo às consultas e
15 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, aos exames determinados pelo médico do trabalho;
o empregador cuja conduta tiver contribuído para origi- e) Comunicar imediatamente ao superior hierárquico ou,
nar uma situação de perigo incorre em responsabilidade não sendo possível, ao trabalhador designado para o desem-
civil. penho de funções específicas nos domínios da segurança
Artigo 16.º e saúde no local de trabalho as avarias e deficiências por
si detetadas que se lhe afigurem suscetíveis de originarem
Atividades simultâneas ou sucessivas no mesmo local de trabalho
perigo grave e iminente, assim como qualquer defeito
1 — Quando várias empresas, estabelecimentos ou ser- verificado nos sistemas de proteção;
viços desenvolvam, simultaneamente, atividades com os f) Em caso de perigo grave e iminente, adotar as medidas
seus trabalhadores no mesmo local de trabalho, devem os e instruções previamente estabelecidas para tal situação,
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sem prejuízo do dever de contactar, logo que possível, do relatório único relativo à informação sobre a atividade
com o superior hierárquico ou com os trabalhadores que social da empresa;
desempenham funções específicas nos domínios da segu- m) Os relatórios dos acidentes de trabalho referidos na
rança e saúde no local de trabalho. alínea anterior.
2 — O trabalhador não pode ser prejudicado em virtude 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, deve
de se ter afastado do seu posto de trabalho ou de uma área ser facultado o acesso às informações técnicas objeto de
perigosa em caso de perigo grave e iminente nem por ter registo e aos dados médicos coletivos, não individualiza-
adotado medidas para a sua própria segurança ou para a dos, assim como às informações técnicas provenientes de
segurança de outrem. serviços de inspeção e outros organismos competentes no
3 — As obrigações do trabalhador no domínio da se- domínio da segurança e da saúde no trabalho.
gurança e saúde nos locais de trabalho não excluem as 3 — O parecer previsto no n.º 1 deve ser emitido no
obrigações gerais do empregador, tal como se encontram prazo de 15 dias a contar da data do pedido de consulta,
definidas no artigo 15.º podendo o empregador fixar prazo superior atendendo à
4 — Constitui contraordenação muito grave a violação extensão ou complexidade das matérias.
do disposto na alínea b) do n.º 1. 4 — A não aceitação do parecer previsto no n.º 1 quanto
5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o às matérias referidas nas alíneas e), f), g) e h) do mesmo
trabalhador que viole culposamente os deveres referidos número deve ser fundamentada por escrito.
no n.º 1 ou o trabalhador cuja conduta tiver contribuído 5 — Decorrido o prazo referido no n.º 3 sem que o
para originar uma situação de perigo incorre em respon- parecer tenha sido entregue ao empregador, considera-se
sabilidade disciplinar e civil. satisfeita a exigência de consulta.
6 — As consultas, respetivas respostas e propostas pre-
CAPÍTULO III vistas nos n.os 1 e 4 devem constar de registo em livro pró-
prio organizado pela empresa, nomeadamente em suporte
Consulta, informação e formação dos trabalhadores informático.
7 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores,
Artigo 18.º o trabalhador e os seus representantes para a segurança e
Consulta dos trabalhadores a saúde podem, a todo o tempo, apresentar propostas de
modo a minimizar qualquer risco profissional.
1 — O empregador, com vista à obtenção de parecer, 8 — Constitui contraordenação muito grave a violação
deve consultar por escrito e, pelo menos, uma vez por do disposto no n.º 1.
ano, previamente ou em tempo útil, os representantes dos 9 — Constitui contraordenação leve a violação do dis-
trabalhadores para a segurança e saúde ou, na sua falta, os posto nos n.os 2, 4 e 6.
próprios trabalhadores sobre:
a) A avaliação dos riscos para a segurança e a saúde no Artigo 19.º
trabalho, incluindo os respeitantes aos grupos de trabalha- Informação dos trabalhadores
dores sujeitos a riscos especiais;
b) As medidas de segurança e saúde antes de serem pos- 1 — O trabalhador, assim como os seus representantes
tas em prática ou, logo que possível, em caso de aplicação para a segurança e para a saúde na empresa, estabelecimento
urgente das mesmas; ou serviço, deve dispor de informação atualizada sobre:
c) As medidas que, pelo seu impacte nas tecnologias a) As matérias referidas na alínea j) do n.º 1 do artigo
e nas funções, tenham repercussão sobre a segurança e anterior;
saúde no trabalho; b) As medidas e as instruções a adotar em caso de perigo
d) O programa e a organização da formação no domínio grave e iminente;
da segurança e saúde no trabalho; a) As medidas de emergência e primeiros socorros, de
e) A designação do representante do empregador que evacuação de trabalhadores e de combate a incêndios,
acompanha a atividade da modalidade de serviço adotada; bem como os trabalhadores ou serviços encarregues de
f) A designação e a exoneração dos trabalhadores que as pôr em prática.
desempenham funções específicas nos domínios da segu-
rança e saúde no local de trabalho;
2 — Sem prejuízo da formação adequada, a informação
g) A designação dos trabalhadores responsáveis pela
a que se refere o número anterior deve ser sempre dispo-
aplicação das medidas previstas no n.º 9 do artigo 15.º;
nibilizada ao trabalhador nos seguintes casos:
h) A modalidade de serviços a adotar, bem como o re-
curso a serviços externos à empresa e a técnicos qualifi- a) Admissão na empresa;
cados para assegurar a realização de todas ou parte das b) Mudança de posto de trabalho ou de funções;
atividades de segurança e de saúde no trabalho, nos termos c) Introdução de novos equipamentos de trabalho ou
do n.º 2 do artigo 74.º; alteração dos existentes;
i) O equipamento de proteção que seja necessário utilizar; d) Adoção de uma nova tecnologia;
j) Os riscos para a segurança e saúde, bem como as e) Atividades que envolvam trabalhadores de diversas
medidas de proteção e de prevenção e a forma como se empresas.
aplicam, quer em relação à atividade desenvolvida quer
em relação à empresa, estabelecimento ou serviço; 3 — O empregador deve informar os trabalhadores com
l) A lista anual dos acidentes de trabalho mortais e dos funções específicas no domínio da segurança e da saúde
que ocasionem incapacidade para o trabalho superior a três no trabalho sobre as matérias referidas nas alíneas a), b),
dias úteis, elaborada até ao termo do prazo para entrega i) e l) do n.º 1 e no n.º 2 do artigo anterior.
Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 28 de janeiro de 2014 571
4 — O empregador deve informar os serviços e os téc- por voto direto e secreto, segundo o princípio da represen-
nicos qualificados exteriores à empresa que exerçam ativi- tação proporcional pelo método de Hondt.
dades de segurança e de saúde no trabalho sobre os fatores 2 — Só podem concorrer listas apresentadas pelas or-
que presumível ou reconhecidamente afetem a segurança ganizações sindicais que tenham trabalhadores represen-
e a saúde dos trabalhadores e as matérias referidas nas tados na empresa ou listas que se apresentem subscritas,
alíneas a) e g) do n.º 1 do artigo 18.º no mínimo, por 20 % dos trabalhadores da empresa, não
5 — A empresa em cujas instalações é prestado um podendo nenhum trabalhador subscrever ou fazer parte de
serviço deve informar os respetivos empregadores e tra- mais de uma lista.
balhadores sobre as matérias identificadas no número 3 — Cada lista deve indicar um número de candidatos
anterior. efetivos igual ao dos lugares elegíveis e igual número de
6 — O empregador deve, ainda, comunicar a admissão candidatos suplentes.
de trabalhadores com contratos de duração determinada, 4 — Salvo disposição em contrário prevista no instru-
em comissão de serviço ou em cedência ocasional, ao mento de regulamentação coletiva aplicável, os represen-
serviço de segurança e de saúde no trabalho mencionado tantes dos trabalhadores não podem exceder:
no n.º 4 e aos trabalhadores com funções específicas no a) Empresas com menos de 61 trabalhadores — um
domínio da segurança e da saúde no trabalho. representante;
7 — Constitui contraordenação muito grave a violação b) Empresas de 61 a 150 trabalhadores — dois repre-
do disposto nos n.os 1 e 2. sentantes;
8 — Constitui contraordenação leve a violação do dis- c) Empresas de 151 a 300 trabalhadores — três repre-
posto nos n.os 3, 4, 5 e 6. sentantes;
d) Empresas de 301 a 500 trabalhadores — quatro re-
Artigo 20.º presentantes;
e) Empresas de 501 a 1000 trabalhadores — cinco re-
Formação dos trabalhadores
presentantes;
1 — O trabalhador deve receber uma formação ade- f) Empresas de 1001 a 1500 trabalhadores — seis re-
quada no domínio da segurança e saúde no trabalho, tendo presentantes;
em atenção o posto de trabalho e o exercício de atividades g) Empresas com mais de 1500 trabalhadores — sete
de risco elevado. representantes.
2 — Aos trabalhadores designados para se ocuparem de
todas ou algumas das atividades de segurança e de saúde no 5 — O mandato dos representantes dos trabalhadores
trabalho deve ser assegurada, pelo empregador, a formação é de três anos.
permanente para o exercício das respetivas funções. 6 — A substituição dos representantes só é admitida
3 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1, o empregador no caso de renúncia ou impedimento definitivo, cabendo
deve formar, em número suficiente, tendo em conta a di- a mesma aos candidatos efetivos e suplentes pela ordem
mensão da empresa e os riscos existentes, os trabalhadores indicada na respetiva lista.
responsáveis pela aplicação das medidas de primeiros 7 — Os representantes dos trabalhadores dispõem, para
socorros, de combate a incêndios e de evacuação de traba- o exercício das suas funções, de um crédito de cinco horas
lhadores, bem como facultar-lhes material adequado. por mês.
4 — A formação dos trabalhadores da empresa sobre
segurança e saúde no trabalho deve ser assegurada de modo Artigo 22.º
a que não possa resultar prejuízo para os mesmos. Formação dos representantes dos trabalhadores
5 — Para efeitos do disposto nos números anteriores,
1 — Aos representantes dos trabalhadores para a segu-
o empregador e as respetivas associações representativas rança e saúde no trabalho deve ser assegurada formação
podem solicitar o apoio dos organismos públicos compe- permanente para o exercício das respetivas funções, nos
tentes quando careçam dos meios e condições necessários termos dos números seguintes.
à realização da formação. 2 — O empregador deve proporcionar condições para
6 — Constitui contraordenação grave a violação do que os representantes dos trabalhadores para a segurança
disposto nos n.os 1 a 4. e a saúde no trabalho recebam formação concedendo, se
necessário, licença com retribuição, ou sem retribuição se
CAPÍTULO IV outra entidade atribuir subsídio específico.
3 — O empregador ou as respetivas associações re-
Representantes dos trabalhadores para a segurança presentativas, bem como as estruturas de representação
e saúde no trabalho coletiva dos trabalhadores, podem solicitar apoio dos ser-
viços públicos competentes quando careçam dos meios e
SECÇÃO I
condições necessários à realização da formação.
4 — Constitui contraordenação grave a violação do
Representantes dos trabalhadores disposto nos n.os 1 e 2.
d) Fixar o período durante o qual as listas candidatas 3 — As urnas devem ser providenciadas pela comissão
podem afixar comunicados nos locais apropriados na em- eleitoral, devendo assegurar a segurança dos boletins.
presa e no estabelecimento;
e) Fixar o número e a localização das secções de voto; Artigo 35.º
f) Realizar o apuramento global do ato eleitoral; Secções de voto
g) Proclamar os resultados;
h) Comunicar os resultados da eleição ao organismo 1 — Em cada estabelecimento com um mínimo de
competente do ministério responsável pela área laboral; 10 trabalhadores deve existir, pelo menos, uma secção
i) Resolver dúvidas e omissões do procedimento da de voto.
eleição. 2 — A cada secção de voto não podem corresponder
mais de 500 eleitores.
3 — A comissão eleitoral delibera por maioria, tendo o 3 — Cada mesa de voto é composta por um presidente,
presidente voto de qualidade. que dirige a respetiva votação, e um secretário, escolhi-
dos pelo presidente da comissão eleitoral nos termos do
Artigo 31.º artigo 29.º, e por um representante de cada lista, ficando,
para esse efeito, dispensados da respetiva prestação de
Caderno eleitoral
trabalho.
1 — O empregador deve entregar à comissão eleitoral, 4 — Constitui contraordenação muito grave a violação
no prazo de 48 horas após a receção da comunicação que do disposto no n.º 1 e contraordenação grave a violação
identifica o presidente e o secretário, o caderno eleitoral, do disposto na parte final do número anterior.
procedendo aquela à imediata afixação na empresa e no
estabelecimento. Artigo 36.º
2 — O caderno eleitoral deve conter o nome dos traba- Ato eleitoral
lhadores da empresa e, sendo caso disso, identificados por
estabelecimento, à data da marcação do ato eleitoral. 1 — As urnas de voto são colocadas nos locais de traba-
3 — Constitui contraordenação muito grave a violação lho, de modo a permitir que todos os trabalhadores possam
do disposto no presente artigo. votar sem prejudicar o normal funcionamento da empresa
ou estabelecimento.
Artigo 32.º 2 — A votação é efetuada no local e durante as horas
de trabalho.
Reclamações
3 — A votação deve ter a duração mínima de três horas
1 — Os trabalhadores da empresa podem reclamar, no e máxima de cinco, competindo à comissão eleitoral fixar o
prazo de cinco dias a contar da afixação prevista no n.º 1 seu horário de funcionamento, cinco dias antes da data do
do artigo anterior, para a comissão eleitoral, de quaisquer ato eleitoral, não podendo o encerramento ocorrer depois
erros ou omissões constantes do caderno eleitoral. das 21 horas.
2 — A comissão eleitoral decide as reclamações apre- 4 — No caso de trabalho por turnos ou de horários di-
sentadas no prazo máximo de 10 dias, após o qual afixa as ferenciados na empresa, o ato eleitoral do turno da noite
correções do caderno eleitoral que se tenham verificado. deve preceder o do turno de dia.
5 — Os trabalhadores podem votar durante o seu horá-
Artigo 33.º rio de trabalho, para o que cada um dispõe do tempo para
tanto indispensável.
Listas
6 — Nas empresas com estabelecimentos geografica-
1 — As listas de candidaturas devem ser entregues ao mente dispersos, o ato eleitoral deve ser realizado em todos
presidente da comissão eleitoral, acompanhadas de decla- no mesmo dia, no mesmo horário e nos mesmos termos.
ração de aceitação dos respetivos trabalhadores. 7 — Quando, devido ao trabalho por turnos ou outros
2 — A comissão eleitoral decide sobre a admissão das motivos, não seja possível respeitar o disposto no número
listas apresentadas nos cinco dias seguintes ao termo do anterior, deve ser simultânea a abertura das urnas de voto
período de apresentação. para o respetivo apuramento em todos os estabelecimentos
3 — Em caso de rejeição de admissibilidade de qual- da empresa.
quer lista apresentada, os seus proponentes podem sanar 8 — Os votantes devem ser identificados e registados
os vícios existentes no prazo de 48 horas. em documento próprio, com termo de abertura e encerra-
4 — Após a decisão da admissão de cada lista, o presi- mento, assinado e rubricado em todas as folhas pela mesa
dente da comissão eleitoral atribui-lhe uma letra do alfabeto eleitoral.
de acordo com a ordem de apresentação. 9 — Constitui contraordenação muito grave a violação
5 — As listas devem ser imediatamente afixadas, em do disposto no n.º 1 e contraordenação grave a violação
locais apropriados, na empresa e no estabelecimento. do disposto no n.º 5.
seu presidente comunicar de imediato os resultados à co- iii) Mutagenicidade em células germinativas, catego-
missão eleitoral. rias 1A ou 1B;
3 — O apuramento global do ato eleitoral é feito pela
comissão eleitoral. b) Até 31 de maio de 2015, as misturas perigosas que,
Artigo 38.º nos termos do Decreto-Lei n.º 82/2003, de 23 de abril,
alterado pelos Decretos-Leis n.os 63/2008, de 2 de abril,
Ata e 155/2013, de 5 de novembro, sejam classificadas como
1 — A ata deve conter as deliberações da comissão nocivas (Xn) e qualificadas por uma ou mais das seguintes
eleitoral e das mesas de voto, bem como tudo o que acon- advertências de risco:
tecer no procedimento eleitoral, nomeadamente quaisquer i) «R 40 — possibilidade de efeitos cancerígenos»;
incidentes ocorridos e o apuramento do resultado. ii) «R 45 — pode causar cancro»;
2 — Os membros da comissão eleitoral e das mesas de iii) «R 46 — pode causar alterações genéticas heredi-
voto aprovam, rubricam e assinam as respetivas atas. tárias»;
3 — O documento previsto no n.º 8 do artigo 36.º deve iv) «R 49 — pode causar cancro por inalação»;
ser anexo à ata da respetiva secção de voto. v) «R 60 — pode comprometer a fertilidade»;
vi) «R 61 — risco durante a gravidez com efeitos ad-
Artigo 39.º versos na descendência»;
Publicidade do resultado da eleição vii) «R 62 — possíveis riscos de comprometer a fer-
tilidade»;
1 — A comissão eleitoral deve proceder à afixação dos viii) «R 63 — possíveis riscos durante a gravidez de
elementos de identificação dos representantes eleitos, bem efeitos adversos na descendência»;
como da cópia da ata da respetiva eleição, durante 15 dias ix) «R 64 — efeitos tóxicos na reprodução»;
a contar da data do apuramento, no local ou locais em que
a eleição teve lugar e remeter, dentro do mesmo prazo, ao c) A partir de 1 de junho de 2015, as misturas perigosas
organismo competente do ministério responsável pela área que, nos termos do Regulamento (CE) n.º 1272/2008, do
laboral, bem como aos órgãos de gestão da empresa. Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de dezembro,
2 — O organismo competente do ministério responsável relativo à classificação, rotulagem e embalagem de subs-
pela área laboral regista o resultado da eleição e procede
tâncias e misturas, sejam classificadas numa ou mais das
à sua publicação imediatamente no BTE.
seguintes classes de perigo:
3 — Constitui contraordenação grave a oposição do
empregador à afixação dos resultados da votação nos ter- i) Carcinogenicidade, categorias 1A, 1B ou 2;
mos do n.º 1. ii) Toxicidade reprodutiva, categorias 1A, 1B, 2 ou com
Artigo 40.º efeitos sobre a lactação ou através dela;
Início de atividades d) Mutagenicidade em células germinativas, catego-
Os representantes dos trabalhadores para a segurança rias 1A ou 1B;
e a saúde no trabalho só podem iniciar o exercício das e) As radiações ionizantes e as temperaturas elevadas;
respetivas atividades depois da publicação prevista no f) As bactérias da brucela, da sífilis, o bacilo da tuber-
n.º 2 do artigo anterior. culose e os vírus da rubéola (rubivírus), do herpes simplex
tipos 1 e 2, da papeira, da síndrome de imunodeficiência
humana (sida) e o toxoplasma.
CAPÍTULO V
Proteção do património genético 2 — Nas atividades em que os trabalhadores possam
estar expostos a agentes suscetíveis de implicar riscos para
Artigo 41.º o património genético, a presente lei, na parte em que seja
mais favorável para a segurança e a saúde dos trabalha-
Riscos para o património genético dores, prevalece sobre a aplicabilidade das medidas de
1 — São suscetíveis de implicar riscos para o património prevenção e proteção previstas em legislação específica.
genético os agentes químicos, físicos e biológicos ou outros
fatores que possam causar efeitos genéticos hereditários, Artigo 42.º
efeitos prejudiciais não hereditários na progenitura ou Avaliação de riscos suscetíveis de efeitos prejudiciais
atentar contra as funções e capacidades reprodutoras mas- no património genético
culinas ou femininas, designadamente os seguintes: 1 — O empregador deve verificar a existência de agen-
a) As substâncias perigosas que, nos termos do Regu- tes ou fatores que possam ter efeitos prejudiciais para o
lamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e património genético e avaliar os correspondentes riscos.
do Conselho, de 16 de dezembro, relativo à classificação, 2 — A avaliação de riscos deve ter em conta todas as
rotulagem e embalagem de substâncias e misturas, alterado informações disponíveis, nomeadamente:
pelo Regulamento (CE) n.º 790/2009, da Comissão, de
a) A recolha de informação sobre os agentes ou fatores;
10 de agosto, e pelo Regulamento (UE) n.º 286/2011, da
b) O estudo dos postos de trabalho para determinar as
Comissão, de 10 de março, sejam classificadas numa ou
condições reais de exposição, designadamente a natureza
mais das seguintes classes de perigo:
do trabalho, as características dos agentes ou fatores, os
i) Carcinogenicidade, categorias 1A, 1B ou 2; períodos de exposição e a interação com outros riscos;
ii) Toxicidade reprodutiva, categorias 1A, 1B, 2 ou com c) As recomendações dos organismos competentes no
efeitos sobre a lactação ou através dela; domínio da segurança e da saúde no trabalho.
Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 28 de janeiro de 2014 575
3 — A avaliação de riscos deve ser feita trimestralmente, de risco do património genético pode provocar as seguintes
bem como quando haja alteração das condições de traba- afeções:
lho suscetível de afetar a exposição dos trabalhadores,
a) Alterações do comportamento sexual;
os resultados da vigilância da saúde o justifiquem ou se
b) Redução da fertilidade, designadamente nos diversos
verifique desenvolvimento da investigação científica nesta
aspetos da espermatogénese e da ovogénese;
matéria.
c) Resultados adversos na atividade hormonal;
4 — A avaliação de riscos deve identificar os trabalha-
d) Modificações de outras funções que dependam da
dores expostos e aqueles que, sendo particularmente sen-
integridade do sistema reprodutor.
síveis, podem necessitar de medidas de proteção especial.
5 — Constitui contraordenação muito grave a violação
4 — Constitui contraordenação grave a violação do
do disposto nos números anteriores.
disposto nos números anteriores.
Artigo 43.º
Artigo 45.º
Deveres de informação específica
Resultado da vigilância da saúde
1 — Sem prejuízo das obrigações gerais em matéria de
1 — Em resultado da vigilância da saúde o médico do
informação e consulta, o empregador deve disponibilizar
trabalho:
informação atualizada aos trabalhadores e aos seus repre-
sentantes para a segurança e saúde no trabalho sobre: a) Informa o trabalhador do resultado;
b) Dá indicações sobre a eventual necessidade de con-
a) As substâncias e misturas perigosas, os equipamentos
tinuar a vigilância da saúde, mesmo depois de terminada
de trabalho e os materiais ou matérias-primas presentes
a exposição;
nos locais de trabalho que possam representar perigo de
c) Comunica ao empregador o resultado da vigilância
agressão ao património genético;
da saúde com interesse para a prevenção de riscos, sem
b) Os resultados da avaliação dos riscos;
prejuízo do sigilo profissional a que se encontra vinculado.
c) A identificação dos trabalhadores expostos.
2 — O empregador, tendo em conta o referido na alí-
2 — A informação referida no número anterior deve
nea c) do número anterior:
ser colocada à disposição do médico do trabalho ou da
entidade pública responsável pela vigilância da saúde dos a) Repete a avaliação dos riscos;
trabalhadores. b) Com base no parecer do médico do trabalho, adota
3 — O empregador deve transmitir a informação referida eventuais medidas individuais de proteção ou de preven-
nas alíneas a) e b) do n.º 1 aos trabalhadores independentes ção e atribui, se necessário, ao trabalhador em causa outra
e às empresas que, nas mesmas instalações, desenvolvam tarefa compatível em que não haja risco de exposição;
atividades em simultâneo com os seus trabalhadores, a c) Promove a vigilância prolongada da saúde do tra-
qualquer título. balhador;
4 — Constitui contraordenação grave a violação do d) Assegura a qualquer trabalhador que tenha estado
disposto neste artigo. exposto a agentes ou fatores de risco para o património
genético um exame de saúde incluindo, se necessário, a
Artigo 44.º realização de exames complementares.
Vigilância da saúde
3 — O trabalhador tem acesso, a seu pedido, ao registo
1 — Sem prejuízo das obrigações gerais em matéria de saúde que lhe diga respeito, podendo solicitar a revisão
de saúde no trabalho, o empregador deve assegurar a vi- desse resultado.
gilância adequada da saúde dos trabalhadores em relação 4 — Constitui contraordenação grave a violação do
aos quais o resultado da avaliação revele a existência de disposto nos números anteriores.
riscos para o património genético, através de exames de
saúde, devendo ser realizado um exame antes da primeira Artigo 46.º
exposição.
Registo, arquivo e conservação de documentos
2 — A vigilância da saúde referida no número anterior
deve permitir a aplicação dos conhecimentos de medicina 1 — Sem prejuízo das obrigações gerais do serviço de
do trabalho mais recentes, ser baseada nas condições ou segurança e de saúde no trabalho, em matéria de registos
circunstâncias em que cada trabalhador tenha sido ou possa de dados e conservação de documentos, o empregador deve
ser sujeito à exposição a agentes ou fatores de risco e in- organizar e conservar arquivos atualizados, nomeadamente
cluir, no mínimo, os seguintes procedimentos: por via eletrónica, sobre:
a) Registo da história clínica e profissional de cada a) Os critérios, procedimentos e resultados da avaliação
trabalhador; de riscos;
b) Entrevista pessoal com o trabalhador; b) A identificação dos trabalhadores expostos com a
c) Avaliação individual do seu estado de saúde; indicação da natureza e, se possível, do agente e do grau
d) Vigilância biológica sempre que necessária; de exposição a que cada trabalhador esteve sujeito;
e) Rastreio de efeitos precoces e reversíveis. c) Os resultados da vigilância da saúde de cada traba-
lhador com referência ao respetivo posto de trabalho ou
3 — Os exames de saúde são realizados com base no função;
conhecimento de que a exposição aos agentes ou fatores d) Os registos de acidentes ou incidentes;
576 Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 28 de janeiro de 2014
e) Identificação do médico responsável pela vigilância único sistema fechado, do qual os agentes só possam ser
da saúde. retirados na medida do necessário ao controlo do processo
ou à manutenção do sistema.
2 — Os registos a que se refere a alínea c) do número 3 — No caso referido no n.º 1, o empregador deve co-
anterior devem constar de ficha médica individual de cada municar previamente ao organismo competente para a
trabalhador, colocada sob a responsabilidade do médico promoção da segurança e saúde no trabalho do ministério
do trabalho. responsável pela área laboral as seguintes informações:
3 — Os registos e arquivos referidos nos números an- a) Agente e respetiva quantidade utilizada anualmente;
teriores são conservados durante, pelo menos, 40 anos b) Atividades, reações ou processos implicados;
após ter terminado a exposição dos trabalhadores a que c) Número de trabalhadores expostos;
digam respeito. d) Medidas técnicas e de organização tomadas para
4 — Se a empresa cessar a atividade, os registos e arqui- prevenir a exposição dos trabalhadores.
vos devem ser transferidos para o organismo competente
do membro do Governo responsável pela área laboral, com 4 — A comunicação prevista no número anterior deve
exceção das fichas clínicas, que devem ser enviadas para o ser realizada com 15 dias de antecedência, podendo, no
organismo competente do ministério responsável pela área caso da alínea b) do n.º 1, o prazo ser inferior desde que
da saúde, os quais asseguram a sua confidencialidade. devidamente fundamentado.
5 — Todos os tratamentos de dados pessoais referidos 5 — O organismo referido no n.º 3 dá conhecimento
no n.º 1 deverão respeitar a legislação disciplinadora da da informação recebida ao organismo competente do mi-
proteção de dados pessoais. nistério responsável pela área da saúde e ao serviço com
6 — Constitui contraordenação grave a violação do competências para o reconhecimento das doenças profis-
disposto nos números anteriores. sionais na área da segurança social e confirma a receção da
comunicação com as informações necessárias, indicando,
Artigo 47.º sendo caso disso, as medidas complementares de proteção
Orientações práticas dos trabalhadores que o empregador deve aplicar.
6 — O empregador deve facultar os documentos refe-
1 — (Revogado.) ridos nos números anteriores às entidades fiscalizadoras
2 — Os organismos competentes dos ministérios res- que os solicitem.
ponsáveis pelas áreas laboral e da saúde, ouvidos os parcei-
ros sociais representados na CPCS, podem elaborar guias
técnicos contendo orientações práticas sobre a prevenção CAPÍTULO VII
e proteção dos agentes e fatores suscetíveis de implicar
riscos para o património genético do trabalhador ou dos Atividades proibidas ou condicionadas a trabalhadoras
seus descendentes. grávidas, puérperas ou lactantes
Artigo 50.º
CAPÍTULO VI Remissão legal
Atividades proibidas ou condicionadas em geral Para efeitos do exercício dos direitos conferidos na
presente secção, consideram-se aplicáveis os conceitos
Artigo 48.º definidos no n.º 1 do artigo 36.º do Código do Trabalho.
Atividades proibidas ou condicionadas
São proibidas ou condicionadas aos trabalhadores as SECÇÃO I
atividades que envolvam a exposição aos agentes quí- Atividades proibidas a trabalhadora grávida e lactante
micos, físicos e biológicos ou outros fatores de natureza
psicossocial que possam causar efeitos genéticos heredi- Artigo 51.º
tários, efeitos prejudiciais não hereditários na progenitura
ou atentar contra as funções e capacidades reprodutoras Agentes físicos
masculinas ou femininas, suscetíveis de implicar riscos É proibida à trabalhadora grávida a realização de ativi-
para o património genético, referidos na presente lei ou dades em que esteja ou possa estar exposta aos seguintes
em legislação específica, conforme a indicação que constar agentes físicos:
dos mesmos.
a) Radiações ionizantes;
Artigo 49.º b) Atmosferas com sobrepressão elevada, nomeada-
mente câmaras hiperbáricas ou de mergulho submarino.
Utilização de agentes proibidos
1 — A utilização dos agentes proibidos só é permitida: Artigo 52.º
Agentes biológicos
a) Para fins exclusivos de investigação científica;
b) Em atividades destinadas à respetiva eliminação. É proibida à trabalhadora grávida a realização de qual-
quer atividade em que possa estar em contacto com vetores
2 — Na situação prevista no número anterior, a expo- de transmissão do toxoplasma e com o vírus da rubéola,
sição dos trabalhadores aos agentes em causa deve ser salvo se existirem provas de que a trabalhadora grávida
evitada, nomeadamente assegurando que a mesma decorra possui anticorpos ou imunidade a esses agentes e se en-
durante o tempo mínimo possível e que se realize num contra suficientemente protegida.
Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 28 de janeiro de 2014 577
irritantes (Xi) e qualificadas por uma ou mais das seguintes j) Realizadas em sistemas de drenagem de águas re-
advertências de risco: siduais;
l) Realizadas em pistas de aeroportos;
a) «R 12 — extremamente inflamável»;
m) Realizadas em atividades que decorram em clubes
b) «R 42 — pode causar sensibilização por inalação»;
c) «R 43 — pode causar sensibilização em contacto noturnos e similares;
com a pele». n) Cuja cadência seja condicionada por máquinas e a
retribuição determinada em função do resultado.
6 — São proibidas ao menor as atividades em que haja
risco de exposição a misturas que, a partir de 1 de junho 2 — São, ainda, proibidas a menor com idade inferior a
de 2015, sejam classificadas em conformidade com o Re- 16 anos as atividades que sejam realizadas em discotecas
gulamento (CE) n.º 1272/2008, do Parlamento Europeu e e similares.
do Conselho, de 16 de dezembro, relativo à classificação,
rotulagem e embalagem de substâncias e misturas numa Artigo 67.º
ou mais das seguintes classes de perigo: Exercício de atividades proibidas
a) Toxicidade aguda, categorias 1, 2 ou 3; Constitui contraordenação muito grave, imputável ao
b) Corrosão cutânea, categorias 1A, 1B ou 1C; empregador, o exercício por menor de qualquer das ativi-
c) Gás inflamável, categorias 1 ou 2; dades proibidas nos termos da presente secção.
d) Líquido inflamável, categoria 1;
e) Substância auto-reativa, tipo CD;
f) Explosivo, categoria «explosivo instável», ou divi- SECÇÃO II
sões 1.1, 1.2, 1.3 ou 1.5; Trabalho condicionado a menor com idade igual
g) Toxicidade para órgãos-alvo específicos (exposição ou superior a 16 anos
única), categoria 1;
h) Toxicidade para órgãos-alvo específicos (exposição Artigo 68.º
repetida), categorias 1 ou 2;
Atividades, processos e condições de trabalho condicionados
i) Sensibilização respiratória, categoria 1;
j) Sensibilização cutânea categoria 1; 1 — O menor com idade igual ou superior a 16 anos
l) Carcinogenicidade, categorias 1A, 1B ou 2; só pode realizar as atividades, processos e condições de
m) Mutagenicidade em células germinativas, catego- trabalho sujeitas a exposição dos agentes físicos, biológicos
rias 1A ou 1B; e químicos referidos na presente secção.
n) Toxicidade reprodutiva, categorias 1A ou 1B. 2 — Para efeitos do número anterior, para além do dis-
posto nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 72.º do Código
Artigo 65.º do Trabalho, o empregador deve avaliar a natureza, o grau e
Processos a duração da exposição do menor a atividades ou trabalhos
condicionados e tomar as medidas necessárias para evitar
São proibidas ao menor as atividades em que haja risco esse risco, dando desses factos conhecimento ao serviço
de exposição aos seguintes processos: com competência inspetiva das condições de segurança
a) Processo do ácido forte durante o fabrico do álcool e saúde no trabalho, nomeadamente por via eletrónica,
isopropílico; junto do balcão único eletrónico dos serviços, através de
b) Fabrico e manipulação de engenhos, artifícios ou comunicação em modelo aprovado por despacho do diri-
objetos que contenham explosivos. gente máximo do organismo com competência inspetiva
do ministério responsável pela área laboral.
Artigo 66.º 3 — Constitui contraordenação leve aplicável ao empre-
gador a não comunicação dos factos referidos no número
Condições de trabalho anterior e contraordenação grave, igualmente aplicável ao
1 — São proibidas ao menor as atividades cuja realiza- empregador, a violação do demais disposto nos números
ção esteja sujeita às seguintes condições de trabalho: anteriores.
a) Risco de desabamento; Artigo 69.º
b) Manipulação de aparelhos de produção, de armazena-
mento ou de utilização de gases comprimidos, liquefeitos Agentes físicos
ou dissolvidos; Podem ser realizadas por menor com idade igual ou
c) Utilização de cubas, tanques, reservatórios, garrafas superior a 16 anos, desde que o empregador cumpra o
ou botijas que contenham agentes químicos, substâncias disposto no n.º 2 do artigo anterior, as atividades em que
ou misturas referidos no artigo 64.º; haja risco de exposição aos seguintes agentes físicos:
d) Condução ou operação de veículos de transporte,
tratores, empilhadores e máquinas de terraplanagem; a) Radiações ultravioletas;
e) Libertação de poeiras de sílica livre, nomeadamente b) Níveis sonoros superiores a 85 dB (A), medidos
na projeção de jatos de areia; através do L (índice EP, d), nos termos do regime relativo
f) Vazamento de metais em fusão; à proteção dos trabalhadores contra os riscos devidos à
g) Operações de sopro de vidro; exposição ao ruído durante o trabalho;
h) Locais de criação ou conservação de animais ferozes c) Vibrações;
ou venenosos; d) Temperaturas inferiores a 0°C ou superiores a 42°C;
i) Realizadas no subsolo; e) Contacto com energia elétrica de média tensão.
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8 — À formação adequada referida nos números ante- 2 — O serviço externo pode compreender os seguintes
riores aplica-se o disposto no n.º 2 do artigo 77.º tipos:
9 — Os trabalhadores designados nos termos do n.º 2 a) Associativos — prestados por associações com per-
não podem ser prejudicados por se encontrarem no exer- sonalidade jurídica sem fins lucrativos, cujo fim estatu-
cício das atividades mencionadas. tário compreenda a atividade de prestação de serviços de
10 — O organismo com competência para a promoção segurança e saúde no trabalho;
da segurança e saúde no trabalho do ministério respon- b) Cooperativos — prestados por cooperativas cujo ob-
sável pela área laboral dispõe de 45 dias a contar da data jeto estatutário compreenda a atividade de prestação de
de entrada do requerimento para conceder a autorização serviços de segurança e saúde no trabalho;
referida no n.º 3, considerando-se a mesma, na ausência c) Privados — prestados por sociedades cujo objeto
de decisão expressa, tacitamente deferida. social compreenda a atividade de prestação de serviços de
11 — Constitui contraordenação muito grave o exercício segurança e de saúde no trabalho ou por pessoa singular
das atividades referidas nos n.os 1 e 2 sem autorização. que detenha as qualificações legalmente exigidas para o
exercício da atividade;
SECÇÃO III d) Convencionados — prestados por qualquer entidade
da administração pública central, regional ou local, insti-
Serviço comum tuto público ou instituição integrada no Serviço Nacional
de Saúde.
Artigo 82.º
Comunicação de serviço comum 3 — (Revogado.)
4 — O contrato entre o empregador e a entidade presta-
1 — O serviço comum é instituído por acordo entre dora de serviços externos é celebrado por escrito.
várias empresas ou estabelecimentos pertencentes a so-
ciedades que não se encontrem em relação de grupo nem SUBSECÇÃO II
sejam abrangidas pelo disposto no n.º 3 do artigo 78.º,
contemplando exclusivamente os trabalhadores por cuja Autorização de serviço externo
segurança e saúde aqueles são responsáveis.
2 — O acordo que institua o serviço comum deve ser Artigo 84.º
celebrado por escrito e comunicado ao organismo com Autorização
competência para a promoção da segurança e saúde no
trabalho do ministério responsável pela área laboral ou 1 — Os serviços previstos na alínea c) do n.º 1 do ar-
ao organismo competente do ministério responsável pela tigo 74.º, prestados por sociedades, associações, coopera-
tivas ou por pessoa singular, estão sujeitos a autorização.
área da saúde, consoante os casos, no prazo máximo de
2 — A autorização prevista no número anterior pode
10 dias após a sua celebração.
ser concedida para atividades de uma ou ambas as áreas
3 — A comunicação deve ser acompanhada, para além da segurança e da saúde, para todos ou alguns setores
do acordo referido no número anterior, de parecer fun- de atividade, bem como para determinadas atividades de
damentado dos representantes dos trabalhadores para a risco elevado.
segurança e saúde no trabalho ou, na sua falta, dos próprios 3 — A autorização compete:
trabalhadores e é apresentado, nomeadamente por via ele-
trónica, através do balcão único eletrónico dos serviços, a) Ao organismo competente para a promoção da segu-
de acordo com o modelo disponibilizado nas páginas ele- rança e saúde no trabalho do ministério responsável pela
trónicas dos organismos competentes. área laboral, no caso de exercício de atividade no domínio
4 — Está vedado ao serviço comum a prestação de da segurança;
serviços a outras empresas que não façam parte do acordo b) Ao organismo competente do ministério responsável
previsto no n.º 1. pela área da saúde, no caso de exercício de atividade no
5 — Constitui contraordenação muito grave aplicável a domínio da saúde.
cada empresa abrangida pelos serviços comuns a violação
do disposto no n.º 1 e contraordenação grave a violação 4 — À alteração da autorização, no que respeita a seto-
do disposto nos n.os 2 e 3. res de atividade e atividades de risco elevado, é aplicável
o disposto na presente subsecção.
5 — Não obstante a autonomia prevista no n.º 3, o orga-
SECÇÃO IV nismo com competência para instruir o procedimento deve
Serviço externo comunicar ao outro, mensalmente, os pedidos de autoriza-
ção para o exercício da atividade de serviço externo.
SUBSECÇÃO I
6 — Constitui contraordenação muito grave o exer-
cício da atividade por serviço externo sem autorização,
Disposições gerais nomeadamente para a área, o setor ou a atividade de risco
elevado em causa.
Artigo 83.º 7 — A responsabilidade contraordenacional referida no
Noção de serviço externo
número anterior recai sobre o empregador contratante e o
serviço externo contratado.
1 — Considera-se serviço externo aquele que é desen- 8 — Os serviços externos, contratados por empresa
volvido por entidade que, mediante contrato com o em- estabelecida noutro Estado membro do Espaço Económico
pregador, realiza atividades de segurança ou de saúde no Europeu, nos termos da legislação desse Estado membro,
trabalho, desde que não seja serviço comum. que preste serviços em território nacional ao abrigo do n.º 3
Diário da República, 1.ª série — N.º 19 — 28 de janeiro de 2014 585
do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, b) A natureza dos vínculos, assim como dos períodos
não carecem de autorização, ficando no entanto sujeitos normais de trabalho do pessoal técnico superior e técnico
às condições de exercício que lhe sejam aplicáveis durante de segurança do trabalho e dos tempos mensais de afetação
a presença em território nacional do empregador que os ao médico do trabalho e enfermeiro;
contratou, nomeadamente aos requisitos relativos a: c) A conformidade das instalações e dos equipamentos
a) Qualificações dos técnicos, constantes da lei que com as prescrições mínimas de segurança e de saúde no
regula o acesso e exercício da atividade de formação pro- trabalho para a atividade de escritório e serviços;
fissional de técnico superior de segurança do trabalho e d) Caso respeite à área da saúde, os requisitos mínimos
de técnico de segurança do trabalho; previstos para as unidades privadas de saúde;
b) Instalações, equipamentos e utensílios de avaliação e) A adequação dos equipamentos de trabalho às tarefas
das condições de segurança e saúde no trabalho, em confor- a desenvolver e ao número máximo de trabalhadores do
midade com as prescrições mínimas de segurança e de saúde requerente que, em simultâneo, deles possam necessitar;
nos locais de trabalho previstas em legislação especial; f) As características dos equipamentos e utensílios a
c) Às unidades de saúde, caso respeitem à área da saúde, utilizar na avaliação das condições de segurança e de saúde
nos termos de legislação especial; no trabalho;
d) Procedimentos no domínio da metrologia relativos g) Os procedimentos no domínio da metrologia rela-
aos equipamentos de avaliação das condições de segurança tivos aos equipamentos e utensílios referidos na alínea
e saúde no trabalho e utensílios, nos termos de legislação anterior.
especial.
4 — O manual de procedimentos é tomado em consi-
9 — O disposto no número anterior não prejudica o deração na apreciação da qualidade técnica dos mesmos.
reconhecimento mútuo de requisitos cumpridos no Estado 5 — São tidos por cumpridos os requisitos equivalentes
membro de origem, nomeadamente relativos a equipamen- ou que visem essencialmente a mesma finalidade a que o
tos e qualificações dos técnicos. requerente já tenha sido submetido, designadamente noutro
10 — O reconhecimento de qualificações de técnicos Estado membro do Espaço Económico Europeu.
provenientes de outros Estados membros segue os termos
prescritos na lei que regula o acesso e exercício da atividade Artigo 86.º
de formação profissional de técnico superior de segurança
do trabalho e de técnico de segurança do trabalho. Requerimento de autorização
1 — A autorização de serviço externo é requerida ao
Artigo 85.º organismo competente, nomeadamente por via eletrónica,
Requisitos da autorização em modelo próprio, aprovado por portaria dos membros do
Governo responsáveis pelas áreas laboral e da saúde.
1 — A autorização de serviço externo depende da ve- 2 — O requerente deve indicar:
rificação dos seguintes requisitos:
a) Que pretende exercer a atividade em ambas as áreas
a) Disponibilidade permanente de, no mínimo, um téc- da segurança e saúde ou apenas numa delas e qual, num
nico superior e um técnico de segurança no trabalho e ou em vários setores de atividade e, sendo caso disso, as
disponibilidade de um médico do trabalho, que exerçam atividades de risco elevado envolvidas;
as respetivas atividades de segurança ou de saúde; b) Tratando-se de pessoa singular, a sua identificação
b) Instalações adequadas e equipadas para o exercício através de nome, números de identificação fiscal e de
da atividade; bilhete de identidade ou número de identificação civil,
c) Equipamentos e utensílios de avaliação das condi- domicílio e estabelecimentos;
ções de segurança e saúde no trabalho e equipamentos c) Tratando-se de pessoa coletiva, a denominação, o
de proteção individual a utilizar pelo pessoal técnico do número de identificação de pessoa coletiva, o objeto, a
requerente; sede social e os estabelecimentos.
d) Qualidade técnica dos procedimentos, nomeadamente
para avaliação das condições de segurança e de saúde e 3 — O requerimento deve, ainda, ser acompanhado de:
planeamento das atividades;
e) Capacidade para o exercício das atividades previstas a) Cópia do ato constitutivo da sociedade, atualizado,
no n.º 1 do artigo 98.º, sem prejuízo do recurso a subcontra- com indicação da publicação no jornal oficial do Estado
tação apenas para a execução de outras tarefas de elevada membro, no Diário da República ou no sítio eletrónico do
complexidade ou pouco frequentes; Ministério da Justiça;
f) Garantias suficientes em relação às medidas de segu- b) Prova da abertura de atividade no serviço de finanças
rança técnica e de organização dos tratamentos de dados competente;
pessoais a efetuar. c) Identificação do pessoal técnico superior e técnico de
segurança no trabalho, médico do trabalho e do enfermeiro,
2 — Caso o requerimento de autorização abranja ati- conforme o domínio e, sendo caso disso, as atividades
vidades de risco elevado, os requisitos a que se refere o para que pretende autorização, bem como documentos
número anterior devem ter em conta a adequação a essas que provem as respetivas qualificações;
atividades. d) Cópia dos contratos celebrados com os técnicos e
3 — Constituem elementos de apreciação do requeri- técnicos superiores de segurança, com os médicos do tra-
mento de autorização:
balho e enfermeiros, quando reduzidos a escrito, indicando
a) O número de técnicos com as qualificações legal- o tempo mensal de afetação e o período da duração do
mente exigidas, tendo em conta as atividades dos domínios contrato e, no caso da atividade de medicina do trabalho,
de segurança e de saúde para que se pede autorização; o local da prestação;
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e) Indicação das atividades para as quais prevê o recurso 2 — Ao organismo competente do ministério respon-
a subcontratação; sável pela área da saúde cabe verificar:
f) Relação dos equipamentos de trabalho a utilizar na
sede e nos estabelecimentos; a) As instalações, incluindo as unidades móveis, tendo
g) Relação dos equipamentos e utensílios para avaliação em conta as condições de funcionamento no âmbito da
das condições de segurança e de saúde no trabalho, com saúde;
indicação das respetivas características técnicas, marcas, b) As condições de funcionamento do serviço na área da
modelos e números de série, a utilizar na sede e nos es- saúde no trabalho, nomeadamente quanto aos equipamen-
tabelecimentos; tos de trabalho e equipamentos para avaliar as condições
h) Relação dos equipamentos de proteção individual de saúde no trabalho;
a utilizar em tarefas ou atividades que comportem risco c) O manual de procedimentos, em particular, a arti-
específico para a segurança e saúde, com indicação das culação entre as áreas da segurança e da saúde, gestão da
respetivas marcas e modelos e, quando se justifique, dos informação clínica, transferência de informação em caso de
códigos de marcação; cessação de contrato, política de qualidade, subcontratação
i) Organograma funcional; e programas de promoção e vigilância da saúde.
j) Indicação do número de trabalhadores que pretende
abranger com os serviços em estabelecimentos industriais 3 — Cada um dos organismos competentes referidos nos
ou de outra natureza com risco elevado e nos restantes números anteriores, depois de verificada a conformidade
estabelecimentos. dos requisitos suscetíveis de apreciação documental e nos
60 dias posteriores à apresentação do requerimento:
4 — O requerimento de autorização deve, ainda, ser
a) Marca a data da vistoria;
acompanhado de elementos que provem a qualificação
b) Informa do facto o requerente e o outro organismo
dos recursos humanos, bem como a adequação dos equi-
pamentos e utensílios à atividade a prestar. de modo que tenham conhecimento do mesmo com a an-
5 — (Revogado.) tecedência mínima de 10 dias;
c) Notifica o requerente para pagamento de taxa refe-
Artigo 87.º rente à vistoria.
Procedimentos de autorização 4 — O organismo competente elabora o auto de vistoria
1 — O organismo competente decide o requerimento e comunica o resultado da mesma ao requerente e ao outro
após a apreciação dos requisitos, incluindo a realização de organismo referido nos números anteriores, no prazo de
vistoria ou vistorias, nos termos do artigo seguinte. 10 dias.
2 — Além do disposto no artigo anterior, o organismo 5 — O auto de vistoria deve conter informação sobre
competente pode ainda solicitar ao requerente a apresen- a conformidade entre o requerimento de autorização e
tação de elementos, esclarecimentos e informações suple- as condições verificadas, o cumprimento das prescrições
mentares que considere necessários à boa apreciação do técnicas legalmente estabelecidas, quaisquer condições
pedido, assim como proceder à verificação desses mesmos que se julgue necessário satisfazer e o prazo para a sua
elementos na sede ou estabelecimento do requerente, antes realização.
ou durante o momento da vistoria. 6 — Nos três dias seguintes ao decurso do prazo a que se
refere o número anterior, o requerente que tenha realizado
Artigo 88.º as condições impostas deve solicitar segunda vistoria ao
organismo competente, sendo aplicável, com as necessárias
Vistorias
adaptações, o disposto nos n.os 3 a 5.
1 — Ao organismo com competência para a promoção 7 — Determina o indeferimento do requerimento de
da segurança e saúde no trabalho do ministério responsável autorização:
pela área laboral cabe verificar:
a) A não realização das condições impostas nos termos
a) As condições de trabalho dos trabalhadores da enti- do n.º 5;
dade requerente; b) A falta de pedido de 2.ª vistoria no prazo estabelecido
b) As instalações tendo em conta as condições de fun- no n.º 6.
cionamento no âmbito da segurança;
c) As situações de subcontratação, nos termos da alí- Artigo 89.º
nea e) do n.º 1 do artigo 85.º;
d) O funcionamento dos serviços a prestar na área da Vistoria urgente
segurança no trabalho, nomeadamente quanto aos equipa- 1 — Na data de apresentação do requerimento, o reque-
mentos de trabalho a utilizar, aos utensílios e equipamentos rente pode solicitar, com o pedido de autorização, a reali-
de avaliação de riscos e de proteção individual; zação de vistoria urgente desde que apresente declaração
e) O manual de procedimentos no âmbito da gestão dos sob compromisso de honra em como todos os requisitos
serviços a prestar, incluindo o planeamento das atividades que a ela não estão sujeitos se encontram preenchidos.
a desenvolver, a articulação entre as áreas da segurança e 2 — No caso a que se refere o número anterior:
da saúde, os referenciais a utilizar no âmbito dos procedi-
mentos técnicos, entre os quais guias de procedimentos, a) É marcada vistoria, no prazo de 30 dias a contar
nomeadamente de organismos internacionais reconheci- da data da apresentação do requerimento e notificado o
dos, códigos de boas práticas e listas de verificação, com requerente para pagamento da respetiva taxa;
a respetiva referência aos diplomas e normas técnicas b) Estando preenchidos os requisitos verificados por
aplicáveis. vistoria previstos nas alíneas a) a c) do n.º 1 do artigo 85.º
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pela área laboral ou do organismo competente do minis- 3 — Quando, por motivos de indisponibilidade das pla-
tério responsável pela área da saúde, no que respeita às taformas eletrónicas, não for possível o cumprimento do
instalações, tendo em conta as condições de segurança e disposto no n.º 1, a transmissão da informação em causa
de saúde no trabalho; pode ser efetuada por outros meios previstos na lei, nome-
b) Do organismo competente do ministério responsá- adamente por telecópia, mensagem de correio eletrónico
vel pela área da saúde, no que respeita às condições de proveniente de endereço previamente comunicado por
funcionamento do serviço na área da saúde no trabalho, outro meio à autoridade competente ou correio registado
nomeadamente o efetivo de pessoal técnico, recurso a com aviso de receção.
subcontratação, equipamentos de trabalho na sede e nos
estabelecimentos e equipamentos para avaliar as condi- SECÇÃO V
ções de saúde, e procedimentos técnicos da promoção e
vigilância da saúde; Funcionamento do serviço de segurança
e de saúde no trabalho
c) Do organismo competente para promoção da segu-
rança e da saúde no trabalho do ministério responsável pela
Artigo 97.º
área laboral, em relação às condições de funcionamento
do serviço na área da segurança no trabalho, o efetivo de (Revogado.)
pessoal técnico, recurso a subcontratação, equipamentos Artigo 98.º
de trabalho na sede e nos estabelecimentos, equipamentos
para a avaliação das condições de segurança no trabalho e (Revogado.)
equipamentos de proteção individual. Artigo 99.º
(Revogado.)
3 — Os serviços referidos no número anterior podem
recorrer à contratação externa de serviços de técnicos es- SECÇÃO VI
pecializados, atendendo à complexidade ou especialização
técnica das tarefas a realizar. Serviço de segurança no trabalho
4 — No âmbito das auditorias, a qualidade dos servi-
ços pode ser avaliada através de visitas de controlo aos Artigo 100.º
locais de trabalho das empresas a quem são prestados os Atividades técnicas
serviços.
5 — Os serviços externos que exerçam atividade em 1 — As atividades técnicas de segurança no trabalho
território nacional nos termos do n.º 8 do artigo 84.º po- são exercidas por técnicos superiores ou técnicos de segu-
dem ser avaliados através de auditoria, nos termos do rança no trabalho, certificados pelo organismo competente
para a promoção da segurança e da saúde no trabalho do
n.º 4, por iniciativa dos organismos referidos no n.º 2, para
ministério competente para a área laboral, nos termos de
verificação do cumprimento dos requisitos de exercício legislação especial.
aplicáveis. 2 — Os profissionais referidos no número anterior exer-
cem as respetivas atividades com autonomia técnica.
Artigo 96.º 3 — (Revogado.)
Suspensão, revogação ou redução da autorização Artigo 101.º
1 — Tendo em consideração as alterações comunicadas Garantia mínima de funcionamento do serviço
nos termos do artigo 94.º ou verificadas através de audi- de segurança no trabalho
toria a falta de requisitos essenciais ao funcionamento do 1 — A atividade dos serviços de segurança deve ser as-
serviço externo ou ainda a verificação do não exercício das segurada regularmente no próprio estabelecimento durante
atividades previstas no artigo 98.º, o organismo competente o tempo necessário.
pode suspender, revogar ou reduzir a autorização no que 2 — A afetação dos técnicos superiores ou técnicos
respeita aos domínios da segurança e da saúde aos setores às atividades de segurança no trabalho, por empresa, é
de atividade ou às atividades de risco elevado. estabelecida nos seguintes termos:
2 — A suspensão decidida nos termos do número ante-
rior tem uma duração máxima de dois anos, sendo obriga- a) Em estabelecimento industrial — até 50 trabalha-
toriamente comunicada ao organismo do outro ministério dores, um técnico, e, acima de 50, dois técnicos, por cada
competente. 1500 trabalhadores abrangidos ou fração, sendo pelo me-
nos um deles técnico superior;
b) Nos restantes estabelecimentos — até 50 trabalhado-
Artigo 96.º-A
res, um técnico, e, acima de 50 trabalhadores, dois técnicos,
Balcão único e registos informáticos por cada 3000 trabalhadores abrangidos ou fração, sendo
pelo menos um deles técnico superior.
1 — Todas as comunicações e as notificações necessá-
rias à autorização e à alteração da autorização do serviço 3 — O organismo competente para a promoção da se-
externo e à dispensa de serviço interno, bem como o envio gurança e saúde no trabalho do ministério responsável pela
de documentos, de requerimentos ou de informações rela- área laboral pode determinar uma duração mais alargada
tivas a esses procedimentos, são realizadas por via eletró- da atividade dos serviços de segurança em estabelecimento
nica, através do balcão único eletrónico dos serviços. em que, independentemente do número de trabalhadores,
2 — Os registos que os serviços externos estão obriga- a natureza ou a gravidade dos riscos profissionais, bem
dos a manter ao abrigo da presente lei devem estar dispo- como os indicadores de sinistralidade, se justifique uma
níveis em suporte informático. ação mais eficaz.
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6 — A realização do exame de admissão prevista na 5 — Sempre que a repercussão do trabalho e das con-
alínea a) do n.º 3 pode ser dispensada nos seguintes casos: dições em que o mesmo é prestado se revelar nociva para
a saúde do trabalhador, o médico do trabalho deve comu-
a) Em que haja transferência da titularidade da relação nicar tal facto ao responsável pelo serviço de segurança
laboral, desde que o trabalhador se mantenha no mesmo e saúde no trabalho e, bem assim, se o estado de saúde o
posto de trabalho e não haja alterações substanciais nas justificar, solicitar o seu acompanhamento pelo médico
componentes materiais de trabalho que possam ter reper- assistente do centro de saúde ou outro médico indicado
cussão nociva na saúde do trabalhador; pelo trabalhador.
b) Em que o trabalhador seja contratado, por um período 6 — O modelo da ficha de aptidão é fixado por portaria
não superior a 45 dias, para um trabalho idêntico, esteja dos membros do Governo responsáveis pelas áreas laboral
exposto aos mesmos riscos e não seja conhecida qual- e da saúde.
quer inaptidão desde o último exame médico efetuado nos 7 — Constitui contraordenação grave a violação do
dois anos anteriores, devendo a ficha clínica desse mesmo disposto nos n.os 1, 2, 3 e 4.
exame ser do conhecimento do médico do trabalho.