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FORMAÇÃO PARA PREGADORES

ANUNCIA-ME

ROTEIROS DE PREGAÇÃO

Dercides Pires da Silva


Ely Donizete Zago
2

PRIMEIRO TEMA
ANUNCIAR A BOA-NOVA
I – INTRODUÇÃO
- Lc 4,18ss: "O espírito do senhor está sobre mim...; ele me consagrou com a unção e me en-
viou para anunciar aos pobres uma alegre mensagem!"
- A principal missão do pegador é ANUNCIAR a Boa-Nova, para isso precisa compreender
o que vem a se anunciar. Precisa também entender que o EVANGELHO DEVE SER O CONTE-
ÚDO do seu anúncio e que os DESTINATÁRIOS DA EVANGELIZAÇÃO SÃO OS FILHOS DE
DEUS. Deve ainda conhecer as CONDIÇÕES PARA SER UM ANUNCIADOR, a REALIZA-
ÇÃO DO QUERIGMA e saber que o EVANGELHO DEVE SER ANUNCIADO DE FORMA
DIRETA E PESSOAL.
II – DESENVOLVIMENTO
1. ANUNCIAR: CONCEITO
a) Anunciar é proclamar, pregar, e ministrar a palavra.
– “Proclamar” e “Anunciar a Boa-Nova” são freqüentemente sinônimos;
– “Proclamar” é uma palavra peculiar do NOVO TESTAMENTO que indica a ação de transmitir
o Evangelho;
– Anunciar para se fazer ouvir o Evangelho. Anunciar: proclamar com voz forte, gritar, como
Pedro no dia de pentecostes (At 2,14s).
b) Proclamação é a Obra do Arauto
– Arautos, na antigüidade eram mensageiros dos reis enviados para anunciar os editos reais.
√ Com voz forte (aos gritos, se fosse preciso) anunciavam nas praças, nas cidades, nas aldei-
as, as mensagens do rei.
√ Somos Arautos do Rei do Universo; devemos anunciar a Boa-Nova com voz forte.
2. O EVANGELHO: BOA-NOVA
– O Termo “Evangelho” vem da língua Grega (ευαγγελιον: euaggélion). Assumiu no cristia-
nismo o significado de boa notícia.
– Jesus Cristo é a Boa Notícia de Deus a este mundo (LC 2,11). Ele é a essência da boa notícia; é
a melhor notícia que a humanidade poderia ter.
– “A Boa-Nova de Deus aos Homens é a própria pessoa de Jesus. Ele é o Evangelho de Deus”
(Mc 1,11);
– A Boa-Nova não é uma teoria nem o ensinamento de uma verdade ou dogma; é a apresentação
de uma pessoa que está viva no momento presente.
– Portanto, anunciar a Boa-Nova é anunciar Jesus Cristo.
3. CONTEÚDO DO ANÚNCIO
a) O anúncio deve ter um conteúdo bem definido: JESUS.
– A pessoa de Jesus deve ser a primeira revelação a ser levada aos povos, pois é nesse nome que
está a salvação (Cf. At 4,12).

1
José H. Prado Flores, Ide e Pregai o Evangelho, p. 16.
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– O pregador não pode transmitir Jesus esfaceladamente, pela metade, em partes; mas deve a-
nunciar Jesus integralmente, completo, que se encarnou, morreu, ressuscitou e está glorificado à
direita de Deus Pai.
√ Jesus encarnado (Jo 1,14)
√ Jesus Morto (Fl 2,8)
√ Jesus Ressuscitado (Jo 20,18; At 2,32)
√ Jesus glorificado (At 2,32-33)
√ Jesus Salvador (Lc 2,29-30)
√ Jesus Messias (Lc 3,22)
√ Jesus Senhor (Mc 4,41)
b) Jesus é o núcleo, o centro do querigma.
√ Atos 2,22–33
√ Este primeiro anúncio do Evangelho é o querigma que suscita a fé, abre o coração, leva à
conversão e prepara adesão pessoal a Jesus Cristo (Cf CT, 19).
c) Não haverá nunca evangelização verdadeira se o nome, a doutrina, a vida, as promessas, o
Reino, o mistério de Jesus de Nazaré, filho de Deus, não forem anunciados (Cf. EN, 22).
4. CONDIÇÕES PARA SER ANUNCIADOR
a) Experiência de Salvação.
– É difícil anunciar o Evangelho sem antes experimentá-lo.
– Para anunciar a Jesus Cristo eficazmente é necessário primeiro experimentar o seu poder na
própria vida.
– Se o anunciador não tiver experiência de Salvação não terá autoridade para anunciar.
– A principal condição para bem realizar o anúncio é que ele, o anúncio, seja baseado numa ex-
periência de vida.
– “A experiência pessoal tornou-se uma condição essencial para a eficácia profunda da pregação,
somos até certo ponto, responsáveis pelo avanço do evangelho que nós proclamamos” (EN, 76).
b) Zelo pelo Evangelho
– Zelo pelo evangelho para que Cristo seja conhecido, amado e servido por todos os Homens.
– Zelo pelo Evangelho requer uma constante renovação do “primeiro amor” (Ap 2,3-4) que nos
leva a proclamar para todos o amor com que Deus nos amou (Cf. Jo 3,16).
– Faz parte do zelo, o cuidado para não disseminar confusão ao anunciar o evangelho. “pregar,
não as suas próprias pessoas ou as suas idéias pessoais, mas sim um Evangelho do qual nem eles
nem ela são senhores e proprietários absolutos” (EN, 15).
– “Exortamos, pois, (...) É preciso que o nosso zelo evangelizador brote de uma verdadeira santi-
dade de vida, alimentada pela oração e sobretudo pelo amor à eucaristia, e que, conforme o Concí-
lio no-lo sugere, a pregação, por sua vez, leve o pregador a crescer em santidade” (EN, 76).
c) Testemunho de Vida
– “Mais do que nunca, portanto, o testemunho da vida tornou-se uma condição essencial para a
eficácia profunda da pregação. Sob este ângulo, somos, até certo ponto, responsáveis pelo avanço
do Evangelho que nós proclamamos” (EN, 76).
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– A vida fala muito mais do que as palavras.


– Testemunho de vida autenticamente Cristão é o primeiro meio de Evangelizar.
– São Pedro exprimia isto muito bem quando evocava a singularidade de uma vida pura e respei-
tável para que aqueles que “não obedecem a palavra, venham a ser conquistados sem palavras,
pelo procedimento” (EN, 41).
5. DESTINATÁRIOS DA BOA-NOVA
a) Aqueles que nunca ouviram a Boa-Nova de Jesus.
– Os pagãos (RM, 27):
“E me empenhei por anunciar o Evangelho onde ainda não havia sido anunciado o nome de
Cristo, pois não queria edificar sobre fundamento lançado por outro. Fiz bem assim como está es-
crito: Vê-lo-ão aqueles aos quais ainda não tinha sido anunciado; conhecê-lo-ão aqueles que dele
ainda não tinham ouvido falar” (Rm 15,-2021).
b) Batizados não praticantes
– Este “primeiro anúncio está se tornando cada vez mais necessário para um grande número de
pessoas que receberam o batismo, mas vivem à margem de toda vida Cristã” (EN, 52).
– São aqueles que, apesar de terem uma tradição Cristã, perderam o sentido da fé e não se reco-
nhecem membros da Igreja, ficando distantes de Cristo e de sua palavra.
– Muitos católicos foram “sacramentalizados” sem terem sido suficientemente Evangelizados,
por isso hoje necessitam experimentar a salvação de Jesus.
c) Aos seguidores de Jesus
– Para manter-lhes acesa a chama do amor de Cristo.
– Mc 16,9-10: Maria Madalena, após experiência de Jesus ressuscitado, foi anunciar o fato aos
seguidores de Jesus, que estavam de luto e choravam.
– Diariamente os discípulos precisam proclamar como Tomé: “Meu senhor e meu Deus” (Jo
20,28).
– O querigma deve ser anunciado mais e mais vezes aos seguidores de Cristo para lhes firmar a
conversão e lhes aprofundar a fé.
6. PASSOS DO PRIMEIRO ANÚNCIO OU QUERIGMA.
a) Com voz forte, como um arauto, proclamar:
– AMOR DE DEUS: Deus ama você;
– PECADO DO HOMEM: Somos pecadores;
– SALVAÇÃO: Jesus é a Salvação (ele nos salva do pecado);
– FÉ E CONVERSÃO (“Crede no Evangelho e convertei-vos” Mc 1,15). É pela fé que aceita a
salvação de Jesus Cristo (Cf. Rm 10,10);
– Recebam o BATISMO NO ESPÍRITO SANTO (Em geral, nossos ouvintes já foram batizados,
logo, necessitam somente de aceitarem a graça do Batismo, que o dom do Espírito Santo se mani-
festará em suas vidas).2
– A vida em COMUNIDADE é um fruto pentecostal, pois é um dom do Espírito Santo.
√ Logo após os Apóstolos receberem o Espírito Santo começaram a viver em comunidade (At
2,42).

2
Apostila 1 do Módulo Básico, tema sobre o Batismo no Espírito Santo.
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b) Todos os temas do querigma podem ser desdobrados.


– O Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo é Querigmático.
7. REALIZAÇÃO DO QUERIGMA
– O que o Querigma Realiza?
√ Realiza todas as coisas que aconteceram no fim do colóquio de Jesus com os discípulos de
Emaús (Lc 24, 13-35).
• Primeiro: abrem-se os olhos (v.31); segundo: arde-se o coração no peito (v.32); terceiro:
corre-se para anunciar aos outros a mensagem que não se consegue conservar por mais tempo
e, por isso, se parte comunicando (v.33); quarto: encontra-se todos reunidos e a todos comuni-
ca-se a palavra (v.35).
√ Há uma eficácia transformadora nos ouvintes ao ouvirem a proclamação do querigma: ale-
gria, paz, experiência de salvação, vida nova.
8. MÉTODO ADEQUADO AO ANÚNCIO: DIRETO E PESSOAL
a) O ato de pregar
– O ato de pregar relaciona-se com o primeiro anúncio, com o conteúdo querigmático; o ato de
ensinar, com a catequese, com a formação.3
√ A pregação destina-se ao primeiro anúncio; o ensino, à continuidade.
√ A pregação desperta a fé, o ensino ensina a viver dela.
√ A pregação inebria do amor de Deus, o ensino faz viver desse amor.
b) Pregar é anunciar o querigma de forma direta.
– Ele é para agora.
– A Boa Notícia é transmitida agora, com sabedoria, para FRUTIFICAR AGORA: “Deus o ama
agora, como você é e está”.
– A graça de Cristo é para este momento e para sempre, porém começa “agora”, no momento da
pregação.
c) É preciso ter fé agora para aproveitar o momento da graça:
– “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua
casa e cearemos, eu com ele e ele comigo” (Ap 3,20).
√ Cristo está batendo à porta do coração do filho de Deus agora; cabe-lhe, mediante a fé, a-
brir-se ao Senhor que realiza a obra de restauração.
√ A fé vem mediante a pregação4, daí a importância da pregação e da missão dos pregadores.
III – PERORAÇÃO
– Irmãos, conforme vimos nesta pregação, o pregador é chamado e enviado para anunciar a Pala-
vra de Deus; sua missão é anunciar a Boa-Nova, é ser portador da boa notícia que nosso Senhor
Jesus Cristo trouxe a todos os homens. Terminamos de apresentar aqui o conteúdo que o pregador
deve anunciar: o Evangelho de Jesus Cristo de forma simples, direta e atual, abrangendo os seus
pontos querigmáticos: o amor de Deus, o pecado do homem, a salvação de Jesus, a fé e a conver-
são, o Batismo no Espírito Santo e a vida em comunidade. Recordemos, também, das condições
necessárias a um anúncio eficaz da Boa-Nova: Experiência de Salvação, zelo pelo Evangelho e
testemunho de Vida, a fim de atingirmos os destinatários do Evangelho, que são todas as pessoas,
3
Dercides Pires da SILVA, Formação de Pregadores e Formadores, Oratória Sacra, Roteirização, págs. 56 a 58.
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“Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da palavra de Cristo” (Rm 10,17).
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incluindo os batizados não praticantes e os seguidores de Jesus, pois o anúncio da Boa-Nova, feito
com base no querigma apresentado por Jesus e pelos Apóstolos, até hoje é meio de ajudar os filhos
de Deus a nascerem de novo, a terem vida, a recobrarem o vigor missionário exatamente como
ocorreu com os discípulos da vila de Emaús. Afinal, “aquele que foi evangelizado, por sua vez,
evangeliza (...). Não se pode conceber uma pessoa que tenha acolhido a palavra e se tenha entre-
gado ao Reino sem se tornar alguém que anuncia essa palavra” (EN, 24). Portanto, irmãos, convi-
damos a todos que se coloquem de pé, em atitude de prontidão para acolherem o chamado e o en-
vio de nosso Jesus Cristo, a fim de, também nós, nos tornarmos como ele, anunciadores da Boa-
Nova.
– Oremos.
– Amém. Muito obrigado. Deus os abençoe.
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SEGUNDO TEMA
ANUNCIAR A BOA-NOVA COM AMOR
I – INTRODUÇÃO
– Qual sentimento deve motivar um pregador a anunciar o Evangelho? É o Amor, vocês devem
estar pensando. Mas, que espécie de amor? Amor a quem? Em Jo 21,15-17 Jesus diz a Pedro quem
ele deve amar para ser pregador, e ele entendeu.
– Deus sempre fala por Amor, Jesus pregou por amor. E seus discípulos, como devem pregar?
– Falando em amor, quantos de nós temos conseguido amar? Alguém aqui teria enfrentado, ou
estaria enfrentado algum obstáculo ao Amor?
– Vejamos estas e outras questões a seguir.

II – DESENVOLVIMENTO
1. ANUNCIAR O EVANGELHO POR AMOR
a) Por que evangelizar com amor?
– Porque Deus enviou os profetas por amor.
– Porque Jesus anunciou o Reino de Deus por amor.
– Porque Deus enviou seu filho por amor:
 “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu filho único.” (João 3,16).
 A humanidade é muito querida por Deus Pai... com amor eterno te amei; (Jer 31,3).
 "Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estavam enfraquecidos e abatidos
como ovelhas sem pastor" (MT 9,36; 15,32).
 Jesus Amou o seu povo com o mesmo amor com que o Pai amava à ele. (Jo 17,23).
 Para provar sua entrega deu a prova máxima do amor: Sua Vida (Jo 15,13).
b) 1 Ts 2,1-8 – Paulo anunciava o Evangelho por amor.
– Por amor os apóstolos entregavam sua vida, tempo, bens materiais para proclamar o evan-
gelho a toda criatura.
c) Seremos julgados pelo amor (Mt 25,40.45).
– O evangelho do Amor não se pode anunciar senão por amor.
– “A obra do evangelizador supõe um amor fraternal, sempre crescente, para com aqueles a
quem se evangeliza” (EN, 79).
– “Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estavam enfraquecidos e abatidos
como ovelhas sem pastor” (Mt 9,36).
2. DEUS FALA POR AMOR.
a) “Deus é ágape, e quem permanece no ágape, permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4,16).
– Deus é amor, cristo é a sua manifestação visível e nós somos o Corpo de Cristo que projeta
esse amor no mundo.
– O anunciador deve entrar nesta economia do amor (Jo 13,34-35).
√ Deve amar todos os homens: os abandonados, os pecadores, os ricos, os pobres, os justos,
os injustos, para poder dar a eles a palavra da vida.
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√ Não se pode dar Jesus senão pelo amor, nunca através de censuras ou julgamentos, quase
desabando o mundo contra o povo.
– Experiências (testemunho): evangelizar encarcerados
√ "Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores" (Mt 9,13).
b) Jonas e os ninivitas
– Jonas não amava os ninivitas (Jn 4,10)
√ Jonas ficou visivelmente mais contente quando pôde gritar: “Mais quarenta dias e Nínive
será destruída!” do que quando teve que anunciar o perdão de Deus e a salvação de Nínive.
√ Deus teve que trabalhar mais para converter o pregador Jonas do que para converter os ha-
bitantes de Nínive.
– Pregação sem amor pode transformar as palavras em pedras:
√ Faltando o amor, o zelo se torna fel
√ É bom perguntar a Deus (e a si mesmo): “Amo estas pessoas como o Senhor os ama?”
√ Se a resposta for não, é preciso se converter, pedir a Jesus o seu amor junto com a sua pala-
vra.
c) Amor é uma questão de decisão, é um ato de vontade; é uma decisão concreta.
– Jo 21,15.
√ O apascentar, o pregar deve nascer da genuína amizade com Jesus.
√ Quem ama Jesus pode proclamá-lo ao mundo com íntima convicção.
3. OBSTÁCULOS AO ANÚNCIO COM AMOR (alguns)
a) Ativismo
– Se o demônio não pega pela omissão (preguiça), poderá nos pegar pelo excesso de atividades
boas (religiosas).
√ O ativista não tem tempo para a amizade com Jesus (oração pessoal).
b) A falta de pureza nas intenções
– O homem vê o exterior, Deus perscruta as intenções do coração (1Sm 16,7).
√ Uma ação vale para Deus, quanto vale a intenção com a qual é feita.
√ O Espírito Santo age menos na evangelização quando o pregador não é puro.
√ Deus não se faz cúmplice de mentira e não valoriza a vaidade.
c) Falta de humildade
– Não pregar a si mesmo: “De Fato, não nos pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Se-
nhor” (2Cor 4,5).
– Não buscar a glória pessoal: “Eu não busco a minha glória!” (Jo 8,50).
d) Amor-próprio (a si mesmo)
– Astúcias do Amor próprio:
√ Ostentação de vaidade:
“Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade” (Ecl 1,2).
√ “O ego quer ser vitorioso, admirado e amado”;
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√ Desejo de agradar aos outros para conseguir vantagens;


√ Desejo de tornar-se célebre (com muita fama);
√ Centralizar-se em si mesmo.
– Até o martírio realizado por amor-próprio não terá valor meritório (1Cor 13,3);
– O amor constrói, o conhecimento incha (1Cor 8,1);
– Amor-próprio poderá ser rebelião contra Deus
√ "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas sim aquele
que faz a vontade de meu pai que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não
pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos
muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: nunca vos conheci retirai-vos de mim, operários
maus! (Mt 7,21-23).

III – PERORAÇÃO
– Irmãos, depois de tanto amor de Deus, que “de tal modo (...) amou o mundo, que lhe deu seu
filho único” (João 3,16), o que mais poderíamos dizer, ou fazer? Diremos que em razão de Deus
ter enviado Jesus ao mundo por amor, também nós devemos evangelizar por amor. Não é impossí-
vel, outras pessoas já conseguiram, como santa Terezinha que dizia: "Minha Vocação é o amor,
minha escola é o amor", e Madre Tereza que falou: “Qualquer trabalho de amor leva a pessoa face
a face com Deus”.
– DEUS FALA POR AMOR porque deseja que seus filhos também falem por amor. Com certe-
za ele mesmo quer nos ajudar a vencer o ativismo, a falta de pureza de intenções, a falta de humil-
dade, o egoísmo e todos os demais OBSTÁCULOS AO ANÚNCIO DO EVANGELHO COM
AMOR, pois seu Filho Jesus “Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estavam
enfraquecidos e abatidos como ovelhas sem pastor” (Mt 9,36-38), e noutra ocasião questionou
Pedro: “(...) Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu
sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros” (Jo 21,15). Tudo isso só poderá
ser feito corretamente e com possibilidades de dar frutos duradouros se for com realizado com
amor.
– Para sermos capacitados a amar, fiquemos de pé e oremos.
– Amém. Muito obrigado. Deus os abençoe.
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TERCEIRO TEMA
ANUNCIAR COM SINAIS
I – INTRODUÇÃO
- Qual é a melhor pedagogia a ser usada na pregação? Sem dúvida é a “pedagogia dos si-
nais”. Um milagre dispensa milhões de palavras. Não é sem motivo que a Igreja nos ensina que “A
palavra permanece atual, especialmente quando é acompanhada da força divina” (EN, 42). Os pró-
prios Apóstolos de Jesus não renunciaram aos sinais em suas missões. Com efeito, diz a Palavra de
Deus que "Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e con-
firmava a sua palavra com os milagres que a acompanhavam" (Mc 16,20).
- O homem moderno está saturado de palavras e tem voltado sua atenção para a imagem,
conforme EN, 42. Neste caso é bom lembrar que um milagre é uma ótima imagem.
- Os sinais são demonstrações do poder de Deus que acompanham as pregações. Cabe ao
pregador abrir-se aos sinais para que ocorram quando Deus desejar. Estamos todos neste local sen-
do convidados a compreender e aceitar os milagres e prodígios como poderosos recursos a serem
utilizados na evangelização, a partir do conceito de sinais.

II – DESENVOLVIMENTO
1. CONCEITO DE SINAIS
– Sinal na pregação não é apenas milagre, é toda experiência sensível com Deus:
√ Jó 42, 5-6
√ 1Jo 1,1-3;
√ Paz, alegria e amor no coração após a palavra anunciada (sentimo-nos amados por Deus);
√ Sensação de bem-estar (fruto da unção da pregação);
√ Ardor missionário;
√ Sinais interiores: virtude (força interior para o bem);
√ A pregação nos anima, motiva, nos impulsiona, nos joga para frente;
√ A pregação traz a fé no nosso coração;
√ A pregação abre nossos olhos para enxergarmos o mistério do Reino;
√ Sensação de liberdade interior (Gl. 5,1);
√ Etc.
2. PREGAR COM O PODER DE DEUS
a) At 1,8: “Mas recebeis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós...”
b) A palavra “poder” vem do grego dynamis, e dela vem a palavra “dinamite”
– O Espírito Santo “explode-se” em sinais e prodígios quando o pregador lhe é dócil.
– Recebemos este “dynamis” para pregar o Evangelho com sinais e prodígios.
– Jesus deu aos seus discípulos este poder, e a todos que crêem nele.
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– A extraordinária manifestação do poder do alto que acompanhou a pregação de Paulo, demons-


tra que o poder manifestado na pregação não se baseia necessariamente nos brados ou nas qualida-
des de sugestão ou de oratória.
√ 1 Cor 2,1-5
√ Toda eficácia do Espírito acompanhou a pregação de Paulo em sua fraqueza humana.
√ “Pelo poder dos sinais e prodígios, pela força do Espírito Santo” (Rm 15,18-19) no ministé-
rio de Paulo, pagãos foram evangelizados.
√ 1Ts 1,5: “O nosso evangelho vos foi pregado não somente com palavra, mas também com
poder.”
c) Realizou sua missão através de sinais:
– Mt 15,30-31: Seu ministério causava admiração pelos sinais;
– Lc 5,17: O poder do Espírito Santo agia em toda ação evangelizadora de Jesus;
d) A pregação no poder do Espírito Santo é acompanhada com sinais.
– Sinais na bíblia quer dizer prodígios e milagres.
– Os prodígios e milagres provam a presença de Deus, portanto são sinais de que Deus está na-
quela pessoa, naquele local ou naquela situação.
3. OS SINAIS ACOMPANHAM O ANÚNCIO DO EVANGELHO
a) Mc 16,14-20: os sinais vão acompanhar a pregação do Evangelho.
b) Os apóstolos realizaram também sinais e milagres: (Lc 9,1-10).
– Eles cumpriram a palavra de Jesus, pregando a Boa-Nova e curando os enfermos.
c) Sinais fazem parte da evangelização:
– Pregação e sinais
– Palavra e sinais
d) Palavras e sinais estão intimamente unidos no plano de Deus (Cf. Dei Verbum, 2)
– Precisamos pregar para acontecer as maravilhas de Deus.
e) Pregar e Curar: aspectos inseparáveis da evangelização
– Somente anunciar a Palavra: os sinais cuidarão de si mesmos.
f) Os sinais não seguem o indivíduo, seguem o anúncio da palavra.
– O pregador prega a Palavra, o Senhor a confirma com sinais.
√ Não se deixe levar pelos que não acreditam em curas e milagres;
√ Curas e milagres são para o nosso tempo; o povo de hoje também sofre e Deus continua
amando.
√ Os milagres não se extinguiram, o que têm faltado são proclamações queriquimáticas feitas
no poder do Espírito Santo.
4. ABERTURA AOS SINAIS E PRODÍGIOS
a) Deus quer usar seus pregadores com poder
– Consagração para a missão: importante passo:
√ A consagração incentiva a abertura de coração, pois possibilita a confiança no poder de
Deus;
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√ IMPOTANTE: somos fracos, o poder é de Deus.


– A pregação sem sinais não faz parte do reino de Deus.
b) Orar por sinais e prodígios
– O Senhor vela sobre sua palavra para que se cumpra (Cf. Jr 1,12);
– É preciso dar espaço para Deus agir com toda espécie de sinais e prodígios;
– Se pregarmos e orarmos com fé, os sinais se realizarão;
– Unção vem quando se ora, quando se deseja sinceramente ser usado por Deus.
c) Obstáculos aos sinais:
– Incredulidade
√ Mc 6,1-6: Jesus não pode realizar sinais em Nazaré em razão da incredulidade do povo;
√ A incredulidade leva ao fechamento à ação do Espírito Santo.
– Dúvida;
– Falta de oração;
– Falta de Jejum;
– Mc 9,14-30.
d) A pedagogia dos sinais
– “Comovido com tantos sofrimentos, Cristo não apenas se deixa tocar pelos doentes, mas assu-
me suas misérias: ‘Ele levou nossas enfermidades e carregou nossas doenças’. Não curou todos os
enfermos. Suas curas eram sinais da vinda do Reino de Deus. Anunciavam uma cura mais radical:
a vitória sobre o pecado e a morte por sua Páscoa. Na cruz, Cristo tomou sobre si todo o peso do
mal e tirou o ‘pecado do mundo’ (Jo 1,29). A enfermidade não é mais do que uma conseqüência
do pecado. Por sua paixão e morte na cruz, Cristo deu um novo sentido ao sofrimento, que dora-
vante pode configurar-nos com Ele e unir-nos à sua paixão redentora” (Catecismo da Igreja Cató-
lica, 1505).
– “O Espírito Santo dá a algumas pessoas um carisma especial de cura para manifestar a força da
graça do ressuscitado. Todavia, mesmo as orações mais intensas não conseguem obter a cura de
todas as doenças. Por isso, São Paulo deve aprender do Senhor que ‘basta-te a minha graça, pois é
na fraqueza que minha força manifesta todo o seu poder’ (2Cor 12,9), e que os sofrimentos que
temos de suportar podem ter como sentido ‘completar na minha carne o que falta às tribulações de
Cristo por seu corpo, que é a Igreja (Cl 1,24)’” (Catecismo da Igreja Católica, 1508).

III – PERORAÇÃO
– Irmãos, cremos estar demonstrado que sinal na pregação são milagres e prodígios, juntamente
com toda manifestação sensível, vinda de Deus, que os ouvintes possam experimentar ou toda re-
velação perceptível, também de Deus, que as pessoas possam receber. O próprio Deus deseja a
ocorrência de sinais nas pregações, pois Jesus disse aos discípulos: “Mas recebeis o poder do Espí-
rito Santo que virá sobre vós...” (At 1,8).
– Indubitavelmente, os sinais podem e devem acompanhar a pregação do Evangelho, conforme
Mc 16,14-20. Pelos que vimos, a pregação sem sinais não faz parte do reino de Deus. Se os sinais
não acompanham as pregações, não é porque Deus não queira; poderá ser em razão de obstáculos
como a incredulidade, a dúvida, a falta de jejum e a falta de oração (Cf. Mc 9,14-30).
13

– Cabe aos pregadores compreender a pedagogia dos milagres e SE ABRIREM AOS SINAIS E
PRODÍGIOS, pois, não obstante as fraquezas humanas, Deus deseja usar seus pregadores com
poder.
– De pé, oremos, portanto, para que nossas pregações sejam acompanhadas por sinais e outros
prodígios.
– Amém. Muito obrigado. Deus os abençoe.
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QUARTO TEMA
ANUNCIAR COM TESTEMUNHO
I – INTRODUÇÃO'
At 4,20 “Não podemos nos calar sobre o que vimos e ouvimos.” O pregador é, antes de tu-
do, uma testemunha qualificada do que viu, ouviu e experimentou de Deus. Karl Rhaner chegou a
afirmar que “o cristão do futuro ou será um místico, ou seja, alguém que experienciou alguma coi-
sa, ou não será cristão”.5 O futuro mencionado por Rhaner é agora, é exatamente o tempo no qual
estamos vivendo. Apresentaremos nesta pregação o testemunho como eficaz meio de evangeliza-
ção. Demonstraremos que os Apóstolos, mais que pregadores, foram testemunhas, pois foi a eles
que o Senhor disse em primeiro lugar: “Sereis minhas testemunhas” (At 1,8). Por isso, quando
eram questionados pelas autoridades do Templo de Israel podiam responder com toda segurança:
“Não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido” (At 4,20). Veremos nesta pre-
gação o que venha a ser o testemunho cristão, assim como os seus passos, além de sua força e de
suas partes.

II – DESENVOLVIMENTO
1. CONCEITO
a) Testemunho é o ato de testemunhar. É uma declaração, um depoimento sobre algo que se viu e
ou ouviu. É demonstração definitiva, plena, com a qual se prova um fato. É também uma afir-
mação fundamentada.
b) Testemunhar é narrar o que se viu e ou ouviu.
- Com o testemunho afirma-se, comprova-se, publica-se, defende-se a verdade que você co-
nhece, a respeito de uma pessoa ou fato ocorrido.
c) Ser testemunha é ser prova pessoal de um acontecimento.
- Assim, pelo Espírito que recebemos, somos chamados a testemunhar em favor de Jesus
Cristo, em favor de sua pessoa, de sua doutrina, de sua revelação, de suas obras de suas palavras.
- Porque o pregador viu, conheceu e experimentou, dá provas; e torna-se testemunha de Je-
sus.
d) O Testemunho verdadeiro brota de uma profunda experiência pessoal com a pessoa de Jesus de
Nazaré. Quanto maior for a intimidade, maior será a força do testemunho.

2. SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS


a) Atos 1,8: “E sereis minhas testemunhas”.
b) Os testemunhos dos primeiros cristãos são chaves para o entendimento do Livro dos Atos dos
Apóstolos, e também para compreender a força da evangelização da Igreja Primitiva: At 1,8;
2,32.40; 3,15; 4,33; 5,32; 10,39-43; 13,31; 18,5; 20,24; 22,14-20; 23,11; 26,16.22; 28,23.
NÃO HÁ VERDADEIRO ANÚNCIO DA RESSURREIÇÃO DE JESUS SEM TESTEMUNHO.
c) Testemunho e anúncio são inseparáveis.
d) Quando escolheram o substituto de Judas, o critério principal que Pedro utilizou foi que o subs-
tituto (Matias) era testemunha da ressurreição de Jesus (At 1,21-22).

5
http://www.itf.org.br/index.php?pg=conteudo&revistaid=5&fasciculoid=98&sumarioid=1445, acessado em
17/9/2005.
15

- “Ser testemunha de Cristo é ser ‘Testemunha da sua ressurreição’” (Catecismo da Igreja


Católica, Nº 995).
e) O autor dos Atos, que tanto admirava o Apóstolo Paulo, fez questão de lembrar como o Espíri-
to Santo o impulsionava a testemunhar Jesus (At 23,11; 26,15-18).
f) Importância de ser testemunha.
- Papa Paulo VI, em Evangelli Nuntiandi, 41: “O homem contemporâneo escuta com melhor
boa vontade as testemunhas do que os mestres, dizíamos ainda recentemente a um grupo de leigos,
ou então se escuta os mestres, é porque eles são testemunhas.”
- Portanto, a Boa-Nova deve ser proclamada, em primeiro lugar, pelo testemunho.
- “Evangelizar é, antes de tudo, dar testemunho, de um modo simples e direto, de Deus reve-
lado por Jesus Cristo mediante o Espírito santo” (EN, 26).
- “E vistas bem as coisas, haveria uma outra forma melhor de transmitir o Evangelho, para
além da que consiste em comunicar a outrem a sua própria experiência de fé? Importaria, pois, que
a urgência de anunciar a Boa Nova às multidões de homens, nunca fizesse esquecer esta forma de
anúncio, pela qual a consciência pessoal de um homem é atingida, tocada por uma palavra real-
mente extraordinária que ele recebe de outro” (EN, 46).
g) “Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de
mim. Também vós dareis testemunho porque estais comigo desde o princípio” (Jo 15,26-27).
- Anunciar a Boa-Nova é vocação fundamental do cristão confiada por Jesus a seus discípu-
los; anunciar mediante o testemunho, é aceitar o meio eficaz escolhido pelo próprio Senhor.
- Há DOIS TIPOS DE ANUNCIO: o implícito e o explícito. O implícito é dar testemunho
de Jesus Cristo com a vida, sem falar diretamente o nome de Jesus. O explícito é anunciar clara-
mente o nome de Jesus, narrando aquilo que já experimentou da salvação de Jesus, bem como os
frutos da vida nova; da vida com Jesus. De qualquer forma, o testemunho nunca pode faltar.
- “Crer verdadeiramente no que anuncia, viver o que crê e pregar o que vive” ( Cf. EN, 76).

3. A FORÇA DO TESTEMUNHO
a) Força que uma testemunha pessoal tem num processo judicial: Prova é prova! Contra fato não
há argumentos.
– O Testemunho é uma grande força para convencer para confirmar.
– Força semelhante tem o favor de Jesus durante a evangelização.
b) UM testemunho arrasta, convence, anima e alimenta a fé. Quando o querigma é apresentado
não por “mestres e doutores”, mas por autênticas testemunhas, desafia os ouvintes a experi-
mentarem a graça de Deus, além de lhes abrirem à fé, para se entregarem a Jesus Salvador.
c) Em um testemunho manifesta-se não o que nós fizemos pelo Senhor, mas sim o que ele reali-
zou em nossas vidas.
d) Um exemplo maravilhoso de um testemunho evangelizador é o daquele homem que Jesus li-
bertou e a quem ensinou a dar testemunho: “Vai para casa, para junto dos teus e anuncia-lhes
tudo o que o Senhor fez ti, e como se compadeceu de ti” (Mc 5,19).

4. PARTES DO TESTEMUNHO
– Antes – durante – depois – motivação para Jesus
16

√ ANTES: Como a testemunha (pregador ou pregadora) era antes de encontrar Jesus, e como
estava necessitada de salvação. Aqui se sublinha a vida longe do senhor e como ele foi tecendo o
caminho para encontrar a testemunha (Jr 2,3-14).
√ DURANTE: O encontro pessoal com Jesus pela fé. Apresenta-se o que ocorreu e como a
testemunha aceitou a salvação de Jesus, centrando-se na misericórdia de Deus que tomou a inicia-
tiva para encontrá-la (pode ter sido diretamente ou por meio de pessoas, fatos ou circunstâncias).
√ DEPOIS: Depois de encontrar Jesus, o que mudou em sua vida, principalmente as coisas
que enumerou no “ANTES”, acima citado. A testemunha não se apresenta como perfeita, senão
como simples testemunhas nas quais Deus realizou sua obra salvífica. (II Cor 4,16)
√ MOTIVAÇÃO PARA JESUS: Conclui-se o testemunho motivando os ouvintes, explicita-
mente, a experimentarem a graça de Deus: “Se fez em mim e por mim, fará em ti e por ti”.

5. PASSOS PARA UM BOM TESTEMUNHO


a) As linhas mestras para um bom testemunho pessoal
√ Tenha a mesma atitude de Cristo: atitude de humildade e de serviço.
√ Prepare-se plenamente pela oração. Busque em Jesus a unção do Espírito Santo: unção de
sabedoria, de poder, de amor, de simplicidade, de humildade, de verdade...
b) Organize o seu pensamento na forma de anotações.
c) Que o seu testemunho tenha, nitidamente, princípio, meio e fim.
d) Guarde a simplicidade.
e) Seja natural.
f) Evite pormenores desnecessários que podem desviar a atenção da mensagem básica.
g) Esteja vigilante quanto à terminologia empregada na sua alocução.
h) Tenha cuidado para não atingir a reputação de alguém, revelando seus pecados ou falhas de
caráter.
i) Submeta previamente o seu testemunho a algum líder de equipe para melhor discernimento em
relação aos pontos mais sensíveis.
j) Lembre-se do ABC: Alegre, Breve e centrado em Cristo.
k) Peça intercessão a Nossa Senhora e conte com ela.
l) Seja ousado. Apresente publicamente Jesus diante do mundo; ele fará o mesmo por você diante
dos anjos de Deus (Cf. Lc 12,8).

6. O MELHOR TESTEMUNHO: o de cada um


– O melhor testemunho é o de cada um, isto é, é o seu; valorize-o.
– Um testemunho pode ser veículo de bênção para muitas pessoas.
– Uma boa forma de valorizar o testemunho é testemunhar em locais além daqueles relacionados
com as reuniões de oração, por neles haver muitas pessoas necessitadas de Jesus.
17

III – PERORAÇÃO
– Enfim, digamos que o anunciador é uma testemunha que apresenta um fato real: sua vida foi
transformada por Jesus Cristo. “Ele é uma testemunha da experiência de Deus e deve poder dizer
como os Apóstolos: ‘O que nós contemplamos, ou seja o Verbo da vida ( ... ) nós vo-l'O anuncia-
mos (1 Jo 1, 1-3)’” (RM, 91). Ele deve ser prova pessoal da salvação de Jesus em sua pessoa, nar-
rando o que “vê e ouve” do Senhor em seu coração e também por meio da Sagrada Escritura, bem
como o que experimenta da parte de Deus (Pai, Filho e Espírito Santo). O Testemunho verdadeiro
vem de uma profunda experiência pessoal com a pessoa de Jesus de Nazaré e é capaz de arrastar as
pessoas, pois lhes convence e anima, alimentando-lhes a fé. Didaticamente, o testemunho tem três
partes: antes da graça, durante o acontecimento da graça, depois da graça e a motivação para
Jesus (incentivar as pessoas a fazerem a própria experiência).
– O bom testemunho percorre os seguintes passos: orienta-se por um norte formado pela humil-
dade e o serviço, em genuíno esforço para imitar Nosso Senhor Jesus Cristo, além buscar a unção
do Espírito Santo por meio da oração. Em seguida deve:
√ Ser organizado;
√ Ter princípio, meio e fim;
√ Ser simples;
√ Ser natural;
√ Despido de pormenores desnecessários;
√ Não atingir a reputação de alguém;
√ Ser alegre, breve e centrado em Cristo;
√ Contar com a intercessão de Nossa Senhora;
√ Ser ousado.
– Afinal, o melhor testemunho é o seu, valorize-o, pois não há verdadeiro anúncio sem testemu-
nho. Anúncio e testemunho são inseparáveis. É por isso que Jesus diz aos pregadores: “E sereis
minhas testemunhas, e os exorta por meio da Igreja a “Crer verdadeiramente no que anuncia,
viver o que crê e pregar o que vive” (Cf. EN, 76).
– Oremos.
– Amém. Muito obrigado. Deus os abençoe.
18

QUINTO TEMA
ANUNCIAR COM A FORÇA DA PALAVRA DE DEUS
I – INTRODUÇÃO
“(...) não me envergonho do Evangelho, pois ele é uma força vinda de Deus para a salvação de
todo o que crê (...)” (Rm 1,16). O pregador é enviado por Jesus a pregar demonstrando o poder da
Palavra de Deus, mas antes deve ouvi-la, guardá-la e fazer-se fecundo a fim de que a boa semente
frutifique em salvação, para que a pregação não seja palavra desbotada e sem vida; é enviado a
pregar palavras que não passarão, como disse Jesus: “O céu e a terra passarão, mas as minhas pa-
lavras não passarão” (Mt 24,35); a proclamar palavras que não voltarão para o céu sem darem na
terra o seu fruto, como profetizou Isaías (Cf. Is 55,10-11).

II – DESENVOLVIMENTO
1. A FORÇA DA PALAVRA DE DEUS
a) Rm 1,16 - Força vinda de Deus.
– “A Palavra de Deus, que é força de Deus para salvação de todo crente, é apresentada e mani-
festada seu vigor de modo eminente nos escritos do Novo Testamento” (Catecismo da Igreja Cató-
lica, 124).
– “É tão grande o poder e a eficácia encerrados na Palavra de Deus, que ela constitui sustentácu-
lo e vigor para a Igreja, e, para seus filhos, firmeza da fé, alimento da alma, pura e perene fonte da
vida espiritual” (Catecismo da Igreja Católica, 131)
b) Hebreus 4,12.
– A palavra de Deus é viva
√ A palavra de Deus pregada pela voz do pregador manifesta o seu poder;
√ Por elas os mortos revivem: “Lázaro vem para fora” (Lc 11,43).
√ Para qualquer situação em que nos encontrarmos, Deus tem uma palavra oportuna e acerta-
da para nos trazer vida.
c) A palavra de Deus é eficaz.
√ É eficaz na criação das coisas (Gn 1-31);
√ É Eficaz no governo do mundo (Mt 8,26; Mt 14,26);
√ É eficaz ao agir (Lc 5,23-25; At 3,6-8);
√ Eficaz ao ser anunciada (Mc 16,20);
√ É um poder capaz de operar o que ela promete (Mc 16,15-20).
d) “A palavra de Deus é mais penetrante que uma espada de dois gumes” (Hb 4,12).
– Quando o Verbo (Jesus) fala, suas palavras traspassam o coração, como pregos profundamente
cravados, entram e penetram até o mais íntimo.
– A palavra é mais poderosa do que toda força e poder para abrir e penetrar.
– Ao ouvi-la proclamada, os ouvintes são compelidos a tomar uma decisão por Jesus.
e) É uma palavra vinda do próprio Deus, e destinada a agir nos fiéis, cf. 1Ts 2,13.
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– “Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra incessantemente seu alimento e sua força, pois nela
não acolhe somente uma palavra humana, mas o que ela é realmente: a Palavra de Deus” (Cate-
cismo da Igreja Católica, Nº 104).
– Está destinada a todos, em todos os tempos e lugares (Mc 16,15).
f) 2Tm 3,16-17: Inspirada por Deus
– Deus é o autor da Sagrada Escritura. “As coisas divinamente reveladas, que se encerram por
escrito e se manifestam na Sagrada Escritura, foram consignadas sob inspiração do Espírito Santo”
(Dei Verbum; 11 Catecismo da Igreja Católica, Nº 105).
– “As sagradas escrituras contém a palavra de Deus e porque são inspiradas, são realmente pala-
vra de Deus” (Dei Verbum, 24).
– Ela, por ter sido inspirada pelo próprio Espírito Santo, chega a nós pelos escritores sagrados
que falaram da parte da Palavra de Deus (Cf. 2Pd 1,20-21).
g) Lc 24,32: A palavra é para esquentar o coração.
– Jr 23,29: “Não se assemelha ao fogo minha palavra, qual martelo que fende a rocha?”
– Quando a palavra é pregada com poder, as pessoas sentem seus corações aquecidos como se
estivessem recebendo gotas de fogo (Lc 24,32).
– O senhor introduz sua palavra como fogo quando a pregamos (Cf. Jr 5,14).

2. OUVIR E GUARDAR A PALAVRA


a) Lc 5,1: O povo se comprimia ao redor de Jesus para OUVIR a palavra de Deus.
– Jesus é o grande evangelizador que o Pai enviou ao mundo. Ele anunciava a palavra de Deus.
– O povo ficava suspenso de admiração ouvindo Jesus (Cf. Lc 19,48).
– Era tamanha a atração da palavra divina sobre os ouvintes que, dia após dia, crescia o número
dos que se achegavam a ele. Até soldados perdiam a vontade de prendê-lo:
√ “Os fariseus ouviram esse murmúrio que circulava entre o povo a respeito de Jesus. Então, de
acordo com eles, os príncipes dos sacerdotes enviaram guardas para prendê-lo. Houve por isso
divisão entre o povo por causa dele. Alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lhe lançou as
mãos. Voltaram os guardas para junto dos príncipes dos sacerdotes e fariseus, que lhes pergunta-
ram: Por que não o trouxestes? Os guardas responderam: Jamais homem algum falou como este
homem!... Replicaram os fariseus: Porventura também vós fostes seduzidos?” (Jo 7,32.43-46).
– Guardar:
√ Mt 7,24
√ Jo 14,21
b) A palavra divina, capaz de salvar nossas almas, deve ser ouvida e cumprida (Tg 1, 21-22).
– O Espírito Santo é o mestre interior que faz o ouvinte compreender e guardar a palavra (Cf. Jo
14,26; 16,13).
c) Ler e ingerir a Palavra de Deus para anunciá-la: Ap 10,8-10; Ez 2,9–3,3
– Há uma diferença enorme entre um livro lido e um livro ingerido.
√ No primeiro caso, a palavra só consegue passar pelos olhos ou pelo cérebro do ANUNCIA-
DOR
20

√ No Segundo caso, quando o livro é ingerido, a palavra encarna-se no Anunciador, torna-se ele
a Palavra ambulante, viva e eficaz.
√ Para pregar com autoridade, o ANUNCIADOR precisa assimilar a palavra, isto é, comer o li-
vro, encher suas entranhas, acolher no interior a mensagem. Primeiro a Palavra deve impregnar o
pregador, alimentando-o; depois, deve ser levada aos famintos.
√ Primeiro, evangeliza-se a si mesmo para saber evangelizar aos outros.
√ Alimentado, pode-se ouvir de Deus o que ele disse a Ezequiel depois que este comeu o livro:
“Filho do homem, vai até a casa de Israel para lhe transmitir as minhas palavras” (Ez 3,4).

3. ANUNCIAR A PALAVRA DE DEUS.


a) Prega a Palavra de Deus:
– “A Boa-Nova proclamada pelo testemunho de vida deverá ser, pois, cedo ou tarde, proclamada
pela palavra de vida” (EN, 22).
b) Não anunciar a palavra PESSOAL, mas proclamar a Palavra DE Deus.
c) Consagrar-se ao anúncio da Palavra (2Tm 4,1-5)
– Pregar a palavra é anunciar o próprio Cristo.
– Tudo se deve fazer “para que a palavra de Deus se propague” (2Ts 3,1).
– “Ai de mim se não anunciar” (Cor 9,16).
– “De nossa pregação recebestes o Senhor Jesus” (Cl 2,6); “A ele é que anunciamos” (Cl 1,28).
d) Proclamar a palavra que suscita a fé em Deus
e) A Igreja exercer o papel de evangelizadora, é o melhor serviço que ela pode prestar ao irmão,
ao homem, à humanidade (Cf. Documento de Santo Domingo, discurso inaugural do Papa João
Paulo, Nº 16).
b) A fé vem de ouvir a palavra (Rm 10,17).
– A proclamação da palavra é o meio mais poderoso de transformar o mundo. É por isso que as
forças do mal tentam continuamente impedir a proclamação da palavra.
– A palavra de Deus se manifesta, se revela, mediante a pregação da mesma (Tt 1,3).
– A palavra de Deus não se deixa acorrentar, ela é livre para cumprir o que ela mesma diz (Cf.
2Tm 2,9).

4. FRUTOS DA PALAVRA
a) A salvação, o fruto mais precioso;
b) Experiência de salvação, outro fruto muito precioso;
c) Is 55,10-11: Como a chuva e a neve, a palavra de Deus fecunda o coração (terra), faz germinar
o que está no coração, levando-o ao cumprimento da vontade divina.
– A palavra, vinda DE Deus, a ele não volta sem ter realizado alguma ação eficaz no coração
humano.
d) Deus usa o pregador como instrumento
– O poder não está na voz de quem anuncia, mas na palavra anunciada, pois nela age o Espírito
de Deus.
21

– O anunciador se torna porta voz, embaixador de Cristo, profeta, isto é, aquele que fala em no-
me de Deus.
– Proferida pela boca do profeta, a palavra é a espada do Espírito Santo que atinge as profunde-
zas da alma.
e) Cumprimento da vontade divina
– Como o mensageiro enviado pelo rei a uma cidade não volta enquanto não executa a vontade
expressa pela corte, assim a palavra de Deus anunciada pelo profeta sempre cumprirá os planos
divinos.
– Vontade de Deus é que todos os homens se salvem (1Tm 2,4)
f) A Palavra em missão
– Um soldado enviado pelo seu país em missão deve lutar e vencer para ser condecorado; a pala-
vra anunciada sempre realizará sua missão: trazer vida em abundância para os filhos de Deus (Cf.
Jo 10,10).
– A palavra semeada nos corações produz a fé que capacita o ouvinte a aceitar a salvação de Je-
sus (Cf. 2Tm 3,15).
– A palavra de Deus trabalha no ouvinte com o poder de realizar um objetivo específico: gerar
salvação e vida nova.
√ “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e pelo sopro de sua boca todo o seu exército”
(Sl 32,6).
√ Quando Deus fala podemos esperar bons resultados. É necessário que o pregador permita
que Deus fale por meio dele.

III – PERORAÇÃO
– A palavra é viva e forte. Disse Jesus a Lázaro, que morto, normalmente não poderia ouvi-lo:
“Lázaro vem para fora”, e o morto reviveu e saiu do sepulcro. A Palavra de Deus é eficaz, sempre
produz o seu fruto, pois vem do próprio Deus.
– Quando o pregador torna-se profeta, isto é, quando anuncia exatamente o que Deus deseja, a
palavra semeada frutifica. Por isso deve ser ouvida, acolhida, guardada e praticada, principalmente
pelo pregador que, como o profeta Ezequiel, é convidado a alimentar-se dela para poder servir
alimento aos outros, alimento que frutificará em salvação por força da vontade de Deus. A missão
da Palavra é salvar a humanidade. Jesus mesmo se tornou Verbo (Palavra) para isso.
– Os homens estão famintos e sedentos da palavra de Deus, pois ela é fonte de vida: “Jesus res-
pondeu: Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de
Deus (Dt 8,3)” (Mt 4,4).
– “Virão dias - oráculo do Senhor Javé - em que enviarei fome sobre a terra, não uma fome de
pão, nem uma sede de água, mas (fome e sede) de ouvir a palavra do Senhor” (Am 8,11).
– Anunciemos, portanto, COM A FORÇA DA PALAVRA DE DEUS. Antes, porém, OREMOS
e vivamos a Santa Palavra.
22

SEXTO TEMA
ANUNCIAR COM CORAGEM

I – INTRODUÇÃO
– O Papa João Paulo II na Polônia: “Não tenhais medo”.
– A coragem no anúncio (exemplos bíblicos).
– O que vem a ser CORAGEM? Que espécie de coragem o pregador deve possuir? Seria a parre-
sia? Mas o que é parresia? A coragem demonstrada durante o anúncio do Evangelho ajuda os
ouvintes a acreditarem em Jesus. O Senhor demonstrou muita coragem durante as pregações.
Igualmente os irmãos do Livro dos Macabeus, João Batista, Estevão, os Apóstolos, São Poli-
carpo e muitos outros. Quais seriam os requisitos para anunciar a Palavra de Deus com cora-
gem?

II – DESENVOLVIMENTO
1. CORAGEM
a) Conceito
- Parresia6
b) Exemplos
- Na vida civil (Marechal Floriano e o soldado da zabumba)
c) Testemunho
2. A CORAGEM NO ANÚNCIO DO EVANGELHO
a) Necessidade
b) Efeitos
- Ajuda os ouvintes acreditarem no anúncio
- O anúncio não pára
- Desperta a confiança do povo
= Moisés
= Os Apóstolos
- Ajuda o povo a seguir Jesus
- Desperta nos outros a coragem e a vontade de anunciar
3. EXEMPLOS BÍBLICOS DE CORAGEM
- Jesus
- Os sete irmãos (Livro de Macabeus)
- João Batista
- Jesus
- Estevão
6
“(...) parresia, que significa falar com coragem e desembaraço; (...)” (Redemptoris Missio,
45). Parresia pode significar também entusiasmo e vigor (At 2,29; 4.13.29.31; 9,27.28;
13,46; 14,3; 18,26; 19.8.26; 28,31).
23

- Os Apóstolos
- São Policarpo
- Muitos (inúmeros) cristãos
4. REQUISITOS PARA ANUNCIAR COM CORAGEM
a) Fé
- Caminhar como se visse o invisível [Hb 11,1-40(39b)]
- Confiança em Jesus ressuscitado
= Os Apóstolos viram Jesus ressuscitado, por isso não temiam nada, nem a morte
= Paulo experimentou (os efeitos) da ressurreição de Jesus, por isso foi muito corajoso
(At 9,3-8; Fl 3,1-11(10); Ef 1,17-23)
b) Amor
- Jo 21,15-17
- 1Cor 13
c) Unção do Espírito Santo
- Lc 24,49
- At 1,8
- At 2,1-14 (Pedro pôs-se de pé e falou com voz forte)
= Embriargar-se com Espírito Santo (Ef 5,18)
- At 3,1-6 (Aleijado curado, povo se ajunta, Pedro anuncia e responsabiliza o povo pela
morte de Jesus, o desculpa (ignorantes), o exorta ao arrependimento - pecadores)
- At 4,1-22 (ungidos não pararam ante ameaças e prisões)
- Redemptoris Missio, 87
d) Oração
- At 4,23-31
- Ef 6,19
e) Ardor missionário
- Ajuda a manter a parresía
= “O anúncio é animado pela fé, que gera entusiasmo e ardor no missionário. Como
ficou dito, os Atos dos Apóstolos definem uma tal atitude com a palavra parresía, que sig-
nifica falar com coragem e desembaraço; o mesmo termo aparece em S. Paulo: ‘No nosso
Deus, encontramos coragem para vos anunciar o Evangelho, no meio de muitos obstáculos’
(1 Tes 2, 2). ‘Rezai também por mim, para que, quando abrir a boca, me seja dado anunciar
corajosamente o Mistério do Evangelho, do qual, mesmo com as algemas, sou embaixador,
e para que tenha a audácia de falar dele como convém’ (Ef 6, 19-20)” (Redemptoris Missio,
45).

III – PERORAÇÃO
- Como vimos nesta pregação, irmãos, CORAGEM é vencer o medo e a coragem que se
espera do pregador se chama parresia que significa falar com coragem, com desembaraço e com
entusiasmo e vigor. A coragem é necessária ao anunciar o Evangelho para ajudar os ouvintes a
24

crerem em Nosso Senhor Jesus Cristo. Temos inúmeros exemplos bíblicos de coragem. Igualmen-
te os temos na história da Igreja. Agora chegou a nossa vez de anunciar Jesus com destemor e de-
sassombro, isto é, com força, com vigor, com coragem, mediante a fé, o amor, a oração, a unção
do Espírito Santo e o ardor missionário, afinal, aquele a quem seguimos nos diz: “Coragem eu
Venci o Mundo” (Jesus Cristo, Jo 16,33).
- FIQUEMOS EM PÉ PARA ORARMOS E RECEBERMOS O DOM DA CORAGEM
(PARRESIA).
- OREMOS
- Amém. Muito obrigado. Deus os abençoe.

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