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Preste Atençao a
PROFECIA DE
dp-T
DANIEL!
PROFECIA DE DANIEL
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Preste Atençao a
PROFECIA DE
dp-T
DANIEL!
Preste Atenção à
PROFECIA DE
DANIEL!
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Creditos das fotos: ˇ Paginas 20-2: fundo: do livro The Coloured Ornament of All Historical
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Styles ˇ Paginas 20-1: todas as imagens: fotos tiradas por cortesia do British Museum
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ˇ Pagina 22: a esquerda: Copyright do British Museum; a direita: foto tirada por cortesia do
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British Museum ˇ Pagina 66: Musee du Louvre, Paris ˇ Pagina 70: no meio, a esquerda:
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Copyright do British Museum; embaixo, a esquerda: reproduçao de Allgemeine Geschichte in
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Einzeldarstellungen-Drittes Buch: Geschichte Babyloniens und Assyriens, 1885 ˇ Pagina 128:
The Conquerors, de Pierre Fritel: do livro The Library of Historic Characters and Famous Events,
´ ´
Vol. III, 1895 ˇ Pagina 151: Charles & Josette Lenars/Corbis ˇ Pagina 153: Musei Capitolini,
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Roma ˇ Pagina 154: Culver Pictures ˇ Pagina 158: The Walters Art Gallery, Baltimore
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ˇ Pagina 162: ambas as imagens: Copyright do British Museum ˇ Pagina 174: George
Washington: quadro de Gilbert Stuart/Dictionary of American Portraits/Dover; Woodrow
Wilson: cortesia da New York Historical Society/Dictionary of American Portraits/Dover;
David Lloyd-George: Archive Photos; Winston Churchill: The Trustees of the Imperial War
´
Museum (MH 26392); Franklin D. Roosevelt: Franklin D. Roosevelt Library ˇ Pagina 197:
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Soprintendenza Archeologica di Ostia ˇ Pagina 215: Copyright do British Museum
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ˇ Pagina 216: Alinari/Art Resource, NY ˇ Pagina 217: no alto, a esquerda: Erich Lessing/Art
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Resource, NY; no alto, a direita: foto do Israel Museum/David Harris, 5Israel Antiquities
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Authority; embaixo, a direita: Copyright do British Museum ˇ Pagina 218: Copyright do
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British Museum ˇ Pagina 228: Ptolomeu II, Antıoco III e Ptolomeu VI: Copyright do British
Museum; Idfu, Egito: A. Bolesta/H. Armstrong Roberts; Seleuco I: Per gentile concessione della
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Soprintendenza archeologica delle Province di Napoli e Caserta ˇ Pagina 230: no centro, a
direita: detalhe de Giovanni Battista Tiepolo, Queen Zenobia Addressing Her Soldiers, Samuel
H. Kress Collection, Photograph 5 Board of Trustees, National Gallery of Art, Washington
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ˇ Pagina 233: Museo della Civilta Romana, Roma ˇ Pagina 234: foto tirada por cortesia
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do British Museum ˇ Pagina 245: Napoleao: Giraudon/Art Resource, NY ˇ Pagina 246:
Aureliano: cortesia do Classical Numismatic Group, Inc.; navio: The Complete Encyclopedia of
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Illustration/J. G. Heck; Carlos Magno: Musee du Louvre, Paris; Augusto: Museo della Civilta
´
Romana, Roma ˇ Pagina 253: Giovanni Battista Tiepolo, Queen Zenobia Addressing Her
Soldiers, Samuel H. Kress Collection, Photograph 5 Board of Trustees, National Gallery of Art,
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Washington ˇ Pagina 254: do livro Great Men and Famous Women ˇ Pagina 257: Franklin
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D. Roosevelt Library ˇ Pagina 258: no alto, a esquerda, no centro a esquerda, a segunda no
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alto, a direita e embaixo, a direita: do livro The War of the Nations ˇ Pagina 263: avioes, no
fundo: foto da USAF; bandeira nazista: Bundesarchiv Koblenz; Pearl Harbor: foto do U.S. Army
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ˇ Pagina 268: no alto, a esquerda: do livro The War of the Nations; no centro, a direita:
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Corbis-Bettmann ˇ Pagina 271: no alto, a esquerda: desfile militar russo (2): Laski/Sipa Press
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ˇ Pagina 273: Zoran/Sipa Press
5 1999
Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
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Associaçao Torre de Vigia de Bıblias e Tratados
Todos os direitos reservados
˜ `
Preste Atençao a Profecia de Daniel!
EDITORAS
Watchtower Bible and Tract Society of New York, Inc.
Brooklyn, New York, U.S.A.
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Associaçao Torre de Vigia de Bıblias e Tratados
´
Rodovia SP-141, km 43, Cesario Lange, SP, 18285-901, Brasil
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Ediçao de 2012
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Esta publicaçao nao e vendida. Ela faz parte de uma obra
´
educativa bıblica, mundial, mantida por donativos.
˜ ´ ˜
A menos que haja outra indicaçao, os textos bıblicos citados sao da
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Traduçao do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referencias.
Pay Attention to Daniel’s Prophecy!
Portuguese (Brazilian Edition) (dp-T)
ISBN 85-7392-057-2
Made in Brazil Impresso no Brasil
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INDICE
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CAPITULO PAGINA
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1 O livro de Daniel e voce 4
2 O livro de Daniel em julgamento 12
´ ´
3 Provados, mas fieis a Jeova! 30
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4 A ascensao e a queda duma enorme estatua 46
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5 Sua fe sobreviveu ao crisol 68
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6 Esclarecimento do misterio da grande arvore 82
7 Quatro palavras que mudaram o mundo 98
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8 Salvo da boca dos leoes! 114
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9 Quem governara o mundo? 128
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10 Quem pode manter-se de pe contra
´ ´
o Prıncipe dos prıncipes? 164
11 Revelado o tempo da vinda do Messias 180
12 Fortalecido por um mensageiro de Deus 198
13 Dois reis em conflito 210
14 Os dois reis mudam de identidade 230
´
15 Os reis rivais chegam ao seculo 20 256
16 Os reis em conflito chegam ao seu fim 270
˜
17 Identificaçao dos verdadeiros adoradores
no tempo do fim 286
´
18 Jeova promete a Daniel uma recompensa maravilhosa 306
´
C APITULO UM
O LIVRO DE D
ˆ ANIEL
E VOCE
´
UM REI poderoso ameaça executar seus sabios, porque
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nao conseguem revelar-lhe, nem interpretar, o sonho
´ ˆ
enigmatico que teve. Tres jovens, que se negam a adorar
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uma enorme imagem, sao lançados numa fornalha supe-
˜
raquecida, mas sobrevivem. Em meio a uma celebraçao
˜
festiva, centenas de pessoas observam uma mao escrever
´
palavras misteriosas numa parede do palacio. Conspirado-
res maus fazem com que um homem idoso seja lançado
˜ ´ ˜
numa cova de leoes, mas ele sai de la sem um arranhao.
˜
Um profeta de Deus nota numa visao quatro animais, e o
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significado deles estende-se a milenios no futuro.
˜
2 Esses sao apenas alguns dos relatos encontrados no li-
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vro bıblico de Daniel. Sera que merecem seria considera-
˜ ˜ ´
çao? Que relaçao poderia ter esse livro antiquıssimo com
´
os nossos dias? Por que deverıamos preocupar-nos com
´
acontecimentos que ocorreram ha uns 2.600 anos?
DANIEL — UM LIVRO ANTIGO
PARA OS TEMPOS MODERNOS
3 Grande parte do livro de Daniel trata do tema do go-
´ ˜ ´
verno mundial, assunto que hoje e de preocupaçao ma-
˜
xima. Quase todos concordarao que vivemos em tempos
´ ´
difıceis. Diariamente, as notıcias nos bombardeiam com
´
lembretes sombrios de que a sociedade humana esta
˜ ˜
1, 2. (a) Quais sao algumas das situaçoes incomuns apresentadas no
´
livro bıblico de Daniel? (b) Nos nossos tempos modernos, que per-
guntas surgem com respeito ao livro de Daniel?
´ ´
3, 4. Por que e justificavel que muitas pessoas se preocupem com o
futuro da humanidade?
˜ `
6 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
O QUE DISCERNIU?
´
˙ Por que e o livro de Daniel para os tempos
modernos?
˙ Como chegaram Daniel e seus companheiros a
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entrar no serviço governamental de Babilonia?
˙ Qual era a tarefa especial de Daniel em
ˆ
Babilonia?
˜ `
˙ Por que devemos prestar atençao a profecia de
Daniel?
´
C APITULO DOIS
O LIVRO DE DANIEL
EM JULGAMENTO
ˆ
IMAGINE que voce esteja num tribunal, presenciando um
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importante julgamento. Um homem e acusado de fraude.
´
O promotor insiste em que o homem e culpado. No entanto,
´ ˜ ´
o acusado ja por muito tempo tem a reputaçao de ser ıntegro.
˜ ˆ ˆ
Nao estaria voce interessado em ouvir a evidencia apresenta-
da pela defesa?
2 Voceˆ esta´ numa situaçao ˜
similar quando se trata do li-
´
vro bıblico de Daniel. Seu escritor era um homem famoso
pela sua integridade. O livro que leva seu nome tem gozado
de alta estima por milhares de anos. Apresenta-se como His-
´ ˆ
toria autentica, escrita por Daniel, profeta hebreu que viveu
´ ´ ´
durante o setimo e o sexto seculo AEC. A cronologia bıblica
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exata mostra que seu livro abrange o perıodo desde cerca de
´ ´
618 ate 536 AEC, e que estava terminado nesta ultima data.
´ ˜ ´
Mas o livro e alvo de acusaçoes. Algumas enciclopedias e
ˆ ˜
outras obras de referencia dao a entender ou afirmam dire-
´
tamente que ele e uma fraude.
3 Por exemplo, The New Encyclopædia Britannica admite
(Embaixo)
Cilindro de templo
ˆ
babilonico, que
menciona o
Rei Nabonido e seu
filho Belsazar
˜ ´ ˆ
(Em cima) Esta inscriçao contem a jactancia
de Nabucodonosor a respeito dos seus
˜
projetos de construçao
´
envolver mais o seu povo em praticas nacionalistas e religio-
sas. De forma similar, Daniel registra a atitude jactanciosa de
Nabucodonosor referente ´ aos seus muitos projetos de cons-
˜ ´
truçao. (Daniel 4:30) E so nos tempos modernos que os
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arqueologos tem confirmado que Nabucodonosor, de fato,
´ ˜ ˆ
foi responsavel por muitas das construçoes feitas em Babilo-
` ˆ
nia. Quanto a jactancia — ora, o homem mandou que seu
´ ´
nome fosse estampado nos proprios tijolos! Os crıticos de
˜
Daniel nao conseguem explicar como seu suposto falsifica-
´
dor da epoca dos macabeus (167-163 AEC) podia ter sabido
˜ ´
de tais projetos de construçao — uns quatro seculos depois
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destes e muito antes de os arqueologos os terem trazido a luz.
18 O livro de Daniel revela tambem ´ ´
algumas diferenças ba-
18. Como mostra ser exato o relato de Daniel a respeito das formas
˜ ´ ˆ ´
diferentes de puniçao sob o domınio babilonico e sob o domınio
persa?
O livro de Daniel em julgamento 21
ˆ
Segundo a Cronica
de Nabonido,
´
o exercito de Ciro
entrou em
ˆ
Babilonia
sem luta
ˆ
sicas entre a lei babilonica e a medo-persa. Por exemplo, sob
ˆ ˆ
a lei babilonica, os tres companheiros de Daniel foram lan-
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çados numa fornalha ardente por se recusarem a obedecer a
´
ordem do rei. Decadas mais tarde, Daniel foi lançado numa
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cova de leoes por se negar a obedecer a uma lei persa, que
ˆ ˆ
violava a sua consciencia. (Daniel 3:6; 6:7-9) Alguns tem ten-
tado rejeitar o relato da fornalha ardente afirmando ser uma
´ ´
lenda, mas arqueologos encontraram ate uma carta da anti-
ˆ
ga Babilonia que menciona especificamente essa forma de
˜ ´
puniçao. Para os medos e para os persas, porem, o fogo era
sagrado. De modo que recorriam a outras formas horrendas
˜ ˜ ˜ ´
de puniçao. Por isso, a cova dos leoes nao e surpresa.
19 Surge outro contraste. Daniel mostra que Nabucodono-
` ˜
sor podia criar e mudar leis a vontade. Dario nao podia fazer
´ ˆ
19. Que contraste entre os sistemas jurıdicos babilonico e medo-per-
sa se torna claro no livro de Daniel?
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22 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
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(A direita) O “Relato
Versificado de Nabonido”
conta que Nabonido
confiou o governo ao
ˆ
seu primogenito
` ˆ
(A esquerda) Registro babilonico
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da invasao de Juda por
Nabucodonosor
nada para mudar ‘as leis dos medos e dos persas’ — nem mes-
mo as decretadas por ele! (Daniel 2:5, 6, 24, 46-49; 3:10, 11,
29; 6:12-16) O historiador John C. Whitcomb escreve: “A his-
´ ˆ
toria antiga confirma essa diferença entre a Babilonia, onde
´
a lei estava sujeita ao rei, e a Medo-Persia, onde o rei estava
`
sujeito a lei.”
20 O relato emocionante sobre a festa de Belsazar, registra-
´ ´
do no capıtulo 5 de Daniel, e rico em pormenores. Pelo vis-
˜
to, começou com uma animada refeiçao e bastante bebida,
´ ˆ
pois ha diversas referencias a vinho. (Daniel 5:1, 2, 4) Deve-
ras, entalhes em relevo de festas similares mostram apenas o
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consumo de vinho. Aparentemente, o vinho era entao extre-
mamente importante em tais festividades. Daniel menciona
´
tambem que havia mulheres presentes nesse banquete — as
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esposas secundarias e as concubinas do rei. (Daniel 5:3, 23)
20. Que pormenores a respeito da festa de Belsazar mostram que Da-
˜ ˆ
niel tinha conhecimento de primeira mao dos costumes babilonicos?
O livro de Daniel em julgamento 23
´
Os arqueologos confirmam esse pormenor do costume ba-
ˆ
bilonico. A ideia de esposas participarem com homens numa
´
festividade era objetavel aos judeus e aos gregos na era ma-
˜
cabeia. Esse talvez seja o motivo de as primeiras versoes
˜
da traduçao de Daniel na Septuaginta grega omitirem a men-
˜
çao dessas mulheres.1 No entanto, o suposto falsificador do
livro de Daniel teria vivido na mesma cultura helenizada
´
(grega), e talvez ate mesmo durante a mesma era, em que se
produziu a Septuaginta!
´
21 Em vista desses pormenores, parece quase incrıvel que
a Britannica descreva o autor do livro de Daniel como tendo
apenas um conhecimento “limitado e inexato” dos tempos
´ ´
do exılio. Como poderia qualquer falsificador de seculos pos-
teriores ter tido tanta familiaridade com os antigos costu-
ˆ ´
mes babilonicos e persas? Lembre-se tambem de que ambos
´ ´
os imperios entraram em declınio muito antes do segundo
´ ´ ˜
seculo AEC. Evidentemente, la naquele tempo nao havia ne-
´
nhum arqueologo; nem se orgulhavam os judeus daquela
´ ´
epoca de ter conhecimento de culturas e historia estrangei-
ras. Somente Daniel, o profeta, testemunha ocular dos tem-
pos e dos eventos que descreveu, pode ter escrito o livro
´
bıblico que leva o seu nome.
´
HA PROVAS EXTERNAS DE QUE ˜
DANIEL SEJA UMA FALSIFICAÇ AO?
22 Um dos argumentos mais comuns contra o livro de Da-
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niel envolve seu lugar no canon das Escrituras Hebraicas.
Os rabinos antigos organizaram os livros das Escrituras He-
ˆ ˜
braicas em tres grupos: a Lei, os Profetas e os Escritos. Nao
´
1 O hebraısta C. F. Keil escreve a respeito de Daniel 5:3: “A LXX omi-
´ ˜
tiu aqui, e tambem no v. 23, a mençao de mulheres, segundo o cos-
ˆ
tume dos macedonios, dos gregos e dos romanos.”
´ ˜ ´
21. Qual e a explicaçao mais razoavel de Daniel ter tido profundo co-
´ ˆ
nhecimento dos tempos e dos costumes no exılio babilonico?
˜ ´
22. Que afirmaçao fazem os crıticos a respeito do lugar de Daniel no
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canon das Escrituras Hebraicas?
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24 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
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A quest ao da lıngua
´
A ESCRITA do livro de Daniel foi concluıda por volta de
´
536 AEC. Foi escrito na lıngua hebraica e na aramaica, com
´
umas poucas palavras gregas e persas. Essa mistura de lın-
´ ˜
guas e incomum, mas nao sem precedentes nas Escrituras.
´ ´
O livro bıblico de Esdras tambem foi escrito em hebraico e em
´
aramaico. No entanto, alguns crıticos insistem em dizer que o
´
escritor de Daniel usou essas lınguas dum modo que prova
´
que ele escreveu numa data posterior a 536 AEC. Um crıtico,
amplamente citado, diz que o uso de palavras gregas em Da-
niel exige uma data posterior para a escrita dele. Afirma que
o hebraico apoia tal data posterior e que o aramaico pelo me-
˜ ´
nos a permite — mesmo uma tao recente como o segundo se-
culo AEC.
No entanto, nem todos os linguistas concordam com isso.
´
Algumas autoridades disseram que o hebraico de Daniel e si-
milar ao de Ezequiel e de Esdras, e diferente do encontrado
´ ´
em obras apocrifas posteriores, tais como Eclesiastico. Quan-
to a Daniel usar o aramaico, considere dois documentos en-
´ ˜
contrados entre os Rolos do Mar Morto. Esses tambem estao
´
no aramaico e datam do primeiro e do segundo seculo AEC
˜
— pouco depois da suposta falsificaçao de Daniel. Mas os eru-
ditos notaram uma grande diferença entre o aramaico nesses
documentos e o encontrado em Daniel. De forma que alguns
´
sugerem que o livro de Daniel deve ser seculos mais velho do
´
que seus crıticos afirmam.
´
Que dizer das “problematicas” palavras gregas em Daniel?
˜
Descobriu-se que algumas delas sao persas, e de forma algu-
´ ˜
ma gregas! As unicas palavras ainda consideradas gregas sao
ˆ ´
os nomes de tres instrumentos musicais. Sera que a presen-
ˆ
ça dessas tres palavras realmente exige que se atribua a Da-
˜ ´
niel uma data posterior? Nao. Arqueologos descobriram que
´ ˆ ´ ´
a cultura grega ja exercia influencia seculos antes de a Grecia
ˆ ´
se tornar potencia mundial. Alem disso, se o livro de Daniel
´
tivesse sido escrito durante o segundo seculo AEC, quando
´ ´
a cultura e a lıngua grega predominavam, ser´ a que conte-
ˆ ´
ria apenas tres palavras gregas? Dificilmente. E provavel que
ˆ ´
contivesse muito mais. De modo que a evidencia linguıstica
realmente apoia a autenticidade de Daniel.
O livro de Daniel em julgamento 27
O QUE DISCERNIU?
˙ De que foi acusado o livro de Daniel?
˜ ˜
˙ Por que nao sao bem fundados os ataques
´
dos crıticos contra o livro de Daniel?
ˆ
˙ Que evidencia apoia a autenticidade do
relato de Daniel?
´
˙ Qual e a prova mais convincente de que o
´ ˆ
livro de Daniel e autentico?
´ ˆ
C APITULO TRES
P ROVADOS,
´ ´
MAS FIEIS A JEOVA!
´
A CORTINA se levanta no livro profetico de Daniel numa
´ ´
epoca de mudança significativa no cenario internacional.
´ ´
A Assıria acabara de perder a sua capital, Nınive. O Egito
˜ ˆ
ficara restrito a uma posiçao de pouca importancia ao sul
´ ˆ
da terra de Juda. E Babilonia ascendia rapidamente como
ˆ ´
a maior potencia na luta pelo domınio do mundo.
2 Em 625 AEC, o Farao´ Neco, do Egito, fez uma ul- ´
˜ ˆ
tima tentativa de bloquear a expansao babilonica para o
´
sul. Para esse fim, levou seu exercito a Carquemis, situada
`
as margens da parte superior do rio Eufrates. A batalha de
Carquemis, como passou a ser chamada, foi um aconteci-
´ ´ ˆ
mento decisivo, historico. O exercito babilonico, liderado
´
pelo prıncipe herdeiro Nabucodonosor, infligiu um golpe
` ´
devastador as forças do Farao Neco. ( Jeremias 46:2) Leva-
´ ´
do pelo ımpeto da sua vitoria, Nabucodonosor passou ra-
´
pidamente pela Sıria e pela Palestina, e assim, para todos
´ ´ ˜
os efeitos, acabou com o domınio egıpcio nessas regioes.
Sua campanha foi apenas interrompida temporariamente
`
devido a morte de seu pai, Nabopolassar.
3 No ano seguinte, Nabucodonosor — entao ˜
entroniza-
ˆ ˜
do como rei de Babilonia — voltou de novo sua atençao
´
para as campanhas militares na Sıria e na Palestina. Foi du-
´
rante esse perıodo que ele foi pela primeira vez a Jerusa-
´ ´
lem. A Bıblia relata: “Nos seus dias subiu Nabucodonosor,
´
1, 2. Que acontecimentos significativos serviram de preludio para o
relato de Daniel?
3. Qual foi o resultado da primeira campanha de Nabucodonosor
´
contra Jerusalem?
˜ `
32 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
ˆ
rei de Babilonia, e Jeoiaquim tornou-se assim seu servo
ˆ
por tres anos. No entanto, recuou e se rebelou contra ele.”
— 2 Reis 24:1.
´
NABUCODONOSOR EM JERUSALEM
4 A expressao ˜ ˆ ´
“por tres anos” e de interesse especial para
´
nos, porque as palavras iniciais de Daniel dizem: “No ter-
´
ceiro ano do reinado de Jeoiaquim, rei de Juda, chegou a
´ ˆ
Jerusalem Nabucodonosor, rei de Babilonia, e passou a si-
´
tia-la.” (Daniel 1:1) No terceiro ano do inteiro reinado de
Jeoiaquim, que reinou de 628 a 618 AEC, Nabucodonosor
˜ ˆ ´
ainda nao era o “rei de Babilonia”, mas era o prıncipe her-
deiro. Em 620 AEC, Nabucodonosor obrigou Jeoiaquim a
pagar tributo. Mas Jeoiaquim revoltou-se depois de cerca
ˆ
de tres anos. De modo que foi em 618 AEC, ou durante o
terceiro ano do reinado de Jeoiaquim como vassalo de Ba-
ˆ ´
bilonia, que o Rei Nabucodonosor foi a Jerusalem pela se-
gunda vez, para punir o rebelde Jeoiaquim.
5 O resultado do sıtio ´ ´
foi que, “com o tempo, Jeova
˜ ´
entregou-lhe na mao Jeoiaquim, rei de Juda, e parte dos
´
utensılios da casa do verdadeiro Deus”. (Daniel 1:2) Jeoia-
quim provavelmente morreu, ou assassinado ou numa re-
´ ´
volta, durante os primeiros estagios do sıtio. ( Jeremias
22:18, 19) Em 618 AEC, seu filho de 18 anos, Joaquim,
lhe sucedeu como rei. Mas o governo de Joaquim durou
ˆ
apenas tres meses e dez dias, e ele se rendeu em 617 AEC.
— Note 2 Reis 24:10-15.
6 Nabucodonosor tomou como saque os utensılios ´
sa-
´ `
grados do templo em Jerusalem e “os levou a terra de Si-
˜
4. Como se deve entender a expressao “no terceiro ano do reinado de
Jeoiaquim”, em Daniel 1:1?
5. Qual foi o resultado da segunda campanha de Nabucodonosor con-
´
tra Jerusalem?
´
6. O que fez Nabucodonosor com os utensılios sagrados do templo
´
em Jerusalem?
´ ´
Provados, mas fieis a Jeova! 33
` ´ `
near, a casa de seu deus; e levou os utensılios a casa do
tesouro de seu deus”, Marduque, ou Merodaque, em he-
braico. (Daniel 1:2; Jeremias 50:2) Descobriu-se uma ins-
˜ ˆ ´
criçao babilonica na qual Nabucodonosor e representado
como dizendo a respeito do templo de Marduque: “Arma-
zenei nele prata, e ouro, e pedras preciosas . . . e estabeleci
ali a casa do tesouro do meu reino.” Leremos mais sobre es-
´
ses utensılios sagrados nos dias do Rei Belsazar. — Daniel
5:1-4.
´
A ELITE DOS JOVENS DE JERUSALEM
ˆ
7 Levou-se para Babilonia mais do que apenas os te-
´
souros do templo de Jeova. O relato diz: “O rei disse en-
˜
tao a Aspenaz, seu principal oficial da corte, que trouxesse
ˆ
alguns dos filhos de Israel, e da descendencia real, e dos
˜
nobres, mancebos em que nao houvesse nenhum defeito,
ˆ
mas que fossem de boa aparencia, e que tivessem perspi-
´
cacia em toda a sabedoria, e que estivessem familiarizados
com o conhecimento, e que tivessem discernimento da-
´
quilo que se sabe, em que houvesse tambem a capacidade
´ ´
de estar de pe no palacio do rei.” — Daniel 1:3, 4.
8 Quem foram os escolhidos? Somos informados:
´
“Aconteceu que havia entre eles alguns dos filhos de Juda:
Daniel, Hananias, Misael e Azarias.” (Daniel 1:6) Isso lança
˜
luz sobre a formaçao de Daniel e de seus companheiros, de
outro modo pouco conhecida. Por exemplo, notamos que
´
eles eram “filhos de Juda”, a tribo real. Quer tenham sido
˜ ´ ´
da linhagem real, quer nao, e razoavel pensar que pelo me-
´ ˆ ˆ
nos eram de famılias de certa importancia e influencia.
´ ´
Alem de terem mente e corpo sadios, tinham perspica-
cia, sabedoria, conhecimento e discernimento — tudo em
uma idade suficientemente jovem para ser chamados de
˜
7, 8. O que podemos deduzir de Daniel 1:3, 4 e 6 sobre a formaçao
ˆ
de Daniel e de seus tres companheiros?
˜ `
34 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´ ˆ
“mancebos”, talvez no inıcio da adolescencia. Daniel e
seus companheiros devem ter-se destacado — como a eli-
´
te — entre os jovens em Jerusalem.
˜
9 O relato nao nos diz quem eram os pais desses jo-
˜
vens. Nao obstante, parece certo de que eram pessoas pie-
´
dosas, que haviam tomado a serio suas responsabilidades
ˆ
como pais. Considerando-se a decadencia moral e espiri-
´ ´
tual prevalecente em Jerusalem naquela epoca, em espe-
ˆ ´
cial entre ‘a descendencia real e os nobres’, e evidente que
ˆ
as qualidades excelentes de Daniel e de seus tres compa-
˜ ´
nheiros nao existiam por acaso. Nem e preciso mencionar
que deve ter sido aflitivo para os pais ver os filhos serem
´
levados para um paıs distante. Como teriam ficado orgu-
´
lhosos se pudessem ter sabido o resultado disso! Como e
importante que os pais criem os filhos “na disciplina e na
˜ ´ ´
regulaçao mental de Jeova”! — Efesios 6:4.
UMA BATALHA MENTAL
A batalha para dominar a mente jovem desses exi-
10
O QUE DISCERNIU?
˜
˙ O que se pode dizer sobre a formaçao de
ˆ
Daniel e seus tres amigos jovens?
˜
˙ Como foi a boa criaçao dos quatro jovens
` ˆ
hebreus posta a prova em Babilonia?
´
˙ Como Jeova recompensou os quatro hebreus
pela sua atitude corajosa?
˜ ´
˙ Que liçoes podem os atuais servos de Jeova
ˆ
aprender de Daniel e de seus tres compa-
nheiros?
´
C APITULO QUATRO
˜
A ASCENSAO E A QUEDA
´
DUMA ENORME ESTATUA
´
PASSOU-SE uma decada desde que o Rei Nabucodonosor
´
trouxe Daniel e outros dos “principais homens do paıs” de
´ ˆ
Juda para o cativeiro em Babilonia. (2 Reis 24:15) O jovem
´
Daniel esta servindo na corte do rei quando surge uma si-
˜ `
tuaçao de ameaça a vida. Por que deve interessar-nos isso?
´ ´
Porque a maneira em que Jeova Deus intervem no assunto
˜ ´
nao so salva a vida de Daniel e de outros, mas fornece-nos
´ ˜ ˆ
tambem uma visao da marcha das potencias mundiais na
´ ´
profecia bıblica ate os nossos tempos.
UM MONARCA SE CONFRONTA ´
COM UM PROBLEMA DIFICIL
2 “No segundo ano do reinado de Nabucodonosor”, es-
ˆ
BABIL ONIA
a partir de 607 AEC
´
MEDO-P ERSIA
a partir de 539 AEC
´
GR ECIA
a partir de 331 AEC
ROMA
a partir de 30 AEC
ˆ
A POT ENCIA MUNDIAL
ANGLO-AMERICANA a partir de 1763 EC
O QUE DISCERNIU?
ˆ ˜
˙ Que potencias mundiais sao representadas pelas
´
diversas partes da enorme estatua do sonho de
Nabucodonosor?
˜ ´ ´
˙ Que situaçao mundial e representada pelos pes e
´
pelos dez dedos dos pes de ferro misturado com
argila?
˙ Quando e de que “monte” foi cortada a “pedra”?
´ ´
˙ Quando sera a estatua atingida pela “pedra”?
´ ´
UM REI GUERREIRO CONSTROI UM IMPERIO
´ ˆ ´
O PRINCIPE herdeiro de Babilonia e seu exercito destroçam
´ ´ ´
as forças egıpcias do Farao Neco, em Carquemis, na Sıria.
´
Os egıpcios derrotados fogem para o sul, para o Egito, e os
ˆ ˆ
babilonios os perseguem. Mas uma mensagem de Babilo-
´ ˜
nia obriga o prıncipe vitorioso a abandonar a perseguiçao.
´ ´
A notıcia e que falecera seu pai, Nabopolassar. Dando aos
seus generais a responsabilidade de trazer de volta os ca-
tivos e o saque, Nabucodonosor retorna prontamente para
casa e assume o trono deixado vago pelo pai.
ˆ
Nabucodonosor ascendeu assim ao trono de Babilonia no
´
ano 624 AEC e tornou-se o segundo governante do Impe-
ˆ
rio Neobabilonico. Durante o seu reinado de 43 anos, ele
´
tomou posse dos territorios anteriormente ocupados pela
64
ˆ ´
Potencia Mundial Assı-
´
ria e estendeu seu domı-
´ Ri
oT ´
nio, abrangendo a Sıria ig
● Nınive
Ri re
ao norte e a Palestina ao oE
uf
´ ra
oeste, ate a fronteira do tes
Egito. — Veja o mapa. ˆ
● Babilonia ● Susa
●
´
Jerusalem ●
No quarto ano do seu Ur
reinado (620 AEC), Na- MAR VERMELHO
bucodonosor fez de Ju- ´ ˆ
´ IMPERIO BABILONICO
da seu reinado vassalo.
ˆ
(2 Reis 24:1) Tres anos
˜ ´
mais tarde, uma rebeliao dos judeus provocou o sıtio de Je-
´ ˆ
rusalem pelos babilonios. Nabucodonosor levou Joaquim,
ˆ
Daniel e outros como cativos para Babilonia. O rei levou
´ ´ ´
tambem alguns dos utensılios do templo de Jeova. Ele fez
´
do tio de Joaquim, Zedequias, rei vassalo de Juda. — 2 Reis
24:2-17; Daniel 1:6, 7.
ˆ
Babilonia, a maior cidade
murada do seu tempo
65
´
Algum tempo depois, Zedequias tambem se rebelou,
´
aliando-se ao Egito. Nabucodonosor sitiou Jerusalem nova-
mente e, em 607 AEC, ele abriu brechas na muralha dela,
queimou o templo e destruiu a cidade. Matou todos os fi-
˜
lhos de Zedequias e entao o cegou e o amarrou, a fim de
´ ˆ
leva-lo preso a Babilonia. Nabucodonosor levou a maior
´
parte do povo cativo e transportou os utensılios remanes-
ˆ ´
centes do templo para Babilonia. “Assim foi exilado Juda do
seu solo.” — 2 Reis 24:18–25:21.
´
Nabucodonosor conquistou tambem Tiro por sitiar a ci-
´ ´
dade — um sıtio que durou 13 anos. No decurso do sıtio, as
` ˜
cabeças dos seus soldados ‘ficaram calvas’ devido a fricçao
dos capacetes, e os ombros deles ‘ficaram esfolados’ por car-
˜ ´
regarem materiais usados na construçao de obras de sıtio.
(Ezequiel 29:18) Por fim, Tiro capitulou diante das forças ba-
ˆ
bilonicas.
ˆ
O rei babilonio, evidentemente, era um brilhante estra-
ˆ ´
tegista militar. Algumas referencias literarias, especialmen-
ˆ ´
te de origem babilonica, descrevem-no tambem como rei
˜
justo. Embora as Escrituras nao digam especificamente que
Nabucodonosor era justo, o profeta Jeremias disse que, ape-
sar de Zedequias se ter rebelado, seria tratado de forma jus-
´ ´ ˆ
ta se ‘saısse para ir ter com os prıncipes do rei de Babilonia’.
˜ ´
(Jeremias 38:17, 18) E depois da destruiçao de Jerusalem,
Nabucodonosor tratou Jeremias com respeito. Referente a
´ ´
Jeremias, o rei ordenou: “Toma-o e mantem os teus proprios
˜
olhos fixos nele, e nao lhe faças nada de mal. Mas faze com
ele conforme ele te falar.” — Jeremias 39:11, 12; 40:1-4.
Nabucodonosor, como administrador, reconheceu pron-
tamente as qualidades e habilidades de Daniel e de seus
ˆ
tres companheiros — Sadraque, Mesaque e Abednego —
cujos nomes hebraicos eram Hananias, Misael e Azarias. Por
66
O QUE DISCERNIU?
O que se pode dizer sobre Nabucodonosor como
˙ estrategista militar?
˙ administrador?
˙ adorador de Marduque?
˙ construtor?
67
ˆ
Os famosos jardins suspensos de Babilonia
´
SUA FE SOBREVIVEU
AO CRISOL
ˆ ˜ ´
DEVE voce dirigir sua devoçao a Deus ou ao paıs em que
vive? Muitos responderiam: ‘Eu homenageio ambos. Ado-
˜
ro a Deus segundo os ditames da minha religiao; ao mes-
` ´
mo tempo, juro fidelidade a minha patria.’
2 A separaçao˜ ˜
entre a devoçao religiosa e o patriotis-
ˆ
mo pode hoje parecer indistinta, mas na antiga Babilo-
˜ ´
nia praticamente nao existia. Deveras, o cıvico e o sagrado
˜ ` ´
estavam tao entrelaçados, que as vezes eram indistinguı-
ˆ
veis. “Na antiga Babilonia”, escreve o Professor Charles F.
Pfeiffer, “o rei servia tanto como Sumo Sacerdote quanto
´
como governante secular. Oferecia sacrifıcios e determina-
´
va a vida religiosa dos seus suditos”.
3 Considere o Rei Nabucodonosor. Seu nome signifi-
´
ca “O Nebo, Protege o Herdeiro!”. Nebo era o deus babi-
ˆ
lonico da sabedoria e da agricultura. Nabucodonosor era
´
um homem profundamente religioso. Conforme ja men-
cionado, ele construiu e embelezou os templos de nu-
ˆ
merosos deuses babilonicos, e era especialmente devota-
´ ´
do a Marduque, a quem atribuıa suas vitorias militares.1
´
Parece tambem que Nabucodonosor confiava muito na
1 Alguns acreditam que Marduque, que era considerado o fundador
´ ˆ
do Imperio Babilonico, representa o deificado Ninrode. No entanto,
˜
nao se pode afirmar isso com certeza.
˜ ` ´
1. O que acham muitos da devoçao a Deus e a patria?
ˆ
2. Em que sentido era o rei de Babilonia tanto uma figura religiosa
´
como polıtica?
3. O que mostra que Nabucodonosor era um homem profundamen-
te religioso?
1
ˆ
1. Torre-templo (zigurate) em Babilonia
4
2. Templo de Marduque
3. Placa de bronze retratando os deuses
` `
Marduque (a esquerda) e Nebo (a direita)
´ ˜
de pe em cima de dragoes
4. Camafeu de Nabucodonosor, famoso
˜
pelos seus projetos de construçao
´
Sua fe sobreviveu ao crisol 71
˜
adivinhaçao para definir seus planos de batalha. — Eze-
quiel 21:18-23.
ˆ
4 Na realidade, toda a Babilonia era permeada por
´
um espırito religioso. A cidade orgulhava-se de ter mais
´
de 50 templos, em que se adorava um grande numero
´
de deuses e de deusas, incluindo a trıade de Anu (deus
´
do ceu), Enlil (deus da terra, do ar e da tempestade)
´
e Ea (deus das aguas). Outra trindade era composta de
Sin (o deus-lua), Xamaxe (o deus-sol) e Istar (a deusa da
fertilidade). A magia, a feitiçaria e a astrologia desem-
˜ ˆ
penhavam um papel importante na adoraçao babilo-
nica.
5 Viver no meio de pessoas que veneravam muitos deu-
´
ses constituıa um enorme desafio para os exilados judeus.
´ ´
Seculos antes, Moises advertira os israelitas a respeito das
´ ˆ
serias consequencias que haveria se decidissem rebelar-
´ ´
se contra o Legislador Supremo. Moises disse-lhes: “Jeova
´ ´
fara que tu, bem como teu rei que constituiras sobre ti,
˜ ˜
marchem para uma naçao que nao conheceste, nem tu
´
nem os teus antepassados; e ali has de servir a outros deu-
ˆ
ses, de madeira e de pedra.” — Deuteronomio 28:15, 36.
˜
6 Os judeus encontravam-se entao bem nessa situaçao ˜
´
provadora. Manter a integridade para com Jeova seria
´
difıcil, em especial para Daniel, Hananias, Misael e Aza-
rias. Esses quatro jovens hebreus foram especialmente
escolhidos para receber treinamento para o serviço gover-
´
namental. (Daniel 1:3-5) Lembre-se de que ate receberam
ˆ
nomes babilonicos — Beltessazar, Sadraque, Mesaque e
´
Abednego — provavelmente para influencia-los a se
´ ˆ
4. Descreva o espırito religioso de Babilonia.
ˆ
5. Que desafio constituiu o ambiente religioso de Babilonia para os
judeus exilados?
ˆ
6. Por que viver em Babilonia era um desafio especial para Daniel,
Hananias, Misael e Azarias?
˜ `
72 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
˜
harmonizar com o seu novo ambiente.1 As posiçoes ele-
vadas desses homens fariam com que qualquer recusa da
´
sua parte, de adorar os deuses do paıs, fosse evidente — po-
´ ˜
dendo ate ser interpretada como traiçao.
´
A IMAGEM DE OURO E UMA AMEAÇA
7 Evidentemente no empenho de fortalecer a uniao ˜
do
´
imperio, Nabucodonosor erigiu uma imagem de ouro na
´ ˆ
planıcie de Dura. Ela tinha 60 covados (27 metros) de
ˆ
altura e 6 covados (2,7 metros) de largura.2 Alguns acredi-
tam que a imagem era simplesmente uma coluna ou um
obelisco. Pode ter tido um pedestal muito alto, com uma
´
enorme estatua na semelhança dum humano, talvez re-
´
presentando o proprio Nabucodonosor ou o deus Nebo.
´
De qualquer modo, esse monumento muito alto era sım-
´ ˆ
bolo do Imperio Babilonico. Como tal, destinava-se a ser
visto e reverenciado. — Daniel 3:1.
8 Concordemente, Nabucodonosor providenciou uma
ˆ ˜ ´
cerimonia de inauguraçao. Reuniu os seus satrapas,
´
prefeitos, governadores, conselheiros, tesoureiros, juızes,
magistrados policiais e todos os administradores dos dis-
´ ´
tritos jurisdicionais. Um arauto clamou: “Diz-se a vos, o
´
povos, grupos nacionais e lınguas, que, quando ouvirdes
´ ´
o som da buzina, do pıfaro, da cıtara, da harpa triangular,
1 “Beltessazar significa “Protege a Vida do Rei”; “Sadraque” pode
significar “Ordem de Aku”, deus-lua sumeriano; “Mesaque” possivel-
mente se refere a um deus sumeriano, e “Abednego” significa “Servo
de Nego”, ou Nebo.
2 Considerando-se o tamanho enorme da imagem, alguns eruditos
´
bıblicos acreditam que era de madeira, que depois foi revestida de
ouro.
diatamente
´ Sadraque, Mesaque e Abednego. Perguntou:
´
“E realmente assim, o Sadraque, Mesaque e Abednego,
˜ ´ ˜
que nao servis os meus proprios deuses e que nao adorais
´
a imagem de ouro que erigi?” Sem duvida, Nabucodono-
sor falou essas palavras em descrença perplexa. Afinal, ele
ˆ
deve ter raciocinado: ‘Como podem esses tres homens de
´
bom juızo desconsiderar tal ordem clara — uma ordem
ˆ ˜
cuja desobediencia acarreta uma penalidade tao severa?’
— Daniel 3:13, 14.
15 Nabucodonosor estava disposto a dar mais uma
ˆ
chance aos tres hebreus. “Agora, se estiverdes prontos”,
disse ele, “de modo que, ao ouvirdes o som da buzina, do
´ ´
pıfaro, da cıtara, da harpa triangular, do instrumento de
cordas, e da gaita de foles e de toda sorte de instrumen-
tos musicais, vos prostreis e adoreis a imagem que fiz,
˜
muito bem. Mas, se nao adorardes, no mesmo instante se-
reis lançados dentro da fornalha de fogo ardente. E quem
´ ˜
e esse deus que vos pode salvar das minhas maos?” — Da-
niel 3:15.
16 Pelo visto, a liçao˜ ´
da estatua do sonho (registrada
´ ˜
no capıtulo 2 de Daniel) nao causara nenhuma impres-
˜ ˜
sao profunda na mente e no coraçao de Nabucodonosor.
´ ´
Talvez ele ja se tivesse esquecido da sua propria declara-
˜ ´
çao a Daniel: “Vosso Deus e Deus de deuses e Senhor de
˜
reis.” (Daniel 2:47) Nabucodonosor parecia entao desafiar
´
a Jeova, dizendo que nem mesmo Ele podia salvar os he-
˜
breus da puniçao que os aguardava.
ˆ
15, 16. Que oportunidade ofereceu Nabucodonosor aos tres hebreus?
´
Sua fe sobreviveu ao crisol 77
˜
17Sadraque, Mesaque e Abednego nao precisavam re-
considerar
´ o assunto. Responderam imediatamente:
˜
“O Nabucodonosor, neste respeito nao temos necessidade
de te replicar qualquer palavra. Se for preciso, nosso Deus,
´ ´
a quem servimos, podera salvar-nos. Ele nos salvara da for-
˜ ´ ˜
nalha de fogo ardente e da tua mao, o rei. Mas, se nao, seja
´ ˜ ´
do teu conhecimento, o rei, que nao e a teus deuses que
˜ ´
servimos e que nao e a tua imagem de ouro que erigiste
que adoraremos.” — Daniel 3:16-18.
PARA A FORNALHA ARDENTE
18 Enfurecido, Nabucodonosor mandou que seus servos
aquecessem a fornalha sete vezes mais do que era costu-
˜
meiro. Depois mandou que “certos varoes vigorosos de
energia vital” amarrassem Sadraque, Mesaque e Abednego
e os lançassem dentro da “fornalha de fogo ardente”. Eles
ˆ
seguiram a ordem do rei, lançando os tres hebreus dentro
do fogo, amarrados e plenamente vestidos — talvez para
que o fogo os consumisse ainda mais depressa. No entan-
´ ´
to, os proprios capangas de Nabucodonosor e que foram
mortos pelas chamas. — Daniel 3:19-22.
´
19 Mas aconteceu algo extraordinario. Embora Sadra-
que, Mesaque e Abednego estivessem no meio da forna-
˜
lha ardente, as chamas nao os consumiram. Imagine a
surpresa de Nabucodonosor! Eles haviam sido lançados
dentro dum fogo ardente, bem amarrados, mas ainda es-
tavam vivos. Ora, eles andavam livres no meio do fogo!
˜
Mas Nabucodonosor notou mais uma coisa. “Nao foram
ˆ ˜
tres os varoes vigorosos que lançamos amarrados no meio
`
do fogo?” perguntou as suas altas autoridades reais. “Sim,
`
17. Como responderam Sadraque, Mesaque e Abednego a oferta do
rei?
ˆ
18, 19. O que aconteceu quando os tres hebreus foram lançados na
fornalha ardente?
´
Sua fe sobreviveu ao crisol 79
´
o rei”, responderam eles. Nabucodonosor gritou: “Eis que
˜
estou vendo quatro varoes vigorosos andando livres no
ˆ
meio do fogo e sem nenhum dano para eles, e a aparencia
´ `
do quarto e semelhante a de um filho dos deuses.” — Da-
niel 3:23-25.
20 Nabucodonosor chegou-se a` porta da fornalha ar-
´
dente. “Sadraque, Mesaque e Abednego, vos servos do
´ ´ ´ ˆ
Deus Altıssimo”, clamou, “saı e vinde para ca!” Os tres
´ ´
hebreus saıram do meio do fogo. Sem duvida, todos
os que foram testemunhas oculares desse milagre — in-
´
cluindo os satrapas, os prefeitos, os governadores e os
´
altos funcionarios — ficaram espantados. Ora, era como
ˆ
se esses tres homens jovens nunca tivessem nem mesmo
˜
entrado na fornalha! Nao ficaram com cheiro de fogo,
nem se chamuscara o cabelo da sua cabeça. — Daniel
3:26, 27.
21 O Rei Nabucodonosor viu-se entao ˜
obrigado a reco-
´ ´ ´
nhecer que Jeova e o Deus Altıssimo. “Bendito seja o Deus
de Sadraque, Mesaque e Abednego, que enviou seu anjo e
salvou seus servos que confiaram nele, e que mudaram a
´
propria palavra do rei e entregaram seus corpos, porque
˜ ˜
nao quiseram servir e nao quiseram adorar nenhum deus
´ ˜
exceto o seu proprio Deus.” O rei acrescentou entao este
´
serio aviso: “Eu dou ordem para que todo povo, grupo na-
´
cional ou lıngua que disser algo de errado contra o Deus
de Sadraque, Mesaque e Abednego seja desmembrado, e
´ ˜
sua casa seja transformada em latrina publica; pois nao
´ ˆ
ha outro deus que possa livrar assim como este.” Os tres
˜
hebreus foram entao restabelecidos no favor real e ‘pros-
ˆ
peraram no distrito jurisdicional de Babilonia’. — Daniel
3:28-30.
20, 21. (a) O que notou Nabucodonosor a respeito de Sadraque, Me-
´
saque e Abednego quando saıram da fornalha? (b) O que se viu
Nabucodonosor obrigado a reconhecer?
˜ `
80 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´
A FE E O CRISOL DE HOJE
22 Atualmente, os adoradores de Jeova´ se confrontam
˜ `
com situa ´ çoes similares a de Sadraque, Mesaque e Abed- ˜
nego. E verdade que os do povo de Deus talvez nao
sejam exilados em sentido literal. No entanto, Jesus disse
˜ ˜
que seus seguidores ‘nao fariam parte do mundo’. ( Joao
˜ ˜
17:14) Sao “estrangeiros” no sentido de nao adotarem os
´ ´
costumes, as atitudes e as praticas antibıblicas dos em vol-
´ ˜
ta deles. Conforme o apostolo Paulo escreveu, os cristaos
devem ‘cessar de ser modelados segundo este sistema de
coisas’. — Romanos 12:2.
23 Os tres ˆ
hebreus recusaram-se a ser modelados se-
ˆ
gundo o sistema babilonico. Nem mesmo terem sido
´
cabalmente instruıdos na sabedoria dos caldeus fez com
˜ ˜
que se desviassem. Sua atitude na questao da adoraçao
˜ ´ ´
nao era negociavel, e sua lealdade era para com Jeova. Os
˜ ˆ ˜
cristaos tem de ser hoje igualmente firmes. Nao precisam
envergonhar-se de serem diferentes das pessoas do mun-
´
do. Na realidade, “o mundo esta passando, e assim
´ ˜
tambem o seu desejo”. (1 Joao 2:17) Portanto, seria tolo e
´
futil harmonizar-se com este agonizante sistema de coisas.
24 Os cristaos ˜
precisam prevenir-se contra toda forma
˜
de idolatria, incluindo formas sutis dela.1 (1 Joao 5:21)
Sadraque, Mesaque e Abednego ficaram obediente e res-
´
peitosamente em pe diante da imagem de ouro, mas
deram-se conta de que curvar-se diante dela era mais do
˜
que apenas um gesto de respeito. Era um ato de adoraçao,
´
1 Por exemplo, a Bıblia relaciona a glutonaria e a cobiça com a ido-
latria. — Filipenses 3:18, 19; Colossenses 3:5.
´ ˜
22. Como se confrontam os atuais servos de Jeova com situaçoes si-
`
milares a de Sadraque, Mesaque e Abednego?
ˆ
23. Como mostraram os tres hebreus firmeza, e como podem os cris-
˜
taos hoje seguir o exemplo deles?
˜
24. Como se compara a atitude dos verdadeiros cristaos com a dos
ˆ
tres hebreus?
´
Sua fe sobreviveu ao crisol 81
´ ˆ
e participar nele provocaria a ira de Jeova. (Deuteronomio
5:8-10) John F. Walvoord escreve: “Era na realidade uma
ˆ `
continencia a bandeira, embora, por causa da inter-rela-
˜
çao entre a lealdade religiosa e a nacional, pode ter tido
´ ˜
tambem uma conotaçao religiosa.” Hoje em dia, os ver-
˜ ˜
dadeiros cristaos adotam uma posiçao igualmente firme
contra a idolatria.
25 O relato bıblico ´
sobre Sadraque, Mesaque, e Abedne-
´ ˜
go da uma liçao concreta a todos os decididos a prestar
˜ ´ ´
devoçao exclusiva a Jeova. Pelo visto, o apostolo Paulo
ˆ
pensou nesses tres hebreus quando falou de muitos que
´
exerceram fe, incluindo os que “pararam a força do fogo”.
´ ´
(Hebreus 11:33, 34) Jeova recompensara a todos os que
´ ˆ
imitam tal fe. Os tres hebreus foram livrados da fornalha
´
ardente, mas podemos ter certeza de que ele ressuscitara a
todos os leais que perderem a vida por terem mantido a
´
integridade e os abençoara com vida eterna. De qualquer
´ ˜
modo, Jeova “guarda as almas dos que lhe sao leais; livra-
˜ ´
os da mao dos inıquos”. — Salmo 97:10.
˜ ˆ ´
25. Que liçao aprendeu voce da historia da vida real de Sadraque, Me-
saque e Abednego?
O QUE DISCERNIU?
˙ Por que recusaram Sadraque, Mesaque e
Abednego curvar-se diante da imagem erigida
por Nabucodonosor?
`
˙ Como reagiu Nabucodonosor a atitude adotada
ˆ
pelos tres hebreus?
´ ´ ˆ
˙ Como recompensou Jeova a fe dos tres
hebreus?
ˆ ˜ ` ´
˙ O que aprendeu voce por dar atençao a historia
da vida real de Sadraque, Mesaque e Abednego?
´
C APITULO SEIS
E´ SCLARECIMENTO DO
´
MISTERIO DA GRANDE ARVORE
´
JEOVA permitiu que o Rei Nabucodonosor se tornasse
ˆ
governante mundial. Como monarca de Babilonia, ele
tinha muita riqueza, uma mesa farta, um grandioso pa-
´
lacio — tudo o que ele queria em sentido material. Mas,
˜
de repente, sofreu humilhaçao. Ficando demente, Nabu-
codonosor agiu como animal! Expulso da mesa real e da
ˆ
residencia imperial, passou a viver nos campos e a comer
capim como um touro. O que levou a essa calamidade?
´
E por que nos deve interessar? — Note Jo 12:17-19; Ecle-
siastes 6:1, 2.
´
O REI MAGNIFICA O ALTISSIMO
2 Pouco depois da sua recuperaçao ˜
desse completo co-
lapso mental, Nabucodonosor enviou a todo o seu
´ ´ ´
domınio um notavel relatorio sobre o que tinha aconte-
´
cido. Jeova inspirou o profeta Daniel a preservar um
registro exato desses acontecimentos. Começa com estas
palavras: “Nabucodonosor, o rei, a todos os povos, grupos
´
nacionais e lınguas que habitam em toda a terra: Au-
mente a vossa paz. Pareceu-me bem declarar os sinais e
´
as maravilhas que o Deus Altıssimo realizou para comi-
˜ ˜ ˜
go. Quao grandiosos sao os seus sinais e quao poderosas
˜ ´
sao as suas maravilhas! Seu reino e um reino por tempo
´ ´ ˜ ´ ˜
indefinido e seu domınio e para geraçao apos geraçao.”
— Daniel 4:1-3.
1. O que aconteceu ao Rei Nabucodonosor, e que perguntas suscita
isso?
ˆ ´
2, 3. O que queria o rei de Babilonia para os seus suditos, e como en-
´
carava ele o Deus Altıssimo?
˜ `
84 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´
Os suditos de Nabucodonosor ‘habitavam em toda a
3
´
terra’ — porque seu imperio abrangia a maior parte do
´
mundo do registro bıblico. O rei disse a respeito do
´
Deus de Daniel: “Seu reino e um reino por tempo inde-
´
finido.” Como essas palavras magnificavam a Jeova em
´ ˆ ´
todo o Imperio Babilonico! Alem disso, essa foi a segun-
´
da vez que se mostrara a Nabucodonosor que so o Reino
´
de Deus e eterno, permanecendo “por tempos indefini-
dos”. — Daniel 2:44.
4 Que ‘sinais e maravilhas’ realizou “o Deus Altıssi- ´
´
mo”? Esses começaram com o que se deu com o proprio
rei, contado nas seguintes palavras: “Eu, Nabucodono-
sor, vim a estar tranquilo na minha casa e a prosperar no
´
meu palacio. Houve um sonho que tive e ele começou a
atemorizar-me. E havia imagens mentais sobre a minha
˜
cama e visoes da minha cabeça que começaram a ame-
ˆ
drontar-me.” (Daniel 4:4, 5) O que fez o rei babilonio a
respeito desse sonho perturbador?
5 Nabucodonosor convocou os sabios ´ ˆ
de Babilonia e
contou-lhes o sonho. Mas como eles fracassaram! Foram
˜
totalmente incapazes de fornecer a interpretaçao. O re-
gistro acrescentou: “Por fim entrou perante mim Daniel,
´
cujo nome e Beltessazar, segundo o nome de meu deus, e
´ ´
em quem ha o espırito dos deuses santos; e relatei peran-
te ele qual tinha sido o sonho.” (Daniel 4:6-8) O nome
de Daniel na corte era Beltessazar, e a divindade falsa que
o rei chamou de “meu deus” pode ter sido Bel, Nebo
´
ou Marduque. Sendo politeısta, Nabucodonosor encara-
´ ´
va Daniel como alguem em quem havia “o espırito dos
˜
deuses santos”. E, por causa da posiçao de Daniel como
´ ˆ
prefeito sobre todos os sabios de Babilonia, o rei cha-
4. Relacionados com Nabucodonosor, como começaram ‘os sinais e
´
as maravilhas’ de Jeova?
ˆ
5. Como encarava Nabucodonosor a Daniel, e por que?
´ ´
Esclarecimento do misterio da grande arvore 85
O QUE DISCERNIU?
´
˙ O que simbolizava a grande arvore do sonho de
Nabucodonosor?
˙ O que sobreveio a Nabucodonosor no cumpri-
´
mento inicial do seu sonho sobre a arvore?
˙ Depois do cumprimento do seu sonho, o que
reconheceu Nabucodonosor?
´
˙ No cumprimento maior do sonho profetico da
´
arvore, quanto tempo duraram os “sete tempos”,
quando começaram e quando terminaram?
´
C APITULO SETE
UM HOMEM ´ PERSPICAZ
E CONVOCADO
13 Nesse momento crıtico, ´ ´
a propria rainha — evidente-
˜ ˜
mente a rainha-mae — entrou no salao do banquete. Ela
˜ ´
soube da comoçao na festa e conhecia alguem que podia
´
decifrar a escrita na parede. Decadas antes, seu pai, Na-
bucodonosor, havia designado Daniel sobre todos os seus
´ ´
sabios. A rainha lembrou-se dele como homem de “espı-
´ ´
rito extraordinario, e conhecimento, e perspicacia”. Visto
˜ ´
que parece que Daniel nao era conhecido por Belsazar, e
´
provavel que o profeta perdera seu alto cargo governamen-
´ ˜
tal apos a morte de Nabucodonosor. Mas Daniel nao dava
ˆ
muita importancia a destaque. A essa altura, ele provavel-
mente tinha 90 e poucos anos, e ainda servia fielmente a
´ ´ ´ ˆ
Jeova. Apesar de umas oito decadas de exılio em Babilo-
´
nia, ele ainda era conhecido pelo seu nome hebraico. Ate
˜
mesmo a rainha o chamou de Daniel, nao usando o nome
ˆ
babilonico que lhe fora dado. Deveras, ela instou com o
´ ´
rei: “Chame-se o proprio Daniel para que mostre a propria
˜
interpretaçao.” — Daniel 1:7; 5:10-12.
14 Daniel foi chamado e entrou perante Belsazar. Era em-
UM ENIGMA SOLUCIONADO
˜
17 O idoso profeta passou entao a fazer o que foi impos-
´ ´ ˆ
sıvel para todos os sabios de Babilonia. Ele leu e interpre-
tou a escrita na parede. As palavras eram: “MENE, MENE,
TEQUEL e PARSIM.” (Daniel 5:24, 25) O que significam
elas?
18 Literalmente, as palavras significam “uma mina, uma
O QUE DISCERNIU?
˙ Como foi a festa de Belsazar interrompida na
noite de 5/6 de outubro de 539 AEC?
˜
˙ Qual era a interpretaçao da escrita na parede?
ˆ
˙ Que profecia sobre a queda de Babilonia se
cumpria enquanto a festa de Belsazar estava
em andamento?
˙ Que significado para os nossos dias tem o rela-
to sobre a escrita na parede?
´
C APITULO OITO
SALVO DA ˜
BOCA DOS LEOES!
ˆ ´
BABILONIA havia caıdo! Seu esplendor secular como po-
ˆ
tencia mundial fora extinto em apenas poucas horas.
Começava uma nova era — a dos medos e dos persas.
Como sucessor no trono de Belsazar, Dario, o Medo, viu-se
´ ´
confrontado com a tarefa difıcil de organizar seu imperio
expandido.
2 Uma das primeiras tarefas empreendidas por Dario foi
´
a de designar 120 satrapas. Acredita-se que os que serviam
`
em cargos assim as vezes eram escolhidos dentre os paren-
´
tes do rei. De qualquer modo, cada satrapa governava um
˜ ´
grande distrito ou uma subdivisao menor do imperio. (Da-
´
niel 6:1) Seus deveres incluıam a cobrança de impostos e a
` ´
remessa do tributo a corte real. Embora o satrapa ficasse
˜ ´
sujeito a verificaçoes periodicas quando visitado por re-
´
presentantes do rei, ele tinha consideravel autoridade. Seu
´ ´
tıtulo significa “protetor do Reino”. O satrapa era conside-
´
rado como rei vassalo na sua provıncia, com tudo, menos
poder soberano.
3 Onde se enquadrava Daniel nesse novo arranjo? Apo-
O QUE DISCERNIU?
˙ Por que decidiu Dario, o Medo, usar Daniel
num alto cargo?
´
˙ Que trapaça inventaram os altos funciona-
´ ´
rios e os satrapas? Como Jeova salvou a
Daniel?
ˆ ˜
˙ O que aprendeu voce de prestar atençao ao
exemplo de fidelidade de Daniel?
´
C APITULO NOVE
´
QUEM GOVERNARA
O MUNDO?
A EMOCIONANTE profecia de Daniel nos leva agora de
ˆ ´
volta ao primeiro ano do rei babilonio Belsazar. Daniel ja
´ ˆ
por muito tempo e um exilado em Babilonia, mas nun-
´
ca vacilou na sua integridade para com Jeova. Agora, com
˜
mais de 70 anos, o fiel profeta tem “um sonho e visoes da
˜
sua cabeça, sobre a sua cama”. E como essas visoes o ame-
drontam! — Daniel 7:1, 15.
2 Daniel exclama: “Eis que os quatro ventos dos ceus ´
agitavam o vasto mar. E quatro animais gigantescos su-
biam do mar, cada um diferente dos outros.” Que animais
´ ´ ˜ ´
notaveis! O primeiro e um leao alado, e o segundo e se-
melhante a um urso. Depois vem um leopardo com quatro
asas e quatro cabeças. O quarto animal, extraordinaria-
mente forte, tem grandes dentes de ferro e dez chifres.
Dentre os dez chifres sobe um chifre “pequeno” que tem
“olhos semelhantes aos olhos de homem” e “uma boca fa-
lando coisas grandiosas”. — Daniel 7:2-8.
˜
3 As visoes ˜ ´
de Daniel se voltam entao para o ceu. O An-
´
tigo de Dias esta entronizado gloriosamente como Juiz na
´
Corte celestial. ‘Ha mil vezes mil que lhe ministram e dez
´
mil vezes dez mil que ficam de pe logo diante dele.’ Jul-
´
gando adversamente os animais, ele lhes tira o domınio e
´ ´
destroi o quarto animal. O domınio duradouro sobre “os
´ ´ ´
povos, grupos nacionais e lınguas” e entregue a “alguem
semelhante a um filho de homem”. — Daniel 7:9-14.
˜
1-3. Descreva o sonho e as visoes que Daniel teve no primeiro ano
do reinado de Belsazar.
˜ `
130 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´
4“Quanto a mim”, diz Daniel, “meu espırito estava afli-
´ ˜
to dentro de mim por causa disso, e as proprias visoes da
minha cabeça começaram a amedrontar-me”. De modo
˜
que procura obter dum anjo “informaçao fidedigna sobre
´ ´
tudo isso”. O anjo, deveras, lhe da a conhecer “a propria
˜
interpretaçao dos assuntos”. (Daniel 7:15-28) O que Daniel
´ ´
viu e ouviu naquela noite e de grande interesse para nos,
porque delineava futuros acontecimentos mundiais que
´
atingem os nossos tempos, em que “alguem semelhante a
´
um filho de homem” recebe o domınio sobre todos “os po-
´
vos, grupos nacionais e lınguas”. Com a ajuda da Palavra e
´ ´ ´
do espırito de Deus nos tambem podemos entender o sig-
˜ ´
nificado dessas visoes profeticas.1
QUATRO ANIMAIS SOBEM DO MAR
5“Quatro animais gigantescos subiam do mar”, dis-
se Daniel. (Daniel 7:3) O que simbolizava o mar agitado
´ ˜
pelo vento? Anos depois, o apostolo Joao viu sair do “mar”
uma fera de sete cabeças. Esse mar representava “povos, e
˜ ˜ ´
multidoes, e naçoes, e lınguas” — o enorme conjunto da
´ ´
humanidade alheada de Deus. Portanto, o mar e um sım-
bolo apropriado das massas da humanidade alienada de
˜ ´
Deus. — Revelaçao (Apocalipse) 13:1, 2; 17:15; Isaıas 57:20.
6 “Quanto a estes animais gigantescos”, disse o anjo de
˜ ˜
Deus, “por serem quatro, sao quatro reis que se erguerao
da terra”. (Daniel 7:17) Evidentemente, o anjo identificou
os quatro animais vistos por Daniel como “quatro reis”.
˜
1 Para fins de clareza e para evitar repetiçao, consolidaremos os ver-
´ ´
sıculos explanatorios encontrados em Daniel 7:15-28 com uma con-
˜ ´ ´ ˜
sideraçao de versıculo por versıculo das visoes registradas em Daniel
7:1-14.
˜
4. (a) A quem recorreu Daniel para obter informaçoes fidedignas?
´ ´
(b) Por que e importante para nos aquilo que Daniel viu e ouviu na-
quela noite?
5. O que simboliza o mar agitado pelo vento?
6. O que representam os quatro animais?
´
Quem governara o mundo? 131
ˆ
Assim, esses animais significam potencias mundiais. Mas
quais delas?
´
7 Comentadores bıblicos costumam relacionar a vi-
˜
sao do sonho de Daniel de quatro animais com o sonho
´
de Nabucodonosor a respeito duma enorme estatua. Por
´
exemplo, The Expositor’s Bible Commentary (Comentario
´ ´
Bıblico do Expositor) declara: “O capıtulo 7 [de Daniel]
´ ´
e paralelo ao capıtulo 2.” The Wycliffe Bible Commentary
´ ´
(Comentario Bıblico de Wycliffe) diz: “Em geral se concor-
˜ ´ ´
da que a sucessao de quatro domınios gentios . . . e aqui
´ ´
[em Daniel, capıtulo 7] a mesma que a vista no capıtulo 2
ˆ
[de Daniel].” As quatro potencias mundiais representadas
pelos quatro metais do sonho de Nabucodonosor foram o
´ ˆ ´
Imperio Babilonico (cabeça de ouro), a Medo-Persia (peito
´
e braços de prata), a Grecia (ventre e coxas de cobre) e o
´
Imperio Romano (pernas de ferro).1 (Daniel 2:32, 33) Veja-
mos como esses reinos correspondem aos quatro animais
gigantescos vistos por Daniel.
˜ ´
FEROZ COMO LEAO, VELOZ COMO AGUIA
8 Que animais impressionantes Daniel viu! Descreven-
˜
do um desses, ele disse: “O primeiro era como leao e ti-
´ ´
nha asas de aguia. Eu estava observando ate que se lhe
arrancaram as asas, e ele foi levantado da terra e posto nos
´ ˜
dois pes como um homem, e deu-se-lhe um coraçao de ho-
´
mem.” (Daniel 7:4) Esse animal retratava o mesmo domı-
´
nio representado pela cabeça de ouro da enorme estatua,
´
1 Veja o Capıtulo 4 deste livro.
´ ` ˜
7. (a) O que dizem certos comentadores bıblicos referente a visao do
sonho de Daniel a respeito dos quatro animais e do sonho de Nabu-
´
codonosor, de uma enorme estatua? (b) O que representa cada uma
´ ´
das partes metalicas da estatua?
´
8. (a) Como descreveu Daniel o primeiro animal? (b) Que imperio
foi representado pelo primeiro animal, e de que forma agiu como
˜
leao?
˜ `
132 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
ˆ
a Potencia Mundial Ba-
ˆ
bilonica (607-539 AEC).
˜
Igual a um “leao” preda-
´ ˆ
torio, Babilonia devo-
rava ferozmente na-
˜
çoes, incluindo o povo
de Deus. ( Jeremias 4:5-7;
˜
50:17) Esse “leao”, como
´
que com asas de aguia,
avançava numa conquis-
ta agressiva. — Lamen-
˜
taçoes 4:19; Habacuque
1:6-8.
9 Com o tempo, ‘arran-
˜ ´ ´
padrao na historia . . . O Imperio Romano foi um desen-
´ ˜
volvimento, um desenvolvimento insolito, nao planejado;
o povo romano, quase sem se aperceber disso, viu-se en-
ˆ
volvido numa vasta experiencia administrativa.” Deveras,
o quarto animal ia crescer mais.
´
UM CHIFRE PEQUENO OBTEM SUPERIORIDADE
20 “Eu estava contemplando os chifres”, disse Daniel, “e
ˆ
eis que subiu entre eles outro chifre, um pequeno, e tres
dos primeiros chifres foram arrancados diante dele”. (Da-
niel 7:8) Sobre esse chifre pequeno, o anjo disse a Daniel:
´
“Depois deles [dos dez reis] levantar-se-a ainda outro, e ele
´ ˆ ˜
mesmo sera diferente dos primeiros, e tres reis serao humi-
´
lhados.” (Daniel 7:24) Quem e esse rei, quando se levantou
ˆ
e que tres reis ele humilhou?
20. O que disse o anjo a respeito da subida dum chifre pequeno na
cabeça do quarto animal?
˜ `
138 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
ˆ
BABIL ONIA
a partir de 607 AEC
´
MEDO-PERSIA
a partir de 539 AEC
´
GRECIA
a partir de 331 AEC
ROMA
a partir de 30 AEC
ˆ
POT ENCIA MUNDIAL ANGLO-
AMERICANA a partir de 1763 EC
MUNDO POLITICAMENTE
DIVIDIDO no tempo do fim
˜ `
140 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
˜
32. Por que diria que ‘os santos’ nao foram eliminados pelo chifre
“pequeno”?
´
33. (a) Quem e o Antigo de Dias? (b) O que eram os ‘livros que fo-
ram abertos’ na Corte celestial?
´ ` ˆ
34, 35. O que acontecera ao chifre “pequeno” e as outras potencias
animalescas?
´
Quem governara o mundo? 145
O QUE DISCERNIU?
˙ O que simboliza cada um dos ‘quatro ani-
mais gigantescos que sobe do mar’?
˙ O que constitui o chifre “pequeno”?
˙ Como foram “os santos” hostilizados pelo
´
simbolico chifre pequeno durante a Primeira
Guerra Mundial?
´ ´
˙ O que acontecera ao pequeno chifre simboli-
` ˆ
co e as outras potencias animalescas?
´ ˆ
˙ Que benefıcio obteve voce de prestar aten-
˜ ` ˜
çao ao sonho e as visoes de Daniel a respeito
dos “quatro animais gigantescos”?
149
UM MONARCA TOLERANTE
´
UM ESCRITOR grego do quinto seculo AEC lembrou-o
´ ´
como monarca tolerante e ideal. Na Bıblia, ele e chamado
de “ungido” de Deus e de “ave de rapina” vinda “desde o
´
nascente”. (Isaıas 45:1; 46:11) O monarca mencionado as-
´ ´
sim e Ciro, o Grande, da Persia.
Ciro come çou a se tornar famoso por volta de
560/559 AEC, quando sucedeu ao pai, Cambises I, no tro-
˜ ´ ˜
no de Anxa, cidade ou distrito da antiga Persia. Anxa estava
˜ ´
entao sob a suserania do rei medo Astıages. Ciro, revoltan-
´ ´ ´
do-se contra o domınio medo, ganhou uma rapida vitoria
´ ´
porque o exercito de Astıages desertou. Ciro granjeou en-
˜
tao a lealdade dos medos. Depois, os medos e os persas lu-
taram unidos sob a liderança dele. Assim passou a existir o
governo medo-persa, que com o tempo estendeu seu do-
´ ´
mınio desde o mar Egeu ate o rio Indo. — Veja o mapa.
Com as forças conjuntas dos medos e dos persas, Ciro
primeiro agiu para controlar um foco de dificuldades
ˆ
MACEDONIA
ˆ ´
´ Ecbatana
Jerusalem Babilonia
Susa
ˆ ´
Menfis Persepolis
EGITO ´
´ INDIA
ETIOPIA
´
IMPERIO MEDO-PERSA
150
— o setor ocidental da
´ ´
Media, onde o rei lı-
dio, Creso, expandira
´
seu domınio invadin-
´
do o territorio medo.
´
Avançando ate a fron-
teira oriental do ´ Im-
´ ´
´ ´ p erio L ıdio na Asia
Tumulo de Ciro em Pasargada Menor, Ciro derrotou
˜
Creso e capturou sua capital, Sardes. ´ Ciro subjugou ent´ ao
ˆ
as cidades jonicas e incluiu toda a Asia Menor no domınio
´
do Imperio Medo-Persa. Ele se tornou assim o maior rival
ˆ
de Babilonia e de seu rei, Nabonido.
˜
Ciro preparou-se entao para um confronto com a pode-
ˆ
rosa Babilonia. E, daquele ponto em diante, ele passou a
´ ´
figurar no cumprimento de profecias bıblicas. Jeova, por
´ ´
meio do profeta Isaıas, quase dois seculos antes, mencio-
ˆ
nara Ciro como o governante que´ derrubaria Babilonia e li-
˜
bertaria os judeus da servidao. E em virtude dessa desig-
˜
naçao antecipada que as Escrituras se referem a Ciro como
´ ´
“ungido” de Jeova. — Isaıas 44:26-28.
ˆ
Quando Ciro avançou contra Babilonia, em 539 AEC, ele
se confrontou com uma tarefa enorme. A cidade parecia
´
inexpugnavel, cercada por enormes muralhas e um fosso
fundo e largo, formado pelo rio Eufrates. Onde o Eufrates
ˆ
atravessava Babilonia, uma muralha gigantesca com enor-
˜
mes portoes de cobre se estendia ao longo das margens do
ˆ
rio. Como poderia Ciro tomar Babilonia?
´ ´
Mais de um seculo antes, Jeova predissera “uma devas-
˜ ´
taçao sobre as suas aguas” e dissera que ‘elas teriam de
`
secar-se’. (Jeremias 50:38) Fiel a profecia, Ciro desviou as
´ ˆ
aguas do rio Eufrates alguns quilometros ao norte de Babi-
151
ˆ ´ ´
lonia. Daı, seu exercito vadeou pelo leito do rio, subiu as
´
ribanceiras ate a muralha e entrou facilmente na cidade,
˜
porque os portoes de cobre tinham sido deixados abertos.
Como “ave de rapina” que se lança rapidamente sobre a
´
sua vıtima, esse governante, vindo “desde o nascente”
ˆ ´
— do leste — capturou Babilonia numa so noite!
ˆ ´
Para os judeus em Babilonia, a vitoria de Ciro significa-
´ ˜
va a chegada ha muito esperada da libertaçao do cativei-
˜ ´
ro e o fim dos 70 anos de desolaçao da sua patria. Como
devem ter ficado emocionados quando Ciro emitiu uma
˜ ´
proclamaçao, autorizando-os a retornar a Jerusalem e re-
´
construir o templo! Ciro devolveu-lhes tambem os pre-
´
ciosos utensılios do templo, que Nabucodonosor havia le-
ˆ ´
vado a Babilonia, deu-lhes a Baixo-relevo junto ao palacio
˜ ´
permissao real de importar de Ciro em Pasargada
´
madeira do Lıbano e autori-
zou o uso de fundos da casa
do rei para cobrir as despe-
˜
sas da construçao. — Esdras
1:1-11; 6:3-5.
Ciro seguia em geral
´ ´
uma polıtica humanitaria e
tolerante em tratar os po-
vos conquistados por ele.
Um motivo desse comporta-
mento pode ´ ter sido a sua
˜ ´
religiao. E provavel que Ciro
aderisse aos ensinos do pro-
feta persa Zoroastro e ado-
´
rasse Aura-mazda — deus
considerado ser o criador de
´
tudo o que e bom. Farhang
Mehr escreveu no seu livro
152
˜
The Zoroastrian Tradition (A Tradiçao Zoroastriana): “Zo-
˜ `
roastro apresentava a Deus como perfeiçao moral. Disse as
´ ˜ ´
pessoas que Aura-mazda nao e vingativo, mas justo e, por-
˜
tanto, nao devia ser temido, mas amado.” A crença num
´ ´
deus de boa moral e justo pode ter influıdo na etica de Ciro
e estimulado sua magnanimidade e equidade.
ˆ
No entanto, o rei tolerava menos o clima de Babilonia.
˜ ´
Os veroes torridos ali eram mais do que ele estava dispos-
ˆ
to a aguentar. Portanto, embora Babilonia permanecesse
´ ´
uma cidade regia do imperio, bem como um centro religio-
so e cultural, em geral ela servia apenas como sua capital
ˆ
de inverno. Na realidade, depois de conquistar Babilonia,
` ˜ ´
Ciro voltou logo a sua capital de verao, Ecbatana, situada a
´ ´
uns 1.900 metros acima do nıvel do mar, ao sope do mon-
te Alvand. Ali, os invernos frios contrabalançados por ve-
˜ ´
roes agradaveis eram mais do seu agrado. Ciro construiu
´ ´ ´
tambem um elegante palacio na sua capital anterior, Pasar-
´ ˆ
gada (perto de Persepolis), 650 quilometros ao sudeste de
´ ˆ
Ecbatana. A residencia ali serviu-lhe de retiro.
Ciro deixou assim seu marco como conquistador valen-
te e monarca tolerante. Seu governo de 30 anos terminou
quando morreu em 530 AEC, enquanto estava numa cam-
panha militar. Seu filho Cambises II sucedeu-lhe no trono
persa.
O QUE DISCERNIU?
˙ Como mostrou Ciro, o Persa, ser o “ungido”
´
de Jeova?
˙ Que serviço valioso prestou Ciro ao povo de
´
Jeova?
˙ Como tratava Ciro os povos conquistados?
153
´
Aristoteles e seu aluno Alexandre
´ ´
para a gloria regia, o jovem Alexandre tinha pouco interesse
em outros empreendimentos. Perguntado se iria participar
´
numa corrida nos Jogos Olımpicos, Alexandre indicou que o
˜
faria se fosse correr com reis. Ele tinha a ambiçao de realizar
´
atos maiores do que os do pai e de obter gloria por meio de
˜
consecuçoes.
155
` ´
A idade de 13 anos, Alexandre teve como tutor o filosofo
´
grego Aristoteles, que o ajudou´ a se interessar na filosofia,
ˆ ˜ ´
na medicina e na ciencia. E questao de debate ate que pon-
´ ´
to os ensinos filosoficos de Aristoteles moldaram o modo
˜
de pensar de Alexandre. “Parece certo dizer que nao havia
muito em que os dois concordassem”, observou Bertrand
´ ´ ´
Russell, filosofo do seculo 20. “Os conceitos polıticos de
´
Aristoteles baseavam-se na cidade-estado grega, que esta-
va prestes a acabar.” O conceito dum pequeno governo de
˜ ´
cidade-estado nao teria agradado a um prıncipe ambicioso
´
que queria criar um grande imperio centralizado. Alexandre
´ ´
deve ter sido tambem muito ceptico a respeito do preceito
´ ˜
aristotelico de tratar como escravos aqueles que nao eram
´
gregos, pois visionava um imperio de parceria florescente
entre vitoriosos e vencidos.
´ ´ ´
No entanto, ha pouca duvida de que Aristoteles tenha
cultivado o interesse de Alexandre na leitura e na aprendi-
´
zagem. Alexandre continuou a ser um leitor avido duran-
˜
te toda a sua vida, tendo paixao especial pelos escritos de
´
Homero. Afirma-se que aprendeu de cor a Ilıada — todas as
15.693 linhas do poema.
˜ ´
A educaçao que recebeu de Aristoteles terminou abrupta-
´
mente em 340 AEC, quando o prıncipe de 16 anos voltou
ˆ ˆ
a Pela para governar a Macedonia na ausencia do pai. E o
´ ˜
prıncipe herdeiro nao perdeu tempo, distinguindo-se em fa-
çanhas militares. Para o deleite de Filipe, ele subjugou rapi-
´
damente a rebelde tribo tracia dos maedi, tomou a cidade
principal deles de assalto e deu ao lugar o nome de Alexan-
´
dropolis, segundo o seu nome.
PROSSEGUE COM AS CONQUISTAS
O assassinato de Filipe em 336 AEC fez com que Alexan-
ˆ
dre, aos 20´ anos, herdasse o trono da Maced onia. En-
trando na Asia pelo Helesponto (agora conhecido como
156
157
ˆ
MACEDONIA
ˆ
Babilonia
●
do
Rio In
EGITO
CONQUISTAS DE ALEXANDRE
O QUE DISCERNIU?
˜
˙ Qual era a formaçao de Alexandre, o Grande?
ˆ
˙ Logo depois de herdar o trono da Macedonia,
que campanha empreendeu Alexandre?
˙ Descreva algumas das conquistas de Alexandre.
˙ O que se pode dizer sobre a personalidade de
Alexandre?
162
´
UM VASTO REINO E DIVIDIDO
´
REFERENTE ao reino de Alexandre, o Grande, a Bıblia predis-
˜ ˜ ˜
se a sua desintegraçao e divisao, “mas nao para a sua poste-
ridade”. (Daniel 11:3, 4) Concordemente, nos 14 anos que se
`
seguiram a morte repentina de Alexandre em 323 AEC, seu
´ ´ ´
filho legıtimo, Alexandre IV, e seu filho ilegıtimo, Heracles,
foram assassinados.
´
No ano 301 AEC, quatro dos generais de Alexandre ja ti-
´ ´
nham assumido o poder sobre o vasto imperio construıdo
por seu comandante. O General Cassandro assumiu o contro-
ˆ ´ ´
le sobre
´ a Macedonia e a Grecia. O General Lisımaco recebeu
´ ´
a Asia Menor e a Tracia. Seleuco I Nicator ficou com a Meso-
ˆ ´
potamia e a Sıria. E Ptolomeu Lago, ou Ptolomeu I, governou
´
o Egito e a Palestina. De modo que, do unico vasto reino de
´
Alexandre surgiram quatro reinos helenısticos, ou gregos.
´
Dos quatro reinos helenısticos, o governo de Cassandro
mostrou ser o mais curto. Poucos anos depois de Cassan-
dro assumir o poder, sua linhagem masculina morreu, e em
´ ´
285 AEC Lisımaco tomou posse da parte europeia do Imperio
´
Grego. Quatro anos depois, Lisımaco morreu numa batalha
´
com Seleuco I Nicator, dando a este o controle sobre a maior
´ ´
parte dos territorios asiaticos. Seleuco tornou-se o primeiro
ˆ ´
da linhagem de reis seleucidas na Sıria. Ele
´
fundou Antioquia, na Sıria, e a tornou sua
nova capital. Seleuco foi assassinado em
281 AEC, mas a dinastia que ele fundou
´
Ptolomeu I continuou no poder ate 64 AEC, quando o
´
general romano Pompeu fez da Sıria uma
´
provıncia de Roma.
˜ ´
Das quatro divisoes do imperio de Ale-
Seleuco I xandre, o reino ptolomaico durou mais
163
´
Lis ımaco
Cassandro
Ptolomeu I
Seleuco I
˜ ´
A DESINTEGRAÇ AO DO IMPERIO DE ALEXANDRE
´
tempo. Ptolomeu I assumiu o tıtulo de rei em 305 AEC e tor-
´ ˆ
nou-se o primeiro dos reis, ou faraos, macedonios do Egito.
Tornando Alexandria a capital, começou imediatamente um
programa de desenvolvimento urbano. Um dos seus maio-
˜
res projetos de construçao foi a famosa Biblioteca de Alexan-
dria. Para supervisionar esse grande projeto, Ptolomeu trouxe
´ ´
da Grecia um famoso erudito ateniense, Demetrio de Falero.
´ ´
Relata-se que, no primeiro seculo EC, a biblioteca ja abrigava
˜
um milhao de rolos. A dinastia ptolomaica continuou a go-
´
vernar no Egito ate cair diante de Roma, em 30 AEC. Roma
˜ ´ ˆ
substituiu entao a Grecia como a dominante potencia mun-
dial.
O QUE DISCERNIU?
´
˙ Como foi dividido o vasto imperio de
Alexandre?
´ ´
˙ Ate quando continuou a Sıria a ser governada
ˆ
por reis seleucidas?
˙ Quando terminou o reino ptolomaico do Egito?
´
C APITULO DEZ
´
QUEM PODE ´ MANTER-SE DE
´ PE
CONTRA O PRINCIPE DOS PRINCIPES?
˜
HAVIAM-SE passado 57 anos desde a destruiçao do tem-
´ ´
plo de Jeova em Jerusalem. Belsazar e seu pai, Nabonido,
´ ˆ ˆ
governam juntos o Imperio Babilonico, a terceira potencia
´ ´
mundial da profecia bıblica.1 Daniel, o profeta de Deus, esta
ˆ
exilado em Babilonia. E durante o “terceiro ano do reina-
´ ˜
do de Belsazar, o rei”, Jeova envia a Daniel uma visao que
˜
revela certos pormenores da restauraçao da verdadeira ado-
˜
raçao. — Daniel 8:1.
˜
2 A visao ´
profetica de Daniel teve um efeito profundo so-
´ ´
bre ele e e de grande interesse para nos, os que vivemos no
“tempo do fim”. O anjo Gabriel diz a Daniel: “Eis que te
´ ˜
faço saber o que ocorrera na parte final da verberaçao, por-
´
que e para o tempo designado do fim.” (Daniel 8:16, 17, 19,
27) Portanto, com vivo interesse, consideremos o que Da-
´
niel viu e o que isso significa para nos hoje.
UM CARNEIRO COM DOIS CHIFRES
˜
3 “Comecei a ver na visao”, escreve Daniel, “e sucedeu,
˜
enquanto eu estava vendo, que eu estava em Susa, o caste-
´ ˜
lo, que esta no distrito jurisdicional de Elao; e passei a ver na
˜ ´
visao, e eu mesmo vim a estar junto ao curso de agua do
ˆ ˆ ´ ˜
1 Sete potencias mundiais de significancia bıblica especial sao Egi-
´ ˆ ´ ´ ˆ
to, Assıria, Babilonia, Medo-Persia, Grecia, Roma e a potencia mun-
˜ ´
dial dupla anglo-americana. Todas essas sao notaveis por terem tido
´
tratos com o povo de Jeova.
´ ˆ ´ ˜
1, 2. Por que e de importancia para nos a visao que Daniel teve no
terceiro ano do reinado de Belsazar?
´ ´
3, 4. Que animal Daniel viu em pe diante dum curso de agua, e o
que simboliza?
ˆ
MACEDONIA
´
´ ˆ Ecbatana
Jerusalem Babilonia
Susa
´
ˆ Persepolis
Menfis
EGITO
´ ´
ETIOPIA INDIA
´
Imperio Medo-Persa
˜
Ulai”. (Daniel 8:2) Nao se declara se Daniel estava mesmo
˜ ˜ ˆ
em Susa (Susa) — capital de Elao, situada a uns 350 quilo-
ˆ
metros ao leste de Babilonia — ou se estava ali apenas em
˜
visao.
4 Daniel prossegue: “Quando levantei os olhos entao ˜
vi,
´ ´
e eis um carneiro de pe diante do curso de agua, e ele
tinha dois chifres.” (Daniel 8:3a) A identidade do carneiro
˜
nao ficou oculta a Daniel. O anjo Gabriel declara mais tar-
de: “O carneiro que viste, tendo dois chifres, representa os
´ ´
reis da Media e da Persia.” (Daniel 8:20) Os medos proce-
´
diam do planalto montanhoso ao leste da Assıria, e os
´ ˆ ˆ
persas, no inıcio, com frequencia levavam uma vida noma-
˜ ´
de na regiao ao norte do golfo Persico. No entanto, com o
´
crescimento do Imperio Medo-Persa, seus habitantes desen-
´
volveram um notavel gosto pelo luxo.
´
5 “Os dois chifres eram altos”, relata Daniel, “porem, um
´
era mais alto do que o outro, e o mais alto e que subira
depois”. (Daniel 8:3b) O chifre mais alto, que subiu mais
tarde, retrata os persas, ao passo que o outro chifre represen-
ta os medos. No começo, os medos dominavam. Mas em
´ ´
550 AEC, Ciro, o governante da Persia, obteve uma vitoria
´ ´
facil sobre o rei medo, Astıages. Ciro combinou os costumes
5. Como ficou mais alto o chifre que “subira depois”?
´ ´ ´
Quem pode manter-se de pe contra o Prıncipe dos prıncipes? 167
do
Babilonia
Rio In
EGITO
´
Imperio Grego
ˆ ´
xandre tornou-se rei na Macedonia. A Historia mostra que
´
Alexandre, o Grande, era o predito primeiro “rei da Gre-
cia”. Partindo “desde o poente”, ou oeste, no ano 334 AEC,
˜
Alexandre avançou rapidamente. Como que ‘nao tocando
´
na terra’, ele conquistou territorios e golpeou “o carneiro”.
´ ´
Acabando com o domınio medo-persa de uns dois secu-
´ ˆ
los, a Grecia tornou-se assim a quinta potencia mundial de
ˆ ´ ´
importancia bıblica. Que notavel cumprimento da profecia
divina!
12 Mas o poder de Alexandre ia ser de pouca duraçao.˜
A vi-
˜ ´
sao revela adicionalmente: “E o bode dos caprıdeos, da sua
parte, assumiu ares de grandeza, em extremo; mas, assim
que se tornou forte, foi quebrado o grande chifre, e passa-
ram a subir de modo proeminente quatro em lugar dele, em
˜ ´
direçao aos quatro ventos dos ceus.” (Daniel 8:8) Explican-
do a profecia, Gabriel diz: “Que este foi quebrado, de modo
´
que por fim se ergueram quatro em seu lugar, havera qua-
˜ ˜ ˜
tro reinos que se erguerao de sua naçao, mas nao com o seu
´
poder.” (Daniel 8:22) Conforme predito, no proprio apogeu
da sua carreira vitoriosa, Alexandre foi “quebrado”, ou mor-
` ´
reu, a idade de apenas 32 anos. E seu grande imperio, por
fim, passou a ser dividido entre quatro dos seus generais.
´
12. Como foi “quebrado” o “chifre grande” do bode simbolico, e o
que eram os quatro chifres que se ergueram em seu lugar?
˜ `
170 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´
ITALIA
Roma
´
Jerusalem
EGITO
´
Imperio Romano
ˆ ˜
Romano declinou, mas a influencia da civilizaçao greco-ro-
mana continuou na Bretanha, bem como em outras partes
´
da Europa que haviam estado sob o domınio romano. “Na
˜ ´
ocasiao da queda do Imperio Romano”, escreveu o poeta e
ˆ
autor mexicano Octavio Paz, ganhador do premio Nobel,
“a Igreja o substituiu”. Ele acrescentou: “Tanto os padres da
´ ´
Igreja como os doutores do perıodo escolastico enxertaram
˜ ´
a filosofia grega na doutrina crista.” E Bertrand Russell, filo-
´ ´ ˜
sofo e matematico do seculo 20, observou: “A civilizaçao do
˜
Ocidente, que teve origens gregas, baseia-se numa tradiçao
´ ´
filosofica e´ cientıfica que começou em Mileto [uma cidade
´ ˆ
grega na Asia Menor] ha dois milenios e meio.” De modo
´ ˆ ´
que se pode dizer que o Imperio Britanico teve suas raızes
´ ˆ ´
culturais no reino helenıstico da Macedonia e da Grecia.
˜
18 Em 1763, a Gra-Bretanha ´
ja havia derrotado seus po-
´
derosos rivais, a Espanha e a França. Daı em diante, ela
´ ˆ
mostrou ser a senhora dos mares e a setima potencia mun-
´ ˆ
dial da profecia bıblica. Mesmo depois de as 13 colonias
˜
americanas se terem separado da Gra-Bretanha em 1776,
´ ´
para estabelecer os Estados Unidos da America, o Imperio
ˆ ´
Britanico aumentou para abranger um quarto da superfıcie
´
18. O que e o chifre pequeno que se tornou “um rei de semblante fe-
roz” no “tempo do fim”? Queira explicar isso.
´ ´ ´
Quem pode manter-se de pe contra o Prıncipe dos prıncipes? 173
˜ ´ ˆ
da Terra e um quarto da sua populaçao. A setima poten-
cia mundial ganhou ainda mais força quando os Estados
´ ˜
Unidos da America colaboraram com a Gra-Bretanha para
ˆ
formar a potencia mundial dupla anglo-americana. Essa po-
ˆ ˆ
tencia, em sentido economico e militar, deveras se tinha
tornado “um rei de semblante feroz”. O chifre pequeno que
ˆ ´
se tornou uma feroz potencia polıtica no “tempo do fim”,
´ ˆ
portanto, e a Potencia Mundial Anglo-Americana.
19 Daniel viu que o chifre pequeno “se tornava muito
˜
maior” em direçao do “Ornato”. (Daniel 8:9) A Terra Pro-
´ ˜
metida, que Jeova deu ao seu povo escolhido, era tao bela
que era chamada de “o ornato de todas as ´ terras”, quer di-
zer, da Terra inteira. (Ezequiel 20:6, 15) E verdade que a
˜ ´
Gra-Bretanha capturou Jerusalem em 9 de dezembro de
˜ ` ˜
1917, e no ano 1920 a Liga das Naçoes deu a Gra-Bretanha o
´
mandato sobre a Palestina, que continuaria ate 14 de maio
˜ ´ ´ ´
de 1948. Mas a visao e profetica, contendo muitos sımbolos.
˜ ˜
E “o Ornato” mencionado na visao nao simboliza Jerusa-
´ ˜
lem, mas a condiçao terrestre do povo que Deus considera
´ ˆ
como santo durante o tempo da setima potencia mundial.
ˆ
Vejamos como a Potencia Mundial Anglo-Americana procu-
ra ameaçar os santos.
´
DEITADO ABAIXO O ‘LUGAR DO SEU SANTUARIO’
20 O chifre pequeno “tornava-se cada vez maior ate´ atin-
´ ´ ´
gir o exercito dos ceus, de modo que fez alguns do exercito
e algumas das estrelas cair para a terra”. Segundo a expli-
˜ ´ ´ ´
caçao angelica, “o exercito dos ceus” e as “estrelas” que o
˜ ´
chifre pequeno procura derrubar sao “o povo constituıdo
˜ ˜
dos santos”. (Daniel 8:10, 24) Esses “santos” sao cristaos
´
ungidos com espırito. Visto que foram levados a uma rela-
˜
çao com Deus por meio do novo pacto, feito vigorar pelo
´ ˜
19. O que e “o Ornato” mencionado na visao?
˜ ´ ´
20. Quem sao “o exercito dos ceus” e as “estrelas” que o chifre pe-
queno procura derrubar?
2
1
4
3
5
´ ´ ´
Quem pode manter-se de pe contra o Prıncipe dos prıncipes? 175
˜
sangue derramado de Jesus Cristo, eles sao santificados, pu-
`
rificados e postos a parte para o serviço exclusivo de Deus.
ˆ
(Hebreus 10:10; 13:20) Por te-los designado herdeiros jun-
´
to com o Seu Filho na herança celestial, Jeova os considera
´ ˜
santos. (Efesios 1:3, 11, 18-20) Portanto, na visao de Daniel,
´ ´
“o exercito dos ceus” refere-se ao restante dos 144 mil “san-
˜ ´
tos” ainda na Terra, os quais reinarao no ceu junto com o
˜
Cordeiro. — Revelaçao (Apocalipse) 14:1-5.
21 Hoje em dia, os remanescentes dos 144 mil sao ˜
os re-
´
presentantes terrestres da “Jerusalem celestial” — o Reino de
Deus, semelhante a uma cidade, — e do seu arranjo de tem-
´
plo. (Hebreus 12:22, 28; 13:14) Nesse sentido e que ocupam
´ ˆ
um “lugar santo”, que a setima potencia mundial procu-
ra pisotear e tornar desolado. (Daniel 8:13) Chamando esse
´ ´
lugar santo tambem de ‘lugar estabelecido do santuario de
´ ´ ´
Jeova’, Daniel diz: “Foi-lhe tirado [i.e., de Jeova] o sacrifıcio
´
contınuo e foi deitado abaixo o lugar estabelecido do seu
´ ´ ´
santuario. E aos poucos foi entregue o proprio exercito, jun-
´ ´ ˜
to com o sacrifıcio contınuo, por causa da transgressao; e
ele continuou a lançar a verdade por terra, e agiu e foi bem-
sucedido.” (Daniel 8:11, 12) Como se cumpriu isso?
22 O que aconteceu com as Testemunhas de Jeova´
O QUE DISCERNIU?
˙ O que representa
“o carneiro” de “dois chifres”?
“o bode peludo” com seu “chifre grande”?
os quatro chifres que subiram em lugar do
“chifre grande”?
o chifre pequeno que saiu de um dos quatro
chifres?
˙ Durante a Segunda Guerra Mundial, como
ˆ
procurou a Potencia Mundial Anglo-Americana
desolar “o lugar santo”, e ela conseguiu isso?
´
C APITULO ONZE
REVELADO O TEMPO
DA VINDA DO MESSIAS
´ ´
JEOVA e o Grande Cronometrista. Tem sob o seu controle
´
todos os tempos e epocas relacionados com o seu trabalho.
(Atos 1:7) Todos os acontecimentos que ele designou para
´ ˜ ˜
esses tempos e epocas ocorrerao com toda a certeza. Nao
˜
falharao.
2 O profeta Daniel, como estudante diligente das Es-
´ ´
crituras, tinha fe na capacidade de Jeova programar
´
acontecimentos e de realiza-los. A Daniel interessavam es-
˜
pecialmente as profecias relacionadas com a devastaçao de
´ ˜
Jerusalem. Jeremias registrara a revelaçao de Deus referen-
te a quanto tempo a cidade santa ficaria desolada, e Daniel
˜
deu muita consideraçao a essa profecia. Ele escreveu: “No
ˆ
primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da descenden-
´
cia dos medos, que fora constituıdo rei sobre o reino dos
caldeus, no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, com-
´
preendi pelos livros o numero de anos a respeito dos quais
´
viera a haver a palavra de Jeova para Jeremias, o profeta,
˜ ´
para se cumprirem as devastaçoes de Jerusalem, a saber, se-
tenta anos.” — Daniel 9:1, 2; Jeremias 25:11.
3 Dario, o Medo, governava entao ˜
“o reino dos caldeus”.
˜
A prediçao anterior feita por Daniel, quando ele interpre-
tou a escrita na parede, havia-se cumprido rapidamente.
´ ˆ ˜
O Imperio Babilonico nao existia mais. Fora “dado aos me-
dos e aos persas” em 539 AEC. — Daniel 5:24-28, 30, 31.
´ ´
1. Visto que Jeova e o Grande Cronometrista, de que podemos ter cer-
teza?
˜ ´
2, 3. Em que profecia fixou Daniel sua atençao e que imperio gover-
ˆ ´
nava Babilonia naquela epoca?
˜ `
182 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
˜ ´
DANIEL FAZ UMA PETIÇ AO HUMILDE A JEOVA
4 Daniel deu-se conta de que os 70 anos de desolaçao ˜
de
´
Jerusalem estavam para acabar. O que ele faria a seguir? Ele
ˆ ´
mesmo nos diz: “Passei a por a minha face para Jeova, o
˜
verdadeiro Deus, para o procurar com oraçao e com rogos,
com jejum e com serapilheira e cinzas. E comecei a orar a
´ ˜
Jeova, meu Deus, e a fazer confissao.” (Daniel 9:3, 4) Era
˜ ˜
preciso ter uma condiçao correta de coraçao para se rece-
˜ ´ ´
ber a libertaçao misericordiosa da parte de Jeova. (Levıtico
´
26:31-46; 1 Reis 8:46-53) Havia necessidade de se ter fe, um
´
espırito humilde e pleno arrependimento dos pecados que
´ ˜
haviam causado o exılio e a escravidao. Por isso, Daniel
passou a se chegar a Deus a favor do seu povo pecaminoso.
Como? Por jejuar, lamentar e vestir-se de serapilheira, um
´ ˜
sımbolo de arrependimento e de sinceridade de coraçao.
5 A profecia de Jeremias dera a Daniel esperança, pois in-
semanas de sete dias cada uma, que seriam 490 dias — ape-
˜
nas um ano e quatro meses. A predita reconstruçao de
´ ´
Jerusalem “com praça publica e fosso” levou muito mais
˜
tempo do que isso. As semanas sao semanas de anos. Que
´ ´
cada semana e de sete anos e sugerido por diversas tradu-
˜
çoes modernas. Por exemplo, “setenta semanas de anos”
´ ˜ ´
e uma traduçao indicada numa nota de rodape sobre Da-
˜
niel 9:24 na versao Tanakh—The Holy Scriptures (Tanakh
— As Escrituras Sagradas), publicada pela The Jewish Publi-
˜ ˜
cation Society. A versao de Matos Soares (Ediçoes Paulinas)
diz: “Setenta semanas de anos foram decretadas sobre o teu
˜
povo e sobre a tua cidade santa.” Traduçoes similares apa-
˜
recem nas versoes inglesas de Moffatt e de Rotherham, e
´ ´ ´
na nota de rodape na Bıblia Sagrada dos Missionarios
Capuchinhos.
15 De acordo com as palavras do anjo, as “setenta
ˆ ´
semanas” ficariam divididas em tres perıodos: (1) “sete
semanas”, (2) “sessenta e duas semanas” e (3) uma sema-
na. Isso seria ´ 49 anos, 434 anos e 7 anos — num total de´
490 anos. E interessante que The Revised English Bible (A Bı-
˜
blia Inglesa Revisada) diz: “Setenta vezes sete anos estao
determinados para teu povo e para tua cidade santa.” De-
´ ˆ
pois do exılio e do sofrimento dos judeus em Babilonia por
70 anos, eles teriam o favor especial de Deus por 490 anos,
ou 70 anos multiplicados por 7. O ponto de partida seria “a
´ ´
saıda da palavra para se restaurar e reconstruir Jerusalem”.
Quando seria isso?
O COMEÇO DAS “SETENTA SEMANAS”
ˆ ˜
Tres incidentes dignos de nota merecem consideraçao
16
‘A palavra para se
´
“SETENTA SEMANAS”
restaurar Jerusalem’ ´ ´
Jerusalem reconstruıda
455 406
7 semanas 62
% (%
49 anos 434
Revelado o tempo da vinda do Messias 189
´
limitava a “embelezar a casa de Jeova”. Era por isso que a
carta mencionava ouro e prata, vasos sagrados e contribui-
˜ ˜
çoes de trigo, vinho, azeite e sal, em apoio da adoraçao no
˜
templo, bem como a isençao de impostos para os que ser-
vissem ali. — Esdras 7:6-27.
18 O terceiro incidente ocorreu 13 anos mais tarde, no
˜
20.° ano do rei persa Artaxerxes. Neemias servia entao
˜ ´
como seu copeiro em “Susa, o castelo”. Jerusalem tinha
´ ´
sido reconstruıda ate certo ponto pelos remanescentes que
ˆ
voltaram de Babilonia. Mas nem tudo estava bem. Nee-
´
mias soube que ‘a muralha de Jerusalem estava derrocada
´ ˜
e seus proprios portoes haviam sido queimados com fogo’.
Isso o perturbou muito, e ele ficou profundamente tris-
te. Interrogado sobre a sua tristeza, Neemias respondeu:
´ ˜
“Viva o proprio rei por tempo indefinido! Por que nao
deve a minha face ficar sombria quando a cidade, a casa
´
das sepulturas de meus antepassados, esta devastada e seus
´ ˜
proprios portoes foram consumidos pelo fogo?” — Nee-
mias 1:1-3; 2:1-3.
19 O relato envolvendo Neemias prossegue: “O rei, por
´
18. Que notıcia perturbou a Neemias e como soube disso o Rei Arta-
xerxes?
19. (a) Quando interrogado pelo Rei Artaxerxes, o que fez Neemias
primeiro? (b) O que pediu Neemias, e como reconheceu o papel de-
sempenhado por Deus nesse assunto?
Aparece Decepado
o Messias Fim das
o Messias “setenta semanas”
% AEC EC (
29 33 36
semanas 1 semana
(% (
anos 7 anos
˜ `
190 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´ ´
sua vez, me disse: ‘O que e que estas procurando obter?’
´
Orei imediatamente ao Deus dos ceus. Depois eu disse
ao rei: ‘Se parecer bem ao rei e se teu servo parecer bom
´ `
diante de ti, que me envies a Juda, a cidade das sepultu-
ras de meus antepassados, para que eu a reconstrua.’ ” Essa
´
proposta agradou a Artaxerxes, que atuou tambem segun-
do o pedido adicional de Neemias: “Se parecer bem ao rei,
´
deem-se-me cartas para os governadores de alem do Rio
´ ´
[Eufrates], para que me deixem passar ate eu chegar a Juda;
´
tambem uma carta para Asafe, guarda do parque que per-
ˆ ´
tence ao rei, para que me de arvores para construir com
˜ `
madeira os portoes do Castelo que pertence a casa, e para a
muralha da cidade e para a casa em que vou entrar.” Nee-
´
mias reconheceu o papel de Jeova em tudo isso, dizendo:
“Portanto, o rei mas deu [i.e., as cartas], segundo a boa
˜
mao de meu Deus sobre mim.” — Neemias 2:4-8.
20 Embora se desse a permissao ˜ ˆ ˜
no mes de nisa no
´ ´
20.° ano do reinado de Artaxerxes, a propria “saıda da
´
palavra para se restaurar e reconstruir Jerusalem” ocorreu
meses depois. Aconteceu quando Neemias chegou a Jeru-
´ ˜
salem e começou a sua obra de restauraçao. (Neemias 2:11;
6:15) As preditas “setenta semanas”, ou 490 anos, come-
´
çaram depois da chegada de Neemias em Jerusalem, em
455 AEC. Elas terminariam em 36 EC. — Veja “Quando co-
´
meçou o reinado de Artaxerxes?”, na pagina 197.
´
APARECE “O MESSIAS, O LIDER”
´
21 Quantos anos se passaram ate que Jerusalem ´
final-
20. (a) Quando entrou em vigor a palavra “para se restaurar e re-
´
construir Jerusalem”? (b) Quando começaram as “setenta semanas” e
quando terminaram?
21. (a) O que seria realizado durante as primeiras “sete semanas”, e
ˆ
isso apesar de que circunstancias? (b) Em que ano devia aparecer o
Messias e o que diz o Evangelho de Lucas sobre o que aconteceu na-
´
quela epoca?
Revelado o tempo da vinda do Messias 191
´ ˜
mente foi reconstruıda? Acontece que a restauraçao da ci-
dade seria realizada “no aperto dos tempos”, por causa de
´ ˜
dificuldades entre os proprios judeus e da oposiçao dos
samaritanos e de outros. Pelo visto, a obra foi completa-
´
da ao ponto necessario por volta de 406 AEC — em “sete
semanas”, ou 49 anos. (Daniel 9:25) Seguir-se-ia um pe-
´ ´
rıodo de 62 semanas, ou 434 anos. Depois desse perıodo
apareceria o havia muito prometido Messias. Contarmos
483 anos (49 mais 434) a partir de 455 AEC nos leva
´
a 29 EC. O que aconteceu naquela epoca? O evangelis-
´
ta Lucas nos diz: “No decimo quinto ano do reinado de
´ ´ ˆ
Tiberio Cesar, quando Poncio Pilatos era governador da
Judeia e Herodes era governante distrital da Galileia, . . .
˜ ˜
veio a declaraçao de Deus a Joao, filho de Zacarias, no
˜
ermo. Ele percorreu assim toda a regiao em volta do Jor-
˜ ´
dao, pregando o batismo em sımbolo de arrependimento
˜ ´
para o perdao de pecados.” Naquela epoca, ‘o povo esta-
va na expectativa’ do Messias. — Lucas 3:1-3, 15.
22 Joao ˜ ˜
nao era o prometido Messias. Mas ele disse a
˜
respeito do que havia presenciado por ocasiao do batis-
´
mo de Jesus de Nazare, no outono de 29 EC: “Observei o
´ ´
espırito descer como pomba do ceu; e permaneceu so-
´ ˜
bre ele. Ate eu nao o conhecia, mas o Mesmo que me
´
enviou a batizar em agua disse-me: ‘Sobre quem for que
´ ´
vires descer o espırito e permanecer, este e quem batiza
´
em espırito santo.’ E eu o vi e dei testemunho de que este
´ ˜
e o Filho de Deus.” ( Joao 1:32-34) No seu batismo, Jesus
tornou-se o Ungido — o Messias, ou Cristo. Pouco depois,
´ ´ ˜
Andre, discıpulo de Joao, encontrou-se com o ungido Je-
˜ ˜
sus e disse entao a Simao Pedro: “Achamos o Messias.”
˜ ´
( Joao 1:41) De modo que “o Messias, o Lıder”, apareceu
no momento exato — no fim de 69 semanas.
22. Quando e de que modo tornou-se Jesus o predito Messias?
˜ `
192 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´
OS ACONTECIMENTOS NA ULTIMA SEMANA
23 O que seria realizado durante a 70.a semana? Gabriel
´
disse que o perıodo de “setenta semanas” havia sido de-
˜
terminado “para acabar com a transgressao e encerrar o
˜
pecado, e para fazer expiaçao pelo erro, e para introduzir
`
justiça por tempos indefinidos, e para apor um selo a vi-
˜
sao e ao profeta, e para ungir o Santo dos Santos”. Para se
´
realizar isso, “o Messias, o Lıder”, tinha de morrer. Quan-
do? Gabriel disse: “Depois das sessenta e duas semanas o
´
Messias sera decepado, sem ter nada para si mesmo. . . .
´
E ele tera de manter em vigor o pacto para com muitos
´
por uma semana; e na metade da semana fara cessar o sa-
´ ´
crifıcio e a oferenda.” (Daniel 9:26a, 27a) O tempo crıtico
´
era a “metade da semana”, quer dizer, o meio da ultima
semana de anos.
24 O ministerio ´ ´
publico de Jesus Cristo começou na
´ ˆ
ultima parte de 29 EC e durou tres anos e meio. Confor-
me profetizado, Cristo foi “decepado” na primeira parte
de 33 EC, quando morreu numa estaca de tortura, en-
tregando sua vida humana em resgate pela humanidade.
´
(Isaıas 53:8; Mateus 20:28) A necessidade de fazer os sa-
´
crifıcios de animais e as oferendas prescritos pela Lei
acabou quando o ressuscitado Jesus apresentou a Deus,
´
no ceu, o valor da sua vida humana sacrificada. Em-
bora os sacerdotes judeus continuassem a fazer ofertas
´ ˜ ´
ate a destruiçao do templo de Jerusalem, em 70 EC, es-
´ ˜ ´
ses sacrifıcios nao eram mais aceitaveis para Deus. Eles
´ ´
haviam sido substituıdos por um sacrifıcio melhor, um
´
que nunca teria de ser repetido. O apostolo Paulo escre-
´ ´
veu: “[Cristo] ofereceu um so sacrifıcio pelos pecados,
´
23. Por que “o Messias, o Lıder”, tinha de morrer e quando aconte-
ceria isso?
24, 25. (a) Conforme profetizado, quando morreu Cristo, e a que
˜
deu fim a sua morte e a sua ressurreiçao? (b) O que possibilitou a mor-
te de Jesus?
˜ `
194 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´ ´
perpetuamente . . . Porque e por meio de uma so oferta
sacrificial que ele aperfeiçoou perpetuamente os que es-
˜
tao sendo santificados.” — Hebreus 10:12, 14.
25 Embora o pecado e a morte continuassem a afli-
O QUE DISCERNIU?
˜
˙ Quando os 70 anos da desolaçao de Jeru-
´
salem estavam para terminar, o que suplicou
´
Daniel a Jeova?
˜
˙ Qual era a duraçao das “setenta semanas”,
quando começaram e quando terminaram?
´
˙ Quando apareceu “o Messias, o Lıder”, e em
´
que tempo crıtico foi ele “decepado”?
˙ Que pacto ‘se manteve em vigor para com
muitos por uma semana’?
˙ O que aconteceu depois das “setenta
semanas”?
Revelado o tempo da vinda do Messias 197
FORTALECIDO POR UM
MENSAGEIRO DE DEUS
˜ ´
O VIVO interesse de Daniel na realizaçao do proposito
´
de Jeova foi ricamente recompensado. Deu-se-lhe a emo-
cionante profecia das 70 semanas a respeito do tempo do
´
aparecimento do Messias. Daniel foi tambem abençoa-
`
do por ver o restante fiel do seu povo retornar a sua
´
patria. Isso aconteceu em 537 AEC, perto do fim do “pri-
´
meiro ano de Ciro, rei da Persia”. — Esdras 1:1-4.
˜
2 Daniel nao estava entre os que viajaram de volta para
´ ´
a terra de Juda. Viajar talvez lhe fosse difıcil na idade
avançada. De qualquer modo, Deus ainda tinha mais ser-
ˆ ´
viço para ele em Babilonia. Passaram-se dois anos. Daı,
´
o relato nos diz: “No terceiro ano de Ciro, rei da Persia,
revelou-se um assunto a Daniel, que era chamado pelo
nome de Beltessazar; e o assunto era verdadeiro, e ha-
via um grande serviço militar. E ele entendeu o assunto
˜
e teve compreensao da coisa vista.” — Daniel 10:1.
3 O “terceiro ano de Ciro” corresponderia a
´
536/535 AEC. Ja se haviam passado mais de 80 anos
ˆ
desde que Daniel fora levado a Babilonia junto com os
´ ´
descendentes regios e os jovens de estirpe nobre de Juda.
´ ˆ
(Daniel 1:3) Se foi no inıcio da sua adolescencia quan-
ˆ ´ ˜
do primeiro chegou a Babilonia, ele ja tinha entao quase
100 anos de idade. Que maravilhosa folha de serviço fiel
da parte dele!
˜
1. Como foi Daniel abençoado por ter vivo interesse na realizaçao do
´ ´
proposito de Jeova?
´ ´ ˜ `
2, 3. Qual e o possıvel motivo de Daniel nao ter retornado a terra de
´
Juda com o restante judeu?
˜ `
200 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
˜ ´
Guardioes angelicos
´
ou governantes demonıacos?
PODEMOS aprender muito do que o livro de Daniel diz sobre os
anjos. Fala-nos sobre o papel que eles desempenham no cum-
´
primento da palavra de Jeova e sobre o esforço que fazem para
realizar as suas tarefas.
O anjo de Deus disse que, quando estava a caminho para fa-
´ ´
lar a Daniel, ele foi impedido pelo “prıncipe do domınio real da
´
Persia”. Depois de contender com ele por 21 dias, o mensagei-
´ ´
ro angelico so conseguiu prosseguir com a ajuda de “Miguel,
´ ´
um dos mais destacados prıncipes”. O anjo disse tambem que
teria de lutar de novo com esse inimigo e possivelmente com “o
´ ´ ´
prıncipe da Grecia”. (Daniel 10:13, 20) Uma tarefa nada facil,
´
mesmo para um anjo! No entanto, quem eram esses prıncipes
´ ´
da Persia e da Grecia?
Em primeiro lugar, notamos que Miguel foi chamado de “um
´ ´
dos mais destacados prıncipes” e “vosso prıncipe”. Mais tarde,
´ ´ ´ ´
Miguel e chamado de ‘o grande prıncipe que esta de pe a favor
dos filhos do povo de Daniel’. (Daniel 10:21; 12:1) Isso indica
´
que Miguel fora o anjo nomeado ˆ por Jeova para conduzir os is-
´
raelitas atraves do ermo. — Exodo 23:20-23; 32:34; 33:2.
´ ˜ ´ ˜ ´
O que da apoio a essa conclusao e a declaraçao do discı-
´
pulo Judas, de que “Miguel, o arcanjo, teve uma controversia
´
com o Diabo e disputava acerca do corpo de Moises”. (Judas 9)
O cargo, o poder e a autoridade de Miguel faziam dele deveras
“o arcanjo”,´ que significa “o principal” ou “o mais importante
´ ´
anjo”. E bem apropriado que esse elevado cargo so seja atribuı-
´
do ao proprio Jesus Cristo, o Filho de Deus, antes e depois da
˜
sua vida na Terra. — 1 Tessalonicenses 4:16; Revelaçao (Apoca-
lipse) 12:7-9.
´ ´ ˜
Significa isso que Jeova nomeou tambem anjos sobre naçoes
´ ´ ´
tais como a Persia e a Grecia para orienta-las nos assuntos de-
las? Ora, Jesus Cristo, o Filho de Deus, declarou abertamen-
˜
te: “O governante do mundo . . . nao tem nenhum poder so-
´ ˜
bre mim.” Jesus disse tambem: “Meu reino nao faz parte deste
˜ ´ ˜
mundo . . . meu reino nao e desta fonte.” (Joao 14:30; 18:36)
´ ˜
O apostolo Joao declarou ´ que “o mundo inteiro jaz no poder do
´ ˜ ˜
inıquo”. (1 Joao 5:19) E evidente que as naçoes do mundo nun-
˜ ˜ ˜ ´
ca estiveram e nao estao agora sob a orientaçao ou o domı-
´
nio de Deus ou de Cristo. Embora Jeova permita que “autorida-
des superiores” existam e controlem assuntos governamentais
˜
terrestres, ele nao nomeia anjos sobre elas. (Romanos 13:1-7)
´ ´
Qualquer “prıncipe” ou “governante” sobre elas so pode ser co-
´
locado ali pelo “governante do mundo”, Satanas, o Diabo. Se-
´ ˜ ´
riam governantes demonıacos, em vez de guardioes angelicos.
´ ´ ´ ´
Ha, portanto, forças ou “prıncipes” demonıacos invisıveis por
´ ´
tras dos governantes visıveis, e os conflitos nacionais envolvem
mais do que meros humanos.
˜ ´
lhos e sobre as palmas das minhas maos.” Alem disso,
o ´ anjo encorajou o profeta com as seguintes palavras:
´
“O Daniel, homem mui desejavel, tem entendimento
˜ ´
das palavras que te falo e poe-te de pe onde estavas pa-
˜
rado, pois agora fui enviado a ti.” A mao que veio em
sua ajuda e as palavras consoladoras reanimaram Da-
ˆ ´
niel. Embora estivesse “tiritando”, Daniel ‘pos-se de pe’.
— Daniel 10:9-11.
˜ `
206 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
O QUE DISCERNIU?
´
˙ Por que demorou o anjo de Jeova em vir em
´
auxılio de Daniel em 536/535 AEC?
ˆ
˙ O que a vestimenta e a aparencia do
´
mensageiro angelico de Deus indicaram a
seu respeito?
˙ De que ajuda precisava Daniel e como a deu
ˆ
o anjo tres vezes?
˙ Que mensagem tinha o anjo para Daniel?
´
C APITULO TREZE
Ptolomeu II
ISRAEL
´
LIBIA
EGITO
˜
As designaçoes de
“rei do norte” e “rei do sul”
referem-se a reis ao norte
e ao sul da terra do povo
de Daniel
´
ETIOPIA
ˆ
Babilonia
Moeda retratando
Ptolomeu V
´
ARABIA
˜
Portao de
Ptolomeu III,
em Carnac,
no Egito
´
da por ele continuou a governar o Egito ate cair diante de
Roma em 30 AEC.
15 De modo que dos quatro reinos helenısticos ´
´ ´
emergiram dois reis fortes — Seleuco I Nicator sobre a Sıria
e Ptolomeu I sobre o Egito. Com esses dois reis começou a
longa luta entre “o rei do norte” e “o rei do sul”, descrita
´ ´ ˜
no capıtulo 11 de Daniel. O anjo de Jeova nao mencionou
´
15. Que dois reis fortes emergiram dos quatro reinos helenısticos, e
que luta começaram eles?
˜ `
218 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
Moeda retratando
Ptolomeu II e sua esposa
´
Seleuco I Nicator
´
Antıoco III
Ptolomeu VI
O QUE DISCERNIU?
˙ Que duas linhagens de fortes reis emergiram
´
de reinos helenısticos, e que luta começaram
esses reis?
˙ Conforme predito em Daniel 11:6, como esses
dois reis entraram num “acordo equitativo”?
˙ Como continuou o conflito entre
Seleuco II e Ptolomeu III (Daniel 11:7-9)?
´
Antıoco III e Ptolomeu IV (Daniel 11:10-12)?
´
Antıoco III e Ptolomeu V (Daniel 11:13-16)?
´
˙ Qual foi o objetivo do casamento entre Cleopa-
tra I e Ptolomeu V, e por que fracassou o plano
(Daniel 11:17-19)?
ˆ ˜
˙ Como voce foi beneficiado por prestar atençao
a Daniel 11:1-19?
´
C APITULO CATORZE
OS DOIS REIS
MUDAM DE IDENTIDADE
´ ´
O MONARCA sırio Antıoco IV invade o Egito e se coroa
´
rei. A pedido do rei egıpcio Ptolomeu VI, Roma envia ao
´ ´
Egito o Embaixador Caio Popılio Lenate. Ele e acompanha-
do por uma impressionante frota e tem ordens do Senado
´
romano de fazer Antıoco IV renunciar ao seu reinado so-
´ ˆ ´
bre o Egito e se retirar do paıs. Em Eleusis, um suburbio
´
de Alexandria, o rei sırio e o embaixador romano se con-
´
frontam. Antıoco IV pede tempo para poder consultar seus
´
conselheiros, mas Lenate traça um cırculo em torno do
rei e o manda responder antes de ultrapassar a linha. Hu-
´ ˆ `
milhado, Antıoco IV acata as exigencias romanas e volta a
´ ´
Sıria em 168 AEC. Assim acaba o confronto entre o sırio rei
´
do norte e o egıpcio rei do sul.
2 Roma, desempenhando um papel dominante nos as-
´ ´
suntos do Oriente Medio, continua a mandar na Sıria.
ˆ
Portanto, embora outros reis da dinastia seleucida gover-
´ ´
nem a Sıria depois da morte de Antıoco IV em 163 AEC,
˜ ˜
eles nao ocupam a posiçao de “rei do norte”. (Daniel
´ ´
11:15) A Sıria, por fim, torna-se em 64 AEC uma provıncia
romana.
3 A dinastia ptolomaica do Egito continua a ocupar a po-
˜ ´
siçao de “rei do sul” por pouco mais de 130 anos apos a
´
morte de Antıoco IV. (Daniel 11:14) Durante a batalha de
Actium, em 31 AEC, o governante romano Otaviano der-
´
rota as forças combinadas da ultima rainha ptolomaica,
´ ` ˆ
1, 2. (a) O que levou Antıoco IV a ceder as exigencias de Roma?
´ ´
(b) Quando se tornou a Sıria uma provıncia romana?
3. Quando e como obteve Roma a supremacia sobre o Egito?
˜ `
232 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´ ˆ
Cleopatra VII, e de seu amante romano, Marco Antonio.
´ ´
Depois do suicıdio de Cleopatra no ano seguinte, o Egi-
´ ´ ˜
to tambem se torna uma provıncia romana e nao mais
´
desempenha o papel de rei do sul. Em 30 AEC, Roma ja
´
exerce a supremacia tanto sobre a Sıria como sobre o Egi-
to. Devemos agora esperar que outros governos assumam
´
os papeis de rei do norte e de rei do sul?
UM NOVO REI ENVIA
“UM EXATOR”
4 Na primavera de 33 EC, Jesus Cristo disse aos seus dis-
´
cıpulos: “Quando avistardes a coisa repugnante que causa
˜ ´
desolaçao, conforme falado por intermedio de Daniel, o
´ ˜
profeta, estar em pe num lugar santo, . . . entao, os que es-
tiverem na Judeia comecem a fugir para os montes.”
(Mateus 24:15, 16) Citando Daniel 11:31, Jesus advertiu
seus seguidores sobre uma futura ‘coisa repugnante que
˜
causaria desolaçao’. Essa profecia, envolvendo o rei do
norte, foi dada uns 195 anos depois da morte de An-
´ ´ ´
tıoco IV, o ultimo rei sırio que desempenhou esse papel.
Certamente, outra entidade governamental teria de assu-
mir a identidade do rei do norte. Quem seria?
5 O anjo de Jeova´ Deus predisse: “Na sua posiçao
˜
[na de
´ ´ ´ ´
Antıoco IV] tera de erguer-se alguem que fara um exator
´
passar pelo esplendoroso reino e em poucos dias sera des-
˜
troçado, mas nao em ira nem em guerra.” (Daniel 11:20)
Aquele que ‘se ergueu’ assim mostrou ser o primeiro impe-
´
rador romano, Otaviano, conhecido como Cesar Augusto.
´
— Veja “Um foi honrado, o outro, desprezado”, na pagi-
na 248.
´
4. Por que devıamos esperar que outra entidade governamental assu-
misse a identidade do rei do norte?
˜
5. Quem se ergueu como o rei do norte, tomando a posiçao antes
´
ocupada por Antıoco IV?
Os dois reis mudam de identidade 233
6 O “esplendoroso reino” de
´
Augusto incluıa a “terra do
´
Ornato” — a provıncia roma-
na da Judeia. (Daniel 11:16) Em
2 AEC, Augusto enviou “um exa-
tor” por ordenar um registro,
ou censo, provavelmente para
´
saber o numero da popula-
˜ ˜
çao para fins de taxaçao e
de recrutamento militar.
Por causa desse decre-
´
to, Jose e Maria viajaram
´
a Belem para se regis-
trarem, o que resultou no
nascimento de Jesus naquele
lugar predito. (Miqueias 5:2;
Augusto
Mateus 2:1-12) Em agosto de
˜
14 EC — “em poucos dias”, ou nao muito depois de decre-
`
tar o registro — Augusto morreu a idade de 76 anos, nem
` ˜
“em ira” as maos dum assassino, nem “em guerra”, mas
em resultado de doença. O rei do norte deveras havia mu-
˜ ´
dado de identidade! Esse rei se tornara entao o Imperio
Romano na pessoa dos seus imperadores.
‘ERGUE-SE O DESPREZADO’
7 Continuando com a profecia, o anjo disse: “Na
˜ ´
sua posiçao [a de Augusto] tera de erguer-se um que
´ ˜ ˜
ha de ser desprezado, e certamente nao colocarao
6. (a) Quando se fez “um exator” passar pelo “esplendoroso reino”,
ˆ
e que importancia teve isso? (b) Por que se pode dizer que Augusto
˜
morreu “nao em ira nem em guerra”? (c) Que mudança houve na
identidade do rei do norte?
7, 8. (a) Quem se ergueu em lugar de Augusto como o rei do norte?
(b) Por que foi “a dignidade do reino” concedida a contragosto ao su-
´
cessor de Augusto Cesar?
˜ `
234 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
˜ ´ ´
23. (a) Que divisao do Imperio Romano ocorreu apos a morte de
´ ´
Teodosio? (b) Quando acabou o Imperio Oriental? (c) Quem gover-
nava o Egito em 1517?
´
24, 25. (a) Segundo alguns historiadores, o que marcou o inıcio do
´ ´
Sacro Imperio Romano? (b) O que aconteceu finalmente ao tıtulo de
´
“imperador” do Sacro Imperio Romano?
˜ `
244 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´
26. (a) O que se pode dizer a respeito do fim do Sacro Imperio Ro-
mano? (b) Quem emergiu como o rei do norte?
ˆ
27. (a) Como se tornou o Egito um protetorado britanico? (b) Quem
˜
passou a ocupar a posiçao de rei do sul?
˜
1. Carlos Magno 2. Napoleao I 3. Guilherme I
˜
4. Soldados alemaes, Primeira Guerra Mundial
1
4
OS REIS EM DANIEL 11:20-26
O rei O rei
do norte do sul
Daniel 11:20 Augusto
´
Daniel 11:21-24 Tiberio
´
Daniel 11:25, 26 Aureliano Rainha Zenobia
´ ˜
A predita O Imperio A Gra-Bretanha,
˜ ˆ
desintegraçao Germanico seguida pela
´ ˆ
do Imperio Potencia Mundial
Romano resulta Anglo-Americana
em se formar
Aureliano
´
Tiberio
Estatueta de
Carlos Magno
Navio de guerra
ˆ ´
britanico do seculo 17
Augusto
Os dois reis mudam de identidade 247
´ ˜
era atual? A Historia mostra que a Gra-Bretanha assu-
´ ˜
miu poder imperial no seculo 17. Napoleao I, querendo
ˆ
romper as rotas comerciais britanicas, conquistou o Egi-
ˆ
to em 1798. Houve guerra, e a aliança britanico-otomana
obrigou os franceses a se retirar do Egito, que no começo
´
do conflito era identificado como o rei do sul. No seculo
ˆ ˆ
que se seguiu, aumentou a influencia britanica no Egito.
ˆ
Depois de 1882, o Egito realmente era uma dependencia
ˆ
britanica. Quando irrompeu a Primeira Guerra Mundial
`
em 1914, o Egito pertencia a Turquia e era governado por
um quediva, ou vice-rei. No entanto, depois de a Turquia
˜
tomar o lado da Alemanha naquela guerra, a Gra-Breta-
ˆ
nha depos o quediva e declarou que o Egito era um pro-
ˆ ˜
tetorado britanico. A Gra-Bretanha e os Estados Unidos
´ ´
da America aos poucos estabeleceram vınculos estreitos,
ˆ
tornando-se a Potencia Mundial Anglo-Americana. Jun-
˜
tos, passaram a ocupar a posiçao de rei do sul.
O QUE DISCERNIU?
˙ Que imperador romano se levantou primei-
ro como o rei do norte, e quando enviou ele
“um exator”?
˜
˙ Quem ocupou a posiçao de rei do norte de-
pois de Augusto, e como foi ‘destroçado o
´
Lıder do pacto’?
˙ Que resultado teve o conflito entre Aurelia-
´
no, como o rei do norte, e Zenobia, como o
rei do sul?
´
˙ O que aconteceu com o Imperio Romano,
ˆ ˜
e que potencias ocupavam as posiçoes dos
´
dois reis no fim do seculo 19?
248
UM FOI HONRADO,
O OUTRO, DESPREZADO
´
UM DELES transformou uma republica cheia de lutas num
´
imperio mundial. O outro aumentou a riqueza deste vinte
vezes em 23 anos. Um foi honrado quando morreu, mas o
outro foi desprezado. Os reinados desses dois imperadores
´
de Roma abrangeram a vida e o ministerio de Jesus. Quem
foram eles? E por que um deles foi honrado, ao passo que o
˜
outro nao foi?
‘ENCONTROU UMA ROMA ´ DE TIJOLOS
E DEIXOU-A DE MARMORE’
´ ´
Em 44 AEC, quando Julio Cesar foi assassinado, o neto da
˜
sua irma, Caio Otaviano, tinha apenas 18 anos de idade. Sen-
´ ´
do filho adotivo de Julio Cesar e seu principal herdeiro pes-
soal, o jovem Otaviano imediatamente foi a Roma para rei-
´
vindicar sua herança. Ali encontrou um terrıvel opositor — o
´ ˆ
principal tenente de Cesar, Marco Antonio, que esperava ser
´
o principal herdeiro. A intriga polıtica e a luta pelo poder que
se seguiram duraram 13 anos.
Somente depois de derrotar as forças conjuntas da rai-
´ ´ ˆ
nha egıpcia Cleopatra e de seu amante Marco Antonio (em
´
31 AEC) foi que Otaviano emergiu como incontestavel go-
´ ˆ
vernante do Imperio Romano. No ano seguinte, Antonio e
´ ´
Cleopatra suicidaram-se, e Otaviano anexou o Egito. O ulti-
´ ´
mo vestıgio do Imperio Grego foi assim eliminado, e Roma
ˆ
tornou-se a potencia mundial.
´ ´
Lembrando-se de que o poder despotico exercido por Ju-
´
lio Cesar tinha provocado seu assassinato, Otaviano cuidou
˜ ˜
de nao repetir o erro. Para nao ofender os sentimentos ro-
´
manos a favor duma republica, ele disfarçou sua monarquia
´
com um manto republicano. Recusou os tıtulos de “rei” e
249
´ ˜
“ditador”. Indo mais alem, anunciou sua intençao de entre-
´
gar o controle de todas as provıncias ao Senado romano e
´
ofereceu-se a renunciar aos cargos que ocupava. Essa tatica
funcionou. O Senado apreciativo instou com Otaviano a que
˜
continuasse nas suas posiçoes e que mantivesse algumas das
´
provıncias sob o seu controle.
´
Alem disso, em 16 de janeiro de 27 AEC, o Senado conce-
´
deu a Otaviano o tıtulo de “Augusto”, que significa “Eleva-
˜ ´ ´
do, Venerado”. Otaviano nao so aceitou esse tıtulo, mas tam-
´ ˆ
bem denominou um mes com o seu nome e tirou um dia do
ˆ ˆ
mes de fevereiro para que o mes de agosto tivesse tantos dias
ˆ ´ ´
quantos o de julho, mes que recebeu o nome de Julio Cesar.
Otaviano tornou-se assim o primeiro imperador de Roma e
´
ficou depois conhecido como Cesar Augusto ou “O Augus-
´ ´
to”. Mais tarde, ele assumiu tambem o tıtulo de Pontifex Ma-
´
ximus (Sumo Pontıfice), e em 2 AEC — o ano do nascimento
´
de Jesus — o Senado deu-lhe o tıtulo de Pater Patriae, “Pai da
´
Patria”.
´
Naquele mesmo ano, “saiu um decreto da parte de Cesar
Augusto, para que toda a terra habitada se registrasse; . . . e
´
todos viajaram para se registrarem, cada um na sua propria
cidade”. (Lucas 2:1-3) Em resultado desse decreto, Jesus nas-
´ ´
ceu em Belem, em cumprimento de profecia bıblica. — Da-
niel 11:20; Miqueias 5:2.
O governo sob Augusto destacou-se por certa medida de
´
honestidade e por uma moeda solida. Augusto estabele-
´
ceu tambem um sistema postal eficaz, e construiu estradas
´
e pontes. Reorganizou o exercito, criou uma marinha per-
manente e formou um grupo de elite de guarda-costas im-
periais, conhecido como Guarda Pretoriana. (Filipenses 1:13)
´ ´
Sob o seu patrocınio, floresceram escritores tais como Virgı-
´ ´
lio e Horacio, e escultores criaram belas obras no que e ago-
´ ´
ra conhecido como estilo classico. Augusto concluiu predios
250
´ ´
deixados inacabados por Julio Cesar e restaurou muitos tem-
plos. A Pax Romana (Paz Romana) que ele introduziu durou
mais de 200 anos. Augusto faleceu em 19 de agosto de 14 EC
`
a idade de 76 anos, e foi depois deificado.
Augusto gabou-se de ter ‘encontrado uma Roma de tijolos
ˆ ´ ˜
e de te-la deixado de marmore’. Nao querendo que Roma
´
voltasse aos dias cheios de lutas da republica anterior, ele
´
pretendia treinar o proximo imperador. Mas tinha pouca es-
colha quanto ao sucessor. Seu sobrinho, dois netos, um gen-
ro e um enteado tinham todos morrido, ficando apenas seu
´
enteado Tiberio para assumir o cargo.
´
AQUELE “QUE HA DE SER DESPREZADO”
ˆ ´
Menos de um mes apos a morte de Augusto, o Senado ro-
´
mano nomeou Tiberio, de 54 anos de idade, como impera-
´ ´
dor. Tiberio viveu e governou ate março de 37 EC. Portanto,
´ ´
ele era o imperador de Roma durante o ministerio publico de
Jesus.
´
Como imperador, Tiberio tinha tanto virtudes como defei-
ˆ
tos. Entre as suas virtudes estava a relutancia em gastar di-
´
nheiro com luxos. Em resultado disso, o imperio prosperou,
˜
e ele tinha fundos para ajudar na recuperaçao depois de ca-
´
lamidades e de tempos difıceis. Deve-se reconhecer que Ti-
´
berio se considerava apenas um homem, rejeitando muitos
´ ´ ˜
tıtulos honorıficos, e em geral mandava que a adoraçao ao
imperador fosse dirigida a Augusto em vez de a ele mesmo.
˜ ˆ
Nao deu seu nome a um mes calendar, assim como fizeram
´ ´
Augusto e Julio Cesar, nem permitiu que outros o honrassem
assim.
´
No entanto, os defeitos de Tiberio superavam as suas vir-
´
tudes. Ele era extremamente suspeitoso e hipocrita nos tra-
tos com outros, e em seu reinado ordenou-se um grande
´
numero de assassinatos, muitos dos seus ex-amigos estando
251
´
entre as vıtimas. Ele ampliou a lei de lesa-
´
majestade para incluir, alem de atos sedi-
ciosos, meras palavras caluniosas contra
´
a sua propria pessoa. Presumivelmen-
`
te a base dessa lei, os judeus pressio-
ˆ
naram o governador romano Poncio
˜
Pilatos a mandar matar Jesus. — Joao
19:12-16.
´
Tiberio concentrou a Guarda Pretoria-
´
na nas proximidades de Roma por cons- Tiberio
truir barracas fortificadas ao norte das muralhas da cidade.
A presença da Guarda intimidava o Senado romano, que era
uma ameaça para o seu poder, e continha a indisciplina do
´ ´
povo. Tiberio incentivou tambem um sistema de informan-
tes, e a parte final do seu governo foi marcada pelo terror.
´ ´
Na epoca do seu falecimento, Tiberio era considerado ti-
rano. Quando morreu, os romanos alegraram-se e o Senado
´
negou-se a deifica-lo. Por esses e por outros motivos, vemos
´
em Tiberio um cumprimento da profecia que dizia que ‘um
que havia de ser desprezado’ surgiria como “o rei do norte”.
— Daniel 11:15, 21.
O QUE DISCERNIU?
˙ Como Otaviano tornou-se o primeiro imperador
de Roma?
˜
˙ O que se pode dizer a respeito das consecuçoes
do governo de Augusto?
´
˙ Quais eram as virtudes e os defeitos de Tiberio?
´
˙ Como se cumpriu em Tiberio a profecia a res-
peito de ‘um que havia de ser desprezado’?
252
´
ZENOBIA, A RAINHA
GUERREIRA DE PALMIRA
“ELA tinha pele morena . . . Seus dentes eram brancos como
´
perolas, e seus grandes olhos negros brilhavam como fogo,
suavizados pelo mais atraente encanto. Sua voz era forte
e harmoniosa. O entendimento brioso dela era fortaleci-
˜ ´
do e adornado pelo estudo. Nao desconhecia a lıngua lati-
´ ´
na, mas era igualmente perfeita nas lınguas grega, sirıaca e
´
egıpcia.” Foi assim que o historiador Edward Gibbon lou-
´ ´
vou Zenobia, a rainha guerreira da cidade sıria de Palmira.
´
O marido de Zenobia era o nobre palmiriano Odenato,
ˆ
que em 258 EC foi promovido ao posto de consul de Roma,
´
por causa da sua campanha bem-sucedida contra a Per-
´
sia a favor do Imperio Romano. Dois anos depois, Odenato
´
recebeu do imperador romano Galieno o tıtulo de correc-
tor totius Orientis (governador de todo o Oriente). Isso foi
´ ´
em reconhecimento da sua vitoria sobre o Rei Sapor, da Per-
sia. Por fim, Odenato autodenominou-se “rei dos reis”. Es-
ˆ ´
ses exitos de Odenato podem em grande parte ser atribuı-
` ´
dos a coragem e cautela de Zenobia.
´ ´
ZENOBIA PRETENDE CRIAR UM IMPERIO
Em 267 EC, no auge de sua carreira, Odenato e seu her-
´ ˜
deiro foram assassinados. Zenobia assumiu a posiçao do
´
marido, ja que seu filho era ainda muito novo. Bela, ambi-
ciosa, administradora capaz, acostumada a participar em
campanhas militares com o marido e fluente em diversos
idiomas, ela conseguiu conquistar o respeito e o apoio de
´ ´ ˜
seus suditos. Zenobia tinha verdadeira paixao pelo aprendi-
zado e rodeava-se de intelectuais. Um de seus conselheiros
´ ´ ´
era o filosofo e retorico Cassio Longino — tido como “uma
biblioteca viva e um museu ambulante”. No livro Palmy-
253
´
A Rainha Zenobia falando aos seus soldados
O QUE DISCERNIU?
˙ Como se tem descrito a personalidade de
´
Zenobia?
˙ Quais foram algumas das suas façanhas?
´ ˜
˙ Qual era a atitude de Zenobia para com a religiao?
´
C APITULO QUINZE
OS REIS RIVAIS
´
CHEGAM AO SECULO 20
´ ` ´
“HA UM certo dinamismo referente a Europa do seculo de-
´
zenove que ultrapassa em muito tudo o que ja se conhe-
ceu”, escreve o historiador Norman Davies. Ele acrescenta:
“A Europa vibrava com poder como nunca antes: com po-
´ ˆ
der tecnico, poder economico, poder cultural, poder inter-
´ ´
continental.” Os lıderes do “triunfante ‘seculo de poder’
˜
da Europa”, diz Davies, “em primeiro lugar eram a Gra-
´
Bretanha . . . e nas decadas posteriores, a Alemanha”.
´
‘INCLINADOS A FAZER O QUE E MAU’
2 Quando o seculo´ ´
19 se aproximava do fim, o Imperio
˜ ˜
Alemao era “o rei do norte” e a Gra-Bretanha ocupava a
˜
posiçao de “rei do sul”. (Daniel 11:14, 15) “No que se refe-
´ ˜
re a estes dois reis”, disse o anjo de Jeova, “seu coraçao se
´ ´ ´
inclinara a fazer o que e mau, e a uma so mesa continua-
˜ ´
rao a falar mentira”. Ele prosseguiu: “Mas nada sera bem-
´
sucedido, porque o fim e ainda para o tempo designado.”
— Daniel 11:27.
´ ´
1. Segundo certo historiador, quem eram os lıderes da Europa do se-
culo 19?
ˆ ´
2. Que potencias desempenhavam os papeis de “rei do norte” e de
´
“rei do sul” no fim do seculo 19?
ˆ
Em Yalta, em 1945, o primeiro-ministro britanico
Winston Churchill, o presidente Franklin D. Roosevelt,
´
dos Estados Unidos, e o primeiro-ministro sovietico, Joseph Stalin,
concordaram por meio de planos em ocupar a Alemanha,
ˆ
formar um novo governo na Polonia e realizar uma
ˆ ˜
conferencia para constituir as Naçoes Unidas
1
2
4
´
Os reis rivais chegam ao seculo 20 259
˜
Muitos cristaos foram
perseguidos em campos
˜
de concentraçao
´
Lıderes da cristandade
apoiaram Hitler
O Presidente Woodrow
Wilson com o Rei George V
´
O automovel em que o
Arquiduque Ferdinando
foi assassinado
˜
Soldados alemaes na
Primeira Guerra Mundial
´
Os reis rivais chegam ao seculo 20 269
´
24 Que “coisa repugnante” foi ‘constituıda’ nos tempos
˜
modernos? Pelo visto, foi uma falsificaçao “repugnante”
˜
do Reino de Deus. Foi a Liga das Naçoes, a fera cor de es-
carlate que foi ao abismo, ou deixou de existir como or-
˜
ganizaçao de paz mundial, ao irromper a Segunda Guerra
˜ ´
Mundial. (Revelaçao 17:8) “A fera”, porem, estava “para as-
˜
cender do abismo”. Isso se deu quando as Naçoes Unidas,
˜ ˜ ˜
com 50 naçoes como membros, incluindo a entao Uniao
´
Sovietica, foram estabelecidas em 24 de outubro de 1945.
´
Assim foi constituıda “a coisa repugnante” predita pelo
˜
anjo — as Naçoes Unidas.
25 A Alemanha havia sido um dos principais inimigos do
O QUE DISCERNIU?
ˆ ´
˙ Que potencias desempenharam os papeis de
rei do norte e de rei do sul no fim do
´
seculo 19?
´
˙ Como e que o resultado do conflito durante
˜
a Primeira Guerra Mundial ‘nao veio a ser
´
como foi no princıpio’ para o rei do norte?
˙ Depois da Primeira Guerra Mundial, como
ˆ
Hitler fez da Alemanha uma potencia a ser
´
levada em conta no cenario do mundo?
˙ Que resultado teve a rivalidade entre o rei do
norte e o rei do sul durante a Segunda
Guerra Mundial?
´
C APITULO DEZESSEIS
OS REIS EM CONFLITO
CHEGAM AO SEU FIM
´
REFLETINDO sobre o clima polıtico existente nos Esta-
´ ´ ˆ
dos Unidos e na Russia, o filosofo e historiador frances
´
Alexis de Tocqueville escreveu em 1835: “Um [paıs] tem
˜
a liberdade como o principal instrumento de açao; o
˜ ˜
outro tem a servidao. Seus . . . caminhos [sao] diferen-
˜
tes; nao obstante, cada um parece ter sido chamado por
ˆ
algum projeto secreto da Providencia para algum dia ter
˜ ´
nas maos os destinos de metade do mundo.” Ate que
˜ ´
ponto se cumpriu essa prediçao apos a Segunda Guerra
Mundial? O historiador J. M. Roberts escreve: “Ao ter-
minar uma segunda Guerra Mundial, parecia por fim
´
provavel que os destinos do mundo fossem dominados
por dois grandes e bem diferentes sistemas de poder,
´
um baseado no que tinha sido a Russia, outro, nos Esta-
dos Unidos.”
2 Durante as duas guerras mundiais, a Alemanha ti-
ˆ
nha sido o principal inimigo do rei do sul — a Potencia
Mundial Anglo-Americana — e tinha ocupado a po-
˜
siçao de rei do norte. No entanto, depois da Segunda
˜
Guerra Mundial, essa naçao ficou dividida. A Alemanha
Ocidental tornou-se aliada do rei do sul, e a Alema-
nha Oriental aliou-se com outra poderosa entidade — o
˜ ˜ ´
bloco comunista de naçoes, chefiado pela Uniao Sovie-
´
tica. Esse bloco, ou entidade polıtica, ergueu-se como
1, 2. Como mudou a identidade do rei do norte depois da Segunda
Guerra Mundial?
˜ `
272 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
˜ `
o rei do norte, em forte oposiçao a aliança anglo-ame-
ricana. E a rivalidade entre os dois reis tornou-se uma
Guerra Fria, que durou de 1948 a 1989. Anteriormen-
˜
te, o rei do norte, alemao, havia agido “contra o pacto
sagrado”. (Daniel 11:28, 30) Como atuaria o bloco co-
munista para com o pacto?
˜
VERDADEIROS CRISTAOS TROPEÇAM,
MAS PREVALECEM
3 “Os que agirem iniquamente contra o pacto”, disse
´ `
o anjo de Deus, “ele [o rei do norte] levara a aposta-
sia por meio de palavras macias”. O anjo acrescentou:
“Mas, quanto ao povo que conhece seu Deus, eles pre-
˜ ˜ ˆ
valecerao e agirao com eficiencia. E quanto aos que
´ ˜
dentre o povo tiverem perspicacia, darao entendimento
´
a muitos. E certamente se fara que tropecem, pela espa-
da e pela chama, pelo cativeiro e pelo saque, por alguns
dias.” — Daniel 11:32, 33.
4 Os que ‘agem iniquamente contra o pacto’ so´ po-
´
dem ser os lıderes da cristandade, que afirmam ser
˜ ˜ ´
cristaos, mas pelas suas açoes profanam o proprio
nome do cristianismo. Walter Kolarz, no seu livro Reli-
˜ ˜ ´
gion in the Soviet Union (Religiao na Uniao Sovietica),
diz: “[Durante a Segunda Guerra Mundial,] o Governo
´
Sovietico fez empenho para conseguir a ajuda mate-
´
rial e moral das igrejas em defesa da patria.” Depois
´ ´
da guerra, os lıderes eclesiasticos tentaram man-
´ ´ ˆ
ter essa amizade, apesar da polıtica ateısta da potencia
˜
que entao era o rei do norte. A cristandade tornou-
se assim mais do que nunca uma parte deste mundo
˜ ´
3, 4. Quem sao os que ‘agem iniquamente contra o pacto’, e qual e
˜
a sua relaçao com o rei do norte?
Os reis em conflito chegam ao seu fim 273
´ ˜
1 A profecia no capıtulo 11 de Daniel nao prediz os
´
nomes das entidades polıticas que ocupam a posi-
˜ ´
çao de rei do norte e de rei do sul nas diversas epo-
´
cas. Suas identidades so ficam conhecidas depois do
´
começo dos acontecimentos. Alem disso, visto que
´ ´
o conflito ocorre em episodios, ha intervalos sem
conflito — um rei predomina ao passo que o ou-
tro permanece inativo.
Os reis em conflito chegam ao seu fim 285
´
esforço supremo para eliminar esse obstaculo a ele exer-
cer o controle total sobre a humanidade. Mas ele fracassa.
(Ezequiel 38:11, 18; 39:4) Quando os reis da Terra, inclu-
´ ˜
sive o rei do norte, atacarem o povo de Jeova, ‘terao de
chegar ao seu fim’.
´
‘O REI CHEGARA AO SEU FIM’
28 A campanha final do rei do norte nao ˜ ´
e dirigida con-
˜ ´
tra o rei do sul. Por isso, o rei do norte nao chegara ao seu
˜
fim pelas maos do seu grande rival. De modo similar, o
˜ ´ ´ ´
rei do sul nao e destruıdo pelo rei do norte. O rei do sul e
´ ˜
destruıdo “sem mao” humana, pelo Reino de Deus.1 (Da-
niel 8:25) Deveras, na batalha do Armagedom, todos os
˜
reis terrestres hao de ser eliminados pelo Reino de Deus,
´
e isso e o que evidentemente acontece com o rei do nor-
te. (Daniel 2:44) Daniel 11:44, 45, descreve acontecimen-
˜ ´
tos que levam a essa batalha final. Nao e de admirar que
˜ ´
“nao havera quem o ajude” quando o rei do norte tiver
seu fim!
´
1 Veja o Capıtulo 10 deste livro.
O QUE DISCERNIU?
˙ Como mudou a identidade do rei do norte
depois da Segunda Guerra Mundial?
´
˙ O que acontecera por fim com o rei do nor-
te e o rei do sul?
ˆ ˜ `
˙ Que proveito tirou voce de prestar atençao a
profecia de Daniel sobre a rivalidade dos
dois reis?
´
C APITULO DEZESSETE
˜
IDENTIFICAÇ AO DOS VERDADEIROS
ADORADORES NO TEMPO DO FIM
UM PEQUENO grupo indefeso de pessoas sofreu violen-
ˆ
tos ataques de uma poderosa potencia mundial. Essas
´
pessoas sobreviveram intactas e ate mesmo passaram por
˜ ˜ ´
uma restauraçao — nao em resultado da sua propria força,
´ ´
mas porque eram valiosas para Jeova Deus. O capıtulo 7
de Daniel predisse esses acontecimentos, que ocorreram
´
na primeira parte do seculo 20. No entanto, quem eram
´
essas pessoas? O mesmo capıtulo de Daniel as chama de
´ ´
“os santos do Supremo”, Jeova Deus. Revela tambem que
˜ ˆ
esses, por fim, serao corregentes no Reino messianico.
— Daniel 7:13, 14, 18, 21, 22, 25-27.
2 Conforme aprendemos do capıtulo ´
11 de Daniel, o
´
rei do norte tera o seu fim depois de ameaçar a terra es-
´
piritual, segura, desses fieis. (Daniel 11:45; note Ezequiel
´ ´
38:18-23.) Sim, Jeova protege bem os seus fieis ungidos.
´
O Salmo 105:14, 15, nos diz: “Por causa deles [Jeova] re-
˜
preendeu reis, dizendo: ‘Nao toqueis nos meus ungidos
˜ ˜ ˜
e nao façais nada de mal aos meus profetas.’ ” Entao, nao
ˆ ´ ´
concorda voce que, nestes tempos turbulentos, e sabio
´ ˆ ´
1. Segundo o capıtulo 7 de Daniel, que experiencias extraordinarias
sobrevieram a um pequeno grupo indefeso de pessoas em nossos
dias?
´
2. (a) Como considera Jeova os seus servos ungidos? (b) Que proce-
´
der sabio se deve adotar nestes tempos?
´ `
Servos destacados de Jeova foram injustamente mandados a
´ ´
penitenciaria federal em Atlanta, Georgia, EUA. Da esquerda
para a direita: (sentado) A. H. Macmillan, J. F. Rutherford,
´
W. E. Van Amburgh; (em pe) G. H. Fisher, R. J. Martin,
G. DeCecca, F. H. Robison e C. J. Woodworth
˜ `
288 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
˜
que os da crescente “grande multidao” se associem o mais
´ ˜
possıvel com esses santos? (Revelaçao [Apocalipse] 7:9;
Zacarias 8:23) Jesus Cristo recomendou que as pessoas
˜
que sao como ovelhas fizessem exatamente isso — asso-
˜ ´
ciar-se com seus ungidos irmaos espirituais por apoia-los
´
na obra deles. — Mateus 25:31-46; Galatas 3:29.
3 Mas o Adversario ´ ´ ´
de Deus, Satanas, esta travando uma
guerra total contra os ungidos. Ele tem promovido a reli-
˜ ˜
giao falsa, enchendo eficazmente o mundo com cristaos
˜ ˆ
de imitaçao. Em resultado disso, muitos tem sido engana-
dos. Outros simplesmente perdem a esperança de um dia
˜
encontrar os que representam a religiao verdadeira. (Ma-
˜
teus 7:15, 21-23; Revelaçao 12:9, 17) Mesmo aqueles que
encontram os do “pequeno rebanho” e se associam com
ˆ ´
eles tem de lutar para manter a fe, porque este mundo
ˆ
procura constantemente desvanece-la. (Lucas 12:32) Que
ˆ ´
dizer de voce? Ja encontrou “os santos do Supremo” e
´ ˆ
passou a associar-se com eles? Esta notando a evidencia
´ ˆ ˜
solida que prova que esses que voce encontrou sao deve-
ˆ
ras os escolhidos por Deus? Essa evidencia pode fortalecer
´ ´ ´
sua fe. Pode tambem prepara-lo para ajudar outros a per-
˜ ´
ceber a confusao religiosa no mundo atual. O capıtulo 12
´ ˆ
de Daniel contem uma abundancia desse conhecimento
vitalizador.
´
O GRANDE PRINCIPE ˜
ENTRA EM AÇ AO
4 Daniel 12:1 diz: “Durante esse tempo por-se- ˆ ´ ´
a de pe
´ ´ ´
Miguel, o grande prıncipe que esta de pe a favor dos fi-
´
lhos de teu povo.” Esse versıculo prediz as seguintes duas
˜ ´ ´
3. (a) Por que nao e facil achar os seguidores ungidos de Jesus e per-
´
manecer achegado a eles? (b) Como ajuda nisso o capıtulo 12 de
Daniel?
4. (a) Que duas coisas distintas a respeito de Miguel prediz Daniel
12:1? (b) Em Daniel, o que muitas vezes significa um monarca ‘es-
´
tar de pe’?
˜
Identificaçao dos verdadeiros adoradores no tempo do fim 289
´ ´
coisas distintas a respeito de Miguel: uma e que ele “esta
´ ˜
de pe”, sugerindo uma situaçao que se estende por um pe-
´ ´ ˆ ´ ´
rıodo; a outra e que ele “por-se-a de pe”, sugerindo um
´
acontecimento durante esse perıodo. Primeiro queremos
´ ´ ´ ´
saber qual e o perıodo em que Miguel ‘esta de pe a favor
dos filhos do povo de Daniel’. Lembre-se de que Miguel
´
e um nome dado a Jesus no seu papel de Governante
´ ´
celestial. Mencionar-se que ele “esta de pe” nos lembra o
´
modo em que esse termo e usado em outras partes do li-
` ˜
vro de Daniel. Muitas vezes refere-se a açao dum rei, tal
´
como ele assumir o poder regio. — Daniel 11:2-4, 7, 20, 21.
´
5 E evidente que o anjo indicou aqui um perıodo ´
es-
´
pecificado em outros lugares na profecia bıblica. Jesus o
´
chamou de sua “presença” (em grego, pa·rou·sı·a), quan-
´
do estaria governando como Rei no ceu. (Mateus
´ ´ ´ ´
24:37-39) Esse perıodo e tambem chamado de “ultimos
´
dias” e de “tempo do fim”. (2 Timoteo 3:1; Daniel 12:4, 9)
´
Desde o começo desse perıodo em 1914, Miguel tem esta-
´ ´ ´ ˜
do de pe como Rei no ceu. — Note Isaıas 11:10; Revelaçao
12:7-9.
´ ˜ ´
´ No entanto, quando e que Miguel ‘se poe de pe’?
6
˜
E quando se levanta para tomar uma açao especial. Je-
´ ˜
sus fara isso no futuro. Revelaçao 19:11-16 descreve
ˆ
profeticamente a Jesus como o poderoso Rei messiani-
` ´ ´
co que cavalga a frente dum exercito angelico e causa a
˜
destruiçao dos inimigos de Deus. Daniel 12:1 prossegue:
´ ˜
“E certamente vira a haver um tempo de afliçao tal como
˜ ´
nunca se fez ocorrer, desde que veio a haver naçao ate
esse tempo.” Cristo, como o Principal Executor da par-
´ ´ ´
te de Jeova, acabara com todo o inıquo sistema de coisas
˜
durante a predita “grande tribulaçao”. — Mateus 24:21; Je-
˜
remias 25:33; 2 Tessalonicenses 1:6-8; Revelaçao 7:14;
16:14, 16.
´ ´ ´
5, 6. (a) Durante que perıodo Miguel esta de pe? (b) Quando e
˜ ´
como Miguel ‘se poe de pe’ e com que resultado?
˜ `
290 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´
7 O que se dara nesse tempo tenebroso com os que exer-
´
cem fe? Daniel foi informado adicionalmente: “Durante
´
esse tempo, teu povo escapara, todo aquele que for acha-
´
do inscrito no livro.” (Note Lucas 21:34-36.) O que e este
´
livro? Essencialmente, representa que Jeova Deus se lem-
bra daqueles que fazem a Sua vontade. (Malaquias 3:16;
˜
Hebreus 6:10) Os inscritos nesse livro da vida sao os que
ˆ
tem maior segurança no mundo, porque usufruem a pro-
˜
teçao divina. Qualquer dano que talvez sofram pode ser e
´
sera anulado. Mesmo que lhes sobrevenha a morte antes
˜
desse vindouro “tempo de afliçao”, eles continuam segu-
´ ´ ´
ros na ilimitada memoria de Jeova. Ele se lembrara deles e
´
os ressuscitara durante o Reinado Milenar de Jesus Cristo.
˜
— Atos 24:15; Revelaçao 20:4-6.
OS SANTOS ‘ACORDAM’
˜ ´
8 A esperança da ressurreiçao e deveras consoladora. Da-
niel 12:2 trata disso, dizendo: “Muitos dos adormecidos no
´ ˜ ˜
solo de po acordarao, estes para a vida de duraçao indefini-
´ ˜ ˜
da e aqueles para vituperios e para abominaçao de duraçao
´
indefinida.” (Note Isaıas 26:19.) Essas palavras podem fa-
zer-nos lembrar a comovente promessa de Jesus Cristo a
˜ ˜
respeito duma ressurreiçao geral. ( Joao 5:28, 29) Que emo-
cionante esperança! Imagine amados amigos e membros
´
da famılia — agora falecidos — receberem no futuro a opor-
tunidade de viver de novo! Mas essa promessa no livro de
Daniel refere-se principalmente a outro tipo de ressurrei-
˜ ´
çao — uma que ja ocorreu. Como pode ser?
9 Considere o contexto. Conforme vimos, o primeiro
ˆ ´
7. (a) Que esperança tem todos os fieis durante o vindouro “tempo
˜ ´ ´ ´
de afliçao”? (b) O que e o livro de Jeova, e por que e vital estar ins-
crito nele?
´
8. Que perspectiva agradavel oferece Daniel 12:2?
´ ´
9. (a) Por que e razoavel esperar que Daniel 12:2 tenha cumprimen-
´ ˜
to durante os ultimos dias? (b) A que tipo de ressurreiçao se refere a
profecia, e como sabemos isso?
˜
Identificaçao dos verdadeiros adoradores no tempo do fim 291
´ ´ ˜
versıculo do capıtulo 12 nao se aplica apenas ao fim deste
´ ´ ´
sistema de coisas, mas tambem a todo o perıodo dos ulti-
´ ˜
mos dias. Na realidade, a maior parte do capıtulo nao tem
´
cumprimento no vindouro paraıso terrestre, mas duran-
˜
te o tempo do fim. Tem havido uma ressurreiçao durante
´ ´
este perıodo? O apostolo Paulo escreveu a respeito da res-
˜
surreiçao dos “que pertencem a Cristo” como ocorrendo
“durante a sua presença”. Todavia, os ressuscitados para a
´ ˜ ´ ´
vida no ceu sao levantados “incorruptıveis”. (1 Corıntios
´ ´
15:23, 52) Nenhum deles e levantado “para vituperios e
˜ ˜
para abominaçao de duraçao indefinida”, preditos em Da-
´ ˜ ´
niel 12:2. Ha outro tipo de ressurreiçao? Na Bıblia, o
˜ `
termo ressurreiçao as vezes tem um significado espiritual.
˜ ˆ
Por exemplo, tanto Ezequiel como Revelaçao contem pas-
´
sagens profeticas que se aplicam a um reavivamento ou a
˜ ˜
uma ressurreiçao espiritual. — Ezequiel 37:1-14; Revelaçao
11:3, 7, 11.
10 Tem havido tal reavivamento espiritual dos servos un-
´
gidos de Deus no tempo do fim? Sim, tem! E uma
´
realidade historica que, em 1918, um pequeno restante
˜ ´ ´
de cristaos fieis sofreu um extraordinario ataque que
´ ´
interrompeu seu ministerio publico, organizado. Depois,
´
contrario a toda a probabilidade, em 1919, voltaram a
viver em sentido espiritual. Esses fatos se enquadram na
˜ ˜
descriçao da ressurreiçao predita em Daniel 12:2. Alguns
‘acordaram’ em sentido espiritual, naquele tempo e de-
´
pois. Lamentavelmente, porem, nem todos continuaram
˜
numa condiçao espiritual, viva. Aqueles que, depois de te-
ˆ
rem acordado, rejeitaram o Rei messianico e abandonaram
´
o serviço de Deus granjearam para si ‘vituperios e abo-
˜ ˜
minaçao de duraçao indefinida’, descritos em Daniel 12:2.
´
(Hebreus 6:4-6) No entanto, os ungidos fieis, fazendo bom
10. (a) Em que sentido foram os do restante ungido ressuscitados
´
durante o tempo do fim? (b) Como e que alguns dos ungidos que re-
˜ ´ ˜
viveram nao obstante acordaram “para vituperios e para abominaçao
˜
de duraçao indefinida”?
˜ `
292 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
˜
uso da sua condiçao espiritualmente revivificada, apoia-
ˆ
ram com lealdade o Rei messianico. No fim, sua fidelidade
´ ˜
resultara, segundo a profecia, em “vida de duraçao inde-
˜
finida”. Sua vitalidade espiritual em face de oposiçao nos
´
ajuda hoje a identifica-los.
ELES ‘RAIAM COMO AS ESTRELAS’
´ ´ ´
11 Os proximos dois versıculos do capıtulo 12 de Daniel
nos ajudam ainda mais a identificar “os santos do Supre-
´
mo”. No versıculo 3, o anjo diz a Daniel: “Os perspicazes
˜ ˜
raiarao como o resplendor da expansao; e os que levam
`
muitos a justiça, como as estrelas por tempo indefinido,
˜
para todo o sempre.” Quem sao hoje “os perspicazes”? No-
ˆ ˜
vamente, a evidencia indica que sao os mesmos “santos
˜
do Supremo”. Afinal, quem, senao os do fiel restante ungi-
´
do, teve a perspicacia para discernir que Miguel, o Grande
´ ´
Prıncipe, começou a estar de pe como Rei em 1914? Por
pregarem verdades tais como essa — bem como por man-
˜ ˆ
terem a conduta crista —, eles tem estado “brilhando
como iluminadores” neste mundo espiritualmente em tre-
˜
vas. (Filipenses 2:15; Joao 8:12) Jesus profetizou a respeito
˜ ˜
deles: “Naquele tempo, os justos brilharao tao claramente
como o sol, no reino de seu Pai.” — Mateus 13:43.
12 Daniel 12:3 ate´ mesmo nos informa em que obra se
˜
ocupariam esses cristaos ungidos no tempo do fim. Eles ‘le-
`
variam muitos a justiça’. Os do restante ungido passaram
´
a ajuntar o numero remanescente dos 144 mil co-herdei-
˜
ros de Cristo. (Romanos 8:16, 17; Revelaçao 7:3, 4) Quando
essa obra foi completada — pelo visto em meados dos
anos 30 — eles começaram a ajuntar os da “grande multi-
˜
11. Quem sao hoje “os perspicazes”, e em que sentido raiam como
as estrelas?
ˆ
12. (a) Durante o tempo do fim, como tem estado os ungidos en-
` ˜
volvidos em ‘levar muitos a justiça’? (b) Como os ungidos levarao
` ˜
muitos a justiça e ‘raiarao como as estrelas’ durante o Reinado Mile-
nar de Cristo?
˜
Identificaçao dos verdadeiros adoradores no tempo do fim 293
˜ ˜ ˜
dao” das “outras ovelhas”. (Revelaçao 7:9; Joao 10:16) Esses
´ ´ ´
tambem exercem fe no sacrifıcio resgatador de Jesus Cris-
ˆ ˜ ´
to. Por isso tem uma condiçao limpa perante Jeova. Agora
´ ˜
ja ascendendo a milhoes, eles prezam a esperança de sobre-
` ˜ ´
viver a vindoura destruiçao deste mundo inıquo. Durante
o seu Reinado Milenar, Jesus Cristo e os 144 mil que
˜ ˜ `
serao reis e sacerdotes junto com ele aplicarao a huma-
´
nidade obediente na Terra os plenos benefıcios do resgate,
´
ajudando assim a todos os que exercerem fe a se livrar
´ ´ ˜
dos ultimos vestıgios do pecado herdado de Adao. (2 Pedro
˜
3:13; Revelaçao 7:13, 14; 20:5, 6) No sentido mais pleno,
˜ ˜ `
os ungidos participarao entao em ‘levar muitos a justiça’ e
˜ ´ ´ ˆ `
‘raiarao como as estrelas’ no ceu. Da voce valor a esperança
de viver na Terra sob o glorioso governo celestial de Cristo
´ ´
e de seus corregentes? Que privilegio e participar com “os
˜
santos” na pregaçao dessas boas novas do Reino de Deus!
— Mateus 24:14.
ELES O ‘PERCORREM’
˜
13 A declaraçao que o anjo fez a Daniel, que começou em
Daniel 10:20, conclui agora com as palavras animadoras:
´
“E quanto a ti, o Daniel, guarda em segredo as palavras e
´ ˜
sela o livro ate o tempo do fim. Muitos o percorrerao, e o
´
verdadeiro conhecimento se tornara abundante.” (Daniel
12:4) Grande parte do que Daniel foi inspirado a escrever
foi deveras mantido em segredo e selado para o enten-
´
dimento humano. O proprio Daniel escreveu mais tarde:
˜
“Ora, quanto a mim, ouvi, mas nao pude entender.” (Da-
niel 12:8) Nesse sentido, o livro de Daniel ficou selado por
´
seculos. Que dizer de hoje?
´
14 Temos o privilegio de viver no “tempo do fim”, predito
13. Em que sentido as palavras do livro de Daniel foram seladas e
guardadas em segredo?
14. (a) Durante “o tempo do fim”, quem tem estado ‘percorrendo’,
ˆ ˆ ´ ´
e o que? (b) Que evidencia ha de que Jeova tem abençoado este ‘per-
correr’?
˜ `
294 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´
no livro de Daniel. Conforme profetizado, muitos dos fieis
ˆ ´
tem ‘percorrido’ as paginas da Palavra de Deus. Com que
ˆ ˜ ´
resultado? Com a bençao de Jeova, o verdadeiro conheci-
´
mento se tem tornado abundante. Os fieis ungidos das
´ ˆ ´
Testemunhas de Jeova tem sido abençoados com perspicacia
que os habilitou a entender que o Filho do homem tornou-
se Rei em 1914, a identificar os animais da profecia de Daniel
˜
e a advertir contra “a coisa repugnante que causa desolaçao”
— para se citarem apenas alguns exemplos. (Daniel 11:31)
ˆ ´
Portanto, essa abundancia de conhecimento e mais um sinal
identificador dos “santos do Supremo”. No entanto, Daniel
ˆ
recebeu mais evidencia.
˜
SAO ‘ESPATIFADOS’
15 Conforme nos lembramos, Daniel recebeu essas men-
´ ´
sagens angelicas na margem “do grande rio” Hıdequel,
´
tambem conhecido como Tigre. (Daniel 10:4) Ali ele viu
˜ ˆ ´
entao tres criaturas angelicas e disse: “Eu, Daniel, vi, e eis
´
que havia dois outros parados, um na beira de ca do rio e
´ ˜
outro na beira de la do rio. Um deles disse entao ao ho-
´
mem vestido de linho, que estava acima das aguas do rio:
´ ´
‘Quanto tempo levara ate o fim das coisas maravilhosas?’ ”
(Daniel 12:5, 6) A pergunta do anjo pode lembrar-nos no-
vamente “os santos do Supremo”. No começo do “tempo
do fim”, em 1914, eles se preocupavam muito com a ques-
˜ ´
tao de quanto tempo levaria ate que se cumprissem as
˜
promessas de Deus. Que eles sao o ponto focal dessa profe-
cia evidencia-se na resposta a essa pergunta.
16 O relato de Daniel prossegue: “E comecei a ouvir o ho-
´
mem vestido de linho, que estava acima das aguas do rio,
˜ ˜
quando passou a levantar a sua mao direita e a sua mao es-
´
querda para os ceus e a jurar por Aquele que vive por
˜
15. Que pergunta faz entao o anjo, e de quem talvez nos lembre essa
pergunta?
16. Que profecia profere o anjo, e como enfatiza ele a certeza do seu
cumprimento?
˜
Identificaçao dos verdadeiros adoradores no tempo do fim 295
´
tempo indefinido: ‘Sera por um tempo designado, tempos
designados e uma metade. E assim que se tiver posto fim
˜
ao espatifamento do poder do povo santo, acabarao todas
´
estas coisas.’ ” (Daniel 12:7) Esse assunto e solene. O anjo
˜
levantou as maos em juramento, talvez para que esse gesto
fosse visto pelos dois anjos em lados opostos do largo rio.
Ele enfatiza com isso a absoluta certeza do cumprimen-
´
to dessa profecia. No entanto, quando e que ocorrem esses
˜ ´ ˜ ´
tempos designados? A resposta nao e tao difıcil de achar
ˆ
como talvez voce esteja pensando.
17 Essa profecia e´ notavelmente similar a duas outras pro-
´
fecias. Uma delas, que consideramos no Capıtulo 9 deste
˜
livro, encontra-se em Daniel 7:25; a outra, em Revelaçao
11:3, 7, 9. Note alguns dos paralelos. Cada uma se refere ao
tempo do fim. Ambas as profecias relacionam-se com san-
˜ ´
tos servos de Deus, mostrando que sao perseguidos e ate
mesmo temporariamente incapazes de realizar sua prega-
˜ ´
çao publica. Cada profecia mostra que os servos de Deus
˜
revivem e entao reassumem sua obra, frustrando seus per-
˜
seguidores. E cada uma delas menciona a duraçao desse
tempo de dificuldades dos santos. Ambas as profecias em
Daniel (7:25 e 12:7) mencionam ‘um tempo, tempos e me-
tade de um tempo’. Os eruditos em geral entendem que
ˆ ˜
isso significa tres tempos e meio. Revelaçao menciona o
´ ˜
mesmo perıodo como 42 meses, ou 1.260 dias. (Revelaçao
ˆ
11:2, 3) Isso confirma que os tres tempos e meio em Da-
ˆ
niel se referem a tres anos e meio de 360 dias cada um. Mas
quando começaram esses 1.260 dias?
18 A profecia e´ bastante explıcita
´
quanto ao fim dos
17. (a) Que paralelos se encontram nas profecias registradas em Da-
˜ ´ ˜
niel 7:25, Daniel 12:7 e em Revelaçao 11:3, 7, 9? (b) Qual e a duraçao
ˆ
dos tres tempos e meio?
18. (a) Segundo Daniel 12:7, o que marcaria o fim dos 1.260 dias?
´
(b) Quando e que foi por fim ‘espatifado o poder do povo santo’ e
como aconteceu isso? (c) Quando começaram os 1.260 dias e como
´
e que os ungidos ‘profetizaram trajados de saco’ durante esse pe-
´
rıodo?
˜ `
296 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
FORAM ‘PURIFICADOS,
EMBRANQUECIDOS E REFINADOS’
20 Conforme ja´ mencionado, Daniel escreveu essas coisas,
˜
mas nao as entendeu. Todavia, ele deve ter-se perguntado se
os perseguidores acabariam mesmo com os santos, porque
´
perguntou: “Qual sera a parte final destas coisas?” O anjo
˜
respondeu: “Vai, Daniel, porque as palavras sao guardadas
´
em segredo e seladas ate o tempo do fim. Muitos se purifi-
˜ ˜ ˜ ´
carao, e se embranquecerao, e serao refinados. E os inıquos
˜
certamente agirao iniquamente, e absolutamente nenhum
´ ´ ˜
inıquo entendera; mas os perspicazes entenderao.” (Daniel
12:8-10) Havia uma esperança certa para os santos! Em vez
´
de serem destruıdos, seriam embranquecidos, abençoados
˜ ´
com uma condiçao limpa perante Jeova Deus. (Malaquias
´
3:1-3) Sua perspicacia em assuntos espirituais os habilitaria a
´
permanecer limpos aos olhos de Deus. Em contraste, os inı-
quos se negariam a compreender assuntos espirituais. Mas
quando ocorreria tudo isso?
21 Informou-se a Daniel: “Desde o tempo em que se
´ ´
remover o sacrifıcio contınuo e se constituir a coisa repug-
˜ ´
nante que causa desolaçao, havera mil duzentos e noventa
´
dias.” De modo que esse perıodo começaria quando certas
˜ ´ ´
condiçoes existissem. “O sacrifıcio contınuo” teria de ser
´
removido. (Daniel 12:11) A que sacrifıcio se referia o anjo?
˜ ´
Nao aos sacrifıcios de animais num templo terrestre. Pois
´ ´
ate mesmo o templo que antes havia em Jerusalem era ape-
´
nas “uma copia da realidade” — o grande templo espiritual
´
de Jeova, que passou a funcionar quando Cristo se tornou
seu Sumo Sacerdote em 29 EC. Nesse templo espiritual,
˜
representando o arranjo de Deus para a adoraçao pura,
ˆ ˜
20. Segundo Daniel 12:10, que bençaos receberiam os ungidos de-
ˆ
pois das suas duras experiencias?
´
21. (a) O perıodo predito em Daniel 12:11 começaria quando exis-
˜ ´ ´ ´
tissem que condiçoes? (b) O que e “o sacrifıcio contınuo” e quando
´
foi removido? (Veja o quadro na pagina 298.)
˜ `
298 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
˜ ´ ´
A REMOÇ AO DO SACRIFICIO CONTINUO
´ ´
No livro de Daniel, o termo “sacrifıcio contınuo” ocorre cin-
´ ´
co vezes. Refere-se a um sacrifıcio de louvor — “o fruto de la-
´
bios” — que os servos de Jeova Deus oferecem regularmente
˜ ´
a ele. (Hebreus 13:15) Sua predita remoçao e mencionada
em Daniel 8:11, 11:31 e 12:11.
´
Durante ambas as guerras mundiais, os do povo de Jeova
´
foram severamente perseguidos nos domınios do “rei do nor-
˜
te” e do “rei do sul”. (Daniel 11:14, 15) A remoçao do “sa-
´ ´
crifıcio contınuo” ocorreu perto do fim da Primeira Guerra
˜
Mundial, quando a pregaçao praticamente foi suspensa em
meados do ano 1918. (Daniel 12:7) Durante a Segunda Guer-
´ ´
ra Mundial, “o sacrifıcio contınuo” foi similarmente “tirado”
ˆ
por 2.300 dias, por parte da Potencia Mundial Anglo-Ameri-
´
cana. (Daniel 8:11-14; veja o Capıtulo 10 deste livro.) Foi tam-
´ ´ ˜
bem removido pelos “braços” nazistas por um perıodo nao
´
especificado nas Escrituras. — Daniel 11:31; veja o Capıtulo 15
deste livro.
˜ ´ ´
nao ha necessidade de contınuas ofertas pelo pecado, pois
‘Cristo foi oferecido uma vez para sempre, para levar os
pecados de muitos’. (Hebreus 9:24-28) No entanto, todos
˜ ´
os verdadeiros cristaos oferecem sacrifıcios nesse templo.
´ ´
O apostolo Paulo escreveu: “Por intermedio dele [Cristo],
´
ofereçamos sempre a Deus um sacrifıcio de louvor, isto
´ ´ ˜ ´
e, o fruto de labios que fazem declaraçao publica do seu
˜
nome.” (Hebreus 13:15) Portanto, essa primeira condiçao
˜ ´ ´
da profecia — a remoçao do “sacrifıcio contınuo” — se
˜
cumpriu em meados do ano 1918, quando a pregaçao foi
praticamente suspensa.
22 No entanto, que dizer da segunda condiçao ˜
— de se
´
22. (a) O que e a desoladora “coisa repugnante” e quando foi insta-
´
lada? (b) Quando começou e quando terminou o perıodo predito em
Daniel 12:11?
O QUE DISCERNIU?
´ ´ ´
˙ Durante que perıodo Miguel ‘esta de pe’, e
´ ´
como e quando “por-se-a de pe”?
˜
˙ A que tipo de ressurreiçao se refere Da-
niel 12:2?
˙ Que datas marcam o começo e o fim dos
ˆ
tres tempos e meio mencionados em
Daniel 12:7?
1.290 dias preditos em Daniel 12:11?
1.335 dias profetizados em Daniel 12:12?
˜ ´
˙ Por prestarmos atençao ao capıtulo 12 de
Daniel, como somos ajudados a identificar
´
os verdadeiros adoradores de Jeova?
´
C APITULO DEZOITO
´
JEOVA PROMETE A DANIEL UMA
RECOMPENSA MARAVILHOSA
`
UM CORREDOR se esforça para chegar a linha de chegada.
´ `
Esta quase exausto, mas, com a linha de chegada a vista, usa
´
toda a energia que lhe resta nesses ultimos passos. Forçando
´ ´
ao maximo todos os musculos, cruza por fim a linha de che-
´
gada! Seu rosto mostra alıvio e triunfo. Valeu a pena perseve-
´
rar ate o fim.
2 Na conclusao ˜ ´
do capıtulo 12 de Daniel, encontramos o
querido profeta aproximando-se da linha de chegada da sua
´ ´ ´
propria “corrida” — sua vida de serviço a Jeova. O apostolo
´
Paulo, depois de citar diversos exemplos de fe entre os servos
´ ˜ ´
pre-cristaos de Jeova, escreveu: “Assim, pois, visto que temos
˜
a rodear-nos uma tao grande nuvem de testemunhas, ponha-
´
mos tambem de lado todo peso e o pecado que facilmen-
te nos enlaça, e corramos com perseverança a carreira que
se nos apresenta, olhando atentamente para o Agente Princi-
´
pal e Aperfeiçoador da nossa fe, Jesus. Pela alegria que se lhe
apresentou, ele aturou uma estaca de tortura, desprezando a
`
vergonha, e se tem assentado a direita do trono de Deus.”
— Hebreus 12:1, 2.
3 No meio dessa “grande nuvem de testemunhas” estava
18, 19. (a) O que o anjo queria dizer quando predisse que Daniel ‘se
ergueria’ no futuro? (b) Por que Daniel conhecia a esperança da res-
˜
surreiçao?
˜ `
316 Preste Atençao a Profecia de Daniel!
´
20 Daniel, assim como Jo, tinha motivos para confiar que
´
Jeova teria saudades dele e algum dia no futuro o traria de
`
volta a vida. Ainda assim, deve ter sido muito consolador ou-
vir uma poderosa criatura espiritual confirmar essa esperan-
´ ˜
ça. Deveras, Daniel se erguera na “ressurreiçao dos justos”,
´
que ocorrera durante o Reinado Milenar de Cristo. (Lucas
´
14:14) O que significara isso para Daniel? A Palavra de Deus
nos diz muito sobre isso.
21 Jeova´ “nao ˜ ´
e Deus de desordem, mas de paz”. (1 Corın-
´
´ ˜ ´
tios 14:33) Portanto, e evidente que a ressurreiçao no Paraıso
´
ocorrera de forma ordeira. Talvez passe algum tempo depois
˜
do Armagedom. (Revelaçao [Apocalipse] 16:14, 16) Todos os
´ ˜
vestıgios do velho sistema de coisas terao sido eliminados e
´ ˜
sem duvida terao sido feitos preparativos para acolher de vol-
` ˜
ta os mortos. Quanto a ordem em que os mortos retornarao,
´
a Bıblia menciona o seguinte precedente: “Cada um na sua
´ ´ ´
propria categoria.” (1 Corıntios 15:23) Parece provavel que,
˜ ˜
na ‘ressurreiçao de justos e de injustos’, os justos retornarao
´
primeiro. (Atos 24:15) Desse modo, homens fieis da antigui-
˜ ˜
dade, tais como Daniel, poderao ajudar na administraçao dos
˜ ˜
assuntos terrestres, inclusive na instruçao de bilhoes de “in-
`
justos” trazidos de volta a vida. — Salmo 45:16.
22 Antes de Daniel estar pronto para assumir essas respon-
´
sabilidades, ele certamente tera algumas perguntas a fazer.
Afinal, ele disse a respeito de algumas das profundas profe-
˜
cias que lhe foram confiadas: “Ouvi, mas nao pude enten-
´
der.” (Daniel 12:8) Quanto o emocionara por fim entender
´ ´ ´
esses misterios divinos! Sem duvida, desejara ouvir tudo so-
´
bre o Messias. Daniel ficara fascinado de saber da marcha das
ˆ ´
potencias mundiais desde os seus dias ate os nossos, da iden-
´
tidade dos fieis “santos do Supremo” — que perseveraram
˜ ´
20, 21. (a) De que ressurreiçao se tem certeza de que Daniel fara par-
´ ´ ˜ ´
te? (b) De que forma e provavel que ocorra a ressurreiçao no Paraıso?
˜ ´
22. Quais sao algumas perguntas para as quais Daniel, sem duvida,
´
gostara de saber a resposta?
´
Jeova promete a Daniel uma recompensa maravilhosa 317
˜
apesar de perseguiçao durante “o tempo do fim” — e da des-
˜ ˆ
truiçao final de todos os reinos humanos pelo Reino messia-
nico de Deus. — Daniel 2:44; 7:22; 12:4.
A RECOMPENSA DE DANIEL ´
E A SUA NO PARAISO!
23 Daniel desejara´ saber algo sobre o mundo em que se en-
´
contrara naquele tempo — um mundo bem diferente daque-
´ ˜
le dos seus dias. Todos os vestıgios de guerra e de opressao
˜
que macularam o mundo que ele conhecia terao desapa-
˜ ´
recido. Nao havera mais tristeza, nem doença, nem morte.
´ ´ ˆ
(Isaıas 25:8; 33:24) Mas havera uma abundancia de ali-
´
mentos, muitas moradias e trabalho satisfatorio para todos.
´ ´ ´
(Salmo 72:16; Isaıas 65:21, 22) A humanidade sera uma so
´
famılia unida e feliz.
24 Daniel tera´ certamente um lugar naquele mundo. “Er-
´
guer-te-as para receber a tua sorte”, disse-lhe o anjo. A pala-
´
vra hebraica, aqui traduzida ´ “sorte”, e a mesma usada para
´
um lote de terreno literal.1 E possıvel que Daniel conheces-
se a profecia de Ezequiel a respeito do loteamento da terra
restabelecida de Israel. (Ezequiel 47:13–48:35) No seu cum-
´
primento paradısico, o que sugere a profecia de Ezequiel?
˜ ´
Que todos os do povo de Deus terao um lugar no Paraıso,
´ ´
sendo ate a propria terra repartida de forma ordeira e justa.
´ ´
Naturalmente, a recompensa de Daniel no Paraıso envolvera
´ ´
mais do que apenas um terreno. Incluira seu lugar no propo-
´
sito de Deus ali. A recompensa prometida a Daniel esta ga-
rantida.
´
1 A palavra hebraica esta relacionada com a palavra
` para “seixo”, vis-
to que pedrinhas eram usadas para lançar sortes. As vezes, a terra era
´
loteada assim. (Numeros 26:55, 56) A Handbook on the Book of Daniel
(Manual do Livro de Daniel) diz que aqui a palavra significa “aquilo
´
que e reservado (por Deus) para a pessoa”.
´
23, 24. (a) Em que sentido e que o mundo em que o ressuscitado Da-
´ ´ ´
niel se encontrara sera diferente do mundo que ele conhecia? (b) Tera
´
Daniel um lugar no Paraıso, e como sabemos isso?
ˆ ˜ ` ´
Assim como Daniel, presta voce atençao a palavra profetica de Deus?
25 No entanto, que dizer da sua recompensa? As mesmas
´
promessas podem aplicar-se no seu caso. Jeova quer que hu-
manos obedientes ‘se ergam’ para receber a sua recompensa,
´ ´
para ter um lugar no Paraıso. Imagine! Certamente sera emo-
´
cionante encontrar-se pessoalmente com Daniel, e tambem
´ ´
com outros homens e mulheres fieis dos tempos bıblicos.
´ ˜ ´
Havera entao incontaveis outros retornando dos mortos, que
˜ ˜ ´
precisarao de instruçoes para conhecer e amar a Jeova Deus.
Imagine-se cuidando de nosso lar terrestre e ajudando a trans-
´ ´ ´
forma-lo num paraıso de infinita variedade e infindavel bele-
´
za. Pense em ser ensinado por Jeova, aprendendo a viver do
´ ˜
modo que ele quer que a humanidade viva. (Isaıas 11:9; Joao
´ ˆ ´
6:45) Deveras, ha um lugar para voce no Paraıso. Estranho
´
como o Paraıso hoje possa parecer a alguns, lembre-se de que
´
Jeova originalmente projetou a humanidade para viver em tal
ˆ ´ ´
lugar. (Genesis 2:7-9) Nesse sentido,
´ o Paraıso e a moradia na-
˜ ´ ´
tural para os bilhoes na Terra. E o lugar deles. Chegar la sera
como chegar em casa.
˜ ´
25. (a) Quais sao algumas das perspectivas de vida no Paraıso que
ˆ
agradam a voce? (b) Por que se pode dizer que o lugar dos humanos
´ ´
e o Paraıso?
´
Jeova promete a Daniel uma recompensa maravilhosa 319
˜
26 Nosso coraçao transborda de apreço quando pensamos
˜ ´ ˜ ˆ
em tudo isso, nao e verdade? Nao anseia voce estar ali? Por-
˜ ´ ´
tanto, nao e de admirar que as Testemunhas de Jeova estejam
´
ansiosas de saber quando vira o fim desse sistema de coisas!
˜ ´ ´ ´
A espera nao e facil. Jeova reconhece isso, porque nos exorta
a ‘continuar na expectativa’ do fim, “ainda que se demore”.
Ele quer dizer que, do nosso ponto de vista, talvez possa pare-
˜
cer estar demorando, pois o mesmo texto nos assegura: “Nao
´ ´
tardara.” (Habacuque 2:3; note Proverbios 13:12.) Deveras, o
´
fim vira no tempo certo.
27 O que deve voceˆ fazer ao se aproximar o fim? Assim
´
como o profeta Daniel, amado por Jeova, persevere fielmen-
ˆ
te. Estude a Palavra de Deus com diligencia. Ore fervoro-
samente. Associe-se amorosamente com concrentes. Ensine
zelosamente a verdade a outros. Ao se aproximar cada dia
´
mais o fim deste inıquo sistema de coisas, continue decidido
´
a ser um servo leal do Altıssimo e um defensor firme da Pa-
˜ `
lavra dele. De todos os modos, preste atençao a profecia de
´
Daniel! E que o Soberano Senhor Jeova lhe conceda o privi-
´
legio de ficar diante dele alegremente por toda a eternidade!
´ ˜
26. Como reconhece Jeova que esperar pelo fim do atual sistema nao
´ ´ ´
e facil para nos?
ˆ ´
27. O que voce tera de fazer para ficar diante de Deus por toda a eter-
nidade?
O QUE DISCERNIU?
´
˙ O que ajudou Daniel a perseverar ate o fim?
˜
˙ Por que nao aterrorizava a Daniel a perspectiva
de morrer?
´
˙ Como se cumprira a promessa do anjo de que
´
Daniel ‘se erguera para receber a sua sorte’?
ˆ
˙ Que proveito pessoal tirou voce de prestar
˜ `
atençao a profecia de Daniel?
˜
Gostaria de obter mais informaçoes?
´
Contate as Testemunhas de Jeova pelo site www.jw.org.