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GUIA

DO VEREADOR
EMPREENDEDOR
A confiança que você deposita na pequena empresa,
o eleitor deposita nas urnas.
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

SEBRAE SP UNIÃO DOS VEREADORES DO ESTADO DE SÃO PAULO (UVESP)

Conselho Deliberativo Presidente de Honra


Walter Feldman – São Paulo
Presidente
Diretoria Executiva
Fábio de Salles Meirelles (FAESP)
Presidente: Sebastião Misiara
ACSP Associação Comercial de São Paulo Superintendente-executivo: Paulo Marcondes
ANPEI Associação Nacional de PD&E das Empresas Inovadoras Superintendente de Comunicação: Silvia Melo
Banco Nossa Caixa S.A. 1º Vice-presidente: Nequinho Desanti (Santana Parnaíba)
FAESP Federação da Agricultura do Estado de São Paulo 2º Vice-presidente: Celso Alves (Aparecida)
FIESP Federação das Indústrias do Estado de São Paulo Secretária geral: Maria Terezinha de Jesus Pedrosa (S. J. Boa Vista)
FECOMERCIO Federação do Comércio do Estado de São Paulo Diretores: Eugenio José Zuliani (Olímpia)
ParqTec Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos Rodrigo Antonio Correa (Santa Fé do Sul)
IPT Instituto de Peasquisas Tecnológicas Tesoureiro-executivo: Osvaldo Caiel Filho (Barretos)
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Diretoras do Defam
Desenvolvimento Econômico e Turismo Fátima Yao (Capão Bonito),
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Aparecida Benedita Rodrigues (Rio Claro),
SINDIBANCOS Sindicato dos Bancos do Estado de São Paulo Maria das Graças Berardo (Orlândia) e
CEF Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal Reinalma Montalvão (Caçapava)
BB Superintendência Estadual do Banco do Brasil Diretor-executivo e de relações com os estados
Rogelio Barcheti (Avaré)
Diretor Superintendente
Conselho fiscal
Ricardo Luiz Tortorella
Roberto Abe (Campos do Jordão),
Maria Augusta Lopes Vilarinho (Barretos),
Diretores Operacionais Paulo Roberto Saponga de Oliveira (Itapeva),
José Milton Dallari Soares Manoel Kenji Chicaoka (Registro) e
Paulo Eduardo Stabille de Arruda Francisco Antonio Paes (Palmares Paulista)
Gerentes Executivos Suplentes conselho fiscal

Alessandro Paes dos Reis Ademir Cleto (Tatuí),


Regina Maria Borges Bartolomei Elpidio Tencarte (Andradina),
Waldir Catanzaro Silvia Maria Guilardi (Águas de São Pedro),
João Boesso Neto (Boracéia),
Assessoria De Políticas Públicas José Faleiros de Almeida Filho (Barretos)
Silvério Crestana – Gerente Assessores de comunicação regional
José Sávio J. Henrique Dickinson Girardi (Barretos), Francisco Arten (S. J. Boa Vista)
Júlio César Durante Assessora de relações públicas: Luciana Viana (Praia Grande)
José Alberto Andrade Cunha Neto Departamento jurídico: Marcelo Aparecido Coutinho (Areias),
Dulcineide Rezende Silvio Gontijo de Abreu (Barretos), João Batista Costa (Holambra)
Andréa de Araújo Dias Coordenadores Regionais:
Pedro Orlando Galletta Filho Agnaldo Moreno (Santana Parnaíba), Andre Luiz Crepaldi (Martinópolis),
Andre Queiroz Guimarães (Louveira), Anésio Ferreira de Campos (Cajamar),
Unidade Organizacional De Gestão Do Conhecimento
Antonio Edvaldo Costa “Dunga” (Araçatuba),
Manfredo Archimor Paes – Gerente
Antonio Marcos Gava Junior (Barra Bonita), Aparecido Fernandes Junior (Avaré),
Carlos Alberto Soares (Penápolis), Carlos Domingos Pupin (Batatais),
Djalma Rodrigues (Arandu), Edmilson Francisco Chulé Ferreira (Capão Bonito),
Elio Donizete Jardim (Tuiuti), Ercias Muniz (Juquiá), Erick Carbonari (Itatiba),
Etelvino Nogueira (São Roque), Fábio Borges Barbosa (Apiaí),
Francisco Eduardo Rossi (Dracena), Geraldo Oliveira Campos (Alumínio),
Gustavo Sarzi Sartori (Bragança Paulista), Helio Godoy (Sorocaba),
Hélio Keichi Mori (São Miguel Arcanjo), Iram Daier Brunhani (Holambra),
Ivaldo Sobral de Luna (Presidente Epitácio), Jamil Ono (Andradina),
João Malveste (Orlandia), Joao Rodrigo Morales (Iaras), João Trida (Praia Grande),
Joaquim Ortega “Chiquito” (Mirandópolis), Joel Bernardo Lima (Guapiara),
José Carlos Borgo (Jaú), José Eduardo Pinheiro Candeo (Jales),
GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR José Fernando de Oliveira (B. J. dos Perdões),
José Geraldo Celestino de Oliveira (Itatinga),
Coordenação geral do Guia
José Geraldo Pacheco da Cunha Filho (Porto Feliz), José Ricardo Cardozo Barreto (Avaré),
Silvério Crestana – Assessoria de Políticas Públicas
José Ricardo Dias (Santo André),Julio César Marques Dias (Candido Mota),
Conteúdo e produção Leandro da Silva (Igarapava), Luiz Antonio de Moraes “Maguila” (Porto Ferreira),
Flávia Guerra Barbieri – FGB Consult Luiz Carlos Mota (São José dos Campos),
Valdeci Neves – Expansão Delta Marcos Silveira (Tarumã), Maria Augusta Lopes Vilarinho (Barretos),
Mariam Dimitri – Dimitri & Martins Consultoria Mario Acácio Ancona (Amparo),Maurício Massao Ogawa (Garça),
Julia Sant’Anna Nelson Luiz Benevenutto (Novo Horizonte), Osmarino Leite (Rancharia),
Ali Ahmad Hassan – U.O. Gestão do Conhecimento Paulo Gama (Suzano), Paulo Sassaki (Ibiúna), Paulo Tarzã (Itapeva),
Maria Regina Machado – Revisão Plínio Cesar Firmino (São Simão), Pollyana F. G. Winther Araújo (Taubaté),
Ronaldo Herculano (Itatiba), Salomão Jorge Cury (Colina),
Design gráfico Silvia Maria Abade Guilardi (Águas de São Pedro),Vagner de Paiva Casadei (Lins),
Victor Nosek Valter Cavina (Marília), Witter Francisco Soffner (Dois Córregos).

Políticas Públicas Municipais de Apoio às Micro e Pequenas Empresas


GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

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DO VEREADOR
EMPREENDEDOR

Políticas Públicas Municipais de 1 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


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CRIANDO UM OLHAR DIFERENTE

Este é um documento histórico para os Vereadores. A Uvesp aceitou o desafio de


formular o “Guia do Vereador Empreendedor” junto com o Sebrae-SP como contribuição
inestimável aos candidatos às eleições de 2008. Defendemos nestas páginas idéias que
contribuirão para acelerar o desenvolvimento sustentável e valorizar o papel do Vereador
como agente de mudanças.

O Vereador bem informado é um atento agente de desenvolvimento local, intimamente


vinculado à base de produção, à base da força do trabalho. Acima de tudo, é uma liderança
comprometida com o bem-estar social do seu povo.

A missão do Vereador do futuro é lutar pela


melhoria da qualidade dos serviços públicos, “Cabe à Uvesp levar o
pela otimização de recursos arrecadados no Vereador a entender que a
combate ao desemprego. É ouvir o contribuinte, Câmara Municipal não pode
interpretar seus anseios, lutar pelo ingresso dos ser gargalo inibidor da criação
empreendedores na formalidade e dar forma às da micro e pequena empresa
soluções que conduzirão ao atendimento das e que o pequeno empresário,
demandas populares. As ações possíveis são muitas. é, na maioria dos casos, um
Os resultados, com a ajuda de cada Vereador, serão lider no município. Além de
promissores. geradora de emprego e renda,
a micro e pequena empresa é
A Uvesp cumpre seu papel de articulador de forças também um fator decisivo de
ao atuar em parceria com o Sebrae-SP e aproximar legitimidade da economia de
os Vereadores das leis municipais que podem mercado.”
fomentar a criação de novas empresas.

As idéias estão neste Guia e tornam os caminhos infinitamente mais curtos e mais baratos
para a consolidação do desenvolvimento sustentável. Se transformada em base de consultas
para os candidatos aos legislativos municipais, a publicação poderá criar um olhar diferente
sobre a ação legislativa. O próximo mandato poderá ser um marco na emancipação
político-financeira dos municípios brasileiros.

Sebastião Misiara
Presidente da Uvesp

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MENSAGEM AOSfor
Quanto maior CANDIDATOS
a participação dos pequenos
negócios na renda gerada, maior será a
A sociedade globalizada faz com que novas formas de pensar e agir sejam necessárias para o
distribuição
desenvolvimento sustentávelda riqueza
das nações. no transformar
É preciso município.boas idéias em soluções viáveis,
sempre no sentido de atender aos anseios da população, e em sintonia com a modernidade.

O desenvolvimento pelo viés do empreendedorismo é algo novo, que deve ser


compreendido e irradiado em suas possibilidades, para estimular a concepção de propostas
inovadoras, com o poder de transformar realidades.

Neste contexto, o vereador é a principal ponte entre a comunidade e o poder público


e tem muito a contribuir para o fortalecimento da cultura empreendedora, geração de
trabalho e renda em sua cidade.

O desenvolvimento municipal seguramente passa pelo apoio aos micro e pequenos


negócios. No Brasil são as micro e pequenas empresas que geram a maior parte dos postos
formais de trabalho. Segundo o IBGE mais de 57% das pessoas com carteira assinada estão
empregadas em estabelecimentos como farmácias, padarias, lojas, lanchonetes, pequenas
fábricas, confecções e pequenas propriedades rurais.
Elas estão entranhadas no tecido social brasileiro, e são vetores da melhoria da qualidade
de vida, da dignidade e da prosperidade.

Em outubro de 2007, o Sebrae-SP e a UVESP realizaram um seminário para debater


a inserção dos temas relacionados ao empreendedorismo e às micro e pequenas
empresas, nas eleições municipais deste ano, e optou-se pela elaboração de um Guia
descrevendo boas práticas que são lideradas por vereadores e que ajudam a mudar a
realidade de seus municípios.

A consolidação dos resultados do seminário, apresentadas neste Guia do Vereador


Empreendedor, demonstrou que as questões levantadas não se restringem a alguns
municípios ou regiões do estado de SP. Boa parte das demandas se origina na necessidade
de uma postura mais empreendedora para os vereadores e vereadoras, seja estimulada pela
oportunidade de desenvolvimento presente no cenário macroeconômico brasileiro ou pela
restrição imposta pela nova legislação relativa ao exercício do mandato.

Acreditamos que este Guia poderá ser de boa utilidade para inspirar os candidatos
inovadores, que estejam acompanhando os acontecimentos referentes ao crescimento do
país, e que queiram contribuir para que seu município aproveite as janelas de oportunidade
que se abrem.

Fábio de Salles Meirelles


Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP

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O VEREADOR EMPREENDEDOR

As Câmaras Municipais são as instituições brasileiras que mais discutem e enfrentam as


contradições e dificuldades da comunidade. E os Vereadores constituem os líderes mais
próximos da população, convivendo com seus sonhos, necessidades e frustrações. E por
esta aproximação tornam-se os maiores conhecedores da realidade dos pequenos negócios
nos municípios. Portanto, acreditamos que Vereadores com visão empreendedora e
inovadora podem contribuir muito para melhorar o ambiente empreendedor das cidades.

O crescimento constante do desempenho das micro e pequenas empresas no


desenvolvimento da economia brasileira faz surgir uma demanda por políticas públicas de
fomento ao empreendedorismo. É neste contexto que o legislativo exerce papel fundamental,
ao formular leis que incentivem o desenvolvimento das pequenas empresas, que respondem
hoje por 99% das empresas registradas no Estado de São Paulo e 20% do PIB.

Neste Guia do Candidato Empreendedor para Vereadores reunimos os pontos de


convergência entre o que os diretores da União dos Vereadores do Estado de São Paulo e
os técnicos do Sebrae-SP apostam como possíveis políticas públicas de apoio aos pequenos
negócios, que podem auxiliar na construção da plataforma política dos Vereadores.
Apresentamos aqui exemplos de iniciativas de sucesso, privilegiando temas que contribuam
para o desenvolvimento das pequenas empresas e, por conseqüência, para o crescimento
sustentável das cidades.

Nosso objetivo é que este cardápio de informações sirva de apoio para a construção de
modelos de ações que acelerem o crescimento do município, independentemente dos
gestores que estarão à frente delas, para que os projetos implantados por eles tenham
continuidade pelos seus sucessores.

Ricardo Luiz Tortorella


Diretor Superintendente do Sebrae-SP

Paulo Eduardo Stabile de Arruda


Diretor Técnico do Sebrae-SP

José Milton Dallari Soares


Diretor Administrativo-Financeiro do Sebrae-SP

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ÍNDICE
POR QUE APOIAR OS PEQUENOS NEGÓCIOS? ...............................................6
1. Vereador como agente de desenvolvimento .....................................................7
2. A razão da inclusão produtiva ..................................................................................8
3. Pequenos negócios promovem a distribuição
de renda e ajudam a fixar a riqueza na região ...................................................10
4. Diferenças entre as pequenas cidades e as de maior porte ............................12
5. Lei Geral Municipal: o novo estatuto da pequena empresa ............................14

POLÍTICAS DE APOIO AOS PEQUENOS NEGÓCIOS .................................17


1. Facilitar a abertura e o funcionamento de micro e pequenas empresas ......18
2. Oferecer tratamento tributário favorecido e diferenciado às micro e
pequenas empresas ................................................................................................20
3. Planejar e estruturar o desenvolvimento do município
com sustentabilidade ambiental ...........................................................................22
4. Promover o desenvolvimento de mercados e o uso do poder
de compras do município .......................................................................................25
5. Incentivar programas de sustentabilidade ambiental .......................................28
6. Ampliar o acesso à tecnologia ............................................................................31
7. Fortalecer o associativismo ..................................................................................34
8. Facilitar o acesso ao crédito e aos serviços financeiros ...............................36
9. Desenvolver a educação empreendedora e a capacitação profissional .......38
10. Liderar as mudanças e transformações no município:
o que o Vereador pode e não pode fazer ............................................................40

COMO ESTRUTURAR O MUNICÍPIO PARA APOIAR


OS PEQUENOS NEGÓCIOS .....................................................................................43
P
asso a passo para o Vereador empreendedor defender um programa
de apoio aos pequenos negócios durante o seu mandato ...................................44

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POR QUE
APOIAR
OS PEQUENOS
NEGÓCIOS?

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1. VEREADOR COMO AGENTE DE


DESENVOLVIMENTO
Em nossa história, as Câmaras Municipais sempre buscaram traduzir os anseios
populares. Aos poucos, homens e mulheres eleitos livremente, se organizaram para
realizar as aspirações políticas de seus representados. Um passado de árduas lutas.

Hoje os Legislativos Municipais têm a consciência das desafiantes responsabilidades que


lhes incumbem: promover o desenvolvimento socioeconômico e abrir perspectivas de
progresso em todos os setores da cidade.

Como primeiro agente político do país e mais próximo do cidadão, o Vereador deve
ter presente o seu dever para com a sociedade, qual seja contribuir para a geração de
empregos e bem-estar social da população. Chegou a vez de cada Vereador mostrar a
sua força de forma criativa, sua capacidade de ser um empreendedor político atento às
oportunidades que podem se traduzir em conquistas para o seu município.

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2. A RAZÃO DA INCLUSÃO PRODUTIVA


A principal razão para apoiar os pequenos negócios é a inclusão produtiva. Mais empresas,
mais empregos, mais cidadania. Os resultados na economia local não deixam dúvidas: uma
política integrada de apoio aos pequenos negócios tem a capacidade de gerar bons números
sobre o crescimento da renda, dos empregos e da arrecadação para os municípios.

Os pequenos negócios são 99% de todas as empresas paulistas, oferecem quase 60% das
oportunidades de emprego e representam cerca de 20% do produto interno bruto (PIB).
De acordo com a Lei Geral, as microempresas são as que faturam até R$ 240 mil por
ano e empresas de pequeno porte são as que obtém de R$240 mil a R$ 2,4 milhões de
faturamento bruto anual.

O desemprego afeta a vida da população e a economia de um município. No caso do Brasil,


são exatamente as micro e pequenas empresas as maiores geradoras de postos formais
de trabalho. Em 1996, este segmento oferecia 50,6% das oportunidades. Sua participação
relativa cresceu 13% em 2002, quando os micro e pequenos negócios empregavam 57,2%
dos trabalhadores com carteira assinada, segundo o IBGE.

Número de pessoas
ocupadas nas empresas formais
1996 2002
Em milhões Em milhões
de pessoas Percentual de pessoas Percentual
Micro e Pequenas Empresas 10,9 50,6% 15,8 57,2%
Médias e Grandes Empresas 10,7 49,4% 11,8 42,8%
Fonte: IBGE, Cadastro Central de Empresas - CEMPRE; elaboração SEBRAE – UED.

Além dos trabalhadores formalmente empregados, mais de 13 milhões de brasileiros se


sustenta realizando atividades informais sem carteira assinada ou trabalhando por conta
própria. É importante destacar que as empresas informais geram relações informais com
seus fornecedores, compradores e, conseqüentemente, com seus trabalhadores, resultando
em empregos informais e sem os benefícios trabalhistas garantidos por lei. O apoio aos
micro e pequenos negócios estimula a legalização de empresas.

De 2000 a 2004, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Governo Federal,
foram criadas no país mais de 924 mil novas empresas formais, sendo 910 mil de micro e
pequeno porte. Com isso, a participação total das micro e pequenas empresas chegou a 5
milhões, ou seja, 98,4% do total de empresas em atividade no país. Apesar dos animadores
números, no Estado São Paulo 29% dos novos micro e pequenos negócios são encerrados
antes mesmo de completar um ano de existência. Em cinco anos, 56% deles já foram extintos.

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Em resumo, o apoio aos pequenos negócios revela muitas vantagens como estratégia para
promover o desenvolvimento do município:

• As micro e pequenas empresas geram quase a metade do total de empregos formais (com
carteira assinada) criados no país. Cada estabelecimento tem poucos empregados, mas,
juntos, eles se tornam os principais empregadores da cidade.

• Os pequenos negócios necessitam de políticas simples e de baixo custo cujos resultados


são expressivos na geração de renda e trabalho. Exemplos: reduzir a burocracia e a carga
de tributos municipais, criar incentivos fiscais para a implantação e expansão de negócios,
organizar as atividades informais, entre outras.

• Inclusão social e produtiva: os pequenos negócios absorvem pessoas com poucos anos
de escolaridade ou sem acesso a programas de qualificação profissional, dando
oportunidades a parcelas desfavorecidas da população.

Mercado Municipal de Barretos

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3. PEQUENOS NEGÓCIOS PROMOVEM A


DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E AJUDAM A FIXAR
A RIQUEZA NA REGIÃO
O Brasil está entre os países com os piores índices de distribuição de renda do mundo.
Poucos têm muito e muitos não têm quase nada: os 10% mais ricos da população detêm
75% da renda produzida no país.

Quanto maior for a participação dos pequenos


negócios na renda gerada, maior será a
distribuição da riqueza no município.

Por esses e outros motivos o apoio aos pequenos negócios pode ser visto como uma
estratégia de melhor distribuição de renda. A legalização das empresas – seguida da
formalização da situação de seus funcionários – e a produção de riqueza de forma menos
concentrada mostram como o investimento em pequenos negócios é fundamental para os
municípios que querem se desenvolver de forma mais igualitária e com inclusão social.

Além das grandes diferenças entre a renda de ricos e pobres, também se pode observar
no Estado de São Paulo altos índices de desigualdade regional. Isso significa que, enquanto
algumas cidades têm altas receitas e melhores condições de se desenvolver, outras
enfrentam grandes limitações orçamentárias. Uma das estratégias utilizadas para combater
a desigualdade regional é buscar a fixação das riquezas nos municípios.

Um exemplo é o setor rural. É preciso pensar na permanência do agricultor no campo


e na construção positiva e complementar entre o rural e o urbano nas cidades paulistas.
Os municípios precisam se articular com os governos do Estado e da União para obter
os melhores resultados da produção agrícola sem diminuir as oportunidades para os
pequenos produtores rurais. O Estado de São Paulo tem se destacado na produção de
cana-de-açúcar, laranja, grãos, carnes, frutas. É necessário planejamento para que as políticas
públicas possam estimular a diversificação de culturas da produção paulista.

Situação semelhante ocorre nos centros urbanos. Muitas cidades não conseguem oferecer
empregos para todos e é comum que trabalhadores se desloquem diariamente para
municípios vizinhos, contribuindo para a produção de riqueza e arrecadação de outro lugar

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em virtude da escassez de empregos locais. Sem empresas empregadoras não há estímulo


para a expansão do comércio e dos serviços. Um ciclo muito negativo para a economia
local: empregos e compras não acontecem na cidade.

O ideal é que o dinheiro circule na cidade. Os pequenos negócios são a forma mais
eficiente de se iniciar o processo de fixação da riqueza local em qualquer segmento da
economia. Investidores de fora também são bem-vindos, desde que também ajudem a
fortalecer os pequenos negócios locais. Ficam os investimentos, os empregos, o melhor
atendimento à população, entre outros benefícios.

O município que realizar um bom diagnóstico da economia vai ajudar a identificar


vocações, potencialidades e oportunidades de negócios. O Sebrae-SP, Seade, IBGE, CEPAM,
Secretarias e as universidades paulistas já possuem perfis municipais, indicadores e
diagnósticos fáceis de serem utilizados. Para mais informações, visite o Observatório da
Micro e Pequena Empresa em http://www.sebraesp.com.br ou
http://www.seade.gov.br/produtos/perfil/
Também é necessário avaliar o potencial de compras da cidade. Uma política de compras
públicas pode fortalecer os negócios e promover a competitividade local. Prefeitura,
Câmara Municipal, hospitais, escolas etc. podem comprar no próprio município e fortalecer
a economia da cidade. Em pouco tempo a melhoria da oferta e da qualidade de produtos
e serviços atrai os consumidores. Em conseqüência do melhor resultado das vendas das
empresas são gerados mais empregos. Dessa forma é possível incrementar a economia do
município, fixando a riqueza onde ela é produzida e proporcionando qualidade de vida aos
cidadãos.

Municípios vizinhos que vivem problemas semelhantes podem implantar programas comuns
de desenvolvimento. Esta também é uma alternativa para fixar a riqueza na região. Juntos
serão mais fortes e mais capazes de oferecer oportunidades a investidores. Bons exemplos
surgem de Consórcios Intermunicipais, sendo eles das mais diversas finalidades.

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4. DIFERENÇAS ENTRE AS PEQUENAS


CIDADES E AS DE MAIOR PORTE
O Brasil possui 5.564 municípios. Poucos, no entanto, conquistaram os avanços econômicos
e sociais desejados. Faltam recursos financeiros para enfrentar os principais desafios: saúde,
educação, infra-estrutura, segurança e desenvolvimento.

Parte da solução para este complexo problema vem da iniciativa privada: empregos
geram renda, que movimentam a economia local, que aumentam a arrecadação de
tributos, que possibilitam mais investimentos públicos. Um ciclo positivo e sustentável.
Mas para que as empresas possam dar sua contribuição ao desenvolvimento precisam
de um ambiente favorável aos negócios, ou seja, menos burocracia, tributação justa e
estímulos à competitividade.

Seja qual for o tamanho da


cidade, apostar nos pequenos
negócios é uma estratégia
vencedora para promover o
desenvolvimento.

Com base em dados do IBGE, 72% dos municípios do Brasil têm população inferior a 20
mil habitantes. Com algumas exceções, essas 4.002 cidades do país mantêm uma economia
estimulada e sustentada em torno dos pequenos negócios.

Apesar da importância desta constatação, classificar as cidades usando como critério o


número de habitantes não garante o sucesso da política de apoio ao setor empresarial. Não
há dúvidas de que cidades pequenas e grandes exigem políticas diferenciadas. Entretanto,
no que se refere ao apoio aos pequenos negócios como estratégia complementar de
promoção do desenvolvimento, as ações se diferenciam pelo perfil empresarial e não pelo
tamanho das cidades.

Análise da densidade empresarial possibilita ação estratégica

Não há uma política “para cidades pequenas” e outra “para cidades grandes”. A criação de
políticas locais de apoio aos pequenos negócios deve ser planejada de acordo com o perfil

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empresarial da cidade. Os tipos principais de municípios listados a seguir auxiliam nesta


classificação.

Cidade com muitos pequenos negócios e sem grandes empresas:

Este é o perfil da maioria das cidades brasileiras. Grande parte dos casos observados
mostra que dar prioridade a ações que beneficiem o surgimento e a expansão dos
pequenos negócios é uma estratégia de sucesso para a geração de mais empregos, aumento
da formalidade, atração de investimentos sustentáveis e fortalecimento da economia local.

Cidade com poucos negócios e poucas grandes empresas:

Há cidades onde se instalaram uma ou duas grandes empresas. Nesses contextos, as


companhias costumam impulsionar o desenvolvimento econômico do município por meio
da geração de emprego e da cadeia produtiva criada no entorno delas. Em muitos casos,
o progresso da cidade torna-se diretamente relacionado à prosperidade das grandes
empresas. Apoiar pequenos negócios significa, portanto, não apenas defender-se dos riscos
da dependência como também criar estratégias de desenvolvimento produtivo sustentável
buscando identificar o perfil do município em questão.

Cidade com poucos pequenos negócios e sem grandes empresas:

Com raras exceções, essas são cidades estagnadas, onde a economia local depende da
renda dos aposentados e dos empregos da Prefeitura. Especialmente nesses casos, o apoio
aos pequenos negócios mostra-se como o primeiro passo para reativar a economia, evitar
o êxodo e garantir aumento de arrecadação.

Cidade com muitos pequenos negócios e muitas grandes empresas:

Com estruturas econômicas e produtivas mais complexas, essas cidades representam 28%
das existentes no Brasil. Nesses casos, uma análise mais específica sobre cada situação é
necessária. De qualquer forma, os pequenos negócios são importantes mecanismos de
combate aos altos índices de desemprego observados nesses contextos.

Os tipos principais de municípios listados são uma interpretação do cenário geral, mas
não podem ser o único instrumento de planejamento. Ainda assim fica evidente que o
estímulo aos pequenos negócios mostra-se útil aos gestores públicos dos diferentes
perfis municipais pela promoção da redução dos riscos de dependência, pelo estímulo à
reativação da economia estagnada ou como estratégia de inclusão social e produtiva.

Políticas Públicas Municipais de 13 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


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5. LEI GERAL MUNICIPAL:


O NOVO ESTATUTO DA PEQUENA EMPRESA
Desde a Constituição de 1988, o tratamento adequado à realidade das micro e pequenas
empresas é previsto na lei maior do país. Desde então, foram aprovadas algumas
legislações que asseguram benefícios para as empresas de menor porte, processo que
culminou com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Sancionada pelo presidente
da República em 2006, esta lei complementar prevê a unificação e simplificação da
arrecadação de impostos, a criação de mecanismos que priorizem micro e pequenos
negócios como fornecedores de compras governamentais, a simplificação na abertura e
no encerramento de empresas, entre outras medidas.

Essa nova Lei deve ser regulamentada por estados e municípios. É essencial que a lei saia
do papel. No Estado de São Paulo mais de 60 municípios já sancionaram uma Lei Geral
Municipal e mais de cem municípios estão elaborando suas leis. Além de facilitar a vida das
empresas, a implantação da Lei Geral no município estimula a formalização dos negócios e
resulta em aumento da arrecadação. No médio prazo, os pequenos negócios se tornarão
os principais propulsores do desenvolvimento municipal, fazendo com que a economia
local aqueça e tenha maior dinâmica. Os primeiros sinais do aumento da arrecadação com
o Simples Nacional foram percebidos a partir de julho de 2007. Além disso, a elevação
da atividade econômica estimulará o aumento da cota de recursos federais destinados
ao Fundo de Participação dos Municípios, o que também beneficiará a capacidade
administrativa local.
Esta arrancada para o desenvolvimento no município pode e deve ser liderada pelo
Vereador. A falta de recursos em grande parte das cidades não impede a realização de
ações que dêem início a este círculo virtuoso do crescimento por meio do estímulo às
micro e pequenas empresas. Neste guia, o candidato empreendedor encontrará alguns
caminhos que poderão auxiliá-lo a incluir os pequenos negócios no seu plano para o
desenvolvimento local.

O objetivo fundamental da Lei Geral é viabilizar uma série de incentivos para o


estabelecimento e a manutenção dos negócios no setor. Com a criação da Lei Geral
Municipal, gestores locais poderão aplicar em suas cidades os mecanismos de tratamento
diferenciado que proporcionam:

• regime unificado de apuração e recolhimento dos tributos;


• desoneração tributária;
• simplificação do processo de abertura, alteração e encerramento das micro e pequenas
empresas;
• facilitação do acesso ao crédito e ao mercado;
• preferência às micro e pequenas empresas nas compras públicas;

Políticas Públicas Municipais de 14 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


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• estímulo à inovação tecnológica;


• incentivo ao associativismo.

Até maio de 2008, 362 dos 5.564 municípios do país já haviam aprovado suas respectivas
leis. No mesmo período o Estado de São Paulo contabilizou 62 entre as 645 cidades
paulistas onde a Lei Geral Municipal já é uma realidade. Bons modelos de Leis estão
disponíveis. Bons exemplos são Itararé, o primeiro município paulista a regulamentar a
Lei Geral, e Barretos, que obteve destaque na última edição do Prêmio Sebrae Prefeito
Empreendedor.

MAPA DA REGULAMENTAÇÃO DA LEI GERAL NOS MUNICÍPIOS PAULISTAS


Atualizado em 19/05/2008

Caso seu município ainda não tenha aprovado a Lei Geral Municipal,
indique ao Executivo os passos que devem ser seguidos:

1º Promover a formação de uma equipe para regulamentá-la, buscando a


participação de representantes dos empresários, da Câmara dos Vereadores e das
Secretarias municipais.

Políticas Públicas Municipais de 15 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


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2º Definir o foco do apoio aos pequenos negócios de acordo com a vocação de


cada município.

3º Escolher os principais artigos da Lei Geral Municipal que devem ser imediatamente
implementados.

4º Redigir e formatar a proposta de regulamentação.

5º Articular a discussão e aprovação na Câmara Municipal.

6º Sancionar a lei e investir na divulgação das novidades para empresários e sociedade


em geral.

7º Tirar a lei do papel. Articular com instituições estaduais e federais a oferta de serviços
de crédito, tecnologia etc. previstos na legislação municipal.

Para participar das discussões e solucionar dúvidas sobre a Lei Geral, procure o Sebrae
mais próximo ou visite o site http://leigeral.sp.sebrae.com.br/

Debate sobre a Lei Geral Municipal na Câmara de Rancharia

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

POLÍTICAS
DE APOIO AOS
PEQUENOS
NEGÓCIOS

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

1. FACILITAR A ABERTURA E O
FUNCIONAMENTO DE MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS
Os projetos de desenvolvimento local baseados no incentivo à atuação de micro e
pequenas empresas não é responsabilidade apenas do Executivo, mas de todos os atores
políticos municipais.

A pesquisa Doing Business, realizada pelo Banco Mundial, atualizada em 2007, mostra que
entre todos os países da América do Sul apenas Bolívia, Equador e Venezuela têm pior
cenário que o Brasil para a realização de negócios. Dos 178 países pesquisados, o Brasil é o
122o colocado. O mapa do Planeta dos Negócios pode ser visitado em:

http://rru.worldbank.org/businessplanet/

Entre os motivos que interferem na legalização de empresas e seu funcionamento pleno


estão a dificuldade de abertura, formalização e expansão de suas atividades. O excesso
de burocracia e os altos custos do processo, além de favorecerem a sonegação, inibem
a legalização dos empreendimentos, estimulando de maneira decisiva o crescimento da
informalidade.

A Lei Geral da Micro e Pequena Empresa compatibiliza e integra procedimentos legais de


distintos órgãos e esferas de governo, estratégias que já vinham sendo desenvolvidas em alguns
estados e municípios do país. A novidade é que a simplificação no tratamento da burocracia
poderá agora ser ampliada aos três âmbitos de governo: municipal, estadual e federal.

Confira abaixo algumas das medidas que fazem parte da lei e foram desenvolvidas
visando à desburocratização. O apoio dos Vereadores é fundamental para que elas sejam
regulamentadas nos municípios por meio da Lei Geral Municipal.

• Criar a Sala do Empreendedor para estabelecer a unicidade no processo de registro e de


legalização das empresas. Isso evita a duplicidade de exigências e diminui o tempo para a
abertura de negócios.
• Divulgar informações, orientações e instrumentos, de forma integrada e consolidada,
que permitam pesquisas prévias às etapas de registro, alteração e baixa
dos micro e pequenos negócios.
• Simplificar e uniformizar as exigências quanto à segurança sanitária, metrologia, controle
ambiental e prevenção contra incêndios, para os fins de registro e legalização.
• Dispensar a vistoria prévia e instituir o Alvará de Funcionamento Provisório pelo
município, caso a atividade apresente baixo grau de risco, hipótese em que a vistoria se
realizará após o início das atividades.

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• Reunir todos os órgãos municipais na Sala do Empreendedor, agilizando e


desburocratizando o atendimento ao empresário.
• Sugerir a adoção de leis que limitem o tempo de abertura e de encerramento das
micro e pequenas empresas. Alguns programas já implantados dão prazo de 5 dias
para o processo.

As reformas precisam da participação do legislativo municipal. Por meio de frentes


parlamentares os Vereadores podem interagir com o Executivo e garantir a regulamentação
dos dispositivos acima.

Desburocratização pioneira
Depois de várias tentativas de atrair grandes empresas, Itararé voltou-se
ao apoio a micro e pequenos negócios em 2006. O município mostrou
habilidade política em investir no setor sendo a primeira cidade do
Estado de São Paulo a promulgar a Lei Geral Municipal. Atualmente, os
alvarás de funcionamento dos estabelecimentos em processo de criação
são expedidos na hora da apresentação dos documentos necessários
para a abertura de uma empresa. Com o caminho traçado, Itararé
investiu em parcerias para a capacitação profissional, além de projetos
de reciclagem, patrulha agrícola e renovação do distrito industrial.

Distrito industrial de Itararé

Os pequenos negócios formais e informais são os maiores geradores de postos de


trabalho no país. A fórmula de sucesso é simples. Quanto mais fácil for gerir uma
empresa, maiores serão as oportunidades de emprego em um município e melhor será a
distribuição de renda.

Benefícios esperados:

• mais empresas abertas e formalizadas;


• melhor comunicação entre empresários e poder público;
• diminuição de custos operacionais e tempo para abertura e encerramento de negócios;
• aumento da arrecadação municipal.

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2. OFERECER TRATAMENTO TRIBUTÁRIO


FAVORECIDO E DIFERENCIADO ÀS MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS
Políticas de redução de tributos, associadas a outras medidas de apoio, buscam aumentar
a taxa de formalização de micro e pequenas empresas. Aplicadas a segmentos específicos,
estas políticas fortalecem a vocação municipal e contribuem para o desenvolvimento local.
Essas ações são iniciativa do Executivo. No entanto os Vereadores podem participar das
discussões desde o início da formulação do projeto de lei.

A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas já prevê avanços nesse sentido. Por meio
dela, foi criado o regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições
no âmbito nacional. O Simples Nacional, ou Supersimples, como é mais conhecido, reduz
a complexidade no pagamento de impostos, incorporando o ISS (municipal) e o ICMS
(estadual) ao conjunto de tributos federais que formam o Simples (IRPJ, IPI, PIS, Cofins,
CSLL e INSS).

Outras medidas tributárias que podem ser aplicadas aos pequenos


negócios em seu município:

• cobrança proporcional do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU): quanto menor o


porte da empresa, menor o imposto e vice-versa;
• cobrança do IPTU com desconto proporcional à contratação de novos colaboradores,
especialmente em atividades intensivas em mão-de-obra;
• isenção das taxas de licença de localização, de inscrição cadastral, de licenciamento e de
vigilância sanitária, de licenciamento e controle ambiental para MPE;
• criação do tributo revitalização - desconto no pagamento de tributos municipais para
estimular ações de recuperação e embelezamento de prédios;
• redução do ISS para empresas enquadradas no Simples Nacional, respeitando o piso de 2%.
• valores diferenciados de ISS para setores empresariais estratégicos.

A criação ou isenção de taxas é um tema que merece toda a atenção do Vereador. Em


muitos municípios onde os recursos próprios para investimentos em obras e projetos
são escassos, são criadas taxas que oneram a atividade empresarial. Os pequenos
negócios pagam mais tributos e perdem competitividade. É importante que o Vereador
tenha conhecimento sobre taxas de alvará, de letreiro, de renovação e de fiscalização de
seu município.

A renúncia fiscal também deve ser vista com cautela, uma vez que há riscos de redução
da receita municipal sem a certeza de que a implantação de novos negócios gerará uma
quantidade compensadora de empregos. Em alguns casos, o município pode deixar de

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arrecadar, a empresa não gerar empregos e faltar receita para investir no atendimento aos
cidadãos. Mas a redução de tributos diferenciados para os pequenos negócios reverte-se
em formalização de empresas e geração de receita para o município. É importante fazer
estudo com uma equipe técnica para avaliar os impactos antes de aprovar uma legislação
ampla de isenção fiscal.

Benefícios esperados:

• maior arrecadação em médio prazo;


• maior satisfação e apoio do empresariado ao poder público;
• maior índice de legalização de empresas.

Desoneração em consenso
Em Osasco, a revisão tributária envolveu não apenas
o Legislativo e o Executivo, mas contou com a
participação de diferentes setores da sociedade civil
por meio do Fórum Municipal de Desenvolvimento
Econômico Sustentado. A redução da alíquota do ISS
para 81 categorias beneficiou 13.721 microempresas.
Além disso, a revisão tributária fez baixar o IPTU
de mais de 93% dos 7,6 mil estabelecimentos
contribuintes. A desoneração se reverteu em maior
arrecadação para o município que foi investida nas
ações da agenda positiva de desenvolvimento, tais
como: incubadora de empreendimentos solidários, posto
Osasco Legal e muitas outras.

Posto
Osasco Legal

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3. PLANEJAR E ESTRUTURAR O MUNICÍPIO


PARA O DESENVOLVIMENTO
O Vereador pode atuar de diversas formas na promoção de estratégias de desenvolvimento
de seu município baseadas nas atividades de micro e pequenas empresas. Por ser o
representante direto do povo, o Vereador tem entre suas principais funções acompanhar
o dia-a-dia da população de sua cidade e buscar a integração entre os diversos grupos da
sociedade e o poder público. Para que isso aconteça de maneira bem-sucedida, é necessário
trabalhar a partir de diagnósticos, levantamentos e propostas de ações considerando a
vocação e a realidade local, com suas características próprias e limitações.

É comum que as necessidades de mercado surjam naturalmente. Entretanto, muitas


atividades cujo potencial econômico é identificado por meio de estudos específicos
necessitam de incentivos para se iniciarem.

Em geral, a apresentação de um plano de desenvolvimento sistêmico que conte com um


orçamento específico e descreva ações e parceiros envolvidos é uma atividade realizada
pelo Poder Executivo. Mas há exemplos de casos em que o projeto de desenvolvimento
baseado no apoio aos pequenos negócios surgiu de sugestões do Legislativo.

Abaixo, segue uma lista de sugestões sobre como o Vereador pode


contribuir para o desenvolvimento local nas suas funções de legislador,
fiscalizador, administrador e assessor:

• Participar ativamente da elaboração ou atualização do Plano Diretor e do


Plano Plurianual (PPA) do município.
• Apresentar projeto de lei que cria data comemorativa do empreendedorismo.
Uma ação política que cria mais oportunidades para o debate do tema por autoridades
públicas e civis do município.
• Como fiscalizador, pode buscar garantir que o orçamento municipal priorize
investimentos para a promoção da economia local.
• O Vereador também é responsável pela forma como a Câmara Municipal é administrada.
Um projeto de resolução pode sugerir a reestruturação física e de recursos humanos da
instituição, priorizando a capacitação dos funcionários para o tratamento de
questões sobre o desenvolvimento local.
• Criar uma frente parlamentar em prol das micro e pequenas empresas.
• Por meio de indicação, o Vereador realiza seu papel de assessoramento,
sugerindo medidas de interesse público a partir da observação de demandas existentes
na sociedade. A criação de consórcios interrmunicipais de desenvolvimento
econômico – buscando parcerias com vizinhos para atrair investimentos e divulgar o
potencial turístico, por exemplo – é uma ação que pode ser realizada.

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Um grave problema enfrentado por municípios brasileiros, sobretudo por aqueles


situados no interior do país, refere-se à inexistência de infra-estrutura e serviços públicos
adequados para o desenvolvimento de atividades econômicas. A produção de uma cidade
não pode prosperar sem que sejam boas as condições de estradas, pontes, rede de esgoto,
rede de abastecimento de água, telefonia, internet banda larga, comunicação, energia
elétrica, coleta de águas pluviais, distribuição de gás e os serviços de segurança, saúde e
educação. Investir em projetos simples e baratos pode trazer grandes benefícios para o
desenvolvimento de micro e pequenas empresas.

Planejando para crescer


O município de São João da Boa Vista é pioneiro na
implantação de uma ampla estratégia de planejamento
para o desenvolvimento. Por intermédio da Câmara
Setorial de Indústria, a cidade deu início em 2006 a
um programa de revitalização de micro e pequenos
negócios. As 21 empresas que aderiram à primeira
etapa do projeto receberam um diagnóstico de seu
processo de produção e gestão, além de sugestões de
melhorias que contribuiriam para o seu crescimento.
Por meio da Agência de Desenvolvimento, o governo
também realiza um projeto de captação de empresas,
as quais recebem doações de área com infra-estrutura
completa, isenção de tributos, entre outros.

Empresária de São João da Boa Vista

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Veja abaixo algumas sugestões do que pode ser levado a discussão na


Câmara Municipal:

• implantação de mercados municipais;


• construção de espaço para realização de feiras de negócios;
• articulação pública-privada para melhorar o acesso à Internet;
• parcerias com empresas privadas interessadas em investir em telecomunicações;
• apoio a programas de qualificação e saúde do trabalhador.

Benefícios esperados:

• Promover o crescimento de maneira planejada.


• Identificar a vocação da cidade para a atividade produtiva.
• Gerar bom ambiente para a realização de negócios.

Debate Câmara Municipal

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4. PROMOVER O DESENVOLVIMENTO
DE MERCADOS E O USO DO PODER DE
COMPRAS DO MUNICÍPIO
Desonerar os empresários e desburocratizar o processo de abertura e encerramento
de negócios são fatores importantes para promover o desenvolvimento local, mas o
sucesso de todo o processo depende principalmente da capacidade do empreendedor de
alcançar os mercados. Sem vender seus produtos é impossível se manter, gerar empregos e
movimentar a economia.

Ações políticas devem também buscar mecanismos que priorizem as micro e pequenas
empresas como fornecedoras de bens e serviços. Com isso, o dinheiro circula na própria
cidade, cria mercado para os pequenos e fortalece a economia local.

Promover o desenvolvimento do mercado local, regional e exportação

A promoção das empresas locais pode contar com a ajuda do poder público para ampliar
os espaços de comércio. Nesse sentido, há uma série de medidas que o Vereador pode
adotar para ajudar a conectar empresários e clientes:

• Apoiar a realização de feiras e exposições que atraiam consumidores das regiões


próximas e estimulem a produção local.
• Apoiar a organização de missões comerciais que levem ao município potenciais agentes
de mercado e a divulgação dos produtos locais.
• Organizar grupos e associações de produtores com objetivos comerciais conjuntos.
• Estimular compra e venda de produtos entre as empresas locais.

A competição global pode também oferecer novas possibilidades de mercado, conectando


os produtores de seu município com o mundo inteiro.

Além de verificar se o seu município já incorporou tais medidas, o Vereador pode também
se tornar um promotor de estratégias de exportação e sugerir a realização de parcerias
para a contratação de empresas especializadas em comércio exterior para estudarem o
potencial de exportação dos produtos locais

Priorizar as pequenas empresas nas compras governamentais

Uma das estratégias públicas mais eficientes para promover o mercado local é criar
incentivos às micro e pequenas empresas para a participação em licitações públicas. Um dos
capítulos da Lei Geral é inteiramente dedicado a esta questão.Veja abaixo que benefícios
podem ser concedidos ao setor com a regulamentação da Lei Geral Municipal:

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• No município que regulamentar a Lei Geral as compras de até R$ 80 mil são


preferenciais para as micro e pequenas empresas.
• Com a regulamentação, a comprovação de regularidade fiscal dos pequenos negócios
será exigida apenas no momento de assinatura do contrato com o governo.
Essa medida simplifica o processo de licitação, uma vez que apenas das vencedoras se
confere as certidões de regularidade fiscal.
• A Lei Geral Municipal permite, ainda, a preferência na contratação de pequenas empresas
em caso de empate.

Bom exemplo de casa


Altinópolis tinha um mercado enfraquecido pelo
costume de seus habitantes de comprar “fora de
casa”. O município observou, então, que precisava
dar o exemplo e buscou potencializar a economia
local priorizando os negócios da cidade nas compras
governamentais. O volume das aquisições públicas
no próprio município, que estava estacionado em R$
600 mil e envolvia apenas 30 fornecedores, elevou-
se para R$ 3,9 milhões e abrangeu um número
muito maior de empresas locais, em especial as de
micro e pequeno porte. O aumento das compras no
município significou o incremento de R$ 150 mil por
mês nas receitas do comércio local.

Altinópolis

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O Sebrae-SP estima que as mudanças provoquem um aumento considerável de mercado.


O setor, que atualmente fornece 17% das compras governamentais, passaria a ser
responsável por 30% delas, o que indicaria uma injeção de recursos financeiros na
economia de cerca de R$ 17 bilhões por ano só no Estado de São Paulo. Além dos
mecanismos sugeridos pela Lei Geral, a Prefeitura e a Câmara dos Vereadores podem criar
instrumentos alternativos para dar um impulso em favor dos micro e pequenos negócios:

• alocar verbas de compra de merendas diretamente às escolas, que priorizariam


fornecedores locais;
• por meio de um site na internet ou anúncios em outdoors, a Prefeitura pode aumentar a
divulgação de processos licitatórios, tornando-os mais inclusivos.

Políticas de expansão de mercado e, mais especificamente, de inclusão em processos de


compras governamentais beneficiam diretamente os empreendedores locais e fazem a
economia crescer.

Benefícios esperados:

• Geração de emprego e renda.


• Dinamização do comércio local.
• Aumento da qualidade dos produtos oferecidos e de seu valor agregado.
• Aumento da arrecadação.

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5. INCENTIVAR PROGRAMAS DE
SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Gerar lucros e conservar o meio ambiente. Essa combinação que até recentemente
não parecia possível pode ser implantada em nível municipal e ajudar a promover o
desenvolvimento local. A preservação do planeta depende de ações do dia-a-dia dos
cidadãos e principalmente do poder público. Se isso puder ser feito em conjunto com as
medidas de promoção de crescimento econômico, ainda melhor.

Há muito a fazer na gestão ambiental municipal. A Constituição de 1988 autoriza


municípios a legislar sobre esse tema no que diz respeito a eventos que aconteçam em seu
território e que têm interesse direto com a sua população.

Os debates de nível municipal relacionados ao meio ambiente são os mais variados e


vão desde a coleta de lixo ou proteção de mananciais à concessão de autorização para a
instalação de uma indústria. Além dos problemas de caráter urbano, há questões no âmbito
rural, como a depredação do solo, a mineração mal-planejada e o uso de agrotóxicos.

O Vereador pode ser o responsável por levar à agenda pública a questão ambiental.Veja
algumas idéias que podem ser colocadas em prática:

• Criar o Conselho Municipal de Meio Ambiente.


• Apresentar projeto de lei para a criação do IPTU Verde, estimulando moradores a
preservar áreas verdes através de descontos no imposto.
• Averiguar a existência de instrumentos de política ambiental em seu município, como
um projeto cuidadoso de zoneamento, principalmente da região rural. Para isso é
importante conhecer o Plano Diretor da cidade e ficar atento às suas revisões.
• Buscar mecanismos de capacitação de funcionários da Prefeitura para avaliação de
impacto ambiental.
• Viabilizar o desenvolvimento de um consórcio ambiental com os municípios vizinhos
para tratar da busca de soluções para problemas em torno do manejo de recursos
hídricos e do lixo.
• Reunir representantes de associações para planejar uma estratégia de educação civil
ambiental, promovendo reciclagem e economia de energia.
• Sugerir a criação de programas de coleta seletiva, promovendo a geração de emprego
e renda.
• Procurar meios de integração aos avanços na produção bioenergética de acordo com o
perfil de seu município.
• Promover o ecoturismo onde existem atrativos naturais ou estrutura voltada para
o turismo.
• Verificar a possibilidade de criar Áreas de Preservação Ambiental (APA) nas cabeceiras
dos rios e matas ciliares.

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É importante que haja uma integração ao debate com as outras esferas de governo
por meio de do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), órgão que integra
União, estados e municípios em torno do tema. Muitas vezes entender o conjunto de
instrumentos jurídicos não é tarefa simples, e buscar assessoria nesse sentido pode ser
útil para alcançar competência e cooperação. Órgãos como o Instituto Brasileiro de
Administração Municipal (Ibam) oferecem cursos na área de gestão ambiental dirigidos a
técnicos municipais.

Mais árvores e menos imposto


As ruas de São Carlos estão bem mais
arborizadas depois que o IPTU Verde foi instituído
na cidade. Contribuintes que tiverem árvores
em suas calçadas ou áreas permeáveis no seu
terreno obtêm descontos de até 4% no imposto
predial. A política que incentiva a participação
da sociedade na preservação do meio ambiente
e no embelezamento da cidade já apresenta
bons resultados. Após a criação do IPTU Verde,
houve um aumento significativo na distribuição
de mudas pelo Horto Municipal. A reciclagem
também é uma iniciativa muito valorizada, com Reciclagem de blocos em São Carlos
destaque para os blocos de concreto.

Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), até 2006 apenas 8% dos
municípios brasileiros possuíam secretarias, fundo, conselho ou legislação ambiental.
Diante disso, foi criado o Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais
(PNC), uma inciativa conjunta do MMA, estados e prefeituras que busca fortalecer o

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papel do município neste tema. Representantes das prefeituras têm recebido treinamento
em todo país sobre elementos práticos de licenciamento e gestão ambiental.
Seu município já faz parte deste programa?

Para ampliar a agenda ambiental do Estado de São Paulo, o governo lançou o Programa
Município Verde, que prioriza a transferência de recursos às cidades que cumprirem metas
relacionadas à política de meio ambiente estadual. Para saber como participar e tomar a
dianteira deste projeto em seu município, visite:

http://www.ambiente.sp.gov.br/municipioverde/

Em Birigui, por exemplo, projetos ambientais beneficiam a natureza e o bolso dos cidadãos.
Em 2007, um conjunto habitacional equipado com coletores de energia solar foi entregue
a moradores de baixa renda com a previsão de economizar até 50% nas despesas com
a conta de luz. Birigui tornou-se o primeiro município brasileiro a ser convertido numa
cidade solar, o que foi possível por uma lei municipal que incentiva as construtoras a
adotar a energia solar nos empreendimentos imobiliários. Como se vê, há muito o que um
Vereador pode fazer para transformar sua cidade em exemplo para todo o país.

As questões ambientais estão em ascensão e há muito sendo debatido no âmbito público.


Municípios já podem se inserir no mercado de crédito de carbono, negociando a venda
de carbono a países estrangeiros. Um fundo criado pela Prefeitura com esta verba pode
ser voltado ao desenvolvimento sustentável. Dessa forma, o município se insere no debate
global, aumenta sua arrecadação e investe em sustentabilidade.

Benefícios esperados:

• Cidade mais bonita.


• Preservação do futuro.
• Melhoria da qualidade de vida da população.
• Aumento do potencial turístico.
• Maior arrecadação.
• Inclusão no debate político sobre meio ambiente.

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6. AMPLIAR O ACESSO A TECNOLOGIA


O acesso a tecnologia é extremamente importante para um projeto de desenvolvimento
local baseado na geração de emprego e renda. Por meio dele, micro e pequenos negócios
podem se tornar mais competitivos, com produtos de melhor qualidade.

Quando se fala em tecnologia, algumas pessoas tendem a pensar em máquinas sofisticadas


e computadores de última geração. Em muitos municípios, no entanto, avanço tecnológico
significa a compra de tratores por agricultores familiares organizados em cooperativas.

Ter acesso a tecnologia significa ter mais informação e mais capacidade de produção. As
melhorias observadas tanto no processo produtivo quanto nas características do produto
geram maior valor agregado, que levam a lucros maiores e representam um diferencial a
favor do empreendedor.

Algumas das principais questões sobre acesso a tecnologia são a utilização da internet e
de outras fontes de informação e comunicação; o conhecimento de modernas técnicas de
produção agrícola; a utilização de ferramentas que aumentem a capacidade produtiva; a
aplicação de procedimentos que melhorem a qualidade de produtos e serviços.

Veja algumas das possíveis ações:

• formular uma política municipal para inovação e acesso a tecnologia em parceria com
universidades e órgãos de assistência e pesquisa rural, como a Embrapa, ITAL e IAC.
• criar fundos e legislações de incentivo que ajudem a melhorar o acesso a tecnologia.
Conforme previsto na Lei Geral, os fundos podem garantir 20% dos recursos para
micro e pequenas empresas.
• estimular o desenvolvimento de incubadoras de empresas e parques tecnológicos. As
incubadoras possibilitam o desenvolvimento de empresas de alta capacidade de inovação
com menor índice de mortalidade.
• buscar assessoria em instituições especializadas na qualificação empresarial.
• criar projetos coletivos de investimento em pesquisa e aquisição de equipamentos e
maquinário modernos.
• desenvolver projetos regionais e municipais de investimento e educação tecnológica em
parceria com o governo do estado.
• buscar apoio em institutos e agências para que os produtos com perfil de exportação se
adaptem às mais diversas normas exigidas pelos mercados externos, sejam elas sanitárias,
metrológicas ou ambientais. Procurar o Instituto de Pesquisas Tecnológicas pode ser o
primeiro passo.Visite o site:

http://www.ipt.br/atendimento/poderPublico/.

Estão previstos na Lei Geral os incentivos para investimentos em inovação com a alocação

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A Lei Geral das Micro e Pequenas


Empresas reconhece o investimento
em tecnologia como prioritário.

de um mínimo de 20% dos recursos federais, estaduais e municipais aplicados em pesquisa,


desenvolvimento e capacitação tecnológica exclusivamente aos pequenos negócios por
parte de instituições públicas de fomento à tecnologia. O Sebrae estima que, por força
deste dispositivo, poderá ser destinado anualmente R$ 3 bilhões aos pequenos negócios
em todo o país.

Inovando para crescer


Em parceria com o governo do estado, São José dos Campos
criou em 2006 seu Parque Tecnológico para promover o
contato direto entre empresas, instituições de pesquisa e o
mercado. O Centro de Desenvolvimento de Tecnologia em
Aeronáutica foi implantado no parque e oferece um curso de
especialização. Já em 2007, o município formalizou o Arranjo
Produtivo Local Aeroespacial, que reúne empresários, gestores
públicos e pesquisadores na realização de consultorias,
treinamento, compras e vendas conjuntas.

Incubadora de empresas de São José dos Campos

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Como principal ponte entre o poder público e o cidadão comum, o Vereador precisa estar
atento às possibilidades de captação dos recursos oferecidos. Para isso, é importante que tenha
capacidade de reunir a população em torno de uma agenda de desenvolvimento tecnológico.

Benefícios esperados:

• Geração de empregos de alta qualificação.


• Aumento da qualidade de produtos e serviços oferecidos.
• Aumento do valor agregado da produção.
• Maior capacitação local.
• Menor dependência de oscilações externas.

Enxerto de mudas em Novo Horizonte

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7. FORTALECER O ASSOCIATIVISMO
Com o passar dos anos, a estrutura econômica de uma cidade vai se tornando mais
complexa. Num contexto onde a competição é cada vez mais acirrada, o associativismo
mostra-se como uma boa estratégia de organização de entidades dos mais diversos tipos.

A valorização das atividades de micro e pequenas empresas passa pelo apoio dos
órgãos públicos à construção e à manutenção de associações que ajudarão também na
identificação de necessidades, potencialidades e vocações do município.

Se por qualquer motivo o Legislativo quiser mobilizar os empresários de sua cidade,


fica muito fácil se isso for feito em parceria com uma associação empresarial. O mesmo
se aplica para artesãos, feirantes ou agricultores familiares que possuem uma entidade
própria. Por meio de associações, sejam elas de empreendedores formais ou informais,
os Vereadores podem facilitar a criação de espaços de participação e de diálogo com a
sociedade civil.

Então, é fundamental apoiar e valorizar as associações já existentes ou novas. E o Vereador


tem um importante papel nesse sentido. Priorizando o atendimento coletivo, ele ajuda a
sociedade a se articular.

Entre as estratégias para fomentar o associativismo, o Vereador pode:

• Apresentar projetos de lei que visem ao apoio a setores produtivos.


• Sugerir a criação de um programa municipal de incentivo a associações para conceder
assistência técnica e administrativa, apoiar a busca por mercado e capacitação tecnológica.
• Estimular o fornecimento, por parte da iniciativa privada, de equipamentos para aprimorar
as atividades de cooperativados. Um triturador de embalagens plásticas, por exemplo,
pode ser usado por muitos catadores de lixo e servir como um estímulo simples,
porém concreto, ao cooperativismo.

Uma outra estratégia prevista na Lei Geral diz respeito à criação de consórcios para a
compra e venda de produtos pelas empresas de pequeno porte. O objetivo principal
desta ação é fazer com que micro e pequenas empresas aumentem sua competitividade
e sua inserção nos novos mercados por meio de ganhos de escala e redução de custos
operacionais.

As chamadas centrais de compra são exemplo vivo do que está na lei. Por meio delas,
pequenos comerciantes do varejo negociam com fornecedores preços melhores já que
a compra pode ser feita em larga escala. Um estudo realizado em 2004 (pela consultoria
Gouvêa de Souza & MD) indicou a existência de 188 centrais de compra no país, que já
naquela época representavam a associação de mais de 11 mil pontos-de-venda.

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Benefícios esperados:

• Melhorar a capacidade de articulação de demandas sociais.


• Estimular a inserção conjunta em novos mercados.
• Promover relações de solidariedade e fortalecimento de vínculos produtivos.

Estimulando a união
Como forte estímulo ao associativismo, foi criada
em Embu a Casa do Empreendedor. A instituição
abriga uma série de cooperativas locais e conta
com a parceria da Associação Comercial, Industrial
e de Serviços de Embu, da Faculdade de Taboão da
Serra e do Instituto de Pesquisa, Desenvolvimento e
Fortalecimento das Ações Sociais, entre outros. Com
a Casa do Empreendedor, houve uma expansão de
40% no número de novos negócios no município.

Posto de Atendimento ao Empreendedor de Embu

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8. FACILITAR O ACESSO AO CRÉDITO E AOS


SERVIÇOS FINANCEIROS
Nos últimos cinco anos apenas 36% das micro e pequenas empresas tomaram empréstimos,
o que comprova a dificuldade que enfrentam para realizar seus projetos. Os governantes
podem contribuir com políticas públicas para a criação de uma nova cultura financeira.

O estímulo ao crédito é um dos pontos tratados pela Lei Geral das Micro e Pequenas
Empresas, que prevê políticas de apoio ao crédito por parte do Executivo, autorização de
linhas de crédito pelos bancos, que poderão se articular com entidades representativas
das empresas para desenvolver programas de treinamento gerencial e tecnológico. A lei
também prevê a utilização de recursos financeiros do Fundo de Amparo ao Trabalhador
(FAT) em cooperativas de crédito destinadas aos pequenos negócios. Uma pesquisa do
Vox Populi para o Sebrae revela que os empresários de pequenos negócios acham que o
estímulo à facilitação do crédito é o segundo ponto mais importante da Lei Geral.

As micro e pequenas empresas contam hoje com várias fontes de financiamento em


bancos públicos, tais como: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, Nossa Caixa, além do Banco do Povo Paulista e dos
bancos privados. Mas boa parte das empresas não consegue preencher as exigências dos
bancos, que envolvem uma série de garantias reais e fiador. Os empreendedores informais
também enfrentam restrições para obter crédito bancário.

Os Vereadores poderão, portanto, estimular a aproximação entre bancos e empresários


conhecendo melhor algumas iniciativas que vêm se consolidando no mercado como
instrumentos de apoio aos empreendedores:

• Cooperativas de crédito formadas por empresários do próprio município com o objetivo


de reduzir as tarifas bancárias e criar uma nova alternativa de investimento, além de
manter a poupança no local.
• Sistema de Garantias de Crédito, uma alternativa prevista na Lei Geral. Grupos de
empreendedores asseguraram garantias aos empréstimos tomados junto a bancos
e instituições de microcrédito. Servem para substituir as garantias tradicionais, como
máquinas, equipamentos e imóveis.
• Banco do Povo Paulista e outras instituições de microcrédito emprestam também para
negócios informais, e podem ser dinamizados com indicações de Vereadores.

Em alguns casos, o Vereador pode ter papel fundamental no desenvolvimento dessas


estratégias. Pode ser de sua autoria o projeto de lei que autoriza a instalação de uma
unidade do Banco do Povo em sua cidade. Dessa forma, o programa, que em muitos
municípios já está em vigor, terá o fundo de investimento dirigido especificamente ao
município em questão, facilitando o acesso ao crédito.

Políticas Públicas Municipais de 36 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

O Vereador preocupado com a questão do crédito a micro e pequenos empresários


também precisa estar a par dos empréstimos concedidos por meio do FAT.
Para mais informações visite:

http://www.mte.gov.br/fat/default.asp

Benefícios esperados:

• Maiores chances de sucesso dos pequenos negócios.


• Melhores condições de obtenção de empréstimo.
• Oferta de crédito para empreendedores informais.
• Abertura, estruturação e expansão de negócios.

Criando capital
Depois de identificar que um dos entraves
ao desenvolvimento de pequenos negócios
era a falta de acesso ao crédito, a cidade
de Lins criou o Fundo Municipal de
Desenvolvimento Solidário, Econômico
e Tecnológico. Por lei, pelo menos 20%
de suas verbas devem ser destinadas
a iniciativas associativistas. Em 2007, o
fundo tinha R$ 200 mil de reserva. Um
ano depois, este valor havia triplicado,
chegando a R$ 630 mil.

Casa do artesão de Lins

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GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

9. DESENVOLVER A EDUCAÇÃO
EMPREENDEDORA E A CAPACITAÇÃO
PROFISSIONAL
O acesso a informação e conhecimento pode ser a chave para o sucesso de muitos
projetos. Num mundo de economias cada vez mais competitivas e integradas, uma boa idéia
é cada vez mais valorizada. A capacitação é, portanto, a melhor forma de dar ferramentas
para estimular boas idéias e transformá-las em realidade.

Por meio da criação de programas de educação empreendedora, os municípios podem


capacitar estudantes, trabalhadores e candidatos a empresário de acordo com as vocações
do município. Mais atentos e cientes das condições de produção e logística local, eles darão
grandes contribuições à economia.

Veja abaixo algumas idéias de políticas de estímulo à capacitação profissional e ao


empreendedorismo:

• Propor um projeto de lei para incluir o empreendedorismo no ensino fundamental


com o objetivo de transformar a visão de futuro das comunidades.
• Oferecer cursos para melhorar as habilidades profissionais de empresários e
trabalhadores.
• Garantir que os treinamentos estejam integrados com as vocações e atividades
produtivas do município.
• Propor um programa de bolsas de estudos a trabalhadores em parceria com as
empresas locais.

Para citar alguns bons exemplos, o empreendedorismo já é disciplina escolar em municípios


como São José dos Campos (SP), Santa Fé do Sul (SP), Lins (SP), Três Passos (RS), Santa Rita
do Sapucaí (MG) e Guarapuava (PR). Nessas cidades, os alunos já se mostram socialmente
mais ativos e com maior ímpeto para iniciar negócios. As atividades se expandem também
para fora das salas de aula. A prefeitura de São José dos Campos, por exemplo, criou a Feira
do Jovem Empreendedor Joseense, onde os alunos expõem ao mercado suas idéias de
negócio. Santa Fé do Sul (SP) liderou o projeto da Prefeitura Mirim. Fornecendo noções gerais
da cidade, além de tratar de aspectos sobre turismo e empreendedorismo, os educadores
estimulam as crianças a pensarem como cidadãos e futuros agentes de mercado.

Para contribuir para a qualificação dos profissionais que já atuam nos negócios da cidade,
é importante que o Vereador conheça a fundo a produção local. Um bom diagnóstico do
município pode mostrar quais setores e profissões mais precisam de gente preparada. Nesse
sentido, um relatório publicado pelo governo de São Paulo é uma grande contribuição
aos projetos de capacitação. Na Caravana do Trabalho foi produzido um novo diagnóstico

Políticas Públicas Municipais de 38 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

para o Programa Estadual de Qualificação Profissional, as oportunidades de trabalho nas


regiões administrativas estaduais foram investigadas para que fossem definidos os cursos
profissionalizantes que devem ser priorizados de acordo com as características locais.
Para mais informações, visite o site:

http://www.emprego.sp.gov.br/diagnostico/menu.htm.

Benefícios esperados:

• fortalecimento da cultura empreendedora;


• empresários e funcionários mais bem treinados.
• empresas mais eficientes.
• mercado mais atualizado às tendências.
• estímulo ao surgimento e ao fortalecimento de lideranças locais.
• integração da educação formal com a educação para o trabalho, formando cidadãos
empreendedores.

Da sala de aula para o mercado


No projeto Braços Abertos, 16 turmas de adolescentes entre 14 e 16
anos têm aulas de relações comerciais, vendas e empreendedorismo no
Senac de Riberão Preto. O projeto é reconhecido pelo Ministério Público
do Trabalho como o melhor programa de aprendizagem do país em
órgão governamental. Além dos módulos teóricos, os jovens realizam
estágios em empresas. A maioria sai do curso com emprego garantido.

Projeto Braços Abertos de Ribeirão Preto

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10. LIDERAR AS MUDANÇAS E


TRANSFORMAÇÕES NO MUNICÍPIO: O QUE
O VEREADOR PODE E O QUE NÃO PODE
Há um enorme espaço político de ação ainda não explorado por grande parte dos
Vereadores. A maioria dos eleitores não sabe que o legislador municipal tem um
importante papel como agente de mudança e que a sua atividade vai muito além da
administração de demandas sociais e assistenciais da comunidade.

Cabe ao Vereador garantir que a administração municipal esteja sendo realizada de


maneira ética e financeiramente sustentável. Sem o Vereador, o prefeito não pode aprovar
leis. O orçamento municipal não pode ser implantado sem o seu voto, por exemplo.

Uma das principais atribuições do Vereador é elaborar leis de interesse do município.


São poucas as matérias cujo Executivo tem exclusividade de apresentação de projeto de lei.
Há muito espaço, portanto, para agir. Outra importante função diz respeito a seu papel como
fiscalizador, por meio do qual o Vereador controla a gestão dos recursos pelo Executivo. O
legislador é também o principal elo de ligação entre o Executivo e a comunidade.

Políticas Públicas Municipais de 40 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Mudanças legislativas realizadas no Brasil nas últimas décadas vêm acarretando importantes
transformações no comportamento das Câmaras Municipais. A Lei de Responsabilidade
Fiscal, por exemplo, fez aumentar em muito o papel do Vereador na administração pública,
uma vez que o município não pode gastar mais do que arrecada e que cabe também ao
Legislativo zelar por este compromisso.

O Vereador criativo pode ser ativo na produção de leis voltadas ao desenvolvimento


local. Cabe ao Vereador garantir que o que está dando certo deve ser mantido ou mesmo
continuado. A fiscalização é uma ótima ferramenta para isso e também serve como
fortalecimento e valorização do papel do Vereador.

Um agente de mudanças não é apenas aquele que cria leis, mas também o que garante
que as leis já aprovadas sejam seguidas e que gerem frutos de desenvolvimento. Por isso,
é importante que se tenha um bom conhecimento das leis já vigentes no município para
jogar a favor da legislação.

Um bom exemplo nesse sentido vem da Câmara Municipal de São Paulo. Um projeto
de emenda à Lei Orgânica enviado ao Legislativo com a assinatura de mais de 400
organizações participantes do movimento apartidário Nossa São Paulo foi aprovado na
Câmara, obrigando os próximos prefeitos a divulgarem o Plano de Metas de seu governo.
A medida, que mostrou a interação bem-sucedida entre Vereadores e a população, cria
condições práticas para a sociedade acompanhar e cobrar resultados do Executivo.

Debate da UVESP na Câmara Municipal de Porto Ferreira

Políticas Públicas Municipais de 41 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Para ser capaz de fazer uma avaliação crítica consistente dos projetos que passam pela
Câmara, o Vereador pode contar com a ajuda de uma equipe multidisciplinar capaz de
analisar cuidadosamente a matéria. Especialistas de diversas formações - direito, economia,
urbanismo etc. - emitem pareceres a respeito dos projetos de lei em tramitação. Esses
relatórios ficam disponíveis para toda a casa legislativa, uma vez que a equipe não é
subordinada a nenhum gabinete e serve a todos. Obviamente, manter uma equipe depende
de verba administrativa. Caso não tenha condições de manter uma consultoria permanente,
a Câmara pode contratar serviços esporádicos.

O Vereador tem algumas possibilidades de aprimoramento e capacitação para o


cumprimento de seu mandato. A Uvesp oferece capacitação e informação qualificada.
Para mais informações, visite o site:

http://www.uvesp.com.br

A motivação para a vida política costuma ser o desejo de mudança.Vereadores chegam


às Câmaras com a crença de que é possível fazer diferente. Mas ao assumir o cargo,
o desconhecimento e a complexidade da função afastam muitos legisladores dos seus
objetivos, deixando-os presos a questões cotidianas. Querer mudar e saber como fazê-lo é
a chave para o sucesso de um bom mandato.

São inúmeras as maneiras criativas e simples de se tornar um Vereador ativo e engajado no


desenvolvimento local de maneira coordenada e eficaz. Basta começar.

Políticas Públicas Municipais de 42 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

COMO
ESTRUTURAR
O MUNICÍPIO
PARA APOIAR
OS PEQUENOS
NEGÓCIOS

Políticas Públicas Municipais de 43 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

A leitura do capítulo anterior oferece dicas e caminhos para a criação


de políticas específicas (redução da burocracia, geração de empregos,
criação de programas de sustentabilidade ambiental etc.). A seguir,
sugerimos um “Passo a Passo” para o Vereador empreendedor implantar
um programa de apoio aos pequenos negócios durante seu mandato.

1. Formar uma comissão legislativa sobre micro e pequenas empresas

Por meio de um projeto de resolução, o Vereador pode sugerir a formação de uma


comissão legislativa especial sobre micro e pequenas empresas. Caberá à comissão iniciar
processo de investigação sobre as atuais condições de atuação dos pequenos negócios
principalmente no que diz respeito a tributos, compras municipais e outros temas públicos
de direta relação com o mercado. A formação de um grupo de Vereadores dispostos a se
dedicar à questão é o primeiro estágio.

2. Chamar o Executivo para debate

De posse das informações reunidas, a comissão poderá convidar representantes da


Prefeitura para debater possibilidades de ação conjunta. A integração entre os Vereadores e
secretários municipais poderá dar bons frutos.

3. Elaborar um diagnóstico do setor produtivo e estratégias de capacitação

Integradas, autoridades do Legislativo e do Executivo poderão se dedicar a elaborar um


diagnóstico sobre as capacidades produtivas do município. O trabalho conjunto poderá
gerar melhores possibilidades de financiamento para contratação de consultorias externas.

4. Buscar alianças com representantes da população

Associações de empresários, sindicatos e demais representantes da população municipal


serão extremamente importantes para desenvolver um programa realmente condizente
com as necessidades locais.

O diálogo estabelecido de forma organizada poderá gerar mais satisfação e apoio popular,
o que facilitará a elaboração do programa de apoio a micro e pequenas empresas e sua
tramitação.

5. Buscar cooperação com agentes externos

Buscar apoio do governo do estado poderá ser útil para encontrar estratégias de
financiamento de ações públicas. A realização de consórcios intermunicipais deverá
fortalecer a iniciativa e angariar ainda mais apoio.

Políticas Públicas Municipais de 44 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Entrar em contato com universidades e centros de pesquisa interessados em estabelecer


incubadoras e parques tecnológicos por meio de parcerias poderá gerar ainda mais adeptos
aos planos do município.

6. Desenvolver programa de apoio a micro e pequenas empresas

Com uma ampla base de apoio, sustentada por atores internos, externos, governamentais e
de mercado, o programa tem maiores chances de ser desenvolvido de maneira mais eficaz
e eficiente. Já contando com ampla adesão, a iniciativa terá apelo político e será tratada
como prioritária.

7. Garantir acompanhamento

Uma vez aprovado, o programa precisa contar com acompanhamento contínuo para
garantir que todos estejam fazendo a sua parte. A força política do Vereador é um dos
principais fatores para o Executivo priorizar suas ações.

Quando implantado, o programa necessitará de aprimoramentos. É função do Vereador


garantir que todo o trabalho não seja esquecido para que a iniciativa possa gerar frutos
constantes.

Grupo de trabalho elaborando a Lei Geral Municipal de Jaboticabal

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Este trabalho baseia-se em um histórico de atuação do Sebrae-SP nos municípios paulistas e foi elaborado
a partir de discussões com a União de Vereadores do Estado de São Paulo (Uvesp) e técnicos do Sebrae-
SP. O conteúdo começou a ser desenvolvido no dia 31 de outubro de 2007 com técnicos, dirigentes e
Vereadores de todas as regiões:

Adelson José Ribeiro/Ass. Parlamentar de Sorocaba; Ademir Cleto/Vereador de Tatuí; Almira Ribas Garms/Vereadora de Paraguaçu;
Amauri do Amaral Campos/Uvesp – Jornal do Interior; André Queiroz Guimarães/Vereador de Louveira; Anésio de Campos/Uvesp;
Antonio Marcos Gava Júnior/Vereador de Barra Bonita; Camila Alcântara Souza/Ass. de Imprensa Câmara Municipal Itararé; Carlos
Peixoto/Vereador de Taubaté; Edgar Nobrega Gomes/Vereador de São Caetano do Sul; Edgar de Souza/Vereador Câmara de
Lins; Élio Donizeti de Lima Jardim/Vereador de Tuiuti; Ercias Muniz de Lima/Vereador de Juquiá; Flávia Guerra Barbieri/consultora
Uvesp; Helio Aparecido de Godoy/Vereador de Sorocaba; Iroá Nogueira Lima Carvalho/Sebrae-SP; José Alberto Andrade Cunha
Neto/Sebrae-SP; José Canedo Jr/Sebrae-SP; José Carlos Cavalcante/Sebrae-SP; José Donisete de Camargo/Presidente da Câmara
Municipal de Itararé; José Edinardo Esguetini/Presidente Câmara Municipal de Matão; José Fernando de Oliveira/Vereador de Bom
Jesus dos Perdões; José Ricardo Dias/Vereador de Santo André; José Sávio J. Henrique/Sebrae-SP; Julio Cesar Durante/Sebrae-SP;
Luiz Antonio de Moraes/Vereador de Porto Ferreira; Luiz Carlos Mota/Vereador de São José dos Campos; Marcelo Mambrini/
Vereador de Franca; Marco Antonio Alves Jorge – KIM/Presidente da Câmara Municipal de Americana; Marco Aurélio Manaf/
Sebrae-SP; Marcos Gomes Godinho/Gabinete do Vereador Edgar – Câmara Municipal de São Caetano do Sul; Maria Eugenia Ruiz
Borba/Sebrae-SP; Mariana Camargo Marques/Sebrae-SP; Marimar Guidorzi de Paula/Sebrae-SP; Maurício Lazari da Silva/Vereador
de Nova Campina; Milton Dallari/Sebrae-SP; Paulo Eduardo Stabile de Arruda/Sebrae-SP; Paulo Eugenio Pereira Junior/Vereador
de Mauá; Paulo Fiorilo/Vereador de São Paulo; Paulo Marcondes/Uvesp; Paulo Roberto Saponga de Oliveira/Secretaria do Meio
Ambiente; Reinaldo Correia/Imprensa Câmara Municipal de Matão; Ricardo E. Covello/Sebrae-SP; Ricardo Tortorella/Sebrae-SP;
Roberto Bergamaschi/Ass. Vereador Paulo Eugênio – Câmara Municipal de Mauá; Roberto Carlos Calez/Vereador de Penápolis;
Rodrigo Antonio Correa/Vereador de Santa Fé do Sul; Sebastião Misiara/Presidente Uvesp; Silvana Resende/Vereadora de Ribeirão
Preto; Silvério Crestana/Sebrae-SP; Silvia Mello/Uvesp; Valdeci Neves/consultor Expansão Delta; Valter Moura Júnior/Associação
Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo.

A versão final foi aprovada no dia 28 de maio de 2008 com a participação de um Grupo de Trabalho
constituído por técnicos, dirigentes e Vereadores:

Ali Ahmad Hassan/Sebrae-SP; Anésio Ferreira de Campos/Vereador de Cajamar; Antonio Marcos Gava Júnior/Vereador de Barra
Bonita; Flávia Guerra Barbieri/ Uvesp; José Sávio J. Henrique/Sebrae-SP; Julia Sant’Anna/ jornalista FGB Consult; Luiz Antonio de
Moraes “Maguila”/Vereador de Porto Ferreira; Luiz Carlos Mota/Vereador de São José dos Campos; Paulo Marcondes/Uvesp;
Roberto Carlos Calez/Vereador de Penápolis; Rodrigo Antonio Correa/Vereador de Santa Fé do Sul; Witter Francisco Soffner/
Vereador de Dois Córregos.

Políticas Públicas Municipais de 46 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Consulte também outras


publicações de políticas públicas do Sebrae – SP

1. Guia do Candidato Empreendedor – Prefeito. Sebrae-SP 2008


2. Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor – Guia Paulista 2007/2008
3. Como e por que implantar a Lei Geral Municipal. São Paulo. 2007
4. Manacá em Flor – Programa de Formação de lideranças municipais em
políticas públicas de apoio às micro e pequenas empresas. 2006/2007
5. Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor – Guia Paulista 2005/2006
6. Prefeito Empreendedor – Parceiro dos Pequenos Negócios.
Sebrae-SP e CEPAM. 2006
7. Políticas Públicas Municipais de apoio às Micro e Pequenas Empresas.
São Paulo, 2005
8. Temas em Debate: As Micro e Pequenas Empresas e
as Compras Governamentais. São Paulo, 2004.
9. A Força do Manacá. Programa de formação de lideranças municipais
em políticas públicas de apoio às micro e pequenas empresas. 2004
10. Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor – Guia Paulista 2003/2004
11. Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor – Guia Paulista 2001/2002

Políticas Públicas Municipais de 47 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


GUIA DO VEREADOR EMPREENDEDOR

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Guia do vereador empreendedor : políticas públicas municipais de apoio às micro e


pequenas empresas / [organizadores Silvério Crestana, Flávia Guerra Barbieri].
– – São Paulo : SEBRAE, 2008.

Realização: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (SEBRAE-SP)


e UVESP - União dos Vereadores do Estado de São Paulo.

1• Empreendedorismo 2• Planejamento regional – Brasil – São Paulo (Estado)


3• Profissionais – Qualificação 4• Vereador Empreendedor – Guias – São Paulo (Estado)
I• Crestana, Silvério. II• Barbieri, Flávia Guerra.

08 - 05 160 CDD - 352. 34098161

Índices para catálogo sistemático:


1• São Paulo : Estado : Vereadores empreendedores :
Guias 352.34098161

Copyrigth 2008, Sebrae-SP Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado de São Paulo
É PERMITIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL MEDIANTE A CITAÇÃO DA FONTE.

SEBRAE-SP
Assessoria de Políticas Públicas
Rua Vergueiro, 1.117 19o andar
Paraíso CEP 01504-001 São Paulo SP
www.sebraesp.com.br

Políticas Públicas Municipais de 48 Apoio às Micro e Pequenas Empresas


As experiências de municípios que decidiram apoiar os pequenos negócios
estão descritas em detalhes no site do Sebrae www.sebrae.com.br
Mais informações podem ser obtidas nas unidades do Sebrae-SP

ALTO TIETÊ CENTRO PAULISTA RIBEIRÃO PRETO


Av. Francisco Ferreira Lopes, 345 Avenida Espanha, 284 Centro Rua Inácio Luiz Pinto, 280 Alto da Boa Vista
Vila Lavínia CEP 14801-130 Araraquara CEP 14025-680
CEP 08735-970 Mogi das Cruzes Tel.: (16) 3332-3590 Fax: (16) 3332-3566 Tel.: (16) 3621-4050 Fax: (16) 3621-8241
Tel/Fax: (11) 4722-8244 Rua XV de Novembro, 1.677 Centro
CEP 13560-240 São Carlos SÃO JOÃO DA BOA VISTA
ARAÇATUBA Tel/Fax: (16) 3372-9503 Rua Getúlio Vargas, 507 Centro
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Tel.: (18) 3622-4426 Fax: (18) 3622-2116 CEP 14403-416 SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
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BAIXADA SANTISTA Jd. Alto Rio Preto
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Tel/Fax: (11) 4990-1911 SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
BARRETOS Rua Santa Clara, 690 Vila Adyanna
Av. Treze, 767 Centro GUARATINGUETÁ CEP 12243-630
CEP 14780-270 Rua Duque de Caxias, 100 Centro Tel.: (12) 3922-2977 Fax: (12) 3922-9165
Tel/Fax: (17) 3323-2899 CEP 12501-030
Tel.: (12) 3132-6777 Fax: (12) 3132-2740 SOROCABA
BAURU Rua Cesário Mota, 60 Centro
Av. Duque de Caxias, 20-20 Vila Cárdia GUARULHOS CEP 18035-200
CEP 17011-066 Rua Luiz Faccini, 441 Centro Tel.: (15) 3224-4342 Fax: (15) 3224-4435
Tel.: (14) 3234-1499 Fax: (14) 3234-2012 CEP 07110-000
Tel/Fax: (11) 6440-1009 SUDESTE PAULISTA
BOTUCATU Av. Andrade Neves, 1811 Jardim Chapadão
Rua Dr. Cardoso de Almeida, 2.015 Lavapés MARÍLIA CEP 13070-000 Campinas
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Tel/Fax: (14) 3815-9020 CEP 17501-441 Rua Suiça, 149 Jardim Cica
Tel.: (14) 3422-5111 Fax: (14) 3413-3698 CEP 13206-770 Jundiaí
CAPITAL LESTE Tel.: (11) 4587-3540 Fax: (11) 4587-3554
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Tel/Fax: (11) 3682-7100 Centro
CAPITAL NORTE CEP 18400-560 Itapeva
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R. Pio XI, 675 Lapa PIRACICABA Tel/Fax: (13) 3821-7111
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CEP 04734-001 Rua Major Felício Tarabay, 408 Centro
Tel/Fax: (11) 5522-0500 CEP 19010-051
Tel.: (18) 3222-6891 Fax: (18) 3221-0377

EM RESUMO, APOIAR OS PEQUENOS


NEGÓCIOS SIGNIFICA:
1. Facilitar a abertura e o funcionamento de pequenas empresas é
estimular o crescimento.
O excesso de burocracia atrapalha o empreendedorismo.
Quanto mais empresas, mais emprego e mais desenvolvimento.

2. Tratamento tributário favorecido e diferenciado a micro


e pequenas empresas estimula a produtividade.
A expansão dos novos negócios será comprovada com o aumento
da arrecadação de impostos a médio prazo.

3. Planejar custa pouco e abre espaço para diversos potenciais


não explorados.

4. O poder público pode ser o maior cliente dos pequenos negócios.


A competição é grande, mas com boas idéias e estímulo
um município pode se destacar como pólo produtivo.

5. Unidos e organizados, os setores produtivos locais têm maior


poder de barganha e ação.
Com a troca e a integração de atividades complementares,
todos só têm a ganhar.

6. O poder público pode estimular a facilitação de concessão ao crédito.


O acesso a capital inicial precisa ser defendido para que iniciativas de
pequenos negócios com grande potencial não sejam desperdiçadas.

7. Criatividade e tecnologia juntas funcionam a serviço do crescimento.


Ter acesso à tecnologia significa ter maior capacidade de produção com
maior valor agregado.

8. No mundo competitivo, educação é tudo.


Funcionários e empresários capacitados produzem melhor e fazem o
município crescer junto com eles.

9. Fazer a cidade prosperar e conservar o meio ambiente


é uma receita que dá certo.
Mediante políticas ambientais bastante práticas,
o município pode atrair turistas, promover o bem-estar e gerar recursos.

10. O mandato na Câmara Municipal é dinâmico e criativo.


Conhecendo bem o município e os instrumentos legislativos,
o Vereador pode inovar.
COMPROMISSOS DE CAMPANHA
Candidato

Município

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