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restaurantes
Tecnologias gerenciais de
restaurantes
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Jeane Passos de Souza – CRB 8a/6189)
Bibliografia
ISBN 978-85-396-0748-8 (impresso/2014)
eISBN 978-85-396-0529-3 (ePub/2017)
eISBN 978-85-396-1628-2 (PDF/2017)
14-242s CDD-647.95
Tecnologias gerenciais de
restaurantes
Nota do editor, 7
Agradecimentos, 9
Introdução, 11
O produto restaurante, 13
O processo de alimentos e bebidas, 39
Índices de desempenho, 115
Métodos gerenciais, 127
Revenue Management para negócios de alimentação, 165
O gerenciamento de restaurantes, 179
Bibliografia, 197
Índice geral, 201
5
Nota do editor
7
Agradecimentos
Escrever um livro não é tarefa fácil nem corriqueira, pois nele coloca-
mos pontos de vista e experiências muito pessoais. E assim, parte do que
escrevemos não é só de nossa autoria, e sim colaboração de pessoas que
compartilharam de nossas experiências durante toda a vida.
Agradecer a todos que colaboraram com esta obra é uma tarefa difícil,
pois com certeza deixarei de mencionar alguém e acabarei cometendo uma
incrível injustiça. Por isso, gostaria que meu primeiro agradecimento fosse
para todos os que já compartilharam comigo momentos pessoais e profissio-
nais, pois todos deram alguma contribuição. A Deus, que colocou as pessoas
certas em meu caminho e que me conduz em todos os momentos de minha
vida. Aos que me criticaram e puderam me fazer entender meus erros. Aos
que me elogiaram e me mantiveram motivado a pesquisar.
Agradeço à equipe da biblioteca do Senac São Paulo, por meio de sua área
de Educação em Turismo e Hotelaria, que não poupou esforços para que eu
conseguisse o material que me seria necessário para escrever este livro – e
eu dei trabalho. Ao meu avô José Bonifácio, que sempre foi o ponto de refe-
rência de minha vida, juntamente com minha avó. Aos meus pais, irmãos e
família, que sempre me apoiaram. Às pessoas próximas, que compreenderam
a minha ausência enquanto eu passava horas a fio em frente ao computa-
dor, com dezenas de livros espalhados à minha volta. Ao Ronaldo Barreto,
que, pacientemente como um pai, me incentivou e me ensinou muito.
À Liliam Ma, que tem sido uma grande colaboradora, colega e amiga; sem
ela, com certeza não conseguiria fazer muito do que faço. À Luciana Bom
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te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Duarte, que tem sempre pronta uma palavra positiva. Ao Fernando Kani, por
todo apoio e incentivo. À professora Gleice Guerra, por seu apoio, estímulo e
companheirismo. À Ana Luzia Magalhães Carneiro, que tem ao longo desses
anos me ensinado a ser um melhor professor. Ao Chris, que me ajudou no
começo de tudo. Ao David Lord Tuch, que You know... I mean... tem me ensi-
nado o caminho dos números. Ao Mauro Motoda e ao Alexandre, que sempre
têm um tempinho para minhas encheções. Ao professor Rodolfo Krause. À
Ana Beatriz Johansen, que tem sido uma amiga importantíssima. Ao meu
sócio, amigo e colega Paulo Ferretti, que segurou tantas barras para mim
que seria impossível descrever, e além disso tem me ensinado muito. À Ana
Paula Spolon, que me incentivou, mesmo quando muitos não acreditavam.
Ao Senac, que possibilitou a concretização deste sonho. Ao professor Trigo,
que muito nos estimula à pesquisa e ao estudo. Ao Marco Mattos, que vem
me ensinando muito sobre o Foodservice. Ao Octávio Horta, que sempre me
transmite a visão de negócio que um restaurante precisa. À stepmother Rachel
D’Alessandro. Ao professor Eduardo Bianchini, que tem sido um grande
colaborador. Ao meu tio Hélio Rubens, o grande responsável pela minha
carreira hoteleira e de professor. À minha mãe, que deixou muitas saudades
e a quem não consegui em vida dizer e expressar o quanto a amava. À Ales-
sandra, que sabe demonstrar no dia a dia o que é uma mulher companheira
e amorosa. Aos meus filhos, Tiago e Pedro, que têm me ensinado uma nova
maneira de amar. Aos meus sogros, que pacientemente nos auxiliam tanto.
Aos meus amigos, que sempre me ensinaram e incentivaram. A todos que
vêm trabalhando comigo, pois sempre me auxiliam muito.
Obrigado a todos.
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introdução
Introdução
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O produto
restaurante
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de produtos que as pessoas buscam não por uma circunstância exata, mas
para agregar outros elementos à sua alimentação.
São infindáveis os motivos que levam as pessoas aos restaurantes e engana-
-se quem acha que é só pela alimentação ou pelo serviço.
As pessoas podem buscar um restaurante pelos seguintes motivos:
Ä STATUS – Ver e ser visto; um restaurante que pessoas importantes,
famosas ou públicas, costumam frequentar.
Ä AMBIENTE – Apresenta alguma peculiaridade, um estilo de decoração,
uma obra interessante, um estilo inovador, entre outros elementos.
Ä CLIMA – Pode ser dado por diversos aspectos, como estilo dos funcio-
nários, a composição entre ambiente e música, os frequentadores.
Ä CARDÁPIO – Apresenta preparações interessantes, tradicionais de uma
cultura, é inovador em algum aspecto, ou tem até mesmo um cardápio
clássico. O que importa é que os produtos oferecidos atendem aos
anseios daquele que procurou o restaurante.
Ä CURIOSIDADE – Despertada por meio de alguma inovação, por matérias
em jornais, revistas, ou pela opinião de amigos, parentes ou conhe-
cidos.
Ä PREÇO – A relação preço versus qualidade do restaurante; ou dentro de
sua proposta, ou em comparação a outros concorrentes, o restaurante
apresenta uma vantagem competitiva, oferecendo um melhor produto
e/ou serviço.
Ä CHEF DE COZINHA – Um nome famoso ou um chef que esteja apresen-
tando um bom trabalho.
Ä ESTILO DE SERVIÇO – Alguns restaurantes se destacam pelo serviço
diferenciado, com jovens atendendo de maneira inusitada ou barmen
executando flair (malabarismos com as garrafas). O tipo de serviço
pode variar ainda em função do tempo disponível e até mesmo da
formalidade exigida ou esperada para a ocasião.
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o produ to restaurante
Entre outros, esses aspectos são expectativas que o cliente pretende su-
prir. Alguns podem ser geridos pela equipe do restaurante, outros fogem da
possibilidade de gerência e são aspectos sobre os quais não se tem controle.
Dessa forma, deve-se trabalhar no sentido de identificar essas motivações e,
em um conjunto, aquelas que sejam passíveis de gerenciamento. Por serem
uma combinação de variáveis muito diversas e extremamente subjetivas,
não são fáceis de gerenciar.
Porém, existe um comportamento de compra comum a todo consumidor,
de maneira geral, independentemente do tipo de produto comprado ou qual
tipo de pessoa seja, conforme ilustrado abaixo.
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o produ to restaurante
comuns entre todos ou entre a maioria. Assim sendo, serão esses pon-
tos comuns aos anseios de cada indivíduo que irão definir, também
dentro das circunstâncias, o local escolhido.
Até então, a influência direta do restaurante no processo é relativa,
pois não se pode conseguir referências em todos os meios de informação
procurados pelo consumidor. Por maior que seja a influência dos meios
de comunicação, por intermédio de matérias ou de anúncios, é impossível
alcançar a unanimidade. Principalmente, pelo fato de uma das principais
fontes de informações, nesse momento de decisão, ser a opinião de pessoas
próximas, que sempre acrescentarão elementos de suas experiências. E nesses
processos de percepção de experiência reside uma série de fatores, muitos
dos quais sob influência direta da gerência do restaurante.
Esses fatores, apesar de subjetivos em alguns aspectos (pois trata-se
de expectativas), são de maneira geral muito concretos, pois tornar-se-ão
experiências. Isso ocorre quando da compra efetiva do produto, no momento
em que a expectativa começa a se transformar em experiência. Pode-se dizer
que a partir do momento em que o cliente decide por um restaurante, sua
experiência de compra já está sendo formada. Do acesso até o momento em
que ele é recebido pelo seu manobrista ou hostess diversas são as influências
que interferem na percepção desta experiência de consumo. Muitas delas são
fatores externos à administração do negócio, porém acabam interferindo
na percepção deste cliente: um buraco na rua a caminho do restaurante,
um entorno muito escuro, etc. Dessa forma, a construção da experiência
será paulatina e constante, até o momento em que o cliente chegue ao seu
destino final.
Em casos em que não se detém controle sobre a experiência ou sobre a
expectativa, a gerência é inexistente; porém, no que tange a aspectos possíveis
de gerência, estes devem ser compreendidos e planejados da melhor maneira
possível a fim de que a expectativa se torne uma experiência positiva. De tal
maneira que a transmissão da impressão da experiência se transforme em
um ponto de referência positivo.
É a partir dessa dinâmica que se dá o processo da conhecida “propaganda
boca a boca”: por meio de expectativas supridas e suplantadas que se tornam
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Tipos de restaurante
Desde a primeira edição em 1999, com as discussões e conceituações
inicialmente propostas, houve uma mudança nos cenários gastronômicos
mundial e brasileiro.
No Brasil, houve um amadurecimento do mercado gastronômico com
o aumento de intercâmbio entre profissionais, do número de cursos, publi-
cações e espaço nas mais diferentes mídias que abordam a gastronomia (até
com canais especializados ou que dedicam grande parte de sua grade para
programas ligados à gastronomia).
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Grill
Os grills são casas especializadas em grelhados, já que grill é uma palavra de
origem inglesa que significa grelha, equipamento utilizado para assar carnes.
Esse tipo de restaurante, que normalmente apresenta um ambiente ele-
gante, teve em meados dos anos 1980 uma grande expansão, por oferecer um
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o produ to restaurante
Brasserie
A brasserie é um restaurante e uma casa de bebidas ao mesmo tempo.
Típica da Baviera, expandiu-se principalmente na Alemanha, na Bélgica, na
França e na Suíça, chegando ao Brasil, devidamente ambientada e rebatizada
de choperia, com os imigrantes alemães.
As brasseries europeias geralmente têm dois salões: um para serviço de
bebidas (principalmente chope) e outro para os serviços de refeições, que
incluem pratos variados e típicos (tripas e pé de porco).
Choperia
Como citado acima, as choperias brasileiras são adaptações das brasseries
europeias. O seu cardápio sofreu uma significativa alteração. Em vez de pro-
dutos típicos como chucrute (Sauerkraut), oferecem batatas fritas, provolone
à milanesa, calabresa acebolada, entre outros petiscos que acompanham bem
as bebidas de maior destaque, a cerveja e o chope. As choperias também não
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Fusion Food
A culinária de fusão ou fusion food, como é mais conhecida, é a mescla
entre elementos de várias culturas. Esses elementos podem ser diversos, como
métodos de cocção, apresentação dos alimentos, molhos ou ingredientes.
Mesclam-se esses elementos para obter um resultado úni co,
diferente, inusitado. É a culinária da criação, da combinação e de laboratório.
As preparações são experiências que deram certo, que apresentaram um
resultado harmonioso.
Todavia, se faz necessário um conhecimento muito amplo das técnicas e
das características dos diversos elementos, pois a diferença entre inventividade
e exagero é muito tênue.
Essa é atualmente a tendência mundial em restaurantes. Têm surgido
muitos restaurantes combinando principalmente aspectos das culinárias
orientais com as ocidentais.
Não se caracterizam como restaurantes típicos porque não são de regiões
ou países específicos – simplesmente utilizam alguns elementos de determi-
nada região com maior intensidade.
Típicos
Restaurantes típicos podem apresentar as seguintes variações:
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o produ to restaurante
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Fast-Food
Os restaurantes de fast-food – comida rápida – podem apresentar diversas
caracterizações, porém, todas têm um aspecto principal, que está represen-
tado em seu nome: a rapidez no serviço.
Além disso, existe toda uma dinâmica para facilitar e agilizar o processo.
Assim, os produtos são vendidos de forma simples, os métodos são fáceis e
descomplicados, a ponto de uma criança poder entendê-los.
Alguns conceitos de fast-food são:
Ä COFFEE SHOP – Os coffee shops – sem tradução nem adaptação para
o português – são restaurantes com cardápios de fácil preparação e
apresentações simples.
Costumam estar localizados em hotéis e aeroportos, ficando abertos
durante 24 horas, pois são pontos de venda onde se pode comer a
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o produ to restaurante
qualquer hora uma comida leve e rápida, haja vista que os hóspedes
e passageiros chegam e saem em horários extremamente variados,
devido aos horários dos voos.
Em seu cardápio, costumam aparecer salgados, cafés e chás, sucos,
lanches, pratos grelhados, sopas, massas e sobremesas, como sorvetes
e tortas – todas preparações simples, sem rebuscamento nem grandes
pretensões gastronômicas. Utilizam-se do à la carte e os clientes são
servidos por garçons.
Sua ambientação é normalmente simples, com jogos americanos em
vez de toalhas, e o serviço é rápido.
Existem alguns coffee shops fora de hotéis, que normalmente ficam
abertos até mais tarde e atendem um público eclético.
Ä LANCHONETE – As lanchonetes possuem uma ambientação um pouco
mais simples que a dos coffee shops e não são encontradas em hotéis.
Seu cardápio, geralmente, põe mais ênfase em sanduíches e petiscos do
que os coffee shops, e elas também têm um serviço bem mais informal.
Pode-se sentar à mesa ou nos balcões.
Nas cidades do interior de São Paulo e de outros estados, existe um
conceito típico de lanchonete, que são os trailers. Adaptam-se esses
equipamentos para a produção de alimentação e tornam-se verdadei-
ras lanchonetes, sendo inclusive pontos de encontro de jovens, que se
reúnem antes e/ou depois das festas e bailes.
Possuem alta rotatividade de assentos e um gasto médio relativamente
baixo.
Ä CASUAL DINNING – Este é um estilo que está se difundindo. São restau-
rantes com características de coffee shop mesclado com fusion food e
grill. Apresentam um cardápio mais representativo em termos gas-
tronômicos, se comparados a um coffee shop, utilizando elementos de
diversas culturas. O serviço é atencioso e eficiente, em que se misturam
características de um restaurante tradicional com um coffee shop.
Apresenta um cardápio com preparações leves e rápidas e que oferece
opções tanto para quem quer uma refeição mais completa e substan-
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empresa administradora dos vales; essa é a opção que mais tem sido
escolhida pelas empresas.
Existem, ainda, as cantinas, que são pequenas lanchonetes, que servem
lanches rápidos e bebidas, em escolas ou empresas.
Para os executivos, as empresas, geralmente de grande porte, mantêm um
restaurante privativo, mais requintado, que pode ser tanto um self-service
quanto um à la carte. Outras, entretanto, fazem questão de não discriminar
seus funcionários em nenhum nível, provendo a mesma alimentação para
todos os níveis hierárquicos.
Catering
São empresas especializadas em preparação de alimentação em meios de
transporte, com exceção de navios. Fornecem para trens, ônibus intermuni-
cipais, interestaduais ou internacionais, e aviões.
Têm uma estrutura muito bem montada, com preocupação de padrões
de higiene muito alta e atenção aos processos.
A figura de profissionais como chefs de cozinha e nutricionistas é mui-
to importante para o planejamento e gerenciamento da produção e das
matérias-primas.
A preocupação com a apresentação dos alimentos e com a variedade
tem feito com que essas empresas invistam em chefs de cozinha de renome
para assinar seus cardápios, e também na formação de seus próprios chefs.
Trabalham com volume de alimentação muito grande; há preocupação
com todo o processo, desde a seleção dos fornecedores até a etapa final, em
que o passageiro é servido. As etapas de embalagem, reaquecimento, arma-
zenamento devem ser bem estudadas e os cardápios, desenvolvidos para que
a apresentação e o sabor se mantenham impecáveis.
Buffet
Os buffets (bufês) são empresas especializadas no fornecimento de serviços
de alimentação em domicílio ou em lugar definido pelo cliente, ou ainda no
espaço reservado para um evento específico.
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o produ to restaurante
OUTROS
Casa noturna
Aparecem constantemente nos grandes centros urbanos e turísticos. São
lugares de distração, onde se encontra todo tipo de atrações, espetáculos,
variedades, música, danças, bebidas e comidas. Esses espaços têm se tornado
ao longo do tempo cada vez mais “multifuncionais”. Houve épocas em que
existiam danceterias e cabarés, nos quais se apresentavam shows artísticos
e concomitantemente o serviço de alimentação, porém não havia um lugar
específico para a dança. Esse espaço, que era oferecido pelas danceterias, que
tinham somente esse diferencial, era um lugar para ouvir música e dançar,
ao ritmo em voga na época.
Com o passar do tempo, a otimização dos espaços ociosos e a necessida-
de de diversificação dos frequentadores, essas casas noturnas começaram a
oferecer mais de uma opção para seu público. Para que um número maior
de clientes pudesse encontrar em um mesmo lugar muitas opções de lazer,
foram criados ambientes para cada finalidade, todos integrados e ainda agre-
gando outros serviços, como restaurantes, com diversas opções e cardápios,
gerando uma receita maior.
Rotisserie
Para suprir a demanda de um segmento das classes média alta e alta, em
decorrência da diminuição ou do alto custo de mão de obra preparada para
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Casa de chá
O chá completo ou serviço de chá já é adotado como refeição por
diversos restaurantes, sendo servido em tipos variados e acompa-
nhado de salgadinhos, pequenos sanduíches, canapés, tortas, petit-
-fours, queijos, doces, bolos, frutas, leite, sucos, geleias, entre outros.
O serviço vai do mais simples, com apenas alguns tipos de chás e al-
gumas bolachas, até o mais requintado, com um grande número de tipos
de chás, leite, chocolate, bolachas, pães, torradas, bolos, tortas, salgados,
entre outros. Normalmente com ambientação colonial, a clientela é bem
diversificada, haja vista que os produtos servidos são de fácil aceitação para
qualquer faixa etária.
Doçaria
As doçarias, apesar do nome, além de uma variada gama de doces finos,
chocolates, tortas, bolos, apresentam também salgadinhos, queijos, sorvetes
e produtos de panificação.
Os produtos podem ser consumidos no local ou levados pelo cliente.
Variam muito de configuração, com lojas muito pequenas, como quios-
ques em shopping centers, ou grandes lojas, pertencentes a redes de doçarias.
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o produ to restaurante
Sorveteria
Os sorvetes artesanais são o grande diferencial deste segmento. Para
rentabilizar mais o empreendimento e para minimizar a sazonalidade da
venda de seu produto, transformaram seus estabelecimentos em doçarias.
Os sorvetes de consumo rápido ou de massa fresca têm sido a grande no-
vidade do momento. Com sua composição menos gordurosa, esses sorvetes,
de origem italiana, são muito mais cremosos e possuem uma diversidade
de sabores, como tiramisù, gianduia, avelã, entre outros sabores inusitados.
Pub
Os pubs são um fenômeno tipicamente inglês. São bares onde os ingleses
se reúnem para beber, com hora marcada para abrir e para fechar. Servem
basicamente bebidas, em sua maioria alcoólicas.
Tratam-se normalmente de ambientes fechados, de caráter muito inti-
mista, e até há pouco tempo eram extremamente machistas. Existem muitos
pubs fora da Inglaterra, mas sempre possuem decoração tradicional inglesa.
Drugstore
Na América do Norte e na Grã-Bretanha, esse nome designa um conjunto
de drogaria, farmácia, mercearia e snack-bar, onde se encontra de tudo para
a maioria das situações emergenciais. No Brasil, esse conceito surgiu com o
nome de lojas de conveniência, onde se encontra de uma torta pronta para
comer até uma aspirina ou um alicate de unha.
Cafés
Os cafés são espaços de alimentação que têm sua origem difícil de ser
identificada, uma vez que surgiram como locais de convivência, e o consumo
do produto café (especificamente) teve início em alguns locais onde o chá
ou outras bebidas foram sendo substituídas. Porém, existem relatos destes
espaços na Europa antes de 1600 (COWAN, 2005).
Estes estabelecimentos caracterizam-se pela venda de cafés de diferentes
blends, origens, moagens e formas de preparo, além de servirem bebidas
derivadas do café, como cafés gelados, com sorvetes, entre outras. Desde
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suas origens até os dias atuais, estes espaços têm grande importância como
espaço de sociabilização; desse modo, muitos desses locais oferecem espaços
decorados para favorecer este tipo de atividade, com sofás e poltronas con-
fortáveis. Além disso, tais ambientes também acabaram sendo incorporados
ao dia a dia dos centros urbanos como lugares para pequenas reuniões, locais
de trabalho para profissionais que precisam de espaço para usarem os seus
notebooks ou acessarem a internet, assim muitos também oferecem mesas
com tomadas, wi-fi e bancadas para trabalho.
Uma das principais marcas globais de alimentação que se transformou
em referência neste segmento é a Starbucks.
Hamburguerias
Este conceito surgiu como uma variação de lanchonetes e se caracteriza
por oferecer um cardápio predominantemente com hambúrgueres e sanduí-
ches feitos com produtos de qualidade superior, como carnes, pães e queijos,
entre outros. Oferecem combinações de ingredientes que vão além das opções
básicas, como hambúrguer e cheese burger, e criam sabores inusitados ou mais
sofisticados. Essas variações aparecem nos outros itens do cardápio, como
batatas fritas combinadas com queijos ou ervas, ou ainda milk-shakes mais
elaborados, com ingredientes mais refinados ou apresentações mais ousadas.
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Marcelo Traldi da Fonseca. “Qualidade em Empresas de Alimentação”, em Ruschmann, Doris & So-
lha, Karina et al. Turismo: uma visão empresarial (Manole, 2002), pp. 72-73.
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O processo de
alimentos e bebidas
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Contabilização
Recebimento Estocagem
Compra
Venda Produção
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C OM P R A S
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organizado. Segue um modelo de ficha.
rado, para garantir uma fácil localização e para manter um registro
1 2 3 4 5
Quanti-
dade a Forne- Condi- Forne- Condi- Forne- Condi-
Item Total Total Total
ser com- cedor A ções cedor B ções cedor C ções
prada
Arroz 100 kg 1,00/kg 15 dd R$ 100 1,20/kg 21 dd R$ 120 1,40/kg À vista R$ 140
saco de saco de saco de
50 kg 10 kg 10 kg
Lentilha 20 kg 2,50/kg 15 dd R$ 75 2,60/kg 21 dd R$ 52 2,50/kg À vista R$ 50
saco de saco de saco de
15 kg 1 kg 10 kg
Feijão 10 kg 1,80/kg 15 dd R$ 27 1,70/kg 21 dd R$ 17 1,90/kg À vista R$ 19
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o pro cesso de alimentos e bebidas
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te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Custo Total
Importante: esta ordem de compra refere-se expressamente aos valores e condições
acima citados. Nenhuma alteração será aceita sem prévio consentimento dos respon-
sáveis abaixo subscritos. Qualquer alteração habilita a recusa do pedido.
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o pro cesso de alimentos e bebidas
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te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
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o pro cesso de alimentos e bebidas
Nome do produto:
Nome do fornecedor:
Data de recebimento:
Valor unitário:
Valor do produto similar
utilizado:
Produto utilizado:
Encaminhar para: Indicar os departamentos e/ou pessoas que devem
analisar o produto.
Características do produto: Descrever o tipo de produto: alimentício, limpeza,
material de consumo, etc.
Possível utilização: Caso seja produto novo, quais são as suas possíveis
utilizações. Caso seja um produto similar a um
atualmente em uso, citar as utilizações.
Testes executados: Descrever quais foram os testes empregados e os
motivos. Por exemplo, armazenagem em geladeira,
para verificar suas qualidades após certo período.
Ou teste na fritadeira, em certa temperatura durante
certo período de tempo, para verificar o ponto de
ebulição.
Desempenho nos testes: Descrever o desempenho do produto nos testes
executados. Anotar as opiniões sobre o produto,
indicando seus aspectos positivos e negativos.
Resultado: Aprovado Totalmente
Reprovado Totalmente
Aprovado Parcialmente (indicando, neste caso, quais
aspectos poderiam ou não ser aproveitados).
Data de avaliação: _____/_____/__________
Avaliador
Modelo 7
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o pro cesso de alimentos e bebidas
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Assim:
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Consumo
Estoque
de Volume de pedido
mínimo
aquisição
RECEBIMENTO
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o pro cesso de alimentos e bebidas
Área de recebimento
Para o processo de recebimento ser mais eficiente, é interessante que
haja um espaço destinado para tal utilização, onde preferencialmente se
encontrem:
Ä Espaço para a manipulação e o armazenamento de caixas limpas e
sujas.
Ä Bancada para a transferência de caixas. Nesse momento, é ideal que
os alimentos sejam transferidos de sua caixa de transporte para uma
caixa plástica ou adequada para a armazenagem correta.
Ä Cuba ou pia, para a pré-higienização dos alimentos. Quando da troca
de embalagens de transporte para embalagens de armazenagem, é
importante que se faça uma lavagem dos alimentos com água corrente
para evitar que sujeira, insetos ou até mesmo roedores entrem nas
áreas de armazenagem.
Ä Balança para grandes volumes.
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o pro cesso de alimentos e bebidas
Data:
Funcionário:
Visto administrativo/
Controladoria:
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Data: _____/_____/_________
Funcionário:
Visto Administrativo / Controladoria:
Modelo 9
o pro cesso de alimentos e bebidas
NOTA DE DEVOLUÇÃO
N o:
Fornecedor:
CNPJ:
Inscr. Estadual:
Endereço:
Fone:
TOTAL GERAL
Recebido por: Autorizado por:
Modelo 10
E ST O C AG E M / A L M OX A R I FA D O
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do processo são fatores essenciais para que esse capital possa ser aproveitado
da melhor maneira possível.
Todos os produtos, indiscriminadamente, devem ser estocados em local
apropriado, de acordo com suas características de perecibilidade. Deve-se
analisar muito bem quais são as necessidades da operação; áreas de estocagem
de matérias-primas perecíveis, que necessitam de refrigeração, devem ser
bem planejadas e dimensionadas, para evitar “jeitinhos” ao armazená-las.
Materiais semipreparados também devem receber atenção especial em se
tratando de áreas de estocagem, pois deve-se evitar seu contato com outros
alimentos in natura. Além disso, sua dinâmica de fluxo operacional é diferen-
te, pois esses produtos são requisitados em horários diferentes, sua utilização
é praticamente imediata e seus cuidados na estocagem são mais delicados,
pois já foram manipulados, sendo maior a possibilidade de contaminação.
Segundo Jack Ninemeier, deve-se atentar para três aspectos da estocagem:
1. Aspectos de segurança, tais como:
y acesso limitado, possibilidade de isolamento, atenção especial a
itens com alto valor unitário ou com maior grau de atratividade
(bebidas, cigarros ou carnes);
y controles efetivos, centralização de estoques (reduzindo por
estoques, estoques de setor, e centralizando o estoque de alimentos
pré-preparados e porcionados);
y layout que facilite a circulação de pessoas, de materiais e do ar, a
visualização dos itens e a limpeza das áreas;
y iluminação e monitoramento – ambiente bem-iluminado facilita
o trabalho de verificação e checagem de itens em estoque. Existem
empresas que colocam circuito fechado de tevê e vídeo para
monitorar as atividades na área de almoxarifado.
64
o pro cesso de alimentos e bebidas
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te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
66
o pro cesso de alimentos e bebidas
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o pro cesso de alimentos e bebidas
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te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
70
FICHA DE ESTOQUE
Histórico de Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Anual
consumo
100 200 100 200 100 100 100 200 100 100 200 200 141,60
Custo médio
Adaptado de Índio Cândido, Controles em hotelaria (3a ed., Caxias do Sul: Educs, 1996).
Modelo 12
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
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o pro cesso de alimentos e bebidas
73
74
Assistente Administrativo/
Gerente de Alimentos e Bebidas
Modelo 13
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o pro cesso de alimentos e bebidas
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o pro cesso de alimentos e bebidas
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te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
REQUISIÇÃO DE MERCADORIAS
Modelo 14
80
o pro cesso de alimentos e bebidas
IDENTIFICAÇÃO DE MERCADORIA
P R O DU Ç ÃO
81
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
FICHA TÉCNICA
82
o pro cesso de alimentos e bebidas
FICHA TÉCNICA
Onde:
y NOME DA PREPARAÇÃO – É utilizado para venda ou consta dos cardápios.
y REFERÊNCIA – É o tipo de preparação de que se trata: entradas
quentes, frias, molhos, bases de cozinha, etc.
y QUANTIDADE LÍQUIDA – É a quantidade que será efetivamente
utilizada, descartando-se as perdas. Deve ser expressa de maneira
adequada em relação à unidade de referência. Um exemplo comum
é anotar o valor de 250 para se referir à unidade em gramas.
Entretanto, a unidade de referência é quilograma. Assim, para
o valor de 250 g em uma unidade referencial em quilos, deve-se
anotar 0,250 kg.
y UNIDADE – É o valor referencial que será utilizado para a definição
de valores unitários. Deve ser seguido o mesmo raciocínio
utilizado no cálculo da apuração de inventário. Ou seja, verificar
os fracionamentos de volumes e valores nas mesmas escalas de
medida.
83
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
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o pro cesso de alimentos e bebidas
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o pro cesso de alimentos e bebidas
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te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
70 litros – 45 litros
Total = 25 litros
Valor do litro de óleo = R$ 5,00
Total de consumo no período = 25 litros
Valor total do consumo = R$ 125,00
Unidades vendidas no período = 550
Custo médio de óleo = R$ 125 ÷ 550 = R$ 0,22
Modelo 19
90
o pro cesso de alimentos e bebidas
91
92
2
Os valores citados das matérias-primas ou de qualquer outro produto não representam seus valores
de mercado, pois são números usados somente para desenvolver um raciocínio.
3
Esses custos totais são referentes somente aos valores gastos com matérias-primas diretas, não consi-
derando as despesas administrativas, com mão de obra, entre outras.
94
o pro cesso de alimentos e bebidas
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te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
96
TABELA DE APURAÇÃO DE CONSUMO PER CAPITA EM BUFFET
Grupo de Unidade Montagem 1a repos. 2a repos. 3a repos. 4a repos. 5a repos. Sobras Consumo Consumo
alimentos inicial por pax
FRIOS
Presunto cozido kg 1 0,5 0,5 0 0 0 0,1 1,9 0,05
Presunto Parma kg 1 0 0 0,5 0,5 0 0 2 0,06
Presunto Copa kg 1,5 0 0 0 0 0 0,3 1,2 0,03
QUEIJOS
Gouda kg 0,8 0 0 0 0 0,3 0,1 1,1 0,03
Gruyère kg 1 0,5 0 0 0 0 0,3 1,5 0,04
Mozarela kg 0,9 0 0 0 0 0,2 0 1,1 0,03
FRUTAS
Maçã unidade 3 0 0 0 1 0 0,5 4 0,11
Melancia unidade 4 0 0 0 2 0 1 6 0,17
Melão unidade 5 1 1 0 0 0 0 7 0,20
Tabela adaptada com a colaboração de Joice Chan.
97
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Mesa no:
No 123456
No de couverts:
Garçom: Horário:
Modelo 20
98
o pro cesso de alimentos e bebidas
No 123456
Data:
Garçom: Horário:
Mesa no: No Couverts:
A comanda pode ser também automatizada. Nesse caso, os dados são ano-
tados em uma comanda simples e transferidos para um computador, que irá
automaticamente distribuir os pedidos nos seus respectivos setores de produção,
como cozinha, bar, copa ou cambusa. Além disso, o computador já faz com que
as informações sejam automaticamente somadas, elaborando assim facilmente
um relatório consolidado por mesa e do movimento geral do restaurante.
99
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Restaurante: AB Guest
Número da mesa: 12
N de pessoas:
o
3
Garçom: 4
Horário: 21h35
Data: 09/01/xxxx
100
o pro cesso de alimentos e bebidas
Restaurante: AB Guest
Número da mesa: 12
N de pessoas:
o
3
Garçom: 4
Horário: 21h36
Data: 09/01/xxxx
Restaurante: AB Guest
Número da mesa: 12
N de pessoas:
o
3
Garçom: 4
Tempo de permanência: 1h35
Data: 09/01/xxxx
101
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
V E N DA S / SE RV IÇ O
102
o pro cesso de alimentos e bebidas
HISTÓRICO DE VENDAS
Data
Grupo / Prev. Ano
30/08 01/09 02/09 03/09 04/09 05/09 06/09
produto sem. ant.
Seg. Ter. Quar. Quin. Sex. Sáb. Dom.
Entradas
Prato A 320 290 20 30 40 40 50 60 20
Prato B 250 220 10 20 30 40 40 50 10
Prato C 180 120 5 5 10 15 30 30 10
Massas
Prato A 350 290 30 30 60 60 80 90 20
Prato B 440 420 40 50 70 70 80 120 30
Prato C 390 320 30 40 50 50 70 80 20
Carnes
Prato A 350 390 30 30 60 60 80 90 20
Prato B 440 420 40 50 70 70 80 120 30
Prato C 390 320 30 40 50 50 70 80 20
Sobremesa
Prato A 350 290 30 30 60 60 80 90 20
Prato B 240 220 40 50 70 70 80 120 30
Prato C 290 220 30 40 50 50 70 80 20
Modelo 25
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te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
104
MAPA DE VENDAS
Produto Preço 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Total Receita
total
Pratos quentes
Total 0 0,00
Modelo 26
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Dia: Quarta
Data: 01/07/xxxx
Tempo: s/n/c
RESTAURANTE
Dia % Mês % Mês Ant. %
Couverts
Almoço 0 0
Jantar 0 0
Total 0 0 0
Receita Alimentos
Almoço 0,00 0,00
Jantar 0,00 0,00
Total R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
CMV: Alimentos R$ 0,00 R$ 0,00
Receita Bebidas
Almoço 0,00 0,00
Jantar 0,00 0,00
Total R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
CMV: Bebidas R$ 0,00 R$ 0,00
(cont.)
106
o pro cesso de alimentos e bebidas
BAR
Dia % Mês % Mês Ant. %
Couverts
Almoço 0 0
Jantar 0 0
Total 0 0 0
Receita Alimentos
Almoço 0,00 0,00
Jantar 0,00 0,00
Total R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
CMV: Alimentos R$ 0,00 R$ 0,00
Receita Bebidas
Almoço 0,00 0,00
Jantar 0,00 0,00
Total R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
CMV: Bebidas R$ 0,00 R$ 0,00
BAR DO LOBBY
Dia % Mês % Mês Ant. %
Couverts 0 0
Receita
Alimentos 0,00 0,00
Total R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
CMV
Alimentos 0,00 0,00
Bebidas 0,00 0,00
Total R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
(cont.)
107
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
EVENTOS
Dia % Mês % Mês Ant. %
Couverts 0 0
Receita
Alimentos 0,00 0,00
Bebidas 0,00 0,00
Aluguéis 0,00 0,00
Total R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
CMV
Alimentos 0,00 0,00
Bebidas 0,00 0,00
Total R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
REFEITÓRIO
Dia % Mês % Mês Ant. %
Couverts 0 0
Receita 0,00 0,00
Alimentos 0,00 0,00
RESUMO
Dia % Mês % Mês Ant. %
Couverts 0 0 0
Receita
Alimentos 0,00 0,00 0,00
Bebidas 0,00 0,00 0,00
Aluguéis 0,00 0,00 0,00
Total R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
CMV
Alimentos 0,00 0,00 0,00
Bebidas 0,00 0,00 0,00
Total R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Modelo 27
108
o pro cesso de alimentos e bebidas
A NÁ L I SE DA S I N F O R M AÇ Õ E S
109
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
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o pro cesso de alimentos e bebidas
Consumo Teórico = 24 kg
Consumo Teórico = 5 kg
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o pro cesso de alimentos e bebidas
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Índices de
desempenho
115
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Em que:
Assim, teríamos:
Por exemplo:
Consumo = R$ 20.000,00
ALIMENTOS REFERÊNCIA
20% Baixo
25% a 30% Médio
Acima de 30% Alto
BEBIDAS ALCOÓLICAS
15% Baixo
20% a 25% Médio
Acima de 25% Alto
116
índices de desempenh o
Assim, podem-se tomar como referência para este item os valores de CMV
de alimentos.
Deve-se, ainda, levar em consideração que um CMV muito baixo não é
necessariamente um indicador positivo. Este pode estar associado a uma baixa
qualidade de matérias-primas, principalmente se o índice cai abruptamente
de um mês para outro.
De maneira geral, esse índice deve ser muito bem controlado e acompa-
nhado por todos os envolvidos no processo.
O Custo de Mão de Obra é um custo fixo. Assim sendo, seu valor per-
centual em relação à receita pode variar de acordo com o volume de vendas.
Em meses em que as vendas caem, o valor percentual tende a subir, caso não
haja nenhuma alteração na folha de pagamento.
Prime Cost
Prime Cost é a denominação em inglês para custos primários da produção,
que estão compreendidos entre matéria-prima e mão de obra.
117
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
45 a 50% Baixo
50% a 60% Médio
Acima de 60% Alto
Note-se, também, que esse índice possui uma parte variável e uma parte
fixa. Assim sendo, seu valor percentual pode variar de acordo com o volume
de vendas.
118
índices de desempenh o
Couvert Médio
Couvert Médio representa a média gerada pela venda de alimentos e be-
bidas por cliente. De maneira geral, esse índice é apurado pela receita geral
de alimentos e bebidas. Podem-se apurar separadamente, no entanto, os
couverts médios de alimentos e de bebidas por ponto de venda.
Esse índice também não possui parâmetros predefinidos, variando de
acordo com o conceito do restaurante.
Assim, teríamos:
Rotatividade de assentos
A rotatividade é um referencial de ocupação dos assentos disponíveis
para a venda. Assim, podemos calcular quantas vezes cada assento é ocupado
em um período.
119
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
120
índices de desempenh o
121
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
122
ROTATIVI-
DADE (EM CUSTO
CONCEITO COUVERT MÉDIO % CMV % CMO CMV CMO
VEZES POR PRIMÁRIO
ASSENTO)
Luxo Acima de R$ 120,00 0,5 – 1,5 60% 27%–25% 33%–35% Baixo Alto
Moderado Entre R$ 60,00 e R$ 65,00 a 1,5 – 2,5 60% 27%–30% 33%–30% Médio baixo Médio alto
R$ 100,00 e R$ 120,00
Familiar Entre R$ 35,00 e R$ 40,00 a 2,0 – 3,0 60% 30%–33% 30%–27% Médio Médio
R$ 60,00 e R$ 65,00
Econômico Entre R$ 1,00 a 2,0 – 4,0 60% 33%–35% 27%–25% Médio alto Médio baixo
R$ 35,00 e R$ 40,00
Obs. Estes valores são referenciados na cidade de São Paulo. Em outras praças, esses valores de Couvert Médio podem ser
diferentes, uma vez que o cenário competitivo e as características de mercado são distintas.
Valor de referência na data desta edição com 1 USD = R$ 2,40.
índices de desempenh o
123
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Rotatividade de estoque
Esse índice representa a velocidade de uso dos itens de estoque. Valores
muito baixos demonstram que esses itens permanecem muito tempo arma-
zenados, o que aumenta a possibilidade de perdas ou inadequação para o
consumo. Em contrapartida, valores muito altos podem acarretar falta de pro-
dutos, caso em que o estabelecimento mantém um estoque muito reduzido.
Esse fator também depende da localização, da possibilidade de armaze-
nagem e do fluxo de caixa do estabelecimento.
Para restaurantes localizados em grandes centros comerciais, esse número
pode ser um pouco mais elevado, haja vista que existe grande facilidade para
a reposição dos estoques.
Em restaurantes situados em áreas de menor oferta, esse número será
mais elevado, pois serão necessários níveis de estoques mais altos.
O tipo de operação também influencia esse índice. Restaurantes fast food
possuem uma rotatividade de estoque muito maior que um restaurante
gastronômico. Este tem sua rotatividade de estoque muito diminuída devido
aos vinhos, que tendem a sair menos.
Para se calcular o valor da rotatividade de estoque, deve-se apurar ini-
cialmente o valor médio dos estoques, da seguinte maneira:
124
índices de desempenh o
Esse cálculo deve ser feito separadamente para cada grupo de produtos.
Assim, pode-se ter uma ideia mais precisa do real desempenho, haja vista que
cada grupo possui uma premissa diferente de rotatividade. Um grupo como
o de vinhos possui uma rotatividade muito menor que o de refrigerantes.
Podem-se citar alguns grupos de produtos, como:
Ä alimentos;
Ä bebidas alcoólicas;
Ä bebidas não alcoólicas;
Ä suprimentos de limpeza;
Ä embalagens.
125
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
RECEITAS
Alimentos
Bebidas
Total
Custos
Alimentos
Bebidas
OUTRAS RECEITAS
Aluguel de salões
Banquetes / Eventos
Outras receitas
Receita total
Despesas
Salários
Encargos
Benefícios
Alimentação de func.
Total Folha de pagamento
OUTRAS DESPESAS
Utensílios
Lavanderia
Segurança
Combustíveis
Licenças / Taxas
Música
Material de operação
Uniformes
Outras despesas
Total de despesas
Resultado
126
Métodos
gerenciais
M É T O D O S E M P Í R IC O S OU I N F O R M A I S
Intuição
Estabelece-se o preço de venda com base na percepção de valor que se
tem, ou seja, colocando-se o preço que supostamente o cliente pagaria pela
referida mercadoria.
Competidores
Aplica-se o mesmo preço praticado pelos concorrentes.
É o método mais utilizado.
4
Adaptado de David Lord Tuch, Controles gerenciais hoteleiros (São Paulo: Senac, 1997).
127
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Psicológico
Estabelece-se o preço baseado na expectativa de gasto do cliente, não
levando em consideração nenhum custo incidente na produção. É, de certa
maneira, um método um pouco mais lúcido, se o produto for novo ou não
houver concorrente ou similar no mercado. Esse método pode servir de linha
de raciocínio para a elaboração de um preço de venda, mas não como único
fator de composição de preço.
Tentativa e erro
Estabelece-se o preço por um período de tempo e avaliam-se os resultados.
Essa tática mede a sensibilidade do público com relação à variação de
preços. Todavia, é uma prática um tanto arriscada, pois constantes variações
nos preços de venda transferem uma imagem negativa ao produto.
M É T O D O S C I E N T Í F IC O S OU F O R M A I S
Método de indexação
Nesse método, o índice indexador será o CMV absoluto, ou seja, o custo
direto de matéria-prima para a produção de determinado produto.
Para apurarmos o preço de venda, partiremos de um valor de custo apu-
rado na ficha técnica da preparação, sobre o qual incidirá o fator indexador,
resultante da relação esperada entre custo e receita.
128
métod os gerenciais
FICHA TÉCNICA
129
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
130
métod os gerenciais
Lucro 10
Folha de pagamento 30
Gastos operacionais 25
TOTAL 65
Receita 100
Total de gastos 65
CMV 35
Por meio desse método, sabemos então que, para obtermos um lucro
de 10% da receita, um custo com folha de pagamento de 30% em relação à
receita, de 25% com relação a gastos operacionais, o CMV deverá ser de 35%.
Geralmente, esses gastos podem ser determinados por meio da análise do
comportamento de gastos do restaurante nos meses ou períodos anteriores.
131
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
132
métod os gerenciais
RECEITAS R$ 851.322,00
CMV R$ 261.110,00
Lucro bruto R$ 590.212,00
Couverts 108.113
LBM R$ 5,46
Engenharia de cardápio
A engenharia de cardápio é um método gerencial para análise de infor-
mações extremamente úteis e importantes em restaurantes que pretendem
adequar-se às necessidades do público e de gerenciamento.
Este instrumento deve ser utilizado de maneira criteriosa e com infor-
mações confiáveis, obtidas por meio dos sistemas citados anteriormente. Ele
nos possibilita apurar a situação operacional de um restaurante, tendo como
referência as suas matrizes.
133
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
M É T O D O SM I T H - KA S AVA NA S
134
GRUPO DE VENDAS: CARNES
Item Qtd. Preço Preço Total Total Margem Total CMV Percent.
de de de de de de margem de
venda venda custo vendas custos lucro de lucro vendas
Escalope 120 12,24 3,46 1468,8 415,20 8,78 1053,60 28,27% 7,79%
Chateaubriand 250 13,8 3,45 3450,0 862,50 10,35 2587,50 25,00% 16,22%
Tournedos 348 14,2 2,34 4941,6 814,32 11,86 4127,28 16,43% 22,58%
Baby-beef 230 15,34 5,56 3528,2 1278,80 9,78 2249,40 36,25% 14,93
Medalhão 248 13,2 3,45 3273,6 855,60 9,75 2418,00 26,14% 16,09%
Picanha ao alho 345 10,26 4,56 3539,7 1573,20 5,70 1966,50 44,44% 22,39%
1541 20201,9 5799,62 14402,2 177% 100%
No de itens 6
CMV médio 29,43%
Média das margens de lucro 9,34
Linha média de percent. de vendas 11,67%
métod os gerenciais
135
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
136
métod os gerenciais
Outras informações que podemos extrair dessa matriz são algumas mé-
dias, que nos fornecerão informações complementares. São elas:
Ä PREÇO DE VENDA MÉDIO – É a divisão do somatório dos preços de vendas
unitários divididos pelo número de itens analisados.
Ä PREÇO DE CUSTO MÉDIO – É a divisão do somatório dos preços de custos
unitários pelo número de itens em estudo.
Ä MÉDIA DAS MARGENS DE LUCRO – É a divisão do somatório das margens
de lucro individuais pelo número de itens em estudo.
Ä CMV MÉDIO – É a divisão do somatório dos CMVs individuais pelo
número de itens em estudo.
Ä MÉDIA DE VENDAS – É o somatório dos itens vendidos divididos pelo
número de itens em estudo.
Feita essa matriz passaremos então ao próximo passo de nosso estudo,
que é a análise gráfica do grupo de vendas.
Nessa análise gráfica, realizada por meio de comparações entre contribui-
ção individual de margem de lucro pela sua popularidade ou porcentagem
de vendas, definiremos qual a caracterização de determinado item, dentro
de seu contexto de vendas. Para tanto deveremos definir quais serão os pa-
râmetros de comparação.
137
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Análise gráfica
A análise gráfica dá-se em dois eixos:
O eixo X demonstra as margens de lucro, em que estarão representados
os valores de margem de lucro, alocados segundo suas contribuições uni-
tárias individuais.
No eixo Y, estarão alocados os valores de porcentagens de vendas alocados
segundo suas margens de contribuição percentuais no total das vendas do
grupo.
Para estabelecer parâmetros de comparação para a análise gráfica, deve-
mos, em primeiro lugar, definir suas linhas médias.
Ä Linha Média do Eixo X (Margem de Lucro)
Para calcularmos a linha média do eixo X devemos tomar os seguin-
tes valores: margem de lucro total dividida pelo número de pratos
vendidos do grupo.
No exemplo, teríamos:
y Somatório das margens de lucro = R$ 14.402,20
y Total de pratos vendidos no período = 1.541 unidades
y Linha Média Eixo X = R$ 14.402,20 / 1.541 = R$ 9,34
138
métod os gerenciais
Quadrante 1 Quadrante 2
–+ ++
11,67%
Quadrante 3 Quadrante 4
–– +–
x
9,34
QUADRANTE 1
Ä Relação com margem de lucro negativa.
Ä Relação com porcentagem de vendas positiva.
Ä Os pratos que se encontram nesse quadrante recebem o nome de
Burros de carga. São caracterizados por uma baixa margem de lucro
139
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
QUADRANTE 2
Ä Relação com margem de lucro positiva.
Ä Relação com porcentagem de vendas positiva.
Ä Os pratos que se encontram nesse quadrante são caracterizados como
Estrelas. São os pratos mais populares e lucrativos do restaurante, e
merecem atenção.
y Manter controle sobre a manutenção do padrão e da qualidade.
y Orientar o pessoal de salão para estímulo de vendas.
QUADRANTE 3
Ä Relação com margem de lucro negativa.
Ä Relação com porcentagem de vendas negativa.
Ä Os pratos caracterizados nesse quadrante são os Abacaxi ou Cão.
Ä Em primeiro lugar, devemos analisar a que distância se encontram
das linhas médias. Caso não estejam muito distantes da linha média
da margem de lucro, devemos tentar aumentar sua margem de con-
tribuição, analisando a composição de custo. Analisamos também sua
relação com a linha média de porcentagem de vendas. Se não estiverem
muito distantes dessa linha, devemos instruir o pessoal de salão para
estimular a venda do prato, caso haja sucesso na redução dos custos.
140
métod os gerenciais
QUADRANTE 4
Ä Relação com margem de lucro positiva.
Ä Relação com porcentagem de vendas negativa.
Ä Os pratos deste quadrante caracterizam-se como Quebra-cabeças ou
Menino prodígio. Esses pratos possuem uma boa margem de lucro e
uma baixa porcentagem de vendas. São, de certa maneira, pratos posi-
tivos para o restaurante, pois sua contribuição para margem de lucro
é boa. Todavia, sua relação de porcentagem de vendas é baixa. Assim,
devemos incentivar suas vendas, por indicação dos profissionais de salão,
pela mudança na colocação do prato no cardápio, ou, ainda, promovê-
-lo por meio de comunicação visual ou outra forma de comunicação.
Tomaremos agora a matriz utilizada para fazer uma análise do cardápio.
141
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Escalope Cão ––
Chateaubriand Estrela ++
Tournedos Estrela ++
Baby-beef Burro de carga –+
Medalhão Estrela ++
Picanha Burro de carga –+
MÉTODO MILLER
142
GRUPO DE VENDAS: CARNES
Item Qtd. Preço Preço Total Total Margem Total CMV Percent.
de de de de de de margem de
venda venda custo vendas custos lucro de lucro vendas
Escalope 120 12,24 3,46 1468,8 415,20 8,78 1053,60 28,27% 7,79%
Chateaubriand 250 13,8 3,45 3450,0 862,50 10,35 2587,50 25,00% 16,22%
Tournedos 348 14,2 2,34 4941,6 814,32 11,86 4127,28 16,43% 22,58%
Baby-beef 230 15,34 5,56 3528,2 1278,80 9,78 2249,40 36,25% 14,93
Medalhão 248 13,2 3,45 3273,6 855,60 9,75 2418,00 26,14% 16,09%
Picanha ao alho 345 10,26 4,56 3539,7 1573,20 5,70 1966,50 44,44% 22,39%
1541 20201,9 5799,62 14402,2 177% 100%
No de itens 6
CMV médio 29,43%
Média das margens de lucro 9,34
Linha média de percent. de vendas 11,67%
métod os gerenciais
143
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
No exemplo, teríamos:
Quadrante 1 Quadrante 2
++ –+
256,83
Quadrante 3 Quadrante 4
+– ––
x
29,50%
QUADRANTE 2
Ä Relação com CMV negativa.
Ä Relação com volume de vendas positiva.
Ä Os pratos neste quadrante recebem o nome de Marginais I.
144
métod os gerenciais
QUADRANTE 3
Ä Relação com CMV positiva.
Ä Relação com volume de vendas negativa.
Ä Os pratos caracterizados nesse quadrante recebem o nome de Mar-
ginais II.
Ä Por possuírem uma relação negativa com volume de vendas, é ne-
cessário um esforço para que haja um incremento nesse fator. Para
tanto, devemos em primeiro lugar analisar sua distância da linha
média do eixo X, ou seja, analisar sua composição para avaliar uma
possível alteração no preço de venda, com decréscimo do custo, para
não alterarmos o CMV. Caso não seja possível a redução no custo,
mas se tenha uma distância razoável da linha média, pode-se reduzir
o preço de venda. Além dessa mudança no preço de venda, devemos
estimular a saída do prato, divulgando-o, seja por indicação de vendas
pelo pessoal de salão, seja por meio de comunicação visual, ou ainda
pela mudança de sua localização no cardápio.
QUADRANTE 4
Ä Relação com CMV negativa.
Ä Relação com volume de vendas negativa.
Ä Caracterizado por ambas as comparações negativas, este prato pode ser
excluído do cardápio em último caso. Antes, porém, devemos analisar
sua distância das linhas médias e avaliar as possíveis atitudes, como
145
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Escalope Marginal II +–
Chateaubriand Marginal II +–
Tournedos Vencedor ++
Baby-beef Perdedor ––
Medalhão Marginal II +–
Picanha Marginal I –+
M É T O D O PAV E SIC
146
métod os gerenciais
Análise gráfica
Para a análise gráfica, teremos então, como linha média do eixo X, o
CMV percentual médio, e, para o eixo Y, a margem de contribuição média.
Na matriz em questão, teremos no eixo X a linha média = 29,50%, e, no
eixo Y, R$ 14.402,20 ÷ 6 = R$ 2.400,36.
Nessa análise, para a alocação dos valores no eixo Y, utilizaremos os valores
totais de margens de lucro unitárias.
Quadrante 1 Quadrante 2
++ –+
2.400,36
Quadrante 3 Quadrante 4
+– ––
x
29,50%
147
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
QUADRANTE 2
Ä Relação com CMV negativa.
Ä Relação com margem de contribuição positiva.
Ä Quadrante caracterizado como Standard. Diferentemente das outras
análises, em que os parâmetros não tinham relação direta, esta faz um
estudo nos quais os parâmetros são diretamente proporcionais. Haja
vista que margem de lucro é a diferença entre preço de venda e preço
de custo, e CMV percentual é a relação entre custo e receita, sendo
o CMV, na análise individual de cada item, a relação entre preço de
venda e preço de custo. Ao se alterar uma dessas variáveis, será alterado
o resultado em ambos os eixos.
Ä Como exemplo, se alterarmos de R$ 2,00 para R$ 3,00 o preço de
venda de um prato que tem um preço de custo de R$ 0,40, este passa
a ter uma margem de lucro de R$ 2,60 em comparação à anterior, que
era de R$ 1,60, com vendas no período de 200 unidades, passando
da margem de contribuição de 320 unidades para 520. O CMV per-
centual, que era de 20%, passa a 13%. Ou seja, alterando-se somente
uma das variáveis, altera-se sua caracterização em ambos os eixos.
Ä Assim sendo, para alterar a caracterização de um prato em um dos
eixos, devemos analisar qual será o impacto no eixo oposto.
Ä Para este quadrante, que possui uma margem negativa com relação
ao eixo X, devemos alterar o preço de custo, reduzindo-o. Todavia,
levamos em consideração a distância a que este se encontra da sua
linha média e sua composição de custos, pois podemos alterar sua
qualidade, mas não ao ponto de comprometê-la. Outra alternativa
pouco recomendada seria aumentar o preço de venda, alterando
também o CMV percentual.
QUADRANTE 3
Ä Relação com CMV positiva.
Ä Relação com margem de contribuição negativa.
Ä Quadrante caracterizado como Dorminhoco.
148
métod os gerenciais
QUADRANTE 4
Ä Relação com CMV negativa.
Ä Relação com margem de contribuição negativa.
Ä Quadrante caracterizado como Problema.
Ä Este quadrante, como o próprio nome diz, deve receber uma atenção
especial. Por possuir relação negativa com ambas as linhas médias, deve-
mos, em primeiro lugar, analisar suas distâncias a essas linhas. Se muito
distante, o prato poderá ser excluído e depois novamente incluído com
algumas modificações no nome, na composição de custos e no preço
de venda. É melhor mudar o produto do que reduzir drasticamente
sua qualidade. Além disso, já possui um baixo índice de vendas e, se
aumentarmos seu preço, provavelmente piorará sua colocação.
Ä Caso as distâncias das linhas médias não sejam tão grandes, devemos
em primeiro lugar analisar sua composição de custos, tentando reduzi-
-los. Em paralelo, devemos dar um estímulo à venda desse prato, por
meio de indicação de venda pelo pessoal de salão, ou por comunicação
visual, ou ainda pela mudança de sua colocação no layout do cardápio.
Assim, teríamos na matriz as seguintes caracterizações:
Escalope Dorminhoco +–
Chateaubriand Prime ++
Tournedos Prime ++
Baby-beef Problema ––
Medalhão Prime ++
Picanha Problema ––
149
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
M É T O D O HAY E S - H U F F M A N 5
Os criadores desse método foram David Hayes e Lynn Huffman, por meio
de artigo publicado na Cornell Quarterly em fevereiro de 1985.
Seu método não faz uma análise comparativa entre dois desempenhos,
vendas com margem de lucro ou CMV, e sim uma análise da composição
entre vários fatores interligados, sendo seus resultados diretamente propor-
cionais e inversos a vários fatores, entre eles: preço de venda, CMV percentual,
composição de custos variáveis e quantidades de venda.
Todas essas análises possuem pontos positivos e negativos, os quais pas-
saremos a abordar a posteriori. Foi feito, no entanto, um estudo entre todos
os métodos e definiu-se uma tabela de concordância; compararam-se os
resultados de uma mesma situação com os cinco métodos e analisaram-se
as composições de resultados. O fator de menor relação possível foi de 0,04
e o maior, de 1,00, chamado fator r.
PARES FATOR r
5
Adaptado de John B. Knight & Lendal H. Kotschevar, Quantity Food Production. Planning and Mana-
gement (2a ed. Nova York: Van Nostrand Reinhold, 1989).
150
métod os gerenciais
151
152
métod os gerenciais
153
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
1 Pasta R$ 40,32
2 Frango 2 R$ 35,62
3 Frango 1 R$ 26,67
4 Baby-Beef R$ 21,03
5 Steak R$ 19,75
6 Lagosta R$ 16,65
7 Camarão R$ – 2,32
8 Cordeiro R$ – 10,15
9 Salmão R$ – 17,74
10 Vitela R$ – 20,35
Total R$ + 110,00
154
métod os gerenciais
A × B × C × D = valor padrão
Em que:
A = 1 – 0,35
B = 20
C = 8,50
D = 1 – (0,35 + 0,35)
Teremos:
Valor padrão = (1 – 0,35) × 20 × [8,50 × (1 – 0,35 + 0,35)]
Valor padrão = 0,65 × 20 × (8,50 × 0,3)
Valor padrão = 0,65 × 20 × 2,55
Valor padrão = 33,15
Devemos lembrar que os valores para a apuração do valor padrão são
valores médios, e não unitários.
Apurado então o valor padrão, passam-se a apurar os valores unitários.
155
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
ITEM CARACTERIZAÇÃO
Essa análise nos permite fazer uma projeção mais exata da inclusão ou
exclusão de determinado item em nosso cardápio. Por não se utilizar de linhas
médias, a análise torna-se menos dinâmica, pois, alterando a configuração de
determinado item – por exemplo, preço de venda –, será alterada em menor
escala a dinâmica do grupo.
Como exemplo, se incluirmos um item no cardápio, com o nome de
Frango Agridoce, a um custo de R$ 2,00 e um preço de venda de R$ 6,95,
saberemos que seu CMV percentual será de 28,70%. Para sabermos qual será
o número ideal de vendas para que esse prato seja um vencedor, ou tenha um
valor igual ou acima do valor padrão, devemos incluí-lo na análise.
Valor padrão = (1 – 0,287) × B × {6,95 × [1 – (0,28 + 0,35)]}
33,15 = (1 – 0,287) × B × [6,95 × (1 – 0,63)]
33,15 = 0,713 × B × 6,95 × 0,37
33,15 = B × 1,83
B = 33,15 ÷ 1,83
B = 18,11
156
métod os gerenciais
Por meio desse cálculo, podemos saber qual o montante a ser vendido
em determinado período, para que se possa atingir o ponto de equilíbrio.
Como exemplo, um restaurante, The Lord, que possui a seguinte carac-
terização:
PE = R$ 2.500,00 + R$ 17.500,00
1 (100%) – (R$ 70.000,00 ÷ R$ 100.000,00)
157
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
PE = R$ 20.000,00
1 (100%) – 0,70
PE = R$ 20.000,00
1 – 0,70
PE = R$ 20.000,00
0,30 ou 30%
PE = R$ 66.666,66
158
métod os gerenciais
159
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
X = R$ 820,00 + 0,28
0,72X = R$ 820,00
X = 820 ÷ 0,72
X = R$ 1.138,88
Sabe-se que a receita desse evento deverá ser R$ 1.138,88 para se atingir
o ponto de equilíbrio. Como o evento está dimensionado para 60 pessoas,
pode-se facilmente calcular qual seria o preço por pessoa.
Receita = R$ 1.138,88
Número de pessoas = 60
160
métod os gerenciais
Esse cálculo, entretanto, não considerou aspectos como valor de água, luz,
depreciação, entre outros. Incluíram-se apenas os custos diretos do evento.
O ponto de equilíbrio pode definir até o tipo de restaurante que será
criado.
Tomemos um restaurante a ser implantado a um custo de imóvel de
R$ 500.000,00. Considere-se uma depreciação média de 10 anos. Assim
sendo, a depreciação se daria em 120 meses. Dividindo-se o valor investido
por 120, teríamos: R$ 500.000,00 / 120 meses = R$ 4.166,66 por mês a se-
rem acrescidos aos custos fixos do restaurante. Se o restaurante operar com
uma folha de pagamento de R$ 25.000,00 mensais, e um custo variável de
28% em relação à receita, qual deverá ser a sua receita média para atingir o
ponto de equilíbrio?
Tomemos o mesmo raciocínio anterior:
X = R$ 29.166,66 + 0,28
0,72X = R$ 29.166,66
X = R$ 29.166,66 ÷ 0,72
X = R$ 40.508,33
161
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Calcula-se, então:
Bebida = R$ 1,50
162
métod os gerenciais
Para saber qual produto poderá ser servido ao cliente, devem-se analisar
os componentes de custo do produto.
Sendo o preço médio do alimento = R$ 5,25 e sabendo-se que a média
de custos variáveis é de 28%, pode-se saber que o cálculo para adequação do
custo médio de matéria-prima será R$ 5,25 × 28%, e R$ 1,47 será o preço
médio de custo.
Por meio desse simples raciocínio, pode-se ter um parâmetro para a
definição das preparações culinárias a serem desenvolvidas para o prato
executivo, que será o somatório de matéria-prima que atinja em média
R$ 1,47 para que o restaurante possa trabalhar dentro das premissas de custo
projetadas, com um gasto médio dentro do ponto de equilíbrio.
É certo que, via de regra, esse valor deverá ser mais alto. O cálculo de-
senvolvido para essa análise trabalha com um ponto de equilíbrio em que
os custos são iguais às receitas.
Na prática, esse cálculo pode ser desenvolvido utilizando-se valores reais,
como gasto médio realizado, ou gasto médio projetado com base na carac-
terização do público-alvo. (Ver capítulo “Métodos gerenciais”.)
163
revenue management
para negócios de alimentação
6
Robert G. Gross, Revenue management: hard-core tatics for marketing domination (Nova York: Broa-
dway Books, 1997).
7
Sheryl E. Kimes e Kelly A. Mcguire, Function space revenue management: applying yield management
to function spaces (Nova York: Cornell Center of Hospitality Research, 2001).
8
Marcelo Traldi Fonseca, “Qualidade em empresas de alimentação”, em RUSCHMANN, Doris; SO-
LHA, Karina, Turismo: uma visão empresarial (São Paulo: Manole, 2005).
165
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
9
Ibidem.
10
Sheryl E. Kimes e Kelly A. Mcguire, “Implementing restaurant revenue management”, em Cornell
Hotel and Restaurant Administration Quarterly, June 1999.
166
rev e nue m anage m ent para negó cios de alimentação
1. estoque perecível;
2. custos fixos altos;
3. baixo custo variável;
4. sazonalidade da demanda;
5. previsibilidade de vendas;
6. similaridade de itens de inventário.
Não é necessário que uma empresa possua todas essas características
para aplicar tais conceitos, porém quanto mais características tiver, maior a
possibilidade de resultados positivos.
Em negócios de alimentação, todas essas características são válidas, com
exceção do baixo custo variável, porque o custo da mercadoria vendida,
em muitos casos, acaba sendo bastante alto para determinados conceitos
de negócio. Mais ainda, alguns produtos podem apresentar maiores CMVs
do que outros. Mesmo assim, isso não inviabiliza a aplicação do conceito.
O que se faz necessário é uma análise dos produtos oferecidos em con-
dições diferenciadas para que os percentuais de custos variáveis não sejam
elevados.
Segundo Robert Gross, existem sete princípios básicos para a aplicação
dos conceitos de RM:
1. FOCAR NO PREÇO EM VEZ DE NOS CUSTOS AO BALANCEAR OFERTA E DE-
MANDA: o posicionamento dos produtos será considerado pelo preço
de venda. Não será esquecido o preço de custo, porém deverão ser
usadas as preparações ou produtos que permitam boa margem de
contribuição. Para saber quais seriam os melhores produtos, pode-se
fazer uma análise do cardápio utilizando a engenharia de cardápios
como ferramenta.
2. SUBSTITUIR PRECIFICAÇÃO COM BASE (EXCLUSIVAMENTE) EM CUSTOS POR
PRECIFICAÇÃO DE MERCADO: avaliando o contexto de mercado em que se
encontra seu negócio, comparar os valores que aplica com os da con-
corrência. Não que deva seguir ou copiar os preços dos concorrentes,
167
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
168
rev e nue m anage m ent para negó cios de alimentação
169
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Horário Capacidade
Clock Capacity
Cliente
Costumer
Calendário Custo
Calendar Cost
Em que:
1. CALENDÁRIO: a chave para a aplicação da estratégia de RM é a previ-
sibilidade da demanda e ter uma boa ideia de quando seus clientes
vão chegar ou sair. Dessa forma, pode-se gerenciar a demanda. Nesse
cenário, entende-se quais são os dias e as épocas do ano em que a
procura é maior, definindo períodos considerados premium, em que
os preços podem ser mais elevados.
2. HORÁRIO: considerar que a chave para a aplicação da estratégia de RM
é a previsibilidade da demanda e o horário em combinação com o
calendário é crucial nesse método. Assim, não somente os horários
de chegada e de saída, mas também o período médio das refeições é
fundamental, pois se o estoque está associado ao número de assentos,
quanto menor o tempo em que os clientes permanecerem sentados,
maior a disponibilidade de venda dos estoques.
Uma das formas interessantes para a análise desse ponto é identificar
o tempo médio de permanência por dia da semana e por período.
Pode-se fazer isso de duas formas. Uma delas é pelos sistemas de
informação que registram os tempos médios de permanência por
170
rev e nue m anage m ent para negó cios de alimentação
171
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
172
rev e nue m anage m ent para negó cios de alimentação
Chegada
Política de reservas
Pagamento
Sobremesas
Demora na entrega
Recepção Demora na entrega
Garçom/caixa desatentos
Sem host(ess) Pedido errado
Demora no processamento
Fila de espera Estratégia de venda
Conta errada
Limpeza da mesa
Limpeza da mesa
Entradas
Pedido Demora na entrega
Clientes confusos Pedido errado
Serviço desatento Estratégia de venda
Limpeza da mesa
173
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Não existe solução única para cada situação, mas sim uma série de pos-
síveis ações isoladas ou conjuntas de modo que esses problemas deixem de
acontecer ou sequer aconteçam.
O conceito do negócio de alimentação e o posicionamento, entre ou-
tros, interferem também nas possíveis ações para melhorar o desempenho
operacional e de vendas.
Restaurantes de luxo têm ações e alternativas distintas de restaurantes
econômicos ou familiares.
O ponto crucial de todo esse processo operacional está na capacitação
da brigada, que deve estar apta para atender o cliente de forma atenciosa
e profissional. Cada atendimento deve ser o mais rentável possível para o
estabelecimento e o mais agradável possível para o cliente.
Outro ponto extremamente importante nesse processo gerencial é a
escolha de produtos a serem vendidos de maneira a gerar maior receita.
Além disso, deve-se conseguir a melhor margem de contribuição com essas
vendas.
A utilização da engenharia de cardápios discutida neste livro pode favo-
recer de forma significativa a otimização dos resultados.
Assim, ao identificar a possibilidade de criar um preço diferenciado para
um grupo associado a uma administradora de cartões de crédito, pode-se
desenvolver um menu que combine produtos estrela (com alta margem
de lucro e alta venda) com outros dois produtos quebra-cabeças (com alta
margem de lucro e baixa venda).
Outras possibilidades podem ser pensadas, de acordo com esse raciocí-
nio. São inúmeras, de acordo com as necessidades e as intenções do posicio-
namento de preços e as margens de contribuição esperadas para as ações.
Para entender a efetividade das ações de venda, é importante haver um
índice que aponte os resultados de vendas.
Para o RM, o índice que indica a efetividade das vendas dos itens em
estoque, nesse caso assentos, é o REVPASH, em inglês Revenue Per Available
Seat Hour, ou Receita Por Assento Disponível por Hora.
174
rev e nue m anage m ent para negó cios de alimentação
Para calcular esse índice em um restaurante com 100 assentos, que fun-
ciona durante quatro horas no período do almoço e que gerou R$ 10.000,00
em um dia de venda, teríamos o seguinte valor de REVPASH:
REVPASH
100 assentos
4 horas de funcionamento
REVPASH – R$ 25,00
Esse valor de REVPASH seria o valor médio do dia. Ainda seria possível
calcular o valor do REVPASH por fração desse dia.
Considerando a fração em horas, teríamos:
REVPASH
100 assentos
Sabe-se, assim, que os horários que têm gerado melhores resultados são
das 12 horas às 14 horas, e que os horários das 11 horas às 12 horas e das 14
horas às 15 horas podem ser melhor trabalhados para gerar maior receita.
175
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Ao planejar uma ação para esses dois horários, seria possível, por exem-
plo, usar uma política de descontos para quem viesse almoçar nesses perí-
odos, atraindo pessoas que respondam a preço mais baixo mesmo em tais
horários, deixando disponíveis assentos para pessoas que queiram pagar
preços premium em horários premium.
Nesse cenário, estaríamos vendendo o produto certo – uma vez que o
cliente precisa almoçar –, ao preço certo, para a pessoa certa, na medida em
que esse cliente responde ao estímulo de preços mais baixos, dispondo-se
a abrir mão de comer mais tarde para almoçar mais cedo por um preço
menor.
Muitos negócios de alimentação exploram esses conceitos com aplica-
ção de estratégias de preços, como:
Ä Utilizar preços diferenciados para almoço e jantar durante a semana
e nos finais de semana, ou ainda preços distintos para homens ou
mulheres, ou para casais; essa prática é muito usada por churrascarias.
Ä Preços distintos para horários das 11 horas às 11h30 e das 15 horas
às 15h30 para almoço, como fazem alguns restaurantes por quilo ou
outros restaurantes em centros comerciais.
Ä Descontos para clientes que apresentarem ingressos de cinema ou
teatro, ou alguma outra atração geradora de demanda para o negócio
de alimentação, como um parque de diversões.
Ä Afiliação ou associação a grupos de compra coletiva, como Privalia ou
Grupon®, oferecendo preços e condições especiais para um número
mínimo de compradores, em determinados dias, horários e períodos
do ano.
Ä Associação com administradoras de cartões de crédito, oferecendo
preços, cardápios e condições especiais para diferentes segmentos
(relacionados ao tipo de cartão de crédito, mais ou menos exclusivos).
Ä Associação com a Restaurant Week, oferecendo, dentro de um período
restrito e em determinados horários, um cardápio especialmente
criado para essa ação por preço fixo e fechado (com valores distintos
para almoço e para jantar).
176
rev e nue m anage m ent para negó cios de alimentação
11
Cassandra Silva e Alexandre Gracioso, “Mc Donald’s: concorrência e adequação à realidade brasileira
central de case”, ESPM/Exame, no 26, disponível em: http://portalexame.abril.com.br/static/aberto/
cenarios/case_mc_donalds.pdf Acesso em 14-9-2009.
12
Sheryl E. Kimes e Kelly A. Mcguire, Function space revenue management: applying yield management
to function spaces (Nova York: Cornell Center of Hospitality Research, 2001).
177
O gerenciamento de
restaurantes
179
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
180
o gerenciamento de restaurantes
13
Mais detalhes em Ronaldo Lopes Barreto, Passaporte para o sabor: tecnologias culinárias para a elabo-
ração de cardápios (São Paulo, Editora Senac São Paulo, 2000).
181
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
O processo de gerenciamento
O processo de gestão de uma empresa de alimentação não é estanque,
diversas etapas e diferentes processos envolvem esta atividade. O esquema a
seguir, proposto por Jack Ninemeier, demonstra estas etapas.
Foco
Reavaliação
de Resultados
Fonte: Jack Ninemeier, Principles of Food & Beverages Operations, p. 67, quadro 4.1.
182
o gerenciamento de restaurantes
P L A N E JA M E N T O
183
te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
Planejamento conceitual
Nessa etapa, o planejamento surge de uma ideia. É um conceito que será
desenvolvido. O estilo do restaurante, o cardápio, a ambientação, o tipo de
serviço, todos esses aspectos devem ser planejados e muito bem estudados.
Deve-se fazer nessa etapa um estudo de viabilidade do local e do conceito,
no qual deverão ser estudados aspectos como concorrência, público-alvo,
potencial de receita, composição de custos, projeção de investimento, de re-
sultados financeiros e operacionais. Esse estudo, geralmente, é determinado
pela habilidade gerencial de desenvolver centros de custos e programas de
marketing.
Dessa maneira, minimizam-se erros e pode-se até verificar que uma ideia
que parecia ser excelente pode não dar certo, ou pode apresentar um resultado
financeiro incompatível com as expectativas do investidor. Esse expediente
evita muita dor de cabeça e muitos problemas de falta de orientação, pois
com esses estudos preliminares a definição de metas e objetivos concretos é
muito mais fácil, ou melhor, é a única maneira de se iniciar bem um negócio.
A contrapartida é iniciar um negócio sem saber para onde se está indo.
Como é possível elaborar um cardápio sem saber o perfil da clientela, ou o
preço médio das preparações? Como é possível elaborar preços de venda se
não se sabe sequer quais são os concorrentes diretos? Como se pode verificar
a necessidade de mão de obra sem saber ao menos qual o valor projetado
para esse componente, tão sério, do custo total da operação?
Depois de verificados todos esses aspectos, inicia-se a fase de planejamento
do conceito. Inicia-se pelo cardápio, que irá direcionar o planejamento físico
e de equipamentos.
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o gerenciamento de restaurantes
Planejamento operacional
O planejamento operacional é decorrente de muitos dos aspectos defi-
nidos pelo planejamento conceitual. Ele irá nos nortear para os objetivos
definidos. Aspectos como perfil da clientela, expectativas, gastos e preços
médios, estilo e ambientação do restaurante serão estudados e deverão se
tornar operacionais.
Nessa etapa, serão desenvolvidas as descrições de cargos, os processos e
procedimentos para as diversas atividades. Serão desenvolvidos os manuais de
operação e regulamentos, para que todos os envolvidos tenham conhecimento
das tarefas a serem executadas, com o intuito de atingir os objetivos traçados.
Trabalha-se a partir de agora com orçamentos e previsões; toda a estrutura
deverá focar-se nos objetivos traçados. As contratações deverão ser feitas
com base em números definidos pelos estudos, pois dessa forma estaremos
assegurados do cumprimento dos objetivos. Alocam-se recursos e energias
de maneira direcionada.
Portanto, o planejamento operacional é a distribuição de recursos pre-
determinados a fim de possibilitar que todos os envolvidos possam cumprir
suas funções de maneira ágil e eficiente.
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O R G A N I Z AÇ ÃO
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C O O R D E NAÇ ÃO
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R E C U R S O S H UM A N O S
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o gerenciamento de restaurantes
D I R E Ç ÃO
Direção e supervisão são palavras por vezes associadas a poder, mas ne-
gativamente. Um dos significados da palavra “poder”, segundo o dicionário
Aurélio, é “ter o direito, a razão ou o motivo de”. Esse processo se torna
extremamente negativo quando é incondicional, sem contexto. Positiva é a
gerência que se faz pela associação dos diversos significados de poder, que
ainda, segundo o dicionário Aurélio, pode ser:
1. “TER A FACULDADE DE” – a gerência deve ter a faculdade de discernir
entre os caminhos a serem seguidos, aqueles que poderão apresentar o
melhor resultado com os recursos disponíveis, com um menor esforço
e emprego de capitais e pessoas.
2. “TER A POSSIBILIDADE DE, OU A AUTORIZAÇÃO PARA” – a possibilidade de
agregar valores ao negócio e a possibilidade de identificar potenciais
de expansão.
3. “ESTAR ARRISCADO OU EXPOSTO” – o erro deve ser da liderança e o acerto,
da equipe. Arriscar-se a propor ao grupo os caminhos a serem segui-
dos, expor suas ideias diante do grupo e deixá-lo interferir e opinar.
4. “TER A OCASIÃO OU A OPORTUNIDADE, MEIO DE; CONSEGUIR” – a oportu-
nidade de liderar, de fazer com que os elementos sigam as mesmas
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CONTROLES
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AVA L IAÇ ÃO
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Bibliografia
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198
biblio grafia
OSTRENGA, Michael. Guia Ernest & Young para gestão total dos custos. 2a ed. Rio de
Janeiro: Record, 1994.
PACHECO, Aristides de Oliveira. Manual de serviço do garçom. São Paulo: Editora Senac
São Paulo, 1994.
__________. Manual do maître d’hôtel. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 1994.
POWERS, Thomas F. Food Service Operations: Planning and Control. Nova York: Krieger,
1984.
QUAIN, Bill et al. “Revenue Enhancement: a streightforward approach for making more
money”. Partes 1 a 4. Em Cornell Hotel and Restaurant Administration Quarterly, out.
1998/ jun. 1999.
SCANLON, Nancy Loman. Restaurant Management. Nova York: Van Nostrand Reinhold,
1993.
__________. Marketing by Menu. 3a ed. Nova York: John Wiley & Sons, 1998.
SILVA, Cassandra; GRACIOSO, Alexandre. “Mc Donald’s: concorrência e adequação
à realidade brasileira central de case”. ESPM/Exame, no 26. Disponível em: http://
portalexame.abril.com.br/static/aberto/cenarios/case_mc_donalds.pdf. Acesso em
14-9-2009.
TUCH, David Lord. Controles gerenciais hoteleiros. São Paulo: Editora Senac São Paulo,
1997.
YEOMAN, Ian & INGOLD, Anthony. Yield Management: strategies for the service industrie.
Nova York: Cassel Books, 1999.
199
Índice geral
Agradecimentos ..................................................................................................................9
Análise das informações .................................................................................................109
Análise gráfica .........................................................................................................138, 147
Área de recebimento .........................................................................................................59
Avaliação ..........................................................................................................................194
Bibliografia ......................................................................................................................197
Brasserie ............................................................................................................................23
Buffet .................................................................................................................................30
Cafés ..................................................................................................................................33
Cálculo de preço de venda .............................................................................................127
Casa de chá ........................................................................................................................32
Casa de sucos e vitaminas .................................................................................................35
Casa noturna .....................................................................................................................31
Catering .............................................................................................................................30
Choperia ............................................................................................................................23
Competidores ..................................................................................................................127
Compras ............................................................................................................................42
Controles ........................................................................................................................193
Coordenação ...................................................................................................................187
Couvert Médio .................................................................................................................119
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te c n ol o g ias g e re nciai s de re staurant e s
202
índice geral
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