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Revista Brasileira de Nutrição Esportiva


ISSN 1981-9927 versão eletrônica
P e r i ó d i c o d o I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e P e s q u i s a e E n si n o e m F i s i o l o g i a d o E x e r c í c i o
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AVALIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE NUTRIÇÃO DE PRATICANTES DE


MUSCULAÇÃO EM UMA ACADEMIA DA CIDADE DE RECIFE

EVALUATION OF THE BASIC NUTRITIONAL KNOWLEDGE OF STRENGHT PRACTITIONERS'


FROM GYMS OF THE CITY OF RECIFE.
1 2
Juliana Maria De Oliveira Pereira , Poliana Cabral .

RESUMO
ABSTRACT

Este trabalho teve por objetivo avaliar os


The objective of this study was to evaluate the
conhecimentos básicos sobre nutrição de
basic nutritional awareness of weight lifters in a
praticantes de musculação em uma academia
few gyms in Recife, Brazil. The study group
da Cidade de Recife (PE). O grupo de estudo
constituted 141 individuals who each answered
constituiu-se de 141 indivíduos que
a questionnaire. The results showed
responderam a um questionário. Os resultados
awareness in what is referred to as the
apontaram um certo conhecimento no que se
identification of food macronutrient sources,
refere a identificação dos alimentos fonte de
and that fasting is not the best way to reduce
macronutrientes, e que o jejum não é a melhor
the body weight. However, a lack of knowledge
forma de reduzir o peso corporal. Porém, foi
concerning the relationship between the use
encontrado desconhecimento quanto ao uso e
and types of supplements, which may have
tipo de suplementos, o que talvez tenha
happened due to a lack of orientation by
ocorrido devido orientação realizada por
specialized professionals in the subject. This
profissionais não especializados no assunto.
way, it seems to us that is necessary the
Desta forma, parece-nos necessário a adoção
adoption of more questionnaires on basic
de mais questionários sobre conhecimentos
knowledge about nutrition in the gyms followed
básicos sobre nutrição nas academias
by elucidating lectures that implement
seguidos de palestras esclarecedoras que
programs of nutritional education as well as
implementem programas de educação
this professional' importance in the gyms and
nutricional e divulguem a importância deste
places where there is physical exercises
profissional nas academias e locais em que se
practice.
pratiquem exercícios físicos.

KEY-WORDS: Sporting nutrition, knowledge,


PALAVRAS-CHAVE: Nutrição esportiva, muscular activity, dietary supplements.
conhecimento, musculação, suplementos
dietéticos.
Endereço para correspondência:
¹ Programa de Pós Graduação Lato Sensu em Rua Desembargador Capistrano Moraes e
Nutrição Esportiva da Universidade Gama Silva, 288
Filho - UGF Bongi, 50.761-090 Recife – PE
² Hospital das Clinicas da Universidade
Federal de Pernambuco - HCUFPE.

Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo v. 1, n. 1, p. 40-47, Jan/Fev, 2007. ISSN 1981-9927.
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desempenhar sua função específica (Colares


INTRODUÇÃO e Soares, 1996).
Em uma pesquisa na Noruega com
Nutrição e atividade física têm uma atletas internacionais de várias modalidades,
importante relação. Através de uma nutrição Rosen e colaboradores, (1999) demonstrou
adequada com ingestão equilibrada de todos hábitos nutricionais e de suplementação
os nutrientes pode-se melhorar a capacidade insatisfatórios.
de rendimento do organismo (Araújo e Soares, Segundo um estudo realizado por
1999), além de contribuir para redução da Cupisti e colaboradores, (2002) o
incidência de fatores de risco à saúde, tais conhecimento de nutrição em adolescentes
como: aumento de peso corporal e quantidade italianas é melhor em atletas que em não
de gordura, elevadas taxas de colesterol, atletas. Um outro estudo na Suíça Cavadini e
hipertensão, diminuição das funções colaboradores, (2002) mostrou que
cardiovasculares, estresse entre outros, que adolescentes atléticos possuem hábitos
vêm aumentando a cada dia (Nery e alimentares mais saudáveis que os não
colaboradores, 1994). atléticos.
Segundo alguns autores (Katch e Desse modo, a meta do nutricionista é
McArdle, 1996; Pereira e colaboradores, fazer com que o esportista ou atleta alcance
2003), as evidências científicas atuais ótimo estado nutricional, por ser um
incentivam a prática de exercícios físicos e a profissional que tem amplo conhecimento
adoção de uma alimentação equilibrada, que sobre os paradigmas e riscos de saúde
forneça os nutrientes necessários à associados ao esporte e desenvolve
manutenção, restauração e crescimento dos procedimentos de avaliação específicos para
tecidos. Uma dieta saudável e exercício ao as necessidades do desportista (Benardot,
longo da vida promovem saúde e reduzem o 1996).
risco de doenças crônicas (Anderson e De acordo com Colombani e Mannhart
colaboradores, 1998). (2000) a dieta para um esportista é
Acredita-se, que a busca pelo melhor semelhante em qualidade a de um adulto
condicionamento físico, pela manutenção da saudável podendo variar principalmente na
saúde, além de motivos estéticos, têm levado quantidade de energia e de fluídos. E
muitas pessoas à prática de várias dependendo do tipo e duração do exercício,
modalidades de exercícios físicos em tempo de recuperação, preferência dietética
academias (Rocha e Pereira, 1998; entre outros fatores a escolha da dieta é
Hirschbruch e Carvalho, 2002). fundamental podendo interferir até mesmo no
No entanto, as informações a respeito resultado de uma competição atlética, na qual
de nutrição e atividade física são geralmente a nutrição pode fazer a diferença entre ganhar
fornecidas por pessoas nem sempre e perder (Brown, 2002; Maughan, 2002a;
habilitadas em nutrição esportiva, criando Maughan, 2002b).
certos tabus e, dependendo de como são Massad e colaboradores, (1995), em
interpretadas, podendo levar a um consumo trabalho realizado com estudantes praticantes
dietético inadequado (Colares e Soares, ou não de esporte, mostrou que o maior
1996). conhecimento sobre suplementação era
Em geral, observa-se que esportistas associado com menos uso.
e atletas sofrem influência de treinadores, Um estudo desenvolvido por Sousa
mídia, pais, outros atletas e o próprio desejo (1993) com praticantes de musculação em
pelo sucesso (Benardot, 1996). Portanto, há Fortaleza constatou quase que um total
uma necessidade crescente de orientação e desconhecimento sobre nutrição e hábitos
educação em nutrição esportiva para ajudar os alimentares saudáveis.
esportistas e atletas a melhorar seus hábitos Logo, a finalidade deste estudo é
alimentares (Storlie, 1991). Em virtude do avaliar os conhecimentos básicos sobre
desconhecimento por parte dos atletas da nutrição em praticantes de musculação de
existência de dietas apropriadas nas diferentes uma academia da zona norte na cidade do
fases do exercício (Sousa, 1993), em que Recife, visando buscar subsídios para uma
cada nutriente presente na dieta possa orientação mais adequada a esses indivíduos.

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Portanto o objetivo do nosso trabalho Na análise e processamento dos


foi avaliar os conhecimentos básicos sobre dados, utilizou-se o programa EPI INFO,
nutrição em praticantes de musculação de versão 6.04.
uma academia na cidade do Recife, PE. E
também verificar o nível de conhecimento em RESULTADOS E DISCUSSÃO
fontes alimentares de macronutrientes,
analisar o número de consumidores de
suplementos, verificar o tipo de produto Com relação aos dados apresentados
ingerido com maior freqüência; na tabela 1, verifica-se um leve predomínio de
indivíduos do sexo feminino (54,3%), com
média de idade de 30,5 ± 9,3 anos. Valores
METODOLOGIA próximos a este foram encontrados em estudo
realizado em Fortaleza com freqüentadores de
academia por Sousa e Sampaio (2002), com
Esse estudo de caráter transversal foi média de idade de 26,8 anos, evidenciando
realizado com os alunos matriculados em uma que a musculação é mais praticada por
academia da zona norte, na cidade do Recife, adultos jovens.
no período de 27/10 a 17/11/2003.
A amostra foi selecionada através de TABELA 1 – Características pessoais de
(um padrão sistemático não intencional) praticantes de musculação de uma academia
amostragem aleatória sistemática (Berquó e na cidade de Recife / 2003.
o
colaboradores, 1981), onde de posse da lista Características N %
de alunos matriculados na atividade de Sexo:
musculação, procedia-se à escolha do Masculino 64 45,7
primeiro, pulando-se sempre um a partir dele. Feminino 76 54,3
Adotando tal critério, a amostra foi composta Total 140 100,0
por 141 indivíduos de ambos os sexos, o que Faixa Etária:
representa cerca de 58% do total de alunos 13 a 19 10 7,2
inscritos nessa categoria de atividade física. 20 a 44 115 82,7
Os praticantes que responderam 45 a 64 14 10,1
voluntariamente o questionário da pesquisa 65 e + 00 00,0
foram considerados participantes neste Total 139 100,0
estudo, estando estes, cientes de não haver Profissão:
nenhuma conseqüência pela sua não- Estudantes 30 22,1
participação. Os indivíduos assinaram um Área de Saúde* 20 14,7
termo de consentimento livre e esclarecido Área de Exatas* 8 5,9
para a autorização da utilização dos dados Área de Humanas* 22 16,2
garantindo-lhes anonimato e confidenciali- Outros 56 41,1
dade. Total 136 100,0
Os indivíduos responderam a um *Indivíduos de nível superior
questionário adaptado dos seguintes autores
(Bassit e Malverdi, 1998; Juzwiak, 2001); Fato interessante que merece ser
composto de 09 questões abordando tópicos comentado é que mais de 50% da amostra
importantes na área de alimentação e nutrição praticavam musculação a menos de 7 meses
(anexo-01). (tabela 2). Ou seja, talvez pelo pouco tempo,
Para realização do levantamento, a esses indivíduos ainda não tenham adquirido
academia foi selecionada de acordo com a conhecimentos sobre musculação e nutrição.
receptividade por parte da direção, oferecer A maioria dos freqüentadores da
diversos tipos de atividades físicas e não estar academia deste estudo praticam a musculação
restrita a uma faixa etária específica. de 2 a 5 vezes por semana com duração de 1
Considerou-se praticantes aqueles que vão a 2 horas de treino. Alguns autores (Sousa,
pelo menos duas vezes por semana para a 1993; Araújo e Soares, 1999 e Saba, 2001)
prática de musculação ou a mesma associada demonstraram dados semelhantes com
a um outro tipo de exercício físico. trabalhos realizados em academias de várias
regiões do país, onde a freqüência foi cerca de

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2 a 5 vezes por semana com duração de 1 a 2003, a fonte mais utilizada ou o profissional
2,4 horas de treino. Possivelmente, isso seja mais citado para indicação do suplemento foi
devido aos indivíduos levarem a sério a prática de instrutores, professores ou treinadores,
da musculação conforme orientados pelos 31%, e apenas 11% por prescrição de
profissionais especializados nas academias. nutricionistas. Com isso, talvez, o fato da
Quanto a prática de outra atividade física grande maioria dos usuários de suplementos
verifica-se que mais de 61% dos indivíduos neste estudo não procurar orientação
praticam somente a musculação. Ao contrário nutricional especializada, seja pela facilidade
do realizado com freqüentadores de 2 de se obter informações, mesmo que
academias em Santa Maria-RS (Ziegler e inadequadas por parte de alguns instrutores,
colaboradores, 2002), onde 20,7% praticavam treinadores ou professores de atividade física
apenas a musculação. Isso pode ser devido as sem especialização na área nutricional
diferentes modalidades oferecidas por ambas esportiva.
academias, Estados diferentes, ou seja,
realidades diferentes (Tabela 2). TABELA 3 – Uso de suplementos pelos
praticantes de musculação de uma academia
TABELA 2 – Rotina de treino entre os da cidade do Recife / 2003.
praticantes de musculação de uma academia No %
da cidade do Recife / 2003. Uso de suplemento Sim 54 38,3
No % Não 87 61,7
Total 141 100,0
Tempo de <3 46 33,1
Quem indicou o Professor 29 48,2
musculação sem 3a6 31 22,3
suplemento Nutricionista 6 10,0
interrupção (Meses) 7 a 12 16 11,5
Mídia 4 6,7
> 12 46 33,1
Total 139 100,0 Conta própria 4 6,7
Outros 17 28,4
Frequência que 2a3 40 28,6
Total 60 100,0
pratica (Vezes por 4a5 89 63,6
semana) +5 11 7,9
Total 140 100,0 Os dados observados no gráfico 1
Duração do treino <1 20 14,2 demonstram que os suplementos mais
(Horas) 1a2 97 68,8 utilizados pelos praticantes de musculação
>2 24 17,0 foram produtos a base de proteínas e
Total 141 100,0 aminoácidos, talvez isso seja devido aos
Prática de outro Sim 55 39,0
exercício físico Não 86 61,0
indivíduos deste estudo acreditarem que o
Total 141 100,0 excesso de proteína aumenta a massa
muscular. De acordo com dois estudos
Analisando os dados realizados em academias de diferentes
apresentados na tabela 3, percebe-se que regiões do país (Santos e colaboradores, 2002
38,3% dos indivíduos consomem ou e Pereira e colaboradores, 2003) que
consumiram suplementos. De acordo com constataram uma predominância no uso de
Rocha e Pereira (1998), que em estudo com suplementos hiperprotéicos.
praticantes de exercícios físicos em Com relação aos dados observados
academias constatou que 32% faziam uso de na tabela 4, dos indivíduos que receberam
suplemento. E valores próximos a este foram orientação sobre alimentação e nutrição,
encontrados em outros estudos realizados apenas 25,7% destas foram feitas por
com freqüentadores de outras academias por nutricionistas, quase 21% por treinadores e
Pereira, 1999; Araújo e Soares, 1999; professores de educação física e 22% por
Carvalho e Hirschbruch, 2000; Stefanuto e endocrinologistas, ou seja, a grande maioria
colaboradores, 2001; Pereira e colaboradores, foi orientada por professores não especiali-
2003. zados ou não habilitados para o assunto. Com
É importante ressaltar, neste estudo, relação ao controle de peso, verificou-se que
(tabela 3) que quase 50% dos usuários de grande maioria desta amostra respondeu que
suplementos receberam indicação para seu o jejum não é a melhor forma de reduzir peso.
uso de professores de educação física e Ao contrário do encontrado por Volpe (2000),
apenas 10% de um nutricionista. Segundo um num trabalho sobre nutrição e suplementos
estudo feito por Pereira, 1999; Batista e dietéticos ou alimentares, que muitos indiví-
colaboradores, 2001; Pereira e colaboradores, duos acreditam que permanecer em

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GRÁFICO 1 – Freqüência de citação* de suplementos utilizados pelos praticantes de musculação de


uma academia da cidade do Recife/2003.

25
%
20 57 23
Proteína
15 Aminoácido
16
10 Creatina
8 Carnitina
5

• Foi solicitado os 3 suplementos mais utilizadas pelos praticantes de musculação.

GRÁFICO 2 – Freqüência de citação* de alimentos fontes de carboidratos pelos praticantes


de musculação de uma academia da cidade do Recife/2003

60
Cereais
50
57 Milho
40 49
Mel
30 % Ovo
20
Iogurte
10 19 16 10 5 Margarina
0

* Foi solicitado as 3 fontes de carboidratos mais citadas pelos praticantes de musculação.

jejum ou consumir grandes quantidades de aumento ocorra é necessário ingerir


proteínas é a melhor forma de perder peso. quantidades adequadas de energia e de
Entretanto, a massa muscular é normalmente proteínas. Ou talvez, devido à orientação
perdida com o jejum prolongado e recebida por profissionais não especializados
principalmente, com a prática de exercícios. em nutrição esportiva.
Talvez, hoje isso tenha mudado conforme Com relação ao gráfico 2, observa-se
sugere este estudo, devido ao maior interesse que 16% dos praticantes de musculação
dos indivíduos pelo assunto. citaram o ovo, 10% o iogurte e 5% a margarina
Verifica-se na tabela 4, que mais de como fontes de carboidratos. Estes resultados
50% dos indivíduos responderam que a sugerem a necessidade de um profissional
proteína deve ser o macronutriente mais especializado atuando nas academias para
consumido em maior quantidade por dia. orientar esses indivíduos quanto a alimentação
Conforme as recomendações nutricionais saudável e fontes de macronutrientes. Nos
(Recommended Dietary Allowances – RDAs, gráficos 3 e 4 ocorreram este mesmo tipo de
1989) citada por Franceschini e colaboradores, erro, onde no primeiro, 7% dos indivíduos
(2002) a necessidade de proteína não deve citaram a margarina como fonte protéica e no
ultrapassar 10 a 15 % em relação ao valor segundo, o leite desnatado (7%) como fonte
energético total (VET). Possivelmente, isto de gordura. Devido a isso, reforça-se a
ocorra devido à maioria dos praticantes de necessidade de um profissional especializado
musculação acreditarem que maiores para atuar nas academias e/ou centros
quantidades de proteínas aumentam a massa esportivos.
muscular, quando na verdade, para que este

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TABELA 4 – Nível de conhecimentos de


alguns tópicos relacionados à nutrição pelos
praticantes de musculação de uma academia CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
da cidade do Recife / 2003.
Tópicos de Profissional No %
nutrição Os conhecimentos básicos em
Quem orientou Nutricionista 26 25,7 nutrição, avaliados nos praticantes de
sobre alimentação
Endócrino 23 22,8
musculação, demonstra um determinado
e nutrição? conhecimento em estabelecer a relação
Educação Física 14 13,9
alimento-fonte. No entanto ainda não
Treinador 7 6,9 satisfatório, no que se refere ao grau de
Outros 31 30,7 conhecimento sobre suplementos nutricionais.
Total 101 100,0 Assim, parece-nos necessário à
implementação de programas de educação
Exercício em jejum: Sim 6 4,4
melhor forma de alimentar, com apoio do nutricionista, atuando
Não 129 95,6 com os demais profissionais nas academias
perder peso?
Total 135 100,0 ou locais em que se pratiquem exercícios
Macronutriente Proteína 69 51,1 físicos para uma orientação adequada sobre
consumido em
Carboidrato 64 47,4
alimentação e nutrição.
maior quantidade
por dia Gordura 2 1,5
Total 135 100,0

GRÁFICO 3 – Freqüência de citação* de alimentos fontes de proteínas pelos praticantes de


musculação de uma academia da cidade do Recife/2003

100

80 Carnes
57
60
% Queijo
40 Soja
40 38
20 Manteiga

0 7

* Foi solicitado as 3 fontes de proteínas mais citadas pelos praticantes de musculação.

GRÁFICO 4 – Freqüência de citação* de alimentos fontes de gorduras pelos praticantes de


musculação de uma academia da cidade do Recife/2003.

100
%
80
57 Margarina
60
60 Óleos vegetais
40
Leite desnatado
20
7
0

• Foi solicitado as 3 fontes de gorduras mais citadas pelos praticantes de musculação.

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