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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E PATOLOGIA
DISCIPLINA: MÓDULO INTEGRADOR II
PROFESSOR: LUIZ H C VASCONCELOS

CASO CLÍNICO 1

Paciente de 34 anos, sexo masculino, advogado, procurou o pronto-socorro com queixa de dor
torácica do lado esquerdo, com localização variada, súbita, iniciada 4 horas antes da procura pelo serviço e
desde então a dor é constante. Dor em aperto, 9 na escala numérica de 0 a 10. Não está associada à falta
de ar ou à palpitação. Como fator de alívio, tem-se a posição sentada e inclinação do tórax anteriormente.
Refere uso de paracetamol 1 h após o início da dor, mas sem obter resultado. Nega fatores precipitantes.
Apresentou quadro recente de amigdalite bacteriana, acompanhada de congestão nasal e tosse não
produtiva. Tem história pregressa de dor torácica, mas com duração inferior, e enxaqueca. Nega DM, nega
HAS e tireoidopatias. O pai faleceu de infarto agudo do miocárdio aos 49 anos, acompanhado de
hipercolesterolemia. O paciente é não tabagista, etilista de 15 doses de bebida alcoólica na semana e
sedentário. Apresenta estado geral regular, corado, hidratado, acianótico, anictérico, ansioso e com agitação
psicomotora. FC: 113 bpm; PA: 149x78 mmHg, temperatura corporal de 37,8 °C.
Respiração sem alterações. Presença de taquicardia e terceira bulha. Eletrocardiograma apresenta
supradesnível de segmento ST em DI e aVL.

Exames laboratoriais:
§ Hemograma: Sem alterações;
§ Troponina: 4,0 mg/dL e outros exames bioquímicos normais.

Exame de imagem:
§ Radiografia de tórax: Sem alterações.

O paciente foi submetido a ECG nos primeiros dez minutos de atendimento. Feita monitorização,
ofertado cateter de oxigênio e punção venosa com dois acessos calibrosos. Iniciou se a medicação com
antiplaquetários – AAS, Clopidogrel – e Nitrato, aferiu-se a pressão arterial; reavaliou-se o paciente e o novo
ECG, considerando-se como conduta Angioplastia ou Trombólise. Indicou-se trombólise, pois o serviço em
que o paciente fora atendido não era intervencionista e a transferência do paciente para um centro de
referência seria superior ao tempo necessário do início dos sintomas até inflar balão. Utilizou-se Alteplase
inicialmente em bolus de 15mg; após 30 min, feito 50mg e após 60 min, feito 35 mg. O paciente evoluiu com
melhora da dor, indicativo de sucesso na reperfusão e na redução da elevação do segmento ST.

Indicações bibliográficas:

1. PIEGAS, Luís Soares et al. V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre tratamento do infarto
agudo do miocárdio com supradesnível do segmento ST. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 105, n. 2,
p. 1-121, 2015.
2. BASSAN, R. et al. I Diretriz de dor torácica na sala de emergência. Definição de graus de recomendação
e níveis de evidência. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 76, n. supl II, p. 1-22, 2002.
3. PORTO, Celmo Celeno. Exame clínico: bases para prática médica. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2004.

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