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O Adolescente e a Família

The Adolescent and the Family

Maria José Paro Forte1

Serviço Social do Instituto da Criança do HC FMUSP

Unitermos: Adolescente, Família, Relacionamento familiar, Atuação do assistente social


Keywords: Adolescent, Family, Family relationship, Social worker role

RESUMO família e adolescente está na dependência do


A família, em nossa sociedade, é o primeiro posicionamento dos pais frente ao processo ado-
agente socializador da criança e do adolescente. lescente dos filhos. O artigo cita exemplos de
As características da família têm influência direta falas de adolescentes sobre o relacionamento
nas características do adolescente (nivel interno e estabelecido com a família, especialmente os pais.
relacionamento com o meio externo). A socie- Percebe-se a necessidade de que haja conheci-
dade oferece um modelo de família (família pen- mento e compreensão sobre as características do
sada), mas as famílias vão estabelecendo um processo adolescente para que o relacionamento
modo de viver cotidiano (família vivida). Cada seja harmonioso e facilitador da vivência do
família tem sua especificidade e esta deve ser con- processo adolescente.
siderada em todo trabalho envolvendo famílias. No atendimento de adolescentes, o assistente
No geral, o adolescente é parte integrante do sis- social deve atuar na linha de orientação com
tema familiar; portanto, a família deve ser con- adolescentes e/ou família, enfocando a adoles-
siderada e trabalhada no atendimento de adoles- cência, o relacionamento familiar e o relaciona-
centes. O relacionamento estabelecido entre mento mais amplo com a sociedade.

Introdução teriormente a secundária. Na nossa sociedade, a so-


cialização primária ocorre dentro da família, e os as-
O Estatuto da Criança e do Adolescente2, em seu pectos internalizados serão aqueles decorrentes da in-
Capítulo III, Seção I, artigo 19, estabelece: "Toda cri- serção da família numa classe social, através da per-
ança ou adolescente tem direito a ser criado e educa- cepção que seus pais possuem do mundo, e do
do no seio da sua família e, excepcionalmente em próprio caráter institucional da família..."
família substituta, assegurada a convivência familiar e Os mecanismos de socialização são estrutural-
comunitária..." De acordo com o E.C.A., a família é mente engendrados e definidos. O processo de sociali-
revestida de deveres e factível de ser punida. Ao mes- zação só pode ser tratado como um processo evoluti-
mo tempo, todas as medidas de proteção reforçam o vo da condição social da criança, considerando-se sua
vínculo familiar como primeiro e fundamental no de- origem de classe.
senvolvimento da criança e do adolescente. Como a família é a primeira instituição socializa-
dora da criança, é ela que desempenha o papel de or-
A Família como Agente Socializador ganizadora primária da sociabilidade e da sexualidade,
O E.C.A. vem de encontro ao posicionamento da bem como dos laços de dependência emocional entre
nossa sociedade atual, que enfatiza a família como a seus membros. Na dependência das características da
primeira instituição socializadora da criança. Segundo família é que vão surgir determinadas características
Lane7: "A introdução do homem na sociedade é reali- do adolescente, considerando-se estas não só no nível
zada pela socialização, inicialmente a primária e, pos- interno do adolescente, mas também no nível de seu

1 - Supervisora da Divisão de Serviço Social do Instituto da Criança, Assistente Social da Unidade de Adolescentes do Instituto da Criança.
relacionamento com o meio externo. E, as característi- sa nas famílias com chefes do sexo feminino.., A re-
cas da família estão em relação direta com sua situa- provação no \~ grau e a defasagem na correlação série
ção de classe: "...os membros de diferentes classes so- freqüentada e idade, expressa pelo atraso escolar das
ciais têm diferentes condições de vida, percebendo o crianças, também são elementos de maior significancia
mundo diferentemente, desenvolvendo diferentes nas famílias chefiadas por mulheres..."
concepções de realidade..."8. Famílias são constituídas em torno da figura da
As relações emocionais assumem aspectos diversos mulher, mas a sociedade ainda oferece o modelo fa-
na dependência da situação social e econômica na miliar considerado certo: uma estrutura familiar em
qual a família se insere. Conforme Pfromm neto9: torno de um homem provedor. As famílias vão se
"...fazer parte de uma família que pertence a uma de- adaptando aos problemas do dia-a-dia, vão vivendo
terminada classe social significa a intervenção na vida suas especificidades, mas há um modelo referencial in-
de cada adolescente, de um complexo de característi- vocado pela família, "A este modelo dá-se o nome de
cas típicas dessa classe, que vão influir sobre o desen- "Família Pensada". O modo de viver cotidiano é de-
volvimento do jovem, moldar sua personalidade..." nominado "Família Vivida".6
A família, enquanto unidade, é formada por um
conjunto de pessoas, cada uma com sua dinâmica in- Família Pensada
terna, configurando uma rede de relações, ou seja, um O grupo social pressiona para a adoção de um
sistema familiar. Há a dinâmica interna das pessoas e modelo - o "pensado grupai", determinando conse-
a dinâmica da família, numa interdependência con- qüências para os que agirem diferentemente desse
tínua. Em sua dinâmica como um todo, a família sofre pensado. Já, agir coerentemente com o modelo,
influência direta do econômico e do cultural. preserva socialmente a própria imagem.
O modelo pensado direciona as escolhas e as de-
A Família na Sociedade Atual cisões das pessoas quanto ao que fazer na vida, quan-
Historicamente, podemos observar uma evolução to às expectativas em relação aos membros da família,
do modelo de família. Na nossa sociedade atual, a quanto aos sentimentos em relação aos outros e quan-
família "se estabelece a partir da decisão de algumas to à imagem de si mesmo. Não conseguir viver o "so-
pessoas conviverem assumindo o compromisso de nho" (modelo), gera frustração por ser visto como in-
uma ligação duradoura entre si, incluindo uma relação competência. Se não estou vivendo o modelo, o erra-
de cuidados entre os adultos e deles para com as cri- do sou eu.
anças que aparecem nesse contexto. Esse compromis- A sociedade nos oferece um modelo pensado, mas
so é cumprido independentemente de formalidades o pensado é também formado no decorrer da vida em
legais da nossa sociedade civil que regem casamento, família. Há expectativas, crenças, regras, valores, que
separação, etc."6 vão sendo, gradativamente, construídos dentro da cul-
A mulher, no geral, é quem assume os cuidados tura familiar. E há também o componente individual
com as crianças. A ligação dos filhos é mais intensa em .na construção da família pensada, pois cada pessoa
torno da figura da mãe. Muitas vezes, os homens en- tem expectativas, crenças e valores próprios; tem a sua
tram e saem de determinada família, formam outras história de vida, que a leva a pensar de forma pessoal.
famílias, e o núcleo continua sob a responsabilidade Assim, há três vertentes na formação do pensado: o
da.mulher. No estudo realizado pelo SEADE5 sobre as cultural e o social mais amplo, o cultural e o social
Condições de Vida na Região Metropolitana de S.R, mais restrito e o individual.
abrangendo 5.500 domicílios, constatou-se que 17%
das famílias eram chefiadas por mulheres, mas a os- Família Vivida
cilação da figura masculina atinge mais de 50% das "O conceito de família vivida refere-se aos modos
famílias em São Paulo. O estudo constatou interferên- de agir habituais dos membros de uma família. É a fa-
cias no processo de socialização de crianças e adoles- mília que aparece no agir concreto do cotidiano, que
centes nas famílias chefiadas por mulheres. "É bem poderá ou não estar de acordo com a família pensada",6
mais significativo nas famílias com chefes do sexo As soluções que têm que ser tomadas no dia-a-dia
feminino, o percentual de crianças que estudam e tra- nem sempre estão de acordo com o caminho idealiza-
balham. Consideradas aquelas que trabalham e não es- do. Pode aparecer como o caminho indesejado, tran-
tudam, verifica-se que sua presença é bem mais inten- sitório, provisório.
Os modos de relacionar-se com os outros são • trocar informações, pois estas possibilitam a des-
apreendidos e vivenciados em família e refletem os coberta de significados comuns... Considerar a família
significados que foram sendo atribuídos, ao longo das como sendo capaz de, com a devida orientação, en-
gerações, ao outro, ao mundo e à vida. Os modos de contrar saídas para seus próprios problemas..."
ser habituais, apreendidos nos anos de convívio com
a família, fixam-se e são transferidos para outras re- Família e Processo Adolescente
lações fora dela. O agir cotidiano é irrefletido e nem Por que considerar a família no processo adoles-
sempre corresponde ao pensar idealizado. cente?
É importante refletir sobre o vivido, sobre os Em primeiro lugar, devido ao papel de agente so-
hábitos que estão cristalizados para que se possa des- cializador primário que a família exerce em nossa so-
cobrir novas possibilidades de ação e novas formas de ciedade. Também porque o adolescente, no geral, ain-
ver o mundo, as pessoas e as relações. da é um ser dependente da família, seja ao nível fi-
O vivido e o pensado não ocorrem num vazio - nanceiro, seja ao nível das relações emocionais. Con-
acontecem na interação com os outros, envolvendo vivendo no interior de uma família, o adolescente é
emoções, sentimentos. O que pensamos e o que vive- parte integrante da mesma, compondo, em conjunto
mos estão sempre interligados. com os outros membros, o sistema familiar. Partilha,
Podemos observar que não há uma definição úni- com a família, a questão da família pensada e família
ca de família, não há um "modelo ideal". O ideal para vivida. Então, a família deve ser considerada e traba-
uns pode não o ser para outros. Cada família tem sua lhada no atendimento de adolescentes.
especificidade e estabelece um código próprio (cons- Enfocando o processo adolescente no contexto fa-
tituído de normas e regras). Cada indivíduo se apro- miliar, há várias especificidades3. Para muitos pais, a
pria deste código e o usa. Cada um tem sua identi- percepção de que o filho está se tornando um adoles-
dade, mas há uma organização interna à família. É im- cente só acontece ao se darem conta das modificações
portante compreender o conjunto, o que acontece corporais ocorridas com o filho. O desenvolvimento
com as unidades interrelacionadas e facilitar a cons- psicossocial não é considerado. Há muitas queixas as-
trução de um pensado pessoal crítico, que implique sociadas aos comportamentos dos filhos porque estes
numa responsabilidade pessoal pela escolha dos ru- não são entendidos como característicos da ado-
mos do vivido. lescência, mas sim percebidos como "malcriação" dos
filhos (comportamentos não aprovados). Muito fre-
Atuação Profissional no Trabalho com Famílias qüentes são as queixas quanto à instabilidade de com-
Segundo as sugestões de Gomes6, no trabalho com portamento, indisciplina, rebeldia dos filhos.
famílias devemos: É importante se considerar as expectativas da
• "procurar compreender a problemática apresen- família frente ao adolescente. No processo de estabe-
tada e evitar julgamentos baseados em preconceitos lecimento da identidade do adolescente1, pede-se a ele
científicos, moralistas ou pessoais... Só é possível dia- independência em relação à família, ao mesmo tempo
logar com a família, em vistas de mudanças no seu em que se espera dele comportamento de obediência
modo de agir, se primeiro tentamos compreender o e submissão. Em nossa sociedade, no geral, adoles-
seu referencial, sem julgá-la, recriminá-la, simples- cência se caracteriza por uma condição que não é
mente porque não partilha de nossos valores.., É ób- mais a de criança, mas nem deve ser ainda a do adul-
vio que quando se trata de famílias - com procedi- to. É a "condição de adolescente", selada pela provi-
mentos que ameaçavam a vida e a integridade da cri- soriedade.10
ança e adolescente, como no caso de violência física Os filhos lutam pela independência de modo am-
e abuso sexual - a ação tem que ser imediata e radical. bivalente (querendo e não querendo) e os pais tam-
• reconhecer que as escolhas de conduta estão no bém se comportam de modo ambivalente, pois ao exi-
âmbito da própria família. O saber acumulado é útil na girem a independência de seus filhos com relação a
compreensão da problemática apresentada e no eles mesmos, também o fazem de modo ambíguo,
alargamento do campo das possibilidades de ação, comportando-se como bloqueadores da independên-
mas é necessário se estabelecer um trabalho conjunto, cia dos filhos. Muitos pais atuam com rigidez intensa
com diálogo e participação. frente a seus filhos, gerando conflitos. Outros atuam
com permissividade extrema,. deixando de orientar o • repressão das atividades das adolescentes do sexo
filho num momento tão importante de estruturação de feminino, por temor aos seus envolvimentos sexuais;
sua personalidade. O adolescente quer independên- • não aceitação do namoro adolescente;
cia, mas também quer e precisa de limites. • falta de colaboração mútua entre pais e adoles-
Por outro lado, há muitos pais que compreendem centes, na compreensão de uns e outros;
a adolescência como um processo na vida do filho, • excesso de "conselhos" por parte dos pais;
agindo como facilitadores da vivência deste processo, • não aceitação da forma como os adolescentes de-
ou seja, mantendo postura de £Íiálogo, de abertura sempenham serviços domésticos.
para com o filho.
As falas dos adolescentes refletem o relaciona- Atuação do Assistente Social junto à
mento: Família do Adolescente
A abordagem à família deve levar em conta todos
"...eu fui uma dolescente muito reprimida, os aspectos mencionados. O trabalho do assistente so-
você não pode fazer isso... você não pode sair.. cial é na linha de orientação familiar.4
Eu sempre fui uma coitadinha... Isso foi me crian- Aspecto a ser ressaltado é que todo trabalho com
do uma revolta", (fem., 18 anos) a família não pode ser de urgência. O ideal seria um
"...não me dou bem... Na idade assim da gente, trabalho com todos os membros da família em con-
quer sair, se divertir a minha mãe proíbe tudo, junto, mas este nem sempre é viável em instituições,
então, não me dou muito bem com ela, a gente optando-se pelo trabalho de orientação com o res-
briga... meu pai ê o pior de todos." (fem., 13 anos) ponsável, que geralmente é a mãe, mas buscando-se a
"...Nunca tive brigas com meu pai e minha participação dos outros elementos, conforme a neces-
mãe por causa do problema da adolescência, isso sidade.
não. Ao contrario, sempre procuraram esclarecer Outro aspecto importante é a questão do reconhe-
mais, me ajudarem mais, não ficavam botando cimento do limite da atuação profissional. Quando a
coisas na minha cabeça. Muito ao contrario, sem- problemática extrapolar a capacidade de atuação do
pre me ajudaram." (mas., 16 anos) profissional, este deve ter consciência de seus limites
"...E o relacionamento entre eu e meus pais e encaminhar para recursos especializados.
sempre foi uma coisa muito aberta, a gente pode Como exemplos de atuação do assistente social no
chegar, conversar, debater o que precisa, não tem trabalho com adolescentes/famílias podemos citar:
uma coisa de repressão... vou crescendo, eles es- • reflexão com a família, sobre as características da
tão acompanhando..." (fem., 16 anos) fase da adolescência e sobre o posicionamento dos
membros da família, em especial os pais, frente ao
Há pais que criam expectativas de desempenho processo adolescente;
em relação ao adolescente, às quais este pode não • reflexão com os próprios adolescentes, sobre as difi-
corresponder (como exemplo: desempenho escolar, culdades dos pais no enfrentamento do processo
ingresso no mercado de trabalho). Em sua frustração, adolescente dos filhos, sobre o posicionamento da
os pais podem rotular o adolescente como problema. sociedade frente ao adolescente, sobre o relaciona-
É importante desmistificar o rótulo do adolescente co- mento com os adultos em geral;
mo problema e refletir com a família sobre situações • reflexão sobre os aspectos da dinâmica interna da
específicas. família;
Os adolescentes, quando comentam sobre a forma • reflexão sobre o relacionamento família - estrutura
como percebem o relacionamento com seus pais, en- social.
fatizam os seguintes aspectos:
• falta de diálogo;
• não aceitação das opiniões emitidas pelos adolescentes; Summary: The Adolescent and the Family
• proibição para saírem (festas, bailes, passeios com
amigos) - sentem-se presos; Family is the first socialization agent of child
• falta de compreensão quanto a desejos dos adoles- and adolescent in our society. The family charac-
centes; teristics have a direct influence on the adolescent
• pais, como adultos, se colocam numa posição supe- characteristics (internal level and relationship
rior frente aos adolescentes; with external environment). Society provides a
family pattern (imagined family), but families 4. FORTE, MJ.P. Relação assistente social - adoles-
develop a daily way of living (family experi- cente in MAAKROUN, M.F. Tratado de ado-
enced). Each family has its specificity and this lescência: um estudo multidisciplinar. Rio de
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Recebido para Publicação: 14/12/95
Aceito para publicação: 09/02/96
Referências Bibliográficas
1. ABERASTURY, A. e KNOBEL, M. A Adolescência
normal. Porto Alegre, Editora Artes Médicas,
1981. Endereço para Correspondência
2. Estatuto da Criança e do Adolescente, 1990. Maria José Paro Forte
3. FORTE, MJ.P. Necessidades sociais e serviços de Serviço Social do Instituto da Criança HCFMUSP
saúde: a assistência ao adolescente em São Rua Dr. Eneas de Carvalho Aguiar ne 647
Paulo, tese de mestrado, SP., PUC, 1989. Cerqueira César - São Paulo - CEP 05403-000

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