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INTERVENÇÃO EM POPULAÇÕES DE RISCO

UFCD 10392

Formadora: Melissa Duarte


OBJETIVOS

 Objetivos

 Definir e distinguir os conceitos de inclusão, exclusão, reinserção e reabilitação.


 Definir e caracterizar populações de risco.
 Elaborar planos de ação em equipa multidisciplinar e aplicar técnicas de intervenção em
populações de risco.
 Identificar e caraterizar os dispositivos de controlo e suporte social.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

 Definir os conceitos de inclusão, exclusão, reinserção, reabilitação, comunidade e grupo social


o Fatores individuais, sociais e familiares dos indivíduos em risco
o Inclusão e exclusão social de indivíduos de risco
o Doença mental
o Sistemas familiares disfuncionais
o Indivíduos com deficiência mental e física
o Jovens em risco
o Indivíduos com dificuldades de integração no meio social: idosos, sem-abrigo, toxicodependentes; alcoólicos - prostituição masculina e feminina
o Minorias étnicas e refugiados
o Violência doméstica
o Bullying

 Intervenção comunitária nas populações de risco


 A Reinserção e reabilitação social de populações vulneráveis e em risco
o Programas de reabilitação
o Empoderamento
o Construção de projetos de vida
o Redes de suporte e grupos de autoajuda

 Dispositivos de Controlo Social e Normatividade (Centros de Saúde; Hospitais; Associações, Polícia de Segurança Pública, entre outros)

 Carga horária: 50 horas


1. DEFINIÇÃO DE CONCEITOS
1. DEFINIÇÃO CONCEITOS

1.1. Fatores individuais, sociais e familiares dos indivíduos em risco


1.1.FATORES INDIVIDUAIS, SOCIAIS E FAMILIARES DOS INDIVÍDUOS EM RISCO

 A vulnerabilidade social refere-se aos grupos


sociais mais marginalizados de uma sociedade,
aqueles que estão excluídos dos benefícios e
direitos que todos deveriam aceder num
mundo civilizado.
Exclusão Social Pobreza

Rendimento,
 A ausência de recursos materiais alimenta Educação, Localização
Geográfica, entre
outras fragilidades: a baixa escolarização, as outros

precárias condições de habitação e de saúde,


a desestruturação familiar, entre muitas Discriminação Violação dos Direitos Fundamentais
outras.
1.1.FATORES INDIVIDUAIS, SOCIAIS E FAMILIARES DOS INDIVÍDUOS EM RISCO

 As famílias e as pessoas com menores Do


SER
condições de vida têm mais dificuldades em
enfrentar as adversidades. Dessa forma, as Do
vulnerabilidades sociais remetem para as ESTAR

noções de carências e de exclusão numa


perspetiva económico-social. Do
FAZER

Do
 Pode-se dizer que a exclusão social se CRIAR
exprime em 6 dimensões principais do
quotidiano real dos indivíduos, ao nível: Do
SABER

A exclusão social é,
portanto, uma situação de
não realização de algumas
Do
ou de todas estas TER
dimensões.
1.1.FATORES INDIVIDUAIS, SOCIAIS E FAMILIARES DOS INDIVÍDUOS EM RISCO

 Independentemente do conceito, a pobreza resulta de um conjunto de fatores inter-relacionados;


em particular,

Fatores político- Fatores Fatores Problemas de Fatores geradores


Fatores naturais Fatores históricos
legais económicos socioculturais saúde de insegurança
• Corrupção • Sistema fiscal • Educação • Desastres naturais • Dependência de • Colonialismo • Guerras
• Consolidação de desajustado • Discriminação • Climas drogas ou passado • Genocídios
uma elite • Injustiça social social relativa ao alcoolismo • Autoritarismo • Crimes diversos
medíocre género ou à raça • Doenças mentais político
• Inexistência ou • Exclusão social • Sida
mau • Crescimento • Deficiências
funcionamento do muito acelerado físicas
sistema legal e da população
democrático

Pode-se, em síntese, dizer que a pobreza e a exclusão social estão relacionadas com factores:
• Ligados à sociedade
• Ligados às histórias pessoais e familiares concretas
1.1.FATORES INDIVIDUAIS, SOCIAIS E FAMILIARES DOS INDIVÍDUOS EM RISCO

 Através dos vários trabalhos que se têm vindo


a realizar neste domínio em Portugal, podem
identificar-se alguns subconjuntos da
população como especialmente vulneráveis à
pobreza e à exclusão social.
1.1.FATORES INDIVIDUAIS, SOCIAIS E FAMILIARES DOS INDIVÍDUOS EM RISCO

Trabalhadores de média
Trabalhadores
Pequenos agricultores e Trabalhadores agrícolas idade despedidos, no
desqualificados e com
camponeses; por conta de outrem; âmbito de processos de
empregos precários;
reestruturação produtiva;

 São, genericamente, mais Desempregados,


sobretudo de longa Mulheres/homens em
Crianças, sobretudo órfãs
vulneráveis as seguintes duração e com baixos
níveis de escolaridade e
Idosos pensionistas (ou
não);
situação de
monoparentalidade;
ou pertencentes a famílias
monoparentais ou
categorias sociais: qualificação;
desestruturadas;

Portadores de certas
doenças agudas ou
Indivíduos com
crónicas estigmatizadas
Analfabetos formais; deficiências e Minorias étnicas;
socialmente (tuberculose,
incapacidades;
SIDA, hepatite B, cancro,
etc.);

Deslocados e refugiados.
1.1.FATORES INDIVIDUAIS, SOCIAIS E FAMILIARES DOS INDIVÍDUOS EM RISCO

 Outros autores identificam os seguintes grupos em situação de vulnerabilidade/ situação de risco e,


portanto, de probabilidade de exclusão:

Handicap específico Desqualificados, Marginalizados Mulheres

•Impeditivo da participação •Cujas baixas qualificações •Caracterizados por modos de •Assumem uma função de
social e profissional e alvo de escolares e profissionais vida desviantes face aos cuidador na sociedade e as
preconceitos (ex: pessoas com dificultam a participação padrões ditos normais (ex: recentes alterações
deficiência e imigrantes); social e profissional (ex: pessoas sem-abrigo, demográficas (imigração,
desempregados de longa toxicodependentes e ex- divórcio, agregados
duração, trabalhadores com toxicodependentes, jovens em monoparentais,
baixas qualificações ou risco, detidos e ex-reclusos). envelhecimento e
qualificações obsoletas, mortalidade) deixaram cada
idosos e famílias vez mais mulheres com
monoparentais); dificuldades, encargos e
menos recursos para cuidarem
de si e das suas famílias.

Os modos de vida entre a população pobre e excluída são diversificados.

Esta diversidade resulta das estratégias prosseguidas no âmbito da pobreza e da exclusão social, do referencial cultural, dos tipos e modos de consumo predominantes, da categoria
social e do seu posicionamento perante o passado, o presente e o futuro.
1. DEFINIÇÃO CONCEITOS

1.2. INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL DE INDIVÍDUOS DE RISCO


1.2. INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL DE INDIVÍDUOS DE RISCO

As Desigualdades têm impactos a 4 níveis:


 O combate às desigualdades é benéfico para as economias, para
a coesão social, para o ambiente e para a estabilidade
democrática, implicando políticas públicas coerentes e eficazes na Nível Nível
promoção do Estado social, na erradicação da pobreza e na Economico Humano
redistribuição da riqueza, na proteção dos mais vulneráveis e na Nível Nível
eliminação de leis e práticas discriminatórias. Social Ambiental
 Implica, igualmente, a consciencialização e mobilização de um
conjunto diversificado de atores, incluindo a sociedade civil e os
cidadãos.
1.2. INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL DE INDIVÍDUOS DE RISCO

Entende-se que a exclusão social abrange formas


de privação não material, ultrapassando a falta
de recursos económicos: a falta de recursos
sociais, políticos, culturais e psicológicos, que são
handicaps, quando acumulados aumentam a
vulnerabilidade e a visibilidade de determinadas
categorias sociais, permitindo considerar um
grupo ou uma categoria como socialmente
desfavorecida.
1.2. INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL DE INDIVÍDUOS DE RISCO

O conceito de inclusão social remete para a


acomodação dos indivíduos no sistema social,
sendo de realçar a importância da interação ao
nível dos sistemas político-jurídico, económico,
proteção social e comunitário e familiar os quais
asseguram, respetivamente, a integração cívica e
política, a integração socioeconómica, a
integração social e a integração familiar e
na comunidade.
1.2. INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL DE INDIVÍDUOS DE RISCO

A integração remete para a


responsabilidade do Estado A integração pressupõe uma A integração remete No fundo, a inclusão social remete para o
em assegurar o acesso aos
direitos sociais, mediante a
certa delegação de poder na
medida em que requer que
portanto para uma série de
situações estáveis e
processo que visa assegurar a
definição e implementação os excluídos ou
empobrecidos tenham uma
consolidadas não apenas ao
nível das relações de
integração; ou seja, para o processo que
de políticas que, em
conjunto, contribuam para a participação ativa no trabalho, mas também ao visa assegurar as oportunidades e os
redução de desigualdades e funcionamento de grupos nível familiar e ao nível
promovam a inclusão dos sociais organizados. social. recursos exigidos para uma participação
indivíduos.
plena na vida económica, social e política
de todos os indivíduos.
1.2. INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL DE INDIVÍDUOS DE RISCO

Junto dos indivíduos e famílias em


Junto das instituições e da sociedade
situação de exclusão social

Área do desenvolvimento pessoal e comunitário, da educação, da formação


profissional e da informação e sensibilização em geral ou em domínios Refira-se a criação ou reforço de
específicos;
equipamentos, infraestruturas e serviços
Junto das instituições e da sociedade: estratégias de reforço de competências
(«empowerment»), que visam a emancipação e autonomização dos referidos indivíduos e (ao nível da educação, emprego, habitação,
famílias, normalmente em múltiplas áreas:
saúde e segurança social), de forma a
● formação pessoal (ao nível do ser); melhor responder às necessidades básicas
não satisfeitas e a mobilizar as capacidades
● formação comunitária (ao nível do estar);
não aproveitadas.

● formação profissional (ao nível do fazer);

● formação empresarial (ao nível do criar); Trata-se, neste caso, de estratégias de


aumento de oportunidades, normalmente a
● formação informativa/educativa (ao nível do saber); nível local onde se situam esses indivíduos e
famílias.
● formação aquisitiva (ao nível do ter).
1.2. INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL DE INDIVÍDUOS DE RISCO

 A participação efetiva dos indivíduos e famílias em situação de exclusão social é normalmente


apresentada como um fator decisivo de emancipação e autonomização, ou seja, de cidadania.

 Para viabilizar e promover as capacidades de participação, é frequente os projetos adotarem estratégias e


metodologias de reforço de competências («empowerment»), através de acções de formação, educação,
informação e sensibilização, nas mais diversas áreas, para os indivíduos e famílias em situação de
exclusão social.

 O mesmo se aplica, por vezes, no que se refere à formação dos técnicos e dos parceiros, reforçando as
suas capacidades de interpretação e de acção.
1.2. INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL DE INDIVÍDUOS DE RISCO

Formação numa área especifica das


ciências sociais (serviço social,
Capacidades de refletir (teoria) e de
sociologia, política social, intervenção
intervir (prática) e constantemente as
social, psicologia, antropologia, Saber elaborar diagnósticos e sistemas
atualize (formação contínua),
economia, gestão de empresas ou de de avaliação;
implicando a compreensão dos
outras organizações, direito, etc.), mas
princípios e das opções metodológicas;
ao mesmo tempo uma cultura de
interdisciplinaridade;

O QUE SE EXIGE AOS


TÉCNICOS/AS Que tenha capacidade de diálogo
Que saiba gerir a tensão (que pode
chegar a conflito) entre a fidelidade à
Que combine competência e rigor
interinstitucional (incluindo com as (profissionalismo) com empenhamento
NESTES PROJETOS: associações locais);
comunidade e a fidelidade às suas
hierarquias institucionais;
e motivação (militantismo);

Que complemente as suas


competências técnicas com as
competências pessoais e relacionais,
cada vez mais decisivas para uma
estratégia de proximidade e
Que não tenha, muitas vezes, horários
enraizamento na comunidade,
e que não receba em conformidade;
implicando o desenvolvimento de
competências de empatia,
assertividade, mediação,
intermediação, negociação, regulação,
representação, etc.
1. DEFINIÇÃO CONCEITOS

Vídeo

1.2. INCLUSÃO E EXCLUSÃO SOCIAL DE


INDIVÍDUOS DE RISCO

https://www.youtube.com/watch?v=mMcT_D2G4Cs
1. DEFINIÇÃO CONCEITOS

1.3. Doença Mental


1.3. DOENÇA MENTAL

 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2011) assegurou que não existe nenhuma definição oficial que diga
respeito à saúde mental, já que esta é sempre influenciada pelas diferenças culturais e pela subjetividade.

 Em todo o caso, pode-se dizer que a “saúde mental é um estado de bem-estar emocional e psicológico, mediante o qual o
indivíduo é capaz de fazer uso das suas habilidades emocionais e cognitivas, funções sociais e de responder às solicitações
ordinárias da vida quotidiana.”

 Os psicólogos defendem que a saúde mental deve ser promovida a nível individual (com a motivação dos recursos
próprios da pessoa através de estímulos na autoestima), a nível comunitário (com uma coesa inclusão social) e a nível
oficial (com planos estatais e o acesso à saúde pública).

 A saúde mental é importante também para que se tenha uma boa saúde em geral.
1.3. DOENÇA MENTAL

 A reabilitação psicossocial é um processo que oferece aos indivíduos que estão debilitados,
incapacitados ou deficientes, devido à perturbação mental, a oportunidade de atingir o seu
nível potencial de funcionamento independente na comunidade. Envolve tanto o incremento
de competências individuais com a introdução de mudanças ambientais.

 Deste modo, as estratégias de reabilitação psicossocial variam segundo as necessidades da


pessoa, o contexto no qual é promovida a reabilitação (hospital e/ou comunidade) e as
condições culturais e socioeconómicas.
1.3. DOENÇA MENTAL

 Na sequência da conceptualização da reabilitação psicossocial a OMS (2002), traçou os


seguintes objectivos:

A
emancipação
do utente;

A redução da
discriminaçã
o e do
estigma;

A melhoria
da
competênci
a social
individual;

E a criação
de um
sistema de
apoio social
de longa
duração.
1.3. DOENÇA MENTAL

 Um dos temas mais relevantes é conceito de recovery, que faz referência não só à recuperação do
transtorno, mas também a toda a recuperação do projeto vida uma vez aparecida a doença e a
incapacidade.

 A recovery é entendida como um processo único e profundamente pessoal de mudança das


atitudes individuais, valores, sentimentos, objectivos, aptidões e papéis.

 É uma forma de viver uma vida satisfatória, confiante e participativa apesar das limitações impostas pela
doença. A recovery envolve o desenvolvimento de novos sentidos e objectivos individuais,
enquanto se ultrapassam os efeitos catastróficos da doença mental.
1.3. DOENÇA MENTAL

 A perspectiva de recovery aumenta o conceito de resultado dos serviços de forma a


incluir dimensões como a:

Autoestima

Adaptação
à
incapacida
de

Empowerm
ent

Autodeterm
inação
1.3. DOENÇA MENTAL

 O desenvolvimento de programas de base comunitária encontra na Lei de Saúde Mental um conjunto de


orientações que fundamentam a sua prossecução e implementação, a saber:

o A prestação de cuidados deve ser promovida prioritariamente a nível da comunidade;


o O contexto da prestação deve ser a menos restritiva possível (isto é, mais integrada possível);
o A reabilitação psicossocial é assegurada por estruturas sócio-ocupacionais, residenciais e de
formação profissional;
o Os encargos com a reabilitação e inserção social são da responsabilidade conjunta da Saúde,
Segurança Social e Emprego.
1.3. DOENÇA MENTAL

 Vários autores referem-se a um conjunto de


princípios para uma melhor intervenção tais como:

o Os serviços devem ser disponibilizados nos contextos


naturais. Os processos de acompanhamento da pessoa com doença
mental são estruturados a partir de parcerias
o As pessoas com experiência de doença mental devem
tripartidas que envolvam os próprios, os profissionais
participar na prestação dos serviços.
de saúde mental e os familiares.
o Os serviços devem ser organizados de forma a prestar
apoio continuado, sem tempo limite
o A possibilidade de escolha deve ser promovida.
1.3. DOENÇA MENTAL

Focalizar–se nos pontos Ter informação sobre a


Apoiar os seus parentes Compreender e tornar
fortes e nas competências doença mental, os
na obtenção de normal a experiência da
das pessoas com doença sistemas de saúde mental
tratamento e serviços de doença mental no seio da
mental e da própria e os recursos
suporte; família;
família comunitários

Neste sentido, os
Desenvolver
profissionais podem Criar um ambiente de
competências de gestão
Ajudar a resolver os seus
Lidar com os sintomas da
suporte no contexto da sentimentos de luto e de
ajudar as famílias a: família
do stress, resolução de
perda
doença mental
problemas e comunicação

Desempenhar um papel
Manter um equilíbrio que
Identificar e responder Desenvolver expectativas significativo no
vá ao encontro das
aos sinais de aviso de realistas para todos os tratamento, reabilitação e
necessidades de todos os
crise e recaída membros da família recovery da pessoa com
membros da família.
doença mental
1. DEFINIÇÃO CONCEITOS

1.4. Sistemas familiares disfuncionais


1.4. SISTEMAS FAMILIARES DISFUNCIONAIS

 A intervenção positiva com famílias vulneráveis passa por um olhar positivo, no sentido de identificar o que funciona,
quais as forças dos indivíduos e dinâmica familiar.

 São famílias que muitas vezes estão excluídas da sociedade há várias gerações, com padrões relacionais entre
os seus elementos, mas também com os serviços.

 Quebrar ciclos de pobreza ou exclusão social, começa por transformar as relações entre instituições e
comunidade, técnicos e famílias.

 É a partir desta relação bem estabelecida que podemos, com as pessoas, compreender sonhos e aspirações,
talentos e fragilidades, de forma a desenhar em conjunto atividades gratificantes e promotoras de bem-estar e
estados emocionais positivos – atividades de lazer, físicas ou de aprendizagem/educação.
1.4. SISTEMAS FAMILIARES DISFUNCIONAIS

 Definir objetivos com significado para cada indivíduo, mas também com a sua família, permite trabalhar no
sentido de promover autodeterminação e bem-estar sustentado.

 No processo colaborativo, os profissionais trabalham para encontrar formas de cooperar com os clientes, em
vez de os olhar apenas como recetores passivos de soluções pensadas por profissionais/serviços, quase sempre
estandardizadas, i.e., iguais para todas as famílias.
1.4. SISTEMAS FAMILIARES DISFUNCIONAIS

 Intervir de forma colaborativa significa que os profissionais devem:

o Adotar uma postura de curiosidade cultural e honrar o conhecimento dos clientes;


o Acreditar nas possibilidades e focar-se nas mudanças desejadas (futuro);
o Envolver-se em processos de capacitação, ajudando os clientes a experimentar e a desenvolver sentimentos
de autoeficácia;
o Trabalhar em parceria, ajustando os serviços e tornando o trabalho dos profissionais mais útil e adaptado às
características das famílias.

Um dos principais pontos fortes das práticas colaborativas é o seu contributo


para a melhoria dos resultados com todos os envolvidos no processo de ajuda:
famílias, profissionais, serviços e comunidades.
1.4. SISTEMAS FAMILIARES DISFUNCIONAIS

 No caso das famílias, os ganhos têm sido associados ao aumento da participação e motivação das famílias na
intervenção, pois ficam com o poder de conduzir o curso das suas vidas; e ao incremento de uma atitude de abertura à
mudança e de maior compromisso por parte das famílias na resolução dos seus problemas.

 No caso dos profissionais, destaca-se o respeito e a sensibilidade na relação com os clientes, dado que a
abordagem colaborativa contribui para transformar a forma como os profissionais interagem com as famílias.
1.4. SISTEMAS FAMILIARES DISFUNCIONAIS
 Neste âmbito, a intervenção com famílias vulneráveis deve:

1. Focar-se nos diferentes subsistemas da família e no seu todo (pais, filhos e irmãos);
2. Privilegiar uma abordagem precoce no que diz respeito à situação problema e à fase do ciclo vital da família e
idade dos filhos;
3. Recorrer a programas estruturados em sessões, de preferência “programas modelo”, com manual de apoio e plano
de avaliação previamente definido;
4. Utilizar critérios de triagem das famílias para a sua inclusão nos programas estruturados, nomeadamente:
o Existem dúvidas ou hesitações em matérias educativas;
o Verifica-se um manifesto desconhecimento em áreas/temas educativos;
o Há necessidade e/ou interesse em partilhar experiências;
o São desafiadas por características particulares dos filhos (hiperatividade, dificuldades de aprendizagem, etc.);
o Estão isoladas socialmente;
o Podem beneficiar da visualização e experienciarão de outros modelos;
o Terem a capacidade de identificar as suas próprias dificuldades e limitações;
o Estarem disponíveis para pedir ajuda, motivadas e empenhadas para iniciarem um processo de co-construção da mudança;
1.4. SISTEMAS FAMILIARES DISFUNCIONAIS
5. Recorrer a estratégias de retenção dos grupos-alvo na intervenção. Nomeadamente, a disponibilização de refeições,
de transporte, de incentivos de participação;
6. Ser de longa duração e intensidade regular;
7. Recorrer fundamentalmente a metodologias ativas no trabalho com os grupos-alvo (ex: roleplaying, cooperação,
promoção de interação intra-grupo);
8. Centrar-se no desenvolvimento das seguintes componentes:
o Processos organizacionais: coesão e união familiar, organização, flexibilidade, respeito, recurso às redes de apoio;
o Competências de inter-relação pais/filhos: Relações positivas, Comunicação eficaz, construção de um ambiente familiar de confiança,
afeto, suporte e partilha;
o Competências parentais/práticas parentais: definição de normas e limites de funcionamento do sistema familiar, acompanhamento e
supervisão dos filhos, promotores do seu desenvolvimento positivo e equilibrado;
o Competências pessoais, sociais e emocionais dos filhos: autoconhecimento, reconhecimento das suas emoções, capacidade de reflexão,
autoestima, autoeficácia, autocontrolo, tomada de decisão;
o Conhecimentos sobre SPA e riscos associados à sua eventual utilização;
o Capacidade de Resolução de Problemas;
o Atitude familiar face ao abuso de substâncias e treino sobre educação e informação sobre Drogas.
1. DEFINIÇÃO CONCEITOS

1.5. Indivíduos com deficiência mental e física


1.5. INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA MENTAL E FÍSICA

 A promoção do reconhecimento dos direitos das pessoas com deficiência enquanto membros de
pleno direito da comunidade humana constitui uma importante tarefa, na qual os trabalhadores
de sociais se devem empenhar em conjunto com as pessoas com deficiência com quem
trabalham.

 A confiança dos técnicos nas capacidades inatas das pessoas com deficiência ajudará essas
pessoas a atingir os seus níveis ótimos de desempenho, a ter uma imagem equilibrada de si
mesmas e, em última análise, a conseguir um lugar aceitável para si próprias e para os demais
no seio da sociedade.
1.5. INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA MENTAL E FÍSICA

 Aspetos importantes no âmbito da intervenção social:

Apoio terapêutico (por


exemplo, próteses e
aparelhos ortopédicos,
Reabilitação/autonomia Integração na sociedade
tratamento não
institucional para pessoas
com deficiências mentais)

Educação, formação e
Falta de adequada Condições de habitação reeducação profissional,
compensação apropriadas para pessoas com destaque para a
/rendimento com deficiência físicas reabilitação de base
comunitária

Tratamento forçado e/ou


internamento em Transporte/acesso ao
Emprego/ocupação
instituições das pessoas transporte.
com deficiências mentais
1.5. INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA MENTAL E FÍSICA

 A prática profissional do Técnico de apoio psicossocial, no âmbito da deficiência passa pela


desdramatização da situação causada pela deficiência e uma atuação a todos os níveis, que
permite à pessoa com deficiência adquirir autonomia, realização profissional pessoal e
integração social, para poder usufruir plenamente dos seus direitos de cidadania.

 Para que está integração seja possível é necessário um conjunto de procedimentos


metodológicos que abrangem a avaliação do impacto das medidas de política junto de
pessoas e grupos específicos, o diagnóstico das necessidades sociais emergentes, baseado
num processo participativo das pessoas envolvidas.
1.5. INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA MENTAL E FÍSICA

Realizar reuniões de avaliação do jovem, (onde constem informações sobre a família para assim ser
possível a elaboração do diagnóstico clínico e social);

Colaborar com a restante equipa técnica (para discutir possíveis soluções para a problemática
desencadeada pela situação da deficiência, bem como realizar reuniões periódicas com os membros da
família na presença dos restantes membros da equipa, com o intuito de se promover uma relação entre
os técnicos e os familiares);
A atuação dos
técnicos, no
Consciencializar as famílias sobre a deficiência bem como das potencialidades dos seus filhos (ajudando-
âmbito da os na articulação com outras instituições);

deficiência,
deve ter em Promover a participação dos pais na realização de atividades desenvolvidas nas respetivas instituições
conta seis (para que assim seja possível o contacto destes jovens com o exterior);

princípios
essenciais: Envolver os pais no processo de reabilitação do jovem (estimulando-os para uma atitude favorável e um
ambiente estável e equilibrado) e

Promover a integração do jovem com a noção dos padrões, valores e regras sociais (possibilitando-lhe a
inserção num mundo que lhe é desconhecido).
1.5. INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA MENTAL E FÍSICA

Abordagem centrada na pessoa nos setores social, educacional, emprego, habitação e


saúde.

Coprodução: inclusão total de pessoas com deficiência e principais partes interessadas


no projeto de implementação e avaliação dos serviços.

No entanto, a intervenção
deve inscrever-se num
sentido mais lato de Apoio direcionado para a vida independente e autonomia.
potenciar a inclusão
social e comunitária, pelo
que é essencial considerar as informação para as pessoas com deficiência e suas famílias sobre os seus direitos.
seguintes ações:

Ajudas técnicas e tecnologias de apoio de fácil leitura para facilitar a comunicação.

Procedimentos com reclamações e envolvimento dos órgãos independentes para


monitorizarem o respeito pelos direitos humanos das pessoas com deficiência.
1.5. INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA MENTAL E FÍSICA

Parcerias intersectoriais e a vários níveis, para a criação de ligações entre


os setores e os profissionais específicos para a deficiência.

Disponibilizar intervenção precoce efetiva e apoio para as crianças com


deficiência e suas famílias.

Abordagem ao nível de duas gerações na avaliação das necessidades e


apoio, incluindo os cuidadores familiares.
No entanto, a intervenção
deve inscrever-se num
sentido mais lato de
Planeamento familiar e apoio parental para pessoas com deficiência.
potenciar a inclusão
social e comunitária, pelo
que é essencial considerar as
incluir as questões da deficiência em todas as áreas da política.
seguintes ações (cont.):

informação e aumento da consciencialização sobre os benefícios da


inclusão de todas as pessoas na sociedade.

Regulamentação sobre a igualdade de participação das pessoas com


deficiência em todas as áreas da vida.
1. DEFINIÇÃO CONCEITOS

1.6. Jovens em Risco


1.7. JOVENS EM RISCO – COMPORTAMENTOS DE RISCO

 A adolescência é o período em que os indivíduos enfrentam um conjunto de novos papéis


cada vez mais complexo e, ao mesmo tempo, necessitam de rejeitar ou modificar papéis
anteriormente adquiridos.

 Os novos papéis implicam várias mudanças, no sentido em que os jovens têm que executar
novas tarefas: desenvolver certas competências, lidar com emoções, tornarem-se
autónomos, estabelecerem e desenvolverem relacionamentos interpessoais mais
maduros, clarificarem objectivos e desenvolverem a integridade pessoal.
1.7. JOVENS EM RISCO

 Prevenção
o Hoje em dia, a probabilidade dos adolescentes se envolverem em comportamentos
de risco, que afetam o bem-estar individual, é cada vez maior, surgindo assim a
necessidade de intervir no sentido de os ajudar a serem bem-sucedidos durante a
adolescência, juventude e, posteriormente, enquanto adultos
o A intervenção deve, assim, ser considerada como um espaço planeado e programado,
conduzido normalmente em grupos e que visa alterar o processo de desenvolvimento.
o Nesse sentido, torna-se necessário tentar desenvolver intervenções centradas em
comportamentos que promovam a saúde, procurando assim reduzir o número de
comportamentos de risco e, ao mesmo tempo, aumentar o número de
comportamentos de promoção da saúde.
1.7. JOVENS EM RISCO

 Programas de Prevenção:
o O 4D é um programa de prevenção universal, curricular, que procura, através das suas dinâmicas, prevenir o
envolvimento em comportamentos de risco e promover com portamentos saudáveis.
o A primeira implementação foi feita entre 2008 e 2010 a turmas do 9º ano de escolaridade. E Recentemente
2021/2022 a turmas do 9º ano de escolaridade nos agrupamentos das Escolas de Paços de Ferreira.
1.7. JOVENS EM RISCO

 OBJETIVOS
o Os objetivos gerais incidem na informação fornecida, nas atitudes e valores dos
adolescentes e na aprendizagem e treino de novas competências.

1. Fornecer informação necessária para uma tomada de decisão informada,


relativamente às dimensões centrais da intervenção.

2. Ajudar os alunos na clarificação dos seus valores e limites acerca dos seus
relacionamentos, sexualidade, substâncias e questões de género.

3. Ensinar competências de comunicação, negociação, adiamento e recusa


para lidar com a violência, sexualidade, consumo de substâncias e questões de
género.

4. Fornecer oportunidades para praticar essas competências através da


realização de jogos de papéis (dinâmicas de role-play).
1.7. JOVENS EM RISCO

 Materiais e Recursos:

1. MANUAIS – 9º ANO DE ESCOLARIDADE


o Este kit de prevenção para o 9º ano de escolaridade é composto por 4 manuais de apoio (um para
cada uma das unidades), que inclui a descrição das atividades de cada uma das sessões e diretrizes
para a utilização dos recursos de vídeo.

Unidade 1: Relacionamentos saudáveis


Unidade 2: Crescimento e sexualidade saudáveis
Unidade 3: Consumo e abusos de substâncias
Unidade 4: Igualdade de género

o Os manuais contêm a descrição de cada uma das sete sessões que compõem cada unidade, bem como
os materiais para as atividades propostas (vídeos, fichas ou textos), assim como orientações para a
discussão com os alunos e tópicos de apoio aos professores.
1.7. JOVENS EM RISCO

2. VÍDEOS
o Para além dos manuais de atividades, existem alguns recursos de vídeo para apoio às sessões:
 VÍDEO DE COMPETÊNCIAS DE RELACIONAMENTO POSITIVAS
o Neste vídeo é apresentada uma variedade de cenários – tais como bullying, consumo de substâncias,
conflitos interpessoais – e são demonstrados diversos estilos/competências de comunicação
(assertividade, passividade, agressividade, negação, adiamento e negociação).
 EXEMPLOS DE JOGOS DE PAPÉIS E ESTRATÉGIAS DE DINAMIZAÇÃO
o Este vídeo pode ser utilizado para demonstrar um jogo de papéis completo ou para demonstrar
estratégias de resolução de conflitos adequadas. Constitui-se como um excelente instrumento de
trabalho para a dinamização de jogos de papéis.
1.7. JOVENS EM RISCO

3. CARTAZ “ ESTRATÉGIAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS POSITIVAS”


o Este cartaz é mais um recurso para utilizar durante as sessões. Serve como “lembrete” para estratégias
resolução de conflitos positivas.
1.7. JOVENS EM RISCO

 A intervenção neste domínio deve:


Recorrer a
Focar-se nos
Recorrer a estratégias de
diferentes Privilegiar uma
programas retenção dos
subsistemas da abordagem
estruturados em grupos-alvo na
vida das crianças precoce
sessões intervenção,
e jovens
nomeadamente:

Família Disponibilização
de refeições
Situação-
problema

Escola “Programas
modelo”, com
manual de apoio
e plano de Transporte,
avaliação
previamente
Pares definido
Fase do
desenvolvimento
Incentivos de
Comunidade participação
1.7. JOVENS EM RISCO

 A intervenção neste domínio deve (CONT.):

Utilização preferencial
Ser de longa duração Ser de longa duração
de metodologias
e com intensidade e com intensidade
ativas no trabalho
regular regular (CONT.)
com os grupos-alvo

Vinculação familiar:
Centrar-se no desenvolvimento supervisão familiar, relações
das seguintes componentes:
positivas, comunicação eficaz. Roleplaying.

definição de normas e limites


Educação e aprendizagem de funcionamento do sistema
académica familiar.

Competências sócio emocionais: Conhecimento sobre


autoconhecimento, tomada de substâncias psicoativas e
decisão responsável, relações riscos associados à sua Cooperação.
positivas com os outros, empatia utilização.

Competências de resistência
Competências pessoais: às substâncias psicoativas e
autoeficácia, assertividade. reforço de atitudes de não
consumo.

Fortalecimento do Promoção de interação intra-


Vinculação escolar: caracterizada compromisso pessoal contra o grupo).
pelas relações afetivas com
aqueles que estão na escola. abuso de substâncias
psicoativas.
1.7. JOVENS EM RISCO – SITUAÇÕES VULNERÁVEIS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E/OU
NAMORO

 Nos casos de jovens vítimas de violência, a intervenção terá necessariamente de ser orientada no
sentido da responsabilização da família relativamente aos seus deveres fundamentais para
com os/as filhos/as.

 Todas as pessoas intervenientes devem ser informadas acerca dos motivos da intervenção
e da forma como esta se processa, bem como do direito de participar e de serem ouvidas.

 A intervenção da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) é fundamental, para


um acompanhamento mais continuo das famílias. Em última instância pode ter lugar a
intervenção dos tribunais .
1.7. JOVENS EM RISCO – SITUAÇÕES VULNERÁVEIS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E/OU
NAMORO

 Consoante a gravidade dos atos de violência, poderá ser necessário apresentar denúncia às
forças de segurança (PSP, GNR) e providenciar tratamento de saúde/hospitalar se necessário.

 Nas situações crime, designadamente maus tratos físicos, abuso sexual ou negligência
grave, é obrigatória a apresentação de queixa-crime (denúncia) junto das entidades
competentes, nomeadamente a Escola Segura. No caso das situações de abuso sexual
intervém também a Polícia Judiciária.
1.7. JOVENS EM RISCO – SITUAÇÕES VULNERÁVEIS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E/OU
NAMORO

 Os jovens que cometem crime (por exemplo: agressões, assaltos, entre outros) podem ser ou vir a ser titulares de
Processo Tutelar Educativo. É desencadeado por uma denúncia às forças de segurança e é antecedido de uma fase de
Inquérito.

 A Lei Tutelar Educativa aplica-se a todo o jovem com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos, que
pratique um facto qualificado pela lei como crime e apresente necessidades de educação para o direito (artigo
1.º).
o Embora o regime jurídico diferencie crianças em perigo de jovens autores da prática de factos qualificados pela lei penal
como crime, existem pontes de ligação entre a Lei Tutelar Educativa e a Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo.
o É o Ministério Público (MP) que assegura essa ligação cabendo-lhe, em qualquer fase do processo tutelar educativo,
participar às entidades competentes a situação do jovem que careça de proteção social e requerer a aplicação de medidas
de proteção (n.º 1 do artigo 43.º da LTE).

 O processo tutelar educativo


o O processo tutelar educativo é instaurado após a denúncia e é constituído por duas fases principais: a Fase de Inquérito e
a Fase Jurisdicional. Esta fase compreende ainda a fase de recurso e a fase de execução da medida (artigo 92.º e Secção
IV).
1.7. JOVENS EM RISCO – SITUAÇÕES VULNERÁVEIS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E/OU
NAMORO

Aspetos a ter em conta na intervenção:

Abordar a
Envolver família, tendo
sempre a Avaliar em conta Envolver Verificar se já
família, necessidade elementos serviços existe
informando- de cuidados protetores e Apresentar especializado processo na
Apoiar o/a Disponibilizar
a, chamando- médicos e elemento/s queixa-crime s na área da CPCJ ou no
aluno/a apoio
aa articular com que às forças de violência Tribunal/
vítima psicológico
participar, a saúde poderá/ão segurança sexual se Ponderar
responsabiliz escolar e ser necessário sinalização à
ando-a se NACJR responsável/i (PJ) CPCJ
necessário s pela
agressão
1.7. JOVENS EM RISCO – SITUAÇÕES VULNERÁVEIS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E/OU
NAMORO

 Em situações de violência doméstica, durante a abordagem da vítima adulta (familiar


do/a aluno/a) deve manter-se uma atitude de ajuda e apoio, fornecendo
informação sobre recursos disponíveis e encorajando o contacto com serviços
especializados de apoio à vítima.

A abordagem à família deve ser feita de


forma:

Planeada no
encaminhamen
Sem tecer to para
juízos críticos recursos e/ou
Orientada na
ou pré-juízos prestação de
Bem procura de
Empática que possam apoios
fundamentada uma alternativa
inibir o bom necessários ao
à situação
desenrolar da melhor
situação desempenho
das funções
parentais
1. DEFINIÇÃO CONCEITOS

1.7. Indivíduos com dificuldades de integração no meio social:


Idosos, sem-abrigo, toxicodependentes, alcoólicos e prostituição
Feminina e Masculina.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: IDOSOS

 O fenómeno da marginalização constitui o principal problema que as pessoas idosas têm de enfrentar.
Por tradição, a velhice é, à exceção de algumas sociedades, encarada de forma negativa.

 A gradual dispersão da família alargada em muitos países tem roubado aos idosos o conforto de um
lugar reconhecido no seio da família. A longevidade, assim como a transição de uma vida rural para
uma vida urbana, são causas que estão subjacentes à atual crise.

 A baixa autoestima das pessoas idosas, a sua relativa pobreza, a forma como aceitam que lhes sejam
prestados serviços de qualidade inferior no seio das instituições e as tensões com os seus descendentes,
entre outros aspetos, agravam a crise.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: IDOSOS

 Os profissionais de Serviço Social não devem ver o seu trabalho como uma simples resposta às crises
existentes, mas também como uma forma de ajudar a estabelecer sistemas de apoio capazes de
minorar potenciais crises.

 Para alem disso, os/as assistentes sociais devem tentar reforçar a autoestima das pessoas idosas e os
conhecimentos de que estas dispõem relativamente aos seus próprios direitos.

 Deverão estimular e apoiar ativamente a constituição de grupos de autoajuda, cooperando com eles
na promoção do progresso e afirmação pessoal dos mais idosos.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: IDOSOS

Aspetos importantes no âmbito da intervenção social:


Falta de preparação para a velhice - do nível micro ao nível macro

Aspetos e expectativas em termos de saúde: implicações no rendimento

O potencial não aproveitado das pessoas idosas

As mudanças no papel das pessoas idosas no seio da família

As mudanças no papel das pessoas idosas na sociedade

Tendências demográficas e suas implicações

Os direitos das pessoas idosas no âmbito das instituições

Serviços destinados a facilitar uma vida independente

Pessoas idosas de maior ou menor idade

Vida e morte com dignidade


1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: SEM ABRIGO

 Considera-se que pessoa em situação de sem-abrigo é aquela que, independentemente da sua


nacionalidade, origem racial ou étnica, religião, idade, sexo, orientação sexual, condição socioeconómica
e condição de saúde física e mental, se encontre: Sem teto, vivendo no espaço público, alojada em
abrigo de emergência ou com paradeiro em local precário ou Sem casa, encontrando-se em
alojamento temporário destinado para o efeito.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: SEM ABRIGO

 A intervenção deve ser orientada em 3 fases: prevenção, a intervenção e a integração


comunitária.
Integração
Prevenção Intervenção
Comunitária

Mobiliza um conjunto muito alargado de


Modelo preconiza o desenvolvimento Contempla a Intervenção de Emergência e a áreas de intervenção (saúde, emprego,
de uma monitorização contínua do Intervenção de Acompanhamento. formação profissional, educação,
capacitação, proteção social, etc.), no
fenómeno, que inclua indicadores de sentido de proporcionar todos os recursos
risco das situações de sem-abrigo e de necessários à concretização dos planos
precariedade habitacional. A intervenção de emergência compreende um individuais de integração construídos com as
conjunto de procedimentos que permitam retirar a pessoas em situação de sem-abrigo.
pessoa da condição de sem-teto e inicia-se com a
sinalização e encaminhamento para serviço/unidade
de atendimento de emergência do NPISA
É importante a manutenção do
acompanhamento pelo gestor de caso,
É importante identificar os fatores que A partir desta sinalização, é realizado um diagnóstico mesmo após a integração em respostas de
multidisciplinar e definido o plano individual de habitação, de modo a progressivamente dar
configuram risco acrescido para a intervenção, que será operacionalizado por um resposta a todas as necessidades
situação de sem-abrigo. gestor de caso. identificadas no diagnóstico e promover a
autonomização da pessoa e o exercício
pleno da cidadania.
Ao longo da intervenção de acompanhamento, o
gestor de caso assume uma função de mediador e
facilitador nos processos de articulação e
Devem ser implementadas medidas comunicação com as diferentes entidades/respostas
com as quais a pessoa em situação de sem-abrigo
preventivas concretas dirigidas aos tem de se relacionar no seu percurso de inserção. Para garantir que a integração da pessoa em
grupos sociais em situação de situação de sem-abrigo seja efetiva, é
vulnerabilidade acrescida, procurando Do ponto de vista individual, preconiza-se a necessário o desenvolvimento e a
identificar as situações individuais de coconstrução de um plano de intervenção, que consolidação de programas, medidas e
risco e intervir no sentido da acione os recursos existentes na comunidade, recursos flexíveis, adaptados aos diferentes
adequados à situação de risco e/ou perigo em que a perfis identificados.
prevenção (ou reincidência) da pessoa se encontra e que assente na participação e
situação de sem-abrigo. consentimento do próprio.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: SEM ABRIGO

 As estratégias devem desenvolver interações caracterizadas por confiança, simpatia, parceria,


igualdade, capacidade de escuta, sentimento de calma, suporte e dedicação.

 Os técnicos que trabalham junto das pessoas sem-abrigo, devem manter a persistência e a
frequência dos contactos, deslocando-se ao território do utente, numa postura de informalidade.

 Neste sentido, funcionam como um modelo positivo nos relacionamentos interpessoais, através da
demonstração de respeito, atenção e afeto, do reconhecimento ativo das competências e
potencialidades que encontram em cada pessoa.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: TOXICODEPENDENTES

 O conceito de toxicodependência está associado ao de droga e por conseguinte sujeito ao mesmo


processo de construção social associado a esta.

 A toxicodependência é referente a um estado de dependência que pode ser psicológica e/ou


física. Essa dependência é originada pelo consumo repetido de uma substância psicoativa e
caracterizada pelo consumo compulsivo e muitas vezes descontrolado.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: TOXICODEPENDENTES

 Tal situação persiste em desprezo por todas as consequências negativas do consumo


(físicas, psicológicas e até sociais).

 Apesar dos indivíduos estarem conscientes


dessas situações e das implicações
nas suas vidas, não têm capacidade de
limitar ou alterar esses comportamentos.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: TOXICODEPENDENTES

 A toxicodependência é um dos factores que mais conduz à exclusão social. Associado à


toxicodependência surgem situações de criminalidade com vista à obtenção de droga,
constituindo também uma ameaça para a saúde.

 Quando a dependência atinge determinados limiares, geram-se ruturas em praticamente


todas as instituições sociais, na família, no trabalho, etc., restando apenas os laços com o
grupo dos consumidores e dos traficantes.

 Os percursos de inserção de indivíduos com problemas de uso e abuso de substâncias


psicoativas são, caracteristicamente, lentos e sinuosos, exigindo intervenções globais e
sistémicas que contribuam para a sua sustentabilidade.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: TOXICODEPENDENTES

 Nesta ótica, a abordagem no âmbito da inserção social extravasa a correção dos comportamentos e das
atitudes dos indivíduos, centrando-se também na transformação, não menos profunda, das instituições,
dos agentes sociais e económicos.

 O acompanhamento dos processos de inserção constitui por si, uma estratégia que garante a avaliação
permanente do percurso, a correção de opções e o apoio de retaguarda ao indivíduo, numa lógica
proactiva de prevenção da recaída.

 Ao longo dos últimos anos têm-se preconizado modelos de intervenção integrados, centrados nas
necessidades do indivíduo que se encontra ou está em risco de desinserção, independentemente do grau
de dependência de substâncias psicoativas.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: TOXICODEPENDENTES

 Os processos de inserção dos utentes que procuram apoio nos serviços especializados, públicos ou
privados, começam no primeiro contacto, com o pedido de ajuda, e mantêm-se até ao momento em
que o indivíduo readquire autonomia e estabilidade e integra como cidadão de plenos direitos a sociedade
em que vive.

 Na maioria das vezes, o pedido expresso centra-se no alívio imediato do sofrimento, o que
constitui o ponto de partida para um processo que tem como objetivo a inserção social, por via do
restabelecimento da normalidade na sua existência.

 Do ponto de vista técnico, a possibilidade de inverter estes quadros disfuncionais de desinserção passa
por intervir a dois níveis: na definição das rotinas quotidianas dos consumidores e, silmutaneamente,
nos sistemas sociais, de forma a enquadrar, dar consistência e sequência às mudanças operadas nos
indivíduos.
https://www.youtube.com/watch?v=mMM8du1kpQE
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: ALCOOLISMO

https://www.youtube.com/watch?v=mXPo3Ft2_wg
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: ALCOOLISMO

 A problemática do alcoolismo é efetivamente uma das causas e consequências da pobreza e


exclusão social. Sabemos que pessoas com problemas ligados ao álcool efetivamente vivem situações de
pobreza e exclusão social tendo um impacto direto nas suas famílias e indivíduos ao nível bio –
psico – social.

 Para além do alcoolismo ser uma das causas apontadas para situações de pobreza e exclusão social, é
também ela uma consequência de situações de pobreza e exclusão.

 Ou seja, pessoas que vivem uma situação de desfavorecimento social assumem, por variadíssimos
motivos, comportamentos ligados ao álcool.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: ALCOOLISMO

 A motivação para a mudança é uma variável importante no resultado da intervenção. Conhecer a


dinâmica dos processos de mudança, permite saber que aspetos são mais importantes em cada fase
do processo e que estratégias são mais úteis para aumentar a motivação.

 A intervenção pressupõe o estabelecimento de uma aliança terapêutica, que subentende acordo entre
objetivos e tarefas terapêuticas e uma relação colaborativa, empática e genuína, permitindo
assim, criar um clima terapêutico que permite ao indivíduo sentir-se seguro, reduzindo as suas
resistências, expressar-se de forma livre e aumentar a sua consciência sobre atitudes e
sentimentos.

 A abordagem deve ser centrada no indivíduo, sem culpabilizar os comportamentos de consumo,


ajudando-o a ter uma compreensão mais clara de si e das suas competências potenciando o seu
sentido de responsabilidade.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: ALCOOLISMO

Objetivo: Conhecer as Objetivo: Aumentar a


Objetivo: Reduzir ou
consequências do sua motivação para a Objetivo: Prevenir
parar o consumo de
consumo de álcool na mudança de recaídas
álcool
sua própria vida comportamento
Intervenção do técnico: Intervenção do técnico Intervenção do técnico Intervenção do técnico
• Facilitar o acesso a informação objetiva • Riscos associados ao consumo • Explorar as expetativas de mudança e reforçar • Ajudar na análise do processo de recaída:
• Apoiar na ponderação custo-benefício as expetativas positivas fatores de risco e comportamentos
sobre o álcool e suas consequências • Reforçar os sentimentos de autoestima e
associado ao consumo (área laboral, alternativos
• Examinar crenças associadas ao consumo autoeficácia
de álcool familiar, social, etc.) • Facilitar o desenvolvimento de
• Fomentar competências de auto-observação,
• Ajudar a gerir a ambivalência controlo de estímulos e de resposta
competências
• Intervir com a família para adequar o
acompanhamento
• Identificar contextos alternativos com menos
riscos associados
• Reforçar alternativas ao consumo de álcool

Instrumentos: Instrumentos: Instrumentos:


Instrumentos:
• Psicoeducação • Entrevista motivacional • Construir um plano de prevenção de recaída
• Facilitar o acesso a informação objetiva • Reestruturação cognitiva (relativamente • Técnicas de reforço • Estratégias de regulação emocional
sobre: às possíveis perceções inadequadas sobre • Auto-monitorização • Treino de competências comunicacionais
• álcool e suas consequências o álcool) • Treino de autocontrolo • Treino de competências de resolução de
problemas
• álcool: mitos e factos • Intervenções Breves • Intervenção familiar · Planificação de
• Treino de competências socio-emocionais
metas e organização de tempo livre
• Role-playing
• Grupos de autoajuda • Grupos de prevenção de recaídas
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: PROSTITUIÇÃO

 A prostituição apresenta-se como desviante em qualquer


camada da sociedade, todavia, o grau de estigmatização, o
tratamento diferencial está intimamente relacionado com os
grupos de pertença da própria prostituta na estrutura social.

 Frequentemente o estereótipo aliado à prostituição prende-se


com o fenómeno da pobreza, sendo que o estigma em torno da
prostituição recairá com maior incidência e discriminação
nestas classes sociais.

 É entre as prostitutas de rua que se encontra o estatuto mais


baixo e o estigma mais forte, que as experiências no trabalho
são avaliadas mais negativamente e que existem mais problemas
psicológicos e de autoimagem.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: PROSTITUIÇÃO

Contração de
doenças e
infeções

A disponibilização de serviços sociais e de saúde;

A violência A prevenção;
Redução de
riscos no O tratamento ou o uso mais seguro de drogas;
No geral, os/as trabalhadores/as trabalho
do sexo estão expostos sexual deve
Assim, abarcar áreas
a riscos graves, tais como: A
discriminação
como a O aconselhamento e os serviços de apoio e informação;
promoção da
saúde
Os direitos humanos e cívicos;

A A promoção ou o reforço da autoestima e da capacitação


criminalização
/ empoderamento;

E a prevenção da violência e exploração.

A exploração
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: PROSTITUIÇÃO

 Neste contexto, o outreach apresenta-se como uma estratégia


fulcral do trabalho de redução de riscos para e com esta
população, caracterizando-se pela prestação proximal de
informações relacionadas com a saúde e serviços a populações-
alvo tradicionalmente marginalizadas.

 Deve-se ir ao encontro dos/as trabalhadores/as do sexo onde eles


estão, proporcionando um contexto seguro e não ameaçador e
promovendo uma intervenção colaborativa.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: PROSTITUIÇÃO

 Esta estratégia envolve o estabelecimento de um contacto


ativo com as pessoas nos ambientes em que habitualmente
atuam, isto significa procurar as pessoas nos seus contextos em
detrimento de esperar que elas contactem com os projetos.

 O processo de intervenção e acompanhamento com


mulheres/homens na prostituição deve responder em primeiro
lugar aos objectivos que estes visam atingir, de forma a que
seja a mulher ou homem a participar ativamente no
processo de modificação da sua situação.

 Todo o trabalho desenvolvido com esta população-alvo exige uma


intervenção de vários profissionais provenientes de várias
áreas do saber.
1.7. INDIVÍDUOS COM DIFICULDADES DE INTEGRAÇÃO NO MEIO SOCIAL: PROSTITUIÇÃO

 Privilegia-se então a multidisciplinaridade na intervenção


social, que está presente nas novas dinâmicas profissionais e
verifica-se em vários contextos, nomeadamente em equipas de
rua, nos quais é necessária a contribuição de vários saberes como
forma de agir mais eficazmente na resolução dos
problemas.

 Levar as prostitutas a pretender abandonar


as ruas e, finalmente, conseguir-se isso é um
processo longo e complexo.
1. DEFINIÇÃO CONCEITOS

1.8. Minorias étnicas e refugiados


1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

 Vídeos

Vídeo 1 - https://www.youtube.com/watch?v=HICbFE_L12A

Vídeo 2 - https://www.youtube.com/watch?v=SZzFQfbrPEY
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

 Exercício

Brainstorming - Quais são as palavras que vos vêm agora à ideia?


1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

Preconceit
o

Estereótipos Intolerância O racismo consiste em crer que certas


pessoas são superiores a outras e vice
versa. As pessoas racistas diferenciam
as raças e etnias com base em
Racismo
características físicas como a cor da
pele e o aspeto do cabelo e muitas
vezes assumem comportamentos
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

Estereótipo Preconceito Intolerância Racismo


1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

Discriminação
“Qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em razão de raça, cor, sexo, língua,
religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou
qualquer outra condição e que tem o propósito ou o efeito de anular ou restringir o reconhecimento,
gozo ou exercício por todas as pessoas, em pé de igualdade, de todos os direitos e liberdades. “
Comité dos Direitos Humanos da ONU

A discriminação racial ou étnica acontece quando alguém é tratado de forma diferente


relativamente ao tratamento que seria dado a outra pessoa numa situação semelhante
por pertencera determinada raça, cor, nacionalidade ou origem étnica.
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

 Discriminação racial ou étnica


Em algumas situações, as pessoas escolhem odiar alguém ou um

grupo só pela sua identidade – nem conhecem a pessoa, mas decidem

não gostar dela e tratá-la de forma diferente.

Enquanto o

preconceito é uma atitude…


1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

…a discriminação é um comportamento que despreza o grupo, o trata mal,

o recompensa menos que os outros, o boicota e até mesmo o exclui.


1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

Discriminação direta acontece quando alguém é tratado,


propositadamente e sem justificação, de forma menos favorável
do que outra pessoa numa situação semelhante.

Exemplo?
Uma pessoa imigrante (que veio de outro país viver
para Portugal), não ter acesso a cuidados de saúde.
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

Discriminação indireta geralmente está relacionado com uma falha


em tomar medidas positivas para garantir os direitos de todos
sejam protegidos de forma igual.

Exemplo?

Uma escola sem acessos especiais para pessoas


com deficiências físicas, pode impedir que alguns
alunos frequentem a escola.
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

 Exercício

Estereótipos
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

Preconceit
o
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

 Exercício

Intolerância
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

Aspetos importantes no âmbito da intervenção social:

Refugiados Migrantes
 Medidas de emergência no primeiro país de  Integração versus assimilação no país de
asilo/reagrupamento da família; acolhimento;
 Reforço da moral, aspetos psicológicos,  Dupla cultura e identidade cultural;
nomeadamente stress pós-traumático nos campos de  Racismo;
refugiados;  Segunda geração;
 Necessidades especiais das mulheres refugiadas;  Migrantes temporários (durante toda ou parte da
 Necessidades especiais das crianças refugiadas; vida ativa);
 Segurança da pessoa e protecção socioeconómica,  Competências/formação;
nomeadamente o direito ao trabalho;  Trabalho/emprego;
 Preparação para o acolhimento;  Reagrupamento da família;
 Integração no pais de acolhimento;  Repatriados.
 Repatriamento voluntário.
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

 Para além do desempenho de funções específicas de aconselhamento nos países de emigração e imigração, a intervenção
dos assistentes sociais é também necessária em situações de migração a nível interno.

 As estratégias de intervenção são semelhantes em ambos os casos, dado que a adaptação a um novo ambiente constitui
um problema comum.

 Os técnicos devem combater o tratamento discriminatório dos migrantes e esclarecê-los quanto aos direitos que lhes
assistem. Podem pôr o seu saber ao dispor das associações de migrantes e grupos de autoajuda, se estes o solicitarem.

 A intervenção psicossocial a migrantes deve balizar o apoio prestado no atual estado da arte, devendo considerar sempre
um conjunto de princípios orientadores.
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

Princípios orientadores para apoio culturalmente adaptado


 Usar uma perspetiva ecológica no desenvolver e orientar das intervenções;
 Integrar a prática baseada em evidências com evidências baseadas na prática;
 Prestar tratamento que considere as diferenças culturais;
 Reforçar e estimular a autonomia do migrante;
 Usar serviços de base comunitária que potenciem a integração;
 Considerar sempre uma perspetiva em todos os serviços.

 Pode ser necessária uma resposta especializada de primeiros socorros psicológicos, junto de
migrantes que tenham vivenciado situações com potencial traumático e que apresentem sinais e
sintomas de sofrimento psicológico.
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

O Modelo seguinte apresenta-se como uma estratégia estruturada de intervenção que centra a
sua atuação em 3 pilares distintos.

 IMPACTO - onde são iniciados os primeiros procedimentos a primeira abordagem. Subdivide-se


em 3 fases:
Contato e Recolha de
Segurança
Conforto Informação
• Primeiro contacto, do • Um momento prático onde • Esta recolha de informação
estabelecimento da relação, o objetivo central será o deve ser realizada num
sendo que e encaminhamento para local formulário padronizado,
simultaneamente se tenta seguro e o afastamento das previamente existente, onde
proporcionar o conforto variáveis externas deverão constar elementos
possível (emocional e potenciadoras de stresse tão importantes como os
físico). (e.g.; gritos, visualização de dados pessoais da pessoa,
um cenário de sofrimento, contatos e contatos de
morte e ou destruição). familiares no sentido de, se
possível, se promover a
ligação com a ou uma rede Nesta fase é realizada a Triagem
social de apoio.
Psicossocial, no sentido de se efetivar
um plano de intervenção ajustado às
necessidades de cada pessoa.
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

O Modelo seguinte apresenta-se como uma estratégia estruturada de intervenção que centra a
sua atuação em 3 pilares distintos.
 REACÇÃO - também este dividido, agora em duas fases distintas:

Estruturação Conexão
• (se necessário), visando uma • principal objetivo promover
mais efetiva estabilização a ligação com as redes de
emocional (técnicas apoio social (e.g. Família,
relaxamento; distração cognitiva,
etc.) Amigos, Comunidade).
1.8. MINORIAS ÉTNICAS E REFUGIADOS

O Modelo seguinte apresenta-se como uma estratégia estruturada de intervenção que centra a
sua atuação em 3 pilares distintos.

 REORIENTAÇÃO -terceiro Pilar de intervenção contemplando duas fases:

Psicoeducação Sinalização

• Explicação detalhada dos • Dos casos que se justifiquem,


possíveis sinais e sintomas são referenciados para posterior
decorrentes da situação encaminhamento ou follow-up.
vivenciada, na tentativa de (Saúde Mental e Psiquiátrica e
“normalizar” os mesmos, e ou para o apoio de Serviço
potenciar os mecanismos de Social).
resiliência e das estratégias de
coping da pessoa
1. DEFINIÇÃO CONCEITOS

1.9. Violência Doméstica


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE


 Segundo a Convenção do Conselho da Europa sobre a Prevenção e o Combate à Violência Contra as
Mulheres e a Violência Doméstica, (2011), o termo violência doméstica “designa todos os actos de
violência física, sexual, psicológica ou económica que ocorrem no seio da família ou do lar ou entre
os actuais ou ex-cônjuges ou parceiros, quer o infractor partilhe ou tenha partilhado, ou não, o mesmo
domicílio que a vítima” .

 A noção de VRI resulta da necessidade de alargar a noção de VD e, em particular, a de VC, de modo a


abranger a violência exercida entre companheiros envolvidos em diferentes tipos de relacionamentos
íntimos e não apenas na conjugalidade strictus sense (e.g., violência entre casais homossexuais, violência
entre namorados).

CIG, Guia de Boas Práticas para Profissionais de Instituição de Apoio a Vítimas, 2009
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Qualquer conduta ou omissão de natureza criminal, reiterada e/ou intensa ou não, que inflija
sofrimentos físicos, sexuais, psicológicos ou económicos, de modo direto ou indireto, a qualquer
pessoa que resida habitualmente no mesmo espaço doméstico ou que, não residindo, seja
cônjuge ou ex-cônjuge, companheiro/a ou excompanheiro/ a, namorado/a ou ex-namorado/a,
ou progenitor de descendente comum, ou esteja, ou tivesse estado, em situação análoga; ou
que seja ascendente ou descendente, por consanguinidade, adoção ou afinidade.

Esta definição implica a referência a vários crimes, sejam de natureza pública, semipúblico ou particular,
nomeadamente: o de maus-tratos físicos e/ou psíquicos; o de ameaça; o de coação; o de difamação;
o de injúria; o de subtração de menor; o de violação de obrigação de alimentos; o de violação; o de
abuso sexual; o de homicídio; e outros.
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As relações de conjugalidade ou as relações de intimidade, são complexas.

Facilidade em o/a agressor/a criar uma rede de dependências e controlos que “armadilham “ a
relação e tornam mais difícil à vítima a ruptura com a situação abusiva.
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 Enquadramento legal

Violência Doméstica - Art.º 152 do CP

Qualquer conduta ou omissão de natureza criminal, reiterada e/ou intensa ou não, que inflija
sofrimentos físicos, sexuais, psicológicos ou económicos, de modo direto ou indireto, a qualquer
pessoa que resida habitualmente no mesmo espaço doméstico ou que não residindo, seja
cônjuge ou ex-cônjuge, companheiro ou ex-companheiro, namorado ou ex-namorado,
ou progenitor de descendente comum, ou esteja, ou tivesse estado, em situação análoga; ou
que seja ascendente ou descendente, por consanguinidade, adoção ou afinidade
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“Algo que ocorre quando um marido, companheiro de facto ou coabitante, inflige, deliberadamente, qualquer dano físico e/ou emocional
sobre a sua esposa ou companheira”

(Alexander, 1993)

“Qualquer acto de violência de género que resulte em dano físico, sexual, psicológico ou sofrimento para a mulher (…) quer ocorra em
público ou na vida privada”

(Assembleia Geral das Nações Unidas, 1993)

“Os maus tratos são um padrão de controlo coercivo, envolvendo o exercício de poder e domínio, num relacionamento íntimo.”

(Walker, 1994)
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“O lar é o lugar mais perigoso nas sociedades modernas.”

Anthony Giddens
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 Ciclo da Violência

ATAQUE
VIOLENTO

LUA-DE-
TENSÃO
MEL
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 Ciclo da Violência
Fase do Aumento da Tensão
• Tensões quotidianas acumuladas pelo/a agressor/a;
• Tensões que não sabe resolver sem o recurso à violência;
• A vítima é culpabilizada por tais tensões;
• Sob qualquer pretexto, o/a ofensor/a expulsa as suas tensões sobre a vítima.

Fase do Ataque Violento


• O/a agressor/a maltrata, física e psicologicamente a vítima;
• Este ataque varia de intensidade podendo deixar a vítima gravemente e
permanentemente lesionada

Fase do Apaziguamento
• O/a agressor/a, depois de ter violentado a vitima, manifesta-lhe arrependimento e
promete não voltar a ser violento;
• Pode invocar motivos para que ela desculpabilize o seu comportamento violento;
• Para reforçar o seu pedido de desculpa, ele trata delicadamente a vítima, tratando-
a bem e a seduzindo (LUA DE MEL).
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 A roda do exercício do Poder e do Controlo de Duluth

Explica as dinâmicas da violência doméstica e conjugal,

descreve um conjunto de formas de exercício da

violência tais como: coagir e ameaçar; intimidar; usar a

violência emocional; isolar; minimizar, negar, condenar;

instrumentalizar os filhos; utilizar “privilégios machistas”;

utilizar a violência económica; negligenciar; abandonar.


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Abandonar o(a) agressor(a) não significa , em muitos casos,


pôr fim à relação violenta

Necessidade de avaliação constante


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Razões para a permanência na relação

• Medo (momento percecionado de risco acentuado);


• Vergonha;
• Receio de perder os filhos;
• Dependência económica;
• Crenças religiosas;
• Falta de suporte familiar;
• Desconhecimento a nível legal;
• Mitos culturais.
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Intervenção na Crise

A intervenção
pode ser de
dois tipos:
Intervenção Continuada
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 Numa situação de crise, o nosso trabalho passará por procurar uma resposta imediata em
termos de acolhimento, ao mesmo tempo que se promove um intenso apoio emocional.

Busca de alojamento
Trabalho tem
uma
continuidade
que muitas das Estabelecimento de laços relacionais e afetivos
vezes se
desenrola
durante um
largo período de Ultrapassagem das consequências psicológicas da
tempo, pois há vitimação
que desenvolver
esforços em
diversas
Participação em processos judiciais
vertentes:
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 Neste sentido, a intervenção, que pode começar a ser delineada logo na situação de crise,
não será de forma alguma um trabalho estanque e isolado.

 É, pelo contrário, um trabalho que encontra a


sua continuidade no tempo e na transdisciplinaridade.
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A situação de crise abarca as seguintes repercussões:

Manifestação de reações Manifestação de pressões sociais


psicológicas e económicas
Choro
Pânico
Confusão
Angústia
Vergonha Propiciam o bloqueamento, associadas ao desconhecimento dos
Baixa autoestima seus direitos

Culpa
Revolta
Perturbações psicossomáticas
Predomínio de memórias das vivências traumáticas

Estes dois traços definem a negatividade da situação de crise. Perante esta negatividade, devemos, no contexto da sua relação com a vítima,
centrar-nos no desejo de mudança que esta circunstância também comporta.

Este desejo é a positividade em que devemos centrar-nos, na nossa intervenção.


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 Torna-se claro que o apoio prestado num momento de crise é muito importante, exigindo-se uma
intervenção imediata.

 Este tipo de intervenção é destinado a vítimas às quais é necessário prestar um apoio rápido e
eficaz, uma vez que se encontram submergidas por factores bastante stressantes e debilitantes da
sua vida no momento presente.

 É sobretudo indicada para vítimas de violência doméstica e de violência sexual, sobretudo quando
a vitimação ocorreu há menos de 48 horas.
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Por ser uma intervenção que pode ser aplicada a


variados tipos de situações, esta abordagem deve
obedecer às seguintes premissas gerais:

• 1) Avaliação pronta e provisão de serviços à pessoa ou família em crise;


• 2) Intervenção intensiva, focalizada e limitada no tempo, dirigida a problemas do aqui e do
agora e a objectivos específicos;
• 3) Um estilo ativo e flexível.
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Neste tipo de intervenção, devemos adoptar as seguintes estratégias:

Explorar as Diminuir a Reforçar a Mostrar interesse e


características do Clarificar Avaliar ativação e a comunicação calor e encorajar a
período crítico angústia adequada esperança

Neste período, a vítima em É importante clarificar quais


crise responde facilmente à são as exigências a que a Devemos avaliar o apoio da
ajuda. Logo, o contacto vítima tem de fazer face, família ou dos amigos – ou
inicial é o fundamental. incluindo obrigações seja, da rede de primária – e
Devemos tentar ganhar a práticas. a natureza da situação em
É comum a vítima Devemos demonstrar que
sua confiança, estabelecer casa da pessoa. Desta Reforçar a conversa normal
encontrar-se numa situação estamos interessados,
entendimento e identificar forma, é possível formar e relevante com a vítima,
de ativação e de angústia, dispostos a ouvir, que somos
claramente os eventos uma imagem completa da prestando-lhe atenção e
pelo que se torna necessário empáticos. Devemos
recentes relevantes, vida da pessoa, não só do desencorajando o
utilizar meios psicológicos estimular a esperança numa
sobretudo aqueles que Passado e do comportamento agitado,
Devemos prestar atenção ao para os reduzir, falando-lhe resolução positiva, o que
levam a pessoa a procurar desenvolvimento dos seus persistente ou não
seu estado de saúde mental: de uma forma segura e promoverá certamente a sua
ajuda. Através de uma problemas, mas também de comunicativo;
se existem ideações suicidas, tranquilizante; autoconfiança.
conversa acerca das últimas como esta os resolveu
48 horas obtém-se muita qual o grau de ansiedade, de anteriormente e da
informação útil, que agitação e de angústia e, em qualidade de recursos
permitirá apontar para particular, se a sua condição disponíveis.
problemas chave; permite dar os passos cuja
implementação imediata se
impõe;
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Algumas tarefas importantes que os profissionais, no âmbito da intervenção na crise, devem desenvolver:

Validação dos direitos Ajuda à vítima na Apoio à vítima na


Otimização de todos os
Empoderamento. e das decisões da formulação de um reformulação do seu
recursos existentes.
vítima. Plano de Segurança. projeto de vida

Podemos informá-la Podemos colocar à sua Podemos conceber, com a


devidamente tanto sobre disposição todos os vítima, um conjunto
Podemos ajudar a vítima a os procedimentos judiciais recursos que, na nossa constituído: a) pela
encontrar as suas como sobre os instituição ou serviço, análise da situação
potencialidades para a constrangimentos de vária estão disponíveis: presente e identificação
resolução dos problemas, ordem que podem surgir; recursos materiais e das situações de risco; b) a curto e a longo prazo.
reforçando as suas respeitando as suas recursos humanos, no pela projeção da situação
capacidades e o seu poder decisões, mas ajudando sentido de facilitar o futura e outras medidas
de decisão; também a perceber as processo de apoio e realizáveis nas condições
vantagens e desvantagens possibilitar uma relação reais prevendo ao máximo
de cada uma; de proximidade; as situações de risco.
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Avaliação
I. Avaliação do risco

II. Planos de Segurança Pessoal

III. Entrevista às Vítimas

IV. Fatores a ter em conta na Intervenção na VRI

V. Processo de Apoio

VI. Intervenção em Rede


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I. Avaliação do risco

• A avaliação de risco consiste num processo de recolha de informação acerca das


pessoas envolvidas num determinado contexto de violência, com a finalidade de
identificar o grau de perigosidade presente, facilitando o processo de tomada de
decisão acerca do risco de reincidência da violência (e.g. Kropp, Hart, Webster &
Eaves, 1994, 1995, 1999).

• O principal objetivo da avaliação de risco é prevenir e não prever a violência.

• A finalidade deste processo é a proteção e segurança das vitimas de violência.


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Gestão de risco

 A gestão de risco tem como objectivo a promoção da protecção e segurança das


vitimas. Requer uma estratégia integrada para reduzir/prevenir o risco de
reincidência da violência, bem como uma abordagem multi-institucional, que tenha em
conta o nível de risco, o desenho do plano de segurança em colaboração com a mulher,
assim como a implementação de medidas judiciais de proteção.
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I. Avaliação do risco
I. Princípios Chaves de Intervenção

A avaliação A avaliação e a As crianças


experiência Não devem
Processo de risco não devem ter a
profissional ser feitas
deve ser oportunidade
centrado na reduzida à
devem ser promessas
de
conjugadas com improváveis e
pessoa aplicação de a percepção das falar/serem
irrealistas
questionários vítimas ouvidas

A informação
Em casos de risco recolhida deve ser
A avaliação das As mulheres devem elevado, os/as tratada de acordo
Processo de vítimas deve ser ser informadas Profissionais
profissionais têm com a protecção de
colaboração tida em acerca dos riscos devem
que ser muito dados, e apenas a
com as consideração – identificados na adequar a
as mulheres são avaliação, para assertivos/as na informação essencial
vítimas linguagem à
peritas na sua prosseguir com a comunicação às deve ser partilhada
pessoa
própria situação gestão de risco mulheres do risco de acordo com os
de homicídio protocolos
existentes.
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I. Avaliação do risco
I. Princípios Chaves de Intervenção (cont.)

Dinâmico:
atualização
regular

Um processo de avaliação de
risco é essencialmente um
Processo processo de gestão da
Estruturado: informação

Com recurso
Individualizado
a fontes de e
informação contextualizado
diversificada
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I. Avaliação do risco

Consciencializar a
vítima acerca do Elementos da AR
risco que corre
(Campbell, 2009)

1. a perceção da vítima
Evitar que os
resultados da
avaliação sejam
Contexto mais relativamente ao seu nível de
securizante para a
semelhantes a
vítima (Robinson,
escolhas
probabilistas ou
2011) risco
feitas ao acaso

Objetivos 2. os indicadores de risco e de


proteção específicos de uma
dada problemática
Planos de gestão
do risco mais
3. a avaliação do profissional
adequados para o Construir planos de
agressor (Matos, segurança mais
2006; Weisz, Tolman, realistas (Laing,
& Saunders, 2000) - 2004)
“auxiliar” na (State Victorian Government, 2012)
tomada de decisões
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I. Avaliação do risco

Dois aspetos importantes:

Perceção da vítima
 As avaliações das vítimas aumentam a precisão da previsão de
instrumentos de avaliação-padrão (Bennett Cattaneo et. al.,
2007 cit. Grams & Magalhães, 2011; Campbell, 2001)

 A maioria das mulheres que procura ajuda está em situação


de risco ou perigo

O processo de avaliação do risco em vítimas de VRI visa ajudar as


vítimas a tomarem consciência do risco que correm
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I. Avaliação do risco
Indicadores de risco e de

Uso de
armas e Escalada de Violência
Violência
durante a
Questões
sociais/culturais
violência sexual
ameaça gravidez /religiosas

de morte
proteção

Separação ou Stalking/as
Isolamento
tentativa para
sair do
Consumo de Comportamento sédio
social
relacionament
substancias controlador persistente/
o perseguição
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I. Avaliação do risco
Avaliação do Profissional

Aumentar a Cada fator de


Experiência,
Avaliação
probabilidade de
risco ou indicador
competência e resultados positivos
casuística da e apresentar à de vulnerabilidade
conhecimento do relevância de vítima alternativas
cada indicador de que lhe permitam deve ser
profissional que tomar decisões
risco presente analisado como
avalia a situação minimizadoras do
seu nível de risco.
parte de um todo.
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I. Avaliação do risco

Tenha em
consideração a
especificidade de
cada situação;

Valorize o
julgamento com
base na Seja centrada na

Qual a
experiência por pessoa;
parte da/o
profissional.

que
devemos
utilizar?

Utilize um
instrumento Valorize a
cientificamente perspetiva e
validado, tomada de decisão
contemplando os das vítimas;
fatores de risco;
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I. Avaliação do risco
Fases do Processo de Avaliação e Gestão do Risco

Avaliação do Gestão do
Identificação Monitorização
Risco Risco

Sinais e
Fatores de Estratégias de Periódica de
indicadores prevenção e acordo com a
de violência risco
minimização especificidade
do risco
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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I. Avaliação do risco
Fases do Processo de Avaliação e Gestão do Risco

 A recolha de informação no início da intervenção é um procedimento fundamental para uma correta


avaliação e gestão do risco.

 Quando se realiza?

 A importância do primeiro atendimento

 A recolha de informação é um elemento essencial no primeiro atendimento com a vítima. Neste sentido,
aquela deve ser tão vasta quanto possível, ainda que dentro dos limites do necessário, porque o primeiro
atendimento é, porventura, o momento em que a vítima se apresenta numa situação emocional mais difícil,
em virtude da proximidade temporal da situação de vitimação.
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I. Avaliação do risco
Recolha a
informação
estabelecendo uma
relação com a
vitima

Considere a
situação de forma
Escuta ativa e
responsável e
reflexiva
acredite no que lhe
Recolha de é relatado

Informação

Assuma uma
Faça perguntas
postura neutra e
claras para
tenha uma postura
recolher/confirmar
aberta e
a informação
transparente
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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I. Avaliação do risco
Recolha de informação a três níveis (Matos, 2002)

História de pré-vitimação e
Narração de vitimação História de pós vitimação
pessoal

• História familiar • Origem e a evolução • Condições de manutenção da


• Historia educacional • Detalhe dos incidentes de violência – o que o faz manter-se
• Percurso profissional agressão (e.g. o primeiro, o ou agravar-se
último, o típico, o mais grave) • Estratégias e recursos pessoais
• Rede de suporte • Padrões de severidade e de
• Antecedentes de vitimação frequência • Rede de suporte primária e
secundária da vítima
• Sinais de alarme
• Extensão das lesões • Grau de isolamento social e
• Risco de comportamento suicida familiar.
ou homicida
• Presença de menores durante a
agressão
• Existência de fatores de risco de
ocorrência de violência severa
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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I. Avaliação do risco

 Nas últimas décadas, vários instrumentos e/ou metodologias foram desenvolvidas em todo o mundo para
avaliar o nível de perigo do perpetrador e o nível de risco para as vítimas, incluindo o nível de risco de
letalidade.

 No entanto, nenhum dos instrumentos desenvolvidos é capaz de prever a 100% o nível de risco.

 Contudo, eles são muito úteis para reunir várias informações que possibilitam desenvolver estratégias
de monitorização do agressor e de proteção à vítima.
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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I. Avaliação do risco
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I. Avaliação do risco
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I. Avaliação do risco
Momentos especialmente críticos

 A rutura da relação

 A apresentação de queixa-crime

 As notificações judiciais e de outros serviços oficiais

 As audiências judiciais

 As visitas às crianças por parte do agressor


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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Planos de Segurança Pessoal


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II. Planos de Segurança Pessoal

 O Plano de Segurança Pessoal assume-se como um instrumento fundamental para ajudar as vítimas
a alcançar soluções alternativas de segurança, focando-se essencialmente nas suas necessidades
imediatas e enfatizando a sua própria perceção na avaliação do risco vivenciado (Waugh & Bonner, 2002).

 Este plano, tem como principal objetivo assegurar que, na eventualidade de a violência ocorrer ou
voltar a ocorrer – apesar dos esforços de gestão do risco desenvolvidos para o contrariar– qualquer
impacto negativo no funcionamento psicológico e físico da vítima será o menor possível.
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II. Planos de Segurança Pessoal

 Independentemente do nível de risco identificado, cada vítima necessita de um plano de segurança,


adequado à sua situação individual.

 É importante valorizar as estratégias de segurança já desenvolvidas pela vítima/sobrevivente e


reconhecer os seus conhecimentos sobre a dinâmica da violência, o contexto onde vive e os hábitos do
agressor.
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II. Planos de Segurança Pessoal

Os planos de segurança devem:

 Ser individualizados, adaptados à situação concreta

 Elaborados em conjunto com a vítima

 Ser flexíveis, incluindo prazos acordados com a sobrevivente,


aumentando a sua capacidade de reflexão e de escolha.
Sempre que possível, a saída
de uma relação de violência
deve ser planeada,
respeitando o tempo de
decisão da vítima


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II. Planos de Segurança Pessoal

ATENÇÃO:

 Deve dar-se importância aos fatores passíveis de intervenção

 As estratégias devem ser realistas e passíveis de serem implementadas pela vítima e pelos recursos

disponíveis.

 Na seleção das estratégias de segurança, o TAV deve envolver o mais possível a vítima, respeitando-a na

sua autonomia para a tomada de decisões e as suas caraterísticas pessoais

 É importante avaliar a motivação da vítima para respeitar as medidas de proteção e de prevenção

estabelecidas e quais as suas expectativas acerca dos resultados das mesmas.


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II. Planos de Segurança Pessoal

 O grau de risco obtido resultará num determinado nível de risco, com estratégias de gestão do
risco específicas e que devem ser complementadas com recomendações associadas aos fatores
de risco identificados pela vítima.

 A urgência da atuação e da implementação de estratégias de segurança aumentam com o


aumento do nível de risco identificado, ou seja, quanto maior for o nível de risco detetado
maior será a urgência na atuação.

Os níveis de risco devem ser usados com cuidado, uma vez


que não existem dados de investigação que nos permitam
estabelecê-los de forma inequívoca.
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II. Planos de Segurança Pessoal


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II. Planos de Segurança Pessoal


O plano deve responder a algumas questões em concreto:

 Quais os sinais/indícios que podem constituir-se como um pré-aviso e que indicam que a vítima pode
estar em risco?;

 Quais os sinais de alarme internos que a vítima identifica e que possam mostrar tensão ou medo? (e.g.,
pensamentos, comportamentos, reacções físicas e emocionais);

 Quais os eventos externos stressores que podem colocar a vítima em situação de perigo? (e.g., filhos,
hora do dia, problemas familiares);

 Como se proteger a si e aos seus filhos? (se existirem);

 Qual a eficácia das tentativas de resolução anteriores? (se existirem).


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II. Planos de Segurança Pessoal

O plano deve incluir:

 Contato de uma organização de apoio á vítima

 Números de emergência (112, 116 006)

 Medidas de segurança na residência

 A identificação de um lugar seguro, onde em caso de perigo, a vitima e as crianças podem recorrer

 a identificação e o contato da rede natural de suporte

 Acesso rápido a dinheiro, medicamentos, e documentos importantes


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II. Planos de Segurança Pessoal

 A avaliação de risco deve ser feita por profissionais com formação específica e com o recurso a instrumentos cientificamente validados.

 A avaliação e gestão de risco não se devem resumir à aplicação de instrumentos, sendo fundamental desenvolver uma abordagem compreensiva e abrangente da

problemática, em que a colaboração das vítimas e a valorização dos relatos das suas histórias de violência e de vida, bem como das suas perceções em relação ao

risco, devem ser centrais.

 O sistema judicial deve ter em conta a avaliação e gestão de risco, devidamente fundamentada e documentada, em todas as fases da sua intervenção e nas

medidas decretadas.

 A avaliação e a gestão de risco deve ser um processo contínuo e dinâmico e tem de ter sempre em conta as especificidades de cada vítima/sobrevivente.

 A proteção das crianças deve ser uma das prioridades da avaliação e gestão de risco.
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III. Entrevista às Vítimas

O profissional de atendimento a vítimas deve colocar questões de forma sensível

e direta, mantendo sempre a escuta ativa, neutralidade e confidencialidade,

evitando juízos de valor.


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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III. Entrevista às Vítimas


Atitude no contacto com a vítima
 Escuta ativa e empática

 Acreditar na experiência de maus-tratos que é relatada pela vítima

 Assegurar a confidencialidade

 Criar uma relação empática e de confiança

 Enfatizar que a violência nunca é justificável

 Assegurar à vítima que não está só e que a culpa não é dela

 Evitar interromper a vítima

 Repetir ou reformular o discurso da vítima


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
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III. Entrevista às Vítimas


Atitude no contacto com a vítima
 Apoiar as decisões da vítima

 Ajudar a vítima a tomar decisões informadas mas não tomar decisões por ela

 Não dar conselhos pessoais, não fazer julgamentos nem emitir juízos de valor ou afirmações assentes em
estereótipos, mitos ou crenças infundadas

 Saber ouvir, transmitir e dar feedback

 Reconhecer que “ comportamento gera comportamento” e que a reação da vítima às propostas e ajudas que lhe
são oferecidas vai depender do impacto do primeiro contacto com as instâncias e atores que, aos diferentes níveis
(policial, médico, social, psicológico), a atendem .
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

IV. Fatores a ter em conta na intervenção com vítimas de VRI

Sentimento da vítima

Esperança

Amor Medo
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

IV. Fatores a ter em conta na intervenção com vítimas de VRI


Necessidades das vítimas

Saúde e bem-estar Psicológicas

Sociais Jurídicas
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

IV. Fatores a ter em conta na intervenção com vítimas de VRI


Processo de Encaminhamento

Respostas na
comunidade Rede nacional
de casas abrigo
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

V. Processo de Apoio
Objetivos do Apoio

 Garantir a segurança da vítima

 Promover o restabelecimento da estabilidade emocional

 Fazer a avaliação do grau de risco e do impacto

 Elaborar com a vítima o Plano de Segurança

 Informar sobre os seus direitos e como os exercer


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

V. Processo de Apoio
Como Reagir?
 Ouvir ativamente

 Não julgar a pessoa nem a culpabilizar

 Transmitir confiança

 Não fazer falsas promessas nem transmitir falsas expectativas

 Não pressionar

 Manter disponibilidade
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

VI. Intervenção em Rede


Trabalho multidisciplinar em rede: a sua importância na intervenção com vítimas de VRI

”SENDO A VIOLÊNCIA UM FENÓMENO COMPLEXO DE ORIGEM MULTIFATORIAL, A OMS DEFENDE


QUE A SUA PREVENÇÃO DEVE SER INDISSOCIÁVEL DE UMA COORDENAÇÃO E CONJUGAÇÃO DE
ESFORÇOS, NA IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES EM REDE, DE NATUREZA MULTIDISCIPLINAR E
MULTISSETORIAL, TENDO POR BASE O MODELO ECOLÓGICO”.

Fonte: Violência Interpessoal, Abordagem, Diagnóstico e Intervenção nos Serviços de Saúde


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

VI. Intervenção em Rede


Trabalho multidisciplinar em rede: a sua importância na intervenção com vítimas de VRI

A complexidade e a gravidade da violência doméstica implica o reconhecimento de que não se pode

lidar eficazmente com esta problemática de forma isolada, sendo essencial desenvolver uma resposta

coordenada e integrada, numa ótica de trabalho em rede e numa abordagem multidisciplinar.

“ A existência de recursos não constitui, por si só, uma resposta eficaz às necessidades das vítimas, é a forma

de articulação entre as várias organizações que determina o sucesso da intervenção”


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

VI. Intervenção em Rede


Objetivos do trabalho em rede

 Reconhecer a complexidade da problemática e as suas consequências, procurando produzir mudança social


contribuindo para a sua prevenção

 Aprofundar o conhecimento da problemática a diferentes níveis: nacional, regional e local

 Contribuir para o estabelecimento de objetivos partilhados e monitorização das intervenções realizadas

 Implementar modelos de intervenção integrada no âmbito da deteção precoce, intervenção e encaminhamento


de vítimas e agressores/as
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

VI. Intervenção em Rede


Objetivos do trabalho em rede
 Contribuir para a implementação e divulgação de boas práticas a nível da humanização no atendimento a
vítimas de Violência

 Aumentar a eficácia do sistema de suporte às situações, procurando aumentar a segurança e proteção das
vítimas, respondendo às suas necessidades

 Contribuir para o empowerment das vítimas, promovendo o seu acesso a recursos e mobilizando um conjunto
de respostas que procuram garantir os seus direitos

 Promover respostas eficazes no âmbito da intervenção de agressores/as evitando a sua reincidência


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

VI. Intervenção em Rede


Objetivos do trabalho em rede

 Evitar a fragmentação de cuidados e, consequentemente, a revitimização através da implementação de

procedimentos de partilha de informação e de encaminhamento, com as devidas reservas de confidencialidade

 Agilizar canais de comunicação de forma a permitir uma maior eficácia das intervenções

 Rentabilizar e maximizar os recursos nesta área


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

VI. Intervenção em Rede


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

VI. Intervenção em Rede

Aumenta a eficácia das intervenções

Beneficia todos os intervenientes

Sustêm e ajudam a sentir apoio colectivo

Experiências de trabalho menos cansativas e frustrantes


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

Os diferentes Profissionais da Intervenção


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

Os diferentes Profissionais da Intervenção

Órgãos de Policia
Psicólogos/as Assistentes Sociais Juristas/Advogados/as
Criminal

Enfermeiros Médicos Procuradores/as Juízes/as

Educadores Sociais Oficiais de Justiça


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

Técnico/a de Apoio à Vítima

Competências Competências Competências


Pessoais Técnicas Especificas
Dimensão relacional
(comportamento relacional, pacífico
e redutor de conflitos). Académica e/ou experiência
profissional
Autogestão emocional (adequada
gestão emocional).
Competências específicas para a(s)
função(ões) que desempenha
Processo de empatia (sentir-se como
potencial vítima).
Dos procedimentos de apoio à
vítima
Humanizar a vitimação.
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

Estratégias

Competências Pessoais
Ter uma atitude positiva perante o problema do stress

Partilhar com os outros profissionais e/ou com o seu superior as suas experiências no processo
de apoio

Reconhecer e respeitar os limites do seu próprio corpo, assegurando períodos mínimos de


descanso e relaxamento

Reconhecer e respeitar as normas básicas de saúde

Investir em atividades agradáveis nos tempos livres

Autoavaliar em cada momento as suas condições pessoais


1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

Processo de Empatia
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

Processo de Empatia
Capacidade do profissional para estar na disposição pessoal de:

1. Se sentir como potencial vítima de crime (seja homem ou mulher)

2. Conseguir sentir-se como pessoa que já teve experiências de sofrimento durante a vida, de menor ou maior
amplitude, e que, numa situação semelhante também sofreria e poderia ter dificuldades.

3. Finalmente, depois de se considerar potencial vítima de crime e de se recordar como pessoa suscetível de ter
sofrimentos, estar capacitado para se imaginar na pele da mulher/homem vítima, ou seja, deixar o seu próprio
ângulo de visão e pousar no ângulo de visão da vítima.
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

Algumas regras para a construção de um processo de empatia


1. Prestar atenção
• Manter contacto ocular e postura descontraída, porém atenta (braços e pernas descruzados e postura
ligeiramente inclinada para o outro)
• Estar atento ao comportamento verbal e não verbal.

2. Escutar atentamente:
• Mostrar que estamos a ouvir atentamente (acenar afirmativamente com a cabeça, reformular,
questionar para obter mais informação)
• Evitar interrupções

3.Encorajar a expressão de emoções/sentimentos:


• Explicar e validar os sentimentos, pensamentos e perspectivas do outro; fazer com que o interlocutor
se sinta compreendido;
1.9.VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
ENQUADRAMENTO CONCEPTUAL DAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE

Qualquer profissional que contacte com vítimas de VRI deve...

Ter um conhecimento suficiente


Conhecer/saber identificar os tipos Saber reconhecer sinais indiciadores
Afastar/combater crenças e mitos sobre os factores associados à VD e
mais frequentes de actos envolvidos da ocorrência de violência e
que dificultam ou impedem a sobre as dinâmicas e processos
na VD e suas consequências para a incentivar a revelação por parte da
intervenção nesta área; abusivos utilizados pelo agressor no
vítima; vítima;
contexto da VD;

Adquirir as competências e
estratégias básicas de Saber quais os tipos de apoio
Saber que a maioria desses actos comunicação/atendimento, seja disponíveis e quais os tipos de
Conhecer/reconhecer as constitui um crime consignado no presencial seja telefónico, estar encaminhamento e de articulação
consequências da VD; Código Penal e aplicável em sensibilizados para esta problemática com outros serviços que podem
situações de VD; e para lidar com as especificidades disponibilizar em cada área de
emocionais e comportamentais de intervenção.
vítimas de violência continuada;
1. DEFINIÇÃO CONCEITOS

1.10. Bullying
1.10. BULLYING

O que é Bullying

 O bullying é um fenómeno de violência entre pares que implica a perpetração de comportamentos

agressivos e violentos por um/a agressor/a (ou grupo de agressores/as) contra uma vítima (ou grupo de

vítimas), com o objetivo de a(s) prejudicar, de lhe(s) causar dano ou sofrimento.


1.10. BULLYING

Características ou Circunstâncias Específicas

DESEQUILÍBRIO DE

INTENÇÃO REPETIÇÃO PODER

(com propósito) (várias vezes) (mais forte ou em

maior número)
1.10. BULLYING

Formas do Bullying

DIRETO INDIRETO

Bullying
Bullying Bullying
Social e Cyberbullying
Físico Verbal
Relacional

As diferentes formas de violência podem evoluir de formas menos graves para formas mais graves, por exemplo, os insultos ou

comentários negativos podem dar lugar às agressões físicas.


1.10. BULLYING

Tipos de Violência  Contacto físico não desejado

Violência Física  Agredir


 Cuspir
 Morder
 Puxar os cabelos
 Empurrar
 Bater e/ou Esmurrar
 Pontapear
 Dar encontrões
…

 Estragar ou danificar material ou objetos pessoais


 Rasgar a roupa
…

 Roubar
 Extorquir dinheiro ou outros bens pessoais com recurso à
força física e/ou ameaça

 Perseguir

 Assédio
(APAV, 2011; Amnistia Internacional Portugal, 2016; Nery, et al., 2017)  Violência Sexual
 Forçar a prática de atos de natureza sexual
 Insultar ou fazer comentários de natureza sexual
1.10. BULLYING
 Ofensas verbais
Tipos de Violência  Insultar
Violência Psicológica/Verbal  Chamar nomes
 Dizer piadas depreciativas
 Atribuir alcunhas desagradáveis
 Salientar deficiências
 Fazer comentários discriminatórios
 Racistas
 Sexistas
 Homofóbicos
 Motivado pelo preconceito em relação à
orientação sexual ou identidade de género
de outra pessoa
 Contar segredos ou informações sobre a
nossa sexualidade

 Gritar
 Humilhar
 Ridicularizar
(APAV, 2011; Amnistia Internacional Portugal, 2016; Nery, et al., 2017)
 Ameaçar ou intimidar através de palavras
 Outras expressões que geram mal-estar
1.10. BULLYING

Tipos de Violência  Exclusão social


Violência Psicológica/Verbal
 Deixar de fora dos trabalhos de grupo

 Excluir das atividades lúdicas realizadas em grupo

 Manipulação social no sentido de levar a que uma pessoa seja excluída ou

 sentida como indesejada pelos demais

 Difundir (oralmente ou através da escrita)

 Rumores ou boatos depreciativos, com conotação racial/étnica, sexual ou

 de outra ordem

 Difamar

 Inventar mentiras

 Ignorar
(APAV, 2011; Amnistia Internacional Portugal, 2016; Nery, et al., 2017)
 Indiferença

 Isolamento
1.10. BULLYING

Outras Formas de Bullying


Cyberbullying

 É uma forma de bullying, que começou a emergir da utilização das novas tecnologias, sendo um tipo

de violência cometido através da internet, das redes sociais e outros dispositivos eletrónicos, em que

uma pessoa ou grupo de pessoas procura, envergonhar e humilhar outra pessoa.

 Apesar do cyberbullying poder ser cometido por pessoas que não se conhece, muitas vezes é

praticado por alguém que se conhece da vida “real”, como colegas de turma, amigos, entre outros.
1.10. BULLYING

Outras Formas de Bullying  Disseminar informação negativa ou falsa


 Intenção de difamar a vítima (pelo recurso a
Cyberbullying telefonemas, mensagens de texto, mensagens de
vídeo, e-mail, chat room, websites, redes sociais)

 Injuriar a vítima (pelo recurso aos mesmos meios)


 Ofensas, insultos, ameaças

 Importunar a vítima (pelo recurso aos mesmos meios)


 Vídeos e/ou fotografias que causam desconforto
ou embaraço

 E-mails recebidos contendo vírus

 Uso das passwords para entrar no e-mail e/ou perfil das


redes sociais para enviar/publicar informação falsa ou
negativa (sobre nós ou sobre pessoas que conhecemos)

Cyber Bullying  Criar falsos perfis em blogues e redes sociais


(UNICEF, 2014)
1.10. BULLYING

Contextos de Vitimação e Perpetração

 O bullying enquanto fenómeno de violência encontra-se maioritariamente associado ao espaço escolar, apesar de se manifestar

igualmente noutros contextos, ocorrendo normalmente em espaços em que a supervisão é ausente ou insuficiente.
1.10. BULLYING
1.10. BULLYING

Dinâmica do Bullying
 Seja qual for o tipo de intervenientes, todos/as eles/elas irão intervir no fenómeno do bullying a diversos níveis, seja de forma direta ou

indireta.
INTERVENIENTES
NA DINÂMICA VÍTIMA
DO BULLYING

TESTEMUNHAS
Observadores
AGRESSOR/A Defensores
Apoiantes
Seguidores
(APAV, 2011; Amnistia Internacional Portugal, 2016)
1.10. BULLYING

Dinâmica do Bullying

 A presença e participação (mais ou menos ativa) do grupo de pares promovem o agravamento e a persistência da situação violenta, por “culpa” da acomodação

de cada elemento do grupo aos papéis assumidos inicialmente, levando à instalação de um padrão de relacionamento entre os seus membros centrado

no conflito e na sua resolução violenta, cada vez mais difícil de modificar.

 Ao mesmo tempo, o grupo funciona como plateia ou audiência reforçadora e legitimadora da perpetração de comportamentos violentos,

minimizando e difundindo a responsabilidade individual face aos atos concretizados, tornando-os uma forma aceitável de resolução de conflitos, à qual os

elementos do grupo aderem pela necessidade de pertença e aceitação ao grupo e pelo grupo, respetivamente.
1.10. BULLYING

Características da Vítima
Aquele/a que é alvo da agressão

 ► Rapazes manifestam um risco aumentado de vitimação por agressões

físicas e verbais, enquanto as raparigas parecem possuir maior probabilidade

de serem vítimas de formas mais subtis de agressão através do bullying

social (ex.: rumores)

 ► Geralmente são mais jovens e fisicamente mais frágeis e/ou pequenas

que o/a agressor/a


1.10. BULLYING

Características da Vítima

O risco acresce se possuírem algum tipo


Apresentam uma visão negativa de si de característica (física e/ou não física)
que os/as diferenciem do grupo de pares
Ser novo/a na escola
Baixa autoestima
Vestir de forma diferente

Elevada insegurança Usar óculos/aparelho nos dentes

Pertencer a uma minoria étnica

Personalidade ansiosa Possuir pronúncia

Apresentar peso acima da média/excesso de peso


Mais tímidos/as Ter alguma deficiência física

Vulnerabilidade/Fragilidade emocional (ex.: choram com Ter orientação sexual distinta


facilidade)
Défices de atenção e hiperatividade
1.10. BULLYING

Catacterísticas do/a Agressor/a (Bully)


Aquele/a que agride

 Pode ser apenas uma pessoa ou um grupo de pessoas

 Rapazes cometem mais bullying físico e as raparigas cometem


mais bullying social

 Estatura física maior e mais forte comparativamente à vítima


 Escolhem sobretudo os mais fracos e indefesos como alvos

 Jovens que frequentam os 1º, 2º ciclo do Ensino Básico


apresentam um maior risco de condutas agressivas
 Baixo rendimento escolar
1.10. BULLYING

Agressor/a (Bully)
 Atitude de confronto favorável à utilização de violência

 Problemas de comportamento

 Perturbação de oposição e desafio

 Temperamento difícil e baixa resistência à frustração

 Comportamentos frequentes de exibicionismo

 Jovens inseguros/as

 Apresentam-se como pessoas muito seguras, com reduzida ansiedade e elevada autoestima
1.10. BULLYING

Agressor/a (Bully)

 Envolvimento em comportamentos de risco e de delinquência

 Consumos de álcool e substâncias ilícitas

 Relacionamentos sexuais não protegidos

 Porte de armas

 Vandalismo

 Crimes contra a propriedade

 Ausência de empatia ou ressonância afetiva (ou seja, culpa ou arrependimento) face ao impacto dos seus atos na vítima

 Pode ter sido vítima de bullying no passado


1.10. BULLYING

Sinais de Alerta que a Vítima apresenta numa Situação de Violência

A vítima de bullying poderá manifestar um conjunto de sintomas e sinais

consequentes à vitimação que podem facilitar a sinalização da existência de

uma experiência inusual no quotidiano de vida da criança ou jovem, alertando

os adultos responsáveis para a possibilidade de algo de errado se estar a

passar.
1.10. BULLYING

Sinais de Alerta que a Vítima apresenta numa Situação de Violência

Mostra-se assustada de ir para a escola Recusa-se a ir ou não demonstra


Receio de falar sobre o que se está a
(ex.: pede para ir levar e buscar às vontade de ir para a escola
passar
aulas) (ex.: finge estar doente)

Mostra-se angustiada e insegura


Deixa de comer ou começa a ter Irritabilidade extrema, tornando-se
porque não sabe como resolver a
dores de barriga frequentes agressiva para com os pares
situação

Sente raiva e injustiça por alguém a/o Dificuldade em adormecer


Sente culpa e/ou vergonha do que está
estar a magoar dessa forma e por o (ex.: começa a ter pesadelos
a acontecer
estar a fazer contra si frequentes)
1.10. BULLYING

Sinais de Alerta que a Vítima apresenta numa Situação de Violência

Fracos/Baixos resultados escolares apresentando


Isola-se dos seus familiares e amigos
alguma dificuldade para prestar atenção

“Perde”, constantemente, o almoço ou outros bens,


não sendo capaz de explicar o que aconteceu Confusa, porque não compreende os motivos do/a
(ex.: não quer dizer que o dinheiro do almoço lhe agressor/a
foi roubado)

Fugas de casa e da escola Autoagressão, podendo chegar a tentar o suicídio


1.10. BULLYING

Ausência de Sinais de Vitimação

 Saliente-se, no entanto, que nem todas as vítimas de

bullying apresentam o rol de sintomas anteriormente

identificados e que existem vítimas que se revelam

assintomáticas perante a experiência de vitimação

vivida.

Desta forma, há crianças e jovens vítimas de bullying que poderão não manifestar sinais
de vitimação.
1.10. BULLYING

Porque é que a Vítima Não Pede Ajuda?

Tem receio de sofrer retaliações, perseguições ou ainda mais agressões, caso os colegas que o/a agridem

descubram.

Pensa que ninguém acreditará em si.

Pensa que os/as seus/suas amigos/as se vão afastar, em vez de o/a apoiarem.

Acha que ninguém vai ser capaz de ajudar a ultrapassar a situação.


1.10. BULLYING

O PAPEL DA FAMÍLIA, DA ESCOLA E


DA SOCIEDADE NA PREVENÇÃO DO BULLYING
1.10. BULLYING

Prevenção e Intervenção no Bullying

Para uma melhor prevenção e intervenção no fenómeno social do bullying

deverão estar envolvidos diversos agentes, nomeadamente:

PARES ESCOLA
SOCIEDADE
FAMÍLIA e
JOVENS PROFESSORES/AS
INSTITUIÇÕES
TERCEIROS FUNCIONÁRIOS/AS
2. INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA NAS POPULAÇÕES DE RISCO

2. Intervenção Comunitária nas Populações de Risco


2. INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA NAS POPULAÇÕES DE RISCO

 As novas perspetivas sobre desenvolvimento assumem a necessidade de valorização do local e comunitário como
forma de combate às situações de marginalização, exclusão social e desigualdade.

 As comunidades são atualmente perspetivadas enquanto espaços socializadores, de construção de identidades


locais e coletivas, de redes sociais e de suporte a indivíduos e grupos sociais, que partilham espaços, valores,
formas de convivência.

 É neste sentido que a intervenção comunitária ganha relevo, observando as suas potencialidades e
fragilidades, mobilizando os recursos necessários e possíveis e partindo das necessidades e vontades das
suas populações, envolvendo-as em projetos que para elas se assumam como significativos.

 Este tipo de intervenção é, por isso mesmo, uma de construção de cidadania dos seus grupos, onde
tradicionalmente os níveis de participação política, pública e cívica são baixos.
2. INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA NAS POPULAÇÕES DE RISCO

As comunidades poderão ser encarados como espaços de resgate

Aproveitamento de recursos e potenciação


de competências de grupos e de indivíduos.

podem ser vistas enquanto espaços de construção

Pedagógica Educação

Construção de novos valores, aquisição de cidadania e conquista


de autonomia
2. INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA NAS POPULAÇÕES DE RISCO

 É nos espaços das comunidades locais que os grupos tradicionalmente marginalizados encontram possibilidades de
reclamação de participação e de partilha de poder, particularmente, na tomada de decisão conjunta sobre
esses mesmos espaços e no delinear de acções a desenvolver.

 Enquanto centro de intervenção, a comunidade deverá ser lida no seu todo, agregando todos os que dela fazem
parte, procurando perspetivas próximas e distantes, conjugando diferentes interesses e diferentes
possibilidades: utentes locais, instituições públicas, políticas, sociais, educativas, de saúde, e sociedade civil no seu
sentido mais lato serão pólos essenciais do trabalho comunitário.
2. INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA NAS POPULAÇÕES DE RISCO

Os técnicos que participam na intervenção comunitárias, devem ser:

Facilitadores
Mediadores
desses processos

Reflectindo com
Caminhos a traçar
intervenientes
2. INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA NAS POPULAÇÕES DE RISCO

 Os técnicos de apoio psicossocial, os educadores sociais, os professores, os educadores de infância, deverão ser
capazes de trabalhar em contextos de educação mais formais ou menos formais, com as diferentes faixas
etárias tendo como pano de fundo a promoção da cidadania e da participação dos seus atores nos seus
próprios processos de desenvolvimento.

 A sua intervenção deverá assim guiar-se por princípios de equidade e justiça social, da promoção de direitos e
deveres capazes de respeitar as culturas e modos de vida de cada um, de criação de processos que mobilizem à
participação dos cidadãos e que os auxiliem na codecisão.
2. INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA NAS POPULAÇÕES DE RISCO

 A potenciação de redes formais e informais de suporte aos indivíduos e grupos, a importância do trabalho com
profissionais de diferentes áreas, com o fim de promoção de mudança, o estabelecimento de cumplicidades entre
equipas técnicas e comunidades serão outros dos factores a ter em conta no desenho da própria intervenção
comunitária.

 Intervir, portanto, não será mais do que constituir-se como um recurso à própria intervenção, sendo que em
nenhuma intervenção desta natureza existe recurso mais valioso que as próprias pessoas.
2. INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA NAS POPULAÇÕES DE RISCO

O desenvolvimento local pode ser entendido como:

Centrado numa comunidade de


Que procura responder a
pequena dimensão geográfica, Ou seja, implicando uma lógica
necessidades básicas não
Um processo de mudança; onde se possam construir de participação e emancipação
satisfeitas; a partir das
relações de identidade e redes das populações;
capacidades locais;
de solidariedade;

Mas com o apoio de recursos


exógenos (de diversos tipos), O que exige uma estratégia de
Traduzindo-se em impactos em
que fertilizem e não inibam ou Numa perspetiva integrada; parceria entre instituições e
toda a comunidade;
substituam as potencialidades recursos;
endógenas;

E com uma grande diversidade


de situações iniciais,
protagonistas, caminhos, ritmos
e resultados.
2. INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA NAS POPULAÇÕES DE RISCO

Como metodologias a utilizar, referem-se as seguintes:

A adoção de uma perspetiva integrada do processo


A territorialização das intervenções, que pressupõe
de mudança, implicando vários níveis
uma leitura da realidade a partir da comunidade:
metodológicos de articulação:

Saberes e competências no diagnóstico, no planeamento e na


composição das equipas;
Um enraizamento das instituições e dos
técnicos, Recursos e perspetivas de acção no estabelecimento de parcerias;

Dimensões da intervenção e actividades;

Origens e fontes de recursos, sobretudo financeiros;


A mobilização das capacidades locais,
Reflexão/investigação e prática/acção;

Grupos sociais e níveis etários;

O envolvimento da comunidade e das Grupos culturais e étnicos;


suas estruturas associativas, etc.
Proximidade entre comunidade e instituições/técnicos.
2. INTERVENÇÃO COMUNITÁRIA NAS POPULAÇÕES DE RISCO

A continuidade das dinâmicas geradas, após a conclusão dos projetos, dependerá essencialmente:

Da responsabilização dos serviços Do papel das autarquias locais, enquanto


públicos locais de administração pública órgãos de poder local, responsáveis pela
Da sua autonomização no seio das
central por muitos dos equipamentos, promoção do desenvolvimento das
comunidades locais, através do
infraestruturas e serviços criados, no comunidades que os elegeram e, por isso,
aparecimento de dinâmicas associativas e
âmbito, aliás, das suas competências pela aplicação de políticas públicas locais
da participação ativa da população;
normais e da aplicação das políticas que podem assumir um carácter decisivo
sociais; naquela continuidade;

Da existência de outros programas e


apoios, que permitiram mobilizar recursos
Da criação de uma base económica e
fundamentais para garantir a A divulgação, discussão e
empresarial que fundamentou a sua
continuidade de iniciativas ainda pouco aprofundamento destas experiências.
sustentabilidade;
consolidadas ou que resultaram dos
projetos anteriores;

Os projetos já realizados neste domínio mostram que o caminho percorrido já abriu e experimentou novos horizontes, cujos resultados
têm sido, no essencial, positivos.
3. REINSERÇÃO E REABILITAÇÃO SOCIAL DE POPULAÇÕES VULNERÁVEIS E EM
RISCO

3.1. Programas de reabilitação


3.1. PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO

 A elaboração do projeto inicial para um elemento parte da avaliação do utente e da sua família.

 Esta avaliação do elemento tem como finalidade a elaboração de um diagnóstico dinâmico que compreende a
elaboração de um perfil da personalidade onde estejam bem evidenciados os seus aspetos mais frágeis e
também os mais fortes, bem como as estratégias básicas de interação social que o indivíduo habitualmente utiliza.

 São ainda avaliados os recursos sociais primários e secundários de que o indivíduo dispõe.

 No que diz respeito à avaliação das famílias esta realiza-se aos níveis da definição dos tipos de interação, do nível
social e económico.
3.1. PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO

 Após esta fase inicial passa-se ao desenvolvimento do programa de reabilitação e em que a avaliação da evolução do elemento é
contínua e dinâmica, devendo adequar-se sistematicamente à realidade de cada elemento.

 Esta avaliação deve ser sempre realizada pelo utente, pelo técnico que o acompanha em apoio, pela família através da informação
recolhida pelo técnico das famílias e pelo próprio grupo das actividades em que determinado elemento participa.

 Deste modo, os objectivos vão sendo alterados em função da evolução do elemento e negociados com este, quer em termos de
sucessos (introduzindo novas metas a alcançar) quer de insucessos (revendo a estratégia).

 Uma vez iniciado o projeto de reabilitação, este vai sendo desenvolvido em várias áreas de intervenção que atuam em paralelo
providenciando um enquadramento sistémico do utente com o qual trabalhamos.
3.1. PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO

Essas áreas de intervenção são:

Área das
Área da Área do
integrações e Área de apoio às Área de apoio
reabilitação e desenvolvimento
trabalho na famílias: individual:
reintegração: de competências:
comunidade:

Acompanhamentos
são contínuos,
Ajuda as famílias
obrigatórios para
dos utentes a
todos os utentes e
desenvolver
têm à partida uma
Contactos com competências de
Efetua-se em periodicidade
Elaboração do diversas instituições suporte e a lidar
actividades de mínima semanal.
programa individual e trabalho de com situações de
grupo que têm Em termos de
de reabilitação e acompanhamento crise, bem como
sempre subjacente objectivos
reintegração do dos utentes em fase colocar a família
o plano individual constituem-se como
utente. de integração ou já como um elemento
de reabilitação. uma área de
integrados. estratégico de
trabalho dirigida
colaboração e
essencialmente aos
implementação do
problemas
programa.
emocionais dos
utentes.
3.1. PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO

A estruturação deste programa de reabilitação e reintegração faz-se em três fases:

Primeira fase: Segunda fase: Terceira fase:

É relativa ao desenvolvimento de Integração social e profissional na


Integra os trabalhos iniciais de
competências, à aprendizagem de comunidade em que o elemento
avaliação e programação. É nesta
estratégias de controle da parte vive. Acompanhamento do
fase que o elemento estabelece os
mais doente do Self, ao elemento nos diferentes
primeiros contactos com o centro,
desenvolvimento de um projeto endereços de integração,
actividades e horários e o seu
de carreira profissional ou de avaliando os resultados, os
conhecimento e adaptação ao
qualquer outro tipo de projeto progressos e intervindo sempre
projeto.
adequado à realidade. que necessário.
3.1. PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO

De qualquer forma, seis princípios gerais regem este projeto:

3. O sujeito detém sempre sobre si mesmo,


uma autoridade e liberdade que deve ser
1. Refere-se à especificidade de cada 2. Os programas e o próprio projeto devem desenvolvida e adequada e nunca diminuída
indivíduo, de cada problema, de cada ser sempre mediados por uma prática ou anulada. A existência do indivíduo e sua
programa. sistemática de avaliação. continuação no projeto rege-se pela sua
vontade – não se trata de dar poder, mas de o
adequar.

6. Define o objectivo final do projeto, isto é, o


5. Define uma ideologia de trabalho, em que o desenvolvimento da qualidade de vida destes
4. É relativo à consciência de que o projeto é
projeto, os programas e a sua prática devem cidadãos que se revê no princípio da
de integração, portanto deve estar o mais
ser balizados e orientados por um princípio de minimização das hospitalizações e na
próximo da realidade de vida do sujeito.
reforço positivo. maximização da sua autonomia e consequente
funcionalidade.
3. REINSERÇÃO E REABILITAÇÃO SOCIAL DE POPULAÇÕES VULNERÁVEIS E EM
RISCO

3.2. Empoderamento
3.2. EMPODERAMENTO

 A prática da intervenção social tem sido associada ao conceito de empowerment, no sentido de haver uma defesa do
sistema-cliente, contudo esta defesa deverá ir decrescendo à medida que este ganhe maior capacidade de intervenção
sobre o seu próprio destino.

 Embora o conceito de empowerment apresente múltiplas dimensões, ele implica necessariamente o acréscimo de poder
por parte de sujeitos que apresentam alguma vulnerabilidade na sua cidadania por falta do poder necessário para
assegurar o exercício dos seus direitos e deveres como sujeitos ativos das suas comunidades e sociedades.

 Neste sentido, traduz um processo de reconhecimento, criação e utilização de recursos e de instrumentos pelos
indivíduos, grupos e comunidades, em si mesmos e no meio sociocultural, político e económico.
3.2. EMPODERAMENTO

 O empowerment tem como principal objetivo libertar os sujeitos que se encontram com a sua capacidade de ação
diminuída e capacitá-los no sentido de aumentarem a sua capacidade de ação e de elaboração da sua realidade de vida.

As áreas em que tem sido aplicada a metodologia do empowerment são muito variadas:
Minorias étnicas e migrantes
Mulheres
Desempregadas
Sem-abrigo
Doentes mentais
Vítimas de violência ou abuso sexual
Promoção de direitos e cidadania
Desenvolvimento sustentável
Intervenção comunitária
3.2. EMPODERAMENTO

 O objectivo do empowerment é fortalecer em direitos e em participação, grupos, pessoas ou populações sujeitos


a discriminação e exclusão, e por outro lado, fiscalizar os poderes estatais e os grandes interesses económicos,
e lutar contra a opressão.

 Pretende favorecer a efetiva participação dos cidadãos na vida social, económica,

política e cultural, e uma distribuição mais equitativa dos recursos.

Para atingir este objectivo tem que haver também um processo de distribuição de poder.
3.2. EMPODERAMENTO

 Uma visão estática do poder mostra-o como uma relação estruturada de dominação/submissão.

 Na abordagem do empowerment o poder provém de várias fontes, sociais, económicas, políticas e culturais, e
pode ser gerado e disseminado através das interações sociais.

 É uma forma de interação com dois sujeitos (dominador/dominado), mas esta configuração pode ser alterada
através duma redistribuição do poder.
3.2. EMPODERAMENTO

Assim, o poder é Influenciar o pensamento dos outros – poder sobre


entendido como a
capacidade e • Ter acesso a recursos e bens – poder para
autoridade para:
• Tomar decisões e fazer escolhas – poder para

• Resistir ao poder dos outros se necessário – poder de

Por isso desenrola- Tomada de consciência pelos indivíduos ou grupos da sua situação de exclusão e falta de poder
se em várias fases,
que podem ser Identificação com outros indivíduos ou grupos em situação semelhante.
assim descritas:
Levantamento de competências e recursos necessários para maior controle das suas vidas

Decisão de agir em áreas concretas.

O processo de empowerment exige tempo e oportunidades para exercitar capacidades e direitos, e fazer uma aprendizagem
de novas atitudes.
3.2. EMPODERAMENTO

 Podem definir-se alguns princípios orientadores para a prática do serviço social numa perspetiva de
empowerment, embora não exista uma visão homogénea, devido à diversidade de campos em que se aplica.

1º princípio: 2º princípio: 3º princípio: 4º princípio: 5º princípio: 6º princípio:

Estabelecer uma
relação de parceria
com base na
igualdade, o que
implica: Basear as acções
• ouvir o que as pessoas Centrar o processo na Respeitar o ritmo da sempre nas
têm para dizer e partir Contextualizar Incentivar sempre a
expansão das pessoa ou do grupo e preferências e
desse ponto. sempre a situação participação ativa dos
capacidades e manter a necessidades
• dar toda a informação individual no meio clientes em todas as
que o profissional possui recursos do cliente e continuidade do expressas pelas
envolvente decisões e acções.
• criar um relacionamento do seu meio processo. pessoas, grupos ou
de troca, dar e receber comunidades.
• pedir tanto ao profissional
como ao cliente
• manter um equilíbrio de
poder entre o profissional
e o cliente
3. REINSERÇÃO E REABILITAÇÃO SOCIAL DE POPULAÇÕES VULNERÁVEIS E EM
RISCO

3.3. Construção de Projectos de vida


3.3. CONSTRUÇÃO DE PROJECTOS DE VIDA

 No domínio da inserção profissional e da própria inclusão de pessoas desfavorecidas, existe a


necessidade de um conjunto de competências para lidar com as atuais caraterísticas dos contextos
de trabalho e de vida.

 Daí a importância de a par das competências profissionais, investir no desenvolvimento das


competências sociais e relacionais de forma a fomentar a transformação de hábitos e
comportamentos.

 Para além disso, um dos principais focos de necessidade desta população centra-se na valorização,
no reconhecimento e validação de competências adquiridas ao longo da vida para a promoção da
sua autoestima e capacitação para a realização de um percurso socioprofissional.
3.3. CONSTRUÇÃO DE PROJECTOS DE VIDA

 Para além de competências pessoais, relacionais, sociais e profissionais, é necessário apostar na


definição de percursos de vida individualizados que promovam efetivamente a inclusão
socioprofissional destes públicos.

 Importa referir que ao nível das competências profissionais pretende-se, igualmente, o desenvolvimento
de um conjunto de competências que não estando ligadas a uma área específica de trabalho
(área profissionalizante), são fundamentais para integrar o mercado de trabalho.

 Essas competências prendem-se sobretudo com as capacidades relacionais, como por exemplo, saber
trabalhar em equipa, capacidade de trabalhar sobre pressão, gestão do tempo e o
autocontrolo, saber ouvir e expressar-se, entre outros.
3.3. CONSTRUÇÃO DE PROJECTOS DE VIDA

 Assim, assume-se como um processo dinâmico que pretende, por um lado, promover o
empowerment destes públicos através da facilitação de um processo de ativação dos/as
cidadãos/ãs e a sua inclusão e, por outro lado, ter presente os interesses, as capacidades e as
competências que os mesmos possuem.

 Pretende-se abordar o desenvolvimento da autodeterminação das pessoas valorizando as suas


potencialidades, competências e reais necessidades e interesses pessoais e, por outro lado, um
exercício de desenvolvimento de expetativas e sobretudo, de tomada de consciência da
possibilidade de “alimentar” aspirações, ultrapassar obstáculos e planear o futuro, de modo a que
a inclusão se concretize.
3.3. CONSTRUÇÃO DE PROJECTOS DE VIDA

 Todo este processo deverá ter presente a valorização de experiências pessoais e profissionais deste
público.

 A necessidade de trabalhar estas áreas está relacionada com o facto de alguns/mas cidadãos/ãs
apresentarem baixas qualificações escolares e profissionais, défices de competências sociais e
relacionais, marcados por percursos escolares de insucesso e de abandono precoce, encontrando-
se pouco motivados/as para a formação ao longo da vida.

 O processo de capacitação implica o desenvolvimento de aptidões, atitudes e conhecimentos para


desempenharem um papel ativo na sociedade.
3.3. CONSTRUÇÃO DE PROJECTOS DE VIDA

 Todos nós temos caraterísticas que nos diferenciam uns dos outros, umas inatas, outras adquiridas
que podem ser agrupadas em três grupos:

SABER SER SABER SABER FAZER

São caraterísticas pessoais que contribuem


para o sucesso tais como: autoconfiança, A comunicação é uma poderosa
autoestima, motivação, criatividade, Informação que vamos adquirindo ao
ferramenta e dominar os segredos da
altruísmo, honestidade, otimismo. longo da nossa vida, quer através dos
comunicação é uma arte, a capacidade de
nossos estudos (frequência escolar) quer
influenciar, de liderar, de gerir, são outros
através do nosso dia-a-dia. Por exemplo,
exemplos muitas vezes solicitados. São as
a nossa experiência de vida acumulada
competências adquiridas, o saber-fazer
pode ser considerada como uma mais-
que contribuem para o sucesso. Incluem
Estas competências não se adquirem mas valia de conhecimento prático. No fundo
a comunicação, a resolução de
podem ser trabalhadas e desenvolvidas. são todos os conhecimentos que
problemas, a gestão, a liderança, entre
Todas as competências são importantes e adquirimos e que possuímos.
outros
são estas que potenciam o conhecimento e
o saber-fazer.
3. REINSERÇÃO E REABILITAÇÃO SOCIAL DE POPULAÇÕES VULNERÁVEIS E EM
RISCO

3.4. Redes de Suporte e grupos de autoajuda


3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

 Redes de suporte

 A Rede Social, cuja gestão é da competência do Instituto da Segurança Social I.P., é um


programa que incentiva os organismos do sector público (serviços desconcentrados e
autarquias locais), instituições solidárias e outras entidades que trabalham na área da acção social, a
conjugarem os seus esforços para prevenir, atenuar ou erradicar situações de pobreza e exclusão e
promover o desenvolvimento social local através de um trabalho em parceria.

 O trabalho da Rede Social deve permitir uma maior adequação e melhoria da qualidade dos
serviços prestados aos cidadãos de um modo geral e, particularmente, àqueles que se encontram
em situação de vulnerabilidade.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

 A Rede de Serviços e Equipamentos Sociais (RSES), enquanto elemento fundamental na promoção


e no desenvolvimento da proteção social, traduz-se na oferta de um conjunto alargado de respostas
sociais, direcionadas sobretudo para os grupos mais vulneráveis, com um papel determinante no
combate às situações de pobreza, assim como na promoção da inclusão social e da conciliação entre a
atividade profissional e a vida pessoal e familiar.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

Objetivos:
Promover os direitos e proteger as crianças e jovens em perigo através de
respostas vocacionadas para o desenvolvimento pessoal e social da criança e do
Conjunto de jovem num ambiente seguro e familiar que lhes proporcione segurança, saúde,
respostas formação, educação, bem-estar e desenvolvimento integral.
integradas de
cuidados e apoio
social para
crianças e jovens Existem 4 tipos de resposta:
em situação de Centro de Apoio Familiar
perigo.
Aconselhamento Parental Equipa de Rua de Apoio a Crianças e Jovens
Acolhimento Familiar
Acolhimento Residencial
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

Objetivos
Promover a valorização pessoal, o desenvolvimento de autoestima e de autonomia e a integração social.

Conjunto de Existem 8 tipo de respostas:


respostas de apoio
Centro de atendimento,
social dirigidas às
pessoas com Acompanhamento e reabilitação social
deficiência Apoio domiciliário
Centro de atividades ocupacionais
Acolhimento familiar
Estabelecimentos residenciais
Transporte de pessoas
Intervenção Precoce na Infância (IPI)
Apoio em regime ambulatório.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

Objetivos
Promover a autonomia, a integração social e a saúde.
Conjunto de
respostas de
apoio social para Existem 7 tipos de respostas:
pessoas idosas
Serviço de apoio domiciliário
Centro de convívio
Centro de dia
Centro de noite
Acolhimento familiar
Estruturas residenciais Centro de férias e lazer.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

Objetivo

Ajudar as pessoas e famílias mais carenciadas.


Conjunto de
serviços ou
equipamentos Existem 9 tipos de respostas:
sociais de apoio às
famílias Serviço de atendimento e acompanhamento social
Grupo de autoajuda
Centro comunitário
Centro de férias e lazer Refeitório/cantina social
Centro de apoio à vida Comunidade de inserção
Centro de alojamento temporário Ajuda alimentar.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

Conjunto de
serviços ou
equipamentos Existem 2 tipos de respostas:
sociais destinados
ao apoio ao
tratamento e Equipa de Intervenção Direta
reinserção social de
pessoas Apartamento de Reinserção Social
toxicodependentes.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

Conjunto de
serviços ou
equipamentos Existem 2 tipos de respostas:
sociais destinados
ao apoio ao
tratamento e Equipa de Intervenção Direta
reinserção social de
pessoas Apartamento de Reinserção Social
toxicodependentes.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

Objetivo
Promover a autonomia, a integração social e a saúde.

Serviços
orientados para as
pessoas infetadas Existem 3 tipos de respostas:
com o VIH/SIDA e
suas famílias Centro de atendimento e acompanhamento psicossocial

Serviço de apoio domiciliário


Residência para pessoas infetadas com o VIH/SIDA.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

São constituídos por:

Equipas de rua
Serviços
orientados para as Atelier ocupacional - Resposta contextualizada em termos
pessoas sem institucionais (criada no âmbito da intervenção da Santa Casa da Misericórdia
abrigo de Lisboa).
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

Objetivo
Encaminham e acolhem as pessoas vítimas de violência doméstica,
tendo em vista a sua proteção.

Existem 2 tipos de resposta:


Serviços de apoio Centro de atendimento – atendimento, encaminhamento e apoio às
às vítimas de vitimas.
violência Casa de abrigo – acolhimento temporário de mulheres e seus filhos
doméstica que, por questões de segurança, não possam ficar em casa.

A resposta de atendimento e identificação da situação de risco é imediata.


3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

Objetivo
Encaminham e acolhem as pessoas vítimas de violência doméstica,
tendo em vista a sua proteção.

Existem 2 tipos de resposta:


Serviços de apoio Centro de atendimento – atendimento, encaminhamento e apoio às
às vítimas de vitimas.
violência Casa de abrigo – acolhimento temporário de mulheres e seus filhos
doméstica que, por questões de segurança, não possam ficar em casa.

A resposta de atendimento e identificação da situação de risco é imediata.


3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

É um conjunto de respostas integradas de cuidados de saúde e de apoio social


dirigidas a pessoas com doença mental grave de que resulte incapacidade psicossocial,
e que se encontrem em situação de dependência física, psíquica ou social, transitória
ou permanente.

Objetivos
Serviços de apoio
Promover a reabilitação, a autonomia e a integração sociofamiliar e
a doentes
profissional.
psiquiátricos

Existem 4 tipos de respostas:


Fórum sócio-ocupacional
Unidade de vida autónoma
Unidade de vida apoiada
Unidade de vida protegida.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA
 Grupos de auto-ajuda
o São grupos de entreajuda organizados e integrados por pessoas que passam ou passaram pela mesma
situação/problema, com vista a encontrar soluções pela partilha de experiências e troca de informação.

Ajudar os membros do grupo a ter um papel ativo na resolução dos seus problemas e a ganhar controlo sobre as
áreas da sua vida onde anteriormente o não tinham (através do acesso a recursos, informação, oportunidades);

Contribuir para a reabilitação psicossocial e familiar;

Este apoio tem Proporcionar apoio, encorajamento e informação;

como objetivos:
Promover a autoestima, autoconfiança e a estabilidade emocional;

Fomentar a intercomunicação e o estabelecimento de relações de suporte positivas;

Reduzir o sentimento de isolamento.


3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA
 Grupos de auto-ajuda
o O seu principal objectivo é facultar condições para o desenvolvimento pessoal ou social dos seus membros. terem
como pressuposto básico a autonomia dos seus membros face a qualquer sistema interventor exterior e como
estratégia comum a ajuda mútua que é considerada como principal recurso.
o Deste modo, é recomendável que a acção do interventor social junto de grupos de ajuda mútua seja pautada por
algumas regras:

Respeitar a autonomia do grupo de ajuda mútua e certificar-se que essa sua atitude é
reconhecida,

A sua intervenção não deverá nunca competir com a acção do grupo junto dos seus
elementos, mas apresentar-se como um seu complemento,

O papel do interventor social deverá ser claramente negociado com o grupo.


3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

 Grupos de auto-ajuda
Através da sua atuação o
No caso de considerar Um dispositivo de intervenção que
interventor procura proporcionar Podem-se distinguir dois tipos de
aconselhável uma intervenção integra dois tipos de estratégias
novas experiências, ao grupo e a grupos de ajuda mútua, de
direta da sua parte, o interventor comunicacionais – verbais e não
cada um dos seus elementos, acordo com as situações que lhe
deverá elaborar um plano de verbais – aplicáveis em três tipos
através de exercícios e deram origem:
acção que procure: de contextos de interação:
programas, e promover:

A experimentação de
Definir rumos de solução, Entre si e o grupo, situações de participação Aqueles que foram formados
cooperativa, para responder a situações
agudas

Identificar os meios
A descoberta e a otimização
necessários à acção e Entre este e cada um dos
dos recursos, permitindo a
articulá-los para atingir os seus membros e
autonomização progressiva,
objectivos,

Os que se constituíram para


Equacionar modos de avaliar apoiar problemas crónicos
Entre si e cada um dos A aprendizagem de como dos seus membros.
a eficácia e a eficiência da
elementos. ultrapassar conflitos.
acção.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

 Grupos de auto-ajuda
o São exemplo de grupos de ajuda mútua constituídos para apoio em situações de crise aguda,
as associações de pais de crianças e jovens vítimas de acidente ou doença mortal e as
associações de vítimas de violência doméstica.

o Exemplos de grupos de ajuda mútua para situações crónicas são os clubes de emprego de
desempregados de longa duração, doentes crónicos, toxicodependentes, deficientes, doentes
mentais crónicos, etc.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA
 Grupos de auto-ajuda

Estes grupos têm sempre características


comuns…:
Partilha – A partilha de experiências, de vivências semelhantes, de sucessos e fracassos pode ser de grande utilidade e apoio
para todos. Deve-se valorizar a colaboração para que todos intervenham.

Conhecimento da experiência – As pessoas que se ajudam neste tipo de grupos fazem-no de acordo com o conhecimento
obtido por uma vivência específica.

Participação voluntária e continuada – São grupos voluntários - e pequenos que se unem por terem problemas iguais e um
objectivo específico. As pessoas reúnem-se para satisfazer necessidades comuns, superar obstáculos ou problemas diários e
conseguir a interação social e pessoal desejada.

Suporte emocional e social – Companheirismo - Estes grupos fomentam o suporte social dos seus membros, dão relevância
às potencialidades do indivíduo e do grupo. São sobretudo momentos de encontro e de ajuda entre as pessoas com o mesmo
problema.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

 Grupos de auto-ajuda
o Os membros do grupo procuram o equilíbrio de que necessitam através de um relacionamento de
igualdade e proximidade, permitindo a valorização das capacidades, o desenvolvimento da
autoestima, que está sempre muito diminuída, a confiança e autonomia individual.

o As tarefas são todas partilhadas, assim como os recursos de modo a que todos os membros se
responsabilizem pelo trabalho a efetuar. Assim, aprende-se a desenvolver capacidades e
responsabilidades na liderança do grupo.

o É importante sentir a afetividade e os bons sentimentos dos outros, a força, a confiança e a energia
positiva do ambiente humano, compreender e respeitar os outros, cada um é que sabe o que é melhor
para si próprio.
3.4. REDES DE SUPORTE E GRUPOS DE AUTOAJUDA

 Grupos de auto-ajuda

o As pessoas partilham problemas, situações de vida ou crises. Os Membros fornecem suporte emocional
uns aos outros, aprendem novas maneiras de lutar.
o A partilha das responsabilidades é da maior importância desde a primeira reunião, permitindo dar uma ideia
aos outros membros de alguns princípios em que assenta o modelo de ajuda mútua.
o A primeira reunião deve, em termos de tempo, permitir que todos os membros se apresentem e falem
acerca das necessidades a que o grupo pretende responder. A reunião deve terminar com um acordo sobre
as necessidades do grupo e regularidade dos seus encontros.
o As reuniões subsequentes devem incluir tempo para o debate do tema dominante do grupo.
o Alguns grupos incluem nas suas reuniões actividades (sessões de esclarecimento, projeção de filmes,
debates) que complementam a vertente de suporte emocional do grupo de ajuda mútua.
4. DISPOSITIVOS DE CONTROLO SOCIAL E NORMATIVIDADE

Centros de Saúde; Hospitais; Associações, Polícia de


Segurança Pública, entre outros
4. DISPOSITIVOS DE CONTROLO SOCIAL E NORMATIVIDADE

 Centro de Saúde
o O Centro de Saúde é a unidade básica do SNS para atendimento e prestação de cuidados de saúde à
população.
o Nele trabalham médicos de família/clínica geral, médicos de saúde pública (delegados de saúde) e
enfermeiros, que prestam cuidados de saúde essenciais, preventivos ou curativos.
o Para além do pessoal administrativo, em alguns Centros de Saúde trabalham ainda outros profissionais –
técnicos de serviço social, higienistas orais, técnicos de saúde ambiental, nutricionistas e psicólogos.
o No âmbito da medicina familiar, o médico de clínica geral, com o apoio de outros profissionais do Centro
de Saúde, presta cuidados ao indivíduo e à família, nas diferentes etapas da vida.
o Alguns Centros de Saúde têm consultas para determinadas situações – gravidez, diabetes, saúde infantil,
planeamento familiar, etc.
4. DISPOSITIVOS DE CONTROLO SOCIAL E NORMATIVIDADE
 Hospital
o O hospital é um estabelecimento de saúde, de diferentes níveis de diferenciação, constituído por meios tecnológicos
que não existem nos Centros de Saúde, cujo objectivo principal é a prestação de cuidados de saúde durante 24 horas
por dia.
o A sua atividade é o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação, que pode ser desenvolvida em regime de internamento
ou ambulatório. Compete-lhe, igualmente, promover a investigação e o ensino com vista, a resolver problemas de
saúde.
o A sua atuação deve ser efetivada de forma conjunta e articulada com outras instituições.

o O hospital dispõe dos seguintes serviços:


 Consultas externas
 Internamento
 Serviço de urgências

 Alguns hospitais dispõem também de hospital de dia.


4. DISPOSITIVOS DE CONTROLO SOCIAL E NORMATIVIDADE

 Sistema Integrado de Emergência Médica

o O SIEM é de um conjunto de entidades que cooperam com um objectivo: prestar assistência às vítimas
de acidente ou doença súbita. Essas entidades são a PSP, a GNR, o INEM, os Bombeiros, a Cruz Vermelha
Portuguesa e os Hospitais e Centros de Saúde.
o O INEM é o organismo do Ministério da Saúde responsável por coordenar o funcionamento, no território
de Portugal Continental, do SIEM. O Sistema começa quando alguém liga 112, o Número Europeu de
Emergência.
o O atendimento das chamadas cabe à PSP e à GNR, nas centrais de emergência. Sempre que o motivo da
chamada tenha a ver com a área da saúde, a mesma é encaminhada para os Centros de Orientação de
Doentes Urgentes (CODU) do INEM.
4. DISPOSITIVOS DE CONTROLO SOCIAL E NORMATIVIDADE

 Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil


o A ANEPC é a autoridade nacional em matéria de emergência e proteção civil, sendo um serviço central,
da administração direta do Estado.
o Enquanto autoridade nacional, articula e coordena a atuação das entidades que desenvolvem, nos
termos da lei, competências em matéria de emergência e de proteção civil e de proteção e socorro.

 Associações Humanitárias de Bombeiros


o ​As associações humanitárias de bombeiros são pessoas coletivas sem fins lucrativos cuja finalidade é a
proteção de pessoas e bens, designadamente o socorro a feridos, doentes e/ou náufragos, e a extinção
de incêndios, detendo e mantendo em atividade um corpo de bombeiros voluntários ou misto.
4. DISPOSITIVOS DE CONTROLO SOCIAL E NORMATIVIDADE

 Polícia de segurança pública


o A Polícia de Segurança Pública, designada por PSP, é uma força de segurança, uniformizada e armada, com natureza
de serviço público e dotada de autonomia administrativa.
o A PSP tem por missão assegurar a legalidade democrática, garantir a segurança interna e os direitos dos cidadãos, nos
termos da Constituição e da lei.

 Instituições sem fins lucrativos (Terceiro Sector)


o Associações, constituídas no âmbito do Direito Privado e de certas secções do Código Civil e, nalguns casos, sob
alçada do estatuto de Utilidade Pública.
o Podem ser associações de bombeiros voluntários, de consumidores, de estudantes, de mulheres, juvenis, de
imigrantes, de ativistas ambientais e de deficientes.

 Fundações, um tipo de organização lucrativa, relativamente recente em Portugal.


o Existem cerca de 350 fundações registadas em Portugal, das quais cerca de 100 mantêm operações ativas.
4. DISPOSITIVOS DE CONTROLO SOCIAL E NORMATIVIDADE

 Instituições de Desenvolvimento Local (IDLs), que operam sobretudo em áreas rurais com estratégias de
empowerment de pessoas e territórios.
o A forma legal das IDL varia e pode incluir entidades públicas, privadas lucrativas e sem fins lucrativos.

 Misericórdias, organizações com ligação à Igreja Católica que estão entre as mais antigas organizações não lucrativas
em Portugal. Concentram-se na assistência social e na saúde.
o A União das Misericórdias Portuguesas é uma organização federativa que procura representar os interesses destas
instituições.
o Existem hoje cerca de 400 Misericórdias em Portugal.
4. DISPOSITIVOS DE CONTROLO SOCIAL E NORMATIVIDADE

 Organizações não-governamentais para o desenvolvimento, organizações não lucrativas que levam a


cabo programas sociais, culturais, ambientais, cívicos ou económicos que beneficiam países em desenvolvimento (ex:
cooperação para o desenvolvimento, assistência humanitária, ajuda em situações de emergência e protecção e promoção
dos direitos humanos), embora muitas delas operem também em Portugal.

 Associações mutualistas formadas sob o estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade Social para o
fornecimento de ajuda mútua aos membros e familiares, financiadas essencialmente através de quotas dos membros.

 Cooperativas, governadas pela Lei das Cooperativas.


10392 – INTERVENÇÃO EM POPULAÇÕES EM RISCO

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