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G.

EDWARD GRIFFIN EXPLICA O SOCIALISMO FABIANO

Fonte: O MACARTISTA
Em duas partes: link da primeira e da segunda.

G. Edward Griffin já defendeu inúmeras conspirações sem pé nem cabeça ao


longo da vida, o que para alguns significaria por automatismo ou dedução pura e
simples que os conhecimentos abaixo se enquadrariam na mesma categoria, de modo
que Griffin não deveria ser levado a sério e seus escritos considerados uma completa
perda de tempo. Não esperem um ser humano perfeito, mas perfectível; não esperem
que todas as tacadas acertem a bola. Griffin foi o responsável pela incrível entrevista
do dissidente Yuri Bezemenov Alexandrovich, o que para mim foi uma boa tacada no
meio de outras não tão boas. Avaliem por si mesmos o acerto ou erro de Griffin no que
se refere aos grupos de disputam o poder há tempos. BOA LEITURA!

O Futuro Está Chamando


Parte 1: O Abismo Entre Individualismo e Coletivismo
G. Edward Griffin
Introdução
G. Edward Griffin é autor e produtor de filmes documentários com muitos títulos de
sucesso. Incluído no Who is Who in America, ele é bem conhecido por causa de seu
talento em pesquisar tópicos difíceis e apresentá-los em termos claros que todos
podem compreender. Ele lida com assuntos tão diversos quanto arqueologia e história
do antigo Egito, o sistema da Federal Reserve e os bancos internacionais, terrorismo,
subversão interna, a história da tributação, política externa norte-americana, ciência e
política do tratamento do câncer, a Suprema Corte e as Nações Unidas. Suas obras
mais conhecidas incluem The Creature From Jekyll Island, World Without Cancer, The
Discover of Noah's Ark, Moles in the High Places, The Open Gates of Troy, No Place
to Hide, The Capitalist Conspiracy, More Deadly Than War, The Grand Design, The
Great Prison Break, e The Fearful Master.

Griffin é formado pela Universidade de Michigan, onde estudou Linguagem e


Comunicações. Para se preparar para escrever seu livro sobre o sistema da Federal
Reserve, ele se matriculou no College for Financial Planning, em Denver, no Colorado.
Seu objetivo não era se tornar um profissional em planejamento financeiro, mas
compreender melhor o mundo real dos investimentos e dos mercados financeiros. Ele
obteve sua designação como CFP (Certified Financial Planner) em 1989.

Griffin recebeu o cobiçado Prêmio Telly por excelência em produção para a televisão,
é o criador dos arquivos de áudio Reality Zone, e é presidente da America Media, uma
empresa de editoração e produção de vídeos no sul da Califórnia. Ele também
participou da diretoria da The National Health Federation e da The International
Association of Cancer Victors and Friends, e é fundador e presidente da The Cancer
Cure Association. É o fundador e presidente da Freedom Force International.

Visão Geral
Obrigado, Richard e obrigado a vocês, senhoras e senhores. Que apresentação
tremenda foi esta; mas, com toda a honestidade, preciso dizer que ela exagera
grandemente a importância do meu trabalho. Eu devo saber, afinal eu o escrevi.

O perigo dessas apresentações de plataforma é que tendem a criar expectativas


irrealistas. Vocês são levados a acreditar que, de alguma maneira, vou tornar um
assunto complexo fácil de entender. Bem, é uma ótima propaganda. Espero que eu
consiga atender a essa expectativa hoje; resta saber se poderei realmente fazer isso
com o tópico A Guerra ao Terrorismo. Como pode alguém tornar isso fácil de
entender? Existem tantas questões e tanta confusão. Sinto-me como o proverbial
pernilongo em um campo de nudismo. Sei o que preciso fazer, mas não por onde
começar.

Há uma regra bem conhecida de falar em público que aplica-se aos tópicos
complexos. Primeiro, diga-lhes o que você vai dizer. Em seguida, diga o que tem a
dizer; finalmente, diga-lhes o que você lhes disse. Vou seguir essa regra hoje e
começarei fazendo uma afirmação que elaborei com muito cuidado para ser a mais
chocante possível. A razão é que quero que vocês se lembrem dela. Quando eu disser
o que vou lhes dizer, sei que, para muitos, soará absurdo, e vocês pensarão que estou
totalmente insano. Então, para o corpo principal da apresentação, eu lhes direi o que
disse a vocês, apresentando fatos para provar que tudo que eu disse realmente é
verdade. E, finalmente, no fim, eu lhes direi o que eu disse, repetindo minha afirmação
na abertura; e, então, espero, ela não mais parecerá absurda.
O que vou dizer é isto: embora creia-se comumente que a Guerra ao Terrorismo é um
esforço nobre para defender as liberdades, na realidade ela tem pouco a ver com o
terrorismo e menos ainda com a defesa das liberdades. Existem outras agendas em
operação; agendas que são muito menos louváveis; agendas que, na verdade, são
exatamente o oposto do que aquilo que nos dizem. O propósito desta apresentação é
provar que, o que está se desdobrando hoje, não é uma guerra ao terrorismo para
defender as liberdades, mas uma guerra contra as liberdades que requer a defesa do
terrorismo.

Isso é o que vou dizer hoje, e vocês provavelmente estão se perguntando como
alguém em sua mente sã poderia pensar que poderemos provar um argumento como
esse? Assim, vamos direto para ele; e a primeira coisa que precisamos fazer é
confrontar a palavra prova. O que é prova? Não existe prova absoluta. Existe somente
evidência. A prova pode ser definida

como evidência suficiente para convencer o observador que uma determinada


hipótese é verdadeira. A mesma evidência que é convincente para uma pessoa pode
não convencer outra. Destarte, o caso é provado para a primeira pessoa, mas não
para a segunda, que ainda precisa de maiores evidências. Portanto, quando falamos
de prova, estamos na verdade falando de evidências.

É meu intento dizer a vocês aquilo que eu disse a vocês desenvolvendo o caso lenta e
metodicamente; mostrar o motivo e a oportunidade; apresentar testemunhas oculares
e o testemunho de especialistas. Em outras palavras, fornecerei evidências — com
base em evidência — e mais evidências, até que a montanha esteja tão alta que até o
cético mais relutante terá de concluir que o caso foi provado.

Onde encontramos essa evidência? O primeiro lugar a olhar é a história. O passado é


a chave para o presente, e nunca podemos compreender plenamente onde estamos
hoje a não ser que saibamos que caminho foi percorrido para chegar aqui. Foi Will
Durant quem disse: "Aqueles que não sabem nada da história estão condenados para
sempre a repeti-la.".

Estamos condenados a repetir a história na guerra contra o terrorismo? Se


continuarmos a seguir o caminho circular em que estamos agora, acredito que sim.
Mas para descobrir se isso é verdadeiro, precisamos voltar atrás no tempo. Portanto,
eu agora os convido a me seguirem em minha máquina do tempo. Vamos nos
deslocar na história um pouco e ver alguns grandes eventos e grandes erros para ver
se existem paralelos, lições a serem aprendidas para os dias atuais. Preciso adverti-
los que parecerá que estamos perdidos no tempo. Vamos para ali e para lá e então
saltar ainda mais para trás, e depois para frente no tempo, e estaremos examinando
questões que podem fazer você pensar: "que raios isso tem que ver com o hoje?" Mas
posso assegurar que, quando chegarmos ao fim da nossa jornada, você verá que tudo
que abordamos tem uma relevância direta com o hoje e, em particular, com a guerra
contra o terrorismo.
A Agenda Oculta

Norman Dodd

Agora que estamos em nossa máquina do tempo, fazemos o seletor apontar para o
ano 1954 e, subitamente, encontramo-nos nos luxuosos escritórios da Fundação Ford,
em Nova York. Ali estão dois homens sentados a uma mesa de mogno, conversando
um com o outro. Eles não podem nos ver nem ouvir, mas podemos vê-los muito bem.
Um desses homens é Rowan Gaither, que era presidente da Fundação Ford naquele
tempo. O outro era Norman Dodd, o investigador-chefe para o que foi chamado de
Comitê do Congresso Para Investigar as Fundações Isentas de Impostos. A Fundação
Ford era uma dessas, de modo que Dodd estava ali como parte de sua atribuição no
Congresso.

Rowan Gaither

Preciso dizer a vocês que foi em 1982 que encontrei o Sr. Dodd em seu estado natal
da Virgínia onde, naquele tempo, eu tinha uma equipe de televisão fazendo entrevistas
para um filme documentário. Eu tinha anteriormente lido o testemunho do Sr. Dodd e
percebi o quão importante ele era; assim, quando nossa equipe teve um tempo livre,
telefonei para ele e perguntei se estaria disposto a fazer uma declaração diante de
nossas câmeras e ele disse: "Sim, é claro". Estou contente por termos obtido a
entrevista, porque Dodd já era avançado em idade, e não demorou muito para ele vir a
falecer. Fomos sortudos em captar a história dele em suas próprias palavras. O que
estamos agora testemunhando com nossa máquina do tempo foi confirmado em
detalhes vinte anos depois e preservado em vídeo.
Estamos agora no ano de 1954, e ouvimos Gaither dizer a Dodd: "Você estaria
interessado em saber o que fazemos aqui na Fundação Ford?" E Dodd diz: "Sim! É
precisamente para isso que estou aqui. Estaria muito interessado." Então, sem
absolutamente qualquer provocação, Gaither diz: "Sr. Dodd, operamos em resposta a
algumas diretrizes, a essência das quais é que usaremos nossa capacidade de
conceder bolsas para alterar a vida nos Estados Unidos para que o país possa ser
confortavelmente fundido com a União Soviética.".

Dodd quase cai da cadeira quando ouve isto. Então ele diz a Gaither: "Bem, vocês
podem fazer qualquer coisa que quiserem com sua capacidade de conceder bolsas,
mas não acha que têm a obrigação de revelar isso ao povo americano? Vocês têm
isenção de impostos, o que significa que são subsidiados indiretamente pelo
contribuinte, então, por que não dizem ao Congresso e ao povo americano o que
acaba de me dizer?" E Gaither responde: "Nunca faríamos isso, nem sonhando."

Uma Estratégia para Controlar o Ensino da


História
A questão que surge na mente de Dodd é: "Como seria possível para alguém pensar
que poderia alterar a vida nos EUA para que o país pudesse ser confortavelmente
fundido com a União Soviética e, por implicação, com outros países do mundo?" Que
idéia absurda seria — especialmente em 1954. Isso requereria o abandono dos
conceitos americanos de justiça, as tradições de liberdade, de soberania nacional, de
identidade cultural, as proteções constitucionais, e a independência política, para citar
apenas alguns. Porém, esses homens estavam sendo mortalmente sérios. Eles não
estavam focados na questão se isso podia ser feito. A única questão era como fazer.
O que seria necessário para alterar as atitudes do povo americano? O que
seria necessário para convencê-los a abandonar sua herança em troca de uma união
global?

Carnegie Endowment Fund


for International Peace

A resposta foi fornecida por outra prestigiosa e famosa fundação isenta de impostos,
a Carnegie Endowment Fund for International Peace. Quando Dodd visitou essa
organização e começou a fazer perguntas sobre suas atividades, o presidente disse:
"Sr. Dodd, o senhor tem muitas perguntas. Seria muito tedioso e demorado para nós
respondermos a todas elas, de modo que tenho uma contraproposta a lhe fazer. Por
que o Sr. não envia um membro de sua equipe para nossas instalações, e abriremos
nossas atas desde a primeira reunião do Fundo Carnegie, e essa pessoa poderá
então examiná-las e copiar tudo o que encontrar ali. Assim, vocês saberão tudo o que
estamos fazendo.".
Novamente, Dodd ficou admirado. Ele observou que o presidente era novo no cargo e
provavelmente nunca tinha lido as atas. Assim, ele aceitou a oferta e enviou um
membro de sua equipe para as instalações do Carnegie Endowment. O nome dessa
pessoa era Catherine Casey, que, a propósito, era hostil à atividade do Comitê do
Congresso. Os adversários políticos do Comitê a tinham colocado na equipe para ser
um cão de guarda e um estorvo na operação. A atitude dela era: "O que pode haver
de errado com as fundações isentas de impostos? Elas fazem tantas coisas boas."
Assim, essa era a visão da Srta. Casey quando foi à sala da diretoria da Fundação
Carnegie. Ela levou seu gravador Dictaphone (naquele tempo eles usavam cintas
magnéticas) e gravou, palavra por palavra, muitas das passagens fundamentais das
atas dessa organização, iniciando com a primeira reunião. O que ela descobriu foi tão
chocante, que Dodd diz que ela quase ficou fora de si. Ela se tornou incapaz de
realizar seu trabalho após isso e teve de receber outra atribuição.

Isto é o que aquelas minutas revelaram: desde o início, os membros da junta de


diretores discutiam como alterar a vida nos Estados Unidos; como modificar as
atitudes da população para que abrissem mão de seus princípios tradicionais e os
conceitos de governo e fossem mais receptivos aos que eles chamavam de
modelo coletivista de sociedade. Falarei mais sobre o significado da palavra coletivista
em um momento, mas aqueles que escreveram os documentos que estaremos citando
usam essa palavra freqüentemente e têm uma clara compreensão do que ela significa.
Nas reuniões da diretoria da Fundação Carnegie, eles discutiam essa questão de uma
forma bem acadêmica. Após muitos meses de deliberação, eles chegaram à
conclusão que, de todas as opções disponíveis para alterar as atitudes políticas e
sociais havia somente uma que era historicamente confiável. Essa opção era a guerra.
Somente em tempos de guerra, eles raciocinavam, as pessoas estariam dispostas a
abrir mão das coisas que amavam em troca da desesperadora necessidade e desejo
de segurança contra um inimigo mortal. E, assim, o Carnegie Endowment Fund for
International Peace (Fundo Carnegie Para a Paz Internacional) declarava em suas
minutas que precisava fazer todo o possível para colocar os EUA em guerra.

Eles também diziam que havia outras ações necessárias, e estas eram as palavras
exatas: "Precisamos controlar a educação nos Estados Unidos." Eles perceberam que
essa era uma tarefa muito grande, de modo que se uniram com a Fundação
Rockefeller e com a Fundação Guggenheim para aplicarem em conjunto seus
recursos financeiros para controlar a educação no EUA — em particular, para controlar
o ensino da história. Eles atribuíram essas áreas de responsabilidade que envolviam
questões relacionadas com assuntos domésticos à Fundação Rockefeller, as questões
que se relacionavam com as questões internacionais foram assumidas como
responsabilidades pelo Carnegie Endowment.

O primeiro objetivo deles era reescrever os livros de história, e discutiram em


profundidade como fazer isso. Eles abordaram alguns dos historiadores mais
proeminentes da época e apresentaram-lhes a proposta para eles reescreverem a
história de modo a favorecer o conceito de coletivismo, mas foram prontamente
rejeitados. Então eles decidiram — e, novamente, estas são suas próprias palavras,
"Precisamos criar nossa própria safra de historiadores.".

Eles selecionaram vinte candidatos no nível universitário que estavam fazendo


doutorado em História Americana. Eles então foram à Fundação Guggenheim e
disseram: "Vocês dariam bolsas para os candidatos que selecionássemos, que têm a
estrutura mental correta, aqueles que vejam o valor do coletivismo, como nós vemos?
Vocês os ajudariam a obter seus doutorados para que possamos colocá-los em
posições de proeminência e liderança no mundo acadêmico?" E a resposta foi "Sim".

Assim, eles juntaram uma lista de jovens que estavam buscando obter o doutorado.
Eles os entrevistaram, analisaram suas atitudes, e escolheram os vinte que acharam
que eram os mais adequados para seus propósitos. Eles os enviaram a Londres para
receberem instruções. (Posteriormente, explicarei por que Londres é tão importante.)
Nessa reunião, eles ouviram o que seria esperado deles depois de receberem os
doutorados que estavam buscando. Eles foram instruídos que teriam de ver a história,
escrever a história e ensinar a história da perspectiva que o coletivismo era uma força
positiva no mundo e era a onda do futuro.

Agora, vamos para as próprias palavras do Sr. Dodd, como ele descreveu esse evento
diante de nossas câmeras em 1982. Ele disse:

"Esse grupo de vinte historiadores eventualmente formou o núcleo da Associação


Americana de História. Em seguida, por volta do fim dos anos 1920, o Carnegie
Endowment concede à Associação Americana de História $ 400.000 (uma vastíssima
soma naquele tempo) para um estudo da história de uma maneira que aponte para o
que este país pode esperar no futuro. Isso culmina em um estudo de sete volumes, o
último dos quais é um resumo do conteúdo dos outros seis. E a essência do último
volume é: o futuro deste país pertence ao coletivismo, administrado com as
características da eficiência americana." [1].

Agora, precisamos desligar por alguns instantes nossa máquina do tempo e tratar
dessa palavra coletivismo. Você a ouvirá muitas vezes. Especialmente se mergulhar
dos documentos históricos dos indivíduos e grupos que estamos discutindo, você os
encontrará usando essa palavra repetidamente. Embora a maioria das pessoas tenha
somente um vago conceito do que ela significa, os defensores do coletivismo têm uma
compreensão muito clara dele, de modo que vamos lidar com isso agora.

O Abismo: Duas Éticas Que Dividem o Mundo


Ocidental
Existem muitas palavras comumente usadas hoje em dia para descrever as
atitudes políticas. Ouvimos dizer que existem conservadores, liberais, libertários,
direitistas, esquerdistas, progressistas, socialistas, comunistas, trotskistas, maoístas,
fascistas, nazistas e, como se isso tudo não fosse confuso o bastante, agora temos
os neoconservadores, os neonazistas, e os neo-qualquer coisa mais. Quando nos
perguntam qual é nossa orientação política, esperam que escolhamos a partir de uma
dessas palavras. Se não tivermos uma opinião política ou se estivermos receosos de
fazer uma má escolha, então, por segurança, dizemos que somos moderados —
acrescentando mais uma palavra à lista. Porém, nem uma pessoa em cada mil pode
definir claramente a ideologia que qualquer uma dessas palavras representa. Elas são
usadas, primeiro, como rótulos para colocar uma aura de bondade ou de malignidade,
dependendo de quem usa as palavras e quais emoções elas acionam em suas
mentes.

Por exemplo, qual é a definição realista de conservador? Uma resposta comum seria
que um conservador é uma pessoa que quer conservar o status quo e se opõe à
mudança. Mas, a maioria das pessoas que chamam a si mesmas de
conservadoras não está a favor de manter o atual sistema de tributação elevada, os
gastos maiores do que as receitas, a expansão das políticas de bem-estar social, a
leniência com relação aos criminosos, a ajuda externa, o crescimento do governo, e
qualquer uma das outras marcas características da ordem atual. Esses são os
bastiões muito bem guardados daquilo que chamamos de liberalismo. Os liberais de
ontem são os conservadores de hoje, e as pessoas que chamam a si mesmas de
conservadoras são realmente radicais, por que querem uma mudança radical
do status quo. Não é maravilha que a maioria dos debates políticos soe como se
tivesse sido originado na torre de Babel. Todos estão falando uma linguagem
diferente. As palavras podem soar familiares, mas os oradores e os ouvintes têm cada
um suas próprias definições particulares.

Na minha experiência já observei que, uma vez que as definições são comumente
compreendidas, a maioria das discórdias chega ao fim. Para a admiração daqueles
que pensam que eram oponentes ideológicos amargos, eles freqüentemente
descobrem que, na verdade, estão em concordância básica. Assim, para tratar com
essa palavra, coletivismo, nossa primeira ordem do dia é lançar fora o lixo. Para
compreendermos as agendas políticas que dominam nosso mundo atualmente, não
podemos permitir que nosso pensamento seja contaminado pela carga emocional do
antigo vocabulário.

Pode surpreender você saber que a maioria dos grandes debates do nosso tempo —
pelo menos no mundo ocidental — pode ser dividida em apenas dois pontos de vista.
Todo o resto é enchimento. Tipicamente, eles enfocam se uma determinada ação
deve ser seguida; mas o conflito real não é sobre os méritos da ação; é sobre os
princípios, o código ético que justifica ou proíbe essa ação. É uma competição entre a
ética do coletivismo de um lado, e o individualismo do outro. Essas são palavras que
têm significado, e descrevem um abismo filosófico que divide todo o mundo
ocidental! [2].

A única coisa que é comum tanto aos coletivistas quanto aos individualistas é que a
vasta maioria deles é bem intencionada. Eles querem a melhor vida possível para
suas famílias, para seus compatriotas, e para a humanidade. Eles querem
prosperidade e justiça para todos. Eles discordam na forma de produzir esses ideais.
Estudei a literatura coletivista por mais de quarenta anos e, após certo tempo, percebi
que existiam certos temas recorrentes, que considero os seis pilares do coletivismo.
Se eles forem virados de cabeça para baixo, são também os seis pilares do
individualismo. Em outras palavras, existem seis conceitos principais dos
relacionamentos políticos e sociais; e, dentro de cada um deles, os coletivistas e os
individualistas têm pontos de vista opostos.

1. A Natureza dos Direitos Humanos

O primeiro desses tem que ver com a natureza dos direitos humanos. Os coletivistas e
os individualistas concordam que os direitos humanos são importantes, mas diferem
sobre o quão importantes e especialmente sobre o que é presumido como sendo a
origem desses direitos. Existem somente duas possibilidades nesse debate. Ou os
direitos do homem são intrínsecos ao seu ser, ou sãoextrínsecos, o que significa que
ou ele os possui no nascimento ou eles lhe são dados depois. Em outras palavras,
eles são hardware, ou software. Os individualistas acreditam que eles são hardware;
os coletivistas acreditam que eles são software.

Se os direitos são dados ao indivíduo após o nascimento, então quem tem o poder de
fazer isso? Os coletivistas acreditam que essa é uma função do governo. Os
individualistas ficam nervosos com essa concepção, porque, se o Estado tem o poder
de conceder direitos, também tem o poder de retirá-los, e esse conceito é incompatível
com a liberdade individual.

A visão do individualismo foi expressa claramente na Declaração de Independência


dos EUA, que diz:

"Consideramos essas verdades auto-evidentes, que todos os homens foram


criados iguais, que receberam do Criador certos direitos inalienáveis, que entre esses
direitos estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Que para assegurar esses
direitos, os governos são instituídos entre os homens..."

Nada poderia ser mais claro do que isso. "Direitos inalienáveis" significa que eles são
a posse natural de cada um de nós ao nascer e não são concedidos pelo Estado. O
propósito do governo não é conceder direitos, mas garanti-los e protegê-los.

Em contraste, todos os sistemas políticos coletivistas adotam a visão oposta que os


direitos são concedidos pelo Estado. Isso inclui os nazistas, fascistas, e comunistas. É
também um dogma das Nações Unidas. O artigo Quarto da Convenção da ONU Sobre
os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais diz:

"Os Estados participantes da presente Convenção reconhecem que, no gozo


desses direitos oferecidos pelo Estado... o Estado poderá sujeitar esses direitos
somente às limitações conforme forem determinadas por lei."

Repito: se aceitarmos que o Estado tem o poder de outorgar direitos, então


precisamos também concordar que ele tem o poder deretirar esses direitos. Observe o
fraseado da Convenção da ONU. Após proclamar que os direitos são oferecidos pelo
Estado, ela então diz que esses direitos podem estar sujeitos a limitações "conforme
forem determinadas pela lei". Em outras palavras, os coletivistas na ONU se atrevem a
nos conceder nossos direitos e, quando estiverem prontos para retirá-los, tudo o têm a
fazer é aprovar uma lei autorizando a supressão desses direitos.

Compare isso com a Carta de Direitos na Constituição dos Estados Unidos. Ela diz
que o Congresso não passará leis que restrinjam os direitos da liberdade de
expressão, de religião, de assembléia pacífica, o direito de portar armas, e assim por
diante — sem exceções "conforme determinadas por lei". A Constituição incorpora a
ética do individualismo. A ONU incorpora a ética do coletivismo, e que diferença isso
faz!

2. A Origem do Poder do Estado

O segundo conceito que separa o coletivismo do individualismo tem que ver com a
origem do poder do estado. Os individualistas acreditam que um governo justo deriva
seu poder, não da conquista e subjugação de seus cidadãos, mas do livre
consentimento dos governados. Isso significa que o estado não pode ter poderes
legítimos a não ser que eles sejam dados a ele por seus cidadãos. Dito de outra
forma, os governos somente podem fazer coisas que seus cidadãos também têm o
direito de fazer. Se os indivíduos não têm o direito de realizar um determinado ato,
então não podem conceder esse direito aos seus representantes eleitos. Eles não
podem delegar aquilo que não têm.

Vamos usar um exemplo extremo. Vamos assumir que um navio afundou em uma
tempestade e três homens exaustos estão lutando para sobreviver no mar.
Subitamente, eles alcançam um bote salva-vidas. O bote foi projetado para manter
uma única pessoa flutuando; mas com cuidadosa cooperação entre elas, consegue
manter duas pessoas flutuando. Entretanto, se uma terceira pessoa se agarrar ao bote
salva-vidas, ele se torna inútil, e todas as três ficarão novamente à mercê do mar. Os
homens tentam se alternar: um bóia na água enquanto os outros dois se agarram ao
bote salva-vidas; mas após algumas horas, nenhum deles tem mais forças para
continuar. A triste verdade gradualmente se torna clara: a não ser que um deles seja
separado do grupo, todos os três morrerão afogados. O que devem, então, esses três
homens fazer?

A maioria das pessoas hoje diria que dois homens estariam justificados em forçar o
terceiro a se afastar. O direito da auto-sobrevivência é de fundamental importância.
Tirar a vida de outra pessoa, embora seja um ato terrível, é moralmente justificável se
for necessário para salvar a própria vida. Essa certeza é verdadeira para a ação
individual, mas e a ação coletiva? Onde dois homens recebem o direito de se unir e
atacar o terceiro homem?

O coletivista responde que os dois homens têm um direito maior à vida porque são
numericamente superiores ao terceiro homem, que está só. É uma questão de
matemática: o maior bem para o maior número de pessoas. Isso torna o grupo mais
importante que o indivíduo e justifica que dois homens forcem o terceiro a se afastar
do bote salva-vidas. Há certa lógica nesse argumento, mas, se simplificarmos ainda
mais o exemplo, veremos que, embora a ação seja correta, ela é justificada pelo
raciocínio errado.

Vamos assumir agora que existam somente dois sobreviventes — de modo que
eliminamos o conceito de grupo — e vamos também assumir que o bote suporte
somente uma pessoa, não duas. Sob essas condições, seria similar a enfrentar um
inimigo em uma batalha. Você precisa matar ou morrer. Somente um poderá
sobreviver. Estamos lidando agora com o direito de competição pela auto-
sobrevivência para cada indivíduo, e não há um grupo mitológico para confundir a
questão. Sob essa condição extrema, é claro que cada pessoa teria o direito de fazer
qualquer coisa que possa para preservar sua própria vida, mesmo se isso levar à
morte de outra pessoa. Alguns podem argumentar que seria melhor sacrificar a própria
vida em favor de um estranho, mas poucos argumentariam que não fazer isso seria
errado. Assim, quando as condições são simplificadas para sua essência mais crua,
vemos que o direito de negar vida aos outros vem do direito do indivíduo de proteger
sua própria vida. Ele não precisa do assim-chamado grupo para ordená-lo.

No caso original dos três sobreviventes, a justificativa para negar a vida a um deles
não vem do voto da maioria, mas de seus direitos individuais e separados de garantir
sua própria sobrevivência. Em outras palavras, qualquer um deles, agindo sozinho,
estaria justificado nessa ação. Eles não são capacitados pelo grupo. Quando
contratamos a polícia para proteger nossa comunidade, estamos simplesmente
pedindo-lhe para fazer aquilo que nós mesmos temos o direito de fazer. Usar a força
física para proteger nossas vidas, nossa liberdade e nossa propriedade é uma função
legítima do governo, porque esse poder é derivado do povo como indivíduos. Ele não
surge a partir do grupo. [3].

Aqui está mais um exemplo — menos extremo, mas muito mais típico do que
realmente acontece todos os dias nos corpos legislativos. Se altos funcionários do
governo decidem um dia que ninguém deve trabalhar aos domingos, e até assumindo
que a comunidade geralmente suporte a decisão deles, onde eles teriam a autoridade
de usar o poder de polícia do Estado para impor esse decreto? Os cidadãos
individuais não têm o direito de compelir seus vizinhos a não trabalhar, de modo que
não podem delegar esse direito aos seus governos. Onde, então, teria o Estado obtido
a autoridade? A resposta é que ela viria de si mesmo; seria autogerada. Seria similar
ao direito divino das antigas monarquias, em que assumia-se que os governos
representavam o poder e a vontade de Deus — conforme interpretado pelos líderes
terreais, é claro. Em tempos mais modernos, a maioria dos governos não pretende ter
Deus como sua autoridade, eles apenas confiam nas tropas de elite e nos exércitos, e
qualquer um que crie objeções é eliminado. Como disse aquele bem-conhecido
coletivista, Mao Tse-Tung, "O poder político cresce a partir do cano de um pistola.".

Quando os governos afirmam derivar sua autoridade de qualquer força que não os
governados, isso sempre leva à destruição da liberdade. Impedir que as pessoas
trabalhassem aos domingos não seria visto como uma grande ameaça à liberdade,
mas uma vez que o princípio é estabelecido, ele abre a porta para mais éditos, e mais,
e mais, até que a liberdade se acabe. Se aceitarmos que o Estado ou qualquer grupo
tenha o direito de fazer coisas que os indivíduos sozinhos não têm o direito de fazer,
então, talvez de forma não intencional, estejamos apoiamos o conceito que os direitos
não são intrínsecos ao indivíduo e que eles, na verdade, originam-se com o Estado.
Uma vez que aceitássemos isso, estaríamos na estrada para a tirania.

Os coletivistas não estão preocupados com essas questiúnculas. Eles acreditam que
os governos têm realmente poderes que são maiores do que o dos cidadãos, e a fonte
desses poderes, eles dizem, está, não nos indivíduos dentro da sociedade, mas na
própria sociedade, o grupo ao qual os indivíduos pertencem.

3. Supremacia do Grupo

Este é o terceiro conceito que divide o coletivismo do individualismo. O coletivismo


está baseado na crença que o grupo é mais importante que o indivíduo. De acordo
com essa visão, o grupo é uma entidade e tem seus próprios direitos. Além disso,
esses direitos são mais importantes que os direitos individuais. Portanto, é aceitável
sacrificar os indivíduos, se necessário para o "bem maior do número maior". Quantas
vezes temos ouvido isso? Quem pode fazer objeções à perda da liberdade se ela for
justificada como necessária para o bem maior da sociedade? O grupo final, é claro, é
o Estado. Portanto, o Estado é mais importante que os cidadãos individuais, e é
aceitável sacrificar os indivíduos, se necessário, para o benefício do Estado. Esse
conceito está na essência de todos os sistemas totalitários modernos criados com
base no modelo coletivista.

Por outro lado, os individualistas dizem, "Espere um minuto. Grupo? O que é


um grupo? Isso é apenas uma palavra. Você não pode tocar um grupo. Você não pode
ver um grupo. Tudo o que você pode ver e tocar são os indivíduos. A palavra grupo é
uma abstração e não existe como uma realidade tangível. É como a abstração
chamada floresta. Não existem florestas; o que existem são árvores. Floresta é um
conceito de muitas árvores. Da mesma forma, a palavra grupo meramente descreve o
conceito abstrato de muitos indivíduos. Somente os indivíduos são reais e, portanto,
não existe essa coisa de direitos do grupo. Somente os indivíduos é que têm direitos.
O simples fato de existirem muitos indivíduos em um grupo e somente alguns em outro
não dá maior prioridade aos indivíduos no grupo maior — mesmo se você chamá-lo de
Estado. Uma maioria de eleitores não tem mais direitos que a minoria. Os direitos não
são derivados do poder dos números. Eles não vêm do grupo. Eles
são intrínsecos com cada ser humano.

Quando alguém argumenta que os indivíduos precisam ser sacrificados para o bem
maior da sociedade, o que está realmente dizendo é que alguns indivíduos devem ser
sacrificados para o bem maior de outros indivíduos. A moralidade do coletivismo está
baseada nos números. Qualquer coisa pode ser feita desde que o número de pessoas
que supostamente se beneficiará seja maior que o número de pessoas que serão
sacrificadas. Digo supostamente porque no mundo real, aqueles que decidem quem
será sacrificado não contam de forma justa. Os ditadores sempre afirmam que
representam o bem maior do maior número, mas, na realidade, eles e suas supostas
organizações constituem menos de 1% da população. A teoria é que alguém tem de
falar pelas massas e representar seus melhores interesses, porque as pessoas são
estúpidas demais para descobrir por si mesmas. Portanto, os líderes coletivistas,
sábios e virtuosos como são, tomam as decisões para elas. É possível explicar
qualquer atrocidade ou injustiça como uma medida necessária para o bem maior da
sociedade. Os totalitários sempre se apresentam como humanitários.

Como os individualistas não aceitam a supremacia do grupo, os coletivistas


freqüentemente os retratam como egoístas e insensíveis às necessidades dos outros.
Esse tema é comum nas escolas hoje. Se uma criança não está disposta a seguir com
o grupo, ela é criticada por ser socialmente indisciplinada e por não ser um bom
"jogador de equipe" ou um bom cidadão. Aquelas elegantes pessoas nas fundações
isentas de impostos têm muito a ver com isso. Mas o individualismo não está baseado
apenas no ego. Está baseado em um princípio. Se você aceitar a premissa que os
indivíduos podem ser sacrificados pelo grupo, cometeu um grave erro em duas
frentes. Primeiro, os indivíduos são a essência do grupo, o que significa que o grupo
está sendo sacrificado de qualquer forma, parte por parte. Segundo, o princípio
subjacente é mortal. Hoje, o indivíduo que está sendo sacrificado pode ser
desconhecido para você, ou ser até mesmo alguém de quem você não gosta.
Amanhã, pode ser você. Leva apenas um momento de reflexão para perceber que o
bem maior para o número maior não é alcançado sacrificando-se os indivíduos,
mas protegendo-se os indivíduos. A sociedade é melhor servida pelo individualismo,
não pelo coletivismo.

Repúblicas x Democracias

Estamos lidando aqui com uma das razões por que as pessoas fazem distinção entre
repúblicas e democracias. Em anos recentes, fomos ensinados que uma democracia é
a forma ideal de governo. Supostamente, isso é o que foi criado pela Constituição
Americana. Mas, se você ler os documentos e as transcrições dos discursos dos
homens que escreveram a Constituição, descobrirá que eles falaram muito mal da
democracia. Eles disseram em palavras bem simples que uma democracia era uma
das piores formas possíveis de governo. Portanto, eles criaram o que chamaram de
república. É por isso que a palavra democracia não aparece em parte alguma da
Constituição; e, quando os americanos fazem o juramento à bandeira, é para
a república que ela representa, não a democracia. Quando o coronel Davy Crockett
aderiu à Revolução do Texas antes da famosa Batalha do Álamo, recusou-se a
assinar o juramento de fidelidade ao futuro governo do Texas até que a palavra fosse
modificada para o futuro governo republicano do Texas. [4] A razão que é importante é
que a diferença entre uma democracia e uma república é a diferença entre coletivismo
e individualismo.

Em uma pura democracia, a maioria governa; fim da discussão. Você pode dizer, "O
que há de errado nisso?" Bem, pode haver muita coisa errada com isso. Imagine uma
multidão que decida linchar alguém. Há somente uma pessoa com voto contrário, e
essa é a pessoa que será linchada. Isso é pura democracia em ação.

"Ah, espere um minuto", você diz. "A maioria deve governar. Sim, mas não ao ponto
de negar os direitos da minoria", e, é claro, você estaria correto. Isso é exatamente o
que uma república faz. Uma república é um governo baseado no princípio do governo
limitado da maioria para que a minoria — até mesmo a minoria de uma única pessoa
— seja protegida dos desejos e paixões da maioria. As repúblicas são freqüentemente
caracterizadas por constituições escritas que definem as regras para tornar isso
possível. Essa foi a função da Carta dos Direitos, que não é nada mais que uma lista
de coisas que o governo não pode fazer. Ela diz que o Congresso, embora represente
a maioria, não aprovará leis que neguem à minoria seus direitos do livre exercício da
religião, da liberdade de expressão, da assembléia pacífica, o direito de portar armas,
e outros direitos "inalienáveis."

Essas limitações no governo da maioria são a essência de uma república, e também


estão no centro da ideologia chamada individualismo. Portanto, aqui está outra grande
diferença entre esses dois conceitos: o coletivismo por um lado, suportando qualquer
ação do governo desde que ela possa ser explicada como sendo para o bem maior do
número maior de pessoas; e o individualismo, por outro lado, defendendo os direitos
da minoria contra as paixões e a cobiça da maioria.

4. Coerção Versus Liberdade

O quarto conceito que divide o coletivismo do individualismo tem que ver com as
responsabilidades e a liberdade de escolha. Falamos sobre a origem dos direitos, mas
há uma questão similar que envolve a origem das responsabilidades. Direitos e
responsabilidades caminham juntos. Se você valoriza o direito de viver sua vida sem
que os outros lhe digam o que fazer, então precisa assumir a responsabilidade de ser
independente, de prover para si mesmo sem esperar que os outros cuidem de você.
Direitos e responsabilidades são meramente lados diferentes da mesma moeda.
Se somente os indivíduos têm direitos, então segue-se que somente os indivíduos têm
responsabilidades. Se grupos têm direitos, então os grupos também precisam ter
responsabilidades; e aí está um dos maiores desafios ideológicos dos tempos
modernos.

Os individualistas são campeões dos direitos individuais. Portanto, aceitam o princípio


da responsabilidade individual em vez de a responsabilidade do grupo. Eles acreditam
que todos têm uma obrigação pessoal e direta para prover, primeiro por si mesmo e
por sua família, e depois pelos outros que possam estar em necessidade. Isso não
significa que eles não acreditam em ajudar uns aos outros. Simplesmente porque sou
um individualista não significa que tenho de mover meu piano sozinho. Significa que
acredito que mover o piano é minha responsabilidade, não a de outra pessoa, e
preciso organizar a ajuda voluntária de outras pessoas.

O coletivista, por outro lado, declara que os indivíduos não são pessoalmente
responsáveis pela caridade, por educar seus próprios filhos, de prover por seus pais
na velhice, ou até de proverem para si mesmos. Essas são obrigações de grupo do
Estado. Os individualistas esperam fazer tudo isso eles mesmos; o coletivista quer que
o governo faça para ele; forneça emprego e cuidados com a saúde, um salário
mínimo, alimentação, educação e um lugar decente para morar. Os coletivistas estão
enamorados pelo governo. Eles adoram o governo; têm uma fixação pelo governo
como o melhor mecanismo de grupo para solucionar todos os problemas.

Os individualistas não compartilham dessa crença. Eles vêem o governo como criador
de mais problemas do que de soluções. Eles acreditam que a liberdade de escolha
levará à melhor solução dos problemas sociais e econômicos. Milhões de idéias e
esforços, cada um sujeito à tentativa e erro e competição — em que a melhor solução
se torna óbvia comparando seus resultados com todas as outras — esse processo
produzirá resultados que são muito superiores aos que podem ser alcançados por um
grupo de políticos ou por um comitê de assim-chamados homens sábios e notáveis.
Em contraste, os coletivistas não confiam na liberdade. Eles têm medo da liberdade.
Eles estão convencidos que a liberdade pode ser boa nas questões pequenas como a
cor das meias você quer usar, mas com questões importantes como a quantidade de
dinheiro em circulação, atividades dos bancos, investimentos, programas de seguro,
assistência médica, educação, e assim por diante, a liberdade não funciona. Essas
coisas, eles dizem, precisam ser controladas pelo governo, caso contrário haverá o
caos.

Existem duas razões para a popularidade desse conceito. Uma é que a maioria de nós
estudou em escolas públicas e é isso que nos foi ensinado. A outra razão é que o
governo é o único grupo que pode legalmente forçar todos a participarem. Ele tem o
poder de tributar, apoiado pela cadeia e a força das armas para compelir todos a
entrarem na linha, e esse é um conceito que tem um apelo muito forte para os
intelectuais que se vêem como engenheiros sociais.

Os coletivistas dizem: "Precisamos forçar as pessoas a fazerem o que achamos que


elas devam fazer, porque elas são burras demais para pensarem por sua própria
conta. Nós, por outro lado, estivemos na escola e lemos os livros. Somos informados;
somos mais espertos do que essas pessoas ai. Se deixarmos isso com elas,
cometerão erros terríveis. Assim, é nosso dever, nós, os esclarecidos. Decidiremos em
nome da sociedade e imporemos nossas decisões pela lei para que ninguém tenha
escolha. Que devamos governar dessa forma é nossa obrigação para a humanidade.".
Em contraste, os individualistas dizem: "Também achamos que estamos certos e que
as massas raramente fazem o que achamos que elas deveriam fazer, mas não
acreditamos em forçar as pessoas a seguirem a nossa vontade por que, se
concedermos esse princípio, então outros, representando grupos maiores que nós
mesmos, poderiam nos obrigar a agir como eles decretassem, e isso seria o fim da
nossa liberdade.".

A afinidade entre o egotismo e a coerção intelectual foi dramaticamente demonstrada


pelo professor de Direito canadense, Alan Young, que escreveu um editorial na edição
de 28 de março de 2004 do Toronto Star. O tópico dele era "os crimes de ódio" e sua
solução foi um exemplo clássico da mentalidade coletivista. Ele escreveu:
"A característica de definição do criminoso de ódio é a estupidez. É um crime que
nasce a partir da deficiência intelectual... A justiça criminal na verdade pode fazer
muito pouco para combater a estupidez... O criminoso de ódio precisa de uma rigorosa
desprogramação..."

"Exatamente como alguns tipos de câncer requerem cirurgia invasiva, o crime de


ódio precisa de medidas intrusivas... A abordagem usual para a punição moderna
simplesmente não funciona nesse caso. Para os crimes de suprema estupidez
precisamos da justiça mostrada no filme Laranja Mecânica — amarrar o criminoso de
ódio em uma cadeira por um bom tempo e manter seus olhos arregalados com pinças
metálicas, para obrigá-lo a assistir a uma torrente de imagens cinemáticas criadas
especialmente para romper sua adesão neurótica de deficiência intelectual auto-
induzida."

"No contexto dos crimes de ódio, tenho a lamentar que exista uma proibição
constitucional à punição cruel e fora do comum." [5].

Um dos modos mais rápidos de identificar um coletivista é ver como ele reage diante
dos problemas públicos. Independente do que o incomode em sua rotina do dia-a-dia
— seja jogar lixo nas ruas, fumar em locais públicos, vestir-se de forma indecente,
preconceito, enviar mensagens não-solicitadas de correio eletrônico — seja o que for,
sua resposta imediata é "Vamos criar uma lei!" E, é lógico, os profissionais no governo
que ganham a vida fazendo coerções estão mais do que satisfeitos em cooperar. A
conseqüência é que o governo cresce cada vez mais. É uma rua de mão única. Cada
ano existem mais e mais leis e menos e menos liberdade. Cada lei por si só parece
relativamente benigna, justificada por alguma conveniência ou para o bem maior do
número maior de pessoas, mas o processo continua perpetuamente até que o governo
seja total e a liberdade esteja morta. Pouco a pouco, o próprio povo defende sua
própria escravização.

A Síndrome de Robin Hood

Um bom exemplo dessa mentalidade coletivista é o uso do governo para realizar atos
de caridade. A maioria das pessoas acredita que todos temos uma responsabilidade
em ajudar aqueles que estão passando por necessidade, se pudermos. Mas e aqueles
que discordam, aqueles que não se preocupam nem um pouco com as necessidades
dos outros? Eles deveriam ter a permissão de serem egoístas enquanto somos tão
generosos? O coletivista vê as pessoas como essas como uma justificativa para o uso
da coerção, pois a causa é tão nobre. Ele vê a si mesmo como um moderno Robin
Hood, que rouba dos ricos para dar aos pobres. Logicamente, nem tudo chega aos
pobres. Afinal, Robin e seus homens têm de comer, beber e se divertir em festas, e
isso custa dinheiro. É necessária uma gigantesca burocracia para administrar uma
obra de caridade pública, e os Robin Hoods nos governos se acostumaram a receber
uma enorme parcela do saque, enquanto os camponeses — bem, eles estarão
contentes com qualquer coisa que receberem. Eles não se preocupam com o quanto
foi consumido no caminho até chegar a eles. Afinal, tudo foi roubado de outra pessoa
mesmo.

A assim-chamada caridade do coletivismo é uma perversão da história bíblica do Bom


Samaritano, que parou na estrada para ajudar um estranho que tinha sido assaltado e
surrado. O samaritano levou a vítima até uma estalagem e pagou pela sua estadia ali
até que ela se recuperasse. Todos aprovam esses atos de compaixão e caridade, mas
o que você pensaria se o samaritano tivesse apontado sua espada para o próximo
viajante e ameaçasse matá-lo se ele também não ajudasse? Se isso tivesse
acontecido, duvido que a história tivesse entrado na Bíblia; porque, nesse ponto, o
samaritano não seria muito diferente dos salteadores originais — que também
poderiam ter um motivo virtuoso. Afinal, eles podiam alegar que tinham famílias e
filhos para sustentar. A maioria dos crimes tem esse tipo de lógica, mas são crimes
mesmo assim. Quando a coerção entra, a caridade sai. [6].

Os individualistas recusam-se a brincar com esse jogo. Esperamos que todos sejam
misericordiosos e pratiquem a caridade, mas também acreditamos que uma pessoa
deva ter a liberdade de não praticar a caridade, se não quiser. Se ela preferir dar uma
porção menor que aquilo que pensamos que deva dar, ou se preferir não dar
absolutamente nada, acreditamos que não temos o direito de forçá-la a fazer nossa
vontade. Podemos tentar persuadi-la a fazer isso; podemos apelar para a sua
consciência; e, especialmente, podemos mostrar o caminho por meio de nosso bom
exemplo, mas rejeitamos qualquer tentativa de atacá-la, seja imobilizando fisicamente
enquanto removemos o dinheiro de seus bolsos, ou usando as urnas para aprovar leis
que tirem seu dinheiro por meio da tributação. Em ambos os casos, o princípio é o
mesmo. Chama-se roubo.

Os coletivistas querem que você pense que o individualismo é simplesmente outra


palavra para egoísmo, porque os individualistas se opõem às políticas do bem-estar
social e outras formas de redistribuição coercitiva da riqueza, mas o oposto é que é
verdade. Os individualistas defendem a verdadeira caridade, que é a entrega
voluntária do seu próprio dinheiro, enquanto os coletivistas advogam a coerção para
dar o dinheiro dos outros; o que, é claro, é a razão por que ele é tão popular.
Mais um exemplo: o coletivista diz: "Acho que todos deveriam usar cintos de
segurança. Isso faz sentido. As pessoas podem se ferir se não usarem o cinto.
Portanto, vamos aprovar uma lei que obrigue todos a usarem o cinto. Se elas não
usarem, vamos multá-las, ou colocá-las na prisão." O individualista diz, "Acho que
todos deveriam usar o cinto de segurança. As pessoas podem se ferir em acidentes se
não estiverem usando o cinto, mas não acredito em forçar as pessoas a usarem.
Acredito em convencê-las com a lógica, a persuasão e os bons exemplos, se
pudermos, mas também acredito na liberdade de escolha.".

Um dos slogans mais comuns do marxismo é: "De cada um de acordo com sua
capacidade, a cada um de acordo com sua necessidade." Essa é a pedra angular do
socialismo teórico, e é um conceito que tem um apelo muito forte. Uma pessoa que
ouça esse slogan pela primeira vez poderia dizer: "O que há de errado com isso? Essa
não é a essência da caridade e da compaixão por aqueles que estão enfrentando
necessidades? O que pode estar errado com dar de acordo com sua capacidade aos
outros e de acordo com as necessidades deles? " E a resposta é, nada está errado
com isso — à primeira vista, mas esse é um conceito incompleto. A questão não
respondida é como isso será realizado? Será em liberdade ou por meio da coerção?
Mencionei anteriormente que os coletivistas e os individualistas normalmente
concordam com os objetivos, mas discordam com relação aos meios e esse é um
exemplo clássico. O coletivista diz: tome pela força da lei O individualista diz: dê por
meio do livre arbítrio. O coletivista diz: não muitas pessoas responderão, a não ser que
sejam forçadas. O individualista diz: um número suficiente de pessoas responderá
para permitir que a tarefa seja realizada. Além disso, a preservação da liberdade
também é importante. O coletivista defende o saque legalizado em nome de uma
causa nobre, acreditando que o fim justifica os meios. O individualista advoga o livre
arbítrio e a verdadeira caridade, acreditando que um objetivo nobre não justifica a
perpetração do roubo e a entrega da liberdade.

Existe uma história de um revolucionário bolchevista que estava falando de cima de


um caixote para uma pequena multidão em Times Square, em Nova York. Após
descrever as maravilhas do socialismo e do comunismo, ele disse: "— A revolução
virá, e todos comerão pêssegos em calda com creme de leite." Um velhinho que
estava na parte de trás da multidão gritou: "— Eu não gosto de pêssegos em calda
com creme de leite." O bolchevista refletiu por alguns instantes e então respondeu: "—
A revolução virá, camarada, e você aprenderá a gostar de pêssegos em calda com
creme de leite.".

Esta é, então, a quarta diferença entre o coletivismo e o individualismo, e é talvez a


mais fundamental de todas: os coletivistas acreditam na coerção; os individualistas
acreditam na liberdade.

5. Igualdade x Desigualdade Debaixo da Lei

O quinto conceito que divide o coletivismo do individualismo tem que ver com o modo
como as pessoas são tratadas sob a lei. Os individualistas acreditam que não existem
duas pessoas iguais, e cada uma é superior ou inferior às outras de muitos modos,
mas, debaixo da lei, todas devem ser tratadas da mesma forma. Os coletivistas
acreditam que a lei deve tratar as pessoas de forma desigual de modo a produzir as
mudanças desejadas na sociedade. Eles vêem o mundo como tragicamente
imperfeito. Eles vêem a pobreza, o sofrimento, a injustiça e concluem que algo precisa
ser feito para alterar as forças que produziram esses efeitos. Eles pensam em si
mesmos como engenheiros sociais que têm a sabedoria para reestruturar a sociedade
em uma ordem mais humana e mais lógica. Para fazer isso, eles precisam intervir na
vida das pessoas em todos os níveis e redirecionar suas atividades de acordo com um
plano-mestre. Isso significa que eles precisam redistribuir a riqueza e usar o poder de
polícia do Estado para impor o comportamento prescrito.

A conseqüência dessa mentalidade pode ser vista em toda a parte na sociedade


atualmente. Quase todo país no mundo tem um sistema tributário que trata as pessoas
de forma desigual, dependendo do nível de renda, do estado civil, do número de
dependentes, da idade, e do tipo de investimentos que elas possam ter. O propósito
desse arranjo é redistribuir a riqueza, o que significa favorecer algumas classes em
detrimento de outras. Em alguns casos, existem brechas bizarras na legislação
tributária apenas para favorecer uma grande empresa ou um grupo politicamente
influente. Outras leis oferecem isenção de impostos e subsídios para favorecer certos
grupos ou empresas. A desigualdade é todo o propósito dessas leis.

No terreno das relações sociais, existem leis para estabelecer cotas raciais, quotas
para os sexos, iniciativas de ação afirmativa, e para proibir as expressões de opinião
que possam ser questionáveis a algum grupo ou para os planejadores-mestres. Em
todas essas medidas, há uma aplicação desigual da lei com base em que grupo ou
classe você esteja ou que opinião tenha. Eles dizem que isso é necessário para
realizar uma mudança desejada na sociedade. Entretanto, após mais de cem anos de
engenharia social, não há um lugar no mundo em que os coletivistas possam apontar
o dedo com orgulho e mostrar onde o plano-mestre deles funcionou realmente como
eles previam. Existem muitos livros sobre a utopia coletivista, mas eles nunca foram
materializados no mundo real. Em toda a parte que o coletivismo foi aplicado, os
resultados foram maior pobreza do que antes, mais sofrimento do que antes, e
certamente mais injustiça do que antes.

Existe um caminho melhor. O individualismo está baseado na premissa que todos os


cidadãos devem ser iguais debaixo da lei, independente de sua origem nacional, raça,
religião, gênero, educação, status econômico, estilo de vida, ou opinião política.
Nenhuma classe deve receber tratamento preferencial, independente do mérito ou da
popularidade de sua causa. Favorecer uma classe em detrimento de outra não é
igualdade debaixo da lei.

6. O Papel Apropriado Para o Governo

Quando todos esses fatores são considerados em conjunto, chegamos à sexta divisão
ideológica entre o coletivismo e o individualismo. Os coletivistas acreditam que o papel
correto do governo deva ser positivo, que o Estado deve tomar a iniciativa em todos os
aspectos da vida das pessoas, que deve ser agressivo, liderar e prover. Ele deve ser o
grande organizador da sociedade.

Os individualistas acreditam que a função apropriada do governo é negativa e


defensiva. Ele deve proteger, não prover; pois se ao Estado for dado o poder de
prover para alguns, ele também precisará de poder para tirar de outros, e uma vez que
esse poder for concedido, existem aqueles que o buscarão para seu próprio ganho.
Isso sempre leva a mais saque legalizado e à perda da liberdade. Se o governo for
poderoso o suficiente para nos dar tudo o que queremos, também será poderoso o
suficiente para tomar de nós tudo o que temos. Portanto, a função correta do governo
é proteger as vidas, a liberdade, e a propriedade de seus cidadãos, nada mais. [7].

O Espectro Político

Hoje, ouvimos muito a respeito de direita versus esquerda, mas o que esses termos
realmente significam? Por exemplo, ouvimos dizer que os comunistas e os socialistas
estão na extrema esquerda, e que os nazistas e os fascistas estão na extrema direita.
Aqui temos a imagem de dois poderosos adversários ideológicos em oposição um ao
outro, e a impressão é que, de alguma forma, eles são opostos. Mas, qual é a
diferença? Eles não são opostos, absolutamente. Eles são os mesmos. As insígnias
podem ser diferentes, mas quando você analisa o comunismo e o nazismo, ambos
incorporam os princípios do socialismo. Os comunistas não escondem o fato de o
socialismo ser o seu ideal, e o movimento nazista na Alemanha era realmente
chamado de Partido Nacional Socialista. Os comunistas acreditam no
socialismo internacional, enquanto que os nazistas defendiam o socialismo nacional.
Os comunistas promovem o ódio entre as classes e o conflito de classes para motivar
a lealdade e a obediência cega de seus seguidores, enquanto que os nazistas usaram
o conflito racial e o ódio entre as raças para alcançar os mesmos objetivos. Tirando
isto, não há diferença entre comunismo e nazismo. Ambos são a epítome do
coletivismo; apesar disso ouvimos dizer que eles estão, supostamente, nos lados
opostos do espectro das opções políticas!

Há somente uma coisa que faz sentido na construção de um espectro político e isso é
colocar zero de governo em um extremo da linha e 100% de governo na outra
extremidade. Agora temos algo que podemos compreender. Aqueles que acreditam
em zero de governo são os anarquistas, e aqueles que acreditam em um governo total
são os totalitários. Com essa definição, descobrimos que o comunismo e o nazismo
estão juntos na mesma ponta. Ambos são totalitários. Por quê? Porque ambos estão
baseados no modelo do coletivismo. O comunismo, o nazismo, o fascismo, e o
socialismo gravitam todos em torno de um governo maior e maior, pois essa é a
extensão lógica de sua ideologia comum. No coletivismo, todos os problemas são de
responsabilidade do Estado e precisam ser solucionados pelo Estado. Quanto mais
problemas existirem, mas poderoso se tornará o Estado. Uma vez que você entra
nessa ladeira escorregadia, não há lugar para parar até que desça até o fim da escala,
que é o governo total. Independente do nome que você dê a isso, independente de
como o rotule para fazê-lo parecer novo ou diferente, coletivismo é totalitarismo.
Na verdade, o conceito da linha reta de um espectro político é um pouco enganoso.
Na verdade, é um círculo. Você pode seguir essa linha reta com 100% de governo em
uma ponta e zero na outra, dobrá-la, e tocar as pontas no alto. Agora é um círculo,
pois, na anarquia, onde não há governo algum, você tem o governo absoluto por
aqueles que têm os punhos mais fortes e as armas mais poderosas. Assim, você salta
de zero governo para o totalitarismo em um segundo. Eles se encontram no alto.
Estamos realmente lidando com um círculo e o único local lógico para estarmos é em
algum ponto no meio dos extremos. Precisamos do governo, é claro, mas ele precisa
ser construído com base no individualismo — uma ideologia com uma afinidade com
aquela parte do espectro com a mínima quantidade de governo possível — em vez de
no coletivismo — com uma afinidade com a outra extremidade do espectro com a
maior quantidade de governo possível. O melhor governo é o menor governo.

Agora, estamos finalmente prontos para reativar nossa máquina do tempo. As últimas
imagens ainda estão diante de nós. Ainda vemos os diretores das grandes fundações
isentas de impostos aplicando seus vastos recursos financeiros para alterar as
atitudes da população para que ela aceite a fusão deste país (os EUA) com os
regimes totalitários; e ainda ouvimos suas palavras proclamando que "o futuro deste
país pertence ao coletivismo, administrado com a característica eficiência americana."
Não é impressionante o quanto está contido nessa pequena palavra, coletivismo?

Notas Finais

[1]. A transcrição completa do testemunho do Sr. Dodd pode ser baixada sem custo do
sítio da Freedom Force International, emhttp://www.freedomforceinternational.org. O
vídeo a partir do qual ela foi tirada intitula-e "The Hidden Agenda" e pode ser obtido no
sítio da Reality Zone, em http://www.realityzone.com.
[2]. No Oriente Médio e em partes da África e da Ásia, existe uma terceira ética
chamada teocracia, uma forma de governo que combina igreja e Estado e força os
cidadãos a aceitarem uma determinada prática religiosa. Isso foi comum antigamente
em toda a cristandade européia e existiu também em algumas colônias nos Estados
Unidos. Ela sobrevive no mundo de hoje na forma do Islã e tem milhões de
defensores. Qualquer visão abrangente da ideologia política precisa incluir a teocracia,
mas o tempo não nos permite essa abrangência nesta apresentação. Para aqueles de
vocês que estiverem mais interessados na visão mais ampla do autor, incluindo a
teocracia, há um resumo intitulado Que Caminho Para a Humanidade? — anexado no
fim deste ensaio.
[3]. A questão relacionada de um direito de usar força mortal para proteger as vidas
dos outros é revista na Parte 4, em conexão com a ordem da Casa Branca para abater
aviões se eles representarem uma ameaça às populações no solo.
[4]. David Crockett: Parliamentarian, de William Reed, National Parliamentarian, vol.
64, Third Quarter, 2003, pág. 30.
[5]. "Hate Criminal Needs Deprogramming", Alan Young, Toronto Star, 28/3/2004, pág.
F-7.
[6]. Sejamos claros nisto. Se nós ou nossas famílias estivessem passando fome, a
maioria de nós roubaria, se esse fosse o único modo de obter comida. O furto seria
motivado pelo nosso direito intrínseco de viver, mas não vamos chamá-lo de caridade
virtuosa. Seria mera sobrevivência.
[7]. Há muito mais a ser dito do que é permitido pelas limitações de tempo desta
apresentação. Uma questão importante é o fato que há uma terceira categoria de ação
humana que não é nem apropriada nem imprópria, nem defensiva nem agressiva; que
existem áreas de atividade que podem ser realizadas pelo Estado por conveniência —
como a construção de estradas e a conservação dos parques recreativos — desde
que eles sejam financiados, não com os impostos gerais, mas totalmente por aqueles
que os utilizam. Caso contrário, alguns se beneficiarão à custa dos outros, e isso seria
uma redistribuição coercitiva da riqueza, um poder que precisa ser negado ao Estado.
Essas atividades seriam permitidas porque têm um impacto desprezível na liberdade.
Estou convencido que elas seriam administradas com maior eficiência e ofereceriam
um serviço público melhor se pertencessem e fossem operadas pela iniciativa privada,
mas não há mérito em ser argumentativo nessa questão quando questões muito mais
calorosas estão em risco. Após a liberdade estar assegurada, poderemos nos dar ao
luxo de debater esses pontos mais refinados. Outro exemplo de uma atividade ótima é
a alocação das freqüências de transmissão de rádio e televisão. Embora isso não
proteja as vidas, a liberdade, ou a propriedade, é uma questão de conveniência para
manter a ordem nas comunicações. Não há ameaça à liberdade pessoal, desde que a
autoridade de conceder as licenças seja administrada de forma imparcial, e não em
favor de uma classe de cidadãos ou de um ponto de vista em detrimento dos outros.
Outro exemplo de uma atividade ótima do governo seria uma lei no Havaí para impedir
a importação de serpentes. A maior parte da população do Havaí quer essa lei por
conveniência. Estritamente falando, essa não é uma função apropriada para o
governo, porque não protege as vidas, a liberdade ou a propriedade dos cidadãos,
mas não é imprópria desde que seja administrada de tal maneira que todos arquem
com o custo de forma equitativa, não somente por alguns, enquanto outros são
excluídos. Pode-se argumentar que essa é uma função apropriada para o governo,
pois as serpentes poderiam ameaçar os animais domésticos que são a propriedade de
seus cidadãos, mas isso seria alargar demais o ponto. É exatamente esse tipo de
alargamento da razão que os demagogos usam quando querem consolidar poder.
Qualquer ação do governo poderia ser explicada como uma proteção indireta da vida,
da liberdade ou da propriedade. A defesa definitiva contra o jogo de palavras desse
tipo é permanecer firme no terreno que proíbe o financiamento de qualquer modo que
cause uma transferência de riqueza de um grupo para outro. Isso remove logo de cara
a vantagem política que motiva a maioria dos esquemas coletivistas. Sem a
possibilidade de saque legalizado, a maioria dos jogos cerebrais cessaria. Finalmente,
quando a questões se tornarem obscuras, e for realmente impossível ver claramente
se uma ação é aceitável para o governo, há sempre uma regra de ouro em que se
pode confiar para mostrar o caminho apropriado: o melhor governo é aquele que
governa menos.

Qual Caminho Para a Humanidade?


(clique aqui para baixar o gráfico)

Fim da Parte 1

O Credo da Liberdade
A Natureza Intrínseca dos Direitos

Acredito que somente os indivíduos têm direitos, não o grupo coletivo; que esses
direitos são intrínsecos a cada indivíduo, não concedidos pelo Estado; porque, se o
Estado tiver o poder de concedê-los, também terá o poder de negá-los, e isso é
incompatível com a liberdade pessoal.
Acredito que um governo justo deriva seu poder unicamente dos governados.
Portanto, o Estado não deve se atrever a fazer algo além daquilo que os cidadãos
individuais também têm o direito de fazer. Caso contrário, o Estado é um poder em si
mesmo e torna-se o mestre, em vez de um servo da sociedade.

Supremacia do Indivíduo
Acredito que uma das maiores ameaças à liberdade é permitir que qualquer grupo,
independente de sua superioridade numérica, negue os direitos da minoria; e que uma
das principais funções de um governo justo é proteger cada indivíduo da cobiça e das
paixões da maioria.

Liberdade de Escolha
Acredito que objetivos sociais e econômicos desejáveis são melhor alcançados pela
ação voluntária do que pela coerção da lei. Acredito que a tranqüilidade social e a
irmandade sejam melhor alcançadas pela tolerância, persuasão, e o poder do bom
exemplo do que pela coerção da lei. Acredito que aqueles que estão enfrentando
necessidades são melhor servidos pela caridade, que é dar do seu próprio dinheiro,
em vez de por meio de políticas de bem-estar social, que dão o dinheiro de outra
pessoa por meio da coerção da lei.
Igualdade Debaixo da Lei

Acredito que todos os indivíduos devam ser iguais debaixo da lei, independente de sua
origem nacional, grupo étnico, religião, gênero, educação, status econômico, estilo de
vida ou opinião política. Da mesma forma, nenhuma classe deve receber tratamento
preferencial, independente do mérito ou da popularidade de sua causa. Favorecer uma
classe em detrimento de outra não é igualdade debaixo da lei.

Papel Apropriado Para o Governo


Acredito que o papel apropriado para o governo é negativo, não positivo; defensivo,
não agressivo. O governo deve proteger, não prover; porque se o Estado receber o
poder de prover para alguns, precisará também tirar de outros, e uma vez que esse
poder seja concedido, existem aqueles que o buscarão para seu próprio proveito. Isso
sempre leva ao saque legalizado e à perda da liberdade. Se o governo for poderoso o
suficiente para nos dar tudo o que queremos, também será poderoso o suficiente para
tirar de nós tudo o que temos. Portanto, a função correta do governo é proteger as
vidas, a liberdade e a propriedade de seus cidadãos; nada mais. O melhor governo é o
menor governo.

Os Três Mandamentos da Liberdade


O Credo da Liberdade está baseado em cinco princípios. Entretanto, na aplicação do
dia-a-dia, eles podem ser reduzidos para apenas três códigos de conduta. Considero-
os como os Três Mandamentos da Liberdade.

Direitos Individuais
Não sacrificarás os direitos de um indivíduo ou de uma minoria para o suposto direito
do grupo.
Igualdade Debaixo da Lei

Não apoiarás qualquer lei que não se aplique a todos os cidadãos igualmente.

Liberdade de Escolha
Não usarás de coerção para qualquer propósito, exceto para proteger a vida humana,
a liberdade ou a propriedade.

Os Três Pilares da Liberdade


Outro modo de ver esses princípios é considerá-los como os três pilares da liberdade.
Eles são os conceitos subjacentes à ideologia do individualismo, e o individualismo é a
base indispensável da liberdade.

Autor: G. Edward Griffin


Parte 2: Organizações Secretas e Agendas Ocultas
G. Edward Griffin — Freedom Force International,
em http://www.freedomforceinternational.org
© 2003-2004 G. Edward Griffin

John Ruskin Promove o Coletivismo na Universidade de Oxford

Vamos agora colocar a teoria de lado e voltar um pouco à história real. Das minutas do
Fundo Carnegie, lembramos as curiosas palavras: "Precisamos controlar a educação
na América". Quem é esse "nós" que está implícito aqui? Quem são as pessoas que
estão planejando fazer isso? Para responder a essa pergunta, precisamos ajustar as
coordenadas da nossa máquina do tempo novamente, e agora estamos nos movendo
mais para trás no tempo, para o ano 1870. Subitamente, encontramo-nos na
Inglaterra, em uma elegante sala de aula da Universidade de Oxford, e estamos
assistindo a uma aula de um intelectual brilhante chamado John Ruskin.

Ruskin era professor de História da Arte em Oxford. Ele era um gênio. A princípio, eu
estava preparado para não gostar dele, porque ele era um total coletivista. Mas,
quando peguei seus livros e comecei a ler as notas de suas aulas, tive de reconhecer
seu talento. Primeiro de tudo, ele foi um artista bem-sucedido. Ele era um arquiteto e
um filósofo. O único defeito que pude ver nele era que acreditava no coletivismo. Ele
falava sobre isso com eloqüência e seus alunos, vindos das classes ricas — a elite e
os privilegiados das áreas mais nobres de Londres — eram receptivos à sua
mensagem. Ele ensinava que aqueles que tinham herdado a rica cultura e tradição do
Império Britânico tinham a obrigação de governar o mundo e garantir que os menos
afortunados e as pessoas estúpidas recebessem a direção correta. Essa era
basicamente sua mensagem, mas ela era entregue de uma maneira muito convincente
e apelativa.

Ruskin não foi o originador do coletivismo. Ele estava meramente surfando na crista
de uma onda ideológica que varreu todo o mundo ocidental naquele tempo. Ela estava
fazendo um apelo aos filhos e filhas dos ricos que estavam crescendo com
sentimentos de culpa por desfrutarem de tanto luxo e privilégios, em chocante
contraste com os pobres e famintos do mundo.

Naquele cenário estavam surgindo dois poderosos movimentos ideológicos. Um deles


era o marxismo, que oferecia a promessa de defender e melhorar a vida das
populações sofridas. Os jovens ricos sentiam em seus corações que essa promessa
era digna e nobre. Eles queriam fazer algo para ajudar aquelas pessoas, mas não
queriam abrir mão de seus privilégios. Eu direi isto de John Ruskin, ele na verdade
deu de sua própria riqueza para os pobres, mas foi uma das raras exceções. A maioria
dos coletivistas hesita em dar do seu próprio dinheiro. Eles preferem que o governo
seja o solucionador dos problemas e use a receita dos impostos — o dinheiro dos
outros. Os coletivistas reconhecem que alguém tem de administrar a máquina do
governo, e bem pode ser eles, especialmente quando se considera que são tão bem
educados e sábios. Desse modo, eles podem reter seus privilégios e sua riqueza. Eles
podem agora estar no controle da sociedade sem se sentirem culpados. Eles podem
conversar sobre como vão melhorar a condição de vida da população sofrida usando o
modelo coletivista. Foi por essas razões que muitos dos idealistas ricaços se tornaram
marxistas e buscaram ocupar posições de liderança no governo.

A Sociedade Fabiana

Mas havia outro movimento que estava nascendo aproximadamente nesse mesmo
tempo e que eventualmente concorreu com os marxistas da pesada. Alguns dos
membros mais eruditos das classes abastadas e intelectuais da Inglaterra formaram
uma organização para perpetuar o conceito do coletivismo, mas não exatamente de
acordo com Marx. Ela foi chamada de Sociedade Fabiana. O nome é significativo,
porque foi dado em homenagem a Quinto Fábio Máximo, o general romano que, no
segundo século antes de Cristo, manteve Aníbal em apuros, desgastando seu exército
com táticas para provocar atrasos, manobras infindáveis e evitando a confrontação
sempre que possível. Ao contrário dos marxistas, que estavam apressados para
chegar ao poder por meio de uma confrontação direta com os governos estabelecidos,
os fabianos estavam dispostos a esperar sua vez, e chegar ao poder sem
confrontação direta, trabalhando calada e pacientemente dentro dos governos visados.
Para enfatizar essa estratégia, e para se distinguirem dos marxistas, adotaram a
tartaruga como emblema. O escudo oficial deles também retrata a imagem de um lobo
em pele de cordeiro. Essas duas imagens resumem perfeitamente a estratégia deles.
Agora estamos em 1884, em Surrey, no sul da Inglaterra, observando um pequeno
grupo de fabianos que estão sentados em torno de uma mesa na elegante residência
de seus membros mais proeminentes, Sydney e Beatrice Webb. Os Webb seriam mais
tarde conhecidos mundialmente como os fundadores da Escola de Economia de
Londres. A casa deles foi mais tarde doada para a Sociedade Fabiana e tornou-se a
sede oficial. Em torno da mesa estão figuras bem conhecidas, como George Bernard
Shaw, Arnold Toynbee, H. G. Wells, e vários outros de mesmo calibre. A propósito, a
Sociedade Fabiana ainda existe hoje, e muitas pessoas proeminentes são membros
dela, dentre as quais o primeiro-ministro britânico Tony Blair.

H. G. Wells escreveu um livro para servir como um guia mostrando como o coletivismo
poderia ser incorporado na sociedade sem levantar alarme ou séria oposição. O nome
do livro é The Open Conspiracy, e o plano foi descrito em detalhes. O fervor de Wells
era intenso. Ele dizia que as antigas religiões do mundo precisavam dar lugar para a
nova religião do coletivismo. Ele dizia que a nova religião deveria ser o Estado, e o
Estado deveria se responsabilizar por todas as atividades humanas com, é claro, os
elitistas como ele próprio no comando. Bem na primeira página ele diz: "Este livro
define da forma mais clara e simples possível as idéias essenciais da minha vida, a
perspectiva do meu mundo... Esta é a minha religião. Aqui estão meus objetivos de
direção e o critério de tudo o que faço." [1].

Quando ele disse que o coletivismo era sua religião, estava sendo sério. Como muitos
coletivistas, ele achava que a religião tradicional é uma barreira à aceitação do poder
do Estado. Ela é uma competidora pelas lealdades do homem. Os coletivistas vêem a
religião como um instrumento pelo qual os clérigos mantêm a população sofrida
satisfeita oferecendo-lhe uma visão de algo melhor no outro mundo. Se você tem o
objetivo de produzir mudanças, não quererá que as pessoas se sintam satisfeitas e
precisará criar o descontentamento. É por isso que Marx chamou a religião de ópio do
povo. A religião é um obstáculo para a mudança revolucionária. Wells dizia que o
coletivismo deveria se tornar o novo ópio, que ele deveria se tornar a visão para coisas
melhores no outro mundo. A nova ordem precisa ser construída sobre o conceito que
os indivíduos não são nada comparados com a sociedade vista em seu longo prazo, e
que somente servindo à sociedade é que nos tornamos conectados com a eternidade.
Ele era muito sério.

O modelo em The Open Conspiracy tem sido seguido em todas as dependências


britânicas e nos EUA. Como resultado, o mundo hoje está muito próximo da visão de
H. G. Wells. Uma adoração ao deus chamado sociedade tornou-se a nova religião.
Independente de qual seja o insulto à nossa dignidade ou liberdade, ouvimos que ele é
necessário para o avanço da sociedade, e isto tornou-se a base para o contentamento
sob as durezas do coletivismo. O bem maior para o número maior de pessoas tornou-
se o ópio do povo.

Amor e Ódio Entre os Fabianos e os Leninistas

Os fabianos e os marxistas estão em concordância com seus objetivos mútuos do


coletivismo, mas diferem no estilo e algumas vezes nas táticas. Quando o marxismo
fundiu-se com o leninismo e fez sua primeira conquista na Rússia, essas diferenças
tornaram-se o centro do debate entre os dois grupos. Karl Marx dizia que o mundo
estava dividido em dois campos eternamente em guerra um com o outro. Um era a
classe trabalhadora, que ele chamava de proletariado, e o outro era a classe
abastada, que possuía a terra e os meios de produção. Essa classe ele chamava de
burguesia.

Os fabianos nunca foram entusiastas dessa visão de conflito de classes,


provavelmente porque a maioria deles pertencia à burguesia, mas Lênin e Stalin a
aceitavam de todo o coração. Lênin descrevia o Partido Comunista como "a
vanguarda do proletariado", e ele (o partido) tornou-se um mecanismo para guerra
total e implacável contra qualquer um que mesmo remotamente pudesse ser
considerado burguês. Quando os bolchevistas alcançaram o poder na Rússia, os
proprietários de terra e donos de lojas foram mortos às dezenas de milhares.

Essa brutalidade ofendia as sensibilidades dos fabianos, mais refinados e elegantes.


Não que os fabianos se opusessem à força e à violência para atingir seus objetivos, é
que eles preferiam a violência como o último recurso, enquanto que os leninistas
estavam correndo soltos na Rússia, implementando um plano de deliberado terror e
brutalidade. Os fabianos admiravam o sistema soviético porque ele era baseado no
coletivismo, mas estavam chocados pelo que consideravam um derramamento de
sangue desnecessário. Era uma discordância com relação ao estilo. Quando Lênin
tornou-se o senhor da Rússia, muitos dos fabianos aderiram ao Partido Comunista,
pensando que ele se tornaria a vanguarda do socialismo mundial. Eles provavelmente
teriam ficado ali se não tivessem ficado ofendidos pela brutalidade do regime.

Para compreender o relacionamento de amor e ódio entre esses dois grupos, nunca
devemos perder de vista o fato que o leninismo e o fabianismo são meramente
variantes do coletivismo. As similaridades entre eles são muito maiores que suas
diferenças. É por isto que seus membros freqüentemente mudam de um grupo para o
outro — ou porque alguns deles na verdade são membros dos dois ao mesmo tempo.
Os leninistas e os fabianos geralmente são amigos uns dos outros. Eles podem
discordar intensamente com questões teóricas e de estilo de ação, mas nunca com
relação aos objetivos.

Margaret Cole foi presidente da Sociedade Fabiana de 1955 a 1956. Seu pai, G. D. H.
Cole, foi um dos primeiros líderes da organização, em 1937. Em seu livro The Story of
Fabian Socialism, ela descreve o laço comum que une os coletivistas. Ela escreveu:

"É possível ver claramente que as similaridades básicas eram muito maiores do
que as diferenças, que os objetivos básicos dos fabianos da abolição da pobreza, por
meio da legislação e da administração pública; do controle comunal da produção e da
vida social... eram buscados com energia inabalável pelas pessoas treinadas nas
tradições fabianas, independente se no momento de tempo elas se chamam de
socialistas fabianos ou se repudiavam em alta voz o nome... A similaridade
fundamental é atestada pelo fato que, após as tempestades produzidas primeiro pelo
sindicalismo [2]. e depois pela Revolução Russa em seus primeiros dias tinham
enfraquecido, aqueles "fabianos rebeldes" que não tinham se filiado ao Partido
Comunista (e os muitos que tendo inicialmente se filiado, se desligaram com toda a
pressa), junto com as conexões de G. D. H. Cole no movimento de educação da
classe trabalhadora e seus jovens discípulos de Oxford dos anos 20, não encontraram
dificuldade mental em ingressar na restaurada Sociedade Fabiana de 1939 — nem os
fiéis sobreviventes tiveram qualquer dificuldades em colaborar com eles." [3].

Os fabianos são, de acordo com seu próprio simbolismo, lobos em pele de cordeiro, e
isso explica por que seu estilo é mais eficiente em países com que as tradições
parlamentares são bem estabelecidas e onde as pessoas esperam ter uma voz em
seu próprio destino político. Os leninistas, por outro lado, tendem a ser lobos na pele
de lobo, e o estilo deles é mais eficaz em países em que as tradições parlamentares
são fracas e onde a população já está acostumada com as ditaduras.

Em países em que as tradições parlamentares são fortes, a tática principal para


ambos esses grupos é enviar seus agentes para os centros de poder da sociedade
para obter o controle a partir de dentro. Os centros de poder são aquelas organizações
e instituições que representam todos os segmentos influentes da sociedade. Eles
incluem os sindicatos, partidos políticos, organizações eclesiásticas, segmentos da
mídia, instituições educacionais, organizações cívicas, instituições financeiras,
empresas industriais, para citar apenas algumas. Em um momento, lerei uma lista
parcial dos membros de uma organização chamada Conselho das Relações Exteriores
(Council on Foreign Relations, ou CFR), e você reconhecerá que os centros de poder
que essas pessoas controlam são exemplos clássicos dessa estratégia. A influência
combinada de todas essas entidades constitui o poder político total do país. Para
ganhar o controle de um país, tudo o que é necessário é controlar seus centros de
poder, e essa tem sido a estratégia dos fabianos e dos leninistas de igual forma.

Eles podem discordar com relação ao estilo; podem competir para saber qual deles
dominará a vindoura Nova Ordem Internacional, quem ocupará as posições mais
elevadas na pirâmide de poder; eles podem até mesmo enviar exércitos opostos à
batalha para estabelecer proeminência territorial sobre porções do globo, mas nunca
brigam com relação aos objetivos. Em tudo, eles são irmãos de sangue e sempre se
unem contra seu inimigo comum, que é qualquer oposição ao coletivismo. É
impossível compreender o que está se desdobrando na Guerra ao Terror hoje sem
estar ciente dessa realidade.

A Chave Que Destrava a Porta Que Oculta os Segredos


Os símbolos fabianos da tartaruga e do lobo em pele de cordeiro adornam uma
vidraça que ficava na sede da Sociedade Fabiana. Dizem que a vidraça foi removida
por questões de segurança, mas existem muitas fotografias que mostram os símbolos
em grande detalhe. A parte mais significativa aparece no topo. É aquela famosa linha
de Omar Khayyam:

Querido amor, poderíamos você e eu com o destino conspirar


para compreendermos todo este triste esquema de coisas?
Não o faríamos totalmente em pedaços
E o remodelaríamos mais de acordo com o desejo dos corações?
Permita-me repetir o verso. Ele é a chave para compreendermos a história moderna, e
destrava a porta que oculta o segredo da guerra contra o terrorismo:
Querido amor, poderíamos com o destino conspirar
Para compreendermos todo este triste esquema de coisas?
Não o faríamos totalmente em pedaços
E o remodelaríamos mais de acordo com o desejo dos corações?

Em outra parte na vidraça há um retrato de Sydney Webb e George Bernard Shaw


batendo na Terra com martelos. A Terra está em uma bigorna e eles estão batendo
nela com martelos — para despedaçá-la! Isto é o que eles estavam dizendo no Fundo
Carnegie. Isto é o que eles estavam dizendo na Fundação Ford. "A guerra é o melhor
modo para remodelar a sociedade. Guerra! Ela irá deixar a sociedade em pedaços,
partindo-a. Em seguida, podemos remodelá-la mais de acordo com o desejo do
coração." E qual é o desejo do coração deles? Senhoras e senhores, é o coletivismo.

A Sociedade Secreta Criada por Cecil Rhodes

A partir do ponto de observação privilegiado da nossa máquina do tempo, voltamos


agora para a sala de aula em que John Ruskin está exaltando as virtudes do
coletivismo, e observamos que um de seus alunos está fazendo extensas anotações.
Seu nome é Cecil Rhodes. Será revelado em anos posteriores que esse rapaz ficou
tão impressionado pela mensagem de Ruskin que ele freqüentemente se referia
àquelas anotações nos próximos trinta anos de sua vida. Rhodes tornou-se um
dedicado coletivista e quis cumprir o sonho e a promessa de John Ruskin. A missão
de sua vida era levar o Império Britânico a dominar sobre todo o mundo, reuni-lo com
a América, e criar o governo mundial com base no modelo do coletivismo. Sua
biógrafa, Sarah Millin, resumiu bem quando escreveu: "O governo do mundo era o
desejo simples de Rhodes." A maioria das pessoas sabe que Rhodes fez uma das
maiores fortunas do mundo nas minas de diamante e ouro da África do Sul. O que não
é amplamente conhecido é que ele gastou a maior parte dessa fortuna para promover
as teorias de John Ruskin.

Uma das melhores autoridades na Sociedade Fabiana é Carroll Quigley, um


respeitadíssimo professor na Universidade de Georgetown. Um dos ex-alunos de
Quigley foi o presidente Bill Clinton. Em uma entrevista coletiva à imprensa logo após
sua eleição, Clinton mencionou Quigley pelo seu nome e reconheceu que sentia-se
devedor a ele por tudo o que tinha aprendido. O que Quigley estava ensinando era
similar ao que John Ruskin ensinava e, como Rhodes antes dele, Clinton assimilou o
conteúdo daquelas aulas com muita seriedade. A propósito, não devemos deixar de
observar que Clinton foi um bolsista Rhodes Scholar.

Em seu livro The Anglo-American Establishment, o professor Quigley diz isto:


"As bolsas Rhodes criadas pelos termos do sétimo testamento de Cecil Rhodes
são conhecidas de todos. O que não é amplamente conhecido é que Rhodes, em
cinco testamentos anteriores, deixou sua fortuna para formar uma sociedade secreta,
que deveria dedicar-se à preservação e expansão do Império Britânico. E o que não
parece ser conhecido de ninguém é que essa sociedade secreta... continua a existir
até os dias de hoje. Para ser certo, ela não é algo infantil, como a Ku Klux Klan, e não
tem mantos secretos, apertos de mão secretos, ou senhas secretas. Ela não precisa
de nada disso, pois seus membros se conhecem intimamente. Ela provavelmente não
tem juramentos secretos nem qualquer procedimento formal de iniciação. Entretanto,
ela existe e realiza encontros secretos..."

"Este grupo é, como mostrarei, um dos fatos históricos mais importantes do século
XX." [4].

Um dos líderes e organizadores dessa sociedade secreta foi W. T. Stead, que


escreveu um livro sobre os testamentos de Cecil Rhodes. Nesse livro, Stead diz:

"Rhodes foi mais do que o fundador de uma dinastia. Ele aspirava ser o criador de
uma daquelas vastas associações semi-religiosas, quase políticas que, como a
Sociedade dos Jesuítas, exerceram uma parte tão importante na história mundial.

Para ser mais rigidamente preciso, ele desejava fundar uma Ordem como o
instrumento da vontade da Dinastia..." [5].

A estrutura da sociedade secreta foi formada usando as linhas clássicas de uma


conspiração. As conspirações mais conhecidas da história foram estruturadas como
anéis dentro de anéis. Geralmente, há um líder ou um grupo pequeno de duas ou três
pessoas no centro. Elas formam um anel de apoiadores em torno delas de talvez dez
ou doze, e essas pessoas pensam que são a organização total. Elas não estão cientes
que dois ou três indivíduos do grupo estão no controle. E então as doze criam um
círculo maior em torno delas de talvez uma centena de pessoas, que pensam que são
a organização total, sem perceber que existem doze que realmente estão dirigindo a
organização. Esses anéis se estendem para o exterior até que finalmente, chegam à
comunidade maior, onde elas alistam os serviços de pessoas inocentes que realizam
diversas tarefas da sociedade secreta sem perceber quem está criando a agenda ou o
por quê.

A organização Rhodes foi criada exatamente ao longo dessas linhas. Quigley nos diz o
seguinte:

"Na sociedade secreta, Rhodes seria o líder. Stead, Brett (Lord Esher), e Milner
deveriam formar um comitê executivo [chamado de "Sociedade dos Eleitos"]. Arthur
(Lord) Balfour, (Sir) Harry Johnston, Lord Rothschild, Albert (Lord) Grey, e outros
estavam listados como potenciais membros de um 'Círculo de Iniciados'; enquanto
deveria haver um círculo externo conhecido como 'Associação dos Ajudadores' (mais
tarde organizado por Milner como a organização Mesa Redonda)." [6].

Após a morte de Cecil Rhodes, a organização caiu sob o controle de Lord Alfred
Milner, que era Governador Geral e Alto Comissário da África do Sul, também uma
pessoa muito poderosa no sistema financeiro e na política britânica. [7]. Ele recrutou
jovens da classe alta da sociedade para se tornarem membros da Associação dos
Ajudadores. Não oficialmente, eles eram conhecidos como "Jardim de Infância de
Milner". Eles foram escolhidos por causa de sua origem na classe alta, de sua
inteligência e, especialmente, por causa de sua dedicação ao coletivismo. Eles foram
rapidamente colocados em posições importantes no governo e em outros centros de
poder para promover a agenda oculta da sociedade secreta. Eventualmente, essa
Associação de Ajudadores tornou-se um anel mais interno de grupos maiores, que se
expandiram por todo o Império Britânico e pelos EUA. Isto é o que Quigley diz:

"Por meio da influência de Lord Milner, esses homens conseguiram ganhar


posições de influência no governo, nas finanças internacionais, e tornarem-se a
influência dominante nos assuntos imperiais britânicos e nas relações exteriores até
1939. De 1909 até 1913, eles organizaram grupos semi-secretos conhecidos como
Grupos da Mesa Redonda, nas principais dependências britânicas e nos Estados
Unidos. Esses grupos ainda funcionam em oito países... Novamente, a tarefa foi dada
a Lionel Curtis, que criou na Inglaterra e em cada domínio, uma organização de
fachada para o Grupo de Mesa Redonda local existente. Essa organização de
fachada, chamada Instituto Real dos Assuntos Internacionais (Royal Institute of
International Affairs, ou RIIA), tinha como seu núcleo em cada área o existente e
submerso Grupo da Mesa Redonda. Em Nova York, ele era conhecido como Conselho
das Relações Exteriores (Council on Foreign Relations, ou CFR), e era uma fachada
para o banco J. P. Morgan and Company." [8].

Finalmente, chegamos a essa obscura organização que exerce um papel decisivo na


vida política americana contemporânea, o Conselho das Relações Exteriores. Agora
compreendemos que ela foi criada a partir da sociedade secreta estabelecida por Cecil
Rhodes — que ainda existe hoje, que originalmente era uma fachada para o J. P.
Morgan and Company, e que seu propósito principal é promover o governo mundial
com base no modelo de coletivismo.

O Conselho das Relações Exteriores (CFR)

Assim, quem são os membros do Conselho das Relações Exteriores? Vou separar
mais tempo do que realmente gostaria, de modo a apresentar os nomes a vocês, para
que não pensem que essa organização e seus membros não são importantes.
Vamos iniciar com os presidentes dos Estados Unidos. Membros do Conselho das
Relações Exteriores (CFR) incluem: Herbert Hoover, Dwight Eisenhower, Richard
Nixon, Gerald Ford, James Carter, George Bush (pai) e William Clinton. John F.
Kennedy afirmava ser membro, mas seu nome não aparece nas listas dos ex-
membros. Assim, existe certa confusão com esse nome, mas ele dizia ser membro. Eu
acrescentaria que Kennedy foi um graduado na Escola de Economia de Londres, que
foi fundada por Sydney e Beatrice Webb para promover os conceitos coletivistas e de
uma classe dominante dos fabianos.

O candidato a presidente, senador John Kerry.


Secretários de Estado que foram membros do CFR incluem: Robert Lansing, Frank
Kellogg, Henry Stimson, Cordell Hull, E. R. Stettinius, George Marshall, Dean
Acheson, John Foster Dulles, Christian Herter, Dean Rusk, William Rogers, Henry
Kissinger, Cyrus Vance, Edmund Muskie, Alexander Haig, George Schultz, James
Baker, Lawrence Eagleburger, Warren Christopher, William Richardson, Madeleine
Albright e Colin Powell.

Secretários da Defesa que eram membros do CFR incluem: James Forrestal, George
Marshall, Charles Wilson, Neil McElroy, Robert McNamara, Melvin Laird, Elliot
Richardson, James Schlesinger, Harold Brown, Caspar Weinberger, Frank Carlucci,
Richard Cheney, Les Aspin, William Perry, William Cohen e Donald Rumsfeld. É
interessante que Rumsfeld solicitou que seu nome fosse removido da lista atual de
membros do CFR. Entretanto, você pode encontrar seu nome nas listas anteriores.
Diretores da CIA que eram membros do CRF incluem: Walter Smith, William Colby,
Richard Helms, Allen Dulles, John McCone, James Schlesinger, George Bush (pai),
Stansfield Turner, William Casey, William Webster, Robert Gates, James Woolsey,
John Deutch, William Studeman e George Tenet.

Na mídia existem membros antigos e atuais do CFR que exercem cargos-chave de


administração ou de controle — não apenas trabalhando na linha de produção, mas na
alta direção e em cargos de controle do: The Army Times, American Publishers,
American Spectator, Atlanta Journal-Constitution, Associated Press, Association of
American Publishers, Boston Globe, Business Week, Christian Science Monitor, Dallas
Morning News, Detroit Free Press, Detroit News, Forbes, Foreign Affairs, Foreign
Policy, Dow Jones News Service, USA Today, Wall Street Journal, Los Angeles Times,
New York Post, New York Times, San Diego Union-Tribune, Times Mirror, Random
House, W. W. Norton & Co., Warner Books, Atlantic, Harper's, Industry Week, Naval
War College Review, Farm Journal, Financial World, Insight, Washington Times,
Medical Tribune, National Geographic, National Review, New Republic, New Yorker,
New York Review of Books, Newsday, Newsmax, Newsweek, Pittsburgh Post-Gazette,
Political Science Quarterly, The Progressive, Public Interest, Reader's Digest, Rolling
Stone, Scientific American, Time-Warner, Time, U.S. News & World Report,
Washington Post, The Washingtonian, Weekly Standard, World Policy Journal,
Worldwatch, ABC, CBS, Fox News, NBC, PBS, RCA e a Walt Disney Company.

Personalidades do CFR na mídia incluem: David Brinkley, Tom Brokaw, William


Buckley, Dan Rather, Diane Sawyer, Barbara Walters, Katie Couric e Andrea Mitchell,
mulher de Alan Greenspan, também membro do CFR. [9].

Nas universidades, o número de atuais e ex-membros do CFR que são professores,


chefes de departamento, presidentes, ou membros da junta de diretores é de 563.

Nas instituições financeiras, como bancos, o Sistema da Federal Reserve, bolsas de


valores e corretoras, o número total de membros do CFR em posições de controle é
de 284.

Nas fundações isentas de impostos e nos centros de debates, o número de


membros do CFR em posições de controle é de 443. Alguns dos nomes mais
conhecidos são: The American Civil Liberties Union [10], o Instituto Aspen, Conselho
do Atlântico, Grupo Bilderberg, Instituto Brookings, Fundo Carnegie Para a Paz
Internacional, Fundação Carnegie, Fundação Ford, Fundação Guggenheim, Instituto
Hudson, Fundação John D. & Catherine T. MacArthur, Fundação Mellon, RAND Corp.,
Comissão de Seleção da Rhodes Scholarship, Fundações Sloan e Kettering,
Fundação Rockefeller, Fundo Irmãos Rockefeller, Comissão Trilateral, e a Associação
das Nações Unidas.

Algumas das corporações mais conhecidas e que são controladas por atuais e ex-
membros do CFR incluem: The Atlantic Richfield Oil Corp, AT&T, Avon, Bechtel Group
(construção), Boeing, Bristol-Myers Squibb, Chevron, Coca Cola, Pepsi Cola,
Consolidated Edison of New York, EXXON, Dow Chemical, Du Pont Chemical,
Eastman Kodak, Enron, Estee Lauder, Ford Motor, General Electric, General Foods,
Hewlett Packard, Hughes Aircraft, IBM, International Paper, Johnson & Johnson, Levi
Strauss & Co., Lockheed Aerospace, Lucent Technologies, Mobil Oil, Monsanto,
Northrop, Pacific Gas & Electric, Phillips Petroleum, Procter & Gamble, Quater Oats,
Yahoo, Shell Oil, Smith Kline Beecham (indústria farmacêutica), Sprint Corp., Texaco,
Santa Fé Southern-Pacif Railroad, Teledyne, TRW, Southern California Edison,
Unocal, United Technologies, Verizon Communications, Warner-Lambert,
Weyerhauser, e Xerox.
E, finalmente, os sindicatos que são dominados por atuais e ex-membros do CFR
incluem o AFL-CIO, United Steel Works of America(metalúrgicos), United Auto
Workers (indústria automobilística), American Federation of
Teachers (professores), Bricklayers and Allied Craft, Communications Workers of
America, Union of Needletraders, e o Amalgamated Clothing and Textile
Workers (indústria têxtil).

Tenha em mente que esta é apenas uma amostra de uma lista muito maior. O total de
membros é de aproximadamente quatro mil pessoas. Existem muitas igrejas em sua
cidade que têm esse número de membros, ou mais. O que você pensaria se
descobrisse que os membros de apenas uma igreja em sua cidade exercem cargos de
direção e controle em 80% dos centros de poder do país? Você não ficaria curioso?
Primeiro de tudo você teria de descobrir isso, o que não seria fácil se essas mesmas
pessoas controlassem os meios de comunicações, dos quais você depende para
saber isso.

Devo enfatizar que a maioria dessas pessoas não faz parte de uma sociedade secreta.
O CFR chama a si mesmo de organização semi-secreta, o que realmente ele é. Ele
não é a sociedade secreta. Ele está pelo menos dois anéis longe disso. A maioria dos
membros não está ciente que é controlada por um grupo Mesa Redonda mais interno.
Em sua maior parte, eles são meramente oportunistas que vêem essa organização
como uma agência de emprego de alto nível. Eles sabem que, se forem convidados a
aderir, seus nomes aparecerão em uma lista que confere muito prestígio, e os
coletivistas que buscam consolidar o controle global recorrerão a essa lista em busca
de nomes para os cargos importantes. Entretanto, embora eles possam não ser
agentes conscientes de uma sociedade secreta, todos foram cuidadosamente
analisados para verificar sua adequação. Somente os coletivistas são convidados, de
modo que eles têm a mentalidade necessária para serem bons funcionários dentro da
Nova Ordem Internacional.

Sem dúvida você observou na lista de membros do CFR que os dois principais
partidos políticos americanos estão bem representados. O CFR não é uma
organização partidária. Os eleitores são levados a acreditar que, escolhendo entre os
partidos Democrata e Republicano, eles têm uma opção. Eles realmente pensam que
estão participando em seu próprio destino político, mas isso é uma ilusão. Para um
coletivista como o professor Quigley, é uma ilusão necessária para impedir que os
eleitores interfiram com as questões importantes do Estado. Se você já se perguntou
por que os dois partidos americanos parecem tão diferentes no tempo das eleições,
mas não tão diferentes depois, ouça atentamente a visão geral de Quigley sobre a
política americana:

"Os partidos nacionais e seus candidatos presidenciais, com o Sistema da Costa


Leste patrocinando assiduamente o processo atrás dos bastidores, moveram-se mais
para perto e praticamente se encontraram no centro com candidatos e plataformas
quase idênticos, embora o processo tenha sido escondido o máximo possível, pelo
reavivamento da obsolescência ou gritos de guerra e slogans sem significado
(freqüentemente voltando aos tempos da Guerra Civil)... O argumento que os dois
partidos devam representar ideais e políticas opostos, um, talvez, da Direita, e o outro
da Esquerda, é um idéia tola aceitável somente para os pensadores acadêmicos e
dogmáticos. Em vez disso, os dois partidos devem ser quase idênticos, para que o
povo americano possa 'colocar para fora os safados' em uma eleição sem provocar
qualquer mudança profunda na política... Cada um dos partidos no cargo torna-se com
o tempo corrupto, cansado, deixa de empreender, e torna-se sem vigor. Então, deve
ser possível substituí-lo, a cada quatro anos, se necessário, pelo outro partido, que
não será nada dessas coisas, mas ainda buscará, com novo vigor, aproximadamente
a mesma política básica." [11].

Revisão

Agora é hora para uma revisão. Os centros de poder nos Estados Unidos — incluindo
os dois grandes partidos políticos — são controlados pelos membros do Conselho das
Relações Exteriores (o CFR). Essa organização, por sua vez, é controlada por um
grupo submerso da Mesa Redonda, que está associada com outras Mesas Redondas
em outros países. Essas são extensões de uma sociedade secreta fundada por Cecil
Rhodes e que ainda está em operação hoje. Eu a chamo de Rede Fabiana, não por
que essas pessoas sejam membros da Sociedade Fabiana, pois a maioria delas não
é. No entanto, compartilham a ideologia fabiana do coletivismo global e a estratégia
fabiana do gradualismo paciente.

Isto é realidade? Se eu estivesse em seu lugar, sendo exposto a tudo isto pela
primeira vez, provavelmente pensaria: "Vamos lá. Isto não pode ser verdade! Se fosse,
eu já teria lido nos jornais." Bem, antes de você rejeitar tudo isto como apenas outra
teoria conspiratória, gostaria de citar mais uma vez o professor Quigley. Ele disse o
seguinte:

"Conheço a operação dessa rede, pois a estudei por vinte anos e recebi a
permissão durante dois anos, na década de 60, de examinar seus documentos e
registros secretos. Não tenho aversão a ela ou à maioria de seus objetivos e, por uma
grande parte de minha vida estive perto dela e de muitos de seus instrumentos. Em
geral, minha principal diferença de opinião é que ela deseja permanecer
desconhecida." [12].

Sim, senhoras e senhores, esta é a realidade!

Notas Finais
[1]. H. G. Wells, The Open Conspiracy (New York, Doubleday, Doran and Co., 1928)
Pág. vii.
[2]. O sindicalismo é uma variante de coletivismo em que os sindicatos exercem um
papel dominante no governo e nas indústrias.
[3]. Margaret Cole, The Story of the Fabian Socialism (Stanford, California, Stanford
University Press, 1961), Pág. xii.
[4]. Carroll Quigley, The Anglo-American Establishment: From Rhodes to
Cliveden (Nova York, Books in Focus, 1981). Pág. ix. A existência dessa sociedade
secreta também é confirmada pela biógrafa de Rhodes, Sarah Millin, op. cit. Pág. 32,
171, 173, 216.
[5]. Citado por Quigley, Ibidem, Pág. 36.
[6]. Carroll Quigley, Tragedy and Hope: A History of the World in Our Time (Nova York,
Macmillan, 1966), Pág. 131. Referência adicional a "The Society of the Elect" está
em The Anglo-American Establishment, pág. 3, 39.
[7]. Como esta sociedade secreta continua a existir até os dias atuais, freqüentemente
me perguntam quem foram os líderes após Rhodes e Milner. Em circunstâncias
normais, essa seria uma pergunta ridícula; se alguém de fora conhecesse a resposta,
ela não seria mais uma organização secreta. Entretanto, em uma rara virada de
eventos, realmente sabemos quais foram os líderes até tempos bem recentes. Quigley
teve acesso aos registros dessa organização e conhecia os nomes e a ordem de
sucessão. Uma grande porção de seu livro, The Anglo-American Establishment foi
dedicada ao papel dessas pessoas na história.
[8]. Quigley, Tragedy and Hope, pág. 132, 951-952.
[9]. Peter Jennings e Bill Moyers, embora não sejam membros do CFR, são membros
do Grupo Bilderberg, que tem a mesma orientação ideológica que o CFR, mas opera
no nível internacional, como um tipo de comitê diretor para coordenar as atividades de
grupos similares em outros países.
[10]. A ACLU desfruta da reputação de ser uma defensora das liberdades civis. Para
manter essa imagem, ela fala contra a Lei PATRIOT e outras legislações que negam
as liberdades civis em nome da luta contra o terrorismo. Até aqui, tudo bem, mas há
uma diferença entre falar sobre um tópico e na verdade fazer alguma coisa a respeito.
No que se refere a aplicar seus recursos jurídicos e financeiros, a ACLU move-se em
outras direções. Ao tempo em que isto foi escrito, o Diretor Executivo da ACLU é
Anthony Romero, um membro do CFR. Anteriormente, ele era responsável pelo
programa de bolsas da Fundação Ford, onde canalizou aproximadamente 90 milhões
de dólares para organizações que promovem mensagens de "crises" que atemorizam
a população a aceitar um governo maior, o que significa aceitar leis como a Lei
PATRIOT. Por exemplo, a Fundação Ford tem patrocinado estudos e grupos que
promovem o conceito de crise do meio ambiente e crise do crescimento populacional e
então propõe vastos novos poderes governamentais como o único modo de evitar a
catástrofe global. A Fundação Ford tem sido uma fonte importante de financiamento
para MALDEF, LaRaza, e outros grupos hispânicos separatistas, o que significa que
financia aqueles que propõem a ruptura de partes da Califórnia e do Texas e a entrega
delas ao México. Ela também tem patrocinado o Movimento Indígena Americano, que
tem uma agenda separatista similar para partes dos EUA em que a população de
origem indígena é predominante. Não é provável que qualquer um desses movimentos
consiga ser bem sucedido; mas se um número suficiente de revolucionários puderem
ser financiados e mobilizados para ocuparem as ruas com manifestações e agitações
violentas, os cidadãos pacíficos aceitarão agradecidamente a lei marcial e a
internacionalização dessas áreas como alternativas aceitáveis à violência. Em todos
esses casos, o papel exercido pela Fundação Ford é alimentar as chamas do medo,
para nos atemorizar a aceitar um estado policial, fundido confortavelmente com outros
estados policiais na ONU, em um governo mundial baseado no modelo do coletivismo.
A ACLU apóia essas causas fortemente e fala contra suas conseqüências de forma
suave. Esse é um exemplo clássico de controlar a oposição para garantir que ela não
consiga ser bem sucedida. É uma extensão da estratégia descrita para Norman Dodd
em 1954 pelo então presidente da Fundação Ford, Rowan Gaither, quando ele
explicou que a guerra — e o temor da guerra — era o modo mais eficaz de fazer a
população aceitar uma rápida mudança na sociedade em direção ao coletivismo. O
medo da guerra ainda é o motivador mais poderoso, mas os coletivistas descobriram
que o medo do terrorismo, o temor de uma catástrofe ambiental, e o medo da
superpopulação também são úteis para esse propósito. Para essa parte da história,
veja o capítulo 24, "Doomsday Mechanisms", em meu livro The Creature of Jekyll
Island: A Second Look at the Federal Reserve.
[11]. Quigley, Tragedy and Hope, Pág. 1247-48.
[12]. Quigley, Tragedy and Hope, Pág. 326.

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