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Disciplina: Filosofia Ano: 8 Professor: Ricardo Dal Forno

Tema: Os sofistas e a manipulação retórica no mundo atual

Escrito pelo professor Ricardo Dal Forno

Aprendemos na aula passada que os sofistas eram mestres na retórica, capazes de


ensinar a vencer praticamente qualquer debate, não importando qual o tema em questão. Eles
não estavam preocupados em encontrar a verdade, mas queriam apenas convencer o maior
número possível de pessoas. Um bom sofista consegue ganhar qualquer discussão, mesmo
quando está errado. Por isso, os sofistas não eram considerados filósofos no sentido
verdadeiro da palavra.

É muito importante que a gente perceba a diferença entre um sofista e um filósofo. Os


sofistas ganhavam dinheiro em troca de suas explicações que nem sempre visavam a verdade.
Será que em nossa época ainda existem sofistas? Podemos pensar agora em todas aquelas
pessoas metidas a sabichonas que se gabam de saber de tudo, que gostam de opinar sobre
qualquer assunto, menos quando não sabe tanto assim sobre o assunto. Aposto que muitos de
vocês já cruzaram por muitos desses, seja na televisão, na internet, na escola, pela rua... Já um
filósofo de verdade é algo completamente diferente disso. Ele tem consciência que não sabe
de tudo, que sempre tem muito mais para aprender. É por isso que ele sempre está em busca
de saber um pouco mais.

Mas qual o poder das palavras? Será que podemos convencer qualquer pessoa daquilo
que queremos? É simples assim manipular alguém com as palavras? Os sofistas acreditaram
que as palavras são muito poderosas. Eles achavam que qualquer coisa poderia ser defendida
se soubermos usar bem as palavras e soubermos convencer os ouvintes. Um sofista chamado
Georgia, chegou a escrever um discurso chamado “Elogio a Helena”. Trata-se de Helena da
lenda de Troia, que se torna o principal motivo para a grande guerra. O discurso quer mostrar
o poder da palavra, que seria tão forte quanto a força física e o poder dos exércitos.

Aprendemos também na aula passada que os sofistas defendiam uma visão relativista
da verdade. Essa ideia diz que qualquer opinião pode ser válida e que noções como certo e
errado dependem sempre de uma cultura ou de uma pessoa particular. Então, tudo se torna
uma questão de opinião. Nenhuma ideia ou valor pode ser mais ou menos correto que outro.
Se a temperatura parece quente para mim, ela pode ser fria para você. Aí teremos um
problema sério na hora de decidir se ligamos ou não o ar-condicionado da sala de aula. Mas
será que é possível que cada individuo crie o seu sistema de valor? E o que fazer com o caso
das pessoas que são reconhecidamente malucas? Se alguém aqui nessa sala se declarar como
o novo rei de Tijucas, isso deveria ser levado a sério por ser a verdade da pessoa em questão?
E quando estamos doentes, a opinião de alguém que não é formado em medicina vale tanto
quanto o diagnóstico de um bom médico? Será que realmente a verdade é uma questão de
opinião, como queriam os sofistas? Para difícil aceitar uma sociedade em que o assassinato de
crianças seja visto como uma coisa boa, não é?

O pai dessa ideia foi o sofista que estudamos na aula passada, chamado Protágoras.
Ele conseguiu acumular grande fortuna na época ensinando as pessoas a se darem bem em
debates e na vida pessoal. Mas vamos na aula de hoje pensar sobre os sofistas que ainda hoje
estão ao nosso redor. Já sabemos que os sofistas o ensino dos sofistas não era desinteressado,
pois eles buscavam recompensas, através de pagamentos e popularidade. Existem pessoas que
hoje em dia não estão preocupadas com a verdade, mas que mesmo assim convencem e se
destacam em razão de seu talento na oratória? Quem são os sofistas de hoje?

No mundo em que a tecnologia avança cada vez mais e a comunicação está cada dia
mais rápida, os sofistas podem ter ainda mais destaque? O aumento de boatos, as Fake News,
a busca maluca por seguidores, não aumenta ainda mais a popularidade dos sofistas? Na
televisão não podemos perceber pessoas fazendo uso de um discurso agradável para nos
convencer das mais diversas questões? E as propagandas que assistimos todos os dias? Elas
são sempre eficazes ou as pessoas podem escolher se irão acreditar ou não? Alguns
fenômenos políticos como o nazismo parecem nos fazer pensar o quão poderoso pode ser o
discurso e as palavras.

Estudar os sofistas na Grécia Antiga nos ajuda a pensar sobre o poder do discurso e da
propaganda para manipular o comportamento humano. A publicidade muitas vezes mostra
pessoas atraentes e alegres. Isso faz o público pensar coisas agradáveis ao produto. Porém,
que relação realmente há entre comprar um produto e conseguir as coisas prometidas pela
propaganda? A propaganda de carro, por exemplo, quer nos fazer pensar que se tivermos um
carro daquela marca, seremos livres e bem-sucedidos como as pessoas da propaganda. Mas
isso é verdade ou apenas manipulação retórica?

TAREFAS

1) Faça um resumo do conteúdo em seu caderno (com pelo menos cinco linhas).
2) Qual a diferença entre o filósofo e o sofista?
3) Você acha que hoje em dia ainda podemos encontrar exemplos de sofistas? Cite
exemplos e justifique.

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