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WEB 3: O PENSAMENTO CLÁSSICO

 Unidade 1. Os sofistas, Sócrates e Platão. 


 
 Unidade 2. A lógica aristotélica e formação dos conceitos universais. 

   
Unidade 1. Os sofistas e Sócrates   
   
A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA VIDA DEMOCRÁTICA EM ATENAS  
  
Depois de ser governada por reis, por nobres e até tiranos, a Grécia conheceu a democracia (século V a.C.).
Com essa forma política torna-se natural que as pessoas expressem livremente suas ideias em praça pública
(Ágora) e também nos tribunais.   
   
A FORMAÇÃO DA POLIS GREGA  
 
A Grécia Antiga  
 

 
Fonte: http://arteculturaemusica.blogspot.com.br/2011/08/grecia-antiga.html  
  
Polis era o local em que os gregos viviam, sendo pequenas cidades auto-suficientes (cidade-estado).Nessas
localidades aconteciam as discussões públicas e se tomavam decisões sobre tudo que pudesse interferir na
vida da comunidade. Decidia-se sobre guerra e paz, financiamento de guerra, recrutamento de tropas,
tratados e negociações diplomáticas, regulamentação do culto, obras públicas, impostos e tudo mais que
demandasse decisão governamental. (FINLEY 1984, p. 65)  
Na Grécia a democracia era direta, ou seja, os cidadãos participavam diretamente da vida pública, não havia
escolha de representantes políticos. Por esse motivo era necessário saber falar bem para expor suas idéias.  
   

POLÍTICA, EXERCÍCIO DA LINGUAGEM E EDUCAÇÃO  

 Você fica tímido quando vai falar em público? Esquece o que ia dizer e esfria as mãos?  
 

Aprender a falar bem, usar a retórica (uso da linguagem de forma eficaz e persuasiva), era a
possibilidade do cidadão ter participação real sociedade, fazendo valer o seu ponto de vista. Essa
educação faria toda diferença na vida do cidadão, considerando que poderia alcançar seus
objetivos com o uso da palavra.
O SURGIMENTO DOS  SOFISTAS NA GRECIA DEMOCRÁTICA  

Quem eram os sofistas?  


  
Os sofistas eram professores de oratória (arte de bem falar) que ensinavam a arte da persuasão (estratégia
para fazer crer, convencer). Eram geralmente estrangeiros sem direitos políticos, não possuíam residência
fixa, viajavam pelas cidades fazendo palestras e tinham muito sucesso com elas. Eles reuniam muitos alunos
e ministravam aulas particulares em troca de boa remuneração.  
Ensinavam os alunos as técnicas de argumentação, e como driblar a opinião adversária,para que tivessem
êxito nos negócios privados e na vida pública, se preocupando com a forma como se falava e não com o
conteúdo. O importante, para os sofistas, era ganhar uma discussão, independentemente do critério
utilizado.  
   
É comum encontrarmos imagens bem sugestivas que nos incitam a tomar gosto pela campanha de algum
candidato. Observe a imagem a seguir:  
   
CAMPANHA: QUERO UM BRASIL DECENTE 

 
Fonte: http://prosaepolitica.com.br/2010/03/16/ate-adesivo-pra-campanha-de-lula-em-2002-a-bancoop-
pagou/  

  
O meigo garotinho nos leva  a relacionar o símbolo do partido com alguma coisa desejável. Somos
envolvidos emocionalmente, deixando de lado a racionalidade.  
Os sofistas, ignorando os principios da lógica formal utilizado pela filosofia afirmavam que em filosia tudo
é possível e tudo é verdade. Decorrem destas afirmações as duas grandes teorias sofísticas: o relativismo
subjetivo e o ceticismo absoluto.  
  
  
O SOFISTA PROTÁGORAS E O RELATIVISMO MORAL  
 
Protágoras  
 

O homem é a medida de todas as coisas; das coisas que são,


enquanto são, e das coisas que não são, enquanto não são.  

Protágoras de Abdera (492 a.C.- 422 a.C.)


É considerado o primeiro e um dos mais importantes sofistas
Fonte:http://incognitusgenetrix02.blogspot.com.br/2011/03/portafolio-personal-de-desempeno-
sesion_27.html    

 
O que ele quis dizer com isso? 
  
Que todas as coisas dependem de quem as vê, não havendo verdades absolutas.  
O impasse sofistas x Platão poderia ser analisado a partir da situação a seguir, considerando que quando a
situação é analisada de modo mais completo podemos perceber que a verdade acerca dela é objetiva e
compreensível para todas as pessoas mesmo tendo duas versões. 
  

Um homem está preocupado porque acha que sua esposa está ficando surda e por isso vai ao
médico. O médico sugere-lhe que experimente um simples teste em casa: parar atrás dela e
fazer-lhe uma pergunta, primeiro a seis metros, depois a três metros e, por fim, mesmo atrás
dela.  

O homem vai para casa e vê a mulher na cozinha, virada para o fogão. Da porta, pergunta: 

- Que vamos jantar esta noite? 


Nenhuma resposta. 

Três metros atrás dela, repete: 


- Que vamos jantar esta noite? 
Continua sem resposta. 

Por fim, mesmo atrás dela, pergunta: 


- Que vamos jantar esta noite? 

A mulher volta-se e diz: 


- Pela terceira vez… frango!" 

Thomas Cathcart e Daniel Klein, Platão e um Ornitorrinco entram num Bar..., Dom Quixote,
Lisboa, 2008, pp. 73-74.
http://duvida-metodica.blogspot.com.br/2010_03_01_archive.html

 
 
Mafalda 1  

  
Fonte: http://wwwfabishimabukuro.blogspot.com.br/2010_11_01_archive.html  
  
Para os sofistas, a verdade é pessoal, depende do contexto, da situação, não existe verdade plena, mas tudo é
provável.   
De acordo com Platão, os sofistas ensinavam opiniões, desconsiderando a verdade por isso eram
falaciosos.   
 

FALACIA  
 
É um argumento falho ou inválido para comprovar o que alega. O pior é que tem “cara de verdade”. Temos
que prestar atenção porque geralmente atacam nosso emocional nos levando a esquecer de fazer uma analise
critica do assunto. Podemos resumir assim: falácia é uma falha técnica que torna o argumento inconsistente
ou inválido.  

Existem muitos tipos de falácias. Veja a falácia de apelo à autoridade com o “Rei Pelé”.  
 
 
Fonte: (Comercial Pele  Eu faço Invel® Therapy  2009) www.youtube.com/watch?v=WFgk94ssx58 
  
A figura do Pelé no Brasil é bastante respeitada quando se trata de saúde. Afinal ele é um atleta com mais de
60 anos que apresenta saúde e vigor. Quando ele diz: "Eu fico tão feliz por que a Invel é uma empresa que
trabalha e faz o possível para melhorar a saúde das pessoas. Então, eu não poderia estar longe dela", está
avalizando a qualidade do produto. A tendência é acharmos que o produto é de fato muito bom, afinal é o
Pelé quem está dizendo. Mas, não há autoridade científica, sendo uma falácia de alto apelo à autoridade.  
  
  
SABER E APARENCIA DE SABER - CONSIDERAÇÕES DE SÓCRATES  
        

“Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, não sei, tampouco suponho saber.
Parece que sou um pouco mais sábio que ele exatamente por não supor que saiba o que
não sei.”  

                                                              Sócrates

Sócrates
 
No livro Górgias de Platão (455) Sócrates diz que os sofistas não teriam condições, por falta de
conhecimento, de opinar nas assembleias que tratavam da construção de muralhas, do aparelhamento dos
portos, dos arsenais, e outras providencias relativas a defesa da cidade. Quem teria condições de discutir
esses temas seriam os profissionais da área que conhecem do assunto, podendo dar conselhos válidos,
úteis.   
 

“o não sabedor, entre não sabedores, será mais convincente que o sabedor”. 

Para a oratória o conhecimento é desnecessário, basta encontrar uma astucia, uma


sutileza de  persuasão “para, entre não sabedores, passar por saber mais do que os que
sabem”.
 
Fonte: http://thepurplewing.blogspot.com.br/2010_06_01_archive.html  
  
Os sofistas buscavam poder e riquezas. Por esses desejos usaram da retórica para seduzir e conquistar poder
na polis. 
  
  
UM MÉTODO PARA SE CHEGAR A VERDADE: A IRONIA E A MAIEUTICA  
 
Você se lembra do antigo ditado popular: Quem dá o pão dá o castigo?  
Sócrates critica os sofistas por fazer de sua educação um negócio e com isso  perderem a liberdade de agir
conforme seu próprio desejo para atender as expectativas  de quem lhes fazia os pagamentos.  
 

Por fim, “Sócrates compara a sofística à arte da cozinha que procura satisfazer o
paladar, mas não se preocupa se os alimentos são bené?cos”, caso satisfaça o paladar,
não é necessário saber se sua composição é boa ou prejudicial.

(ABUZZI, 1992, p. 134)

Fonte:  
http://mileycha.wordpress.com/2011/01/  
  
   
          A IRONIA SOCRÁTICA  
   
A ironia socrática é uma espécie de jogo de palavras que procura desmontar vaidades, pré-conceitos,
arrogância e a presunção do saber que atrapalham o entendimento da verdade. A palavra ironia para nós tem
um sentido negativo, pois, nos lembra de depreciação, zombaria. Mas, Sócrates faz uso bem diferente desse
termo.  No grego, ironia quer dizer “interrogação”. Este é o uso que o filósofo fazia dessa palavra. Ele
questionava seus alunos naquilo que pensavam saber.  
O que é a justiça? E a coragem?   
O reconhecimento da própria ignorância é a primeira virtude de um sábio. “Sei que nada sei” dizia Sócrates.
Assim, a ironia fazia uma purificação no pensamento dos alunos, levando-os a compreenderem suas
limitações, contradições e ignorâncias, sendo que antes se achavam muito competentes. É uma
desconstrução do pensar.  

    
A MAIÊUTICA - O PARTO DAS IDEIAS  
   
Esta é a segunda parte do método de Sócrates. Propunha uma serie de perguntas novamente, agora com o
objetivo de levar a pessoa a pensar sobre o assunto maneira mais organizada. Os alunos, livres dos
preconceitos e de achar que sabiam muito, podiam agora começar a reconstruir suas ideias.    

 
   
A MORTE DE SÓCRATES   
   
O JULGAMENTO DE SÓCRATES  
 
Fonte: O JULGAMENTO DE SÓCRATES  -http://www.youtube.com/watch?v=2NLd_agFSHw 

É triste pensar que um dos mais destacados pensadores da historia da humanidade tenha sido morto por
estimular o pensamento crítico,  por defender  a justiça  e uma vida sem vícios. Os acusadores do filósofo
dominavam a retórica e com isso persuadiam as pessoas a pensarem como eles queriam.  Como diria
Sócrates, “o poder se torna mais forte quando ninguém pensa”.  
  

  
Fonte: http://blogdefilosofiadowolgrand.blogspot.com.br/  
  
Sócrates em 399 a.C, Janeiro, já com 71 anos, foi acusado de ateísmo e de corromper os jovens com a sua
filosofia, mas na realidade, estas acusações encobriam ressentimentos contra Sócrates por parte de pessoas
poderosas da época.  

A IMORTALIDADE DA ALMA  
 
Na véspera da execução, seus amigos subornaram o guarda que
cuidava da prisão que abriu a porta da cela.  Críton, um  dos
discípulos de Sócrates, entrou na cadeia e disse ao mestre:

- Foge depressa, Sócrates! 


- Fugir, por que? - perguntou o preso.
- Ora, não sabes que amanhã te vão matar?
- Matar-me? A mim? Ninguém me pode matar!
- Sim, amanhã terás de beber a taça de cicuta mortal - insistiu Críton.
- Vamos, mestre, foge depressa para escapares à morte!
- Meu caro amigo Críton - respondeu o condenado - que mau filósofo és tu! Pensar que um pouco de veneno
possa dar cabo de mim ...
Depois puxando com os dedos a pele da mão, Sócrates perguntou:
- Críton, achas que isto aqui é Sócrates?
E, batendo com o punho no osso do crânio, acrescentou:
- Achas que isto aqui é Sócrates? ... Pois é isto que eles vão matar, este invólucro material; mas não a mim.
EU SOU A MINHA ALMA. Ninguém pode matar Sócrates! ...
E ficou sentado na cadeia aberta, enquanto Críton se retirava, chorando, sem compreender o que ele
considerava teimosia ou estranho idealismo do mestre. 
No dia seguinte, quando o sentenciado já bebera o veneno mortal e seu corpo ia perdendo aos poucos a
sensibilidade, Críton perguntou-lhe, entre soluços:  
- Sócrates, onde queres que te enterremos?  
 Ao que o filósofo, semiconsciente, murmurou:  
- Já te disse, amigo, ninguém pode enterrar Sócrates ... Quanto a esse invólucro, enterrai-o onde quiserdes.
Não sou eu... EU SOU MINHA ALMA... 

(Uberto Rhodes) 
  
   
Ao beber o veneno, quando já sentia que seus membros esfriavam, despediu-se de todos com as mesmas
palavras com que se dirigira aos juizes que o haviam julgado:" E agora chegamos à encruzilhada dos
caminhos, meus amigos, ides para vossas vidas; eu, para a minha morte. Qual seja o melhor desses
caminhos, só Deus sabe". Quando os homens julgam erradamente seu próximo, a história julgará os
julgadores. E assim, morreu Sócrates.  
   
O que você pensa dessa situação? Acha que seria difícil acontecer isso novamente?  
Sócrates tinha a certeza da imortalidade da alma, e deixou isso bem claro em vários momentos. Seus
pensamentos e reflexões já haviam chegado a uma grande conclusão lógica. Ele partia, certo de que seu
trabalho continuaria, de que continuaria pensando, dialogando, e de que desvendaria um novo mundo, uma
nova perspectiva da vida, que é uma só, sem morte, sem destruição.

Unidade 2. Platão e Aristóteles  


O mundo das ideias de Platão   
   
A lógica aristotélica   
   
Sócrates conversava muito e escrevia pouco. Sabemos de suas ideias atraves de seu discípulo Platão.  
   
MAS QUEM FOI PLATÃO?   
 

Arístocles, conhecido como Platão, nasceu em Atenas (427-347) Foi o discípulo mais


notável de Sócrates (469-399 a.C) é considerado um dos  marcos  do pensamento
ocidental  pela profundidade e alcance de sua obra ele. Influenciado por seu mestre fez
oposição declarada aos sofistas, escrevendo livros que passaram uma ideia bastante
negativa desses sábios..

Fonte:http://neolumenveritatis.blogspot.com.br/2011/10/style-definitions-table.html  
  
Em relação ao homem Platão dizia é um ser dual possuindo corpo e alma.  
 
 

     
Fonte: http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=954  
  
 
A ALMA CABE EM UM CHIP?   
 
 
 
 
 
LEIA  O ARTIGO: http://revistagalileu.globo.com  
  
 
 
E AGORA PLATÃO, COMO É QUE FICA??  
       
Como você acha que Platão explicaria  isso? É possível à Ibn Sina possuir alma?  
   
   
TEORIA DAS IDEIAS   
   
Em sua teoria, Platão distingue a realidade em dois níveis: o mundo sensível, mutável, imperfeito
percebemos pelos nossos sentidos, e o mundo das ideias, que é imaterial, eterno, imutável, e perfeito , a que
só temos acesso por meio da razão.    
 Esse conceito é meio complicado não é? Vamos tirar algumas dúvidas com o vídeo de Viviane Mosé.  
 
Características do Mundo das ideias e Mundo das sombras 

 Fonte: SER OU NÃO SER - Mundo das Ideias - Viviane Mosé - Globo - Fantástico - 2009 

http://www.youtube.com/watch?v=kF76xdNI_uk

  
Gostou do vídeo?  Pois bem, ele  trata da  teoria das ideias de Platão. Na busca pela verdade, Platão
defendendo a ideia de existência de duas possibilidades de se abordar a realidade: a sensível, dependente de
nossos sentidos para ser percebida, trata-se de um mundo ilusório, e a inteligível,  alcançada pela razão.  
   
Vejamos um exemplo: Todos os médicos de um hospital estão numa confraternização de final de ano em
um clube. O que podemos ver?  Que são pessoas diferentes, sendo um médico  alto e bonitão, outro japonês
e recatado,  uma médica  muito bonita, outra não tão bela.  Mas,  todos eles têm algo em comum: são 
médicos. Se quando quando olhamos para eles individualmente percebemos que  eram diferentes,   se os
ouvirmos,  poderemos perceber que nem mesmo trabalham da mesma maneira.  Mas há algo que não muda:
o fato de serem médicos.    
   Mas existem alguns médicos que se parecem mais com outras coisas como um pai ou professor, e ainda há
aqueles que nem mesmo se parecem com médicos. Braços tatuados, colares indígenas, véu mulçumano. Mas
nada disso modifica o fato de serem médicos.  
   A verdade  (Mundo Inteligível) é a ideia de médico que pode ficar obscurecida pelos  nossos sentidos
(Mundo dos Sentidos) que nos levam ao engano quando passamos a observar características individuais e
perdemos a Ideia, o conceito que envolve a todos:  de serem médicos.     
   EXEMPLO: O Mundo Sensível  é apenas cópia. Mas as cópias precisam necessariamente da ideia original
para refleti-la.  
Veja a relação entre ideias e cópias: Abaixo temos a ideia de casa e veículo.   
 

 
Fonte: http://www.slideshare.net/pcnoel/aulas-de-filosofia-plato   
   
Teoria do Conhecimento Verdadeiro.   
  
ALEGORIA DA CAVERNA 
  
A história é uma metáfora usada por Platão para nos fazer entender a teoria das ideias, além de denunciar a
injustiça na condenação de Sócrates.  
Veja o texto escrito por Platão, em seu livro “A República”, que serviu de base para a produção do vídeo.

 
 
Leia a Alegoria da caverna de Platão 

Fonte: http://www.guatimozin.org.br/artigos/mitos.htm   
 
 
A história que Platão nos conta  diz respeito à necessidade de termos  o conhecimento filosófico e de sermos
educados como estratégia para superarmos a nossa  própria ignorância. Isso acontece de forma gradual,
passando das explicações  do mundo e da vida inicialmente em nível de senso comum para outra forma de
explicar pautada na racionalidade cuja base é o conhecimento filosófico.  
   O aluno mais destacado de Platão foi Aristóteles que trouxe ricas contribuições ao pensamento racional.
Veja um pouco da vida desse filósofo no vídeo a seguir.  
 

A LÓGICA ARISTOTÉLICA  
 

Fonte: ( ARISTÓTELES BREVE VIDA E OBRA, 2010).  


http://www.youtube.com/watch?v=CwKeyqNLA3s  

  
Observou como Aristóteles pensava de forma diferente de seu mestre Platão?   
 
Apesar da profunda admiração que Aristóteles tinha por Platão, ele construiu uma teoria do conhecimento
bastante diferente daquela pensada pelo seu mestre.  
 Você se recorda que Platão dizia que existem dois mundos, o inteligível e o sensível? Que o conhecimento é
inato, só precisamos nos lembrar?  
 Pois é, para Aristóteles dá-se exatamente ao contrário: as imagens que formamos em nosso pensamento
surgem a partir da percepção das coisas materiais, captadas pelos sentidos. Podemos observar que
Aristoteles valoriza o que é concreto, é bem pé no chão. "Nada está no intelecto sem antes ter passado pelos
sentidos", dizia o filósofo.     
 
A FILOSOFIA DE ARISTÓTELES: O MUNDO CONCRETO COMO REALIDADE  
 
Você conhece essa ave? Na figura temos a imagem de um Tuiuiú, ave típica do Pantanal.  

 
Para Aristóteles, eu só tenho condições de ter uma ideia sobre esta ave se fizer uma observação direta
ou realizar uma pesquisa sobre ela. Senão, Tuiuiú seria apenas uma palavra difícil de falar, vazia de
significado. Da mesma forma será com nosso intelecto se não receber as informações pelas vias sensoriais.   
Enquanto Platão dizia que as ideias eram inatas, Aristóteles afirmava que a razão é inata: nascemos com
razão, que nos possibilita ordenar e classificar todas as coisas do mundo conforme são captadas pelos
sentidos.  
  
Viviane Mosé  apresenta no vídeo uma das mais ricas contribuições da teoria de Aristóteles: a lógica.  
 
  
Fonte: (SER OU NÃO SER - ARISTÓTELES E A LÓGICA- VIVIANE MOSÉ- GLOBO - FANTÁSTICO,
2009) http://www.youtube.com/watch?v=22bjBDaLNBc  

 
  
Para ele, a lógica é uma forma de abordar qualquer conhecimento, sendo ferramenta necessária para se
chegar à verdade. Com ela é possível analisar a forma como o pensamento  foi estruturado, identificando  se
o raciocínio foi conduzido de forma correta. Isso é possível através do estudo das proposições.  
Mas, o que é uma proposição? É um conjunto  de palavras ou símbolos que expressam um pensamento
completo. Um raciocínio é uma sequencia de proposições, finalizada por conclusão.   
   
De forma simplificada: Lógica é o estudo dos argumentos.  
  
  
O que é mesmo um argumento?  
 
São encadeamentos de proposições que expressam uma ideia.  
   
Quando se aplica o pensamento para chegar a um novo conhecimento
ou compreensão, as proposições são encadeadas de modo que delas seja possível
extrair uma nova, denominada conclusão, que contém uma ideia que antes não estava
expressa claramente, ou era mesmo desconhecida. Esses encaminhamentos de
proposições recebem o nome de argumento. (Chalita, 2004, p. 67).  
   
Os argumentos não válidos são chamados de falácia ou sofisma. Trata-se de um tipo de raciocínio que
apesar de ter aparência de correção é na verdade  incorreto.   
   
Há muitos tipos de falácias, algumas nossas velhas conhecidas.  

Observe  o vídeo a seguir e analise a modalidade de falácia “Inversão do ônus da prova”.  


 
Fonte: (Falácias: Inversão do Ônus da Prova  2011). http://www.youtube.com/watch?v=86vUvWOvf3A  

 
Viu como essa falácia é nossa conhecida?  Não é difícil encontrarmos situações no nosso dia a dia em
que sejamos convidados a provar que determinado argumento  de outra pessoa não se fundamenta.
Lembre-se: quem precisar provar a validade do argumenta é quem o falou e não quem o ouviu.  

Os argumentos gregos para se chegar à felicidade   


   
No mundo grego antigo cada cidadão tinha um papel a desempenhar na sociedade com vistas ao bem
coletivo. O objetivo comum era a felicidade de todos dentro do grupo.  

 
Leia o fragmentos de textos abaixo, e prepare-se para defender seus argumentos em nosso FORUM.   

 
 
Texto1  
 
Sendo de comum acordo que o supremo bem é a Felicidade, basta então definir quais os meios para se
chegar a ela. Aristóteles faz uma importante distinção entre virtudes intelectuais (sabedoria, inteligência e o
discernimento, por exemplo) e virtudes morais (liberalidade e moderação, por exemplo), sendo as primeiras
geradas pelo ensino e requerem experiência e tempo, e as segundas são adquiridas em resultado do hábito, o
que sugere (e o próprio autor explicita na Ética) que nenhumas das excelências nos são dadas naturalmente.
Conforme Aristóteles, a Excelência Moral é o meio-termo entre duas deficiências morais, uma das quais
envolve excesso e a outra se relaciona com a falta. “Pois a natureza da virtude é visar a mediania nas paixões
e nos atos”, por exemplo: o meio-termo entre a covardia e a temeridade é a coragem, assim como a
temperança é o meio-termo entre a licenciosidade e a insensibilidade.  “Em moral, a virtude do homem é a
força com a qual ele se aplica ao dever e o realiza. A virtude é a permanente disposição para querer o bem, o
que supõe a coragem de assumir os valores escolhidos e enfrentar os obstáculos que dificultam a ação. Uma
vida autenticamente moral não se resume a um ato moral, mas é a repetição e continuidade do agir moral.
Aristóteles afirmava que “uma andorinha, só, não faz verão” para dizer que o agir virtuoso não é ocasional e
fortuito, mas deve se tornar um hábito, fundado no desejo de continuidade e na capacidade de perseverar no
bem. Ou seja, a verdadeira vida moral se condensa na vida virtuosa”.  
 
 STIRN, François, Compreender Aristóteles. Vozes, Petrópolis, RJ, 2006 

Texto2  
 
“Quanto aos componentes da Felicidade, parecem múltiplos: os bens exteriores (insuficientes, mas
necessários, dado que sem riqueza a pessoa só vive preocupada com a difícil satisfação das necessidades
mais imediatas); o prazer que, embora não seja a Felicidade é o coroamento da atividade bem-sucedida,
perfeita, da atividade que alcançou o seu fim. (...). A atividade feliz não é apenas a do médico que curou o
doente, do professor que lecionou, do sapateiro que fez lindas sandálias. É a atividade do homem que
realizou sua tarefa de ser homem: mostrou-se de modo excelente um homem, desenvolveu na medida do
possível suas qualidades específicas de ser humano: a racionalidade, a linguagem, a sociabilidade. A
excelência do ser humano é a sua virtude: bens exteriores (riqueza e honrarias), prazer, virtude, são,
portanto, os componentes, todos necessários, da Felicidade: Felicidade é a atividade conforme a virtude”.   
 
ARANHA, Maria Lúcia, Introdução à Filosofia. 2ª Ed. Moderna, São Paulo, 1993.   
    
  
 

 O que acha das afirmações contidas nos textos acima?  


No texto 1, a parte que mais me chamou a atenção foi: “A virtude é a permanente disposição para
querer o bem, o que supõe a coragem de assumir os valores escolhidos e enfrentar os obstáculos que
dificultam a ação”. Acho que nem sempre o que nós queremos da certo, mas não é por isso que
devemos desistir. Sempre devemos tentar superar as dificuldades para alcançar o nosso objetivo
(felicidade).
Já no texto 2, o que entendi é que devemos tentar sempre melhorar, tanto no nosso trabalho, mas
também nós mesmos como pessoas, como ser racional e social, assim, consequentemente seremos
felizes.

Você consegue estabelecer diferenças entre o conceito de felicidade do mundo antigo e do atual?
Quais são as principais diferenças que você notou?  
 Antigamente, a felicidade era a conquista de algo maior, era preciso o “sacrifício", a luta por cima
de obstáculos. Ela se construía por sabedoria ou esforço.
Hoje, felicidade provém muito do material, de ser desejado, e consumir. A felicidade não é mais
interna, a felicidade vem da riqueza, e não nos simples gestos de carinho.

 Para Aristóteles o que é necessário para ser feliz? Como devemos agir?  

 Aristóteles está superado?  

   
Para Aristóteles o homem busca a felicidade, e quando alguém consegue ser feliz basta a si mesmo. A
virtude, que é o equilíbrio de todas as coisas é a porta pela qual conseguimos chegar a sermos felizes. A
aparente contradição é que uma vida virtuosa cobra esforços e não divertimentos. Os prazeres, a diversão
não são felicidade mas sim uma vida pautada no equilíbrio, sendo a virtude o meio - termo entre  dois
extremos viciosos.  
 
Entre o esbanjador e o avarento temos o generoso. Este, não desperdiça e nem fecha a mão exageradamente.
Entre o imprudente e o covarde temos o corajoso que controla  sua impetuosidade e seu medo e age.  
 
Assim, para Aristóteles a forma de se chegar à felicidade é através do equilíbrio, você concorda com ele? 

 
 

O QUE É NECESSÁRIO PARA SER FELIZ? O QUE DIRIA ARISTÓTELES? E OS SOFISTAS?  


Relacionado à questão de felicidade, para mim estar feliz é estar bem comigo mesma, com minha família,
amigos e todos que estão a minha volta, e também conseguir fazer os outros felizes, não é preciso muita
coisa material para trazer a felicidade, acredito que ela vem das atitudes mais simples e sinceras.
Aristóteles acreditava em três coisas para ser feliz: uma vida de prazeres e satisfações; uma vida como
cidadão livre, responsável, que procura o fazer o bem; procura da verdade. Ter idealizações para se alcançar
é um fator que nos torna feliz.
Para os Sofistas, a felicidade é alcançar o sucesso, chegar à verdade, saber, não focando nos bens materiais.

Antigamente, a felicidade era a conquista de algo maior, era preciso o “sacrifício", a luta por cima de
obstáculos. Ela se construía por sabedoria ou esforço.
Hoje, felicidade provém muito do material, de ser desejado, e consumir. A felicidade não é mais interna, a
felicidade vem da riqueza, e não nos simples gestos de carinho.

No texto 1, a parte que mais me chamou a atenção foi: “A virtude é a permanente disposição para querer o
bem, o que supõe a coragem de assumir os valores escolhidos e enfrentar os obstáculos que dificultam a
ação”. Acho que nem sempre o que nós queremos da certo, mas não é por isso que devemos desistir. Sempre
devemos tentar superar as dificuldades para alcançar o nosso objetivo (felicidade).
Já no texto 2, o que entendi é que devemos tentar sempre melhorar, tanto no nosso trabalho, mas também
nós mesmos como pessoas, como ser racional e social, assim, consequentemente seremos felizes.

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