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UMA PESQUISA COM MAIS DE 40 MIL PESSOAS EM TODO O BRASIL

VOLUME 1

I N I C I AT I VA E V I A B I L I Z AÇ ÃO P E S Q U I SA L I D E R A N Ç A P E S Q U I SA APOIO
Q UA N T I TAT I VA
P R O D U Ç ÃO E X E C U T I VA

INSTITUTO PDH
L I D E R A N Ç A P E S Q U I SA CO N S U LTO R I A E M
Q UA L I TAT I VA M AS C U L I N I DA D E S E G Ê N E R O
J U L I A N A FAVA G U STAVO V E N T U R I
— —
2 3

Metodologia
de pesquisa
AMOSTRA INICIAL:

47.002
Etapa DISTRIBUIÇÃO:
Etapa qualitativa 3 obtivemos um total de
por meio de
quantitativa
Durante a etapa qualitativa do estudo questionário
realizamos conversas em profundidade UNIVERSO: público na internet
com dezenas de pessoas. Selecionamos população brasileira de (Google Form).

14 ANOS
especialistas e também pessoas não
especialistas, mas com vivências A divulgação inicial
foi feita por meio das respostas. Desses, 43.153

OU MAIS,
relevantes no território das masculinidades.
Buscamos ampla diversidade considerando redes e bases do completaram todo o questionário. Sendo
as regiões do país, orientação sexual, PapodeHomem. Em
classe, raça, escolaridade e gênero. usuária da internet.
seguida, a pesquisa
27.702 15.451
foi divulgada por sites
homens mulheres
Investigamos fontes secundárias, 3 A coleta foi realizada diversos e reenviada a
como outros estudos, livros e artigos. durante um mês, entre 3 A pesquisa considera 0.5 pontos percentuais de
outros usuários pelos
maio e junho de 2019. margem de erro e 95% de nível de confiança.
Realizamos um monitoramento nacional e próprios respondentes
internacional de notícias durante a pesquisa. iniciais. Como a
Conduzimos uma roda de conversa com ANÁLISE: intenção benéfica e de
ativistas do campo de masculinidades. PONDERAÇÃO:
realizamos análise utilidade pública do
as informações da pesquisa foram ponderadas
descritiva e análise estudo foi explicitada
Os achados preliminares da etapa de modo a representar o perfil da população
por clusters. desde o princípio,
qualitativa serviram de base para com acesso à internet, com 14 anos ou
houve grande
estruturar o questionário quantitativo. Os resultados mais e escolaridade de nível médio ou
compartilhamento
do estudo serão superior, segundo idade, gênero, cor/
orgânico. Por fim,
Após a etapa quantitativa, consolidamos raça e grandes regiões do Brasil.
publicados em realizamos campanhas
os achados quali e quantitativos por
volumes. O presente com anúncios em Foram utilizados como parâmetro de ponderação
meio de reuniões imersivas com o time
volume apresenta redes sociais para os dados secundários da PNAD Contínua TIC
e diversos colaboradores, sempre nos
somente parte da chegar a determinados 2017. Após ponderar por todos esses fatores,
atentando para termos diversidade nesses
análise descritiva segmentos, isso levou o plano amostral a ser recalculado
encontros, garantindo múltiplos olhares
relativa ao questionário necessários para para representar 7.589 entrevistas respondidas
para a construção de nossa análise.
dos homens. equilibrar a amostra. por homens e 3.033 respondidas por mulheres.
— —
4 5

Como ler esse


relatório
Mesclamos texto corrido com
infográficos e aspas dos especialistas.
Tentamos criar uma lógica que facilitasse
a leitura e compreensão do conteúdo.

Aspas: todas as aspas destacadas são fruto das conversas


com especialistas, da etapa qualitativa de nosso estudo.

Infográficos: dizem respeito a perguntas feitas


por nós na etapa quantitativa. O enunciado no alto
das páginas, quando entre aspas, é a frase exata
apresentada às pessoas no questionário.

Divisão por volumes: geramos uma quantidade de


achados impressionante, que certamente tomará bastante tempo
até ser digerida. Por isso optamos em dividir os resultados em
volumes. O material que lê agora é apenas um fragmento de
toda a inteligência gerada. Acompanhe o PapodeHomem e se
cadastre no formulário em www.papodehomem.com.br/silencio
para ser avisado em primeira mão dos próximos volumes.
E
— —
2 3

Esse projeto não existiria sem a


Introdução
luta das mulheres por igualdade de

A luta das oportunidades, direitos e existência — ou


seja, o que entendemos por equidade.

mulheres O movimento de transformação das


mulheres impulsiona o movimento

empurrou nossa de transformação do homens. Ao não


abaixarem a cabeça em sua busca, elas nos

conversa — e
trouxeram até aqui e somos profundamente
gratos pela coragem de todas elas.

nós devemos Se acredita que hoje vivemos numa


sociedade que cada vez mais enxerga

agradecê-las
homens e mulheres como dignos de
oportunidades e direitos iguais, agradeça
às gerações de mulheres que (literalmente)

por isso deram suas vidas para que isso acontecesse.

Caso não tenha nem ideia de quais


mulheres estamos falando, recomendamos
o livro "Extraordinárias: mulheres
que revolucionaram o Brasil".

“Sem os homens nós não vamos


avançar tanto. Os homens precisam
ser – e muitos deles querem ser – “A gente tem que ter uma forma dos homens tolerarem, permanecerem no
aliados nesse processo.” campo do diálogo com as mulheres, mesmo que seja um diálogo difícil. Acho
que não existe forma de começar o diálogo, sem acolher quando elas gritam.
Sandra Vale, consultora de gestão e Se elas gritam é porque são séculos de violência que ainda existem pra elas.”
desenvolvimento no Instituto Promundo — Alexandre Coimbra, psicólogo e facilitador de grupos de homens
— —
4 5

O silêncio

dos

homens
É
— —
6 7

Os homens É fácil associar homens a posições de poder em nossa


sociedade, basta olhar pro lado. No Brasil, são 85%

estão em
do Congresso, cerca de 90% do Executivo, mais de
80% dos ministros do STF, além de ocuparem mais
de 60% dos cargos de chefia nas empresas e 90%

silêncio?
das cadeiras nos comitês executivos das grandes
corporações. Entretanto, ao qualificar a masculinidade
como gênero no poder, é preciso evidenciar de
que homens estamos falando (o que faremos, com
dados, a seguir) — os homens negros, por exemplo,
não costumam usufruir desse lugar ao pódio.

É natural que as pessoas acostumadas a inúmeros


privilégios sociais e que estão no controle da política,
das leis e da economia tenham mais espaços de fala
e favorecimento próprio. Até 1962, as mulheres não
podiam sequer trabalhar sem a autorização dos maridos.
Duas ou três gerações atrás, seria comum entrar numa
casa e ver o pai decidindo se e com quem a filha deveria
se casar, além de determinar os rumos da
família e o destino do dinheiro ganho.

“O universo da Mas se ao menos parte dos homens já


masculinidade é um detém tanto poder e podem se expressar
universo do silêncio. (...) quando bem entendem, quais seriam suas
Eles têm o poder da fala, a qual Tem uma construção queixas e por que estariam silenciados?
histórica de Isso não seria uma contradição?
exercem todo o tempo. Estão nas silenciamento
posições de comando da política, de masculino. Esse Parece paradoxal, mas não é. Os homens
nosso sistema jurídico e da economia. silenciamento masculino falam muito, mas pouco sobre o que habita
trata-se da norma, dentro deles e o que realmente sentem.
Se os homens já dominam tantos portanto não precisa ser O silêncio dos homens é emocional.
espaços, de que silêncio estamos falado, isso é dado." É um fechamento de seus corações,
tratando? — Paula Pinto, antropóloga que escondem feridas profundas.
F
— —
8 9

Calma, mas
Falar em dores dos homens não significa vitimizá-
los ou dar a entender que estamos num cabo de
guerra com as mulheres. Compaixão não é um recurso

eles não são


escasso, podemos compreender as dores de diversos
grupos, de maneira responsável e sensível.

o gênero No Brasil, a maioria dos homens no poder são brancos,


heterossexuais, de classe alta e com ensino superior completo.

no poder?... Já os homens negros e os não heterossexuais


lideram as estatísticas de violências sofridas, ganham
menos e estão ausentes da maioria dos espaços
de poder, além de enfrentarem maior preconceito
profissional e social no cotidiano. Ou seja, os extremos
possuem raça e orientação sexual definida.

Resumir o masculino a "gênero no poder" ignora essa


complexidade. Pois ao mesmo tempo em que dominam
a política, o judiciário e a economia, homens lotam os
cemitérios e as prisões, estão nos trabalhos com maior taxa
de óbito e acidentes, se suicidam em taxas preocupantes e
possuem expectativa de vida significativamente menor.

Considerando tudo isso, temos investigado uma perspectiva


que enxerga o masculino como um gênero de extremos (termo
que vimos pela primeira vez no relatório de uma conferência
nórdica sobre equidade de gênero, publicado em 1995; no
Google Books, procurem por "Towards News Masculinities,
report on a conference on men and gender equality".

Esse olhar nos permite compreender outras masculinidades


Talvez seja mais possíveis e suas nuances, desenvolvendo rotas de conexão
autêntica e caminhos de mudança mais eficazes. Afinal, se não
adequado falarmos em
conheço profundamente o que desejo transformar, é provável
um "gênero de extremos" que não saiba como ou pra onde direcionar essa mudança.
— —
10 11

Conhecendo melhor o extremo que


não está no poder — dados que
exemplificam o racismo estrutural e
os obstáculos dos homens negros:

3 Homens brancos 3 Há duas vezes


estudam em média mais negros
10 anos, homens analfabetos do
negros estudam 8 anos que brancos
3 RAIO-X DE NOSSO
(IBGE, 2018) (IBGE)
“Jovens e negros do SISTEMA CARCERÁRIO:

3 Atualmente, 3 RENDA MÉDIA sexo masculino

100
Temos

726.712
de cada dos brancos X dos negros no Brasil:
continuam sendo
R$ 1598 x R$ 898 assassinados todos os
(PNAD 2017)
pessoas presas para
anos como se vivessem
pessoas assassinadas
3 Entre 2006 e 2016, a taxa de homicídios em situação de guerra.”
368.049

75
de indivíduos não negros diminuiu (Atlas da Violência 2017, Fórum Brasileiro de
no Brasil, Segurança Pública) vagas.
6,8%. No mesmo período, a taxa entre
a população negra subiu 23,1%.
(Atlas da Violência 2018)
40% ainda não foram
3 Entre homens com ensino condenados
superior, trabalhadores 95% são homens
3 Negros e pardos entre 10 64% são negros
negros ganham, em média,
são negras. a 29 anos possuem 45% 29% a menos que os 55% têm de 18 a 29 anos
40% têm até o ensino
mais chances de suicídio do brancos. Diferença maior
ISSO SIGNIFICA fundamental incompleto,
que entre as mulheres.
mais de 49.000 que brancos na mesma são analfabetos ou não
("O desafio da Inclusão!" Instituto
mortes por ano. faixa etária Locomotiva, têm cursos regulares
(Atlas da Violência 2019) com base na PNAD 2017)
(Ministério da Saúde, 2019) (Fonte: Instituto Igarapé)
— —
12 13

Um mapa Saúde precária, expectativa de vida baixa

das Sexualidade restritiva e obsessiva por performance

dores A heterossexualidade compulsória

dos As dores dos homens negros

homens O corpo trancado, a fala dura

Violência como linguagem

A pressão por prover e vencer

Os grandes viciados em álcool e drogas

O medo das mulheres fortes e independentes

Fortes, rígidos, invencíveis!

O silêncio dos homens


— —
14 15

E quais são algumas das dores 3 Na faixa de 20 a 24 anos,


as mortes por causas externas
3 O desempenho escolar
dos meninos vem caindo,
e obstáculos que todos os (homicídios, suicídios, acidentes assim como a quantidade

homens enfrentam?
de trânsito, etc.) atingiram de homens que entram nas
11 vezes mais homens do universidades e concluem os
que mulheres — em especial cursos de graduação. Hoje,
3 17% deles lida 3 são também a os homens negros (IBGE) entre a população brasileira
com algum nível de maioria dos viciados com acesso à Internet, 29% das
dependência alcoólica nas demais drogas 3 Sofrem duas vezes mais mulheres têm superior completo
(LENAD) (LENAD) acidentes no trabalho; além x 25% dos homens — no Norte
do menor auto-cuidado, ocupam e Nordeste, a diferença é maior
ainda: 24% delas e 18% deles
3 83% das mortes por homicídios e acidentes muito mais os trabalhos mais
(PNAD 2017)
perigosos e sujeitos a mortes,
no Brasil têm homens como vítimas — isso
acidentes graves e amputações
significa mais de 110.000 mortes por ano (Ministério do Trabalho)
(Ministério da Saúde, 2010) 3 6 em cada 10 homens afirma
enfrentar hoje um distúrbio
3 Homens são cerca de 95% emocional — vocês podem ver
3 Vivem 7 anos a menos 3 1 em cada 4 homens
da população prisional no país, mais detalhes sobre quais são
que as mulheres, no Brasil afirma estar viciado
sendo que a maior parte dos esses distúrbios no capítulo
3 se suicidam quase em pornografia
encarcerados são jovens, negros "Um raio-x do mundo emocional
4 vezes mais (IBGE) (dado proveniente de nosso estudo)
(dado proveniente de nosso estudo)
e periféricos (Instituto Igarapé)

3 São 82% dos estimados 110 3 1 em cada 4 homens


mil moradores de rua do país de até 24 anos afirma se
Recortes de raça, classe e orientação sexual atravessam e influenciam
(Ministério do Desenvolvimento Social e sentir solitário sempre
Combate à Fome, 2008; Ipea, 2017)
todos esses índices, em diferentes medidas. Fazendo com que
(dado proveniente de nosso estudo)
homens negros, pobres ou LGBTs sintam mais de boa parte disso.

3 Quando sofrem um 3 Cerca de 11 a 15 Mesmo diante desse cenário, identificamos em


abuso sexual, demoram milhões enfrentam
em média 20 anos até nossa pesquisa que apenas 3 em cada 10
ejaculação precoce ou
contarem isso pra alguém disfunção erétil, em homens possuem o hábito de conversar sobre os
(Associação Quebrar o Silêncio)
algum nível (OMS) seus maiores medos e dúvidas com os amigos.
— —
16 17

Os homens "Converso com amigos


sobre meus maiores medos,
sofrem, mas dúvidas e obstáculos"

sofrem calados Concordância por orientação sexual (%)

e sozinhos. Sempre Muitas vezes Às vezes Raramente Nunca

Total 10 19 28 27 15
% % % % %

Heteros- 8% 18% 28% 29% 16%

815
1824
2828
2921
1612
sexuais
Não- 15% 24% 28% 21% 12%
Heterossexuais

Concordância por faixa etária (idade)

Sempre Muitas vezes Às vezes Raramente Nunca

Total 10 19 28 27 15
14 a 17 13%
%
22%
%
26%
%
22%
%
5%
%

13141072
2224201517
2624292934
2223263229
517342915
18 a 24 14% 24% 24% 23% 17%

Mergulhando no 25 a 39 10% 20% 29% 26% 34%

silêncio, com cortes por 40 a 59 7% 15% 29% 32% 29%

orientação sexual e 60 ou mais 2% 17% 34% 29% 15%

faixa etária
— —
18 19

"Durante minha infância


Pois e adolescência, fui
ensinado a não expressar
aprenderam minhas emoções."
o código do
silêncio na
Concordância por faixa etária (idade)

Concordo Concordo Nem concordo Discordo Discordo

infância e
totalmente em parte nem discordo em parte totalmente

adolescência Total 20 37 13 15 16
14 a 17 16%
%
28%
%
44%
%
19%
%
23%
%

1621201920
2835403733
4412131316
1916151413
2316121819
18 a 24 21% 35% 12% 16% 16%

25 a 39 20% 40% 13% 15% 12%

40 a 59 19% 37% 13% 14% 18%

60 ou mais 20% 33% 16% 13% 19%

3 Os homens de 25 a 39 anos reportam maior concordância


com a frase, talvez por terem sido criados de modo mais rígido
ou por estarem num período de consolidação como homens, se
tornando pais, estabelecendo família ou a própria carreira.
6 em cada 10 homens
concordam que foram Notamos que os jovens de até 17 anos são os que mais
ensinados a NÃO discordam da frase, sugerindo uma possível maior educação
emocional entre os mais novos, o que seria ótimo.
expressar suas emoções
— —
20 21

7 em cada 10 homens Apenas 2 em cada 10 homens


concordam que foram tiveram exemplos práticos e
ensinados, durante a infância boas conversas frequentes
e adolescência, a NÃO sobre como lidar com suas
demonstrarem fragilidade emoções e expressá-las de
maneira saudável, durante a
infância e adolescência
Concordância por faixa etária (idade) Concordância por faixa etária (idade)

Concordo Concordo Nem concordo Discordo Discordo Sempre Muitas vezes Às vezes Raramente Nunca

7 12 21 29 30
totalmente em parte nem discordo em parte totalmente

Total 39 33 8
% % % 11 9 % %
Total

14 a 17 9%
%
13%
%
20%
%
26%
%
32%
%

97599
1312101224
2018202228
2630313019
3233342620
14 a 17 33% 30% 10% 13% 14%
3340413840
3032343528
1087714
1311101210
149888
18 a 24 40%

25 a 39 41%
32%

34%
8%

7%
11%

10%
9%

8%
18 a 24 7%

25 a 39 5%
12%

10%
18%

20%
30%

31%
33%

34%

40 a 59 9% 12% 22% 30% 26%


40 a 59 38% 35% 7% 12% 8%
60 ou mais 9% 24% 28% 19% 20%
60 ou mais 40% 28% 14% 10% 8%

3 Os homens 60+ são os que mais reportam terem tido


bons exemplos de como lidar com suas emoções.

Supomos que talvez possa ser uma espécie de saudosismo ou quem


sabe um certo nível de contentamento com uma outra perspectiva
de relação com as emoções — que poderia ser vista como rígida ou
machista para alguns, mas que é satisfatória e costumeira para eles.
— —
22 23

E só 2 em cada 10 homens A educação emocional segue sendo um ponto cego


na maneira como os meninos são criados. O que
tiveram exemplos práticos
vemos são o silêncio e a falta de amparo quase
e boas conversas sobre como regras na formação dos homens.
como assumir seus medos
e pedir ajuda, durante a Ensinamos os meninos a não
infância e adolescência expressarem emoções, fragilidades,
medos ou pedir ajuda. E depois
pedimos a eles, quando adultos,
que sejam sensíveis, empáticos e se
Concordância por faixa etária (idade)
transformem. Isso cria uma sinuca.
Sempre Muitas vezes Às vezes Raramente Nunca

7 13 22 28 30
3 Observamos consequências
“O que vejo, na prática, estando em dessa falta de educação
Total % % % % % emocional ao ver cada vez mais
contato com esses homens é que,
homens de 30, 40 e até mesmo
14 a 17 9% 16% 23% 24% 28% em geral, muito pouco foi
98576
1614111217
2322212223
2427302927
2829323027 50 anos confusos e incapazes
18 a 24 8% 14% 22% 27% 29% ensinado. Quando comecei a de se adaptar a um mundo
entrar na adolescência, saindo que não tem mais o masculino
25 a 39 5% 11% 21% 30% 32% no topo. O que se reflete em
daquela fase de criança e precisei
40 a 59 7% 12% 22% 29% 30%
suas relações amorosas,
de uma conversa mais madura, profissionais e familiares, pois
60 ou mais 6% 17% 23% 27% 27% não encontrei. Meu pai era uma são homens com dificuldade
criança. Por isso a gente fala muito em compreender e expressar
o que sentem, ao mesmo
da falta desses ritos de passagem,
tempo em que são orgulhosos
3 Os mais jovens parecem ter ligeiramente mais exemplos positivos desse lugar de amadurecimento demais pra assumir medos
de como assumir medos, mas ainda é uma mudança tímida.
emocional dos homens.” e pedir ajuda. Quase agindo
— Claudio Serva, Fundador do PrazerEle como crianças grandes.
A
— —
24 25

As armadilhas
A linguagem pode ser um tremendo obstáculo,
capaz de afastar homens e mulheres dessa
conversa. Um termo como gênero ou equidade

e desafios
pode deixar uma pessoa animada e empolgada,
enquanto gera em outra fechamento e aversão.
Diante disso, como podemos desenvolver

de linguagem: abordagens adequadas para furar as bolhas e


construir pontes com quem está distante de nós?

um de nossos Essa é uma pergunta constante dentro da perspectiva


específica com a qual trabalhamos. Mas não estamos

principais
dizendo que todos devem construir pontes. Muitas
vezes estar numa posição emocional ou social que
te permita fazer isso, por si só, é um privilégio.

desafios Acreditamos que desenvolver linguagens


hábeis será cada vez mais essencial para
superar alguns dos principais desafios que
identificamos hoje no debate de masculinidades:

3 Como trazer para a conversa e superar a


resistência de homens que estão fechados,
indiferentes ou com aversão ao tema — em
especial aqueles em posições de poder?

3 Como dialogar com quem pensa muito diferente


de nós sobre gênero, sejam homens ou mulheres?

3 Como trabalhar masculinidades sem vender


modelos fajutos de "novos” e “virtuosos” homens?

3 Como trabalhar as dores e obstáculos dos homens


sem roubar espaço das pautas das mulheres? Como
fazer isso sem ingenuidade, sendo responsáveis e
alinhados com os movimentos e demandas delas?
S
— —
26 27

Será que é possível ou desejável estabelecer uma

"É possível
perspectiva teórica que nos permita abordar as
masculinidades sem que esse diálogo precise
se iniciar à partir das falhas dos homens e dores

dialogar sobre
das mulheres, mas não deixe de contemplá-las?
Essa é uma questão que surgiu algumas vezes
durante a etapa qualitativa de nosso estudo.

as dores dos Quando o diálogo se inicia à partir da hipervalorização


e "resgate" do masculino ou de suas dores, ele

homens, com
arrisca vir acompanhado de uma perspectiva
machista, um retorno ao tradicional de antigamente

responsabilidade
e repúdio às movimentações das mulheres.
Não apoiamos essa visão de modo algum.

e sem roubar
Buscamos e sugerimos um caminho complementar,
parceiro e empático às mulheres. Uma rota
que nos permita falar sobre os sofrimentos dos

espaço das
homens nos contextos e momentos adequados,
entendendo que isso pode ser feito sem invalidar,
diminuir ou tomar espaço de fala delas. Portanto,

mulheres?" é necessário sensibilidade e responsabilidade.

“O debate de masculinidade ainda é uma espécie de subcampo do


debate de gênero e do debate das sexualidades. Esse campo do
gênero, da sexualidade, das relações raciais, é um campo teórico,
Essa pergunta surgiu ao longo das mas é um campo político também. E como todo campo político,
conversas na etapa qualitativa dos você tem o embate, tem as demandas, isso aparece muito forte.
estudos e, pelo que escutamos de alguns Então quando o homem aparece, é da figura como opressor, é a
figura que está colada ao homem no campo das masculinidades.”
especialistas, nos parece estar ainda em
amadurecimento. — Henrique Restier, professor e pesquisador em masculinidades
— —
28 29

Como dialogar sobre


masculinidades em tempos de
tamanha polarização, na prática?

Realizamos uma pesquisa “A gente vive um momento político muito


nacional que escutou conturbado. Então o discurso do medo e
mais de 9.000 pessoas
da violência, assim como o discurso
para responder essa
bélico, se tornaram muito fortes. À partir
pergunta, em parceria
daí erguem-se líderes políticos, em geral
com o Instituto Avon.
homens, filiados a determinadas
O resultado é o projeto
características das masculinidades
"Construindo pontes & hegemônicas e você tem essa retomada
Derrubando Muros". Você reacionária.
pode encontrar na url abaixo
o livro-ferramenta com É uma reação ao debate de desconstrução
os achados do estudo e e questionamento das masculinidades
caminhos práticos de atuação, usuais, algo muito característico do
assim como assistir assistir ao nosso momento político.”
minidocumentário resultante. — Henrique Restier, professor e pesquisador em masculinidades

"Hoje estamos trocando o lugar do clandestino.


Antes era a opressão que ficava na clandestinidade.
Agora são os movimentos de ressignificação que
estão sendo empurrados pra lá."
— Tatiana Moura, diretora do Instituto Promundo

3 W W W. PAP ODE HOM E M .COM . B R /P ONTE S


A
— —
30 31

Contra o que A barreira enfrentada é o machismo: as


noções de que o masculino é superior ao

estamos lutando
feminino, de que homens são mais aptos
e capazes do que as mulheres, de que as
mulheres estão a serviço dos homens. Isso

então? Quais os
se manifesta social e estruturalmente em
diversas formas e violências, prejudicando
prioritariamente as mulheres, mas também

inimigos a serem com efeitos colaterais que afetam os homens.

Socialmente, preparamos os homens para

vencidos? viverem em pequenas e sufocantes caixas


que delimitam o que é ser homem.

A primeira camada se inicia por uma


incapacidade em compreender o que sente.

A segunda camada é a escolha em não falar,


mesmo quando há um reconhecimento
das emoções e sentimentos. O homem
escolhe permanecer fechado.

A terceira camada é a censura social sofrida


pelos homens ao expressarem sensibilidade. É
comum serem ridicularizados ou alvo de piada
Defendemos que homens possam
quando se colocam vulneráveis, expressando
viver com mais liberdade, medos, dúvidas ou emoções tidas como menos
responsabilidade e escolha, em todos masculinas. Basicamente, raiva é a emoção mais
permitida aos homens. Outra reação comum
os sentidos. E que sua maneira de
é a vulnerabilidade ser abafada com convites
existir enxergue as mulheres como pra "deixar isso de lado", "vamos encher a
absolutamente dignas de todos os cara que passa" ou o clássico "vira homem,
deixa disso". Por fim, vem a indiferença, que
direitos e oportunidades que eles já
é quando o sujeito se abre e é praticamente
possuem de maneira equitativa. ignorado, como se isso não importasse muito.
— —
32 33

MENININHA BEBEZÃO ESQUISITO


Em todos os casos, a mensagem é clara.
Sensibilidade demais e falar de emoções FROUXO GAY BICHA NERD
não é coisa de homem. A rigidez é tanta que
qualquer mensagem emocional corre o risco
de ser interpretada como reclamação, fraqueza
e, logo, um sinal de ser menos homem.
A caixa do homem:
O ciclo se retroalimenta, individual e viver para vencer
coletivamente. Homens pouco falam sobre o que
sentem. Se ao falar são ridicularizados, tolhidos
ou ignorados, passam a ter ainda mais dificuldade
em identificar suas emoções. Seguem sentindo,
HETEROSSEXUAL FISICAMENTE APTO
mas expressam ainda menos. Quando falam é Esse conceito
comum se atrapalharem. Como raiva é a emoção resume boa parte CORAJOSO FORTE NO CONTROLE
mais aceita para eles e costumam guardar do sufocamento
da masculinidade: ATIVO SEXUALMENTE EXPERIENTE
um turbilhão dentro de si, é comum que suas
dores, tristezas e frustrações profundas venham esteja sempre
PRONTIDÃO SEXUAL FALA FIRME
acompanhadas de violência interna e externa. dentro da caixa —
ou correrá o risco NÃO DEMONSTRA EMOÇÕES NÃO CHORA
E assim é o revestimento da caixa dos homens. de ser julgado
SABE SE DEFENDER TRABALHADOR
menos homem
SEXUALMENTE IMPOSITIVO PROVEDOR

NÃO COMETE ERROS NÃO DESISTE


A caixa do
AGUENTA O TRANCO COMPETITIVO
homem:
BEM SUCEDIDO BULLY

A pergunta aqui DOMINANTE EM RELAÇÃO À MULHER


é: como superar a
obsessão em estar
dentro da caixa e
o patrulhamento MARICAS COVARDE CRIADO PELA VÓ
com quem ousa
pisar fora dela? FILHO DA MÃE FRACOTE
— —
34 35

Defendemos que haja mais liberdade e escolha, sem deixar de lado a


responsabilização. Para que seja ok ser sensível, ser chucro, ser fraco,
“O que influencia muito os meninos é
ser forte, o que for. Não queremos obrigar ninguém a seguir um padrão a ideia de um poder sem limites
de novos homens ou de homens bonzinhos.
apenas por serem homens. Que se
relaciona com uma masculinidade
Acreditamos em hegemônica, que diz que eu sou o cara

trocar e posso realizar qualquer coisa, que


nada me atinge.
masculinidade, Isso é bem comum, não permitir
no singular, por fracasso, não permitir a dúvida do

masculinidades, fracasso, não permitir nem a suspeita


da possibilidade do fracasso.”
no plural. — Sérgio Barbosa, filósofo e facilitador de grupos de homens há
mais de 25 anos

Há várias maneiras de ser “A gente se constrói como menino nessa sociedade


que tende muito a dar valor às virtudes percebidas
homem e ninguém deve ser como masculinas. A gente tem que ser sempre
forte, sempre bem sucedido, tem que ser sempre
diminuído, ridicularizado ou comedor, foda, vencedor, conquistador.

agredido pela maneira como Tem que viver pra vencer, pra conquistar e isso vai
criando uma casca muito dura.”
escolhe viver sua masculinidade. — Leonardo Piamonte, psicólogo, que também trabalha com pater-
nidade e masculinidades
O
— —
36 37

O machismo O patriarcado é entendido como


uma estrutura de poder existente

contra o qual
há milhares de anos e que tem os
homens na maioria das posições de
comando em uma sociedade. O que,

lutamos é
logicamente, tende a beneficiar os
homens e gerar sofrimento para as
mulheres. E como os homens estão em

construído e posição privilegiada, é natural existir


maior resistência deles à mudança. Por

reproduzido
isso é essencial se responsabilizarem,
reconhecerem que são protagonistas
da violência — em um perverso ciclo

coletivamente
no qual são os que mais matam e mais
morrem — e dos privilégios sociais.

mas passou da hora dos homens


Entretanto, gênero é uma construção
assumirem sua responsabilidade em social e relacional, em constante fluxo
também mudar essa realidade ao longo da história. Essa visão ampla é
necessária para transformar a estrutura
atual e caminharmos rumo a um mundo
mais equitativo. Isso vai implicar o
envolvimento de todos e todas nós.

“Em 98 a gente já estava propondo que era preciso


Em nossa pesquisa, vimos que a falar sobre homens. Era preciso pensar que gênero é
maioria das mulheres e homens uma condição relacional, ou seja, você não pode falar
concordam que o machismo é na constituição de um gênero sem pensar na outra.”
uma construção social conjunta. — Paula Pinto, antropóloga
— —
38 39

Quem contribui mais para Apesar da diferença percentual


a existência do machismo pequena, enxergamos como positivo
em nossa sociedade? mais homens enxergarem que possuem
O quanto O quanto responsabilidade maior do que apontado

33 25
os homens as mulheres
concordam: concordam: pelas próprias mulheres. Durante muito
tempo nós nos omitimos, usufruindo dos
Os homens contribuem muito
mais do que as mulheres
privilégios sociais e de poder.
33% 25%

17 16
Assumir responsabilidade
Os homens contribuem um pouco é diferente de
mais do que as mulheres 17% 16%
trabalhar com culpa.

Ainda que de formas diferentes,


homens e mulheres contribuem
com peso similar para a
existência do machismo 44 55
44% 55%
“O Projeto MEMOH não é pra ficar
3 Podemos assumir
responsabilidade em
reconhecer os erros das

22
gerando culpa, mas pra gerar gerações que vieram
responsabilização. Eu não quero antes de nós e fazer nosso
que alguém se sinta culpado melhor para construir um
As mulheres contribuem um futuro justo e equitativo
2% 2%
depois de um encontro, mas que
pouco mais do que os homens para todos e todas. É
entenda, reconheça o que fez e se

32
desconfortável, pode nos
responsabilize a partir dali.” fazer sentir vergonha e
— Pedro Figueiredo, fundador do MEMOH, frustração sim, mas esse
As mulheres contribuem bem que coordena grupos de transformação
é o processo.
dos homens em várias cidades do país
mais do que os homens 3% 2%
C
— —
40 41

Como enfatizamos ao começo, esse é


Introdução
apenas o primeiro volume de uma série

Últimas
de publicações que faremos no contexto
do projeto "O silêncio dos homens".

palavras, Procuramos abrir boas perguntas e jogar alguns


fachos de luz com os dados gerados em nosso

agradecimentos
estudo. Temos consciência de que o campo
das masculinidades está em amadurecimento
e vai nos alegrar muito poder dialogar e refletir

e próximos
publicamente sobre o que produzimos aqui —
com certeza há falhas e limitações em nosso
olhar, assim como riquezas fruto da posição

passos específica na qual nossa rede se encontra. Por


isso optamos em deixar toda nossa produção
pública, para que possa ser avaliada, criticada e
para que até mesmo novas análises independentes
possam ser feitas com a base de dados gerada.

Obrigado pela confiança: todos nas equipes


de Natura, Reserva, Monstro Filmes, Zooma
Inc. e Estudio Nono. Vocês são maravilhosos.
Agradecemos também às mais de 40.000
pessoas que responderam nosso questionário
e o divulgaram espontaneamente.

Que esse material possa inspirar o surgimento


de grupos focados na transformação dos
homens por todo o Brasil. Que inspire a
realização de mais pesquisas e investimentos
no campo das masculinidades.

E que todos esses esforços caminhem na direção


de um mundo mais equitativo, com direitos e
oportunidades iguais para todas e todas.
— —
42 43

Quer receber os Podemos


próximos volumes ajudar sua
de nossa pesquisa "O silêncio dos homens"?
instituição?
Vamos publicar futuramente volumes contendo:

Análise de perfis mais comuns (clusters) de Temos 12 anos de experiência. Caso deseje atuar no campo das
homens e mulheres na sociedade brasileira masculinidades e equidade de gênero em sua organização, conte conosco.
Realizamos palestras, workshops, formações, em formatos específicos
indo do chão de fábrica à liderança. Fazemos eventos customizados sobre
Como os meninos estão sendo criados? temas como paternidade, assédio e saúde do homem. E oferecemos um
curso online de paternidade ativa dentro dos requisitos legais que toda
Um retrato dos adolescentes homens Empresa Cidadã precisa atender para oferecer a licença de 20 dias.

Somos especialistas em dialogar com os públicos


Um breve raio-x emocional dos mais difíceis e fechados ao tema.
homens e das mulheres
Além de tudo isso, conduzimos consultorias, pesquisas e também
criamos projetos do zero. Já trabalhamos com Google, Diageo, GM, Bayer,
O olhar das mulheres Natura, Reserva, Boticário, Avon, Gillette, Unilever, Toyota, RedBull, Itaú,
Bradesco, Banco do Brasil, Gerdau, White Martins, Serasa, dentre outras.
Como a gente se transforma? Gatilhos,
obstáculos e benefícios, decupados em detalhes

Se cadastre no formulário em www.papodehomem.com.br/silencio para Vai ser um prazer conversarmos:


ser avisado em primeira mão pelo Instituto PdH — Instituto de Pesquisa
& Desenvolvimento em Florescimento Humano. A sigla do Instituto não Guilherme N. Valadares Felipe Ramos
significa "papo de homem" pois nos interessa seguir realizando estudos Sócio e diretor de pesquisa Sócio e diretor de negócios
sobre temas além das masculinidades. O que, na prática, já estamos guilherme@papodehomem.com.br felipe@papodehomem.com.br
fazendo há alguns anos. Fiquem de olho, vem coisa boa pela frente. +55 11 99279-8484 +55 11 97020-9407
— —
44 45

Equipe
envolvida na pesquisa e na
produção desse relatório

REALIZAÇÃO DA PESQUISA EQUIPE ZOOMA INC.


Instituto PdH Rodrigo Trevisan | CEO e co-fundador
Leandro Tonetto | Co-fundador
EQUIPE INSTITUTO PDH — Instituto de Pesquisa & Priscila Brust Renck | Pesquisadora sênior
Desenvolvimento em Florescimento Humano Kandice Van Gról | Pesquisadora
Guilherme N. Valadares | Diretor de pesquisa Helena Dias | Gestora de projetos e estratégia
Ismael dos Anjos | Coordenador de pesquisa Roberta Mandelli | Design e estratégia
Felipe Ramos | Diretor de negócios e operações Luis Miguel Carvalho | Novos negócios
Luciano Ribeiro | Liderança conteúdo
Gabriella Feola | Conteúdo REVISORES VOLUNTÁRIOS DO QUESTIONÁRIO QUANTITATIVO
Rodrigo Cambiaghi | Mídia Mais do que conseguimos contar, obrigado a todas e todos :)
Gabrielle Estevans | Relações Públicas
Bia Aquino | Financeiro CONSULTORIA DE PESQUISA EM GÊNERO & MASCULINIDADES
Carol Bambuy | Administrativo Gustavo Venturi
Rachel Daniel | Comunidade José Reinaldo Riscal

DESIGN DO REPORT DE PESQUISA


LIDERANÇA PESQUISA QUALITATIVA Estudio Nono
Juliana Fava
APOIO INSTITUCIONAL
FILTRAGEM ENTREVISTAS QUALITATIVAS ONU Mulheres
Caio César Campanhas #ElesporElas

LIDERANÇA PESQUISA QUANTITATIVA CONVÊNIO PARA DISPONIBILIZAÇÃO DA BASE DE DADOS


Zooma Inc. Consórcio de Informações Sociais da USP
I N I C I AT I VA E
P R O D U Ç ÃO E X E C U T I VA

V I A B I L I Z AÇ ÃO

P E S Q U I SA

INSTITUTO PDH

L I D E R A N Ç A P E S Q U I SA
Q UA L I TAT I VA
J U L I A N A FAVA

L I D E R A N Ç A P E S Q U I SA
Q UA N T I TAT I VA

CO N S U LTO R I A E M
M A S C U L I N I DA D E S E G Ê N E R O
G U STAVO V E N T U R I

APOIO

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