Este documento resume os principais elementos de um distrito sanitário, incluindo: 1) O território de um distrito sanitário inclui uma área demográfica com características epidemiológicas e necessidades de saúde; 2) Os problemas de saúde de um distrito podem ser classificados como intermediários ou terminais; 3) A definição dos serviços de referência e suas áreas de influência faz parte do planejamento de um distrito sanitário.
Este documento resume os principais elementos de um distrito sanitário, incluindo: 1) O território de um distrito sanitário inclui uma área demográfica com características epidemiológicas e necessidades de saúde; 2) Os problemas de saúde de um distrito podem ser classificados como intermediários ou terminais; 3) A definição dos serviços de referência e suas áreas de influência faz parte do planejamento de um distrito sanitário.
Este documento resume os principais elementos de um distrito sanitário, incluindo: 1) O território de um distrito sanitário inclui uma área demográfica com características epidemiológicas e necessidades de saúde; 2) Os problemas de saúde de um distrito podem ser classificados como intermediários ou terminais; 3) A definição dos serviços de referência e suas áreas de influência faz parte do planejamento de um distrito sanitário.
TRABALHO INDIVIDUAL RESUMO SOBRE DISTRITO SANITÁRIO
POR VANESSA NUNES DA CRUZ COELHO
PARA A PRECEPTORA SANDRA PAZOS CENTRO UNIVERSITÁRIO FIB
A compreensão de Distrito Sanitário pode abranger duas dimensões: a primeira,
enquanto estratégia de construção do SUS num município e/ou conjunto de municípios, envolvendo alguns elementos conceitual e operacionalmente importantes; e a outra dimensão se refere a menor unidade de território ou de população, a ser apropriada para o processo de planejamento e gestão. O processo, portanto, de construção/ implementação da DS, como estratégia para implementação dos SUS, deve ser visto como um processo social, tal qual é o SUS, isto é, como uma expressão concreta de uma política pública de dimensão social. Os elementos substantivos a serem trabalhados no processo de construção do Distrito Sanitário, segundo Mendes, são: território, problemas, práticas sanitárias e processo de trabalho. Território: Compreende uma área demográfica que comporta uma população com características epidemiológicas sociais e com suas necessidades a os recursos de saúde para atendê-la. A área geográfica é definida para cada realidade e pode ser constituída por vários bairros de um município e vários municípios de uma região. No processo de definição do território-distrito deve ser considerado para sua composição as relações de fluxos existentes entre os municípios ou bairros, as referenciais natural ou culturalmente já estabelecidas entre eles em suas diversas atividades, principalmente na área da saúde. A preexistência de uma eventual territorização definida pelo gestor estadual não deve ser considerada como balizamento definitivo, mas pode ser utilizado por um pnto de partida e ajustada de acordo com as necessidades. Área de abrangência dos serviços básicos refere-se a uma área geográfica definida ou a ser definido no processo de territorização, tendo como ponto de referência os serviços básicos de saúde (centro de saúde, posto de saúde, unidade básica de atenção à família, etc.). Operacionalmente, significa identificar e quantificar numa dada área geográfica a população adstrita a cada serviço de saúde, que terá a responsabilidade pelos cuidados sanitários dessa população, num processo de identidade recíproca, que poderá ser feito segundo diferentes modalidades. Área de influência é quem define os serviços de saúde do município ou região considerado como referência para as populações das áreas de abrangência dos serviços básicos de saúde. Essas referências dizem respeito à necessidade de realização de procedimentos para o diagnóstico e/ou terapia e/ou reabilitação, que a maioria dos serviços básicos das áreas de abrangência não realizam. Esses procedimentos podem ser feitos nos hospitais (gerais ou especializados), nos ambulatórios de especialidades, nos serviços de apoio diagnóstico ou terapêutico de média complexidade ou nos chamados procedimentos de alto custo (SIPAC). A definição do território de influências desses serviços em um dado município ou região deve ser elaborada incluindo necessariamente os seguintes passos: Identificação dos serviços que serão de referência na área do distrito; Qualificação da oferta em termos de procedimento que realiza; quantificação (capacidade de ofertas por mês) de cada serviço; Necessidade dos procedimentos (base mensal) para a população da área de abrangência do serviço; Definição da oferta disponível para a população da área de influência; Especificação da oferta mensal para a população da área de influência segundo os municípios e/ou bairros; Estabelecimento dos mecanismos e instrumentos de referência e contra referência; Estabelecimento de mecanismos/instrumentos para o pagamento/ressarcimento dos procedimentos realizados; Estabelecimentos de mecanismo/instrumentos para o processo do controle da pertinência, oportunidade e qualidade dos procedimentos realizados; e outras medidas de acordo com a necessidade. A elaboração desses passos pode e deve ser feita de acordo com a chamada Programação Pactuada Integrada (já que é um dos seus componentes) estabelecida na Norma Operacional Básica nº 1/96. O processo de territorialização que define a área de abrangência de cada serviço básico de saúde e as formas de inscrição da clientela deve ser coordenada pelo gestor municipal de saúde e se caracterizar pela flexibilidade, além de contar com a participação das chefias, equipes de profissionais e usuários dos serviços básicos de saúde, sempre com a aprovação do Conselho Municipal de Saúde. Os instrumentos que facilitam essa elaboração e que estão razoavelmente disponíveis são o mapa do município; Mapas censitários (IBGE) e Endereços dos usuários dos serviços, registrados nos prontuários e/ou fichas de atendimentos. Além disso, devem ser consideradas como pontos fundamentais as condições econômicas, sociais e culturais da população da área, alem da disponibilidade, regularidade e custos do transporte coletivo. O processo de territorialização que define os serviços de referências (hospitalares, ambulatoriais e/ou de apoio diagnóstico ou terapêutico) e suas respectivas áreas de influencia e os demais mecanismos/instrumentos de controle qualitativo e quantitativo deve fazer parte da Programação Pactuada Integrada, tendo como atores participantes os secretários municipais da Saúde e os diretores dos serviços (públicos e privados do SUS), preferencialmente sob a coordenação e ponderação do gestor estadual de saúde da região, reunindo-se, pactuando e negociando constantemente (mensalmente) como um lócus organicamente instituído ou não, denominado Comissão Intergestora Regional de Saúde. O conceito e classificação de problemas no processo de construção do distrito sanitário se caracterizam por uma “situação insatisfatória acumulada”, com tendência de se persistir ou agravar-se se nada for feito. Evidentemente, é um conceito que tem presente um componente de relatividade, pois depende do juízo de valor de quem olha e julga a “situação insatisfatória”; além do que, depende da situação a ser comparada para se dar juízo à outra condição de insatisfação, ou seja, é um conceito que depende de quem olha, da realidade e do tempo. Considerando os elementos substantivos relacionados ao conceito de Distrito Sanitário, os problemas são classificados em problemas intermediários aqueles referentes à organização e funcionamento do conjunto dos recursos de saúde que tem como exemplos a inexistência ou pouca oferta de leitos para pacientes com queimaduras (leito de queimados); falta de médicos nos serviços de saúde para atendimento; e gastos excessivos com transporte de doentes. Outra classificação são os problemas terminais que referem-se às necessidades e demandas de saúde e de vida daqueles que são a razão da existência do sistema, ou seja, a população. “São os problemas de saúde sensu stricto, definidos em função do perfil ou padrão epidemiológico de uma dada população, expressos em indicadores de morbidade e mortalidade...” Os problemas terminais podem ser enfrentados de duas formas distintas pode ser a forma continua são aqueles que constituem o objeto de um modelo de atenção que privilegia a pratica sanitária de vigilância à saúde e se instrumentaliza com o apoio de varias disciplinas, especialmente a epidemiologia. A outra forma é chamada de ocasional que se trata de um enfretamento dos problemas autopercebidos pelos indivíduos da população que os motivam e os conduzem aos serviços de saúde em busca de diagnóstico e cura. Esse fenômeno pode ser denominado demanda espontânea. E seu conhecimento, em termos quantitativos e qualitativos, é fundamental, pois constitui referencial imprescindível para a organização dos serviços de saúde e dos processos de trabalho desses serviços no Distrito Sanitário. Os problemas do processo de distritalização podem ser classificados quanto à sua natureza em Atuais (intermediários ou terminais) são aquele objeto de intervenção imediata e dinâmica identificados como presente, enfrentados de forma continua e ocasional e monitorados por meio de dados e informações de natureza quantitativa e/ou qualitativa. Exemplo: a alta incidência de tuberculose, urgências e emergências. Problemas Potenciais são aqueles que estão presentes, mas na realidade epidemiológica (sensu lato) do Distrito Sanitário há evidências de uma série de condições e/ou fatores que predispõem o seu aparecimento. Exemplo é a possibilidade de ocorrência de epidemia de dengue em alguns municípios do Brasil. Problemas Solucionados são os que ocorrem no passado recente e estão sob controle epidemiológico, exigindo ainda ações de manutenção ou de prevenção. Exemplo à incidência de poliomielite no Brasil. Problemas Normativos são aqueles predefinidos como existentes e generalizados para diferentes realidades, sem que realmente sejam verdadeiros para todas elas. Essa percepção ou enfoque/proposta de trabalhar de acordo com os problemas na construção/organização do Distrito Sanitário traz em seu bojo a intencionalidade/capacidade de determinar ou influenciar as práticas sanitárias que estarão presentes, configurando um novo modelo assistencial. O processamento desses problemas, ou seja, como identificá-los e desenhar as operações articuladas intra e extra-setor da saude, bem como viabilizá-las estratégica e taticamente serão estudados em outra ocasião.